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Sistemas de
Sinalização
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© SENAI-SP, 2018
3ª Edição
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Sumário
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 7
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6 SINAIS ......................................................................................................................................................... 63
6.1 Classificação dos Sinais segundo sua construção.............................................................................................. 63
6.1.1 Sinal Semafórico ..................................................................................................................................................... 63
6.1.2 Sinal Luminoso ....................................................................................................................................................... 64
6.2 Funcionamento Elétrico dos Sinais ....................................................................................................................... 67
6.2.1 Funcionamento do relé PCR na Indicação do foco luminoso ................................................................................. 69
6.2.2 Outros relés utilizados na operação de sinais......................................................................................................... 73
6.2.3 Sinaleiro Automático Wabco/Fresimbra Searchlight H-2 ........................................................................................ 74
6.2.4 Sinal Semiautomático ............................................................................................................................................. 75
6.2.5 Cab–Signal: Sinal De Cabine.................................................................................................................................. 75
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1 Introdução
Entende-se por Sinalização Ferroviária um conjunto de métodos e meios, por meio dos
quais se promove a movimentação dos trens com segurança, rapidez, regularidade e economia.
Para o cumprimento deste propósito, naturalmente usaram-se meios desde os mais primitivos até
os mais complexos sistemas (encontrados atualmente), respeitando as normas (RGS) e padrões.
(“Requisitos Gerais de Segurança”).
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2 Breve História
A ferrovia e os seus primeiros sistemas de sinalização no controle de tráfego
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Figura 2 - "Locomotion nº 1
Apesar de se ter preparado lugar somente para 300 passageiros, mais de 500 pessoas
conseguiram, em meio do tumulto, encontrar um lugar, sentados ou em pé, enquanto outras
dezenas de milhares de curiosos, ao longo da linha, testemunhavam o acontecimento que ia entrar
para a história como uma das mais surpreendentes conquistas da humanidade.
Ao ser iniciada a viagem, em Shildon via Darlington para Stockton, o próprio inventor da
locomotiva, George Stephenson, controlava o engenho, a princípio imprimindo pequena
velocidade ao comboio, mesmo porque, à frente da locomotiva ia um cavaleiro, empunhando uma
bandeira, seguido de outros cavaleiros que corriam paralelamente à composição.
Em dado momento, porém, Stephenson fez sinal ao cavaleiro da bandeira para que
deixasse a via férrea e duplicou a velocidade da locomotiva, possibilitando que a viagem se
tornasse mais emocionante para os 500 passageiros em suspense, uns maravilhados com o que
lhes era dado ver e admirar naquela "perigosa aventura", outros apavorados e lembrando as
palavras de advertência dos inimigos do progresso que previam uma enorme série de desgraças
com o advento da estrada de ferro.
O dia 27 de setembro de 1825 abriu um vasto campo de progresso ao mundo. Para
George Stephenson e a sua "Locomotion" foram reservados lugares de honra na história das
comunicações humanas, se bem que, para tal conquista, tivesse colaborado numerosa coorte de
notáveis pesquisadores que se iniciou com Papin e teve sequência com Olivier Evans, Saguin,
James Watt, Hancock, Trevithich, Hedley e outros mais.
Contudo, a George Stephenson cabe realmente a glória do invento da locomotiva, por
haver condensado todos os elementos até então existentes e estabelecido teórica e tecnicamente
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os princípios da força motriz gerada pelo vapor d'água como o agente mais extraordinário de
progresso que o mundo conheceu.
George Stephenson, operário e fiscal de minas de carvão, mais um arguto observador
que propriamente um técnico em ciências físicas (até aos 20 anos não sabia ler e escrever),
certamente desconhecia a teoria de Blakett, que em 1813 demonstrara que o peso de uma
máquina e o atrito com os trilhos gerava a aderência, teoria comprovada por Trevithich anos mais
tarde, quando construiu o protótipo de uma locomotiva a que denominou "Blucher".
Mas foi George Stephenson quem, observando certo dia uma chaleira com água fervente,
notou que, por ação do vapor, a tampa bastante pesada do recipiente era permanentemente
movimentada, o que lhe deu a ideia de aproveitar essa energia de modo a movimentar uma
máquina sobre trilhos de ferro. Surgiu então a "Locomotion" que pela primeira vez movimentou um
trem, entre Darlington e Stockton, fazendo calar os inimigos do progresso e abrindo grandes
perspectivas à indústria e ao comércio. Um outro precursor da ferrovia que merece destaque é o
inglês Richard Trevithick (Figura 3).
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Esta máquina atraiu bastante a atenção do público e da imprensa, mas não teve sucesso, devido
ao seu custo ser muito superior ao das tradicionais carruagens puxadas por cavalos.
Trevithick foi um pioneiro cujas invenções eram avançadas demais para a sua época.
Além das locomotivas, construiu barcos a vapor, máquinas de debulhar e de dragar, no entanto,
nunca conseguiu investidores que o ajudassem a desenvolver as suas invenções.
Em 1816, Trevithick mudou-se para o Peru para trabalhar como engenheiro nas minas e
construir locomotivas que as servissem. Apesar do sucesso inicial, o começo da guerra civil em
1826 forçou-o a voltar à Inglaterra sem um tostão, e ainda ter seu pedido de pensão
governamental negado.
Apesar do seu gênio inventivo, Trevithick morreu na pobreza, e, se não fosse um grupo
de trabalhadores locais, Trevithick teria o túmulo de um mendigo.
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Legislativo foi autorizado a efetuar contratos com firmas ou pessoas que oferecessem mais
vantagens no concernente à ligação da Corte com as províncias de São Paulo e Minas Gerais.
É certo que Irineu Evangelista de Souza o barão de Mauá (Figura 5) avançara em seus
estudos para feitura de uma estrada de ferro, que foi um grande passo do brasileiro Irineu
Evangelista de Souza. Ele obteve pelo decreto de número 987, de junho de 1852, “privilégio por
dez anos para a navegação a vapor entre a Corte e um ponto da praia, no Município de Estrela,
em que começará a estrada de ferro que se propõe a construir à raiz da Serra de Petrópolis”, na
então província do Rio de Janeiro. A empresa formada chamava-se Imperial Companhia de
Navegação a Vapor e Estrada de Ferro Petrópolis, mais conhecida como E.F. Mauá.
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primeira vez em 30 de abril de 1854, com a presença da Comitiva Imperial quando foi inaugurada
a E.F. Petrópolis num trecho de 14,5 km entre Mauá e Fragoso, fundada por Irineu Evangelista de
Souza, Visconde e Barão de Mauá. Foi no ato de inauguração da primeira ferrovia brasileira que o
Imperador Dom Pedro II a batizou de Baroneza, em homenagem à esposa do Barão de Mauá,
Dona Maria Joaquina, e foi nesta oportunidade também, que o Imperador conferiu a Irineu
Evangelista de Sousa o título de Barão de Mauá.
A Baroneza, por seu importante papel como pioneira no campo ferroviário do Brasil,
transformou-se também em um importante marco da história do ferroviarismo mundial. Foi
construída em 1852 pela Willian Fair Bairns & Sons, em Manchester, Inglaterra. No ano seguinte, o
Barão de Mauá comprou-a, colocando-a em tráfego no dia 30 de abril de 1853, na E.F. Petrópolis,
que Dom Pedro chamou de E.F. Mauá. Originariamente, pertenceu à Companhia de Navegação a
Vapor, passando, com a concorrência da E.F. Dom Pedro II que se tornaria a E.F. Central do
Brasil, à propriedade da E.F. Príncipe do Grão-Pará, que teve vida efêmera. Foi, finalmente,
incorporada ao acervo da extinta The Leopoldina, mais tarde absorvida pela RFFSA.
Após servir o Imperador Pedro II, por muitos anos, foi retirada de tráfego em 1884,
voltando a serviço algum tempo depois, para transportar um visitante ilustre, o Rei Alberto da
Bélgica. É um dos modelos mais antigos de máquina a vapor que se conhece, tendo sido
incorporada ao patrimônio nacional em 20 de abril de 1954, data do seu centenário, e desativada
em 1957 com o surgimento da RFFSA.
Realmente, os 14 quilômetros iniciais da ferrovia implantada por Mauá representaram o
início de uma fase áurea e sem paralelo na história do país e que somente deter-se-ia - no dizer
de Mauá - na estação que seria construída às margens do Rio das Velhas. Livre de pressões,
silenciados os seus opositores, a estrada de ferro pôde caminhar celeremente como era o seu
destino e firmar-se como elemento de real grandeza para a unificação das áreas demográficas
brasileiras de maior destaque, então, completando-se um ciclo de cinco empresas que, mui
propriamente, constituíram a célula master do nosso sistema ferroviário. Essas cinco unidades,
pela ordem de construção e datas dos decretos concessionários, eram as seguintes.
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E.F. Mauá, autorizada pelo decreto imperial nº 987, de 12/6/1852, cujos estatutos foram
aprovados pelo decreto nº 1.101, de 29/12/1852. Entrou em tráfego a 20/4/1854.
E.F. D. Pedro II - Decreto de concessão passado sob nº 714, de 13/10/1854, e autorizada a
funcionar pelo decreto nº 1.599, de 9/5/1855. O tráfego foi aberto ao público em 25/10/1855.
E.F.Bahia ao São Francisco - Concessão dada pelo decreto nº 1.299, de 19/12/1853, com
entrada em tráfego a 28/6/1860.
E.F. Recife ao São Francisco - Concessão dada pelo decreto nº 1.030, de 7/8/1852, com a
entrada em tráfego a 9/2/1856.
E.F. Santos a Jundiaí - Concessão dada por decreto nº 1.759, de 26/4/1858, sendo a linha
franqueada ao público a 16/2/1867.
Nos últimos decênios do século XIX, foram construídas numerosas estradas de ferro por
todo o País que muito contribuíram para o desbravamento de extensas áreas inóspitas e que
assim receberam o benefício da civilização e do progresso.
