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© CPTM\SENAI-SP, 2017
3ª Edição
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Sumário
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 7
2 INFRAESTRUTURA FERROVIÁRIA........................................................................................ 8
2.1 Definição de terraplenagem (ou terraplenagem) ............................................................ 13
2.2 Máquinas de Terraplenagem na Construção da Infraestrutura....................................... 13
2.3 Máquinas e Equipamentos de Movimentação de Carga ................................................ 13
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1 Introdução
- cortes
- túneis
- aterros
- pontes
- muros de arrimo
- obras de drenagem superficial e profunda etc.
- lastro
- sublastro
- trilhos
- dormentes e fixações dos trilhos etc.
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2 Infraestrutura Ferroviária
Figura 2 - Infraestrutura abaixo do terreno natural – corte em terra (a) e corte em rocha (b)
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Quando a infraestrutura está constituída sobre o terreno, temos um aterro que em geral
sofre uma compactação, a fim de dar-lhe maior consistência, como podemos observar na figura.
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Nessa secção, a lama amolecida é bombeada para a superfície impregnando todo o lastro
com a terra, tirando boa parte de função de lastro.
Os bolsões de lastro têm sua origem no amolecimento do terrapleno provocada pela
água não escoada, aliada à vibração que o trem, ao passar, introduz no lastro. Depois de iniciado
o processo, este passa a funcionar como bomba, bombeando para a parte superior do lastro a
parte amolecida do terrapleno, é um processo progressivo, irreversível e que não pode ser
resolvido sem interromper o tráfego ferroviário. A incidência dos bolsões de lastro ocorre, com
mais frequência, em ferrovias não construídas com os modernos recursos da técnica, e sendo
comum nas vias de elevada densidade de tráfego.
Nesses locais a via férrea perde a sua estabilidade, tornando necessária a constante
intervenção das turmas de manutenção. Uma das soluções paliativas para os bolsões é a
aplicação de injeção de argamassa de cimento e areia em dosagens adequadas, serviço que pode
ser executado conservando a operação da estrada. A solução correta, a única que é definitiva, é a
remoção total do local afetado, secando-o, refazendo o aterro e a via férrea com lastro novo. É um
serviço caro, requerendo a interrupção da via férrea e, consequentemente, de sua operação.
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• drenagem superficial - consiste em afastar para fora do terrapleno as águas das chuvas o
mais rápido possível. Para isso é necessário fazer, na base B do terrapleno(ou terraplano),
uma inclinação de 1:20 a 1:25, ou seja, 5 a 4% de declividade, como indicado na figura
anterior.
• drenagem profunda - consiste em toda a estrutura de drenagem, aproximadamente 1,5m
abaixo da plataforma.
Como vimos, a infraestrutura ferroviária é composta pelo conjunto das obras de arte e de
terraplenagem. Para que a via permanente seja estabelecida, é necessário que o terrapleno esteja
pronto, tendo sido construído com o uso de máquinas especiais para terraplenagem de acordo
com as especificações. Estas máquinas, úteis também na manutenção do terrapleno, são:
• escavadeiras;
• carregadeiras;
• tratores de lâmina;
• compactadores;
• cavalos mecânicos;
• carretas para transporte de máquinas;
• comboio de lubrificação.
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Berma de equilíbrio
Arrimo de plataforma Talude Impermeabilizado Bueiro tipo BSTM - Armco
pré-moldada
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3 Superestrutura Ferroviária
A superestrutura das estradas de ferro é constituída pela via permanente, que está
sujeita à ação de desgaste pelas rodas dos veículos e pelo meio (intempéries). É construída de
modo a ser renovada, quando o seu desgaste atingir o limite de tolerância exigido pela segurança
ou comodidade da circulação e a ser substituída em seus principais constituintes, quando assim o
exigir a intensidade de tráfego ou o aumento de peso do material rodante.
Os três elementos principais da via permanente são o lastro, os dormentes e os trilhos.
Estes últimos constituem o apoio e, ao mesmo tempo, a superfície de rolamento para os veículos
ferroviários. Devemos incluir, também, como elemento da superestrutura das estradas de ferro, o
sublastro que, embora ligado intimamente às camadas finais da infraestrutura, tem características
especiais que justificam a sua inclusão como parte da superestrutura ferroviária.
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3.1 Sublastro
c) aumentar a resistência do leito à erosão e à penetração da água, concorrendo para uma boa
drenagem da via;
d) permitir relativa elasticidade ao apoio do lastro, para que a via permanente não seja rígida.
Sendo o lastro um material até certo ponto caro e de grande consumo (cerca de 1,5 m 3
por metro corrente) e, às vezes, de difícil obtenção, a utilização do sublastro, por ser mais barato e
encontrado nas proximidades do local do emprego, traz grande economia à superestrutura
ferroviária, além de melhorar consideravelmente o padrão técnico da via permanente e baratear
sua manutenção. O sublastro passa por um processo de compactação visando à obtenção de um
peso adequado.
No caso de não se encontrar, nas proximidades da ferrovia, material que satisfaça às
especificações acima, pode-se adotar a solução de misturar dois solos ou empregar um solo com
areia ou agregado, desde que esse procedimento não encareça o custo do sublastro. Outro
recurso seria a adoção de solo melhorado com cimento.
A espessura do sublastro deverá ser tal que a distribuição de pressões acarrete, na sua
base (plataforma), uma taxa de trabalho compatível com a sua capacidade de suporte.
Geralmente, um sublastro de 20 (vinte) cm é suficiente.
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3.2 Lastro
Figura 13 - Lastro
Para bem desempenhar as suas funções, o lastro deve ter as seguintes qualidades:
• suficiente resistência aos esforços transmitidos pelos dormentes;
• elasticidade limitada, para abrandar os choques;
• dimensões que permitam sua interposição entre os dormentes e abaixo deles,
preenchendo as depressões da plataforma e permitindo um perfeito nivelamento dos
trilhos;
• resistência aos agentes atmosféricos;
• permeabilidade, para permitir uma boa drenagem;
• não produzir pó, caso contrário, tornaria incômodo aos passageiros, além de prejudicar o
material rodante.
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Terra: é o mais barato, mas também o pior. É frequente a água saturá-la, provocando
desnivelamento na linha, chegando a causar acidentes aos trens. Uma linha desnivelada é o que
se chama, na prática ferroviária, “Linha Laqueada” e é a mais frequente causa de
descarrilamentos.
Areia: tem a qualidade de ser pouco compressível e permeável. Entretanto, é facilmente levada
pela água. Tem ainda o inconveniente de produzir uma poeira de grãos muito duros (quartzo) que
introduzindo-se entre as partes móveis dos veículos produz o desgaste deles.
Cascalho: é um ótimo tipo de lastro, principalmente quando quebrado, formando arestas vivas. É,
às vezes, usado como se encontram nas “cascalheiras”, mas, para as linhas de maior tráfego,
deve o cascalho ser lavado, para separá-lo da terra e das impurezas.
Escória: algumas escórias de usinas metalúrgicas têm dureza e resistência suficiente para serem
empregadas como lastro e são utilizadas nas linhas próximas das usinas.
Pedra britada: é o melhor tipo de lastro, por ser resistente, inalterável aos agentes atmosféricos e
permeável, permitindo um perfeito nivelamento (socaria) do lastro. É limitadamente elástico e não
produz poeira. Deve-se escolher a pedra britada de rochas duras. As principais rochas utilizadas
para a britagem são: arenito; calcário; mármore; dolomita; micaxisto; quartzito; diorito; basalto;
diabase; granito; gneiss.
As quatro primeiras, entretanto, nem sempre atendem às especificações atuais adotadas na
escolha da pedra para lastro.
Especificações
b) Resistência à ruptura: 700kg/cm2. Para esse ensaio, fazem-se cubos de 5cm de aresta, que
são levados a uma máquina de compressão.
c) Solubilidade: toma-se 7dm3 de pedra, triturada e lavada. Coloca-se em um vaso e a amostra é
agitada no período de 48 (quarenta e oito) horas, durante cinco minutos, a cada 12(doze) horas de
intervalo. Se houver descoloração, a pedra é considerada solúvel e imprópria.
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d) Absorção: coloca-se uma amostra com aproximadamente 230 (duzentos e trinta) gramas (1/2
libra) mergulhada em água. Durante certo tempo, o aumento de peso não deverá ultrapassar 8gr/
dm3.
e) Substâncias nocivas: a quantidade de substâncias nocivas e torrões de argila não devem
ultrapassar 1% (determinação pelo método MB8 da ABNT).
f) Granulometria: as pedras de lastro não devem ter grandes dimensões pois, nesse caso,
funcionariam como “cunhas” e o nivelamento seria pouco durável. Por outro lado, dimensões muito
pequenas acarretariam uma rápida “colmatagem” do lastro, perdendo essa sua função de drenar.
As especificações modernas determinam que as pedras do lastro tenham dimensões entre ¾”e 2”
½ (2-6 cm).
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3.3 Dormentes
d) tenha durabilidade;
g) permita uma boa fixação do trilho, isto é, uma fixação firme, sem ser excessivamente rígida.
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Quanto ao material de que é feito, o dormente usado atualmente pode ser de quatro tipos:
madeira, aço, concreto e polímero.
A madeira reúne quase todas as qualidades exigidas para o dormente e continua sendo,
até o presente, o principal tipo de dormente. Entretanto, as madeiras de boa qualidade utilizadas
na fabricação do dormente podem ser aproveitadas para finalidades mais nobres, com preços
mais altos e, ainda, sua escassez e os reflorestamentos deficientes vêm acarretando seu
crescente encarecimento.
