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LEGISLAÇÃO LABORAL
ANTRAM – Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias
ANTRAM
Centro de Estudos Técnicos
Rua do Conselheiro Lopo Vaz, lote AB -Esc. A
1800-142 Lisboa
PORTUGAL
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INDICE
INDICE ............................................................................................................................ 3
1. O DIREITO DO TRABALHO .......................................................................... 1
1.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
1.2. ÂMBITO DE APLICAÇÃO ................................................................................ 1
1.3. FONTES DO DIREITO DO TRABALHO .......................................................... 2
1.4. O CÓDIGO DO TRABALHO ............................................................................. 3
1.5. OS INSTRUMENTOS DE REGULAÇÃO COLECTIVA ................................. 5
1.6. OS INSTRUMENTOS DE REGULAÇÃO COLECTIVA DO SECTOR E SUA
RELAÇÃO COM O NOVO CÓDIGO DO TRABALHO ............................................... 6
2. O CONTRATO DE TRABALHO .................................................................... 8
2.1. NOÇÃO DE CONTRATO DE TRABALHO ...................................................... 8
2.2. NOÇÃO DE CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS........................ 10
2.3. DISTINÇÃO ENTRE CONTRATO DE TRABALHO E CONTRATO DE
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ...................................................................................... 10
3. AS PARTES DO CONTRATO DE TRABALHO ......................................... 13
3.1. A ENTIDADE PATRONAL/EMPREGADOR ................................................. 13
3.2. TRABALHADOR .............................................................................................. 14
4. FORMAS DE CELEBRAÇÃO DO CONTRATO ........................................ 17
4.1. PRINCÍPIO GERAL: LIBERDADE DE FORMA OU PRINCÍPIO DA
CONSENSUALIDADE ................................................................................................. 17
4.2. EXCEPÇÕES: FORMA ESCRITA ................................................................... 18
4.3. EM SÍNTESE ..................................................................................................... 19
5. CONTRATOS A TERMO ............................................................................... 20
5.1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 20
5.2. TIPOS ................................................................................................................. 20
5.3. ADMISSIBILIDADE DO CONTRATO A TERMO ........................................ 21
5.4. CONTEÚDO OBRIGATÓRIO DO CONTRATO A TERMO ......................... 23
5.5. DURAÇÃO DO CONTRATO A TERMO ........................................................ 25
5.6. PERÍODO EXPERIMENTAL DO CONTRATO A TERMO ........................... 28
5.7. RENOVAÇÃO DO CONTRATO ..................................................................... 28
5.8. CONTRATOS SUCESSIVOS ........................................................................... 30
5.9. PREFERÊNCIA NA ADMISSÃO ..................................................................... 31
5.10. CONVERSÃO DO CONTRATO A TERMO ................................................... 32
5.11. CESSAÇÃO DO CONTRATO A TERMO ....................................................... 33
6. EXECUÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO DIREITOS E DEVERES
DAS PARTES ............................................................................................................... 36
6.1. DIREITOS E DEVERES DAS PARTES........................................................... 36
6.2. DIREITO À GREVE .......................................................................................... 39
7. EXECUÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO - PERÍODO
EXPERIMENTAL ....................................................................................................... 42
7.1. NOÇÃO E EFEITOS ......................................................................................... 42
7.2. DURAÇÃO ........................................................................................................ 42
7.3. CONTAGEM DO PERÍODO EXPERIMENTAL ............................................. 43
7.4. REDUÇÃO E EXCLUSÃO ............................................................................... 43
8. EXECUÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO - CATEGORIA
PROFISSIONAL .......................................................................................................... 44
8.1. NOÇÃO .............................................................................................................. 44
8.2. EFEITOS ............................................................................................................ 44
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1. O DIREITO DO TRABALHO
1.1. INTRODUÇÃO
Fora das regras do Direito do Trabalho fica a “relação de trabalho autónoma” também
designada por “prestação de serviços”.
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Nas Fontes Nacionais, destacamos a Lei n.º 7/2009 (publicada, no dia 12 de fevereiro e
2009) que aprovou em anexo o Código da Trabalho e alterado pelas Leis n.ºs 105/2009,
de 14 de Setembro, 53/2011, de 14 de outubro, 23/2012, de 25 de junho e 47/2012, de
29 de agosto.
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Já em termos da sua aplicação no tempo, veio dispor que ficam sujeitos ao regime do
Código de Trabalho os Contratos de trabalho e instrumentos de regulamentação
colectiva celebrados ou aprovados antes da sua entrada em vigor, salvo, quanto a
condições de validade e a efeitos de factos ou situações totalmente passados
anteriormente àquele momento.
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De realçar que:
- Os instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho não negociais só podem
ser emitidos na falta de instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho
negociais, salvo tratando-se de arbitragem obrigatória
- As normas não injuntivas do Código do Trabalho podem ser afastadas por
instrumento de regulamentação colectiva de trabalho, (quer no sentido mais ou
menos favorável para o trabalhador);
- O Código do Trabalho elenca taxativamente as matérias laborais que só podem ser
afastadas por instrumento de regulamentação colectiva se este dispuser de forma
mais favorável para o trabalhador;
- As normas do Código do Trabalho só podem ser afastadas por contrato de trabalho
quando este estabeleça condições mais favoráveis para o trabalhador e se delas não
resultar o contrário
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2. O CONTRATO DE TRABALHO
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O acordo pelo qual uma das partes se obriga a proporcionar à outra certo resultado
intelectual ou manual, com ou sem retribuição.
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No Contrato de Trabalho existe, pois, aquele que é o factor distintivo comum de todos
os Contratos de Trabalho:
A SUBORDINAÇÃO JURÍDICA
(poderes de autoridade e direcção, regulamentar e disciplinar)
Factor que falta nas demais situações em que alguém presta a sua actividade em
benefício de outrem, com ou sem remuneração.
Contudo perante situações concretas torna-se, por vezes, difícil determinar, de forma
imediata e precisa, se existe ou não subordinação do trabalhador.
Daí que o artigo 12º do Código do Trabalho tenha formulado um conjunto de critérios
complementares que possibilitam a determinação, em cada caso concreto, do tipo de
contrato existente.
Assim, presume-se que as partes celebraram um contrato de trabalho sempre que, entre
a pessoa que presta uma actividade e outra ou outras que dela beneficiam, se verifiquem
algumas das seguintes características:
a) A actividade seja realizada em local pertencente ao seu beneficiário ou por ele
determinado;
b) Os equipamentos e instrumentos de trabalho utilizados pertençam ao
beneficiário da actividade;
c) O prestador de actividade observe horas de início e de termo da prestação,
determinadas pelo beneficiário da mesma;
d) Seja paga, com determinada periodicidade, uma quantia certa ao prestador de
actividade, como contrapartida da mesma;
e) O prestador de actividade desempenhe funções de direcção ou chefia na
estrutura orgânica da empresa.
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A relação jurídica laboral privada que emerge do Contrato Individual de Trabalho diz-se
bilateral, pois dela resultam direitos e deveres recíprocos para ambas as partes:
- Entidade Patronal/Empregador
e
- Trabalhador
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3.2. TRABALHADOR
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A pessoa singular que presta a sua actividade, manual ou intelectual, sob a autoridade e
direcção de outrem, mediante retribuição.
Assim, qualquer pessoa que seja maior e nos termos gerais do direito possa ser sujeito
de direitos e obrigações tem capacidade jurídica para celebrar um contrato de trabalho.
Estabelece-se como idade mínima de admissão para prestar trabalhar os 16 anos idade.
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O Contrato de Trabalho não é formal, isto é, pode ser celebrado oralmente e a sua
validade não depende de qualquer forma especial (nem mero escrito particular nem
qualquer outra forma mais solene).
De acordo com o princípio da consensualidade que vigora nesta matéria, para haver um
contrato de trabalho válido basta existir um acordo de vontades (“consenso”) entre a
entidade empregadora e o trabalhador, não sendo necessário a adopção de qualquer
forma escrita para o mesmo, podendo, como já foi dito, até ser celebrado verbalmente.
- Confissão – isto é, reconhecimento de uma das partes de qualquer facto que lhe seja
desfavorável
- Exame pericial – isto é, exame ou apreciação dos factos por pessoas especialmente
competentes em determinadas matérias (peritos), designados pelo Juiz ou pelas
partes
- Inspecção judicial – isto é, deslocação do Tribunal ao local para percepcionar
directamente os factos controvertidos
- Documento – isto é, qualquer objecto elaborado pelo homem com o fim de
reproduzir ou representar uma coisa, pessoa ou facto
- Testemunhas – isto é, o depoimento de pessoas (testemunhas) que relatam o seu
conhecimento dos factos
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Com efeito, a Lei vem exigir a adopção de forma escrita para alguns tipos de
contrato de trabalho, designadamente:
- Contrato-promessa de trabalho
- Contrato para prestação subordinada de teletrabalho
- Contrato de trabalho a termo
- Contrato de trabalho com trabalhador estrangeiro
- Contrato de trabalho em comissão de serviço
- Contrato de trabalho com pluralidade de empregadores
- Contrato de trabalho a tempo parcial
- Contrato de pré-reforma
- Contrato de cedência ocasional de trabalhadores
- Contrato de trabalho sujeitos a cláusulas especiais, por exemplo:
- Redução do período normal de trabalho
- Redução do período experimental
- Fixação de condições ou termos suspensivos
- Contrato de trabalho intermitente
Este tipo de contratual é uma das novidades do actual Código do Trabalho (art. 157.º).
A prestação de trabalho não pode ser inferior a 6 meses a tempo completo por ano, dos
quais pelo menos 4 meses devem ser consecutivos.
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Não é admissível aplicar simultaneamente este tipo contratual com o regime do contrato
a termo ou regime de trabalho temporário.
4.3. EM SÍNTESE
LIBERDADE DE FORMA
- Contrato sem termo
FORMA ESCRITA
- Contrato-promessa de trabalho
- Contrato para prestação subordinada de teletrabalho
- Contrato de trabalho a termo
- Contrato de trabalho com trabalhador estrangeiro
- Contrato de trabalho em comissão de serviço
- Contrato de trabalho com pluralidade de empregadores
- Contrato de trabalho a tempo parcial
- Contrato de pré-reforma
- Contrato de cedência ocasional de trabalhadores
- Contrato de trabalho sujeitos a cláusulas especiais, por exemplo:
- Redução do período normal de trabalho
- Redução do período experimental
- Fixação de condições ou termos suspensivos
- Contrato de trabalho intermitente
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5. CONTRATOS A TERMO
(arts 139º a 149º do Código do Trabalho e Lei n.º 3/2012, de 10 de janeiro)
5.1. INTRODUÇÃO
Existem circunstâncias na vida de uma empresa que, por serem precisas e definidas, há
realmente necessidades de trabalho que não justificam a contratação de “quadros
permanentes”, isto é, não se justifica a contratação de trabalhadores cujo horizonte
temporal do seu vínculo se possa prefigurar como estável – de longa duração.
