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Direito Fiscal I palavra-passe: 2019taxasimpostos
O que é um imposto?
É uma receita que é cobrada.
Em termos subjetivos:
Os rendimentos;
O património (se tiver 0 rendimentos e usar um rolex e conduzir um ferrari);
Em termos teleológicos:
Em suma, um imposto é…
Impostos
Tributos
Princípio da legalidade fiscal
unilaterais
Nos tributos bilaterais: taxas (em troca terei uma contraprestação específica)
Hoje a tributação é feita, não tanto por impostos, mas mais através das taxas.
Mafalda B. Duarte 2º ano / 2º Semestre 4
Aulas Práticas (Dra. Marta Costa Santos) Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
No que diz respeito aos tributos unilaterais (impostos) há que ter em conta a
capacidade contributiva (princípio da capacidade contributiva).
Quanto aos tributos bilaterais (taxas), o que acontece é que se paga uma taxa
para obter uma contraprestação específica, por exemplo, o filho do Cristiano
Ronaldo ou filho de uma pessoa com menos posses, pagam o mesmo de propinas.
NOTA: Quando olho para uma taxa tenho de verificar se é bilateral (se
obtenho alguma contraprestação específica). De seguida é necessário ver se está
respeitado o princípio da proporcionalidade (aquilo que recebo é proporcional aquilo
que pago).
NOTA: “Falsas taxas” – como a criação das taxas é mais simples do que a
criação de um imposto (imposto sujeito ao principio da legalidade fiscal). O que
acontece é que surgem taxas inconstitucionais, pois não se consegue encontrar nas
mesmas o carácter de bilateralidade.
Taxa VS Imposto?
Unilateralidade dos impostos e bilateralidade das taxas;
A medida ou critério do tributo: se for com base na proporcionalidade
entre o tributo e a respectiva contraprestação específica é taxa; se a
medida/critério for a capacidade contributiva é imposto (art. 103º/1 e
104º/1 a 4 CRP; art. 4º/1 LGT);
Aplica-se aos impostos o princípio da não retroactividade (art. 103º/3
CRP), enquanto as taxas são norteadas pelo princípio geral da segurança
jurídica decorrente do Estado Democrático de Direito (art. 2ºCRP)
Caso prático 1
1) Taxa de publicidade:
Sujeito à reserva
relativa da
competência da AR
Imposto Unilateral Capacidade relativamente à
contributiva criação e aos
elementos essenciais
(articulação entre o
art. 165º/1/i) e o art.
103º/2 CRP)
Sujeito à reserva
relativa da
Taxa Bilateral Proporcionalidade
competência da AR
entre a prestação e a
relativamente ao seu
contraprestação
regime geral
Apesar de se lhe aplicar o regime dos impostos, elas não iguais aos impostos,
pois enquanto que, num imposto, não há o carácter bilateral, uma vez que se está a
financiar o interesse geral, nas contribuições especiais, não há uma contraprestação
individualizável, isto é, “tive sorte” e fui beneficiada com algo que aconteceu.
Por exemplo:
1. Aumento de valor dos seus bens – Quando se faz uma estrada não é para
beneficiar o particular, mas haverá uma contribuição especial, devida ao aumento de
valor dos prédios rústicos e terrenos para a construção decorrente da sua situação nas
áreas de intervenção da CRIL (paga-se a contribuição porque houve um benefício);
Contribuição Financeira:
Não se aplica o regime dos impostos, mas das taxas.
São cobradas para a cobertura das despesas de pessoas coletivas públicas não
territoriais. Visam, assim, o sustento dessas entidades.
Por exemplo: taxa de regulação e supervisão que visa financiar a acção quotidiana
da Entidade Reguladores para a Comunicação social.
As contribuições financeiras poderão ser qualificadas como taxas coletivas, na
medida em que compartilham:
1. Em parte da natureza dos impostos (porque não têm necessariamente uma
contrapartida individualizada para cada contribuinte);
2. E em parte da natureza das taxas (porque visam retribuir o serviço
prestado por uma instituição pública a certo círculo ou certa categoria de
pessoas ou entidades que beneficiam colectivamente de uma actividade
administrativa).
Em suma:
2) Momento da aplicação
Lançamento: Identificação do contribuinte, determinação da matéria
colectável e da taxa; A Administração tributária é que vai dizer
quanto é que se vai pagar de imposto. Há impostos que são de
autoliquidação. No IRS, cada um de nós não auto-liquida nada, é a
Administração tributária que faz esse lançamento.
Liquidação: Determinação da colecta através da aplicação da taxa à
matéria colectável; se for o caso, procede-se ainda a deduções à
colecta, para determinar assim o montante de imposto a pagar.
Cobrança/Pagamento: O imposto entra nos cofres do Estado,
através do pagamento espontâneo ou da cobrança coerciva;
procedimento de execução fiscal contra nós, quando não pagamos
voluntariamente no tempo que temos (fazemo-lo coercivamente).
(cobrança coerciva)
NOTA: Quando compro uma casa, para além de todos os anos a ter de pagar o IMI,
tenho de pagar o IMT.
Os rendimentos de capitais não se englobam. Isto significa que o IRS não é único (é
tendencialmente único), isto é, há alguns rendimentos que não são englobados.
Impostos pessoais:
o Tomam em consideração, em maior ou menor grau, aspectos económicos e
sociais dos contribuintes;
a) Consideram o rendimento global dos contribuintes;
b) Excluem o mínimo de existência;
c) Admitem deduções de encargos sociais de natureza pessoal e familiar
(saúde, ensino, …)
d) Taxa progressiva
e) Aplicação do quociente familiar aos contribuintes casados e aos que
vivam em união de facto e optem por esta modalidade
o Exemplo: IRS
Por exemplo: eu sou pobre, mas no testamento deixaram-me uma casa avaliada em
3M de euros, eu vou ter de pagar IMI.