Devido a esses fatores, estuda-se agora uma alternativa para substituir esse tipo de
dormente. Madeiras mais comum, que podem ser obtidas por menor preço, têm sido utilizadas,
após tratamento químico, conforme veremos mais adiante.
Existem também dormentes com dimensões especiais, para emprego nas pontes e nos
aparelhos de mudança de via. Quanto à espécie da madeira (“essência”) os dormentes são
classificados em 1ª ou 2ª classes.
Às vezes admite-se a 3ª classe, identificada com as essências de 1ª ou 2ª classes, mas
com defeitos toleráveis. Além das categorias acima designadas, são especificadas as madeiras
para dormentes que serão previamente tratadas quimicamente.
Alguns exemplos de madeira de 1ª classe são: Aroeira, Sucupira, Jacarandá, Amoreira,
Angico, Ipê, Pereira, Bálsamo etc. Outros exemplos de 2ª classe são: Angelim, Araribá,
Amarelinho, Braúna, Carvalho do Brasil, Canela-preta, Guarabu, Jatobá, Massaranduba, Peroba,
Pau-Brasil, Baru, Eucalipto (citriodora, paniculata, rostrata etc.). O melhor dormente de madeira é
o de Sucupira, que dá ótima fixação do trilho, possui dureza e peso específico elevado e grande
resistência ao apodrecimento, podendo durar mais de 30 anos na linha.
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Além da qualidade da madeira, outros fatores têm influência na durabilidade, tais como
clima, drenagem da via, peso e velocidade dos trens, época do ano em que a madeira foi cortada,
grau de secagem, tipo de fixação do trilho usado, tipo do lastro, tipo de placa de apoio do trilho no
dormente etc. No que diz respeito à durabilidade do dormente deve-se distinguir “resistência ao
apodrecimento” e “resistência ao desgaste mecânico”.
O ponto mais vulnerável do dormente é o local da fixação do trilho. Apesar de poder ser
substituída a pregação, fazendo-se outro furo ao lado do primeiro, geralmente o dormente é
considerado inutilizado, devendo ser substituído por não resistir à nova pregação, estando a
madeira, quase sempre em seu conjunto, em regular estado. A escolha do dormente de madeira
está, portanto, condicionada a
a) resistência à destruição mecânica, provocada pela circulação dos trens, isto é, pela natureza e
coesão da madeira;
b) resistência ao apodrecimento (ação dos fungos);
c) maior ou menor facilidade de obtenção;
d) razões de ordem econômica.
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exponencial. Verifica-se também que a resistência varia inversamente com o teor de umidade. Na
madeira para dormentes, certas propriedades mecânicas são mais importantes que outras, como
por exemplo, a compressão paralela às fibras, bem como perpendicular às mesmas. A dureza
também é muito importante, principalmente a do topo, pois é empurrando a fixação (prego, tirefond
etc.) contra as paredes laterais do furo, que o trilho transmite à superestrutura os esforços
horizontais, principalmente nas curvas.
Dentre as madeiras nacionais, uma das mais leves é a paineira, com 0,26 kg/dm3 e uma
das mais densas é a aroeira do sertão com 1,21 kg/dm3. Infelizmente, não temos ainda um estudo
completo de nossas madeiras, relacionando suas qualidades mecânicas, reveladas nos ensaios
de laboratório, com o seu trabalho na via férrea. Isto significa que ainda não determinamos os
valores mínimos de resistência (nos ensaios) a serem aceitos para utilização da madeira como
dormente. Entretanto, já que a resistência mecânica depende da densidade da madeira, como
vimos, pode-se estabelecer uma densidade mínima para que a madeira seja aceita como
dormente. No Brasil, onde ainda existem madeiras de boa qualidade, a densidade mínima poderá
ser estabelecida em torno de 0,70 kg/dm3 enquanto que em outros países são utilizadas madeiras
com densidades bem inferiores.
APODRECIMENTO DA MADEIRA
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resistência é o peso específico, o que faz com que não seja conveniente o tratamento químico de
madeiras com peso específico abaixo de 0,70 kg/dm3, pois, provavelmente, o dormente seria
inutilizado, em virtude de seu desgaste mecânico, muito antes do apodrecimento.
É recomendável, na obtenção de dormentes de madeira branca, destinados ao
tratamento, conservar o máximo de alburno bem distribuído na seção transversal, pois esta é à
parte do lenho mais permeável aos preservativos. O dormente ideal para tratamento é aquele que
apresenta uma distribuição uniforme de alburno em todas as faces.
Considerando que o cerne da maioria das espécies de árvores nacionais resiste à
impregnação, os dormentes constituídos exclusivamente dessa parte do lenho são geralmente
pouco indicados para a prática de preservação. Especificamos abaixo, seções típicas de
dormentes, com indicação da possibilidade de impregnação.
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Para evitar a proliferação dos fungos e insetos, principalmente dos primeiros, teremos que
agir sobre seus alimentos, já que não poderemos eliminar os outros fatores que a favorecem.
Assim, o tratamento dos dormentes consiste em tornar tóxico aos fungos os alimentos.
a) Preservativos Oleosos
Os principais são
b) Preservativos Hidrossolúveis
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A ESCOLHA DO PRESERVATIVO
Para os dormentes que estão quase em contato direto com o solo e expostos diretamente
às intempéries, o melhor tipo de tratamento é o oleoso (creosoto ou Pentaclorofenol) e a escolha
de um dos dois ficará condicionada à questão de preço. Entretanto, deve-se, também, na escolha
do preservativo, atentar para o fator resistência mecânica da madeira. Se o dormente é de ótima
resistência mecânica e sob este aspecto protegido por uma boa fixação do trilho e dotado de placa
de apoio bem dimensionada, poderá vir a ser substituído por apodrecimento.
Nesse caso, deve-se utilizar um preservativo mais eficiente. Mas, se a retirada do
dormente se der por desgaste mecânico, o ideal será adotar um tipo de tratamento mais
econômico, mesmo que seja menos eficiente. Naturalmente que o ideal seria adotar um
preservativo que proporcione uma vida útil do dormente igual ao período de vida útil permitido pela
sua resistência mecânica.
Como é sabido, para linhas de maior densidade de tráfego e trens pesados, os dormentes
de madeira em geral são retirados da linha por desgaste mecânico, antes do seu apodrecimento.
A AWPA só recomenda, para dormentes, o tratamento com creosoto, ou Pentaclorofenol, em
virtude das condições severas de lixiviação a que estão sujeitos.
Estima-se a vida útil dos dormentes quanto ao apodrecimento em 30 ou 40 anos quando
tratados com creosoto, 25 a 30 anos quando tratados com Pentaclorofenol e 15 a 20 anos quando
tratados com sais.
a) imersão a frio;
b) imersão a quente;
c) pressão e vácuo.
Só trataremos do terceiro método por ser o único que dá resultados garantidos e tem os seguintes
objetivos:
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e) uma vez enchido o cilindro, uma quantidade suplementar de anticéptico é injetada por uma
bomba e a pressão atinge progressivamente de 8 a 12 kg/cm2 ;
g) faz-se novamente o vácuo, para retirar da madeira o excesso de anticéptico e assim poder
retirar o mais cedo possível os dormentes do cilindro;
b) com a pressão inicial, é injetado o preservativo que, no caso do creosoto, tornou se mais fluido,
pelo aquecimento prévio (80º C);
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c) comprime-se o preservativo a uma pressão que deve ultrapassar o dobro da anterior (10 a 12
kg/cm2). Nesta fase, o ar que enche os canais da madeira é fortemente comprimido, seu
volume diminui e o preservativo penetra nos canais e células. A pressão é mantida por longo
tempo para assegurar uma penetração completa do anticéptico;
e) faz-se o vácuo final, de modo a facilitar a exsudação do produto anticéptico. A ação desse
vácuo é maior ou menor, segundo a dose de preservativo que se quer deixar na madeira;
Foram imaginados diversos tipos de dormentes de aço, diferindo muitos deles por simples
detalhes ou pela fixação dos trilhos. Em essência, consiste numa chapa laminada, em forma de U
invertido, curvada em suas extremidades a fim de formar garras que se afundam no lastro e se
opõem ao deslocamento transversal da via. O dormente metálico é relativamente leve (70 kg) e
fácil de ser assentado. Entretanto, essa leveza condena-o para linhas de tráfego pesado.
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Fonte: railway-technology.com
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O dormente misto, constituído de dois blocos ligados por uma barra metálica, surgiu na
França, sendo o dormente Vagneux o protótipo do dormente misto moderno, o chamado dormente
de concreto RS, projetado por Roger Soneville.
O dormente RS é constituído de dois blocos de concreto armado, ligados por uma viga
metálica que desempenha um papel preponderante, porque tem um comprimento quase igual ao
total do dormente e constitui a robusta armadura principal dos blocos de concreto.
Diz o autor desse tipo de dormente, patenteado em 1949: “O dormente RS pesa
aproximadamente 180 kg; as armaduras dos blocos têm por função solidificar estreitamente os
blocos com a viga metálica e cintar o concreto em torno desta; contém apenas 7 kg de aço, além
da viga; graças à elasticidade desta, o dormente de concreto RS não sente o esforço e os dois
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blocos de concreto, muito robustos, estão imunes à maioria dos esforços de flexão estática e
flexão alternadas, aos quais é muito difícil de resistir com os dormentes de concreto protendido.”
