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Lançamento e Crédito Tributário

A obrigação principal (tributos e multas) do tributo não pode ser cobrada no


surgimento há trâmites legais a serem cumpridas.
Para o cobra é lançado um ato administrativo chamado Lançamento, esse ano
constitui o crédito tributário e é a partir de existir o crédito tributário que se pode
exigir a prestação do contribuinte.
Crédito tributário: vínculo jurídico obrigatório, criado pelo Estado que exige o
pagamento da obrigação principal, tributo mais multas.
O crédito tributário não é obrigado em si, mas é a forma de viabilizar a cobrança.
Defeitos formais e substanciais no lançamento não invalidam a obrigação tributária.
Se o lançamento tributário ou o crédito tributário forem inválido podem ser até
refeitos. Um vício nas formalidades não afeta a existência de uma obrigação
tributária se o fato gerador ocorreu. O crédito tributário é uma atividade vinculada
do Estado, deve ser feito com ampla observação na lei, sendo proibido modificar ou
extinguir os regulamentos constituídos. Os motivos para a sua suspensão ou
exclusão são previstos em lei.
Constituição do crédito: a criação do crédito tributário é feita exclusivamente por
autoridade administrativa, completamente exclusiva do Estado. O lançamento por
homologação o contribuinte calcula e recolhe autonomamente, ainda assim, o ato é
da autoridade administrativa que dá fim a homologação, com o efeito de extinguir o
crédito.
Lançamento: é o nome do ato de constituição do crédito tributário, é um ato
administrativo vinculado que deve comprimir todos os passos previstos para estar
regular e gere o dever de pagamento do contribuinte. O lançamento, segundo CTN,
estabelece os elementos básicos de todos os lançamentos, determinar a matéria
tributável, calcular o montante do tributo tributável, identificar o sujeito passivo
e,sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. O lançamento constitui o
crédito e declara a obrigação tributária que já existia desde a concretização do fato
gerador.
Aspectos temporais: o lançamento declara a obrigação tributária retroativamente,
noticiando o contribuinte o seu dever de pagar desde a ocorrência do fato gerador.
Ele é regido pela lei em vigência durante o fato gerador, salvo leis mais novas que
tratem de novos critérios de apuração e fiscalização.
Responsabilidade da autoridade: a Administração é obrigada a realizar os
lançamentos previstos pela lei. Não arrecadar sujeita às autoridades às penalidades
cabíveis, inclusive crimes de responsabilidade. O lançamento não é um ato
discricionário, ele deve ocorrer conforme a lei para todos os contribuintes na mesma
situação.
Alteração do lançamento: uma vez realizado, o lançamento só pode ser modificado
nos moldes legais.
impugnação por iniciativa do sujeito: contribuinte discute o imposto na vida
administrativa ou judicial
- recurso de ofício: recursos contra ações judiciais - iniciativa de ofício da
autoridade: para sanar ilegalidades observadas pelo fisco

Modalidades de lançamento: de Ofício - por Declaração - por Homologação


De Ofício Lançamento de Ofício: É o realizado por iniciativa da autoridade, sem
necessidade de colaboração ou declaração do sujeito passivo ou terceiros.É a
modalidade mais tradicional, está ligado a tributos cobrados a partir de dados
cadastrais conhecidos previamente pelo Estado. Exemplos: IPTU IPVA ITR Taxas.
Lançamento por Declaração: há atuação do contribuinte ou terceiro, fornecendo
informações necessárias para que a autoridade possa fazer o lançamento.É a
modalidade dos impostos de transmissão de bens. Neles, o registro da transmissão
em cartório só ocorre DEPOIS do pagamento do tributo. Ex: ITCD ITBI
Por Homologação: Por Homologação: tributo é calculado e pago pelo contribuinte,
sem atividade da autoridade administrativa. A autoridade homologa o pagamento já
realizado. É a modalidade mais nova e usada nos impostos mais rentáveis.
Relacionada à atividade econômica, no comércio, indústria e movimentações
financeiras. EX: II IE IR ICMS ISS
Classificações do pagamento por homologação:
- Expressa: o pagamento leva à extinção do crédito, formalmente reconhecida pelo
Estado por algum ato formal - Tácita: se o estado não se manifestar sobre o
pagamento, em cinco anos, está homologado.