O IRS já não é assim, toma em conta aspectos pessoais e socais dos contribuintes.
Impostos periódicos:
o Assentam numa relação jurídica duradoura;
o A liquidação é efectuada periodicamente, enquanto se mantiver o
pressuposto da tributação;
O prazo que a Administração Tributária tem para tornar a dívida certa e exigível –
fazer a liquidação Caducidade
Facto histórico:
Liquidação Caducidade (4 anos)
Art. 45º (caducidade) e 48º (prescrição) LGT
Cobrança Prescrição (8 anos)
Caso prático 2
Estando em causa uma dívida de IVA referente a 2008, e sendo este imposto de
obrigação única, o termo inicial do prazo de prescrição (de 8 anos) conta-se, por via da
alteração que o art. 40º da Lei nº 55-B/2004 introduziu no nº 1 do art. 48º LGT, a partir
do ano civil seguinte àquele em que se verificou a exigibilidade do imposto, isto é, a
partir de 1/1/2019.
Em suma:
Os impostos periódicos, por sua vez, são aqueles em que a relação jurídica fonte da
obrigação de impostos tem em sua base situações estáveis, que se prolongam no tempo,
dando origem, por conseguinte, a obrigações periódicas, que se renovam todos os anos.
Assim, incidem ao longo do tempo sobre uma mesma situação jurídica, somente se
estabilizando o período da tributação ao fim do período fiscal (por exemplo, no IRS, o
ano civil), já que o facto tributário é de formação sucessiva.
Daí que, para os impostos de obrigação única, o termo a quo da contagem dos
prazos de caducidade da liquidação e prescrição da obrigação de imposto dá-se na data
em que o facto tributário foi praticado, à excepção do IVA; enquanto, para os impostos
periódicos, tal contagem inicia-se a partir do término do ano em que se verificou o facto
tributário (arts. 45º, n.º 4 e 48º, n.º 1 da LGT, respectivamente), ressalvando-se os
casos de retenção na fonte a título definitivo.
Isto porque, nos casos em que o facto tributário que a lei nova pretende regular já se
tenha formado totalmente, então estará em causa a proibição constitucional da
(caso de imposto indireto) ex: compro um pacote de leite no pingo doce pago
o preço do leite + IVA, mas eu não sou o sujeito passivo (não entrego o IVA ao Estado)
no entanto, vou ser eu a pagar. O comprador não vai entregar o imposto ao Estado (é
o pingo doce), mas é ele que vai ter o desfalque patrimonial é o consumidor que
suporta o IVA. É a própria lei que estabelece legalmente este sistema de repercussão
económica. Quem paga o IVA é o consumidor final. Quem vai suportar um imposto
é um terceiro, e não o sujeito passivo.
o Impostos direto:
Aquele que incide sobre relações jurídicas duradouras, impondo uma
renovação periódica da obrigação do imposto.
Coincidem com os impostos periódicos.
Exemplo: IRS, IRC
o Imposto indireto:
Aquele que tem por base um facto ou ato isolado.
Coincidem com os impostos de obrigação única.
Exemplo: IVA, ISP, IA
Caso prático 3
Resposta:
Como indício de que o raciocínio anterior está correcto, podemos referir que o art.
2.º, n.º 1, n.º 9 do CIRS integra no âmbito dos rendimentos do trabalho dependente
(categoria A) os resultantes da utilização pessoal pelo trabalhador de viatura automóvel
que gere encargos para a entidade patronal, quando exista acordo escrito entre o
trabalhador e a entidade patronal sobre a imputação àquele da referida viatura
automóvel.
Mafalda B. Duarte 2º ano / 2º Semestre 20
Aulas Práticas (Dra. Marta Costa Santos) Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
Rendimento-acréscimo e rendimento-produto:
O conceito de rendimento-acréscimo substituiu o conceito de rendimento-produto.
De acordo com este último, o rendimento para efeitos de tributação traduz-se no
resultado obtido a partir da participação numa actividade produtiva, conceito que
acabou por se tornar inoperativo perante a divulgação dos rendimentos de capitais – art.
5.º CIRS.
Universalidade
Igualdade
Materiais Justiça
Progressividade
Princípios
Capacidade económica
Formais Legalidade
Caso prático 4
Suponha que, no dia 1 de Março deste ano, o Governo aprova em Conselho de
Ministros um Decreto Regulamentar, onde se dispõe: “Os artigos 13.º, n.º 1, e 15.º, n.º 1
do Código do IRS, passam a ter a seguinte redacção:
Resposta
Este princípio, previsto no art. 165.º/1, al. i), não vale apenas para a “criação”
dos impostos.
Caso Prático 5
Resposta
Sim, e não precisa de ser autorizado, pois a liquidação e a cobrança não estão
sujeitas a lei da AR ou decreto-lei autorizado.
Quanto aos elementos não essenciais dos impostos, onde se inserem os elementos
dos impostos referentes à liquidação e à cobrança dispõe o art. 103.º/ n.º 3 da CRP que
os mesmos têm de ser feitos nos termos da lei. Contudo, não se encontram sujeitos à
reserva de lei parlamentar (103.º, n.º 2 e 165.º/n.º1/i) da CRP), mas a reserva de
diploma legislativo, isto é, aos actos legislativos previstos no n.º 1 do art. 112.º da
CRP.
Quais são os poderes tributários que a CRP e a lei conferem a cada uma destas
entidades de modo a garantir que estas obtenham as receitas necessárias à prossecução
das suas atribuições?