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Para evitar a destruição do concreto na superfície de contato dos blocos, e para dar a
esse dormente certa flexibilidade, foram intercaladas plaquetas de material elástico especial (pag-
wood) nos dois pontos de ligação dos blocos laterais com o intermediário. Segundo o seu autor, a
concepção do dormente elástico FB foi norteada pela ideia de obter um dormente de concreto com
as mesmas características de deformabilidade da madeira, o que constitui uma garantia tanto para
os dormentes, como para o material rodante. Em resumo, o dormente FB não devia alterar o
caráter elástico da via permanente.
É ainda o seu autor que afirma: “é de notar que o dormente FB não pode ser
assemelhado a um dormente protendido; trata-se apenas de uma reunião por tensão. Essa tensão
é de 15 toneladas. O dormente FB pode ser empregado com os sistemas de fixação elástica, por
meio de parafuso fixado ao concreto e uma castanha” que se aperta contra o patim do trilho, por
meio de uma porca.
Um dos fatores primordiais para o bom êxito de um dormente de concreto é a sua fixação
ao trilho. Essa fixação não poderá ser rígida, a fim de não destruir o concreto nos seus pontos de
contato. Nos tipos modernos de fixação, utiliza-se uma placa, fixada ao dormente por meio de
parafusos ou tirefonds. Neste último caso, deixa-se no concreto uma armação metálica, na qual
vai aparafusado o tirefonds.
A fixação do trilho na placa é feita por meio de castanha e porca, interpondo-se entre
esses dois últimos elementos uma arruela.
Existe ainda a fixação moderna “Pandrol” usada nas ferrovias britânicas, do tipo elástica
e que tem dado resultados satisfatórios. Conforme vimos, o dormente RS tem sua fixação própria,
patenteada, a RN, que tem dado bons resultados.
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3.4 Trilhos
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Para exercer a sua função de superfície de rolamento e suporte das cargas transportadas
pelos veículos, é necessário que o trilho tenha dureza, tenacidade, elasticidade e resistência à
flexão. Entre todos os materiais, é o aço o que oferece as melhores vantagens para o emprego na
fabricação dos trilhos.
b) Carbono — o carbono proporciona maior dureza ao aço, mas à medida que aumenta a sua
porcentagem, este pode se tornar quebradiço, principalmente se não for reduzida a percentagem
de fósforo.
c) Manganês —metal que aumenta a dureza do aço, entretanto, uma elevada percentagem torna
o aço difícil de trabalhar e se também é elevada a percentagem de carbono, pode produzir
fragilidade. O manganês encarece muito o preço do aço, sendo empregado nos trilhos de aço-liga,
conforme veremos a seguir e, sobretudo, em peças especiais — principalmente nos “aparelhos de
mudança de via”.
d) Silício —durante algum tempo, foi considerado inerte no aço. Atualmente, sabe-se que ele
aumenta a resistência à ruptura, sem sacrificar a ductilidade ou tenacidade, nas percentagens em
que entra na composição do aço.
e) Fósforo —elemento indesejável, pois torna o aço quebradiço; entretanto, essa ação diminui a
intensidade à medida que decresce o teor de carbono.
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b) prova de choque;
c) ensaio de tração;
d) ensaio de resiliência;
f) ensaio micrográfico;
g) ensaio macrográfico;
h) composição química;
Cabe lembrar que os trilhos recebem as seguintes especificações: TR25, TR32, TR37,
TR45, TR57 e TR68, sendo que o número designa o número de quilogramas por metro.
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Conforme já foi explicado anteriormente, procurou-se dar ao trilho a forma de duplo “T”,
por ser a mais conveniente, em vista do trabalho que o mesmo desempenha na via. Entretanto,
para torná-lo mais apto a resistir a esse trabalho de modo econômico, deve-se estudar a sua
seção de modo a se ter a melhor distribuição da massa entre suas três partes: cabeça (boleto),
alma e patim.
O boleto do trilho está sujeito a desgaste lateral e vertical; sua largura “c” e sua altura “e”
são estabelecidas para atender ao trabalho a que está sujeita aquela parte do trilho. O desgaste
lateral, como sabemos, é mais acentuado nas curvas. A altura do boleto deve ser superior ao
exigido pelas condições de segurança, a fim de atender ao desgaste, que pode atingir até 15 mm
em vias principais e 12 mm em vias secundárias.
A largura do boleto deve guardar com sua altura uma relação tal que o desgaste lateral
não obrigue a substituição do trilho antes que o mesmo tenha atingido o limite de desgaste
vertical. A relação é de aproximadamente 1,6 a 1,8. A altura h deve ser estudada, de modo a que
o trilho possa suportar elasticamente as cargas, mesmo depois de desaparecer a parte do boleto
que se desgastou. A quantidade de metal do perfil deve ser tal, que o desgaste do boleto seja
atingido ao mesmo tempo em que o desgaste por oxidação das outras partes, alma e patim.
A relação entre a altura do trilho h e a largura do patim , também é importante, porque o
trilho está sujeito a um esforço vertical P e a um esforço lateral F t e este último provocam um
momento de reviramento do trilho Ft h, que é combatido, além do momento resistente devido à
fixação do trilho, pelo momento P l/2 (tomando-se os momentos em relação à extremidade do
patim). A relação ideal h/l, está entre l e ll. Todos os perfis do ASCE têm h/l = 1.
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Para maior facilidade de laminação e evitar defeitos devidos ao desigual resfriamento das
diversas partes dos trilhos, esforça-se por realizar uma distribuição de metal, tão uniforme quanto
possível, entre suas diversas partes.
Em geral, tem-se:
Cabeça - 40 a 42%
Alma - 22 a 18%
Patim - 38 a 40%.
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Para o desgaste lateral do boleto, admitem que o ângulo de desgaste possa atingir de 32°
a 34°. Esse ângulo é medido a partir da extremidade A do boleto. A perda de peso admitida é de
10% para trilhos até 45kg/m e de 15 a 20% para trilhos mais pesados.
De um modo geral, é a aceita como limite de desgaste uma perda de 25% da área do
boleto, ou seja, um quarto do boleto.
Sabemos que os trilhos são obtidos por unidade cujo comprimento é limitado podendo ser
de 10, 12 ou 18m e que na montagem dos mesmos na via permanente é necessário fazer a junção
do topo de um trilho com o topo do outro. Tal junção pode ser executada de duas maneiras: pelo
uso da tala de junção ou por soldagem, passando o trilho a ser chamado t.l.s. (trilho longo
soldado). Há dois processos de soldagem utilizados para a produção do t.l.s.: aluminotérmico e de
caldeamento. Vejamos alguns detalhes sobre esses dois processos.
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O cadinho é, por assim dizer, um recipiente refratário que contém a mistura, montado em
um tripé sobre a forma, que é o local para onde será corrido o aço fundido. A forma é um
dispositivo que contém e modela a solda fundida até seu endurecimento.
Esse dispositivo fica instalado nas pontas dos trilhos. A seguir temos uma ilustração do
processo de soldagem aluminotérmica.
Nesse processo os topos dos trilhos a serem soldados são aquecidos por resistência
elétrica até atingirem uma temperatura próxima daquela de fusão, ao mesmo tempo em que um
atuador pressiona os topos dos trilhos um contra o outro, repetidas vezes, até que os dois trilhos
sejam unidos por pressão, havendo a soldagem da estrutura de um na do outro.
Tem a vantagem de ser um processo todo automático, executado por máquina fixa em
estaleiro e independendo de perícia por parte do operador. Após a operação de solda,
propriamente dita, é feito seu tratamento térmico seguido de acabamento por esmerilhamento.
O carregamento das barras é feito utilizando-se uma estrutura com roletes, na qual os
trilhos correm para serem carregados em vagões previamente preparados.
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3.6 Bitolas
Denomina-se bitola a distância entre as faces internas das duas filas de trilhos, medida a
16 mm abaixo do plano de rodagem (plano constituído pela face superior dos trilhos). Por uma
conferência internacional em 1907, ficou oficialmente adotada como “bitola internacional” a bitola
de 1,435m. Na atualidade é a adotada pela maioria dos países, apesar de continuarem existindo
outras bitolas. Não há justificativa de ordem técnica para adoção da bitola de 1,435m.
Tudo indica ter sido a mesma utilizada nos primeiros trechos ferroviários (Stockton a
Darlington e Liverpool a Manchester) porque as “diligências” da época tinham entre as rodas a
distância de 4’8’’ ½ , o que corresponde a 1,435m; foi, pois, por simples analogia que se adotou
essa bitola. Outras estradas de ferro, construídas posteriormente, imitaram a adoção dessa bitola,
tanto na Inglaterra como em outros países.
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Nesses países existem também outras bitolas diferentes, como a de 1,00 m, chamada
“bitola estreita”. No Brasil, pelo plano nacional de Viação a “bitola padrão” é de 1,60m, chamada
“bitola larga”. Existem, entretanto, outras bitolas menores.
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Eletrônica Industrial
3.7 Superelevação
3.8 Superlargura
Em reta, dá-se à via rigorosamente a bitola adotada pela estrada de ferro, que é a
distância entre as faces internas dos trilhos. Nas curvas, aumenta-se ligeiramente a bitola,
chamando-se esse aumento de Superlargura que é, então, o excesso de distância em relação à
bitola usada.
