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QUAL O SENTIDO DO TRABALHO?


 Promover um futuro promissor;
 Incitar a profissionalização adequada para o sucesso;
 Suscitar a realização pessoal;
 Fomentar a criatividade, a cooperação e a qualidade de vida;
 Ajudar a construir uma sociedade plural e economicamente sadia através das diversas
vocações;
 Ser uma das maiores fontes de sentido da vida do ser;
 Propiciar um contexto apropriado para a evolução e crescimento do ser humano;
 Ser um espaço do exercício da cidadania e da dignidade humana.
PROPOSTA ENEM
COLETÂNEA
Texto I

A crise da covid-19 deteriorou o mercado de trabalho brasileiro e fez o nível de


informalidade acelerar. A proporção de trabalhadores informais na população ocupada é a
maior em uma década no Brasil. Economistas afirmam que a tendência é esse percentual
crescer no curto prazo e argumentam que, sem crescimento econômico, dificilmente haverá
reversão desse quadro.

Disponível em: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2021/11/10/trabalho-informal-baterecorde-e-deve-continuar-a-crescer.ghtml. Acesso


em: 07 jan. 2022. (adaptado)
COLETÂNEA
Texto II

País do "bico": trabalho informal cresce no Brasil e é alternativa para muitos

O trabalho por conta própria, inclusive os “bicos”, atingiu 24,8 milhões de trabalhadores brasileiros. É muita gente na
informalidade ou tentando sobreviver em micro negócios sem registros nos órgãos competentes. Para se ter uma
ideia, mais de 1 milhão de pessoas aderiram ao trabalho por conta própria no segundo trimestre de 2021 em relação
ao primeiro trimestre. E a informalidade é um problema quase natural em um país economicamente fragilizado; dos
24,8 milhões de brasileiros que atuam por conta própria, apenas 23% têm CNPJ. O grupo de trabalhadores informais
engloba os empregados no setor privado sem carteira assinada, empregados domésticos sem carteira assinada,
empregador sem registro no CNPJ, trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ e trabalhador familiar
auxiliar. Por conta da pandemia, muitos profissionais que tinham carteira assinada resolveram não buscar mais
emprego, muitos deles escorados no auxílio emergencial oferecido pelo governo nesse período. [...] Tudo isso fez a
informalidade aumentar e pessoas que antes atuavam em empresas formais passaram a buscar caminhos com mais
flexibilidade. [...] Outra causa muito comum para a escolha do caminho da informalidade é a falta de preparação para
encarar o mercado de trabalho. O grupo de pessoas com nenhuma escolaridade ou apenas educação primária em
países subdesenvolvidos chega a 95% da população, o que dificulta esses trabalhadores a encontrar um trabalho
formal e os força a fazer “bicos” para sobreviver.
Disponível em: https://jc.ne10.uol.com.br/colunas/carreiras-e-mercado-de-trabalho/2021/09/13037955-p
COLETÂNEA
Texto III

Ao contrário da autonomia e da liberdade prometida pela flexibilização da economia, os trabalhadores


estão, cada vez mais, subordinados ao capital, uma vez que a qualidade e a intensidade do trabalho já não
precisam ser controladas através de gerentes e supervisores, pois o próprio salário se encarrega dessa tarefa.
O salário por peça constitui “a base tanto do moderno trabalho domiciliar [...] como de um sistema
hierarquicamente organizado de exploração e opressão” (MARX, 1984, p. 141). Essa modalidade de salário
disseminada nas relações atuais de produção não é inocente. Além de elevar o grau de intensidade do
trabalho, alterando, portanto, o tempo de trabalho socialmente necessário, propicia a introdução de
intermediários, suscitando uma hierarquização, na qual a exploração dos trabalhadores pelo capital pode ser
mediada inclusive por outros trabalhadores. Assim, o que se nos é apresentado como liberdade do trabalho
e respeito à individualidade do trabalhador é tão somente uma forma adequada ao modo de produção
capitalista, no qual a acumulação está a depender de relações flexíveis. [...]
Disponível em: https://sinait.org.br/docs/OCorolarioDaTerceirizacao_MariaAugustaTavares.pdf. Acesso em: 07 jan. 2022. (adaptado)
COLETÂNEA
Texto IV