Em tais circunstâncias a empresa recorre normalmente a uma das três figuras seguintes:
- Trabalho temporário
- Comissão de serviços
- Contrato de trabalho a termo
Desta três situações, iremos destacar o Contrato de Trabalho a Termo pela relevância
que assume no contexto laboral português.
5.2. TIPOS
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Estes contratos só podem ser celebrados para desempenho de uma actividade sazonal
agrícola ou para a realização de um evento turístico cuja duração não seja superior a
quinze dias e a duração total destes contratos com o mesmo empregador não exceda 70
dias de trabalho no ano civil.
Não estão sujeitos a forma escrita, devendo a sua celebração ser comunicada ao serviço
competente da segurança social, mediante formulário electrónico.
Em caso de violação deste regime, considera-se que o contrato foi celebrado pelo prazo
de seis meses, contando-se neste prazo a duração de todos os contratos celebrados ao
abrigo deste regime.
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Além das situações acima identificadas, a Lei vem ainda estabelecer a possibilidade de
ser celebrado um contrato a termo nos seguintes casos:
- Lançamento de uma nova actividade de duração incerta, bem como Início de
laboração de uma empresa ou estabelecimento pertencente a empresa com
menos de 750 trabalhadores;
- Contratação de trabalhadores à procura de primeiro emprego ou de
desempregados de longa duração ou noutras situações previstas em legislação
especial de política de emprego
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Com efeito, a celebração de contratos a termo fora dos casos acima identificados tem
como consequência a nulidade da estipulação do termo, adquirindo o trabalhador o
direito à qualidade de trabalhador permanente da empresa.
O contrato de trabalho a termo certo ou incerto está sujeito à forma escrita devendo ser
assinado por ambas as partes e conter as seguintes indicações:
- Identificação e domicilio ou sede das partes
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- Actividade do trabalhador
- Retribuição do trabalhador
- Local e período normal de trabalho
- Data de início do trabalho
- Prazo estipulado (termo certo)
- Actividade, tarefa ou obra (termo incerto)
- Justificação do contrato com indicação dos factos e circunstâncias que integram
o motivo da celebração
- Data de celebração do contrato e, sendo a termo certo, da respectiva cessação
Quando celebrado
- Sem forma escrita
Ou
- Sem a assinatura das partes
Ou
- Sem o nome ou denominação das partes
Ou
- Simultaneamente, as datas de celebração do contrato e de início do trabalho
Ou
- Em que se omitam ou sejam insuficientes a indicação do prazo e da respectivo
motivo justificativo
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Por último, importa referir que sobre o empregador impede ainda algumas obrigações
de informação.
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O contrato a termo certo dura pelo período acordado, sendo que o prazo mínimo é de 6
meses.
Pode ser inferior a 6 meses, mas a sua duração não pode ser inferior à prevista para a
tarefa ou serviço a realizar, nos casos de:
- Substituição directa ou indirecta de trabalhador ausente ou que, por qualquer
razão, se encontre temporariamente impedido de prestar serviço
- Substituição directa ou indirecta de trabalhador em relação ao qual esteja
pendente em juízo acção de apreciação da licitude do despedimento
- Substituição directa ou indirecta de trabalhador em situação de licença sem
retribuição
- Substituição de trabalhador a tempo completo que passe a prestar trabalho a
tempo parcial por período determinado
- Actividades sazonais ou outras actividades cujo ciclo anual de produção
apresente irregularidades decorrentes da natureza estrutural do respectivo
mercado, incluindo o abastecimento de matérias-primas
- Acréscimo excepcional de actividade da empresa
- Execução de tarefa ocasional ou serviço determinado precisamente definido e
não duradouro
IMPORTANTE: Sempre que se verifique a violação das regras relativas aos prazos
mínimos, o contrato considera-se celebrado pelo prazo de 6 meses, desde que
corresponda à satisfação as necessidades temporárias da empresa
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Porém, estabelece-se pela primeira vez um limite temporal: não pode exceder os seis
anos, sob pena do contrato converter-se em contrato sem termo.
- FORMAÇÃO
A formação pode ser desenvolvida pelo empregador, por entidade formadora certificada
para o efeito ou por estabelecimento de ensino reconhecido pelo ministério competente
e dá lugar à emissão de certificado e a registo na Caderneta Individual de Competências
nos termos do regime jurídico do Sistema Nacional de Qualificações.
Por último importa referir que a área em que é ministrada a formação profissional pode
ser fixada por acordo e, na falta de acordo, é determinada pelo empregador. Sendo
fixada pelo empregador, a área de formação profissional tem de coincidir ou ser afim
com a actividade desenvolvida pelo trabalhador nos termos do contrato, ou relativa a
tecnologias de informação e comunicação, segurança e saúde no trabalho ou língua
estrangeira.
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Este período tem como principais efeitos a possibilidade da cessação do contrato sem
aviso prévio e sem indemnização.
Contudo, senão existir uma cláusula desse teor ou na falta de declaração em contrário
das partes:
Sendo que se considera como único contrato aquele que seja objecto de renovação.
- FORMA
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- DURAÇÃO
Uma vez que, como já dissemos, o contrato a termo incerto não pode ser renovado, só
no contrato a termo certo tal é possível e dentro das seguintes limitações:
- Só é possível renovar o contrato por 3 vezes, com limite máximo de duração do
contrato de 3 anos consecutivos.
- No caso de contratação de desempregados de longa duração e de lançamento de
uma nova actividade de duração incerta ou início de laboração de empresa ou
estabelecimento, o limite máximo de duração do contrato é de 2 anos
consecutivos
- No caso de contratação de trabalhadores à procura de primeiro emprego, o limite
máximo de duração do contrato é de 18 meses
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Já o contrato de trabalho a termo incerto só poderá ter uma duração máxima de 6 anos.
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Para combater a fraude, para o cômputo do período de três anos conta quer a celebração
de contratos de trabalho a termo, seja de contratos de trabalho temporário cuja a
execução se concretize no mesmo posto de trabalho, quer contratos de prestação de
serviço para o mesmo objecto, entre o trabalhador e o mesmo empregador ou sociedades
que com este se encontrem em relação de domínio ou de grupo ou mantenham
estruturas organizativas comuns.
Considera-se sem termo o contrato celebrado entre as mesmas partes violador desta
norma, contando para a antiguidade do trabalhador todo o tempo de trabalho prestado
para o empregador em cumprimento dos sucessivos contratos.
A excepção a esta regra diz respeito a nova contratação a termo para os seguintes casos:
- Nova ausência do trabalhador substituído, quando o contrato de trabalho a termo
tenha sido celebrado para a sua substituição
- Acréscimos excepcionais da actividade da empresa, após a cessação do contrato
- Actividades sazonais
- Trabalhador anteriormente contratado ao abrigo do regime aplicável à
contratação de trabalhadores à procura de primeiro emprego, sem prejuízo da
observância de algumas regras específicas
Cumpre, ainda, realçar de novo que cabe sempre ao empregador o ónus da prova dos
factos e circunstâncias que fundamentam a celebração de um dos factos e circunstâncias
que fundamentam a celebração de um contrato a termo.
O Contrato a Termo Certo converte-se ainda em Contrato Sem Termo:
- Quando ultrapasse o limite máximo de renovações ou os limites máximos de
duração do Contrato, contando-se a antiguidade do trabalhador desde o início da
prestação de trabalho.
O Contrato a Termo Incerto converte-se em Contrato Sem Termo:
- Quando o trabalhador se mantiver ao serviço para além do prazo de aviso prévio
ou na falta deste, passados 15 dias sobre a conclusão de actividade ou sobre o
regresso do trabalhador substituído.
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No caso dos Contratos a Termo Certo, a caducidade produzirá os seus efeitos mediante
o envio de uma declaração por escrito contendo a vontade de não renovar o contrato
antes do prazo terminar.
Esta mesma declaração deverá ser enviada com um aviso prévio de:
- 15 dias, se remetida pelo empregador
- 8 dias, se remetida pelo trabalhador
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No que diz respeito ao Contrato a Termo Incerto, este caduca quando, prevendo-se a
ocorrência do termo incerto, o empregador comunique ao trabalhador a cessação do
mesmo, com a antecedência mínima de
- 7, 30 ou 60 dias, conforme o contrato tenha durado até seis meses, de seis meses
até dois anos ou por período superior.
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Desde logo, salienta-se que os principais Direitos e Deveres das Partes confundem-se
com a própria caracterização da relação de trabalho:
- Direito do Empregador de exigir (e dever correspectivo de viabilizar) a prestação
da actividade laboral de outrem sob a sua autoridade e direcção;
- Direito do Trabalhador de exigir (e dever do Empregador correspectivo de
realizar pontualmente) o pagamento da retribuição.
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No âmbito das sanções disciplinares cumpre salientar que o Empregador poderá aplicar
aos trabalhadores, verificada a inobservância de violações dos seus deveres, as seguintes
sanções:
- Repreensão
- Repreensão registada
- Sanção pecuniária
- Perda de dias de Férias
- Suspensão do trabalho com perda de retribuição e de antiguidade
- Despedimento sem qualquer indemnização ou compensação
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Mais, o “lock-out” é proibido, pelo que os Empregadores não podem, por exemplo,
recorrer ao encerramento temporário das empresas, ou à suspensão do seu
funcionamento, ou ao impedimento de acesso dos trabalhadores ao local de trabalho.
Quanto ao exercício do Direito à Greve:
Pré-aviso de greve
A greve é comunicada por um pré-aviso, sempre por escrito ou através dos órgãos
da comunicação social, dirigido ao Empregador ou à Associação de Empregadores e
ao Ministério responsável pela área laboral.
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Efeitos da greve
- Os trabalhadores perdem o direito à retribuição e ficam desvinculados dos
deveres de subordinação e assiduidade
- A greve não prejudica a antiguidade e os efeitos dela decorrentes
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7.2. DURAÇÃO
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Contratos a termo
- 30 dias para contratos de duração igual ou superior a seis meses;
- 15 dias nos contratos a termo certo de duração inferior a seis meses e nos
contratos a termo incerto cuja duração se preveja não vir a ser superior àquele
limite.