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Via Permanente
Pode-se dizer que, em termos de traçado geométrico, a via é composta de linhas retas e
linhas curvas. O estudo das linhas retas é de menor complexidade e tem maior aplicação no
estudo das linhas curvas, pois sempre é necessário que haja concordância geométrica entre as
linhas retas e curvas. Portanto, estudaremos com um pouco mais de profundidade as linhas
curvas e veremos que elas estão diretamente relacionadas com as linhas retas. As linhas curvas
formam três tipos de curvas na via permanente: curva circular; curva de transição e curva vertical.
O traçado de uma via férrea é constituído por trechos retos e concordados por curvas. A
concordância em planta mais simples é a curva circular, que é simples para seu emprego e de fácil
locação no campo. A figura a seguir ilustra uma curva circular.
Chamemos de PI o ponto de
intersecção dos alinhamentos retos M e N,
Figura 41 - Curva Circular
também conhecidos por tangentes, os quais
desejamos concordar com uma curva circular
de centro O e raio R. O início da curva recebe
o nome de PC (ponto de curva) e o final de PT
(ponto de tangente). O ângulo formado pelo
raio é denominado ângulo central AC. Os
seguimentos compreendidos entre o PC-PI e
PI-PT são chamados de tangentes externas e
são sempre de comprimentos iguais. Os
segmentos do traçado sobre os alinhamentos
M e N, situados antes do PC e depois do PT
respectivamente, são conhecidos por
tangentes interiores ou simplesmente por
tangentes.
CPTM 47
Eletrônica Industrial
Uma curva circular apresenta em seu ponto central uma brusca variação na curvatura, ou
seja, uma brusca mudança de direção do material rodante. Essa brusca variação na curvatura
repercute sobre o passageiro e sobre a carga sob a forma de intenso impulso, traduzido
em desconforto sobre o passageiro. Para reduzir esse efeito e permitir percorrer a curva com
velocidade maior, empregamos nas curvas a superelevação.
A superelevação não resolve totalmente o problema da brusca variação da curvatura.
Este só será resolvido se houver uma variação da curva em função do raio, que vai variando até
certo ponto. O intervalo dessa variação recebe o nome de curva de transição. A seguir temos a
representação da curva de transição.
Podemos dizer que a curva vertical, como o próprio nome diz, ocorre no plano vertical,
enquanto as curvas circulares e de transição ocorrem no plano horizontal. A concordância das
linhas na vertical ou projeto da estrada em perfil é a concordância dos diversos greides com a
intercalação de uma das curvas clássicas à semelhança do que se faz na concordância em planta.
O começo de uma curva vertical é designado de P.C.V. (ponto de curva vertical) e seu final de
P.T.V. (ponto de tangente vertical), sendo que a intersecção desses dois pontos é designada de
P.I.V. (ponto de intersecção vertical).
48 CPTM
Via Permanente
Definimos superelevação como a diferença entre as alturas dos trilhos internos e externos
em uma curva.
Na figura temos uma curva ferroviária de raio R com uma superelevação S. À massa de
um veículo pode ser imaginada concentrada no centro de gravidade CG e está sujeita às
seguintes acelerações:
a) Aceleração da gravidade atuando no sentido vertical, correspondente à componente vetorial CG-C = 9,81
m/s2.
b) aceleração centrífuga devido ao movimento da massa com velocidade ao longo da curva de raio R,
correspondente à componente vetorial CG-D.
A resultante dessas duas acelerações está representada pelo vetor CG-E que, por sua
vez, pode ser decomposto em dois outros componentes, sendo uma normal ao estrado do veículo
CG-I e outra paralela ao estrado do veículo atuando no sentido lateral.
Essa aceleração lateral imprime ao passageiro ou à carga um impulso no sentido
transversal que, se for negativo, é dirigido para o centro da curva e se for positivo é dirigido para
fora da curva. Essa mesma aceleração lateral é também conhecida como aceleração centrífuga
não compensada e em geral é limitada pelas empresas ferroviárias.
Quando a aceleração centrífuga é igual a zero significa estabilidade do veículo nas
curvas. Para isso é necessário que haja uma velocidade determinada de circulação nas curvas e
uma superelevação teórica que contenha e anule a ação de desestabilização do veículo realizada
pela aceleração centrífuga não compensada.
CPTM 49
Eletrônica Industrial
A via é projetada para a velocidade que constitui a máxima velocidade permissível na via,
prevista geralmente para os trens de passageiros. A mesma via férrea deve também permitir a
circulação dos trens de carga e/ou outros equipamentos indispensáveis à sua operação que
normalmente se deslocam com velocidades inferiores à velocidade permissível.
Por isso, é necessário adotar um valor de superelevação menor que o da superelevação
teórica, que atenda à demanda dos trens de passageiros e de outros veículos, favorecendo em
parte a circulação de cada um deles.
3.11 Acessórios
Essas barras de distribuição de graxa são presas nos trilhos e dispõem de furos onde a
graxa emerge, aderindo ao friso da roda no momento em que ela passa sobre as barras. Com o
deslocar da roda, essa graxa é distribuída ao longo da parte lateral do boleto do trilho. Os
resultados esperados são basicamente três:
a) que haja um aumento da vida útil dos trilhos externos nas curvas e das rodas das composições
circulantes;
b) que o consumo de graxa não ultrapasse a quantidade de 0,5 kg por lubrificador ao dia;
c) que não ocorra a injeção excessiva de graxa no boleto do trilho e no flange da roda, para não prejudicar
a tração e a frenagem.
50 CPTM
Via Permanente
Para estabelecer a continuidade dos trilhos, são colocadas nas pontas das mesmas duas
peças de aço, chamadas talas de junção, posicionadas de um e outro lado do trilho e apertadas
pelos parafusos contra a parte inferior do boleto e a parte superior do patim.
CPTM 51
Eletrônica Industrial
Existem dois tipos principais de talas de junção: a lisa ou nervurada, e a “em cantoneira”.
Figura 48 - Tala de
Figura 49 - Tala de junção TR 37 Figura 50 - Tala de junção TR 45
junção em cantoneira
52 CPTM
Via Permanente
3.11.3 Parafusos
Os parafusos que apertam as talas de junção contra as pontas dos trilhos são parafusos
comuns com porcas, tendo próximo à cabeça uma “gola” oval, que se encaixa na tala e tem por
objetivo evitar que o parafuso gire ao ser apertado pela porca sem ser necessário segurá-lo. A
porca é apertada por uma chave de comprimento suficiente, para que o operário possa trabalhar
de pé. O comprimento da chave é, entretanto, limitado, para que o torque não “espane” a rosca do
parafuso. O diâmetro do parafuso varia conforme o tipo do trilho.
3.11.4 Arruelas
Para impedir que o parafuso se afrouxe com a trepidação na passagem dos trens, deve-
se colocar entre a tala e a porca do parafuso uma arruela, que dará maior pressão à porca. A
arruela mais usada é a do tipo Grower. A arruela tipo Grower absorve vibrações e, mesmo quando
se dá um ligeiro afrouxamento da porca, mantém o aperto desejado.
Para aumentar a área de apoio do trilho no dormente, introduz-se entre este e aquele,
uma chapa de aço, com os furos necessários à passagem dos elementos de fixação do trilho ao
dormente. Esta “placa de apoio” prolonga a vida do dormente, pois além de proporcionar uma
melhor distribuição de carga sobre o mesmo, evita a tendência do patim do trilho de cortar o
dormente, nas arestas externas do patim.
Além disso, a placa tem nervuras, onde se encosta o patim, de tal modo que o esforço
transversal à via é transmitido a toda a pregação pela placa de apoio. No caso da ausência da
placa, só a pregação externa suportaria o esforço transversal.
CPTM 53
Eletrônica Industrial
A placa de apoio tem geralmente a inclinação de 1:20 para o lado de dentro dos trilhos,
sendo dispensada, então, na entalhação do dormente.
Essa inclinação faz-se necessária para que o trilho fique inclinado do mesmo modo que o
aro das rodas, que tem conicidade de 1:20. As dimensões da placa de apoio variam com a largura
do patim do trilho e com o peso do material rodante.
Existem especificações como as da ASTM (American Society for Testing Materials), que
são obedecidas pela usina de Volta Redonda, da Companhia Siderúrgica Nacional (ver catálogo
da CSN). As placas de apoio fabricadas pela CSN recebem as designações de PA 25, PA 32, PA
37, PA 45 e PA 57, conforme o tipo de trilho correspondente.
Como exemplo de fixações rígidas, temos o prego de linha (ou grampo de linha) e o tirefond:
a) O prego de linha ou grampo de linha constitui o tipo mais comum de fixação do trilho. É
geralmente de seção retangular, terminado em cunha e cravado a golpes de marreta, em furo
previamente preparado, cujo diâmetro deve ser ligeiramente menor que o diâmetro do círculo
circunscrito à seção do prego, a fim de dar a necessária pressão no dormente. A cabeça do
prego de linha ou grampo de linha apresenta uma saliência que se apoia no patim do trilho e
tem na parte inferior a mesma inclinação do patim. No sentido perpendicular à saliência acima
mencionada, o prego dispõe de duas “orelhas” para permitir a sua retirada, por meio de
“alavanca pé-de-cabra”.