“Eu recebo pouco, mas um outro colega ainda recebe menos. Então eu aceito piores condições de trabalho
porque eu ainda tenho um emprego. Chega-se ao ponto em que eu vou ter que pagar para conseguir trabalhar.” – Teresa
Moreira, pesquisadora portuguesa – documentário: “GIG – A uberização do trabalho” - 2019.

Disponível em: https://www.consumidormoderno.com.br/2019/12/02/aprendizadoself-service-tendencias-educacao/. Acesso em: 07 jan. 2022.

Texto V

"(...) A uberização de nossas vidas, a precariedade de nossas relações de trabalho, a ilusão da informalidade como
panaceia para o desemprego é uma realidade no mundo todo. As pessoas pensam ‘Ah, não quero patrão, eu mesmo serei
meu patrão, serei colaborador’. O patrão passa a ser um algoritmo, o controle passa a ser no celular. Dias de 14 horas de
trabalho, sem folga."

Disponível em: https://blogs.oglobo.globo.com/ruth-de-aquino/post/uberizacao-de-nossas-vidas.html. Acesso em: 07 jan. 2022. (adaptado)


PROBLEMATIZAÇÕES:
Uberização e autonomia:
• Há maior liberdade e flexibilidade de horário
• Praticidade no serviço. Não se tem relações de trabalho em que, às vezes, o trabalhador é obrigado a
passar pelo simples fato de estar na empresa, como por exemplo, abuso de poder e autoridade.
• Aposentados podem cadastrar-se nos aplicativos para gerar renda extra, sem implorar por vagas de
emprego no mercado de trabalho, o qual, em maioria, descarta os candidatos de idade avançada.
• Há uma maior probabilidade de a taxa de desemprego diminuir pelo fato de não haver uma exigência de
alto conhecimento científico para gerar renda. Um exemplo disso são os aplicativos para empregadas
domésticas.
• Nos aplicativos, o cadastrado faz sua renda diante das horas trabalhadas. Assim, não fica preso a um
salário inflexível e nem a um aumento ou bônus que nunca vêm ou que dependem da boa vontade da
empresa ou do empregador.
• Forma de empreendedorismo, já que o usuário não tem patrão e pode fazer seu próprio horário.
PROBLEMATIZAÇÕES:
Uberização e autonomia:
• O processo de uberização conta com pessoas que possivelmente estariam com grandes dificuldades de
ter uma fonte de renda. Isso mostra o impacto de inclusão social desses trabalhos num momento de tanta
fragilidade econômica como o que estamos tendo no país.
PROBLEMATIZAÇÕES:
Uberização e trabalho informal como precarização e forma de sobrevivência:
• Falta de estabilidade;
• Sem salário fixo;
• Depende do esforço ativo do trabalhador;
• Perda de garantias trabalhistas da CLT;
• Falta de legislação;
• Falta de remuneração por hora extra;
• Forte exploração do trabalho, não há limite de jornada. É a chamada “escravidão digital”: não há dia e
noite, toda hora é hora de trabalhar. Assim, o trabalhador vive a proletarização digital.
• Ausência do poder de barganha dos trabalhadores, já que não há uma categoria sindical que os
represente.
• Nova forma de escravidão: longas jornadas de trabalho, sem nenhum direito e pouco dinheiro para um
dia inteiro de trabalho (14 a 20 horas e R$0,93/km ou R$0,12/min em média).
• O motorista é responsável pelos gastos de sua ferramenta de trabalho (seguro, IPVA, combustível,
mecânica, limpeza e manutenção) a qual não está calculada no valor bruto que recebe. Todo o gasto sai
do bolso dele
PROBLEMATIZAÇÕES:
Uberização e trabalho informal como precarização e forma de sobrevivência:
• O motorista dos aplicativos de corrida, por exemplo, não pode cancelar corridas, pois sua pontuação é
rebaixada e, assim, será penalizado.
• Está sujeito a ter sua nota baixada a todo momento pelo usuário. Essa prática, muitas vezes, é infundada,
baseada no “humor” do usuário/passageiro. Com uma nota abaixo de 4,50, o Uber é expulso da empresa.
Assim, fica refém do ego e do egoísmo do outro, já que a todo momento é avaliado. Aqui, tem-se vários
chefes para um único trabalhador.
• Regime social de sujeição do homem e utilização da sua força explorada para fins econômicos.
• Os motoristas dos aplicativos dependem de condições específicas para gerar renda, como: horários
dinâmicos, saídas de festas, boates etc. Em período de férias, ganham muito menos, já que o número de
corridas diminui.
• Os motoristas dos aplicativos de corrida não desfrutam de finais de semana para descanso. Trabalham
mais ainda, pois são nestes dias em que os usuários bebem e contam com as corridas.
PROBLEMATIZAÇÕES:
Uberização e trabalho informal como precarização e forma de
sobrevivência:
• A transformação do trabalhador em um empreendedor de si próprio, cada vez mais
responsável em gerenciar seu trabalho, mas um gerenciamento que não deixa de ser
subordinado, permeado por novas formas de promoção da intensificação do trabalho,
por novas formas de eliminação de garantias, de direitos, permeado por diversos
mecanismos que garantem a transferência de riscos e custos ao trabalhador, é algo que
atravessa o mercado de trabalho de cima a baixo.
• A pandemia acelerou a crise financeira que já enfrentávamos desde 2008;
• A crise política e econômica potencializam os desempregos;
• Educação desigual;
DEFINIÇÃO