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Em 1856, Mauá, o Marquês de Monte Alegre e o Marquês de São Vicente receberam uma
nova concessão por meio do decreto Imperial Nº 1756 de 26 de abril de 1856 (Figura 7).
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A E.F. São Paulo-Rio de Janeiro, que tinha seu marco final na cidade de Cachoeira,
posteriormente foi encampada pela E.F. D. Pedro II, que veio a se constituir na E.F. Central do
Brasil e que tornou realidade o objetivo visado pelo decreto de Feijó, promulgado em 1835,
visando unir a Corte às regiões de maior importância do País.
Realmente, a estrada de ferro abriu em São Paulo uma poderosa célula de trabalho e
riqueza sem igual, quando o governo da União voltou suas vistas para a Rede Ferroviária Federal,
por meio da implantação do Programa de Desenvolvimento Ferroviário 1975-1979.
Aliás, o Estado de São Paulo era o único que possuía uma rede integrada pelas suas
principais ferrovias mencionadas, formando a Ferrovia Paulista S.A. - Fepasa. Afora a RFFSA e a
Fepasa, ainda se pode mencionar a E.F. Vitória, como sendo empreendimento particular (da Cia.
Vale do Rio Doce). A E.F. Madeira a Mamoré e a E.F. Amapá, respectivamente, nos territórios do
Acre e de Roraima, pertencem à União e são dirigidas por administradores autônomos.
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Fotos datadas de 1806 mostram a utilização das mãos e braços sinalizando para os
“trens”. Sinais manuais, bandeiras e, para exercícios das atividades noturnas, dispunha-se de
lampiões a carbureto ou querosene de vários tipos de acordo com sua finalidade: lampiões para
manobras, porteiras, cauda de trens e sinalização de via, passaram a ser usados desde 1829.
(Figura 11).
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Cada bloco é protegido por um sinal localizado na sua entrada. Se um bloco é ocupado
por um trem, o sinal mostrará um "aspecto" vermelho, como é chamado, avisando que o trem deve
parar. Se a seção estiver livre, o sinal pode mostrar um aspecto verde ou um aspecto de
"prosseguimento".
O diagrama simplificado da Figura 14 mostra o princípio básico do bloco. O bloco
ocupado pelo trem 1 está protegido pelo sinal vermelho na entrada do bloco. O bloco anterior está
livre e um sinal verde permitirá que o trem 2 entre neste bloco. Isso reforça a regra básica da
sinalização ferroviária, que diz que apenas um trem pode ocupar um bloco por vez. Na seção que
tratará sobre sinais, introduziremos o conceito de sinais com mais de dois aspectos.
Diversos sistemas elétricos e mecânicos foram tentados. Basicamente, eles eram
construídos para permitir que um trem deixasse um bloco permitindo que um outro trem entrasse
em um bloco anterior. Mais tarde, o desenvolvimento de sistemas mais permissivos garantiu que
houvesse mais de um trem no mesmo bloco.
Começando em 1851, o telégrafo elétrico (Figura 15) era usado para determinar a
localização e progresso de um trem na linha e para expedir a ordem de liberação de tráfego.
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Em algumas cidades, quando ainda não eram servidas pelos Correios, os telégrafos das
ferrovias também atendiam à população local. Muito utilizado para passar telegramas de
transações comerciais, notícias familiares alegres ou tristes, como o falecimento de um ente
querido ou o nascimento de uma criança.
Outra ferramenta poderosa foi o Figura 17 - Staff tipo S - Railway Signal
Company
Staff Elétrico (Figura 17), idealizado e criado
na Inglaterra, no século 19. Neste sistema,
conseguia-se mais segurança e rapidez nas
operações de licenciamento. O staff foi um
equipamento também muito engenhoso: a
liberação de uma composição era feita por
um bastão retirado do staff, somente se a
linha, pela qual o trem deveria seguir,
estivesse livre.
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Diversos equipamentos foram inventados para prevenir a operação das chaves, uma vez
que o trem em operação estivesse sobre a máquina de chave. No entanto foi somente em 1856
que o primeiro mecanismo de intertravamento a ser considerado (Figura 23), agora essencial para
os requisitos de interlock, foi desenvolvido pelo Engº John Saxby.
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3 Tipos de Sinalização
Conforme podemos observar na Figura 26, a operação de equipamentos na via é feita por
transmissão mecânica. Depois de um tempo, foi agregado o comando elétrico em alguns pontos
para tais cabines. Encontrava-se tal sinalização nas linhas 7 Rubi e 9 Turquesa, Paranapiacaba e
Serra Funicular.
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Nesse tipo de cabine (Figura 27), por intermédio de botoeiras ou pequenas alavancas
com travamento elétrico, o operador comanda diretamente, num trecho limitado, a circulação geral
de trens bem como manobras. Normalmente estas áreas compreendiam pátios como da Luz,
Paranapiacaba, Piaçaguera; estações da Central do Brasil de Sebastião Gualberto a Mogi das
Cruzes (Linhas 11 Coral e 12 Safira), Roosevelt e Eng° São Paulo. Existia, nas cabines, um painel
luminoso indicativo das linhas com suas possíveis circulações.
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O PCS (Posto de Comando Setorial) ou PCL (Posto de Comando Local), (Figura 28) é
uma sala com um painel de controle e supervisão da circulação de trens no setor.
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como as telas de alarmes e eventos que também devem seguir esse respectivo padrão. (Figura
31).
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4 Nomenclaturas e Símbolos
1) Símbolos
2) Nomenclatura dos circuitos e unidades de operação
3) Fios de alimentação e energia
4) Unidades de operação relacionadas aos circuitos de via
5) Fios relacionados aos circuitos de via
6) Unidades de operação relacionadas às máquinas de chaves
7) Fios relacionados às máquinas de chaves
8) Unidades de operação relacionadas aos sinais
9) Fios relacionados aos sinais
10) Unidades de operação relacionadas à direção de tráfego
11) Fios relacionados aos relés de tráfego e direcionais
12) Unidades de operação relacionadas às indicações, travações e relés dos circuitos de travação
13) Unidades de operação relacionadas aos sinais de passagem de nível
14) Unidades de operações diversas
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4.1 SÍMBOLOS
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A– aproximação
V- parador de trem, inverso
B- bloqueio, bateria, positivo.
W - oeste, chave, branco
C- comum, negativo, circuito, controlador,
código, invertido, fechado X- intertravação, campainha, passagem de
nível, corrente alternada
D- disjuntor, detetor, (direita)
Y- amarelo
E- leste (esquerda)
Z- especial
F– tráfego
H– principal
J- controle duplo
K- indicador, indicação
U- unidade, retardador
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Esta relação deve ser usada afim de que se perceba a utilidade de cada circuito e a
identificação de seus componentes. Tal associação de letras sempre vem na ordem em inglês.
Entretanto é fácil perceber a ordem em português. Inverta o sentido de leitura e associe as letras,
palavras de modo a que melhor represente o circuito estudado.
A relação das letras acima também é associada a números que representam sinais,
chaves e circuitos de vias. Quando um equipamento exerce mais de uma função, recebe as letras
A,B,C como no caso de sinal com 3 unidades de 3 aspectos. Ex: 2DA, 2DB, 2DC.
A numeração dos circuitos de via segue o número do sinal em que o circuito de via está
relacionado junto com a letra T. Exemplo: 4T,2T,4928T etc. Os circuitos de via chamados de
Detetora estão sempre na região de Máquinas de Chaves e recebem um número ímpar junto com
a letra T. Exemplo: 1T,3T,5T etc.
As Máquinas de Chave também recebem números ímpares a exemplo das Detetoras,
mas com a diferença de que se forem chaves de desvio de pátio, são batizadas apenas com
números e se forem travessões, além dos números, recebem também as letras "A" e "B" para
diferenciá-las, pois são equipamentos que exercem mais de uma função. A nomenclatura usada
nos fios está sempre relacionada ao equipamento usado ou ao circuito no qual está ligado.
C – Comum
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Exemplos:
BX110 - Positivo (fase), 110 volts, corrente alternada.
TPR - Relé repetidor do relé de circuito de via ou simplesmente repetidor do circuito de via
BPR - Relé repetidor do bloqueio ou relé repetidor do relé de circuito de via da seção de
bloqueio
LR - Relé Travador
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AR - Relé de aproximação
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AR - Relé de aproximação.
LR - Relé Travador
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AK - Indicação de Aproximação
OR - Relé de sobrecarga
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5 Suprimento de Energia
para as Cargas de Sinalização
Assim, ao longo de todo o trecho, é distribuído um par de fios que "transmite" a tensão de
4,4KVca, sendo que para a alimentação das caixas e bangalôs, que contêm os equipamentos de
sinalização, são utilizados transformadores de 4,4KVca para tensões variáveis de 110,115 e
127Vca. A CPTM prevê a alteração da tensão de alimentação de 4,4KVca para 13,2kvca,
desativando-se toda a rede de 4,4Kvca.
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Os novos trens da FEPASA que trafegaram nos circuitos de via do projeto da linha 8
utilizavam tiristores (chopper) para o controle da energia de tração em CC. Este dispositivo gera
correntes interferentes, de frequências harmônicas e sub-harmônicas, as quais se situam na faixa
de frequências normalmente utilizadas para a operação dos circuitos de via e do sistema de
cabsinal.
A análise das configurações iniciais dos sistemas de sinalização e de controle de tração
detectou incompatibilidade básica. As características dos referidos sistemas foram modificadas
para melhorar a compatibilidade, mas restaram preocupações relativas ao funcionamento do
sistema de sinalização em certas condições críticas de operação anormal do sistema de controle
de tração.