O período experimental pode, ainda, ser excluído por acordo escrito das partes.
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8.1. NOÇÃO
O trabalhador só pode ser contratado para uma das categorias constante do anexo dos
Instrumentos de Regulamentação Colectiva de Trabalho respectivos onde se encontram
definidos os respectivos conteúdos funcionais.
8.2. EFEITOS
Mais, sempre que perante a dispersão regular das funções de um profissional existam
dúvida sobre a categoria a atribui-lhe, optar-se-á por aquela a que corresponder
retribuição mais elevada.
Uma vez estabelecida a categoria profissional, nos termos indicados, esta condiciona a
posição jurídica do trabalhador na empresa para todos os efeitos, incluindo os da sua
promoção, passando a gozar da respectiva protecção legal e do Instrumento de
Regulamentação Colectiva de Trabalho.
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As partes podem alargar ou restringir esta faculdade mediante acordo. Porém, este
mesmo acordo caduca ao fim de dois anos caso não seja aplicado.
O trabalhador só pode ser colocado em categoria inferior àquela para que foi contratado
ou a que foi promovido quando tal mudança, imposta por necessidades prementes da
empresa ou por estrita necessidade do trabalhador, seja por este aceite.
No caso desta mudança implicar uma diminuição da retribuição deverá a mesma ser
ainda autorizada pelo serviço com competência inspectiva do ministério responsável
pela área laboral (actualmente será a ACT – Autoridade para as Condições de Trabalho)
no caso.
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9.1. NOÇÃO
Em regra coincide com o lugar da instalação da empresa para onde foi contratado e
circunscreve-se a uma localidade, mas também pode abranger uma extensão territorial
mais ou menos ampla em função da natureza das funções exercidas.
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As partes podem alargar ou restringir esta faculdade mediante acordo. Porém, este
mesmo acordo caduca ao fim de dois anos caso não seja aplicado.
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Entende-se por período de descanso todo aquele que não seja tempo de trabalho.
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O número de horas de trabalho que o trabalhador se obrigou a prestar, quer diárias quer
semanais, chama-se período normal de trabalho.
O período de trabalho diário deverá ser interrompido por um intervalo de descanso para
refeição.
O período normal de trabalho não pode exceder oito horas por dia, nem quarenta horas
por semana.
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O período normal de trabalho diário pode ser aumentado até ao máximo de duas horas,
sem que a duração do trabalho semanal exceda cinquenta horas, só não contando para
este limite o trabalho suplementar prestado por motivo de força maior.
Nas semanas em que a duração do trabalho seja inferior a quarenta horas, a redução
diária não pode ser superior a duas horas, mas as partes podem também acordar na
redução da semana de trabalho em dias ou meios dias, sem prejuízo do direito ao
subsídio de refeição.
- ADAPTABILIDADE GRUPAL
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- PERÍODO DE REFERÊNCIA
A duração média do trabalho deve ser apurada por referência ao período que esteja
fixado em Instrumento de Regulamentação Colectiva de Trabalho aplicável, não
podendo ser superior a 12 meses, ou, na falta de tal previsão, por referência a períodos
máximos de 4 meses.
O período de referência de quatro meses pode ser alargado para seis meses nas seguintes
situações:
- Trabalhadores familiares do Empregador;
- Trabalhadores que ocupem cargos de administração e de direcção ou com poder
de decisão autónomo;
- Havendo afastamento entre o local de trabalho e o local de residência do
trabalhador ou entre diferentes locais de trabalho do trabalhador;
- Pessoal operacional de vigilância, transporte e tratamento de sistemas
electrónicos de segurança, designadamente quando se trate de guardas ou
porteiros.
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O período de referência apenas pode ser alterado durante a sua execução quando
justificado por circunstâncias objectivas e o total de horas de trabalho prestadas for
inferior ou igual às que teriam sido realizadas, caso não vigorasse um regime de
adaptabilidade, excepto se tal alteração for expressamente prevista no Instrumento de
Regulamentação Colectiva.
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- BANCO DE HORAS
A forma de compensação deste aumento do período normal de trabalho poderá ser uma
das três maneiras que se seguem:
- Redução equivalente do tempo de trabalho;
- Aumento do período de férias;
- Pagamento em dinheiro.
Será por via do IRCT que se regula a forma de compensação bem como:
- A antecedência com que o empregador deve comunicar ao trabalhador a necessidade
de prestação de trabalho;
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Igualmente, o IRCT que institua este Banco de Horas, pode ainda prever que o
empregador o possa aplicar ao conjunto de trabalhadores de uma equipa, secção ou
unidade económica desde que previstas as condições previstas para a adaptabilidade
grupal (artigo 208-A).
Acresce que, caso a proposta de aplicação individual do Banco de Horas seja aceite por,
pelo menos, 75% dos trabalhadores da equipa, secação ou unidade económica a quem
for dirigida, o empregador pode aplicar o mesmo regime de horas ao conjunto dos
trabalhadores dessa estrutura.
- HORÁRIO CONCENTRADO
Neste caso, a duração do período normal de trabalho semanal deve ser respeitado, em
média, num período de referência de 45 dias.
- GRUPOS DE EXCEPÇÃO
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Os limites dos períodos normais de trabalho atrás referidos só podem ser ultrapassados
nos casos expressamente previstos no Código do Trabalho e por Instrumento de
Regulamentação Colectiva de Trabalho nas seguintes situações:
- Em relação ao pessoal que preste serviço em actividades sem fins lucrativos ou
estreitamente ligadas ao interesse público, desde que se mostre absolutamente
incomportável a sujeição do seu período de trabalho a esses limites (se estas
actividades tiverem carácter industrial, o período normal de trabalho não pode
ultrapassar a média de quarenta horas por semana, no período de referência);
- Em relação às pessoas cujo trabalho seja acentuadamente intermitente ou de
simples presença.
A redução dos limites máximos dos períodos normais de trabalho pode ser estabelecida
por Instrumento de Regulamentação Colectiva de Trabalho, não podendo resultar da
mesma a diminuição da retribuição dos trabalhadores.
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Sem prejuízo dos limites referidos, a duração média do trabalho semanal, incluindo
trabalho suplementar, não pode exceder quarenta e oito horas, num período de
referência fixado em Instrumento de Regulamentação Colectiva de Trabalho, não
devendo, em caso algum, ultrapassar 12 meses ou, na falta de fixação em instrumento
de regulamentação colectiva, num período de referência de 4 meses, que pode ser de 6
meses nos casos referidos a propósito do período de referência. No cálculo desta média,
os dias de férias são subtraídos ao período de referência em que são gozados.
Os dias de ausência por doença, bem como os dias de licença por maternidade e
paternidade e de licença especial do pai ou da mãe para assistência a pessoa com
deficiência e a doente crónico são considerados com base no correspondente período
normal de trabalho.
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Este período de onze horas considera-se cumprido, no todo ou em parte, pela concessão
de descanso semanal complementar, se este for imediatamente anterior ou posterior ao
dia de descanso semanal obrigatório.
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- NOÇÃO
- FIXAÇÃO
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A alteração do horário de trabalho, cuja duração não exceda uma semana, não necessita
dessas formalidades, desde que seja registada em livro próprio, com a menção de que
foi previamente informada e consultada a comissão de trabalhadores ou, na sua falta, a
comissão sindical ou intersindical ou os delegados sindicais. O Empregador não pode
recorrer a este regime excepcional mais de três vezes por ano.
- INTERVALO DE DESCANSO
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Este requerimento considera-se tacitamente deferido passados 30 dias sem que seja
emitida uma decisão por parte da ACT.
- DESCANSO DIÁRIO
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A empresa deve proceder à elaboração de mapas de horário de trabalho que devem ser
afixados em lugar bem visível em todos os locais de trabalho.
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Quando as indicações referidas não forem comuns a todo o pessoal, deverão também
constar dos mapas os nomes dos trabalhadores cujo regime e duração de trabalho se
afastar do estabelecido para os restantes.
Desta forma, todos os trabalhadores cujo local de trabalho primordial seja o veículo,
cuja utilização seja indissociável da actividade principal exercida, embora adstritos a um
estabelecimento para efeitos organizacionais e administrativos, devem integrar o
conceito. O veículo deverá ser “o meio de produção” da actividade para o qual o
trabalhador foi contratado.
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De notar que a Portaria n.º 983/2007 estabelece, no caso dos trabalhadores afectos à
exploração de veículos nos quais é obrigatória a instalação do tacógrafo, que o controlo
dos tempos de trabalho e a publicidade do próprio horário de trabalho, é feito pelos
discos diagrama ou cartão de tacógrafo e não pelo Livrete Individual de Controlo.
- FORMALIDADE ESSENCIAL
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- REMUNERAÇÃO MÍNIMA
A retribuição mínima a que tem direito o trabalhador abrangido por isenção de horário
de trabalho, pode ser fixada por Instrumento de Regulamentação Colectiva de Trabalho.
Não o sendo, o trabalhador tem direito a uma retribuição especial, que não deve ser
inferior à retribuição correspondente a uma hora de trabalho suplementar por dia.
Quando se trate de regime de isenção de horário com observância dos períodos normais
de trabalho, o trabalhador tem direito a uma retribuição especial, que não deve ser
inferior à retribuição correspondente a duas horas de trabalho suplementar por semana.
- EFEITOS
O trabalhador não fica sujeito aos limites máximos dos períodos normais de trabalho e
mantém o direito aos dias de descanso semanal obrigatório, feriados obrigatórios e aos
dias e meios dias de descanso complementar, bem como ao descanso diário de 11 horas
seguidas entre dois períodos diários de trabalho consecutivos, sendo que a prestação de
trabalho num desses dias ou períodos deverá ser retribuída de acordo com as normas do
trabalho suplementar.
- NOÇÃO
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Além disso, quando tenha sido estipulado que a isenção de horário de trabalho não
prejudica o período normal de trabalho diário ou semanal considera-se, também,
trabalho suplementar aquele que exceda a duração do período normal de trabalho diário
ou semanal.
No entanto, o trabalho suplementar deve ter um carácter excepcional, pois só pode ser
prestado quando a empresa tenha de fazer face a acréscimos eventuais e transitórios de
trabalho e não se justifique a admissão de trabalhador por tempo indeterminado ou a
prazo.
O trabalho suplementar deverá ser registado em livro próprio donde constará também a
respectiva fundamentação.