O trabalho informal consiste na realização de


atividades sem vínculos empregatícios ou registros
formais. Trata-se do desenvolvimento de qualquer
atividade autônoma, ou seja, na qual o indivíduo o
desenvolve por sua conta.
DEFINIÇÃO

A uberização é o fenômeno de alteração


das relações tradicionais de emprego para
o trabalho “autônomo” oferecido pelos aplicativos.
Assim, inúmeras pessoas têm alcançado o sustento
oferecendo a força de trabalho aos aplicativos.
EXEMPLOS CONCRETOS
“Dia após dia temos encontrado na internet fotos históricas que
demonstram a precarização do trabalho em tempos
de aplicativos de serviços. A estrela da vez é a faxina, um dos
serviços propostos pela startup Parafuzo. A ideia é que as
pessoas, sobretudo jovens que acabaram de iniciar a vida
morando sozinhos, contratem diaristas para limpar suas casas
por preços baixos. A chamada faxina agendada oferEce ao
cliente a oportunidade de ter a residência organizada gastando
R$ 19,90 na primeira contratação.

Pechincha, não é? Só que não! A proposta dominou o debate no


Twitter, principalmente por ser mais um exemplo da
precarização do trabalho em uma área historicamente marcada
pela falta de estrutura e o racismo.”

https://www.hypeness.com.br/2020/03/faxina-agendada-por-r-1990-app-suscita-debate-sobre-
precarizacao-do-trabalho/
EXEMPLOS CONCRETOS

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/07/11/entregador-de-aplicativo-tem-avc-durante-
entrega-e-morre-apos-aguardar-2-horas-por-socorro-em-sp.ghtml
EXEMPLOS CONCRETOS