Caso Prático 6
Ana resolve pedir a sua opinião fundamentada, pretendendo saber se essa norma
legal respeita os princípios constitucionais fiscais aplicáveis.
Resposta
Podem exercer por via regulamentar (na dependência da lei) alguns poderes tributários
próprios – art. 238.º/4 da CRP
Nos prédios mistos, aplicar-se-á ao valor patrimonial tributário de cada parte, a respectiva
taxa. Os municípios, mediante deliberação da assembleia municipal, podem majorar ou reduzir
as taxas gerais, em determinadas situações previstas no artigo 112º do CIMI (exemplo:
operações de reabilitação) baseando-se em tabelas e valores fixados.
As autarquias locais não dispõem de poder legislativo, mas podem exercer, por via
regulamentar (na dependência da lei), alguns poderes tributários próprios (art. 238º/4
CRP).
Titularidade ativa da relação jurídica fiscal. Nem toda a receita dos impostos é
destinada aos cofres gerais do Estado.
Caso Prático 7
Abel tem uma empresa em nome individual que actua no ramo da comercialização
de águas minerais.
Suponha que Abel transferiu para o seu património particular uma viatura afecta à
sua actividade empresarial, atribuindo-lhe o valor de € 5 000. Ao abrigo do disposto no
n.º 4 do artigo 29.º do CIRS, a Administração Fiscal corrigiu esse valor, fixando-o em
€ 7 500.
Resposta
Exigência de densidade das normas jurídicas fiscais que versem sobre os elementos
essenciais dos impostos e a correspondente limitação da discricionariedade
administrativa (margem de livre apreciação/conceitos indeterminados); a atual
compressão da determinabilidade das normas jurídicas fiscais em razão de interesses
públicos relevantes, como os da luta contra a fraude, a evasão e elisão fiscais;
A lei fiscal tem de ser suficientemente densa e precisa quanto aos elementos
essenciais dos impostos:
A incidência;
A taxa ou alíquota do imposto
Art. 103º/2, 2ª parte CRP
Os benefícios fiscais
As garantias dos contribuintes
Tipicidade
contribuintes contribuintes
A referência autónoma aos impostos demonstra que estes constituem uma violação
gravíssima ao princípio do Estado de Direito, nomeadamente, aos subprincípio
concretizadores da segurança e da protecção da confiança.
Concluindo…
2 condições:
Caso Prático 8
Quid iuris?
Resposta
Caso Prático 9
A empresa Le Fduc, Lda. pretende saber se esta medida poderá aplicar-se a despesas
com viaturas por ela realizadas em Janeiro de 2018. O que lhe diria?
Resposta
São despesas que concorrem para a formação do lucro tributável, mas são também
tributadas autonomamente – exs: despesas de representação; ajudas de custo;
“quilómetros”
Visa tributar um conjunto de realidades que nada têm a ver com o lucro real das
empresas. Alguns exemplos: despesas de representação, ajudas de custo ou os chamados
"quilómetros".
São despesas que concorrem para a formação do lucro tributável, mas são também
elas tributadas autonomamente.
Art. 11.º, n.º 2 da LGT - o termo deve ser interpretado no mesmo sentido que tem
no ramo de direito a que pertence, salvo se outro decorrer directamente da lei
Art. 11.º, n.º 3 da LGT – deve atender-se à substância económica dos factos
tributários.
(≠ interpretação económica das leis fiscais - defendendo que a lei fiscal tem sempre
um significado económico, na medida em que se apoia em fenómenos económicos,
entende que o intérprete deve sempre procurar determinar na lei o tipo de situações
económicas que o legislador quis submeter à tributação)
Caso Prático 10
O artigo 8.º, n.º 2, do CIMI, estatui que, “nos casos de usufruto ou de direito de
superfície, o imposto é devido pelo usufrutuário ou pelo superficiário”. A
Administração Fiscal considera que este preceito é aplicável a concessionários de bens
do domínio público, invocando, para tanto, o princípio do in dubio pro fiscum.
Resposta:
Caso Prático 11
Marta, que tem uma empresa de software, decidiu converter todos os contratos de
trabalho a termo dos seus trabalhadores mais jovens em contratos de trabalho sem
termo, esperando com isso que lhe fosse reconhecido o dito benefício. Tal pretensão foi,
porém, rejeitada pela Administração Tributária, com base no artigo 11.º, n.º 3 da LGT.
Resposta:
Caso Prático 12
Resposta:
Elementos de valorização:
O critério previsto no art. 11.º, n.º 3 da LGT não constitui uma autorização
genérica à AT para que a mesma possa desconsiderar os aspectos formais dos negócios
jurídicos, aplicando a lei tributária apenas com fundamento nos efeitos económicos
gerados por esses negócios.
Este critério não deve funcionar como um instrumento de combate à fraude fiscal, o
que não impede a sua mobilização quando esteja em causa a utilização de esquemas
formais simples de elisão fiscal abusiva, que não levantem dúvidas quanto à sua
desconformidade com a ordem jurídica.
Tributação do património:
Residência do proprietário ou titular dos bens patrimoniais e lugar da
situação dos mesmos
Cada código de imposto apresenta as suas regras próprias para a determinação dos
residentes (ex: 16.º CIRS; 2.º CIRC)
Caso Prático 13
Resposta:
Sendo residente o IRS incide sobre a totalidade dos seus rendimentos, incluindo os
obtidos fora desse território - artigo 15.º/1 CIRS - regra worldwide income (princípio
da universalidade ou do rendimento mundial).