- LIMITES
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Não se aplicam, porém, esses limites quando o trabalho suplementar seja prestado em
casos de força maior ou quando se torne indispensável para prevenir ou reparar
prejuízos graves para a empresa ou para a sua viabilidade, ficando neste caso apenas
sujeito aos limites atrás referidos sobre a duração média de trabalho.
- EFEITOS
REMUNERAÇÃO ESPECIAL:
- Em dia de trabalho normal:
- 1ª hora ou fracção desta: + 25%
- 2ª hora ou fracção e seguintes: +37,5%
- Em dia de descanso semanal (complementar e obrigatório) ou feriado:
- Lei Geral: +50%
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DESCANSO COMPENSATÓRIO
- Em dia de descanso semanal obrigatório - 1 dia a gozar nos 3 dias úteis seguintes.
Este descanso compensatório é marcado por acordo entre trabalhador e empregador
ou, na sua falta, pelo empregador.
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- NOÇÃO
Entende-se por trabalhador nocturno aquele que execute, pelo menos, três horas de
trabalho normal nocturno em cada dia ou que possa realizar durante o período nocturno
uma certa parte do seu tempo de trabalho anual, definida por Instrumento de
Regulamentação Colectiva de Trabalho ou, na sua falta, correspondente a três horas por
dia.
- RETRIBUIÇÃO
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11. RETRIBUIÇÃO
(arts 258º a 280º do Código do Trabalho)
A retribuição é a contrapartida que o trabalhador aufere do seu trabalho (de salientar que
não é contrapartida do resultado do trabalho prestado, mas tão e somente da
disponibilidade do trabalhador para prestar a actividade) e compreende a retribuição
base e todas as prestações regulares e periódicas feitas, directa ou indirectamente, em
dinheiro ou em espécie.
A Lei considera como retribuição, até prova em contrário, toda e qualquer prestação do
Empregador ao trabalhador.
Para que uma prestação seja parte da remuneração é necessário que seja obrigatória, não
o sendo são prestadas a título de recompensa ou prémio (gratificações extraordinárias,
prémio de assiduidade, bons serviços, participação nos lucros, etc) ou a título de
compensação de despesas realizadas.
Cálculo para determinar o valor da retribuição variável: média dos valores que o
trabalhador recebeu ou tinha direito a receber nos últimos 12 meses ou no tempo da
execução do contrato, se este tiver durado menos tempo, salvo outro critério
estabelecido no instrumento de regulamentação colectiva aplicável.
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- Retribuição Base
É aquela que, nos termos do contrato ou Instrumento de Regulamentação Colectiva
de Trabalho, corresponde ao exercício da actividade desempenhada pelo trabalhador
de acordo com o período normal de trabalho que tenha sido definido.
De salientar que a liberdade de fixação da retribuição (de base) está limitada não
apenas pelas tabelas dos Instrumentos de Regulamentação Colectiva de Trabalho,
como pelo imperativo legal de uma remuneração mínima mensal para qualquer
trabalhador por conta de outrem, vulgarmente designado por Salário Mínimo
Nacional (que é actualizado anualmente).
- Diuturnidades
É a prestação pecuniária, de natureza retributiva e com vencimento periódico,
devida ao trabalhador, nos termos do contrato ou do Instrumento de
Regulamentação Colectiva de Trabalho, com fundamento na antiguidade.
- Subsídio de Férias
O trabalhador deve receber um subsídio igual ao montante da retribuição
correspondente ao período de férias a que têm direito, que deverá ser pago antes do
início do período de férias e proporcionalmente no início de cada período de férias,
se estas forem gozadas interpoladamente.
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- Subsídio de Natal
O trabalhador tem direito a um subsídio correspondente a um mês de retribuição, o
qual será pago até 15 de Dezembro de cada ano.
- Subsídio de Refeição
As empresas podem atribuir um subsídio de refeição de valor igual para todos os
trabalhadores abrangidos pelos Instrumentos de Regulamentação Colectiva de
Trabalho, independentemente da sua categoria.
- Gratificações
As gratificações que sejam devidas por força do contrato ou das normas que o
regem, ainda que a sua atribuição esteja condicionada aos bons serviços do
trabalhador, e as que, pela sua importância e carácter regular e permanente, devam,
segundo os usos, considerar-se como elemento integrante da retribuição.
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A retribuição pode ser paga por meio de cheque bancário, vale postal ou depósito à
ordem do trabalhador. Todas as despesas com a conversão dos títulos de crédito em
dinheiro ou com o levantamento, por uma só vez, da retribuição são suportadas pelo
Empregador.
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- TEMPO DO CUMPRIMENTO
A obrigação de pagar a retribuição vence-se por períodos certos e iguais, que, salvo
estipulação ou usos diversos, são a semana, a quinzena ou o mês do calendário. O
pagamento deve efectuar-se nos dias úteis, durante o período de trabalho ou
imediatamente a seguir a este.
O Empregador entra em mora se o trabalhador, por facto que não lhe seja imputável,
não puder dispor do montante da retribuição na data do vencimento.
- LUGAR DO CUMPRIMENTO
- PROVA DOCUMENTAL
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12.1. FÉRIAS
(arts 237º a 247º do Código do Trabalho)
- DIREITO A FÉRIAS
Pelo que, ao trabalhador é vedado exercer durante as férias qualquer outra actividade
remunerada (direito/dever de repouso efectivo), salvo se já cumulasse com a sua
actividade ou se autorizado pelo Empregador, sob pena de sanção disciplinar e
reembolso da retribuição correspondente às férias e subsídio respectivo, da qual metade
reverte para o serviço responsável pela gestão financeira do orçamento da Segurança
Social.
Princípio geral:
- Em 1 de Janeiro de cada ano civil, reportado ao trabalho prestado no ano anterior
No ano da Admissão:
- No ano da contratação, o trabalhador tem direito, após seis meses completos de
execução do contrato, a gozar 2 dias úteis de férias por cada mês de duração do
contrato, até ao máximo de 20 dias úteis.
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No caso de o ano civil terminar, antes de decorrido aquele prazo de seis meses ou
antes de gozado o direito a férias, pode o trabalhador gozá-las até 30 de Junho do
ano civil subsequente. Daqui não pode resultar para o trabalhador o direito ao gozo
de um período de férias, no mesmo ano civil, superior a 30 dias úteis, sem prejuízo
do disposto em Instrumento de Regulamentação Colectiva de Trabalho.
- Para os contratos sem termo ou a termo com duração igual ou superior a seis
meses: 22 dias úteis.
Caso os dias de descanso do trabalhador coincidam com dias úteis, tais dias serão
substituídos, para efeitos de cálculo dos dias de férias, os sábados e os domingos
que não sejam feriados.
- Para os contratos a termo com duração inferior a seis meses: dois dias úteis de
férias por cada mês completo de duração do contrato, devendo contar-se todos os
dias, seguidos ou interpolados, em que foi prestado trabalham.
Neste caso, o gozo das férias tem lugar no momento imediatamente anterior ao da
cessação do contrato, salvo acordo das partes.
- CUMULAÇÃO DE FÉRIAS
As férias devem ser gozadas no decurso do ano civil em que se vencem, não sendo
permitido acumular no mesmo ano férias de dois ou mais anos.
As férias podem, no entanto, ser gozadas até 30 de Abril do ano civil seguinte, em
acumulação ou não com as férias vencidas no início deste, por acordo entre Empregador
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e trabalhador ou sempre que este pretenda gozar as férias com familiares residentes no
estrangeiro.
Da aplicação dos critérios supra referidos aos contratos que cessem no ano civil
subsequente ao da admissão do trabalhador ou cuja duração não atinja, por qualquer
causa, 12 meses, não pode resultar um cômputo total das férias ou da correspondente
retribuição a que o trabalhador tenha direito, não pode exceder o proporcional ao
período anual de férias tendo em conta a duração do contrato.
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- MARCAÇÃO DE FÉRIAS
- Um dia que esteja entre um feriado que ocorra à terça-feira ou quinta-feira e um dia
descanso semanal.
Para usar desta faculdade, o Empregador deverá informar todos os trabalhadores
abrangidos até ao dia 15 de dezembro do ano anterior àquele em que o encerramento em
tais dias terá lugar.
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A interrupção das férias não pode prejudicar o gozo seguido de metade do período a que
o trabalhador tenha direito.
A prova da situação de doença poderá ser feita por estabelecimento hospitalar, por
declaração do centro de saúde ou por atestado médico, sem prejuízo do direito de
fiscalização por médico designado pela Segurança Social, mediante requerimento do
Empregador.
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Caso o Empregador, com culpa, obste ao gozo das férias nos termos referidos
anteriormente, o trabalhador tem direito a receber, a título de compensação, o triplo da
retribuição correspondente ao período em falta, que deve obrigatoriamente ser gozado
no primeiro trimestre do ano civil subsequente.
12.2. FERIADOS
(arts 234º a 236º do Código do Trabalho)
- OBRIGATÓRIOS
O feriado de Sexta-Feira Santa pode ser observado em outro dia com significado local
no período da Páscoa.
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- FACULTATIVOS
12.3. FALTAS
(arts. 248º a 257º do Código do Trabalho)
- NOÇÃO
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- TIPOS
São consideradas:
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Por impossibilidade de
prestar trabalho devido a
facto que não seja
imputável ao trabalhador,
nomeadamente,
observância de prescrição
médica no seguimento a Boletim dos Serviços
recurso a técnica de Pelo tempo que ocorrer Médico-Sociais, atestado
procriação assistida, doença médico, Contrafé ou aviso
ou acidente de trabalho
(desde que não tenha direito
a subsídio da Segurança
Social ou Seguro) ou
cumprimento de obrigações
legais
Filho - Declaração de que o
outro progenitor tem
Filho - Até 15 ou 30 dias
actividade profissional e não
por ano ou durante todo o
A motivada pela prestação falta pelo mesmo motivo;
período da eventual
de assistência inadiável e Prova do carácter inadiável e
hospitalização, consoante
imprescindível a filho, a imprescindível e declaração
tenha mais ou menos de
neto ou a cônjuge, pessoa passada pelo estabelecimento
12 anos respectivamente
que viva em união de facto hospital
Neto – 30 dias
ou economia comum com o Neto e Agregado Familiar -
consecutivos a seguir ao
trabalhador, parente, afim Prova do carácter inadiável e
nascimento e que viva
na linha recta ascendente, imprescindível e declaração
consigo em comunhão de
não se exigindo a pertença que os progenitores ou outros
mesas e habitação e filho
ao mesmo agregado membros do agregado
de adolescente com menos
familiar, ou no 2.º grau da familiar são trabalhadores e
de 16 anos
linha colateral não faltam pelo mesmo
Cônjuge, Parentes e afins
motivo ou estão
– 15 dias por ano
impossibilitados de prestar
assistência
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As disposições relativas aos tipos de faltas e à sua duração não podem ser objecto de
Instrumento de Regulamentação Colectiva de Trabalho, salvo tratando-se das faltas
dadas pelos trabalhadores eleitos para as estruturas representação colectiva.