À medida que as condições de operação anormal do sistema de controle de tração foram
melhor definidas, tornou-se evidente que as situações de insegurança seriam muitos raras e, se
viessem a ocorrer, deveriam persistir por tempo relativamente curto e em circunstâncias muito
específicas para que pudessem afetar a segurança dos trens.
Pelos projetos originais, não havia faixa suficiente no espectro de frequências no sistema
de controle de tração, para a operação do sistema de sinalização. De fato, os dois fornecedores de
trens haviam escolhidos listas de frequências e um deles utilizava uma frequência de controle
exatamente igual à que houvera sido proposta para a sinalização.
Como resultado de uma série de reuniões entre os fabricantes de trens e dos sistemas de
sinalização, chegou-se a um esquema conveniente de coordenação de frequências. Os sistemas
de detecção de trens e de cabsinal foram projetados para operar em 90 Hz, enquanto os controles
de tração foram projetados para utilizar as frequências de 120, 180, 240 e 360 Hz.
Ao mesmo tempo, os fabricantes de trens estabeleceram valores máximos para as
harmônicas e para os desvios de frequências do sistema, em condições normais e seminormais de
operação, tendo o fornecedor do sistema de sinalização balizado o seu projeto de forma a
assegurar a operação satisfatória, nas condições definidas e levando em consideração a natureza
singular da configuração das linhas da FEPASA, com duas bitolas em três trilhos. Estabelecendo-
se também a separação adequada com relação aos sinais interferentes da frequência industrial
60Hz.
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As alimentações dos CDE´s são provenientes de duas fontes de energia, 6.6kV da rede 1
– preferencial proveniente da CPTM e 13.8kV proveniente da Eletropaulo, ambas, responsáveis
pela alimentação elétrica dos QTA´s (Quadros de transferência Automática)
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Eletropaulo - rede 2
Esta alimentação é proveniente de um disjuntor instalado no Quadro Geral de Distribuição,
localizado na cabina primária responsável pela alimentação elétrica dos equipamentos instalados
na Estação.
Analisando o diagrama em blocos da figura 33, vemos que o sistema é composto por:
Cubículo de 6,6kV / 0,22kV – 75kVA ~ 60Hz;
Cubículo de 127V / 900V – 25kVA ~ 90Hz;
Dois Quadros de Transferência Automática (QTA);
Dois Conversores de Frequência (CCF);
Uma Chave Estática de Transferência Automática (CSE);
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b) Comandos
Chave de seleção de prioridade de rede de alimentação.
c) Medição
Voltímetro analógico com chave de seleção para leitura da tensão das três fases
d) Sinalização local
Led’s indicando presença de tensão em cada rede
Led’s indicando rede selecionada como preferencial
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c) Proteções
Contra sobrecorrente na entrada de alimentação CA (disjuntor).
Contra sobrecorrente ou curto-circuito na saída para carga.
Transformador isolador na saída para carga.
Contra sobreaquecimento nos semicondutores de potência inibindo a saída.
Fusível de ação rápida na alimentação CC do ramo do inversor.
d) Controles
Liga / Desliga retificador através do disjuntor de entrada.
Botão para selecionar a unidade de leitura entre Tensão, Corrente e Frequência de saída.
e) Sinalização local
Led indicador de conversor ligado.
Led indicador de sobretensão CC.
Led indicador de sobrecarga.
Led indicador de subtensão CC.
Led indicador de temperatura alta.
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a) Características Elétricas
Potência Nominal: 20.0 kVA
Tensão da Rede isolada: 127 Vca
Tensão de Entrada/Saída: 127 Vca
Nº de fases: Monofásico
Frequência: 90 Hz + 5%
Tempo de transferência com
sincronismo: < 2 ms
Tempo de transferência sem
sincronismo: < 10 a 16 ms
Rendimento > 98%
Rigidez Dielétrica: 1.500 V / 1min
Capacidade de Sobrecarga: 125% In por
10 min
b) Controles
Chave de seleção prioridade: seleciona fonte principal ou alternativa como prioritária para alimentar a
carga.
Chave seletora de leitura: seleciona entre Tensão, Corrente ou Frequência o parâmetro a ser indicado
no medidor digital.
Chave para teste de leds.
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c) Sinalização Local
"Conversor 2 Presente (Ramo Alternativo)": indica que a tensão CA do Conversor 2 está disponível.
"Conversor 1 Presente": indica que a tensão CA do Conversor 1 está disponível.
"Carga no Conversor 1": indica que a carga está sendo alimentada pela tensão proveniente do
Conversor 1.
Carga no Conversor 2: indica que a carga está sendo alimentada pelo Conversor 2 (Fonte CA
Alternativa).
"Sobrecarga": indica que a corrente de saída para carga ultrapassou o limite do equipamento.
"Defeito no Conversor 2” *: indica sub/sobretensão do Conversor 2.
"Defeito no Conversor 1” *: indica sub/sobretensão do Conversor 1.
"Sincronismo": indica que a tensão do Conversor 1 está em sincronismo com a do Conversor 2.
"Sub/sobre frequência": indica que a frequência da tensão do Conversor 2 (Ramo Alternativo) está
abaixo ou acima dos limites especificados para o sincronismo com o Conversor 1.
Nota(s): * Casos de sub/sobretensão.
Veja na Figura 41 a parte de controle e sinalização da chave estática.
(a)
(b)
(a) À direita, seletora de prioridade: seleciona fonte principal ou alternativa como prioritária para alimentar a
carga, ou automatismo na posição “chave estática”.
(b) À esquerda, chave seletora de leitura para seleção entre Tensão, Corrente ou Frequência, ou seja, o
parâmetro a ser indicado no medidor digital.
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6 Sinais
É aquele cujos aspectos são fornecidos pela posição de um traço. (Figura 42).
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É aquele cujos aspectos são fornecidos pela cor de um ou mais focos luminosos. O sinal
luminoso pode ser
a) Colorido - É o sinal cujos aspectos apresentados são exclusivamente pela cor de um foco
luminoso. Este sinal pode ser unifocal ou plurifocal (Figura 46, Figura 47 e Figura 48).
No primeiro caso, os diferentes aspectos são mostrados no mesmo foco. No segundo
caso cada foco apresenta um aspecto.
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Figura 46 – Sinal Luminoso. Em (a) sinal plurifocal, em (b) sinal unifocal (searchlight)
Figura 47 – Sinal Luminoso. Em (a) sinal alto uma unidade, em (b) sinal alto duas unidades.
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Figura 48 - Sinal Luminoso. Em (a) sinal alto três unidades, em (b) sinal anão.
b) De Posição - É o sinal cujos aspectos são apresentados pela posição dos focos luminosos
(Figura 49).
Figura 49 – Sinal de Posição
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Os sinais luminosos utilizados no trecho são dos tipos H-2 (Figura 50).
Conforme podemos ver anteriormente, o sinal H-2 tem um alojamento de ferro fundido
com um mecanismo removível, denominado unidade de sinal SEARCHLIGHT. O alojamento
possui uma lente, uma viseira, abraçadeira de fixação ou bases. Nos sinais altos existe um disco,
denominado anteparo, que fornece a visibilidade do foco luminoso.
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No mecanismo, aloja-se um relé de três posições, o qual move um leque com três discos
coloridos (Figura 51). O relé é designado para operar diretamente da bateria ou pelo retificador. Na
Figura 51 temos a visualização do leque com os três focos, a indicação da alimentação da bobina
e da lâmpada.
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Afim de explicar o funcionamento do relé PCR, vamos tomar como base a figura 52, a
qual mostra num primeiro momento os contatos referentes ao foco amarelo indicado pela unidade
de sinal. Tendo isso em vista, a corrente positiva (B) circula através dos contatos do relé do
sinaleiro que está energizado para dar a cor amarela e vai ao positivo da bobina do relé PCR.
Se o sinaleiro mudar de cor para verde, o contato móvel que está ligado em “Y” cai,
subindo o outro contato ligado em “G”. O relé PCR não chega a cair, pois é de ação retardada,
sendo que o relé de sinaleiro é de ação rápida. O fio negativo (N) está ligado diretamente à bobina
do relé. Em outras palavras, sempre que o sinaleiro estiver Verde ou Amarelo, o relé PCR estará
imantado.
CPTM 69
Sistemas de Sinalização
Tendo isso em vista, a corrente positiva (B) circula através dos contatos do relé do
sinaleiro que está energizado para dar a cor amarela e vai ao positivo da bobina do relé PCR.
Se o sinaleiro mudar de cor para verde, o contato móvel que está ligado em “Y” cai,
subindo o outro contato ligado em “G”. O relé PCR não chega a cair, pois é de ação retardada,
sendo que o relé de sinaleiro é de ação rápida.
O fio negativo (N) está ligado diretamente à bobina do relé. Em outras palavras, sempre
que o sinaleiro estiver Verde ou Amarelo, o relé PCR estará imantado. Tais operações estão
ilustradas na Figura 54 a seguir.
Figura 54 – Operação dos contatos do relé PCR em função da polaridade da bobina do sinal
Conforme vimos, os sinais são comandados eletricamente, mudando seu aspecto pela
ação de relés eletromagnéticos. A relação entre aspecto e indicação é a exposta na tabela 1.
70 CPTM
Sistemas de Sinalização
Seguindo essa linha de raciocínio, de acordo com o foco apresentado pelo sinal, nós
teremos dois relés repetidores do aspecto do sinal. Esses reles são de nominados RGP e HDGP e
são os que fornecem a informação sobre o aspecto apresentado pelo sinal para o CCO.
RGP – Relé repetidor de sinal fechado - Neutro (Red Signal Repeater)
HDGP - Relé repetidor de sinal aberto - Neutro (Home Distant Signal Repeater)
CPTM 71
Sistemas de Sinalização
Figura 55 - Esquema elétrico do sinaleiro Searchlight H-2 interligado com uma respectiva House ou
Caixa de Locação do trecho.