A cada 10 pessoas 4, no Brasil, estão no trabalho informal


(uberização). É a maior marca da História, desde 2016.
Enquanto o emprego sobe em escala das milhares, o
desemprego cresce na escala dos milhões.
A taxa de ocupação aumenta com a informalidade, mas
também a PRECARIZAÇÃO das vidas aumenta de forma
exponencial.
Junte aos dados de desemprego e os de trabalho informal
com o aumento de 60% no número de moradores de rua na
cidade de São Paulo, nos últimos 4 anos, que logo se terá o
cenário exato de uma mudança de paradigma nada promissora
para uma social democracia ou democracia liberal.
EXEMPLOS CONCRETOS
Sistema similar ao Uber está cadastrando docentes
para atuarem como substitutos na rede privada e
pública. O uber-docente abriu cadastro no site do
aplicativo Prof-e, com inscrição para professores. Na
página da empresa diz o seguinte, “será um Processo
Seletivo Simplificado Nacional para Formação de
Cadastro de Professores.
Os professores aprovados no processo seletivo
serão chamados para substituir aulas presenciais (se for
na cidade onde reside) ou online em qualquer cidade do
Brasil, com EAD invertido (alunos na escola e
Professor a distância). Todos os candidatos Inscritos,
terão acesso gratuitamente a um curso de 80 horas de
Formação para Docentes em Metodologias Ativas,
Didática, Metodologia do EAD e como gravar e
transmitir suas aulas com seu próprio
equipamento (celular ou notebook)”.

https://www.extraclasse.org.br/educacao/2020/01/contratacao-uberizada-de-professores-por-aplicativo-ja-e-realidade/?fbclid=IwAR3-Nt6sNO
E05fwP3NWZ2oeJ25AJjajWlcXNPPH38017_p56h3g9auuM6fA
EXEMPLOS CONCRETOS
Pela Avenida Paulista, um homem em uma cadeira de rodas
trafega ofegante. Em seu colo, carrega uma bolsa na qual leva lanches
que recebeu em um restaurante localizado metros atrás, na mesma via.
Passam das oito da noite da sexta-feira (14). "Estou desde meio-
dia sem comer nada, meu filho. É muita correria, só dá tempo para
tomar água", diz à reportagem. Ele pausa o percurso para pegar fôlego.
Logo volta a seguir viagem.
Oliveira explica que, logo que pega um pedido, avisa que o
entregará em uma cadeira de rodas. "É porque geralmente tem cliente
que cancela por causa disso", diz.
O entregador conta que muitos não querem esperar o tempo
que ele levará para chegar. "Acham que eu vou levar a comida de
camelo", ironiza.
Enquanto atua como entregador, um dos sonhos dele é
conseguir um aparato para transformar sua cadeira de rodas em uma
espécie de triciclo.
"Esse equipamento custa de R$ 5 mil a R$ 6 mil, mas no
momento não tenho condições. Não tenho dúvidas de que isso
facilitaria a minha locomoção", pontua.

https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2020/02/18/oito-horas-sem-comer-so-consegui-tomar-agua-o-cadeirante-que-entrega-comidas-por-aplicativos-na-avenida-paulista.ghtml?fbclid=IwAR18Hz5MXyJ7Uzw13CeKuoeBXO5GOnMyBAimkrgiLYzkdkpzs_rVmGPUH0c
HISTÓRIA
O trabalho na Pré-História: o trabalho era a luta constante para sobreviver

O trabalho na antiguidade: não existia a noção de emprego. A relação trabalhista que existia entre as
pessoas era a relação escravizador-escravo.

O trabalho na idade média: não havia a noção de emprego. A relação trabalhista da época era a
relação senhor-servo.

O trabalho na idade moderna: Nessa época, existiam várias empresas familiares que vendiam uma
pequena produção artesanal, todos os membros da família trabalhavam juntos para vender produtos nos
mercados; não podemos falar de emprego nesse caso. Além das empresas familiares, havia oficinas
com muitos aprendizes que recebiam moradia e alimentação em troca e, ocasionalmente, alguns
trocados. É por essa época que começa a se esboçar o conceito de emprego.

O trabalho na idade contemporânea: As pessoas oferecer seu trabalho como moeda de troca. É nessa
época que a noção de emprego toma sua forma. O conceito de emprego é característico da Idade
Contemporânea.