Lançamento por Arbitramento e Revisão


Arbitramento Quando houver dúvidas sobre a boa-fé ou a informação completa dos
dados fornecidos pelo contribuinte, pode ocorrer o arbitramento. Arbitramento pode
ocorrer apenas nos lançamentos por declaração ou homologação (porque, de ofício,
não se fornece informações). Nesse caso, a autoridade pública arbitrará o valor dos
fatos geradores, estabelecendo a partir do seu julgamento os valores. O contribuinte
pode contestar judicial ou administrativamente.

Revisão de Declaração: Revisão é reconsiderar o lançamento e alterar ele,


adequando-o aos acontecimentos. A revisão pode ocorrer no prazo de cinco anos
contados a partir do exercício financeiro seguinte ao do lançamento.
Suspensão da Exibilidade e Extinção do Crédito:
Suspensão é a sustação temporária da exigibilidade de um tributo. O contribuinte,
enquanto se resolve outro andamento, não precisa pagar e nem pode ser obrigado.
1) Proibida a execução fiscal 2) Prazos de cobrança suspensos 3) Obrigação de
pagar não existe até o final da circunstância
Extinção do Crédito: Extinção do crédito é a desconstituição do dever de pagar. São
acontecimentos que fazem cessar, de maneira definitiva. Normalmente, eles
encerram toda a relação que surgirá entre sujeito ativo e passivo em decorrência do
fato gerador. O mais comum é a satisfação do crédito por meio do pagamento
regular realizado pelo contribuinte. além do pagamento, há vários
meios de extinção. Alguns são semelhantes ao
pagamento, outros decorrem de decisões judiciais ou de falhas graves na cobrança.
Pagamento: Dados básicos sobre o pagamento:
- Tempo: regra de trinta dias da notificação. Alguns com prestações sucessivas
(IPTU).Com juros de mora se houver desrespeito.
- Lugar: domicílio do contribuinte
- Modo: pecúnia, conforme o Estado e o contribuinte usem regras diferentes, algum
equivalente (bens, créditos de outros tributos pagos a mais, selos e estampas).

Extrafiscalidade e Parafiscalidade

Finalidade Fiscal: o efeito fiscal do tributo é arrecadar receitas para viabilizar o


Estado. Tributos são uma receita derivada e compulsória essencial para a
manutenção do aparato estatal. Mas cobrar tributos gera efeitos sociais e
econômicos. Assim, eles podem ser cobrados objetivando outros fins.
No modo de cobrar tributos, muitas vezes, há mais finalidades do que a simples
arrecadação.

EXTRAFISCALIDADE
Extrafiscalidade é o efeito de gerar um comportamento desejado no contribuinte
diferente da arrecadação. O termo é utilizado quando as normas tributárias não tem
como função principal a obtenção de receitas ou uma política tributária, mas
objetivos econômicos e sociais. Elas são estímulos ou desestímulos a
comportamentos.
Um tributo é chamado de extrafiscal quando o principal efeito desejado dele não é a
arrecadação, mas algum efeito pretendido pelo legislador.

Em vigor atualmente:
- Imposto de renda tem faixas para que os custos de manter o Estado recaia sobre
os mais ricos
- Impostos de Importação altos protegem a indústria nacional
- FGTS pretende garantir a subsistência do trabalhador

Tributos com Efeito Extrafiscal mais evidente:


a) Imposto de Importação e Imposto de Exportação b) Imposto sobre Produtos
Industrializados c) Imposto sobre Operações Financeiras
Eles não respeitam o princípio da anterioridade tributária pelos efeitos extrafiscais
muito dinâmicos na economia.
Progressividade do IPTU – pela finalidade social
IPTU tem efeito fiscal relevante para a receita municipal. No entanto, quando o solo
é mal utilizado, ele pode assumir também um caráter extrafiscal. O Estatuto da
Cidade previu a possibilidade na prática, dando 5 anos de IPTU progressivo antes
de sanções mais graves.
Em 2000, com a EC 29, surgiu uma Extrafiscalidade nova para o IPTU. A
progressividade em razão de USO, VALOR e LOCALIZAÇÃO do imóvel.
PARAFISCALIDADE
Esse termo não indica comportamentos tributários. Parafiscalidade é relacionado à
quem cobra e usa o tributo. Quando o Estado nomeia um sujeito ativo diverso da
pessoa a quem caberia o tributo, e permite que guarde a verba para seus fins, isso
é parafiscalidade. Exemplo: até a criação da Secretaria de Receita Previdenciária, o
INSS cobrava e utilizava os tributos previdenciários para a previdência, sem contato
com o destinatário previsto em lei, a União.

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