São também havidos por residentes em Portugal, nos termos do artigo 16.º/6 CIRS,
as pessoas de nacionalidade portuguesa que deslocalizem a sua residência para país,
território ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável;
Estão sujeitos a IRS pelos rendimentos obtidos em território português (art. 15.º/2 e
18.º CIRS):
Art. 13.º/1 da LGT refere que “sem prejuízo de convenções internacionais de que
Portugal seja parte e salvo disposição legal em contrário”
Distinguir…
Em suma…
Do lado activo, a complexidade assenta nas diferentes figuras que poderão ser
consideradas sob o ponto de vista doutrinário:
Do lado passivo, consoante bem expressa o art. 18º/3 da LGT, é possível que se
estabeleçam:
Nestes casos, para além das relações que se venham a estabelecer entre o
Estado e o contribuinte, somam-se (ou desdobram-se) outras relações (entre
o Estado e o substituto, entre o Estado e o responsável), que, ademais,
poderão igualmente verificar-se nas hipóteses de transmissão de créditos e
obrigações tributárias (art. 29º da LGT) e de sub-rogação (art. 41º da
LGT) ou cessão de créditos (Lei n.º 103/2003).
Caso Prático 14
Resposta:
Lado ativo:
Lado passivo:
Maria é:
o O contribuinte
o O devedor do imposto
o O sujeito passivo do imposto (aquele que é chamado ao cumprimento das
obrigações fiscais, principais e acessórias)
Domicílio fiscal:
É este o elemento que permite identificar os residentes;
Art. 19º LGT
Representante legal:
Nos casos em que o sujeito passivo não é residente e não dispõe de
um estabelecimento estável em Portugal (art. 5º CIRC)
A lei impõe, naqueles casos, a designação de um representante legal
com residência em território nacional (art. 19º/6 LGT; art. 130º
CIRS; art. 126º CIRC)
Caso não haja esta designação – art. 124º RGIT e interdição das
garantias de reclamação, recurso e impugnação (art. 19º/7 LGT)
Para não residentes, ou residentes que se ausentem ara a UE, desde
que esse Estado não esteja vinculado à cooperação administrativa,
esta designação deixou de ser obrigatória (art. 19º/8 LGT)
Caso Prático 15
Resposta:
Transparência fiscal:
Em certas situações o direito fiscal opta por não considerar sujeitos passivos da
relação jurídica fiscal algumas entidades dotadas de personalidade jurídica.
Art. 35º LGT Art. 44º e 102º/2 LGT; 86º/1 Art. 43º LGT; 61º CPPT
CPPT
Sujeito passivo AT Sujeito passivo AT AT sujeito passivo
AT sujeito passivo
Atraso na liquidação,
de parte ou da
totalidade do imposto, Ressarcir o sujeito passivo
imputável ao sujeito pelo pagamento indevido
passivo ou quando o de prestação tributária
sujeito passivo, Falta de pagamento da dívida
também por facto a si tributária no prazo legal 43º/1 LGT
imputável, recebeu (art. 84º e 85º/2 CPPT) 43º/3/a) LGT e 94º
reembolso superior ao CIRS
devido 43º/3/b) LGT
Estes juros são São devidos desde o termo do 43º/3/c) LGT
calculados à taxa de prazo para o pagamento
juro legal fixada nos voluntário até à data do
termos do art. 559º/1 pagamento da dívida São comandos desde a
CC (art. 44º/2 e 3 LGT) data do pagamento indevido
Objetivo: reparar o do imposto até à data do
dano sofrido pela AT processamento da respectiva
que, por facto nota de crédito
imputável ao sujeito (art. 61º/5 CPPT)
passivo, se viu privada
de dispor de uma
receita que lhe era
devida.
Caso Prático 16
Resposta:
Atraso na liquidação (art. 35º/6 LGT)
Caso Prático 17
a) Suponha que, decorrido o prazo legal (Outubro 2016), a “Le Fduc” não
efectuou o pagamento da dívida tributária. Caso se conclua que a empresa
não dispõe de bens suficientes para pagar a dívida, pode Joaquim ser
chamado a responder pelo seu pagamento?
b) Como se efectiva a responsabilidade de Joaquim?
Responsabilidade tributária
Substituição tributária
A obrigação da empresa x pagar juros de mora e as custas, no caso de lhe virem a ser
encontrados bens - art. 23º/6 LGT
O Reponsável subsidiário fica isento de custas do processo de execução fiscal (art. 22º/1 LGT) e de juros de
mora liquidados no processo de execução fiscal se, citado para cumprir a dívida constante no título exeutivo,
efetuar o respetivo pagamento no prazo de oposição à execução fiscal (art. 23º/5 LGT)
Responsabilidade
subsidiária dos
Empresa x
Não tem património administradores face à empresa
suficiente para satisfazer
a dívida tributária
Responsabilidade solidária entre os sócios – Quando um satisfaça tem um direito de crédito sobre o outro
Responsabilidade subsidiária
Meios de reacção:
Responsabilidade solidária
Caso Prático 18
Retenção Não
na fonte a entrega
Banco
título imposto à
definitivo AF
A AT não pode demandar o depositante pelas quantias retidas pelo Banco e não
entregues à AT.
N.º 3 do art. 28º LGT – exemplo: Banco efectuou uma liquidação dos juros de
depósito à taxa de 12% em vez de aplicar a taxa de 28% prevista no CIRS. A AT irá
exigir o valor do imposto em falta ao Banco e só se este não cumprir, e depois de
excutido o respectivo património em sede de execução fiscal, é que o depositante poderá
ser chamado a repor o valor do imposto em falta.
Caso Prático 19
Carlos é trabalhador da empresa SZX, Lda., que lhe paga uma remuneração mensal
ilíquida no valor de €1350.
Resposta
“substituição” parcial
Substituto deveria ter retido e não reteve, ou reteve menos do que deveria ter
retido?