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As faltas justificadas dadas para campanha eleitoral dos candidatos a cargos públicos,
durante o período da campanha conferem, no máximo, direito à retribuição relativa a
um terço do período de duração da campanha eleitoral, só podendo o trabalhador faltar
meios dias ou dias completos com aviso prévio de quarenta e oito horas.
FALTAS INJUSTIFICADAS
Todas as que não são justificadas
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COMUNICAÇÃO
- Faltas previsíveis:
- Comunicação obrigatória com antecedência mínima de 5 dias
- Faltas imprevisíveis
- Comunicação obrigatória logo que possível
PROVA
O Empregador pode exigir prova dos factos invocados para a justificação., nos 15
dias seguintes à comunicação da ausência.
A prova da situação de doença do trabalhador é feita por declaração de
estabelecimento hospitalar, ou centro de saúde ou ainda por atestado médico, sendo
que, a falta desta prova torna a falta injustificada.
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Licença Parental inicial a gozar por um 120 dias ou, por opção, 150 dias
progenitor em caso de impossibilidade do Pode ser acrescido de mais 30 dias, se um
outro: dos progenitores gozar em exclusivo um
- Incapacidade física ou psíquica do período de 30 dias ou dois períodos de 15
progenitor que estiver a gozar a dias após o gozo da licença exclusiva da
licença mãe
- Morte do progenitor que estiver a
gozar a licença
120 dias ou, por opção, 150 dias
Pode ser acrescido de mais 30 dias, se um
dos progenitores gozar em exclusivo um
Por adopção (menor de 15 anos) período de 30 dias ou dois períodos de 15
dias após o gozo da licença exclusiva da
mãe
De destacar que concede-se ainda o direito ao pai de três dispensas ao trabalho para
acompanhar a mãe a consultas pré-natais.
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Logo, se uma das partes faltar culposamente ao cumprimento dos seus deveres torna-se
responsável pelo prejuízo causado à contraparte.
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Na aplicação das sanções disciplinares o empregador deve nortear a sua conduta pelo
seguinte princípio:
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Por último destacamos que se considera abusiva a sanção disciplinar motivada pelo
facto de o trabalhador:
- Haver reclamado legitimamente contra as condições de trabalho;
- Recusar-se a cumprir ordens a que não devesse obediência,
- Exercer ou candidatar-se a funções em organismos de representação de
trabalhadores;
- Em geral, exercer, ter exercido, pretender exercer ou invocar os direitos e
garantias que lhe assistem.
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IMPORTANTE:
Logo que terminar o impedimento o trabalhador deve apresentar-se à entidade
empregadora, para retomar o serviço, sob pena de incorrer em faltas injustificadas.
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A suspensão só pode ter lugar quando a redução dos períodos normais de trabalho se
mostre inadequada ou insuficiente para assegurar a viabilidade da empresa e a
manutenção dos postos de trabalho.
Esta medida tem como efeitos:
- A redução da retribuição na proporção da redução dos tempos de trabalho ou até
ao montante do salário mínimo nacional no caso de suspensão da prestação de
trabalho
- A manutenção das regalias sociais e prestações da segurança social.
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A redução ou a suspensão terá um prazo prévio e rigorosamente fixado, que não poderá
exceder 1 ano, prorrogável, no máximo, por igual período de tempo. Terminado este
prazo o contrato de trabalho passa a produzir automaticamente a plenitude dos seus
efeitos em relação ao trabalhador e à entidade empregadora.
Estabelece-se como regra geral que, durante o período de redução ou suspensão, bem
como nos 30 ou 60 dias seguintes à aplicação das medidas – conforme a sua duração – o
empregador não pode fazer cessar o contrato de trabalho do trabalhador abrangido pelas
ditas medidas.
Actualmente, o Empregador só poderá recorrer a este regime caso tenha a sua situação
contributiva regularizada perante a administração fiscal e a segurança social a não ser
que, estas medidas tenham sido determinadas no âmbito de declaração de empresa em
situação económica difícil ou, com as necessárias adaptações, em processo de
recuperação de empresa.
14.3. A PRÉ-REFORMA
(art. 318º a 322º do Código do Trabalho)
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Mais, o regime fixado no Código do Trabalho assume natureza imperativa, não podendo
ser afastado ou modificado por instrumento de regulamentação colectiva de trabalho ou
por contrato de trabalho, salvo no que diz respeito:
- Aos critérios de definição de indemnizações e aos respectivos valores, neste
último caso dentro dos limites fixados no Código e só por Instrumento de
Regulação Colectiva
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Quanto ao Trabalhador:
- Este deve devolver imediatamente ao empregador os instrumentos de trabalho e
quaisquer outros objectos que sejam pertença deste, sob pena de incorrer em
responsabilidade civil pelos danos causados.
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Termo Certo
No termo do prazo estipulado, mediante o envio de uma declaração por escrito
contendo a vontade de não renovar o contrato antes do prazo terminar. Esta
mesma declaração deverá ser enviada com um aviso prévio de:
- 15 dias, se remetida pelo empregador
- 8 dias, se remetida pelo trabalhador
Termo Incerto
Desde que, prevendo-se a ocorrência do termo incerto, o empregador
comunique ao trabalhador a cessação do mesmo, com a antecedência mínima,
consoante a duração do contrato, de:
- 7 dias, para contratos até 6 meses
- 30 dias, para contratos de 6 meses até dois anos
- 60 dias, por período superior
No entanto, quando a cessação seja por iniciativa da entidade empregadora, esta confere
ao trabalhador o direito a receber uma indemnização calculada conforme o contrato de
trabalho a termo tenha sido celebrado antes ou após o dia 1 de novembro de 2011.
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O contrato de trabalho caduca também com a reforma por velhice. Para que o contrato
caduque não basta que o trabalhador perfaça a idade legal da reforma, é necessário que:
- Trabalhador requeira a reforma quando reúna os requisitos necessários devendo
a sua passagem à situação de pensionista ser comunicada (normalmente pelos
serviços da segurança social) e conhecida do trabalhador e da entidade patronal
- Trabalhador não continue ao serviço mais do que 30 dias após o conhecimento
da “passagem à reforma”
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- O contrato vigora pelo prazo de seis meses, sendo renovável por períodos iguais
e sucessivos, sem sujeição a limites máximos
- A caducidade do contrato fica sujeita a aviso prévio de 60 dias, se for da
iniciativa do empregador, ou de 15 dias, se a iniciativa pertencer ao trabalhador
- A caducidade não determina o pagamento de qualquer compensação ao
trabalhador
O mesmo regime se aplica, logo que o trabalhador, que não tenha requerido a reforma
quando completou a idade legal, atinja os 70 anos de idade.
De salientar que a cessação do contrato por acordo revogatório não exige a invocação de
qualquer motivo e dispensa também qualquer pré-aviso.
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DENÚNCIA DO ACORDO
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PRESSUPOSTOS
Os pressupostos do chamado despedimento com justa causa reconduzem-se, em geral, a
fundamentos do foro disciplinar. A Lei é, neste domínio, exigente dentro de limites
muito estritos.
Assim, tendo presente o texto da lei e sem esquecer que cada fundamento só pode ser
apreciado no caso concreto, dir-se-á que deve ponderar-se, no quadro de gestão da
empresa, o grau de lesão (objectiva e subjectiva) dos interesses da mesma, por um lado
e a deterioração provocada na relação de facto entre empregador/trabalhador/restantes
colegas de trabalho, por outro, e às demais circunstâncias que no caso se mostrem
relevantes, para avaliar (o que em caso de divergência insanável, só o tribunal pode
decidir) se é exigível à entidade patronal manter o vínculo laboral.
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Sem esquecer os requisitos comuns a todos, a Lei, a título não exaustivo, vem enumerar
alguns dos comportamentos do trabalhador passíveis de constituírem justa causa de
despedimento:
- Desobediência ilegítima às ordens dadas por responsáveis hierarquicamente
superiores
- Violação dos direitos e garantias de trabalhadores da empresa
- Provocação repetida de conflitos com outros trabalhadores da empresa
- Desinteresse repetido pelo cumprimento, com a diligência devida, das
obrigações inerentes ao exercício do cargo ou posto de trabalho que lhe esteja
confiado
- Lesão de interesses patrimoniais sérios da empresa
- Falsas declarações relativas à justificação de faltas
- Faltas não justificadas ao trabalho que determinem directamente prejuízos ou
riscos graves para a empresa ou, independentemente de qualquer prejuízo ou
risco, quando o número de faltas injustificadas atingir, em cada ano civil, 5
seguidas ou 10 interpoladas
- Falta culposa de observância das regras de higiene e segurança no trabalho;
- Prática, no âmbito da empresa, de violências físicas, de injúrias ou outras
ofensas punidas por lei sobre trabalhadores da empresa, elementos dos corpos
sociais ou sobre o empregador individual não pertencente aos mesmos órgãos,
seus delegados ou representantes
- Sequestro e em geral crimes contra a liberdade das pessoas referidas no ponto
anterior
- Incumprimento ou oposição ao cumprimento de decisões judiciais ou
administrativas
- Reduções anormais de produtividade
Na presença de uma outra infracção culposa dos deveres do trabalhador que torne
impossível e imediata a subsistência da relação laboral, poder-se-á ponderar a
admissibilidade do despedimento nesse caso.
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PROCESSO DISCIPLINAR
O processo disciplinar é o instrumento processual para verificar a justa causa que há-de
fundamentar o despedimento promovido pela entidade empregadora para a cessação do
contrato de trabalho.
Cumpre, de novo, realçar que o procedimento disciplinar deve exercer-se nos 60 dias
subsequentes àquele em que o empregador, ou o superior hierárquico com competência
disciplinar, teve conhecimento da infracção.
TRAMITAÇÃO
A nota de culpa serve para descrever os factos que fundamentam o despedimento. Estes
factos devem ser narrados com o maior pormenor, indicando-se as circunstâncias de
tempo em que foram praticados (ano, dia, hora) do modo (aspectos envolventes) e do
lugar (local preciso onde a infracção foi praticada).