O trabalho é um meio de produzir riqueza para o dono da empresa.


CHARGES
CITAÇÃO

“Toda tecnologia gera seus excluídos”.

Pierre Levy
Sociólogo, filósofo e pesquisador
O conteúdo pode ser utilizado na redação como repertório para mostrar o paradoxo da em ciência da informação e da
automatização do trabalho: ao mesmo tempo em que promove inovação tecnológica, comunicação e estuda o impacto
exclui uma parcela da população que não tem acesso a ela. da Internet na sociedade, as
humanidades digitais e o virtual.
SOCIOLOGIA
“Destruição criativa” - Schumpeter

É o conceito que explica as transformações que ocorrem no Capitalismo que, segundo Schumpeter, jamais
seria estático e está em constante evolução. O fenômeno da Destruição Criativa ocorre quando
empreendedores criam novos produtos ou novas formas de produzir que florescem causando mudanças na
economia.
SOCIOLOGIA
“Destruição criativa” - Schumpeter

A Destruição Criativa tem dois lados. Se por um lado, há inovação e mais opções para as pessoas
consumirem empreenderem, por outro lado, os indivíduos ou instituições que trabalhavam em determinada
área antes da inovação podem ficar temporariamente fora do mercado, nunca voltarem a se integrarem a
ele ou nunca mais desfrutarem da prosperidade que tinham antes. Schumpeter demonstrou com sua teoria
que a dor e o ganho do Capitalismo estão intrinsecamente ligados, pois o processo de estabelecimento de
novas indústrias varre a ordem que existia antes.
SOCIOLOGIA
“Paradoxo de Doxa” - Pierre Bourdieu

Bourdieu chama a atenção para o que denomina paradoxo da doxa, ou seja,


o fato de o dominado consentir na dominação e a permanência e
aceitação da dominação, o que em termos de dominação masculina se
traduz numa submissão paradoxal resultante da violência simbólica.
Assim, o homem passa a ser o explorador de si mesmo.

O conceito pode ser utilizado na redação como repertório para mostrar o paradoxo da
uberização do trabalho e da informalidade dele: ao mesmo tempo em que promove
inovação tecnológica e sensação de autonomia, promove uma violência simbólica em
que o homem passa a explorar a si mesmo.
FILOSOFIA

A mediania aristotélica não tem nada a ver com


rigorosas punições. Ela encara a virtude no mediano,
como se o bom estivesse entre os vícios, que na
realidade significam excessos capazes de nos prejudicar.
O muito ou o pouco, portanto, são vícios, e o meio termo
(ou mediano) é a virtude.

Aristóteles foi um filósofo grego


durante o período clássico na Grécia
É possível usar a teoria da mediana para fundamentar a antiga.
ideia de que o avanço tecnológico é necessário, porém sem
excessos, pois pode gerar desempregos.
SOCIOLOGIA

O sociólogo e professor da Unicamp, Ricardo Antunes, apresenta um


retrato detalhado da classe trabalhadora hoje, em suas principais
tendências. Os adoecimentos, padecimentos, precarizações, terceirizações,
desregulamentações e assédios parecem tornar-se mais a regra do que a
exceção.
“Devemos recuar o trabalho que explora, aliena e infelicita o ser social
tal como o conhecemos, resgatando o sentido original do trabalho como
atividade vital.”

O conteúdo pode ser utilizado na redação como repertório para fundamentação das
consequências do trabalho automatizado. O proletariado digital, ao relacionar-se
apenas com a máquina, fica isento de direitos trabalhistas
HISTÓRIA
“Fordismo”
É um sistema de produção industrial criado pelo empresário norte-americano
Henry Ford, fundador da Ford Motor Company, em 1914. Esse sistema foi
utilizado em indústrias do mundo todo no século 20, principalmente entre as
décadas de 1920 e 1970. O Fordismo tinha como objetivo a produção em massa: a
capacidade de produzir mais com custos menores, a partir de um ganho de escala e
eficiência. Para isso, Ford implementou a linha de montagem, a padronização de
processos e uma série de melhorias de planejamento, que possibilitaram a
fabricação de automóveis mais acelerada e barata.