72 CPTM
Sistemas de Sinalização
a) Com um trem ultrapassando o sinal. Neste caso, TP cai, o circuito envia um comando para
fechar o sinal (RRP), o sinal fecha (RGP sobe) o relé AS é operado através de ASPOP em
cima.
b) Ao se cancelar um sinal. Neste caso, RRP vai para normal, RGP sobe, porém, TP está em
cima. Com TP em cima e AS em baixo, alimentamos o relé TP. Ao final de sua contagem de
tempo, o relé TE fecha seu contato, alimentando o relé AS. Quando o relé AS sobe, o relé de
Tempo TE cai.
É o relé que opera somente com a ocupação de um Circuito de Via a frente do sinal
automático correspondente e se mantém em cima através de seus contatos e do contato de relé
PCR (Figura 57).
Figura 57 - Circuito típico do relé SR
CPTM 73
Sistemas de Sinalização
No S.C.T.C. (Sistema de Controle de Tráfego Centralizado), nos sinais que indicam linha
livre, suas bobinas são alimentadas com a corrente de locação do próximo sinal que estiver no
mesmo sentido. Quando ele recebe polaridades iguais em seus terminais (positivo no positivo e
negativo no negativo), ele gira seu leque de lentes, fazendo com a lente amarela fique de frente a
uma lâmpada permanentemente acesa e irá dar aspecto amarelo ao sinal. Invertendo-se as
polaridades (positivo no negativo e negativo no positivo) o leque irá girar, colocando uma lente
verde em frente à lâmpada, apresentado sinaleiro verde. Quando o relé do sinaleiro estiver sem
energia, ele irá apresentar o aspecto vermelho.
Como o próprio nome indica, este sinaleiro funciona automaticamente, não sendo
necessária sua operação pelo controlador.
São também conhecidos por sinaleiros de bloqueio e localizam-se, geralmente, no trecho
entre as estações ou locações. É o sinaleiro que desempenha a importante função de dar o
sentido de direção ao licenciamento.
Os sinaleiros automáticos são instalados em paralelo opostos ou deslocados e nas suas
caixas de locação instalados os relés de circuito de via adjacentes.
Nas locações desses sinaleiros, além dos relés de circuitos de via adjacentes, estão
também instalados os relés PCR, SR e uma fonte de alimentação. (Figura 58). A mudança de
polaridade, que alimenta o relé do sinaleiro é feita através do relé PCR.
O relé PCR, como verificado anteriormente, é energizado pelo relé de sinaleiro que, de
acordo com as condições apresentadas (amarelo ou verde), irá dar a polaridade que indicará a cor
do sinaleiro anterior.
74 CPTM
Sistemas de Sinalização
A Unidade Display (Aspect Dispay Unit - ADU), (Figura 59) é instalada no interior das
cabines de condução das composições, visíveis ao maquinista, e indica, a cada instante, a
condição de circulação de trens. É usada em conjunto com os sinais luminosos externos
instalados ao longo da via.
Figura 59 - Unidade Display (ADU) do ATC
Para facilitar nosso raciocínio acerca do Cab-signal, faremos uma breve abordagem sobre
o ATC, assunto a ser aprofundado posteriormente.
O ATC tem como função indicar o estado do sinal de via e atuar sobre o trem de modo
que este esteja dentro dos limites de velocidades permitidos, parando se necessário. Estas
velocidades são as seguintes:
CPTM 75
Sistemas de Sinalização
1) Indicador de Velocidade Real (Actual Speed): três dígitos vermelhos formados com LEDs de
sete segmentos que mostram a velocidade do trem calculada pela CPU do ATC.
a) O display pode mostrar velocidades de 00.0 a 99.8 km/h. A velocidade máxima do sistema
pode ser 70 ou 90 km/h (nominais) dependendo das condições de tráfego.
b) Sempre mostra três dígitos, com eventuais zeros à esquerda.
76 CPTM
Sistemas de Sinalização
4) Indicador Velocidade Limitada (“VL”): Amarelo Sólido quando o ATC impõe o limite de
velocidade de 50 km / h.
a) A velocidade pode ser ainda mais reduzida (porcentagem de redução) pelo ATC, se houver
degradação do freio.
b) Pisca durante ocorrência de Corte de Tração, se a indicação de Velocidade Limitada (“VL”) estiver
ativa.
6) Indicador de Velocidade Real (Actual Speed - 50 LEDs): LEDs acesos em vermelho sólido,
mostram a velocidade do trem calculada pela CPU do ATC em forma de gráfico de barras.
a) Cada LED representa incrementos, da esquerda para direita, de dois km/h na velocidade.
b) Velocidades “intermediárias” são mostradas pelo LED maior mais próximo.
c) Todos os LEDs apagados representam velocidade zero.
7) Indicador de Velocidade Máxima Autorizada (50 LEDs): LEDs acesos em vermelho sólido,
mostrando a velocidade máxima do sistema ATC CPU em forma de gráfico de barras.
a) Cada LED representa incrementos de dois km/h na velocidade, da esquerda para direita.
b) Velocidades “intermediárias” são mostradas pelo LED maior mais próximo.
c) Todos os LEDs apagados representam velocidade zero.
8) Chave Prosseguir VR (Proceed VR): Chave com mola, que a faz retornar à posição “Normal".
a) A Chave “MODO NORMAL VR” deve ser segurada na posição “PROSSEGUIR VR" (durante pelo
menos 0,2 segundos) para o ATC entrar no Modo “MANOBRA”, desde que TODAS as seguintes
condições estejam presentes:
ATC no modo "ATIVO".
ATC não recebendo código de velocidade (detecção de código ZERO).
Velocidade do trem menor ou igual a 25km /h.
CPTM 77
Sistemas de Sinalização
Discutimos nas seções anteriores acerca dos sinais de cabine: como vê-los e seus
significados. Em seguida, veremos como esses sinais se processam em função das ocupações e
desocupações dos blocos de via.
Os sinais de via podem ser alinhados pelo CCO e, em alguns casos, são automáticos. A
via é dividida em trechos, os quais têm em média 500 metros de comprimento, também chamados
de “blocos de via” ou circuitos de via”. Quando um trem está trafegando nesse trecho, dizemos
que ele “ocupa” esse bloco ou circuito de via. (Figura 60).
VMA (VERDE)
Na Figura 60(a), especificamente na frente da TUE 1, há dois blocos livres em relação a
TUE 2. Dessa forma, se não houver trens ocupando os dois blocos à frente do veículo, se não há
nenhuma avaria no bloco, se não houver nenhum comando contrário do CCO e se a rota estiver
alinhada, o cab-signal correspondente desse bloco será VMA (verde) e o trecho permite
velocidade máxima. Para gerar esse código, o equipamento de campo emitirá para a via um sinal
com modulação de 120 ou 180 PPM.
78 CPTM
Sistemas de Sinalização
VL (AMARELO)
Seguindo essa linha de raciocínio, na Figura 60(b), há um bloco livre na frente da TUE 1 e
o bloco consecutivo está ocupado pela TUE 2. Logo, se as ressalvas feitas anteriormente, no caso
do cab-signal VMA, em relação ao CCO e a via forem satisfeitas, quando houver pelo menos um
bloco livre à frente e o bloco adjacente estiver ocupado, o cab-signal correspondente será VL
(amarelo) e o equipamento de campo emitirá para a via um sinal com modulação de 75 PPM.
VR(VERMELHO)
Quando um trem ocupa um bloco anterior ao trem da sua frente, como podemos ver na
Figura 60(c), o cab-signal de bordo será VR (vermelho). Será VR também quando houver qualquer
avaria no bloco ou na falta de energia no sistema de controle de campo.
Para concluirmos esse assunto sobre os sinais externos e internos (cab-signal), na tabela
2, a seguir, está exposta a relação do foco luminoso externo, do correspondente cab-signal do
bloco e da velocidade correlacionada a ele.
RELAÇÃO
Tabela 2 – :Relação
FOCO LUMINOSO EXTERNO
Foco Luminoso / CABSIGNAL
Externo E VELOCIDADE
/ CABSIGNAL DO TUE
e Velocidade DENTRO
do TUE DO do
dentro BLOCO
bloco
SINAL EXTERNO : FOCO LUMINOSO CÓDIGO DE VELOCIDADE PPM(PULSOS POR MINUTO) VELOCIDADE (km/h) DESCRIÇÃO
VMA1 180 90 VELOCIDADE MÁXIMA AUTORIZADA 1
VERDE
VMA2 120 70 VELOCIDADE MÁXIMA AUTORIZADA 2
AMARELO VL 75 50 VELOCIDADE LIMITADA
VERMELHO VR 0(ZERO) 25 VELOCIDADE RESTRITA
CPTM 79
Sistemas de Sinalização
80 CPTM
Sistemas de Sinalização
7 Circuitos de Via
7.1 DEFINIÇÃO
CPTM 81
Sistemas de Sinalização
7.2 FUNCIONAMENTO
Quando o circuito está desocupado (sem trem no circuito) (Figura 62), a corrente da fonte
de alimentação circula através do resistor limitador para os trilhos, percorrendo o caminho indicado
na figura abaixo e consequentemente alimentando o relé de via, fazendo com que seus contatos
fiquem fechados.
Figura 62 – Condição do circuito de via livre
82 CPTM
Sistemas de Sinalização
Fazendo uma análise, da Figura 60 até a Figura 63, qualquer desconexão nesse circuito
fechado – como a fonte (nesse caso, bateria), resistor regulador, bobina do relé ou a
descontinuidade do caminho natural da corrente pelos condutores e/ou suas conexões aos trilhos,
por alguma razão (por exemplo, a quebra do trilho) – provocará a desenergização do relé. Essa
situação é uma simulação de presença de um veículo ferroviário. É a mais restritiva condição de
um circuito de via, podendo-se dizer que passou a estar na condição de falha segura (FAILSAFE).