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Todavia, permite-se que o trabalhador decida que o parecer sobre o processo seja
emitido por determinada associação sindical, em substituição da comissão de
trabalhadores.
6. Cessação do Contrato
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EFEITOS
Pagamento de:
- Retribuição correspondente ao período de trabalho do processo de despedimento
- Férias não gozadas e respectivo subsídio
- Proporcionais de férias, subsídios de férias e de Natal correspondentes aos
meses de trabalho efectivamente prestados no ano da cessação do contrato
DESPEDIMENTO “ILÍCITO”
Sem prejuízo de outras regras específicas que cominem o mesmo efeito, o despedimento
é ilícito se:
- Se não tiver sido precedido de processo disciplinar ou este for nulo;
- Se se fundar em motivos políticos, ideológicos, étnicos ou religiosos, ainda que
com invocação de motivo diverso;
- Se for declarada improcedente a justa causa invocada:
- Se não for solicitado o parecer prévio da entidade competente na área da
igualdade de oportunidades entre homens e mulheres em caso de trabalhador,
grávida, puérpera ou lactante ou trabalhador durante o gozo de licença parental
inicial.
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Por último cumpre referir que a ilicitude do despedimento só pode ser declarada por
tribunal judicial.
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RETRIBUIÇÕES VENCIDAS
O trabalhador tem direito ainda a receber as retribuições que deixou de auferir desde a
data do despedimento até ao trânsito em julgado da decisão do tribunal. Contudo, à
importância a que se chegar deverá deduzir-se o montante das retribuições respeitantes
ao período decorrido desde a data do despedimento até 30 dias antes da data da
propositura da acção, se esta não for proposta nos 30 dias subsequentes ao
despedimento.
REINTEGRAÇÃO
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Caso a oposição à reintegração seja julgada procedente, cabe ao tribunal fixar uma
indemnização calculada entre 30 e 60 dias de retribuição base e diuturnidades por cada
ano completo ou fracção de antiguidade, não pode ser inferior a seis meses de
retribuição base e diuturnidades.
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A decisão de despedimento, com menção expressa do motivo, deve ser comunicada, por
escrito, a cada trabalhador com uma antecedência, relativamente à data prevista para a
cessação do contrato, não inferior a:
15 dias, no caso de trabalhador com antiguidade inferior a um ano;
30 dias, no caso de trabalhador igual o superior a 1 ano e inferior a 5 anos;
60 dias, no caso de trabalhador com antiguidade igual ou superior 5 anos e
inferior a 10 anos;
75 dias, no caso de trabalhador com antiguidade igual ou superior a10 anos.
Caso não seja observado o respectivo prazo mínimo de aviso prévio, o contrato cessa
decorrido o período de aviso prévio em falta a contar da comunicação de despedimento,
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EFEITOS
Compensação correspondente a 20 dias de retribuição base e diuturnidades por
cada ano completo de antiguidade.
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O despedimento por extinção do posto de trabalho só pode ter lugar desde que,
cumulativamente, se verifiquem os seguintes requisitos:
Ausência de culpa da entidade empregadora ou do trabalhador
Seja praticamente impossível a subsistência da relação de trabalho
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A decisão de despedimento, com menção expressa do motivo, deve ser comunicada, por
escrito, a cada trabalhador com uma antecedência, relativamente à data prevista para a
cessação do contrato, não inferior a:
15 dias, no caso de trabalhador com antiguidade inferior a um ano;
30 dias, no caso de trabalhador igual o superior a 1 ano e inferior a 5 anos;
60 dias, no caso de trabalhador com antiguidade igual ou superior 5 anos e
inferior a 10 anos;
75 dias, no caso de trabalhador com antiguidade igual ou superior a10 anos.
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O trabalhador que, nos três meses anteriores à data do início do procedimento para
extinção do posto de trabalho, tenha sido transferido para determinado posto de trabalho
que vier a ser extinto, tem direito a reocupar o posto de trabalho anterior, com garantia
da mesma retribuição base, salvo se este também tiver sido extinto.
EFEITOS
Compensação correspondente a 20 dias de retribuição base e diuturnidades por cada
ano completo de antiguidade.
MANIFESTAÇÕES DE INADAPTAÇÃO:
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PROCESSO
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EFEITOS
PARA O TRABALHADOR
Compensação correspondente a 20 dias de retribuição base e diuturnidades por cada
ano completo de antiguidade.
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PARA A EMPRESA
À empresa exige-se que mantenha o nível de emprego após o despedimento
(consumado) por inadaptação.
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Nos termos da Lei, constituem justa causa de resolução do contrato pelo trabalhador,
nomeadamente, os seguintes comportamentos do empregador:
- Falta culposa de pagamento pontual da retribuição
- Violação culposa das garantias legais ou convencionais do trabalhador
- Aplicação de sanção abusiva
REQUISITO
Comunicação por escrito à entidade empregadora com indicação sucinta dos factos que
justificam a rescisão dentro dos 30 dias subsequentes ao conhecimento desses factos.
EFEITOS
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Cumpre salientar, de novo, que não confere direito a qualquer indemnização a resolução
do contrato pelo trabalhador justificada na:
- Necessidade de cumprimento de obrigações legais incompatíveis com a
continuação ao serviço
- Alteração substancial e duradoura das condições de trabalho no exercício
legítimo de poderes do empregador
- Falta não culposa de pagamento pontual da retribuição
A ilicitude da resolução do contrato pode ser declarada por tribunal judicial em acção
intentada pelo empregador, no prazo de um ano a contar da data da resolução.
Sendo que, a resolução do contrato pelo trabalhador com invocação de justa causa,
quando esta não tenha sido provada, confere ao empregador o direito a uma
indemnização pelos prejuízos causados não devendo a indemnização ser inferior ao
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montante calculado por falta do cumprimento do prazo de aviso prévio, sem prejuízo da
responsabilidade civil pelos danos eventualmente causados em virtude da inobservância
do prazo de aviso prévio ou emergentes da violação de obrigações assumidas em pacto
de permanência.
Para cessação do vínculo, o empregador pode exigir que os documentos de onde conste
a rescisão com justa causa ou denúncia por aviso prévio tenham a assinatura do
trabalhador objecto de reconhecimento notarial presencial. Nesses casos, entre a data do
reconhecimento notarial e a da cessação do contrato, não pode mediar um período
superior a 60 dias.
15.8. DENÚNCIA
- Aviso Prévio
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- Abandono ao Trabalho
- Período Experimental
Contratos a Termo:
- 30 dias se o contrato tiver duração igual ou superior a 6 meses
- 15 dias se o contrato tiver duração inferior a 6 meses
Nota: no caso de contrato a termo incerto, para o cálculo do prazo de aviso
prévio, atender-se-á ao tempo de duração efectiva do contrato.
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Para cessação do vínculo, o empregador pode exigir que os documentos de onde conste
a rescisão com justa causa ou denúncia por aviso prévio tenham a assinatura do
trabalhador objecto de reconhecimento notarial presencial. Nesses casos, entre a data do
reconhecimento notarial e a da cessação do contrato, não pode mediar um período
superior a 60 dias.
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- Para o trabalhador:
- Obrigação de indemnizar o empregador pelos prejuízos causados, não
devendo a indemnização ser inferior ao montante calculado por falta do
cumprimento do prazo de aviso prévio. Isto é, uma indemnização de valor
igual à retribuição base e diuturnidades correspondentes ao período de
antecedência em falta:
- 30 dias se a antiguidade na empresa for até 2 anos
- 60 dias se a antiguidade na empresa for superior a 2 anos
132
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Como já foi referido, o contrato de trabalho pode cessar durante o período experimental
por vontade de qualquer uma das partes, sendo necessário apenas comunicação de uma
parte à outra.
A cessação neste caso não dá direito a indemnização, nem carece de qualquer aviso
prévio a não ser nos seguintes casos:
- 7 dias de aviso prévio, se o período experimental durou mais de 60 dias;
- 15 dias de aviso prévio, se o período experimental durou mais de 120 dias.
Contratos a termo
- 30 dias para contratos de duração igual ou superior a seis meses;
- 15 dias nos contratos a termo certo de duração inferior a seis meses e nos
contratos a termo incerto cuja duração se preveja não vir a ser superior àquele
limite.
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Quanto aos montantes das coimas eles variaram consoante o volume de negócios e se a
infracção foi cometida a título de negligência ou de dolo:
1. Pessoas Colectivas
Infracções Leves
Negligência Dolo
Empresa volume de neg. < a
2 UC a 5 UC 6 UC a 9 UC
10000000 Euros
Empresa volume de neg. = ou
6 UC a 9 UC 10 UC a 15 UC
> superior a 10000000 Euros
Em 2012 1 UC= 102 Euros
134
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Infracções Graves
Negligência Dolo
Empresa volume de neg. < a
6 UC a 12 UC 13 UC a 26 UC
500000 Euros
Empresa volume de neg. = ou
> a 500000 Euros e < a 7 UC a 14 UC 15 UC a 40 UC
2500000 Euros
Empresa volume de neg. = ou
> a 2500000 Euros e < a 10 UC a 20 UC 21 UC a 45 UC
5000000 Euros
Empresa volume de neg. = ou
> a 5000000 Euros e < a
10000000 Euros 12 UC a 25 UC 26 UC a 50 UC
Empresa volume de neg. = ou
15 UC a 40 UC 55 UC a 95 UC
> a 10000000 Euros
Em 2012 UC= 102 Euros
135
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2. Pessoas Singulares
Negligência Dolo
Infracções leves 1 UC a 2 UC 2 UC a 3.5 UC
Infracções graves 3 UC a 7 UC 7 UC a 14 UC
Infracções muito graves 10 UC a 25 UC 25 UC a 50 UC
Em 2012 1 UC= 102 Euros
Os valores máximos das coimas aplicáveis a infracções muito graves previstos são
elevados para o dobro nas situações de violação de normas sobre trabalho de menores,
segurança, higiene e saúde no trabalho, de direitos dos organismos representativos dos
trabalhadores, nomeadamente das comissões de trabalhadores, bem como de direitos das
associações sindicais, dos dirigentes e delegados sindicais ou equiparados e, ainda, do
direito à greve.
Por último, importa referir que o desrespeito das medidas recomendadas no auto de
advertência é ponderado pela autoridade administrativa competente ou pelo julgador em
caso de impugnação judicial, designadamente, para efeitos de aferição da existência de
conduta dolosa.