54 CPTM
Via Permanente
O prego é o menos eficiente dos tipos de fixação, pois funcionando como “cunha” na madeira,
cria a tendência de rachar o dormente. Além disso, oferece pouca resistência à retirada
(aproximadamente 2.200 kg) e em determinadas madeiras, com fibras lisas, o prego costuma
subir, deixando uma folga entre ele e o patim do trilho.
b) O tirefond é uma espécie de parafuso de “rosca soberba”, em cuja cabeça se pode adaptar uma
chave especial ou o cabeçote da máquina “tirefonadora”, por meio da qual se aparafusa o tirefond
na madeira, no furo previamente preparado. A cabeça do tirefond tem uma base alargada, em
forma de aba de chapéu, que na face inferior tem a mesma inclinação do patim do trilho, de modo
a adaptar-se ao mesmo. O tirefond é um tipo de fixação superior ao prego, pois sendo
aparafusado, fica mais solidário com a madeira do dormente, sacrifica menos as fibras desta e
oferece uma resistência à retirada bem superior (aproximadamente 7 000 kg).
O furo do dormente fica hermeticamente fechado pelo tirefond impedindo a entrada de
água, o que nem sempre acontece com o prego.
Para um melhor aproveitamento do dormente, é recomendável se fazer a “pregação
cruzada”, que consiste em colocar os pregos ou tirefonds deslocados do centro do dormente, em
posições desencontradas (interna e externamente no mesmo trilho) a fim de permitir nova
pregação, em posição simétrica, quando a primeira se afrouxar.
CPTM 55
Eletrônica Industrial
Existem diversos tipos de fixações elásticas cuja eficiência é muito superior à das fixações
rígidas já citadas. As principais são:
56 CPTM
Via Permanente
d) Fixação Pandrol
É um tipo de fixação moderna, fabricada na Inglaterra e que consiste em um grampo
fabricado com aço de mola, temperado e revestido. Esse grampo se encaixa nos furos da placa de
apoio de tipo especial.
Figura 61 - Pandrol
CPTM 57
Eletrônica Industrial
O retensor Fair T tem a parte que fica abaixo do patim e adjacente à mesma reta, mas a
seção transversal da peça forma um T. De um modo geral, pode-se afirmar que as fixações
elásticas praticamente impedem o deslocamento longitudinal dos trilhos, na passagem dos trens e
nesse caso o retensor apenas complementa o retensionamento da pregação.
Nas fixações rígidas, entretanto, é indispensável contar com a ação dos retensores. Um bom
retensor deve satisfazer aos seguintes requisitos:
a) ter um poder de retensão superior à resistência ao deslocamento do dormente no lastro;
b) deve ter eficiência em aplicações sucessivas, isto é, permitir várias reaplicações sem perder o
poder de retensão;
c) deve ser constituído de uma única peça;
d) deve ser de fácil aplicação;
58 CPTM
Via Permanente
3.11.7.1 GIRADORES
Esses aparelhos não só permitem mudar o sentido da marcha das locomotivas, como
também mudar os veículos de linha, principalmente em áreas restritas como nas oficinas, postos
de revisão, pátios etc. Consistem em um poço, dentro do qual é instalada uma estrutura,
semelhante a uma ponte em treliça, apoiada em um pivot central, que permite sua rotação, manual
ou mecânica, com o veículo sobre a mesma, que poderá tomar a direção que se desejar.
Desse modo, pode-se colocá-lo na direção de cada uma das diversas linhas que
convergem para o girador ou então mudar o sentido da marcha da locomotiva.
CPTM 59
Eletrônica Industrial
3.11.7.2 CARRETÕES
Os carretões permitem também a passagem de uma linha para outra, dentro das oficinas
de reparações de veículos ferroviários. Neste caso, as linhas são dispostas paralelamente, de um
lado e outro do carretão, que nada mais é que uma prancha de grandes dimensões, dotada de
rodas, que corre sobre trilhos, dispostos longitudinalmente em relação às diversas linhas onde
estão os veículos.
Para passar um veículo de uma linha para outra, a fim de ser submetido a diferentes
reparações, este é empurrado para cima do carretão, que é movimentado até ficar em frente à
linha onde será desviado o veículo. Pela figura entende-se melhor o funcionamento do carretão.
Figura 69 - Ilustração de um carretão
60 CPTM
Via Permanente
Para choques de via são peças de trilhos curvados que são ligados por uma peça de
madeira aparafusada aos mesmos, no centro da qual as adapta uma mola. Servem para ser
colocadas nas extremidades dos desvios mortos (desvio que só dá saída para um lado) evitando o
descarrilamento dos veículos na ponta do desvio. Existem também peças de ferro fundido, com a
forma da circunferência da roda, que se aparafusam nos trilhos e substituem o tipo para-choque
acima explicado.
CPTM 61
Eletrônica Industrial
3.11.7.6 CONTRATRILHOS
São trilhos ou peças laminadas colocadas na parte interna da via, junto aos trilhos
normais, e que podem ter uma das seguintes finalidades: impedir o descarrilamento das rodas ou
conduzir as rodas, no caso de um descarrilamento, de modo a afastar o veículo do local, onde
pode haver obras de arte (pontes, túneis etc.). Os contratrilhos são colocados especialmente em
pontes, em pontilhões, em “passagens de nível” e também são usados nos aparelhos de mudança
de via (AMV´s).
Figura 76 - Contratrilho
62 CPTM
Via Permanente
A sujeição do veículo ferroviário aos trilhos e a existência do friso nas rodas criam
problemas quando se deseja passar os veículos de uma linha para outra ou para um desvio. Para
que o friso da roda tenha passagem livre, torna-se necessário introduzir uma aparelhagem que
permita a interrupção do trilho, formando canais por onde passam os frisos. Daí a necessidade do
chamado aparelho de mudança de via. Os aparelhos de mudança de via correntes ou comuns, às
vezes chamados impropriamente de chaves, compõem-se das seguintes partes principais:
— agulhas;
— trilho de encosto;
— aparelho de manobra (manual ou elétrico);
— trilhos intermediários;
— jacaré;
— calços;
— placas de deslizamento;
— contratrilhos.
Figura 77 - Aparelho de Mudança de Via
a) Agulhas — São peças de aço, despontadas, de modo que suas extremidades na parte anterior
se adaptem perfeitamente aos trilhos de encosto (contra agulha) de um lado ou de outro da fila
de trilhos, de acordo com a direção que deve tomar o veículo. Na extremidade posterior, as
agulhas são ligadas aos trilhos intermediários por meio de talas flexíveis (talas com aperto de
seus parafusos limitado), formando uma articulação.
CPTM 63
Eletrônica Industrial
As agulhas são peças móveis e invariavelmente paralelas entre si. São ligadas ao
aparelho de manobra por uma barra, chamada barra de sinalização. Esse aparelho, movimentado
manualmente ou por comando elétrico, coloca as agulhas em posição de passagem reta ou em
posição de passagem reversa. A parte da frente das agulhas, que é despontada, denomina-se
“ponta” e a parte posterior denomina-se “coice”. O comprimento das agulhas é padronizado pelas
Normas Técnicas Brasileira. Esse comprimento varia de 3,65 m a 9,14 m. O ângulo formado pela
agulha com o trilho de encosto chama-se ângulo de desvio.
As agulhas são comumente retilíneas para maior facilidade de construção e a escolha de
seu comprimento é muito importante. O intervalo entre a agulha e o trilho de encosto, na região do
coice, não pode ser inferior ao necessário à passagem do friso das rodas, sem que haja atrito no
coice da agulha. Se esta é muito curta, torna-se grande o ângulo do AMV e tem-se uma brusca
mudança de direção, o que pode ocasionar um descarrilamento ou mesmo a sua quebra. A
distância entre as faces internas da agulha e o trilho de encosto é de, no mínimo, 66mm, a fim de
dar livre passagem aos frisos, sem atrito, no coice da agulha.
Quanto menor é o ângulo do AMV melhor será a circulação sobre a agulha, porém, para
diminuí-lo, é necessário aumentar o comprimento das agulhas, tornando a manobra da mesma
mais difícil.
b) Trilho de encosto — Geralmente são peças usinadas a partir dos próprios trilhos, adaptadas
para servir de “batente” da agulha.
64 CPTM
Via Permanente
g) Trilhos intermediários —trilhos que fazem a ligação do coice das agulhas, ao jacaré do AMV
(aparelho de mudança de via). Como já dissemos, a ligação com as agulhas é feita por talas
de junção “mal apertadas”, de modo a formar uma articulação que permita a movimentação
livre das agulhas, através do aparelho de manobra. A ligação desses trilhos com a peça
denominada jacaré é feita por meio de talas bem aparafusadas ou com solda aluminotérmica.
h) Jacaré - parte principal de um AMV e que praticamente o caracteriza. Pode ser constituído de
trilhos comuns cortados, usinados e aparafusados e cravados a uma chapa de aço que se
assenta no lastro (o que encontra em desuso). Ou, então, de uma só peça de aço fundido.
Ultimamente prefere-se este último tipo, que é mais robusto e feito com aço-manganês,
acarretando grande resistência ao desgaste.
CPTM 65
Eletrônica Industrial
• Ponta de diamante - (teórica e prática) para sua maior durabilidade, a ponta do jacaré é rombuda,
e chama-se ponta prática. A ponta teórica fica no prolongamento das arestas da ponta prática.
Como já se disse, quando o jacaré não é uma só peça de aço fundido, os trilhos que o compõem
são fixados em uma placa de aço inteiriça.
• Patas de lebre - pontas externas e laterais do jacaré, dobradas e chanfradas em forma de “patas”,
conforme mostra a figura.