O conteúdo pode ser utilizado na redação como repertório para fundamentar o


trabalho exaustivo do ser humano quando comparado a uma
máquina/automatizado.
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HISTÓRIA

“Ludismo”

Foi um movimento de trabalhadores ingleses do


ramo de fiação e tecelagem, ativo no início do
século XIX, nos primórdios da Revolução
Industrial, e que se notabilizou pela destruição de
máquinas como forma de protesto.

A analogia histórica pode ser trabalhada no parágrafo


argumentativo, para justificar de que os operários do século XIX já
sabiam das consequências que o avanço tecnológico poderia trazer,
como o desemprego.
LIVRO
“A cidade e as serras”
Jacinto nasceu em Paris e adorava a cidade. Segundo ele, a capital
francesa era o exemplo perfeito de civilização, o único espaço em que o
ser humano poderia ser plenamente feliz. Chegou a criar uma fórmula,
que mostrava que a “Suma Ciência” (tecnologia e erudição) multiplicada
a “Suma Potência” (capacidade humana), conduzia à “Suma Felicidade”.
A despeito dessa maquinaria do conforto, Jacinto era infeliz. As amizades
eram falsas e superficiais, a tecnologia de que se cercava não funcionava
a contento e, por fim, os livros que lia lhe causavam aborrecimento.

O livro é uma crítica à sociedade que exalta a tecnologia, no entanto


não consegue ser feliz.
LIVRO
“Torto Arado”
Bibiana e Belonísia fazem parte de uma família que assim como outras tantas
trabalham na fazenda Água Negra como agricultores produzindo vários tipos de
alimentos. Os donos da fazenda são grandes proprietários de terras que lucram
com a produção e que sequer moram lá, apenas aproveitam os lucros que a
produção dos alimentos gera.
As famílias trabalham na terra dos patrões e em um pequeno pedaço de terra
podem morar e produzir seu próprio alimento. Todos os trabalhadores são
descendentes de pessoas escravizadas que chegaram naquela região há muito
tempo. Nos elementos que contam a história vemos a descrição da rotina
puxada de trabalho na terra.

O livro pode ser usado como repertório introdutório abordando a questão


histórica da exploração do trabalho e ser retomado na conclusão “Para que
situações assim permaneçam a um passado distante ou apenas no dado
ficcional.”
LIVRO
“Vidas Secas” (Graciliano Ramos)
O livro conta a trajetória de Fabiano e sua família que busca sobreviver
às adversidades não só geográficas, como a seca, mas também sociais.
Em nome da sobrevivência, aceita qualquer tipo de exploração,
sofrimento e injustiça provocados pelo trabalho informal, já que se vê
como um animal, indigno de qualquer direito ou respeito.

O livro pode ser utilizado como ilustração da questão do trabalho


informal e a luta pela sobrevivência.
FILME
“Eles não usam Black-tie”
Eles não usam black-tie é baseado em uma peça homônima de Gianfrancesco
Guarnieri, que, no filme, interpreta o líder sindical Otávio. A temática não é
política, muito menos panfletária. O que discorre são relações de amor,
solidariedade e esperança diante dos percalços de uma vida miserável. Assim,
a peça alia temas como greve e vida operária com preocupações e reflexões
universais do ser humano. Traz o debate entre a coletividade e o
individualismo, simultaneamente cru e sensível, vai crescendo. A falta de força
das lutas dos próprios trabalhadores.

O filme pode ser usado em um parágrafo argumentativo, para


argumentar sobre a dificuldade dos trabalhadores unirem-se em uma
só causa (por si próprios) e provocarem mudanças na precarização do
trabalho.
FILME
“Tempos modernos”
Um operário de uma linha de montagem, que testou uma "máquina
revolucionária" para evitar a hora do almoço, é levado à loucura pela
"monotonia frenética" do seu trabalho. Após um longo período em um
sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas desempregado. Ele
deixa o hospital para começar sua nova vida, mas encontra uma crise
generalizada e equivocadamente é preso como um agitador comunista,
que liderava uma marcha de operários em protesto.