136
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17.1.INTRODUÇÃO
Importa por isso conhecer o estatuto dos agentes intervenientes nas mesmas: os
Empregadores (cuja noção em local próprio destacamos) e as suas Associações de
Empregadores, os Sindicatos e as Comissões de Trabalhadores.
137
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FALTAS
Relativamente aos delegados sindicais, apenas se consideram justificadas, para além das
que correspondam ao gozo do crédito de horas, as ausências motivadas pela prática de
actos necessários e inadiáveis no exercício das suas funções, as quais contam, salvo para
efeito de retribuição, como tempo de serviço efectivo. Estas ausências têm de ser
comunicadas, por escrito, com um dia de antecedência ou, em caso de impossibilidade
de previsão, nas quarenta e oito horas imediatas ao primeiro dia de ausência, sob pena
de se considerarem faltas injustificadas.
140
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Não havendo justa causa, o trabalhador despedido tem o direito de optar entre a
reintegração na empresa e uma indemnização.
- AS COMISSÕES DE TRABALHADORES
141
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Para o exercício da sua actividade, cada um dos membros das seguintes entidades
dispõe de crédito de horas não inferior aos seguintes montantes:
- Subcomissões de trabalhadores - oito horas mensais
- Comissões de trabalhadores - vinte e cinco horas mensais
- Comissões coordenadoras - vinte horas mensais
1
A matéria sobre os Conselhos de empresa Europeus será objecto da nova lei que irá regulamentar o
Código do Trabalho. Até à sua entrada em vigor continua a aplicar-se os artigos 365.º a 395.º da Lei n.º
35/2004 de 29 de Julho.
142
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- OS SINDICATOS
143
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- O DELEGADO SINDICAL
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Cada delegado sindical dispõe, para o exercício das suas funções, de um crédito de
cinco horas por mês ou, tratando-se de delegado que faça parte da comissão
intersindical, de um crédito de oito horas por mês.
145
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A protecção social é realizada através dos regimes de segurança social e da acção social.
Este documento de apoio abordará apenas o Regime Geral (Contributivo) e dentro deste
focaremos a nossa atenção no Regime Geral de Segurança Social dos Trabalhadores por
Conta de Outrem, apenas fazendo breves referências (quando oportunas e sem perda da
sistemática) às restantes duas modalidades.
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Cumpre realçar que a integração dos membros dos órgãos estatutários das pessoas
colectivas e entidades equiparadas no regime geral da segurança social dos
trabalhadores por conta de outrem foi efectuado com os ajustamentos decorrentes das
particularidades que caracterizam o estatuto profissional destes beneficiários.
Desde logo cumpre realçar que nem todos os membros dos órgãos estatutários das
pessoas colectivas ou equiparadas são abrangidas pelo regime geral de segurança social
dos trabalhadores por conta de outrem.
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Outra particularidade deste regime situa-se no seu âmbito material no que toca às
eventualidades protegidas:
- Os beneficiários têm direito às prestações garantidas, no âmbito do regime geral,
nas eventualidades de doença, maternidade, doença profissional, invalidez,
velhice, morte e encargos familiares, mas não tem direito a protecção na
eventualidade de desemprego
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Existem 11 escalões, para efeitos de determinação da base de incidência sendo que, não
existe possibilidade de escolha no escalão aplicado: este é determinado
automaticamente em função do rendimento do trabalhador independente.
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Maiores de 18 anos, aptos para o trabalho, não abrangidos por regimes de protecção
social obrigatórios, nomeadamente:
- Nacionais e cidadãos de outros Estados-membros da União Europeia desde que
residentes em Portugal
- Cidadãos nacionais que não exerçam actividade profissional ou que a exerçam
no estrangeiro e aí residam, e não estejam abrangidos por instrumentos
internacionais de segurança social
- Nacionais de países terceiros ou apátridas, residentes em Portugal há mais de 1
ano que reúnam as restantes condições
150
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2. Indicar:
- A identificação dos responsáveis pela administração ou gerência
- O ramo de actividade
- A sede ou domicílio
- O local ou locais de trabalho
IMPORTANTE:
A falta de participação do início de actividade não impede que os Centros Regionais da
Segurança Social procedam à inscrição dos contribuintes, desde que possuam os
respectivos elementos, cuja obtenção lhes compete promover.
151
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A INSCRIÇÃO dos trabalhadores por conta de outrem e dos membros dos órgãos
estatutários das pessoas colectivas É OBRIGATÓRIA E DEVE SER EFECTUADA
PELA ENTIDADE EMPREGADORA:
- Na instituição de segurança social que abrange o local de trabalho
- Até ao final do mês seguinte ao do início de actividade
- Através de Impresso de modelo próprio, devidamente preenchido, acompanhado
de:
- Bilhete de Identidade (ou Certidão Nascimento ou Cédula Pessoal)
- Cartão de Identificação Fiscal de Pessoa Singular
ATENÇÃO:
A INSCRIÇÃO dos trabalhadores por conta de outrem e dos membros dos orgãos
estatutários das pessoas colectivas:
- Reporta-se ao início do mês a que se refere a 1ª contribuição devida em nome
destes
- É dispensada se já forem beneficiários, devendo o respectivo número ser
mencionado nas folhas de remunerações
- É vitalícia e determina a:
- Vinculação ao Sistema de Segurança Social
- Atribuição do número nacional
- Emissão de cartão de beneficiário
152
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Na falta desta comunicação, não contam para efeitos de cálculo das prestações de
segurança social os períodos de actividade não declarados, salvo se tiverem sido pagas
as contribuições correspondentes.
PARA O TRABALHADOR
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ATENÇÃO:
Os trabalhadores independentes cujo rendimento relevante anual seja igual ou inferior a
6 vezes o valor do IAS podem requerer que o enquadramento neste regime produza
em data anterior às datas previstas nos enquadramentos obrigatórios.
(cuja regra é a produção no 1.º dia do mês seguinte ao da apresentação do requerimento)
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18.7. CONTRIBUIÇÕES
156
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Destas folhas devem apenas constar os trabalhadores em relação aos quais sejam
praticadas as mesmas taxas contributivas, sob pena de serem devidas contribuições pela
taxa mais elevada.
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O montante das contribuições é a calculado pela aplicação da taxa social única sobre as
remunerações reais, consideradas como base de incidência.
Quanto aos membros dos órgãos estatuários das pessoas colectivas e entidades
equiparadas a taxa é de 29,6%, subdividida igualmente em duas parcelas:
- Entidade empregadora: 20,3%
- Trabalhador: 9,3%
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É por vezes difícil identificar que leis existem e qual a respectiva hierarquização.
Assim e considerando as normas de direito nacional temos:
- Constituição da República;
- Direito Comunitário;
- Lei;
- Decreto-Lei;
- Decretos Legislativos Regionais;
- Regulamentos (Portarias, Decretos-Regulamentares, Resoluções do Conselho de
Ministros etc.);
- Decretos Regulamentares Regionais;
A Política Social Comunitária tem abrangido várias áreas entre as quais figura a
segurança e saúde dos trabalhadores. A União Europeia (UE) tem recorrido a uma série
de instrumentos, consoante o objectivo em questão como é o caso da legislação, sob a
forma de Directivas, que visam facilitar o diálogo com os parceiros sociais,
contribuindo assim, a vários níveis, para a definição dos direitos sociais e fundamentais
dos trabalhadores.
- Aplicabilidade Directa
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Este princípio é uma exigência existencial da ordem jurídica comunitária; é ele que
assegura a própria existência e a eficácia das comunidades e da sua integração. Quando
existe um conflito entre uma norma comunitária e uma norma de direito interno, por
exemplo uma norma comunitária que estabelece direitos e obrigações directamente para
os cidadãos é incompatível com uma norma de direito interno; uma delas tem que ceder
perante a outra e por força deste princípio é a norma de direito interno que cede.
Com base numa directiva quadro - Directiva 89/391/CEE, têm sido adoptadas, a nível
comunitário, prescrições mínimas destinadas a melhorar a segurança e a saúde dos
trabalhadores no local de trabalho.
Diplomas de Enquadramento
Código do Trabalho e Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro
De acordo com o previsto no artigo 284.º do Código do Trabalho aprovado pela Lei n.º
7/2009 de 12 de fevereiro, a Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro, regulamenta o regime
jurídico da promoção e prevenção da segurança e da saúde no trabalho
Decreto-Lei Nº 133/99 de 21 de abril:
Altera o Decreto-Lei 441/91, relativo aos princípios da prevenção de riscos
profissionais.
Lei Nº 7/95 de 29 de março:
Altera por rectificação, o Decreto-Lei Nº 26/94 de 1 de Fevereiro.
Portaria Nº 53/96 de 20 de fevereiro:
Altera a portaria Nº 1179/95.
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INTRODUÇÃO
Quer isto dizer que compete ao empregador tomar as decisões que melhor se adeqúem à
realidade da sua empresa e tais decisões devem ser sempre entendidas e coordenadas no
contexto global da empresa.
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A empresa, qualquer que seja a modalidade de organização dos serviços adoptada, deve
ter uma organização interna que assegure as actividades de primeiros socorros, de
combate a incêndios e de evacuação de trabalhadores em situações de perigo grave e
iminente.
Empresas com menos de 9 trabalhadores e cuja actividade não seja de risco elevado,
pode ser o próprio empregador a desempenhar as funções de organização dos serviços
de SST, desde que possua formação adequada e devidamente autorizado pela ACT –
Autoridade para as Condições do Trabalho.
Serviços Internos
Os serviços internos são criados pela própria empresa, abrangendo exclusivamente os
trabalhadores que nela prestam serviço.
As empresas com mais de 400 trabalhadores que não exerçam actividades de risco
elevado podem solicitar a dispensa de serviços internos desde que:
Apresente índices de incidência e de gravidade de acidentes de trabalho, nos
últimos dois anos, não superiores à média do respectivo sector;
Não tenha sido punida por infracções muito graves respeitantes à violação de
legislação de segurança, higiene e saúde no trabalho, nos últimos anos;
Serviços Interempresas
Os serviços interempresas são criados por uma pluralidade de empresas para utilização
comum dos trabalhadores que nelas prestam serviço.
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O acordo pelo qual são criados os serviços interempresas deve constar de documento
escrito, o qual necessita de aprovação do ACT – Autoridade para as Condições do
Trabalho.
Serviços Externos
Serviços externos são os contratados pela empresa a outras entidades.