• Garganta - parte interna mais estreita do jacaré, em frente à ponta teórica.
• Ângulo do jacaré – ângulo formado pelas duas peças (ou trilhos usinados) que encaminham as
rodas para a direção de uma ou outra via.
f) Calços - peças de ferro fundido, aparafusadas entre os trilhos e contratrilhos (ou entre
agulha e trilho de encosto) e têm a finalidade de manter invariável a distância entre eles.
g) Placas de deslizamento — chapas colocadas sob as agulhas. Devem ser mantidas sempre
lubrificadas, pois sobre elas deslizam as agulhas, quando movimentadas.
66 CPTM
Via Permanente
Figura 91 - Contratrilhos
Juntas Isolantes Coladas são dispositivos instalados na via férrea com a finalidade de
seccionar os circuitos da via, permitindo ao sistema de controle (CCO) detectar a posição dos
veículos ferroviários nos trilhos, bem como permitir a ativação e a desativação de sinais acústicos,
luminosos e de cancelas em passagens de nível, para a segurança do tráfego e dos usuários.
Normalmente, a Junta Isolante Colada (JIC, como também é conhecida) é montada em
oficina própria e é posteriormente instalada na via permanente usando 02 (duas) soldas
aluminotérmicas ou talas de junção. Espera-se que não sejam necessárias frequentes
intervenções após sua instalação e que a rigidez e estabilidade da via, bem como a isolação dos
trechos de Sinalização e Controle, sejam mantidas.
Para a execução de uma JIC devem ser utilizados sempre óculos de segurança, além de
luvas de proteção, protetores auriculares e filtros para respiração contra gases. As ferramentas
necessárias devem ser selecionadas previamente.
CPTM 67
Eletrônica Industrial
Para eliminar toda a oleosidade que possa haver no material, remove-se todo o seu pó e
aplica-se solvente usando um pincel e aguardando a total evaporação. Deve-se também lixar a
superfície do material de nylon que será colado entre o trilho e a tala de junção e entre os trilhos.
68 CPTM
Via Permanente
A superfície das talas deverá ser lixada e limpa, removendo-se quaisquer sujeiras e
imperfeições. Os parafusos, porcas e arruelas têm também sua oleosidade removida com o uso de
solventes. Após a limpeza das peças, se houver necessidade de manuseio, é necessário utilizar
sempre luvas cirúrgicas limpas.
Preparo do Adesivo
O adesivo é composto por dois componentes: resina e endurecedor. Para se obter o
adesivo, devemos proceder da seguinte forma: colocar em um recipiente plástico a quantidade
necessária de resina e de endurecedor, misturando com uma espátula até obter-se uma mistura
com consistência pastosa e de coloração uniforme, o que leva cerca de 5 (cinco) minutos. O
adesivo deve ser preparado numa temperatura que varie de 15° a 30° C.
Aplicação do Adesivo
Sobre uma bancada são posicionadas as talas com as faces a serem isoladas para cima
e, ao lado dos trilhos, que estão alinhados e espaçados 6,35 mm para o encaixe do entre - trilhos.
Uma pré-montagem deve ser feita para verificar o alinhamento dos furos e confirmar a existência
de todos os componentes. Uma camada fina de adesivo é aplicada na face da tala a ser isolada e
também na área limpa do trilho. O adesivo também é aplicado nos parafusos, nas buchas
isolantes, nos furos dos trilhos e das talas e no entre - trilhos.
Figura 97 - Perfil de nylon para isolar entre trilhos Figura 98 - Talas de junção de nylon
CPTM 69
Eletrônica Industrial
Figura 99 - Tala de junção com a JIC no trilho Figura 100 - JIC em tempo de secagem
Após a aplicação do adesivo em ambas as faces do entre - trilhos, ele deve ser colocado
entre os topos dos trilhos. Com a utilização dos pinos guia, colocam-se as talas na posição correta
e, em seguida, colocam-se os primeiros parafusos alternando a posição das porcas com as
cabeças. Retiram-se os pinos guias e executa-se a introdução dos demais parafusos de modo
alternado e do centro para fora. Com a chave de impacto ou chave de haste, apertam-se todos os
parafusos da JIC.
Acabamento do Adesivo
Aplica-se adesivo com uma espátula e com o dedo formando um rebordo arredondado
nos quatro cantos da tala (junto ao trilho), para fechar totalmente todas as aberturas existentes e
selar a JIC Apertam-se com torquímetro todos os parafusos do centro para fora com o torque
especificado e, então, remove-se o excesso de adesivo resultante do aperto. Após a cura do
adesivo, os parafusos devem ser apertados novamente.
A cura total do adesivo ocorre em vinte e quatro horas, momento em que atinge a máxima
resistência. Pode-se diminuir o tempo de cura com a aplicação de calor para elevar a temperatura
do trilho, desde que sem fogo direto e sem atingir 200°C.
Acabamento
Utilizando uma lixadeira manual, Figura 101 - JIC pronta para ser instalada
elimina-se todo excesso de adesivo,
principalmente sobre o boleto do trilho na área
do entre - trilhos. Deve-se fazer o melhor
acabamento possível, mas sem expor o
isolante. Todo o conjunto é pintado com
alcatrão de hulha ou outro produto equivalente
à cor preta.
70 CPTM
Via Permanente
CPTM 71
Eletrônica Industrial
72 CPTM
Via Permanente
4 Conservação de Via
Permanente
O objetivo da conservação da via é manter o seu traçado em planta e perfil sem defeitos
que prejudiquem o tráfego, mantendo-se uma plataforma estável e bem drenada, um lastro limpo,
um alinhamento e nivelamento perfeitos, com as curvas bem “puxadas” e com a superelevação
correta. Em resumo, o objetivo da conservação da via é:
a) no plano horizontal:
— diferenças na bitola;
— afrouxamento da fixação;
— deslocamento transversal das tangentes;
— deslocamento das curvas;
— arrastamento dos trilhos;
— deslocamento dos dormentes.
b) no plano vertical:
— desnivelamento na plataforma;
— desnivelamento nos trilhos (laqueados, arriados etc.);
— desnivelamentos nas juntas dos trilhos (junta laqueada ou arriada);
— defeito na superelevação (falta ou excesso).
CPTM 73
Eletrônica Industrial
c) outros defeitos:
— desgaste ou fratura das talas de junção;
— desgaste dos parafusos das talas — perda da “rosca”;
— desgaste ou fratura dos trilhos;
— defeito nos AMV’s (aparelhos de mudança de via);
— colmatagem do lastro;
— afrouxamento dos parafusos das juntas;
— modificação na inclinação correta dos trilhos;
— alargamento dos furos do dormente (impossibilidade de nova “pregação” do trilho).
— tirefonadora;
— furadeira de dormentes;
— máquina de serrar trilhos;
— máquina de furar trilhos;
— rebarbadora de solda;
— esmerilhadora;
— Roçadeiras;
— socadoras manuais.
74 CPTM
Via Permanente
4.1.1 Tirefonadora
Foi construída para tornar rápido, simples e seguro o trabalho de apertar e desapertar
tirefonds em operações executadas na ferrovia. Possui uma cabeça giratória em cuja extremidade
opera o sistema para tirefonds. Essa cabeça é dotada de sistema de inversão, para o
desparafusamento, e de rotação, para o parafusamento. Sua caixa de engrenagem é construída
de modo a se obter duas velocidades de trabalho, de acordo com as exigências do serviço a ser
executado.
Possui um sistema que possibilita a mudança de operação de um trilho para outro trilho
paralelo, bastando para isso fazer a máquina desligar em guias montados sobre o carro. Este por
sua vez permite o deslocamento da máquina ao longo da linha, sendo regulável para uso em
trilhos de 1,00 m ou 1,60 m. Opcionalmente pode ser fornecida com carro para a bitola de 1,435
m, a bitola internacional. Algumas máquinas também vêm equipadas com um torquímetro, o qual
possibilita a regulagem imediata do torque desejado.
Esta máquina foi construída para ser operada verticalmente de modo a tornar rápido e
simples o trabalho de perfuração de dormentes da via permanente da ferrovia. Possui uma haste
de avanço devidamente graduada que permite ajustar a profundidade de furação desejada. Assim
como nas máquinas tirefonadoras, um mecanismo permite a mudança de operação de um trilho
para outro trilho paralelo por meio do deslizamento da máquina nas guias montadas sobre o carro,
que permite o deslocamento ao longo da linha e o ajuste para diversas bitolas.
Possui ainda adaptado ao carro um dispositivo que permite a regulagem da altura do
chassi, facilitando o posicionamento perpendicular da furação. A máquina é fornecida com uma
porca de guia que poderá variar de acordo com a dimensão da broca a ser utilizada. Acompanha a
máquina também um jogo de chaves fixas para as devidas operações.
CPTM 75
Eletrônica Industrial
Foi construída para resistir às condições de trabalho mais adversas. Robusta e de fácil
manejo, é equipada com dispositivo hidráulico para regulagem da pressão da lâmina sobre o trilho,
com a característica especial de mantê-la livre na operação de retorno, aumentando a vida útil da
lâmina. Há ainda a máquina de serrar trilhos que utiliza discos de corte. Esta possui excelente e
precisa fixação no trilho, sistema ajustável de proteção contra faíscas e trabalha com discos de
corte métrico ou em polegadas.