O filme pode ser usado como alusão ao cenário atual de


precarização do trabalho no processo de uberização, em que, assim
como no filme, há um processo de alienação e escravidão do modelo
fordista de produção.
FILME
“Você não estava aqui”

Ricky e sua família luta para pagar as contas. Por isso, ele não hesita em
aceitar a oportunidade de ter seu próprio negócio, mas sua decisão o
torna escravo do trabalho, submetendo-o à exploração ilimitada.

O filme pode ser usado como alusão ao cenário atual de


precarização do trabalho no processo de uberização, em que, assim
como no filme, há um processo de alienação e de escravidão de si
mesmo.
PROJETO DE TEXTO

Introdução
I. Contextualização:  livro: “Vidas secas”.

II. Frase-ponte:  A realidade de Fabiano é a realidade de muitos brasileiros da


sociedade atual, que encontram no trabalho informal uma saída para a sobrevivência,
em meio a um cenário de crises e de desigualdade social

III. Tese  Essa situação se deve [A1] ao aumento da taxa de desemprego no país, [A2]
o que leva a uma busca, cada vez mais frequente, por autonomia, mesmo que ainda
seja sob uma nova forma de exploração e precarização dos direitos.
PROJETO DE TEXTO
Desenvolvimento
I. Desenvolvimento 1  Diante desse cenário, é fato que o aumento da taxa de desemprego no
país é um fator que leva ao trabalho informal e, consequentemente, à precarização dos
direitos.

II. Expansão do tópico frasal: Filme: “Você não estava aqui”: por estar desempregado, Rick
aceita a oportunidade de ter seu próprio negócio, mas sua decisão o torna escravo do
trabalho, submetendo-o à exploração ilimitada.

III. Reflexão crítica: o empregador, assim, aproveita-se da vulnerabilidade da situação de senso


de sobrevivência do contratado informal, impondo-lhe responsabilidades e cargos a um preço
baixo, o que aumenta a exploração trabalhista e colabora para as disparidades
socioeconômicas.
PROJETO DE TEXTO
Desenvolvimento
I. Desenvolvimento 2  Além disso, há a busca por autonomia, mesmo que ainda seja
sob uma nova forma de exploração.

II. Expansão do tópico: “Paradoxo de Doxa”: o dominado consente a dominação e aceita-


a, o que se traduz numa submissão paradoxal resultante da violência simbólica: o
homem passa a ser o explorador de si mesmo.

III. Reflexão crítica: Dessa forma, a ideia de “ser patrão de si mesmo” leva a uma forte
exploração do trabalho, pois, para viver a sonhada “autonomia”, não haverá limite de
jornada. É a chamada “escravidão digital”: não há dia e noite, toda hora é hora de
trabalhar. Assim, o trabalhador vive a proletarização digital.
CONCLUSÃO ENEM

• Retomar a tese: [Conectivo conclusivo] + [palavras-chave do tema] + [A1] e [A2]:


“Portanto fica claro que o aumento do trabalho informal na sociedade brasileira
atual se deve a [A1] + [A2]”;
• Proposta de intervenção: [FINALIDADE: Para solucionar esse cenário de exploração,]
é preciso que [AGENTE SOCIAL: o Governo Federal] + [AÇÃO: legalize esse trabalho,
+ [DETALHAMENTO: já que, desta forma, garante-se direitos e ampara-se o
trabalhador], [MODO: dando amparo e proteção e criando ambientes públicos
próprios para exercer esse tipo de trabalho com qualidade, estabilidade e
reconhecimento do resto da população];
• Frase de fechamento: “Somente assim.” - pode-se retomar o repertório da
introdução ou um dos repertórios dos argumentos.

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