O circuito de via é limitado em sua faixa de trabalho por alguns fatores:
perda elétrica de corrente de um trilho a outro, através das fixações e dos dormentes;
perda elétrica no lastro (conectado em paralelo);
perda elétrica causada pela resistência elétrica natural dos trilhos;
perda elétrica nas conexões, chamadas de “RAIL-BONDS”.
Na ferrovia, quando falamos que o bloco está “shuntado” é a mesma coisa dizer que o
rodeiro do trem está sobre o bloco, ou seja, o rodeiro do trem é o shunt e tem uma
resistência ôhmica extremamente baixa, tão próxima quanto a de um curto circuito.
CPTM 83
Sistemas de Sinalização
Não é desejável que se tenha uma alta resistência de contato, pois poderão provocar
efeitos indesejáveis durante as descargas atmosféricas em períodos de chuva sobre o
funcionamento do circuito de via. Por isso se estabelece a resistência mínima de “Shunt” em 0,5
ohm. Porém, quando a superfície dos trilhos está em boas condições, especialmente se estiver
numa ferrovia eletrificada, a corrente de tração auxiliará na condição de “curto”. A utilização de
bonds de impedância estabiliza a resistência de lastro, estabelecendo como aceitáveis os valores
entre 0,3 ou até 0,2 ohm.
Foram apresentados alguns parâmetros sem os quais os circuitos de via não operam. São
eles: resistência mínima de lastro e resistência mínima de shunt até a máxima resistência de
lastro. Tendo isso em vista, a regulação da resistência se faz necessária para que o circuito de via
satisfaça ambas as condições.
84 CPTM
Sistemas de Sinalização
Nas seções 7.3.2 e 7.3.3 teremos uma explicação mais detalhada de como ocorre a
passagem livre da corrente DC, e o bloqueio da corrente AC pelo bond de impedância.
A reatância oferecida pelos bonds de impedância evita a perda excessiva de corrente de
sinalização entre os dois trilhos da via de forma a permitir que o relé de via receba corrente
suficiente para a sua operação. Os bonds de impedância encontram-se nos limites dos circuitos de
via, conectados em pontos de potencial zero. (Figura 66, Figura 67 e Figura 68).
Figura 67- Vista superior da conexão bond- Figura 68 - Cabos dos trilhos conectados nos
trilho terminais do bond.
CPTM 85
Sistemas de Sinalização
A estrutura do bond consiste de um núcleo de ferro laminado, com duas grossas bobinas
de cobre laminado (Figura 69), enroladas em sentidos opostos e conectadas de forma que os
efeitos magnetizantes da corrente contínua sobre o núcleo do bond, são praticamente anulados,
permitindo que a corrente alternada se apresente com alta impedância, evitando, assim, uma
perda excessiva entre os dois trilhos.
86 CPTM
Sistemas de Sinalização
Se a corrente de retorno que circula pela metade do enrolamento do bond for maior do
que a corrente que circula pela outra metade, estabelece-se uma condição de desequilíbrio, que
reduz a impedância oferecida à corrente de sinalização a um valor tal que a corrente circulando de
um trilho ao outro aumenta, de forma que a corrente que sobra para o relé é insuficiente para a
sua operação. Dessa forma, os bonds de impedância são projetados para compensar o
desequilíbrio de 12 a 20 por cento, sem que essa situação crítica possa ocorrer. A corrente de
retorno de tração se divide, igualmente, pelos enrolamentos opostos do bond de impedância.
A tensão de corrente alternada aplicada nos terminais externos do bond de impedância
força a circulação de corrente alternada pelos enrolamentos do bond, porém, não em oposição,
produzindo uma reação em ambas as metades do bond e permitindo que parte da corrente vá
para o relé de via com valor suficiente para operá-lo.
O bondeamento de continuidade dos trilhos, que geralmente é instalado pelo pessoal de
eletrificação, deve ser mantido em boas condições, de forma que a corrente de retorno seja quase
a mesma em ambos os trilhos da via. Algumas vezes, o bondeamento vindo dos trilhos se afrouxa
ou quebra, introduzindo neles uma resistência adicional e causando um desequilíbrio na
distribuição da corrente de retorno que afeta o balanceamento magnético dos bonds de
impedância.
O excesso de corrente vindo por um dos trilhos tende a magnetizar o núcleo de ferro,
saturando-o com o fluxo de corrente contínua e diminuindo a permeabilidade do núcleo. Assim, a
reatância do bond de impedância também diminui, permitindo certa perda de corrente de
sinalização através de suas bobinas. Um desequilíbrio excessivo de corrente de retorno poderá
anular a reatância do bond e permitir a livre passagem de corrente de sinalização de um trilho ao
outro, como o curto circuito de um trem, fazendo cair o relé de via.
Para diminuir o efeito do desequilíbrio, a maioria dos bonds de impedância possui um
entreferro no núcleo para evitar a saturação do fluxo de corrente contínua (Figura 70). Observe as
respectivas conexões da via em relação ao bond e as conexões do bond em relação à caixa de
locação.
CPTM 87
Sistemas de Sinalização
A fim de explicar a forma como o circuito interno do bond reage em relação à corrente
contínua, tomemos como base a teoria da autoindutância (L), que é a propriedade de uma bobina
se opor a qualquer variação de corrente. A indultância é medida em henries (H), em homenagem
ao físico norte – americano Joseph Henry.
Os indutores são bobinas de dimensões diversas projetadas para introduzir quantidades
específicas de indutância em um circuito. A indutância de uma bobina varia diretamente com as
propriedades magnéticas de seu núcleo. Materiais ferromagnéticos são frequentemente usados
para aumentar a indutância, aumentado o fluxo no interior da bobina.
As variações de corrente e tensão que ocorrem em um circuito de corrente contínua,
quando um indutor armazena energia sob a forma de um campo magnético, podem ser mais bem
compreendidas (Figura 71).
No instante em que a chave é fechada, a indutância do indutor não permite que ocorra
uma variação instantânea da corrente. Note a curva, no gráfico de corrente antes de a corrente
atingir o seu valor máximo (
88 CPTM
Sistemas de Sinalização
Figura 72).
Observando a
Figura 72, nota-se que a corrente que passa pelo indutor (iL) parte de zero,
estabelecendo uma queda de tensão no resistor e uma correspondente queda de tensão (vL)
sobre o indutor. A corrente continua a aumentar até que a queda de tensão no indutor chegue a
zero e a queda de tensão no resistor seja igual à tensão da fonte (Figura 73). Inicialmente a
corrente que passa pelo indutor aumenta muito rapidamente, seguida de uma taxa continuamente
decrescente até alcançar o valor final de E/R.
De acordo com o comportamento da corrente durante a fase de transitório, no momento
de fechamento da chave teremos o circuito apresentado na figura abaixo (Figura 73).
CPTM 89
Sistemas de Sinalização
ressaltar aqui que, na ausência do trem, a única corrente presente no circuito de via é a corrente
AC proveniente do CD (Centro de Distribuição de Energia).
Figura 74 – Analogia com o circuito da Figura 73 – Só existe corrente contínua no circuito de via e
passando pelo bond com a presença do rodeiro do trem sobre o mesmo.
(b) Visão ampliada de um circuito de via com a presença da corrente AC no circuito e corrente de
retorno.
90 CPTM
Sistemas de Sinalização
Note na Figura 74(c) que, com a presença do trem no bloco, os bonds de impedância de
cada extremidade do circuito recebem a corrente de retorno.
De acordo com o efeito da autoindutância e com o comportamento da bobina em corrente
contínua, (Figura 73) no momento de fechamento da chave, por um breve momento, parte do
enrolamento do bond, que começa a receber a corrente de retorno, funcionará brevemente com
uma resistência bem alta, simbolizado pelo circuito aberto da Figura 73, ressaltamos que esse
efeito é em fração de milissegundos.
No momento em que a chave é fechada (Figura 73), inicia-se a circulação de corrente na
bobina. Analogamente, (Figura 74, partes a e c), com a presença do trem no bloco, tem-se a
presença da corrente CC de retorno passando pelo bond. Dessa forma, com a circulação da
corrente, surge o campo magnético ao redor das espiras da bobina. (Figura 75).
Figura 75 – Surgimento do campo magnético nas espiras da bobina e na bobina como um todo em
consequência da circulação de corrente no seu interior.
Figura 76 – Expansão do campo magnético no interior das bobinas com a passagem da corrente.
CPTM 91
Sistemas de Sinalização
Conforme Faraday enunciou, induz-se uma determinada tensão nesta espira cortada pelo
campo magnético em movimento, e cada espira da bobina induz uma tensão elétrica nas espiras
vizinhas. Assim, a aplicação de tensão em uma bobina provoca o aparecimento de um campo
magnético em expansão (Figura 76) que gera na própria bobina uma tensão induzida (Figura 77).
Este fenômeno é denominado de autoindução.
Analisando a Figura 77, conclui-se que há uma tensão induzida no indutor ou bobina
(Figura 73) no momento de fechamento da chave, assim como também existe tensão induzida no
enrolamento do bond (Figura 74(c)) com a presença da corrente de retorno circulando por ele,
devido à presença do trem no bloco.
A tensão gerada na bobina por autoindução tem polaridade oposta à da tensão que é
aplicada aos seus terminais, por isso é denominada de força contraeletromotriz ou fcem, ou seja, a
autoindução gera na bobina uma tensão induzida (fcem) de polaridade oposta à da tensão
aplicada. Se representarmos a fcem como uma “bateria” existente no interior da própria bobina, o
circuito se apresenta conforme figura abaixo (Figura 78).