Foi construída para operar horizontalmente de modo a tornar rápido e simples o trabalho
de perfuração de trilhos. Como característica possui um dispositivo de “avanço automático” que lhe
garante uniformidade nos furos e maior durabilidade operacional. Um mecanismo de segurança
colocado no eixo do redutor bloqueia o trabalho da broca em casos de sobrecarga, impedindo
eventuais danos às engrenagens, enquanto o motor continua a funcionar.
O “avanço automático” torna suave e uniforme o trabalho da broca aumentando o número
de perfurações para cada afiação da mesma. Uma régua distanciadora fixada ao trilho antes da
operação mantém a distância entre centros dos furos uniforme e precisa. Com a máquina dotada
de avanço automático, é normalmente fornecido um mecanismo de segurança regulado para furos
de 1 ¼”. Para diâmetros maiores se faz necessário nova regulagem da máquina.
76 CPTM
Via Permanente
A soldagem de trilhos é uma operação comum na via permanente e deixa nos trilhos uma
quantidade de rebarba que é prejudicial. Para a remoção da rebarba de solda é empregada a
máquina rebarbadora. Ela permite uma remoção mais facilitada das rebarbas de solda nos boletos
dos trilhos, reduzindo o tempo e o trabalho de esmerilhamento.
Durante o processo de corte das rebarbas, duas ferramentas de corte, adaptadas ao perfil
do trilho, são pressionadas por meio de cilindros hidráulicos paralelos, fazendo com que elas
sejam cortadas ao mesmo tempo, de ambos os lados. Essa máquina é adequada para todos os
trilhos de base plana.
4.1.5 Esmerilhadora
Máquina simples, com rebolo e motor elétrico, utilizada Figura 106 - Esmerilhadora:
trabalho paralelo ao boleto
manualmente. Há esmerilhadoras, que são um pouco mais
complexas. São as mais modernas, pois são montadas sobre o
trilho a ser esmerilhado e são capazes de trabalhar com ângulo
de até 90º em relação ao eixo vertical do trilho, independendo
da habilidade manual do operador.
A esmerilhadora moderna oferece ao operador visão
desobstruída da área de esmerilhamento e perfeito manejo.
Possibilita, também, uma troca fácil do rebolo por meio de uma
porca central de fixação ou de alguns parafusos.
4.1.6 Roçadeiras
Máquinas de pequeno porte; possuem um motor que faz girar uma lâmina de corte. Como
o próprio nome já revela, são máquinas utilizadas para cortar todo o mato que cresce em certas
áreas da via permanente. Sua operação é simples e apenas exige que o operador esteja utilizando
o E. P. I. (equipamento de proteção individual) adequado.
CPTM 77
Eletrônica Industrial
Máquinas dotadas de lâminas vibratórias que “acamam” o lastro sob o dormente. São
ideais para a execução de trabalhos de socaria em pequenos trechos da via permanente e não
para produção em grande escala, pois a socaria mecânica é muito mais eficiente do que a manual
para este fim.
Figura 107 - Socadora manual: lâmina vibratória
78 CPTM
Via Permanente
Como podemos perceber, há dois tipos de máquinas socadoras: uma executa serviços
em via corrida, ou seja, em toda extensão de trechos predeterminados da via permanente; outra
executa serviços em pontos concentrados, ou seja, os AMV’s. Embora sejam de dois tipos, são
máquinas muito semelhantes e têm praticamente os mesmos mecanismos de trabalho. As
socadoras têm as seguintes partes básicas:
— carros de medição;
— bancas de socaria;
— grupos de garra.
Bancas de socaria – dispositivos que atuam diretamente sobre o lastro com o objetivo de dar
melhor apoio aos dormentes e garantir a estabilidade dos serviços de correção geométrica dos
defeitos identificados pelos carros de medição. Cada máquina socadora possui duas bancas de
socaria com controle independente, sustentadas pelas longarinas principais do veículo. O
acionamento principal das bancas de socaria é feito por cilindros hidráulicos posicionados
verticalmente. As duas bancas de socaria possuem juntas dezesseis ferramentas de soca,
agrupadas aos pares de tal forma a permitir a socaria de um dormente por vez.
Grupos de garra – dispositivos das máquinas socadoras e têm a função de efetuar a suspensão
da via férrea por meio de roletes (socadoras de via corrida) ou ganchos (socadoras de AMV’s),
alinhando e nivelando de acordo com o necessário.
Figura 110 - Garras responsáveis por acomodar o lastro
CPTM 79
Eletrônica Industrial
80 CPTM
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Seu funcionamento é semelhante ao de um arado, razão pela qual a maior parte de seus
mecanismos leva o nome de arado. As reguladoras de lastro são constituídas pelas seguintes
partes básicas:
— arado central;
— dois arados laterais;
— escova ou vassoura.
Arado central – possui dois pequenos túneis de aço que têm a função de proteger a fixação dos
trilhos contra danos que podem ser causados pelo fluxo de lastro. Esses túneis são popularmente
conhecidos como “canoas”. O arado central possui quatro comportas para o centro da linha, sendo
que seu acionamento é hidráulico e pode ser feito individualmente para cada uma delas. O
acionamento combinado de certas comportas permite transportar o lastro para os locais
desejados: do centro da linha para as laterais, das laterais para o centro da linha, da esquerda
para a direita e vice versa; sempre em parceria com os arados laterais.
Arados laterais - cada arado lateral é composto de três chapas articuláveis e, quando não se
encontra em trabalho, fica suspenso na lateral da máquina. A função básica do arado lateral é
auxiliar o arado central na distribuição adequada do lastro e adaptar-se bem à lateral da via
quando em trabalho.
CPTM 81
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Escova ou vassoura – esta se encontra na parte traseira da máquina em uma caixa constituída
por chapas de aço e tem duas funções básicas: proporcionar a condução do excesso de lastro
para uma correia transportadora transversal, que fará a reposição das pedras opcionalmente para
a esquerda ou direita; e remover qualquer quantidade mínima de lastro de que tenha ficado sobre
os dormentes e/ou fixações dos trilhos.
82 CPTM
Via Permanente
Carro de medição – compreende um equipamento eletrônico cuja medição analisa e registra, por
impressão gráfica, as irregularidades e corrugações de ondas curtas (de 2 cm a 30 cm) e de ondas
longas (de 30 cm a 200 cm) existentes na superfície de rolamento de ambos os trilhos. Para
simplificar o entendimento, podemos dizer que esse mecanismo funciona como um apalpador da
superfície de rolamento oferecida pelo boleto, captando suas irregularidades e representando-as
num gráfico.
Unidades de esmerilhamento – são acionadas por motores elétricos que giram a 3.600 RPM. Há
oito unidades em cada lado da máquina fixadas sobre trolleys, os quais podem ser erguidos
quando em deslocamento ou para superação de obstáculos quando em posição de trabalho. Há
dois trolleys na máquina, cada um com quatro unidades de esmerilhamento, duas de cada lado
(esquerda e direita). Cada unidade é composta por dois motores elétricos, cada um com o seu
respectivo rebolo.
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Para cada tipo de mercadoria a ser transportada existe um tipo de vagão apropriado.
Seguem os principais tipos:
Vagão fechado – destina-se a mercadorias
que devem ser protegidas contra as
Figura 120 - Vagão fechado
intempéries, bem como contra roubo,
dispondo, para isso, de portas que possam
ser lacradas. As mercadorias que são
transportadas em vagões fechados são
muito variadas: cereais gêneros
alimentícios, tecidos, bebidas, cimento etc.
Quanto aos cereais e mesmo ao cimento,
podem ser transportados ensacados ou a
granel. Para tanto, o vagão é construído
hermeticamente fechado não possibilitando
a entrada de água de chuva.
86 CPTM
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Vagão gôndola — é aberto, constituído de bordas laterais, para conter a mercadoria. Pode ser de
borda alta, para material mais leve, como o carvão, por exemplo, e bordas baixas, para
mercadorias mais pesadas, como minérios. Parte das bordas é móvel, tombante, para facilitar a
descarga da mercadoria. Geralmente se transportam nesses vagões mercadorias que não
necessitem de proteção contra as intempéries; mas, às vezes, até mercadorias que necessitem
dessa proteção são transportadas nesse tipo de vagão, cobrindose o mesmo com lonas. Com
isso, aumenta-se sua utilização, quando falta o vagão fechado. Existem gôndolas de fundo móvel
que permitem a descarga rápida da mercadoria pelo fundo.
CPTM 87
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Vagão tanque — possui sobre o estrado e preso ao mesmo um tanque cilíndrico. Tem por
finalidade o transporte de líquidos como gasolina, óleos, álcool, melaço, ácidos etc. Em cada
extremidade do estrado há um berço onde se apoia o cilindro metálico. Para evitar o deslocamento
da carga, que provocaria movimentos que facilitariam acidentes (descarrilamentos ou
tombamentos), esses cilindros possuem, interiormente, placas chamadas quebra-ondas. Na parte
superior possui uma boca (domo) para carregamento e, na inferior, uma válvula para descarga.
Vagões especiais — destinam-se ao transporte de cargas que não possam ser transportadas nos
vagões comuns. O transporte de grandes peças, transformadores etc, só pode ser feito em vagões
com o estrado rebaixado na parte central. Às vezes os truques também devem ser especiais,
reforçados e com três ou mais eixos.