Porque é sobre eles que recaem os pressupostos legais da tributação, sendo eles que
sofrem o desfalque patrimonial
O substituto fica sempre sujeito aos juros compensatórios – art. 28.º/2 /2.ª parte
LGT – porque a Fazenda Pública vai receber o dinheiro mais tarde, sendo a
responsabilidade por esse atraso do substituto que devia ter retido e não reteve
(tinha um dever legal de retenção).
Substituição tributária
Exemplos:
O “substituído” tem de
Efectuar retenções na fonte a título de pagamento por conta do algumas das obrigações fiscais
imposto que é devido no fim do ano por aquele
acessórias
Processo de
Pagamento
execução
voluntário do Venda dos
Ato de fiscal/cobraça
imposto - 30 bens
liquidação coerciva do
dias (art. 84º e penhorados
imposto (art.
85º/2 CPPT)
148º CPPT)
Pedido de pagamento da
dívida tributária em prestações
(art. 42º LGT e 88º/2 CPPT)
Regra geral: avaliação direta da matéria colectável (art. 81º LGT) visa-se a
determinação do valor real dos rendimentos ou bens sujeitos a tributação, razão pela
qual a avaliação dos rendimentos ou valores sujeitos a tributação se fundamenta em
critérios objectivos (art. 84º/1 LGT).
69º LGT
Procedimento de liquidação instaura-se com as declarações
Inicia-se dos contribuintes ou, na falta ou vício destas, com base em
todos os elementos de que disponha ou venha a obter a
entidade competente (art. 59º CPPT)
Quando a avaliação venha a ser efectuada pelo sujeito passivo no âmbito dos
procedimentos de autoliquidação, o mesmo deverá, sempre que solicitado pela
Administração Tributária, esclarecer os critérios utilizados e a sua aplicação na
determinação dos valores que declarou (art. 84.º/2 LGT).
É subsidiária da avaliação directa, pelo que se lhe aplicam, sempre que possível e a
lei não prescrever em sentido diferente, as regras da avaliação directa (arts. 81.º/ 1 e
85.º da LGT).
(1) Regime simplificado de tributação (art. 87/1/a) LGT; art. 28º e 31º CIRS;
86º-A CIRC)
métodos indiretos
NOTA:
Caso Prático 18
Pontos a desenvolver:
Pontos a desenvolver:
Objetivo do procedimento
Intervenção de um perito PRAZO: 30 dias (art. 91º/1 LGT)
independente (art. 91º/4 Pressuposto da impugnação judicial do ato de
LGT) liquidação (art. 117º/1 CPPT e 86º/5 LGT)
Determinada a matéria colectável por métodos indiretos, caso o sujeito passivo não
concorde com a quantificação efectuada pela AT
Não se aplica aos casos de regime simplificado (art. 91º/1), nem às situações
de manifestação de fortuna (art. 89º-A/7);
Inicia-se a pedido do contribuinte, através do requerimento dirigido ao órgão
da administração tributária da área do seu domicílio fiscal
Nos 30 dias contados a partir da data da notificação da decisão
O pedido suspende o procedimento de liquidação do tributo (art. 91º/2
LGT) – apenas até à decisão final tomada neste procedimento
O procedimento…
Se não tiver havido aquele pedido, pode posteriormente impugnar mas apenas com
base em outros fundamentos, p. ex., falta de fundamentação – 117.º/2 CPPT
Dado que o art. 22.º, n.º 4 da LGT garante ao responsável subsidiário o direito à
reclamação e à impugnação da matéria tributável, nos mesmos termos do devedor
principal, e não lhe for possível, no caso de fixação da matéria tributável por métodos
indiretos, requerer ou intervir, por se encontrar findo, no procedimento de revisão,
poderá mesmo assim impugnar a avaliação indirecta com fundamento em ilegalidade
por erro na quantificação ou nos pressupostos de determinação da matéria tributável.
Pode agora o responsável subsidiário, contra quem foi revertida a divida, vir
solicitar esta revisão?
trinta dias previsto para o efeito no n.º 1 do artigo 91.º da LGT. (ex: Acórdão do
STA de 17/03/2011, processo n.º 0876/09).
A possibilidade de impugnar:
Caso Prático 19
Alfredo:
A não ser que a Administração Tributária utilize a faculdade prevista no art. 89º-
A/4 LGT e, com base nos critérios do art. 90º, fixe um rendimento superior ao
rendimento padrão (valor de rendimento presumidamente ocultado, fixado pelo
legislador com base em regras de experiência).
Pressupostos de funcionamento
Dois problemas:
Justificação parcial
Quando o sujeito passivo apenas consegue fazer uma justificação parcial da origem
do rendimento que lhe permitiu realizar os negócios qualificados, segundo a lei, como
manifestações de fortuna.
Nestes casos, o tribunal tem entendido que esta justificação não é suficiente para
afastar a aplicação do regime jurídico das manifestações de fortuna, MAS a mesma há-
de revelar para a fixação presuntiva do montante do acréscimo patrimonial não
justificado.
Desde que tal justificação parcial não constitua uma fraude à lei
Casados – com a reforme de 2015 a tributação separada do casal passa a ser a regra
do IRS, embora se salvaguarde a opção pela tributação conjunta – que protege os casais
com rendimentos de valores díspares (art. 59º).
No caso dos contribuintes que não optarem pela entrega da declaração conjunta, os
respectivos dependentes passam a poder integrar a declaração de cada um dos
progenitores, isto é, podem ser incluídos em mais do que uma declaração anual de IRS.
Fases do imposto
Lançamento objetivo
Quociente familiar
Deduções à
Colecta Imposto a pagar
colecta
Incidência real
Rendimentos resultantes:
Art.28º/8 – quando a prestação de serviços seja feita a uma única entidade, o sujeito
passivo pode optar pela tributação de acordo com as regras da categoria A.