A contratação dos serviços externos não isenta o empregador das responsabilidades que
lhe são atribuídas pela legislação relativa à segurança, higiene e saúde nos locais de
trabalho.
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O médico do trabalho deve também preencher uma ficha de aptidão, de acordo com o
definido na portaria nº1031/2002 de 10 de agosto, após os exames médicos. Esta não
pode conter elementos que envolvam segredo profissional. Uma cópia desta ficha de
aptidão deverá ir para o responsável de recursos humanos da empresa.
No caso de inaptidão, deve ser indicado que outras funções o trabalhador pode
desempenhar.
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Podem desempenhar estas funções outras pessoas que tenham formação mais elevada
para determinadas actividades profissionais (medicina, enfermagem, psicologia e
sociologia do trabalho).
A lei prevê que trabalhadores que já exercem funções técnicas ou de direcção sem
habilitações ou formação, só podem continuar com autorização da ACT – Autoridade
para as Condições de Trabalho (o que envolve a necessidade de formação).
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EM SÍNTESE:
SERVIÇOS INTERNOS
RECURSOS TRABALHADORES
INTERNOS
DESIGNADOS
O EMPREGADOR
SEGURANÇA
E HIGIENE
CONSULTORES
(TÉCNICOS EXTERNOS
COMPLEMENTARES)
RECURSOS
SEVIÇOS EXTERNOS
EXTERNOS (ALTERNATIVOS OU
COMPLEMENTARES)
SEVIÇOS INTEREMPRESAS
VIGILÂNCIA
DE SAÚDE SERVIÇOS EXTERNOS DE VIGILÂNCIA DE
SAÚDE
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OBJECTIVOS
ACTIVIDADES
- Planeamento e programação
Programação da prevenção
- Lista de medidas preconizadas
- Identificação e avaliação dos riscos
Avaliação do risco - Elaboração de relatórios de avaliação
- Auditorias de SHST
- Informação técnica
- Controlo de Riscos
Dinamização de medidas de prevenção
- Formação e Informação
- Organização e coordenação
- Vigilância da Saúde
- Exames médicos
Vigilância da Saúde
- Fichas clínicas
- Lista de absentismo
- Informação técnica
Desenvolvimento da Informação e formação - Formação
- Informação
- Organização e coordenação
Coordenação e intervenção
- Planeamento e programação
- Informação
- Relatórios de actividades
- Lista de acidentes de trabalho
Participação dos representantes dos - Dados médicos colectivos
trabalhadores - Lista de medidas preconizadas
- Relatórios de avaliação dos riscos
- Análise dos acidentes de trabalho e doenças
profissionais
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- Notificações/comunicações obrigatórias
Relacionamento com a rede de prevenção
- Recolha de informação da rede
- Auditorias de SST
- Relatórios de actividades
- Lista de acidentes de trabalho e doenças
profissionais
Avaliação dos resultados
- Dados médicos colectivos
- Relatórios de avaliação de riscos
- Lista de absentismo
- Recolha e organização de dados
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Desde logo, a falta de organização dos tempos de trabalho e a ultrapassagem dos limites
máximos de condução, geram uma carga de trabalho físico e mental pesada que pode
levar à fadiga do motorista.
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Estimando, segundo dados da ex-DGV, que em média por ano há cerca de 3000
acidentes rodoviários com vítimas que envolvem veículos pesados de mercadorias
chegamos aos valores para o sector dos Transportes Rodoviários de Mercadorias
referidos no Quadro 2.
No que respeita aos dias da semana em que se verificaram acidentes de trabalho mortais
verificamos que:
2ª Feira – 26.8%
3ª Feira – 4.5%
4ª Feira – 19.2%
5ª Feira – 20.2%
6ª Feira – 15.0%
Sábado – 12.5%
Domingo – 1.3%
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A evolução dos acidentes de trabalho nos dias de 2ª Feira e Sábado nos últimos anos
traduz um aumento significativo de acidentes de trabalho nestes dias. Este facto poderá
estar relacionado com a laboração do sector da construção civil ao Sábado, que se
tornou prática constante nos últimos 3 anos, deste modo o primeiro e último dia da
semana são aqueles em que ocorrem mais acidentes de trabalho devido ao pouco tempo
de descanso.
Relativamente às horas do dia verifica-se que no período das 12-16h é aquele onde
ocorrem mais acidentes mortais com vítimas, o que reforça a ideia de que entre as
causas de sinistralidade mortal, pode estar a falta de efectividade do direito ao repouso,
diário e semanal, o défice da organização do trabalho e do tempo de trabalho e a gestão
da prevenção dos riscos profissionais nas empresas.
1%
6%
21% 40%
32%
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Contrariamente ao que seria de esperar numa primeira análise, a maioria dos acidentes
na actividade de transporte ocorrem com o veículo parado.
Operações Preliminares
- Risco de queda e lesões musculares quando da realização de operações de limpeza aos
retrovisores e pára-brisas, este risco será tanto maior se a cabina não estiver equipada de
pegas por baixo do pára-brisas e de degraus no cimo do pára-choques.
Operações de Acoplamento
- Riscos de atropelamento: Para efectuar o engate do semi-reboque, em perfeitas
condições de segurança, será necessário verificar se os mecanismos de engate do
prato estão bem posicionados para receber o pino do semi-reboque e se a alavanca
de segurança do prato está toda puxada.
- Colocar uma base por baixo das patolas de modo a repartir o peso sobre
uma maior superfície;
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Além de ser necessária uma avaliação dos riscos envolvidos, os trabalhadores que
executem estas tarefas deverão ter à sua disposição equipamento de protecção
individual adequado, nomeadamente calçado com biqueira de aço e luvas.
Deste modo e para eliminar e/ou minimizar estes riscos deverá, sempre que possível
utilizar-se meios mecânicos de movimentação de cargas como por exemplo,
empilhadores, plataformas elevatórias etc.
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A má disposição da carga, uma estivagem mal feita, e uma carga mal acondicionada,
podem originar vários riscos. Na realidade, pode desprender-se e destruir a parte de trás
do veículo, pode eventualmente cair no trajecto; desequilibrar o camião ou cair sobre o
motorista aquando a abertura das portas.
Concepção do Veículo
A segurança do veículo começa na sua concepção. Deste modo o motorista deverá ter à
sua disposição um veículo capaz de satisfazer as necessidades de circulação em
segurança e não potenciar riscos acrescidos, de modo a tornar possível uma condução
eficaz, segura e confortável.
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A marca CE;
Eventualmente o Nº de série;
Ano de Fabrico.
A instalação;
A montagem e desmontagem;
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Lesões musculares;
Entorses;
Lesões na Coluna;
Levantamento de Cargas
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Os objectos devem ter pegas com largura suficiente para levantar com luvas;
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Flectir os joelhos;
Transporte de cargas
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- Psicológicos;
- Psicofisiológicos;
- Patológicos;
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À medida que o nível de stress térmico se eleva acima da zona de conforto, aparecem
estados sucessivos de mal-estar psicológico que vão desde a sensação puramente
subjectiva de estar incomodado, a uma redução apreciável do rendimento de tarefas que
exigem destreza manual. A níveis ainda mais elevados de calor aparece uma clara
diminuição de capacidade de trabalho com mal-estar fisiológico, sobrecarga do coração
e aparelho circulatório e desequilíbrio no balanço de água e sais do organismo.
O calor pode ter ainda consequências mais ou menos nefastas sobre a saúde a médio e
longo prazo, nomeadamente:
Cataratas;
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Realizar as tarefas mais pesadas e que requerem maior dispêndio de energia nas
horas mais frescas dos dias;
Boa ventilação;
Flexibilidade;
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INTRODUÇÃO
A electricidade por ter uma aparência passiva – não se vê, não se ouve, não tem cheiro –
impõe que os procedimentos técnicos e administrativos para evitar acidentes sejam
muito rigorosos, e uma preparação adequada de todas as pessoas, sem excepção, para
que saibam reconhecer e evitar os seus perigos.
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DEFINIÇÕES
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Rede de Transporte: constituída pelas linhas de Muito Alta Tensão (MAT) – 150, 220 e
400 mil voltes, que a partir dos centros produtores transportam a energia eléctrica até
próximo dos locais de grande consumo, normalmente na periferia das cidades e pelas
subestações que transformam a MAT para o nível de tensões utilizadas na rede de
distribuição.
Rede de Distribuição: que a partir das subestações distribui a energia a uma tensão
inferior normalmente média tensão (MT) – 10, 15 ou 30 mil voltes, para o interior das
zonas de consumo, onde através das linhas BT aéreas ou subterrâneas é entregue aos
consumidores finais em baixa tensão 230/400 V.
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- Em trifásica, 400 V;
- Em Monofásica, 230V;
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LIGAÇÕES À TERRA
A ligação à Terra é constituída por uma peça ou por um conjunto de peças condutoras
que asseguram uma ligação permanente à Terra.
Ao valor da tensão de contacto presumida que pode ser aplicada indefinidamente sem
risco de acidente chama-se Tensão Limite Convencional (UV).
Por outro lado e de acordo com o teor de humidade definem-se três condições distintas:
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Defeito de isolamento;
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ELECTRICIDADE ESTÁTICA
A electricidade estática pode resultar, por exemplo, do contacto entre dois materiais
diferentes, seguido de afastamento; da fragmentação; de atrito; da aproximação de um
corpo no estado neutro de um outro carregado.
Medidas de Protecção
Por vezes puxa-se pelo cabo de alimentação para desligar um aparelho da tomada.
Deste modo, podem os condutores soltar-se na ficha ou arrancar a tomada da parede
deixando as peças em tensão desprotegidas. Portanto, ao desligar um aparelho da
tomada puxe sempre pela ficha e nunca pelo cabo eléctrico.
A existência de cabos espalhados pelo chão constitui uma frequente armadilha onde
facilmente se tropeça e pode levar à deterioração do isolamento. Evite deixar
desnecessariamente cabos estendidos pelo chão; caso não seja possível não os pise
nem passe com cargas por cima deles.
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Nos aparelhos de aquecimento eléctrico o cabo eléctrico não deve tocar nas partes
quentes. Com o aquecimento excessivo, o isolamento do cabo pode derreter ou
queimar, perdendo as suas propriedades de isolante eléctrico.
Ao subir a um terraço por baixo de linhas de alta tensão não transporte objectos
metálicos, como escadas, réguas, antenas de televisão...Mesmo que não toque no
condutor pode ser alvo de uma descarga eléctrica.
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