Predominam os primeiros, por serem mais simples e de menor preço inicial, por ser mais
econômica sua manutenção e por não exigirem equipamentos caros nem mão-de-obra
especializada. Entretanto, tem crescido nos Estados Unidos o número de vagões com refrigeração
mecânica. Os tanques de gelo, duplos, são colocados nas cabeceiras dos vagões, entretanto
foram construídos vagões com tanques de gelo no teto. Quando se tem necessidade de
temperaturas mais baixas, usa-se a mistura de gelo e sal de cozinha.
88 CPTM
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Vagão tremonha (Hopper) — nesse tipo de vagão, o fundo não é chato, mas formado por planos
inclinados com bocas na parte inferior de sua junção, apresentando um sistema de portas para a
descarga pelos fundos. Esses vagões, muito em uso atualmente, servem para transportar minérios
e, nesse caso, têm a parte superior aberta. Existe o tipo Hopper fechado, tendo no teto aberturas
para carregamento de granéis (cereais, cimento etc.) e nos planos inclinados do fundo as
aberturas para descarga, geralmente em número de três. Para o transporte de minérios,
entretanto, estão sendo muito usados os vagões-gôndola, com engates especiais, que permitem a
descarga por meio de um dumper, no qual alguns vagões (geralmente dois) são girados segundo
o eixo horizontal, sem serem desengatados. As rodas ficam para cima e o descarregando do
minério é feito pela parte superior. Esse tipo de vagão é utilizado no transporte de minérios e no
transporte de lastro.
A via permanente está sujeita à ação Figura 127 - Vegetação sobre a via (lastro
colmatado)
indesejável de dois elementos principais: do
crescimento e da presença de mato e do
acúmulo de lixo ao longo da faixa ferroviária.
Cada um desses elementos traz consequências
ao funcionamento satisfatório da via
permanente. O crescimento e a presença do
mato prejudica a visualização adequada da via,
além de propiciar um aumento da umidade do
lastro que acaba gerando um apodrecimento
precoce dos dormentes de madeira.
O acúmulo de lixo, principalmente do tipo orgânico, favorece o aparecimento de ratos,
sujando e colmatando o lastro, além de causar o entupimento das galerias e bueiros da via
permanente. Torna-se então indispensável o controle desses dois agentes (o mato e o lixo) para
que a operação ferroviária não seja comprometida.
CPTM 89
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Finalidade
Definir atividades de controle das ervas daninhas no leito ferroviário de forma a permitirem
a visualização da via e de seus entornos.
É esperado que
— o lastro não se apresente sujo e colmatado;
— não ocorra o apodrecimento prematuro de dormentes;
— não ocorra a obstrução de galerias e bueiros;
— não ocorram incêndios devido à existência de erva daninha;
— não ocorra erosão em área capinada.
Definições
— Capina: retirada total da vegetação nas proximidades da via permanente com
ferramentas ou equipamentos mecânicos.
— Capina Química: método de erradicação de ervas daninhas com a utilização de
aspersão de produtos químicos.
— Erva Daninha: qualquer planta que cresça onde não é desejada.
— Herbicida: todo produto químico destinado ao controle parcial ou total da vegetação
daninha.
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Atividades Críticas
A aplicação do mata-mato é perigosa, necessitando, portanto, de equipamento de
proteção para o aplicador e deve se limitar à faixa de domínio da CPTM exclusivamente.
Não aplicar o mata-mato em época de chuva.
Cuidados
Certificar-se de que todos os sinalizadores sonoros e visuais, os coletes reflexivos,
uniformes e protetores individuais e coletivos estejam em perfeitas condições de utilização.
Informar ao centro de controle (C.C.O.) do serviço a ser executado.
Não adentrar na faixa da CPTM sem anuência do centro de controle C.C.O.
Execução
— Antes de se iniciar a capina, deve ser feito um levantamento completo das condições de
infestação por ervas daninhas.
— O serviço de capina deve ser executado ao longo da faixa de domínio da CPTM, distante
cerca de (5m) do talude do aterro que forma a banqueta da via permanente, em ambos os
lados.
— A faixa a ser tratada deve estar isenta de lixo, de materiais inservíveis, entulho etc.
— Não se recomenda a aplicação de herbicida em vegetação muito alta (mais de 50 cm) antes
de roçar.
— Deve ser feito um desmatamento (que consiste no corte e remoção de toda a vegetação
existente) e um destocamento (corte e extração de troncos, tocos e raízes).
— Os materiais provenientes do desmatamento e do destocamento devem ser removidos para
bota-fora ou estocados, não sendo permitida a permanência na faixa da via, o que prejudica a
drenagem e gera risco de incêndio.
— A aplicação do herbicida deve ser feita quando a erva daninha voltar a germinar e apresentar
uma altura de 20 a 40 cm.
— Deve-se manter uma velocidade constante ao avançar na aplicação do herbicida, pois quanto
maior a velocidade, menor é a quantidade de herbicida que o terreno recebe.
— É recomendado que após a aplicação do herbicida, o terreno permaneça cerca de 40 dias em
repouso.
— O solo não deve ser revolvido após a aplicação do herbicida, pois sementes que não tiveram
tempo de contato suficiente com o herbicida poderiam voltar a germinar ao vir para a
superfície.
— A época mais adequada para a aplicação do herbicida é logo após a época de ocorrência das
chuvas, ou seja, após o verão.
— A aplicação do herbicida deve ser feita preferencialmente em dias nublados e sem ventos
fortes.
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Observações
— A capina mecânica é rudimentar, não elimina as raízes e nem as sementes que possam ter
caído sobre o solo, o que facilita sua germinação.
— A capina química é melhor, pois atinge as raízes e mata as sementes que estão no solo, o que
reduz a periodicidade da aplicação.
4.3.3 Herbicidas
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Alguns tipos de herbicidas são aplicados na forma sólida e são formulados como
“granulados”. A grande maioria, entretanto, é aplicada pela pulverização após sua diluição em
água. São formulados de tal maneira que permitam sua mistura em água.
Os herbicidas utilizados na ferrovia são os solúveis em água para que seja possível a
pulverização. Para fins ilustrativos mencionamos alguns nomes de princípios ativos: fenoxaprop,
halosulfuron, glyphosate, dicamba, paraquat, oxyfluorfin, bentazol, metribuzin, isoxaflutole e
outros.
4.3.4 Desratização
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5 Estudo de caso
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Para a elaboração do projeto, a Construtora Andrade Gutierrez S/A, além de contar com a
sua experiência e seu corpo técnico, ainda contratou consultoria técnica especializada em metrôs
e ferrovias, pesquisou o mercado nacional e internacional à procura dos sistemas e produtos mais
avançados na área, e efetuou visitas técnicas a vários fornecedores no Brasil e na Europa. Em
paralelo, a Construtora contratou também os serviços do Departamento de Engenharia de
Sistemas Ferroviários do Centro de Tecnologia da UNICAMP para a realização de medições em
campo, ensaios de homologação e aprovação de desempenho dos sistemas e componentes.
Foram então efetuados estudos, análises e ensaios a fim de serem determinados os sistemas de
superestrutura mais adequados a cada trecho da via permanente e, a partir daí, projetados todos
os sistemas. Esses foram submetidos a ensaios de homologação e comprovação de desempenho
no laboratório do Centro de Tecnologia da UNICAMP. A obra civil foi então executada num prazo
de aproximadamente 10 meses e a via permanente concluída ao final de 1998.
Após estudos e análises dos parâmetros acima, foi efetuada a correlação entre cada tipo
de trecho e o respectivo sistema de superestrutura adequado, tendo sido determinados os
sistemas de superestrutura para cada trecho, de acordo com o grau de atenuação de vibração
necessário, a saber:
— sistema de superestrutura com dormentes de concreto em lastro sobre terrapleno;
— sistema de superestrutura com dormentes de concreto em lastro sobre manta protetora
resiliente;
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Este sistema baseado em apoios discretos permite, além de obter níveis elevados de
isolamento de vibrações e de ruído secundário, a possibilidade de alterar a rigidez estática do
sistema em função das características da via como, por exemplo, em curvas e nas zonas de
transição com outros sistemas de rigidez diferente.
Essa flexibilidade de “afinação” das características estáticas e dinâmicas do sistema de
isolamento permite reduzir os efeitos dos choques dinâmicos durante a passagem do trem entre
diferentes sistemas de via. Além disso, permite controlar as deformações horizontais e verticais da
via como, por exemplo, nas zonas de curvas acentuadas. O sistema foi projetado de forma a
permitir a inspeção dos apoios resilientes e a sua eventual substituição. para o interior do túnel,
por meio da divisão em segmentos com um comprimento predefinido e isolados entre si.
A fixação do trilho foi feita com a utilização do sistema Pandrol, com placas de apoio
contendo palmilhas de material resiliente inseridas somente sob o patim do trilho. As placas são
dotadas de buchas rígidas com furos excêntricos que permitem a sua regulagem nas direções
lateral, longitudinal e vertical, facilitando os ajustes de bitola, tanto na montagem da via, como nas
operações para a correção, devido ao desgaste dos trilhos e/ou eventuais recalques que ocorram
com o tempo. A atenuação de vibração e ruído secundário esperada com esse sistema é cerca de
25-30 dBv, em relação a um sistema de via em fixação direta rígida.
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Referências
BRINA, H. L. Estradas de Ferro. Rio de Janeiro/São Paulo: Livros Técnicos e Científicos Editora
S.A., 1979. V.1.
BRANCO, J. E. S. C.; Ferreira, R. (Ed). Tratado de estradas de ferro. Rio de Janeiro: Reflexus
Estúdio de Produção Gráfica, 2000.
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