Incluem-se aqui outros rendimentos pagos pela entidade patronal ou por terceiros no
interesse desta (exemplo: fundos de pensões). Isto é, prestações atribuídas, não importa
a que título, antes de verificados os requisitos exigidos nos regimes obrigatórios de
segurança social para a passagem à situação de reforma e, bem assim, as prestações que
continuem a ser devidas até que se verifiquem os requisitos necessário à passagem à
situação de reforma.
Abonos de família
Subsídios de refeição
Contribuições da entidade patronal para seguros de vida
Fundos de pensões
Regimes complementares de segurança social
Benefícios imputáveis à utilização e fruição de realizações de utilidade social
e de lazer mantidas pela entidade patronal
Despesas por esta suportadas com acções de formação profissional dos
trabalhadores
Ajudas de custo na parte em que não excedam os limites legais (art. 2º/3/d))
Verbas atribuídas ao trabalhador para despesas de deslocação, viagens ou
representação (exemplo: gastos com alimentação, alojamento, receções,…)
Compra e venda:
Fabricação;
Pesca;
Exploração mineira e outras indústrias extractivas;
Transportes;
Construção civil;
Urbanística e exploração de loteamentos;
Actividades hoteleiras e similares, restauração e bebidas;
Agências de viagens e turismo;
Artesanato;
Actividades agrícolas e pecuárias não conexas com a exploração da terra ou
em que esta tenha carácter manifestamente acessório;
Actividades agrícolas, silvícolas e pecuárias integradas noutras de natureza
comercial ou industrial.
Art. 3º/1/c) – em princípio, estes rendimentos apenas são de incluir nesta categoria
quando auferidos pelo respectivo titular originário (inventor, autor, …):
o Categoria F
Noção de prédio (art. 2º CIMI) – exemplo: uma fracção de terreno com ou sem
edifícios ou outras construções neles implantados, …
No art. 8º/4 – todo o bem móvel assente no mesmo local por período superior a 12
meses (exemplo: caravana, tenda destinada a espectáculos)
Tem de existir uma renda prédios não arrendados não são tributados em sede de
IRS.
Inclui também:
o Categoria G
o Categoria H
Caso Prático 20
Caso Prático 21
Caso Prático 21
Imagine que o Sr. XYZ, nacional português e domiciliado no Porto, vai receber no
ano de 2015, os seguintes rendimentos líquidos de deduções:
Resposta:
2. Deduções específicas
Dedução de perdas
3. Taxa
João e Maria são casados e obtêm, cada um, anualmente, rendimentos tributáveis
sujeitos a englobamento de 37.500€. O rendimento do casal é, assim, de 75.000€.
Optam pela tributação conjunta, como determino as taxas aplicáveis?
Taxas liberatórias
Art. 71º - não há, regra geral, englobamento. Exemplo: juros de depósito a prazo
(categoria E).
Gorjetas
Saldo positivo entre determinadas mais e menos-valias mobiliárias (das
quais se destaca as obtidas na venda de acções e/ou quotas).
Não são taxas liberatórias porque o sujeito passivo mantém a obrigação de fazer
constar estes rendimentos da respectiva declaração.
4. Colecta
5. Deduções
6. Pagamento do imposto
Em suma…
3. Rendimento englobado
–
Algumas perdas (art. 55º)
=
Rendimento global líquido
Caso Prático 22
João é proprietário de um prédio urbano, que lhe havia sido doado pelo seu pai,
e o qual habitou durante 5 anos, tendo, posteriormente, vendido o mesmo a António por
150.000€. António arrendou, em Março de 2015, por 10.000€ anuais, a Daniela,
tradutora, que celebrou com Maurício, estudante Erasmus, um contrato de prestação de
serviços de tradução dos manuais, com o valor unitário de 5.000,00€.
Enquadre os factos tributários referidos no âmbito das normas de incidência
dos impostos a que respeitem.
Resposta:
Caso Prático 23
Resposta:
Caso Prático 24
Albertino vendeu em Junho de 2011, por 250.000,00€, a sua casa de habitação que
adquirira 4 meses antes por 200.000,00€, tendo aplicado o valor de realização
decorrente da venda na aquisição de um outro imóvel por 750.000,00€.
Resposta:
Caso Prático 25
A Sra. ABC comprou, em 2010, um prédio urbano localizado na R. das Flores, nº1,
Coimbra, por 100.000,00€, o qual vendeu, em 2014, ao Sr. XPTO por 180.000,00€. O
Sr. XPTO transformou esse prédio no seu escritório para a prestação de serviços de
consultoria, que lhe renderam, em 2014, 120.000,00€.
Resposta:
Caso Prático 26
António dispõe de 300.000€ de que espera não precisar nos próximos 5 anos e que
pretender investir em Portugal. Mas está hesitante entre:
António conhece as implicações jurídicas gerais que cada uma destas opções
desencadeia, mas não sabe com que consequências fiscais pode contar. Tente ajudá-lo,
indicando o tratamento fiscal correspondente ao rendimento que possa obter no caso de
optar por cada uma dessas situações.
Resposta:
Caso Prático 27
Resposta:
Caso Prático 28
Considere que, no ano de 2015, a Sra. ABC auferiu € 30.000,00 pela sua actividade
como advogada da sociedade ABC e JJB Advogados e € 5.000,00 pelo arrendamento de
um prédio urbano da sua propriedade. O Sr. XYZ, seu marido, vai obter, no mesmo ano,
€ 15.000,00 da sua actividade de caçador e de exploração directa de pastos naturais. O
casal vai receber ainda € 1.000,00 de juros de depósitos a prazo que detém numa
instituição bancária.