92 CPTM
Sistemas de Sinalização
CPTM 93
Sistemas de Sinalização
94 CPTM
Sistemas de Sinalização
Figura 82– Interação do bond de impedância com o circuito de via. Observe a passagem livre da
corrente contínua e o bloqueio da corrente AC
(a) Indutor em corrente alternada (b) Modelo para explicar a variação do campo magnético do circuito exposto na
figura acima, quando uma bobina é alimentada com uma C.A
Na Figura 83(b), notamos por etapas (A,B,C,D,E) o que sucede nos diversos instantes de
um ciclo da corrente alternada, quando esta corrente é aplicada a uma bobina. Há instantes do
ciclo em que não há nenhuma tensão gerada, porque a posição instantânea da senoide está em
zero no eixo das abcissas. Por isso, nestes instantes, o amperímetro não indica nenhuma
passagem de corrente. Contudo, tão logo a tensão do gerador comece a aparecer, ou seja, a
senoide sai do eixo zero, é produzida uma passagem de corrente através da bobina com o
correspondente desenvolvimento da f.c.e.m., que tende a se opor à corrente produzida pela
tensão do gerador de eletricidade.
Logo em seguida, a tensão do gerador de C.A. começa a diminuir e, por este motivo,
também a corrente tende a diminuir, contudo, desta vez, a f.c.e.m. tende a se opor a esta
diminuição de corrente, retornando ao circuito a energia magnética do campo que havia sido
criada em forma de tensão induzida. Quando a tensão do gerador baixa a zero, a f.c.e.m. também
desaparece e, neste instante, não existe nenhum campo magnético (Figura 83(b), instante C).
CPTM 95
Sistemas de Sinalização
Isto quer dizer que a f.c.e.m. não impede indefinidamente que a corrente desapareça,
fazendo unicamente com que o seu desaparecimento seja menos rápido.
Posteriormente, a tensão do gerador de C.A. começa de novo a aumentar, porém, desta
vez, com polaridade oposta, fazendo com que a direção da corrente da bobina seja inversa e que
o campo magnético que se inicia seja também de polaridade inversa ao anterior. Neste caso, a
tensão do gerador de C.A. tem que vencer a f.c.e.m., que se desenvolve devido à variação da
intensidade do campo, contudo, a tensão do gerador vence a f.c.e.m. e o campo magnético
alcança de novo uma intensidade máxima (Figura 83(b) instante D), com polaridade inversa à
anterior.
Contudo, esta condição só prevalece por um instante, porque a tensão do gerador de C.A.
começa de novo a diminuir, dando lugar a que a f.c.e.m. tenda a se opor à diminuição da corrente.
Isto é produzido numa fracção de segundo; logo, o campo magnético desaparece totalmente e a
corrente volta a zero (Figura 83(b), instante E).
Quando isto sucede, o processo começa a se repetir e se sucederão as condições
ilustradas em "A", "B", "C", "D" e "E" da Figura 83(b), ou seja, durante o ciclo seguinte da tensão
de C.A., fornecida pelo gerador de C.A.
Resumindo, podemos dizer que o campo magnético que se forma ao redor de uma bobina
alimentada com C.A. está variando continuamente de intensidade e polaridade, de acordo com as
variações da tensão aplicada. Isto quer dizer que, sempre e em todos os instantes, haverá uma
f.c.e.m., que se opõe a tensão aplicada e que trata de evitar que a corrente varie de intensidade.
Isto quer dizer também que a oposição à passagem da corrente alternada que uma bobina
apresenta, como consequência das tensões induzidas, se manifesta em todos os instantes. Esta
oposição que a indutância de uma bobina apresenta à passagem de uma C.A. chama-se reatância
indutiva XL ; ela depende da indutância da bobina e da frequência de C.A. aplicada.
X L
.L
Onde
X L
: Reatância indutiva medida em OHMS ( )
: frequência ângular,
2 f
L : Indutância medida em Henries ( )
96 CPTM
Sistemas de Sinalização
Portanto, o bond de impedância não permitirá a passagem da corrente AC, ele será uma
alta impedância para esse tipo de corrente, mantendo dessa forma cada circuito de via com a sua
respectiva corrente em circulação, não permitindo a fuga dessa corrente AC para o circuito de via
adjacente a ele (Figura 84).
Figura 84 – Bond de Impedância atuando como uma alta impedância para a corrente AC e baixa
impedância para a corrente CC. Observe que a corrente AC não invade os circuitos adjacentes.
(a) Junta Isolante fora da junção dos trilhos (b) junta montada
Fonte: http://www.thermit.com.br/junta.php
CPTM 97
Sistemas de Sinalização
7.3.5 Relés
7.3.5.1 DEFINIÇÕES
Antes de começarmos a discutir sobre esse importante componente do circuito de via,
vamos fazer uma pré abordagem de alguns pontos importantes tais como os relés vitais, relés não
vitais e os relés de via que vão ser suporte para o que será tratado nesta seção.
Indicamos ser necessário uma maior consideração e estudo de esquemas, pois nas
diferentes linhas da CPTM temos múltiplos tipos e funções dos relés podendo e devendo as
mesmas serem analisadas com bom critério e exercício na compreensão plena do intertravamento
local. Os relés são equipamentos de segurança que garantem através de sua lógica a
funcionalidade de um determinado circuito. Esses relés dividem-se em: vitais e não vitais.
Relés vitais
Relés vitais são aqueles que tanto pelo seu aspecto construtivo como pela sua aplicação
estão dispostos e aplicados em circuito de segurança, sendo sua função garantida pela alta
qualidade construtiva de seus componentes e, em caso de falha, sua não-operação leva como
resultado a uma condição segura, ou seja, não ocorre acidente se ele ou seus contatos deixarem
de funcionar, são relés “FAIL SAFE”.
O relé de via é um relé vital (Figura 71), utilizado na confecção de um circuito de via, e
pode ser entendido como um dispositivo intermediário, cujos contatos abrem ou fecham as
conexões com os circuitos secundários, de forma que os circuitos secundários são indiretamente
controlados pelas condições do circuito primário: o CDV.
a) bobina “Coil”,
b) conjunto de contatos e terminais.
Se houver corrente circulando pela bobina, o campo magnético criado faz com que a
lâmina ou armadura seja movimentada, fechando seus contatos.
Se não houver corrente suficiente circulando pela bobina do relé de via, a força
gravitacional faz com que essa lâmina fique caída mantendo os contatos abertos.
Os relés de via utilizados na confecção de um circuito de via podem ser de dois tipos:
neutros ou polarizados.
98 CPTM
Sistemas de Sinalização
Os relés vitais também podem ser divididos em duas categorias fundamentais: os relés
CC e os relés CA. Tendo em vista a Figura 71, vale a pena ressaltar que alguns relés B são
energizados por tensão CC e outros pela tensão AC.
a) Relé Vane
Relés de via de corrente alternada de dois elementos de controle são popularmente
denominados relés Vane, cuja tradução para a língua portuguesa é leque. Recebem essa
denominação em virtude da semelhança do movimento de sua armadura com o movimento de um
leque. (Figura 87).
CPTM 99
Sistemas de Sinalização
Analisando a Figura 87(b), notamos que esse tipo de relé possui duas bobinas, sendo
uma local e a outra que recebe a tensão de via. As bobinas são enroladas em núcleos laminados e
entre elas notamos a presença do leque de alumínio apoiado em um eixo o qual permite um
movimento de rotação livre entre as bobinas, porém, essa rotação é limitada por um batente
superior e inferior. (Figura 88).
BATENTE
SUPERIOR
BATENTE
INFERIOR
100 CPTM
Sistemas de Sinalização
Como vimos até agora, no relé Vane há duas bobinas presas na base do relé, e tanto as
bobinas, como os contatos e o leque, foram projetados para a distribuição correta de fluxo
magnético. Tendo isso em vista, vale ressaltar que a Figura 89 anteriormente, mostra que o relé
está energizado.
O campo magnético empurra o leque para cima fazendo com que a barra ligada nos
contatos de armadura receba a energia mecânica proveniente da rotação do leque,
proporcionando dessa maneira o fechamento de alguns contatos e a abertura de outros. (Figura
90).
CPTM 101
Sistemas de Sinalização
Seguindo essa linha de raciocínio veja na Figura 91 a posição dos contatos de armadura
na condição em que o leque está em baixo, ou seja, o relé está desenergizado.
O leque interage com o campo magnético criado e, devido à defasagem existente entre as
tensões aplicadas em cada bobina, o leque sofre uma rotação permanente conforme vimos na
Figura 89.
Figura 92 – Conjunto disco de alumínio e par de imãs permanentes, analogia feita para o princípio de
entendimento do leque interagindo com os campos criados, por cada bobina do relé Vane.
102 CPTM
Sistemas de Sinalização
Essas correntes parasitas produzem pequenas forças magnéticas que reagem com a
força magnética do ímã permanente, produzindo a rotação do disco.
Vimos na Figura 87 que o leque está localizado na periferia, entre as duas bobinas. Essas
bobinas, quando energizadas, mantém o relé no estado energizado, e o campo magnético
produzido por cada uma dessas bobinas está defasado um em relação ao outro, ou seja, ambos
estão fora de fase. Tendo isso em vista, essa defasagem de um campo em relação ao outro
produz a rotação do leque entre as bobinas, igualmente como foi produzida no exemplo do disco
(Figura 92 e Figura 93). Observamos na Figura 94 um ciclo completo da corrente proveniente da
via e da corrente local respectivamente, plotadas num mesmo gráfico.
CPTM 103
Sistemas de Sinalização
104 CPTM
Sistemas de Sinalização
Esses relés podem ser classificados em: relés neutros, relé de retenção magnética, relé
polarizado e os relés para propósitos especiais.
CPTM 105
Sistemas de Sinalização
a) Relés Neutros
Os relés de linha neutra tipo B são feitos em tamanho 1 (Figura 96) e tamanho 2.
Os relés de linha neutra tipo B são praticamente idênticos ao relé polarizado, não tendo
no seu circuito magnético o ímã permanente. Deste modo, ele pode operar com tensão aplicada
em qualquer um dos dois sentidos.
Figura 97– Armadura do relé neutro polarizado com tensão de polaridade direta aplicada
106 CPTM
Sistemas de Sinalização
Na ausência de tensão, a armadura ficará com os contatos conforme abaixo (Figura 98).
CPTM 107
Sistemas de Sinalização
Figura 100 – Relé magnético, posição reversa. Note a ausência de tensão nas bobinas.
108 CPTM
Sistemas de Sinalização
Figura 102– Armadura mantida na posição anterior pela Atração do Ímã Permanente
CPTM 109
Sistemas de Sinalização
Figura 103– Armadura com posição reversa devido à aplicação da polaridade invertida
110 CPTM
Sistemas de Sinalização
CPTM 111
Sistemas de Sinalização
112 CPTM
Sistemas de Sinalização
Na figura acima, o came inferior aciona os contatos de cada um dos seus lados para abrir
e fechar alternadamente uma vez, para cada oscilação do rotor. A taxa de oscilação da armadura
depende da massa da armadura e o comprimento da mola espiral.
Além do relé transmissor de código visto anteriormente, podemos ter vários geradores de
código aplicados na CPTM podendo ser: um mecanismo de mola que gira um balancim
semelhante a um relógio, um mecanismo com interrupção e alimentação magnética ou um circuito
eletrônico de formação de pulsos (Figura 107).
CPTM 113
Sistemas de Sinalização
114 CPTM
Sistemas de Sinalização
No exemplo da figura acima, vemos que, com o circuito de via ocupado, o relé AT cai
derrubando seus repetidores. Com o circuito de via livre AT, operam-se seus repetidores.
b) Relé repetidor inverso do circuito de via (reverse)
Às vezes, necessitamos da informação do estado de um circuito de via em um ponto onde
não se encontra o relé de circuito de via. Em tais casos, costuma-se usar o relé repetidor inverso
do circuito de via. Tal relé é controlado por um contato back (contato fechado com circuito
desenergizado) do relé de circuito de via. (Figura 109).
Figura 110– Atuação do relé repetidor do bloco formado pelos circuitos de via, AT,BT,CT,e DT.
CPTM 115
Sistemas de Sinalização
Voltando à Figura 95, se um dos circuitos de via for ocupado, seja pela via A ou B, o relé
L ficará desenergizado impedindo a operação das máquinas de chave localizada em cada extremo
do travessão.
Figura 112 – Esquema de via para exemplificar a operação do relé parador de trem.
Para tornar mais clara a operação do relé parador de trem, vamos analisar o circuito típico
do relé parador de trem do circuito de via 5BT (Figura 113) que corresponde a um dos circuitos de
via da Figura 112.
Figura 113– Lógica para compreender a interação da região de detetora. No exemplo o relé utilizado é
o 5BT.
116 CPTM
Sistemas de Sinalização
Analisando o circuito da Figura 113, percebe-se que o relé VS energiza se o trem que
ocupa o circuito de via 5B passou por um sinal aberto, ou seja, quando do comando do sinal pelo
Centro de Controle, cai o relé de estique de sentido da rota (NS ou SS).
Ao abrir o sinal, o relé repetidor de sinal aberto (HDGP) correspondente sobe. Dessa
forma, quando o trem ultrapassar esse sinal e ocupar o circuito de via de detetora, o relé VS sobe
e fica em Stick através de seu próprio contato e do circuito de via.
Se o trem vier de outra linha, fará subir o relé VS de detetora dessa linha. Com a chave
em reverso e o relé de estique de sentido de rota em baixo, ao ocupar o circuito de via 5BT, o relé
5BVS sobe. Se o trem ocupar o circuito de via da detetora passando por um sinal fechado, o relé
VS não sobe, ou seja, não permitirá a codificação da via no circuito e automaticamente haverá a
parada do trem.
São muitos os tipos de circuitos de via utilizados, sendo classificados pelo tipo de
alimentação e do material rodante. São utilizados dois tipos principais: circuitos de via de corrente
contínua e circuitos de via de corrente alternada.
São os circuitos utilizados nas vias não eletrificadas. A fonte de alimentação deste tipo de
circuito é uma bateria em paralelo com um retificador. (Figura 114).
CPTM 117
Sistemas de Sinalização
Este tipo de circuito é utilizado em linhas eletrificadas para que a corrente contínua de
tração não interfira com a alimentação do relé. A fonte de alimentação é um transformador.
Figura 115- Circuito de Via de corrente alternada. Neste modelo há a Retificação em Meia-Onda.
Neste tipo de circuito de corrente alternada um dos trilhos é usado para o retorno da
corrente contínua, ficando o outro apenas para os circuitos de via (Figura 109).
118 CPTM
Sistemas de Sinalização
Este tipo de circuito de via tem desvantagem de restringir o retorno da corrente de retorno
a apenas um trilho, o que no caso de um bondeamento precário, forçará um aumento do retorno
através do relé e da fonte. Por esta razão, estes circuitos limitados no comprimento (no máximo
300 m), são instalados apenas em pátios, onde existem vários trilhos de retorno.
Devido à possibilidade de aumento da corrente de retorno pelo relé, usa-se a impedância
de balanceamento, que está representada no desenho entre a via e o transformador do relé. Essa
impedância de balanceamento é um dispositivo constituído por duas seções de mesma resistência
ôhmica, porém, com uma das seções enrolada em núcleo magnético, obtendo assim alta
impedância à corrente alternada.
Qualquer corrente contínua que esteja circulando pelo trilho, ao atingir a impedância de
balanceamento, divide-se em duas partes iguais que circulam cada uma por metade do
enrolamento do transformador, fazendo com que seu efeito seja anulado.
Neste tipo de circuito de via ambos os trilhos são isolados, portanto, o mesmo deve
fornecer um caminho fácil para o retorno para corrente contínua de tração e impedir a corrente
alternada de circular entre circuitos de via vizinhos. Isto é conseguido utilizando-se uma bobina de
impedância conhecida também como bond de impedância, que é uma alta impedância à corrente
alternada e uma baixa resistência à corrente contínua. No circuito abaixo (Figura 116), estão
exibidos os caminhos de circulação das correntes e os valores de tensão respectivamente em
todos os componentes do circuito.
CPTM 119
Sistemas de Sinalização
120 CPTM
Sistemas de Sinalização
(b) Circuito de via tradicional ocupado, mas a região do AFO encontra-se desocupada
CPTM 121
Sistemas de Sinalização
122 CPTM
Sistemas de Sinalização
Figura 119- Formas de onda dos sinais da portadora e modulante respectivamente. Em (a) modulante
e em (b) portadora.
O sinal da portadora e o sinal modulante serão enviados para o circuito misturador para a
geração do sinal modulado em amplitude. (Figura 120).
CPTM 123
Sistemas de Sinalização
do sinal modulado em amplitude e inibe a passagem de quaisquer sinais indesejáveis bem como
suas harmônicas. A partir desse momento o sinal está sendo enviado rumo ao circuito AFO
receptor.
124 CPTM
Sistemas de Sinalização
Analisando a figura acima, o diodo detetor executa o papel de chave síncrona e o circuito
RC, colocado logo a seguir, cumpre seu papel de filtro passa-baixas. Análise mais detalhada do
funcionamento do circuito (Figura 123).
Figura 123 – Curvas relacionadas ao funcionamento do circuito da Figura 122. Em (a) sinal modulado
em AM, em (b) sinal após passar pelo diodo, em (c) ação do capacitor de filtro e em (d) sinal
idealizado.
CPTM 125
Sistemas de Sinalização
Na Figura 123(a), temos o sinal modulado em AM-DSB; em (b), temos o que aconteceria
com o sinal de a ao passar pela retificação imposta pelo diodo sem a participação do capacitor.
Em (c), temos a tensão que se observa nos terminais de saída: observe a tensão de ripple
destacada em negrito nos picos da tensão em c ocorrida com a colocação do capacitor. Em (d),
temos a tensão de saída idealizada, pois como a frequência da portadora é muito maior que a do
sinal modulante, a tensão de saída pode ser supostamente uma cossenoide pura, somada a um
nível DC (valor médio) o qual podemos ver pelo deslocamento da cossenóide no eixo vertical. O
sinal demodulado é enviado para o estágio de casamento de impedância o qual proporciona uma
fonte de baixa impedância para o estágio do filtro de modulação passa faixa no Cartão
Demodulador e Acionador de Relé. (Figura 121).
O sistema B-point para a violação de sinal (AFO) é constituído de CDVs de curto alcance,
associado a um sistema microprocessado. Este microprocessador – IPITC – (Figura 124) deve
possuir um transmissor e um receptor de multifrequência de 13,2KHz, 17,5KHz ou 20,2KHz,
funcionando em loop fechado.
126 CPTM
Sistemas de Sinalização
CPTM 127
Sistemas de Sinalização
Para entendermos melhor o seu funcionamento, observemos a figura a seguir. (Figura 125).
Figura 125- B-point de violação de sinal AFO - Distribuição dos componentes na via
128 CPTM
Sistemas de Sinalização
Em cada CMV (Caixa a Margem da Via) de B-point, vamos ter alocados dois módulos,
que executam a transmissão e recepção de sinal de áudio com processador inteligente, IPITC.
(Figura 125). Cada módulo será utilizado para proteger um sinal da locação (bloqueio) de vias
diferentes. Vamos analisar o funcionamento do B-point da via 1, sendo que o da via 2 opera de
forma análoga.
O módulo IPITC, localizado do lado esquerdo da CMV (Figura 125), está constantemente
transmitindo um sinal de áudio para a via 1. Este sinal (TX) é injetado nos trilhos por meio de pinos
S8, localizados a aproximadamente meio metro (0,5m) de distância da junta isolante que delimita o
início do circuito com o sinal a ser protegido.
A retirada do sinal de áudio (RX) da via também é feita através de pinos S8, localizados a
dezessete (17) metros adiante do ponto de injeção (TX), ou seja, 17,5m da junta isolante. Este
sinal deve retornar ao módulo (IPITC) que o gerou, com pequena atenuação (pré-ajustado na fase
de testes), a fim de ser monitorado pelo processador inteligente do módulo.