Resposta:
Pela prestação de serviços de advocacia realizados, incidirá IVA (arts. 1º, nº. 1, al.
a; 4º, nº. 1 CIVA), bem como será devido este imposto pelo Sr. XYZ nas trocas que
Cogita-se, ainda, a incidência do IMI, dada a propriedade do prédio urbano pela Sra.
ABC (arts.1º, 2º e 8º do CIMI), e a incidência do IS, considerando a celebração de um
contracto de arrendamento entre a Sra. ABC e o respectivo arrendatário (arts. 1º, n.º 1;
2º e 3º, n. 3, al. a do CIS).
Caso Prático 29
Resposta:
Sobre o resultado da divisão incidem as taxas média e normal (art. 68º) para o
escalão de rendimento correspondente, procedendo-se, então, à multiplicação do
resultado da colecta pelo mesmo quociente familiar de 2. Deste resultado, subtraem-se
as deduções gerais à colecta (art. 78º e ss. do CIRS), chegando-se à colecta líquida,
que será o total de imposto a pagar.
A cobrança do imposto será feita na forma dos arts. 97º e ss. do CIRS, valendo
ressaltar que, para os rendimentos da categoria B, são devidos três pagamentos por
conta do imposto devido a final (art. 102º do CIRS).
Por fim, considerando que os juros de depósitos a prazo estão sujeitos a taxa
liberatória (art. 71º, n. 1, al. a do CIRS), a incidência do IRS dar-se-á aquando do
pagamento de juros pela instituição bancária com a retenção na fonte a título definitivo
da taxa de 28%, liberando integralmente os contribuintes (art. 28º, n.º 1 da LGT) –
retenção na fonte a título definitivo.
Caso Prático 30
Ana doou, em 2010, ao seu filho Bernardo um prédio urbano avaliado em €100.000.
Bernardo habitou no imóvel até 15 de Janeiro de 2015, data em que o vendeu a Carlos
por €130.000.
Resposta:
Caso Prático 31
Resposta:
Em concreto:
Caso Prático 32
Rendimentos de Categoria G, artigo 9.º, n.º 1, al. a) e 10.º, n.º 1, al. a), exclusão
do reinvestimento previsto no artigo 10.º, n.º 5, CIRS;
Sujeição a Imposto de Selo, artigo 1.º, n.º 1, parte final, e tabela Geral verbas 1.2.
e 1.2.; Isenção quanto à verba 1.2, artigo 6.º do CIS;
alínea c), CIRS (não era exigido a explicitação do regime de IVA); transmissão
gratuita: Imposto de selo, artigo 1.º, n.º 1, parte final e n.º 2 al. e), e artigo 2.º CIS.
Caso Prático 33
A AT alterou a declaração de IRS de Júlio e Júlia, por os mesmos não terem nela
incluído os rendimentos auferidos a título de “subsídio de residência”, pago pelo Estado
português, enquanto Júlia deu aulas em França.
Explique como podem os sujeitos passivos reagir contra o acto tributário em causa.
Caso Prático 34
Reclamação graciosa
Noção: “O procedimento de reclamação graciosa visa a anulação total ou parcial
dos actos tributários por iniciativa do contribuinte, incluindo, nos termos da lei, os
substitutos e responsáveis.” (art. 68º/1 CPPT)
Arts 70.º/6 e 73.º/1 – a reclamação pode ser apresentada por escrito ou oralmente
(em caso de manifesta simplicidade) e reduzida a termo nos serviços da AT.
Limitação dos meios probatórios – apenas provas documentais e elementos oficiais
de que os serviços disponham, sem prejuízo do disposto no art. 69.º/e) (art. 50.º CPPT
e 58.º LGT)
A dedução da reclamação graciosa não suspende os efeitos do acto tributário,
salvo:
no caso previsto no art. 92.º/8 LGT
Ou, quando for prestada garantia adequada (garantia bancária, caução,
seguro-caução – 199.º e 169.º CPPT)
Art. 183.º-A – a garantia caduca se a reclamação não for decidida dentro do prazo
estipulado (um ano a contar da data da sua interposição), o que constitui uma garantia
importante para os sujeitos passivos.
Tramitação
Art. 73.º CPPT:
A reclamação graciosa pode ser deduzida com os fundamentos previstos para a
impugnação judicial (70.º/1 e 99.º CPPT)
É apresentada no prazo de 120 dias contados a partir dos factos previstos no art.
102.º/1 CPPT – art. 70.º/1
Salvo quando a lei estabeleça em sentido diferente, a reclamação graciosa é
dirigida ao órgão periférico regional da AT e instruída, quando necessário, pelo
serviço periférico local da área do domicílio ou sede do contribuinte, da situação
dos bens ou da liquidação – art. 73.º CPPT
O órgão periférico local instaurará o processo, dentro de um prazo não superior a
90 dias, com os elementos de que disponha e elaborará proposta fundamentada da
decisão.
Art. 75.º - nos demais casos, a entidade competente para a decisão de reclamação
graciosa é o dirigente do órgão periférico regional da área do domicílio ou sede do
contribuinte, da situação dos bens ou da liquidação – 75.º/1
Se a entidade competente para a decisão entender que a mesma deve ser
indeferida, cabe-lhe elaborar proposta de decisão e ouvir o reclamante nos termos do
art. 60.º/1/b) da LGT, podendo esta formalidade ser dispensada nos termos do art.
60.º/3 da LGT
A notificação da decisão deve ser acompanhada da proposta de decisão elaborada
pelo serviço periférico local – art. 37.º/1 CPPT
Não pode ser deduzida reclamação graciosa quando tiver sido apresentada
impugnação judicial como mesmo fundamento (art. 68º/2 CPPT):
Contudo, art. 131º/3, situação em que não é obrigatória a reclamação, o prazo para
impugnação não depende de reclamação prévia, devendo a mesma ser apresentada no
prazo de 3 meses a contar do 102º.
III - Isto, porque a autoliquidação, que é efectuada pelo contribuinte, não constitui
um acto administrativo e, por isso, não é impugnável directamente, exigindo-se antes da
impugnação uma actuação da AT no sentido de “administrativizar” o acto.
IV - O segundo dos dois requisitos cumulativos exigidos pelo n.º 3 do art. 131.º do
CPPT para dispensar a reclamação prévia enquanto condição para abrir a via
contenciosa em caso de autoliquidação – «a autoliquidação tiver sido efectuada de
acordo com orientações genéricas emitidas pela administração tributária» – justifica-se
Neste caso, a regra é a de que o imposto entregue a mais será descontado nas
entregas seguintes da mesma natureza a efectuar no ano do pagamento indevido
Só no caso de não ser possível corrigir desta forma, é que o substituto terá de
impugnar judicialmente a retenção na fonte, MAS antes terá de reclamar
graciosamente para o órgão periférico regional da administração tributária
competente, no prazo de 2 anos a contar do termo do ano do pagamento indevido
(art. 132.º/2 e 3 CPPT).
N.º 4 - O mesmo se aplica ao substituído da retenção na fonte que lhe tiver sido
efectuada. Esta possibilidade está vedada aos casos de retenção com natureza de
pagamento por conta do imposto devido a final, pois neste caso o substituído terá
sempre direito à devolução da diferença, acrescida de uma remuneração
compensatória (ex: 96.º CIRS)
3) Art. 133º CPPT – Em caso de pagamento por conta (exemplo: art. 102º
CIRS)
n.º 1 - A impugnação judicial deve ter por fundamento erro sobre os pressupostos da
sua existência ou do seu quantitativo quando determinado pela AT
n.º 4 – 90 dias após a apresentação da reclamação sem que a mesma tenha sido
indeferida, a mesma considera-se tacitamente deferida.
Nos casos em que a reclamação graciosa não seja condição de impugnação judicial e
não existam motivos que razoavelmente a fundamentem, a entidade competente para a
decisão aplicará um agravamento graduado até 5% da colecta objecto do pedido, o qual
será liquidado adicionalmente, a título de custas, pelo órgão periférico local do
domicílio ou sede do reclamante, da situação dos bens ou da liquidação.
Tramitação
O autor do ato dispõe de 15 dias para proceder à revogação total ou parcial do ato:
Se o ato for totalmente revogado, o recurso fica sem efeito por inutilidade
superveniente;
Se houver mera revogação parcial ou se o autor do ato entender que o
mesmo deve ser mantido, deve fazer subir o recurso acompanhado do
processo a que respeito o ato ou, quando o recurso tiver efeito meramente
devolutivo, com um extracto do mesmo.
Modalidades:
A revisão dos atos tributários pode derivar da iniciativa do sujeito passivo ou da AT.
Logo, é um meio que não opera exclusivamente em sentido favorável ao contribuinte,
podendo ser utilizado para rever a matéria tributável apurada com fundamento em
injustiça grave ou notória de que tenha resultado elevado prejuízo para a Fazenda
Nacional (art. 78º/4 e 5 LGT).
Art. 99º e ss CPPT aplica-se apenas à impugnação de atos tributários, isto é, atos de
liquidação de tributos.
Não é possível, nos termos do art. 104.º do CPPT, cumular as duas pretensões na
mesma acção.
Execução fiscal
Cobrança coerciva das dívidas tributárias (sem prejuízo de este procedimento ser
também utilizado para cobrança de outras dívidas – art. 148.º/2 CPPT).
Caso Prático 35
Como a empresa não dispunha de bens suficientes para pagar a dívida, esta foi
revertida contra Joaquim. Por sua vez Joaquim entende que a AT não provou a sua
gerência de facto e pretende ainda impugnar a liquidação adicional por entender ter
havido um erro na quantificação da matéria colectável. De que meios é que o Joaquim
se pode socorrer?
Resposta:
Contudo, mesmo que não faça aquele pedido tem direito a impugnar com base
nos fundamentos previstos no artigo 86.º, n.º 5 da LGT
Caso Prático 36
Sim, pode. Está em causa a avaliação indireta da matéria coletável: à partida (art.
81.º/1 LGT) a matéria coletável é determinada por mero cálculo (elementos
exclusivamente objetivos + operações matemáticas) ou por avaliação (métodos que
envolvem subjetividade, apesar do que se estabelece no art. 84.º/1); De acordo com o
artigo 81.º/1 LGT distingue-se entre a avaliação direta (visa a determinação do valor
real dos rendimentos ou bens sujeitos a tributação) e a avaliação indirecta (determinação
do valor dos rendimentos ou bens tributáveis a partir de indícios, presunções ou outros
elementos), tendo esta última sempre carácter excecional (cf. art. 87.º) e sendo
subsidiária da avaliação direta.
1. Instauração da execução
2. Citação do devedor
3. Oposição à execução Fase que decorre nos tribunais tributários
4. Penhora
5. Embargos de terceiro Fase que decorre nos tribunais tributários
6. Convocação, verificação e graduação dos créditos
Não é possível, nos termos do art. 104.º do CPPT, cumular as duas pretensões na
mesma acção.
Pode ser pedida a dispensa de prestação de garantia se se provar que a mesma irá
causar um prejuízo irreparável, ou se houver falta de meios económicos – 170.º CPPT
artigo 11º/4, LGT, como opção meramente legislativa e não como injunção
constitucional; a analogia não é proibida, por lei, no Direito Fiscal, fora do
domínio dos elementos essenciais do imposto.