Enquanto não houver trem ocupando este pequeno trecho (17m), denominado de circuito
de B-point, o módulo IPITC estará enviando ao CMT uma tensão que pode variar entre 9Vcc e
19,8Vcc. Com a ocupação do circuito, o processador inteligente do IPITC, percebendo a
atenuação do sinal RX que retorna da via, informará ao CMT sobre a ocupação, alterando sua
tensão de saída, ou seja, aquela enviada ao CMT, para 0 Vcc. Na tela dos PCLs e PCS, o objeto
referente ao B-point terá sua cor alterada para vermelho.
CPTM 129
Sistemas de Sinalização
alinhada e retirando a habilitação do código de velocidade para o trem da PLAT 2. Nos monitores
dos PCLs e PCS será exibido o sinal GVS em vermelho.
Cada CDV deve possuir uma frequência específica, e os B-points que forem instalados no
mesmo CDV (em extremos opostos) deverão, obrigatoriamente, possuir frequências distintas.
Estas frequências são definidas previamente e informadas no PVS (Plano de Via Sinalizado).
O circuito em loop fechado deve ter no mínimo 17metros de distância entre os pontos
(nos trilhos) de injeção do sinal TX e retirada do RX.
Todo o tipo de falha, de qualquer um dos equipamentos que compõem o sistema B-point
de violação de sinal (AFO), sempre conduzirá sua operação a uma condição segura. Este ajuste
deve ser realizado no local de instalação dos B-points de Violação de Sinal (AFO) controlados pelo
Intelligent Processor Island Track Occupancy (IPITC) baseados em audiofrequência.
Cada IPITC deve ser programado para uma determinada frequência de operação definida
no PVS. Esta frequência não pode ser alterada, pois existem requisitos de segurança envolvidos.
130 CPTM
Sistemas de Sinalização
velocidade aos trens. O ATC de bordo tem como principal função a proteção contra
sobrevelocidade, isto é, toda vez que o maquinista do trem tentar ultrapassar o limite de
velocidade transmitido ao trem pelos equipamentos à margem da via, os freios serão
automaticamente aplicados até que a velocidade do trem caia para um valor pré-determinado,
pouco abaixo do recebido pelo trem.
As funções de ATC, vitais por estarem diretamente relacionadas à Segurança do Sistema,
são as seguintes.
Os comandos de velocidade transmitidos através dos trilhos da via são captados por duas
antenas localizadas na frente do trem (Figura 126).
A partir destas antenas, o sinal da via é amplificado, filtrado e recuperado por meio de
uma conversão analógico/digital e, dessa forma, o sinal é enviado para o equipamento de ATC de
bordo. Essas antenas normalmente estão localizadas nos carros de cabeceira das TUE´s.
CPTM 131
Sistemas de Sinalização
(b) vista superior das antenas em relação aos trilhos interagindo com o sinal proveniente da via
132 CPTM
Sistemas de Sinalização
Conforme podemos ver na Figura 126(b), as duas antenas interagindo com o campo da
Figura 127, estão ligadas em série recebendo o sinal proveniente dos trilhos e enviando-o ao
sistema ATC de bordo. A partir destas antenas, o sinal da via é amplificado, filtrado e recuperado
por meio de uma conversão analógico/digital. Esse sinal pode assumir os perfis de curva conforme
vamos ver a seguir, dependendo do sinal que a via emitir.
Na cabine do maquinista, quando o ATC de bordo indicar VL, o sinal sofrerá modulação
de 1,25Hz, ou seja, 75 ppm permitindo o trem seguir com uma velocidade de até 50km/h (Figura
128). Esses testes foram verificados em laboratório, permitindo visualizar em tempo real o sinal do
cab-signal e a consequente resposta na cabine do maquinista na IHM do ATC, mostrando a
velocidade correlacionada esse sinal.
Seguindo essa linha de raciocínio quando o cab-signal indicar para o maquinista VMA,
significa que o sinal sofrerá uma modulação de 3Hz, ou seja, 180ppm, permitindo o trem seguir
com velocidade de até 90km/h (Figura 129).
CPTM 133
Sistemas de Sinalização
(b) imagem ampliada do aspecto do sinal de VMA, exibido no osciloscópio da figura em (a)
(a) visualização do aspecto sinal do ATC de bordo devido à ausência do sinal de via e a velocidade na ADU de
0km/h em tempo real.
134 CPTM
Sistemas de Sinalização
(d) Imagem ampliada do aspecto do sinal de VR, exibido no osciloscópio utilizado em teste.
Nesta seção, estudamos os efeitos dos sinais provenientes da via e o resultado das
codificações desses sinais no ATC de bordo. Na próxima, estudaremos os componentes do
circuito de via codificado que produzem os pulsos para posterior codificação no ATC de bordo.
Tanto na atual seção 7.4.4.3 e na futura seção 7.4.4.4 a abordagem da interação dos
equipamentos de campo estão sendo em 60Hz. Mais à frente, abordaremos a operação do circuito
de via codificado em 90Hz.
CPTM 135
Sistemas de Sinalização
Quando o trem ocupa o circuito de via pelo lado direito, este corta a alimentação do relé
de Circuito de Via, como descrevemos em seções anteriores, e o contato do relé CTPR (relé
repetidor codificador de Circuito de Via), que foi visto na seção 7.3.5.2.3, começa a codificar (75
p.p.m ou 180 p.p.m), dependendo de lógica local de relés, e envia um impulso de corrente através
do secundário do transformador de alimentação com a abertura e o fechamento de seus contatos.
O mesmo caso acontece quando o trem entra no Circuito de Via pelo lado esquerdo, isto é, o
contato do CTPR do lado direito começa a codificar mandando impulso de corrente ao Circuito Via
através do secundário do transformador do lado relé.
As codificações aplicadas ao Circuito de Via são captadas pela antena de recepção de
código do trem, (Figura 127 (b) na seção 7.4.4.3).
Essas codificações são posteriormente decodificadas, limitando a velocidade do trem de
acordo com os códigos estabelecidos, (Figura 132 e Figura 133 respectivamente), onde os sinais
de campo e os da cabine relacionam-se com a frequência dos códigos aplicados ao circuito de via,
para o controle do sinal de cabine (Seção 7.4.4.3).
136 CPTM
Sistemas de Sinalização
Figura 132– Gráfico de velocidade em função do tempo. Limite e supervisão da velocidade imposta
pela via (códigos VMA – 180 ppm ou 175 ppm)
Figura 133- Gráfico de velocidade em função do tempo. Parada automática em circuitos com
codificação zero - VR
CPTM 137
Sistemas de Sinalização
(1 P G ); (1 P RY ); ( 2 P Y )
138 CPTM
Sistemas de Sinalização
O sinal 2 presente no circuito de via 1T, está na coloração verde. Logo, para que o
aspecto verde seja exibido nesse sinal, o relé PCR (seção 6.2.1) terá o seguinte fechamento de
contatos.
Com os fechamentos anteriores executados na bobina do relé PCR e acompanhando o
caminho a ser percorrido pela corrente, notamos que o relé 2 DGPR será energizado como
consequência desse fechamento e a sua apresentação na carta de relés será da seguinte forma.
2 DGPR
Note que, no diagrama elétrico, próximo dos contatos de armadura do relé 2DGPR,
existem dois bornes do módulo eletrônico de formação de pulsos de código de via. (módulo
gerador de código: seção 7.3.5.5, Figura 107).
Uma vez energizada a armadura do relé 2DGPR e tomando o cuidado de seguir o
caminho a ser percorrido pela corrente, teremos a bobina do relé 2HDGP energizada como
consequência. Essa energização leva o relé 2HDGP a assumir a seguinte descrição na carta de
relés.
2 HDGP
Até o momento, considerando que foi realizada a energização de todos os relés descritos
anteriormente, podemos identificar, no diagrama elétrico (Figura 128), que o caminho para a
transmissão do código está pronto para que o código possa ser enviado para a via, contudo, os
pulsos ainda não estão efetivamente chegando aos trilhos.
O caminho para os pulsos chegarem até a via será completado com a presença do trem
no circuito 1T, o que ocasionará a energização e a desenergização de relés presentes no circuito
codificado. Os contatos de armadura desses relés, interagindo em conjunto, completarão o
caminho a ser percorrido pelos pulsos proporcionando que eles cheguem até os trilhos.
Sendo assim (Figura 134), se considerarmos o sentido de marcha para o sinaleiro 2 e o
seu aspecto na coloração verde, uma vez que o trem esteja dentro do circuito 1T, o relé 1T ficará
desenergizado apresentando o aspecto back e a seguinte descrição na carta de relés.
1T
Com os contatos do relé 1T em back, o relé 2CTPR será energizado com as pulsações
provenientes do circuito gerador de código e, consequentemente, o contato do relé 2CTPR
oscilará como resposta dessa pulsação. Vale ressaltar aqui que essa pulsação será de 180ppm de
acordo com os fechamentos dos contatos dos relés constituintes do circuito 1T, descritos
anteriormente, e o aspecto verde do sinal 2. Concernente a isso, o relé 2CTPR terá a seguinte
descrição na carta de relés.
2 CTPR
CPTM 139
Sistemas de Sinalização
Com a oscilação do contato do relé 2CTPR e lembrando que os contatos do relé 1T estão
em back, pois há a presença de trem no bloco, note que o caminho a ser percorrido pela corrente
vai até o secundário do transformador de via (R).
Dessa forma, o lado direito do secundário do transformador (R) será pulsado em função
da oscilação do contato do relé 2CTPR, fazendo com que, num breve momento, haja presença de
tensão nesse lado do transformador e, rapidamente, num outro momento, ela seja cortada.
Portanto, a presença ou ausência de tensão no secundário do transformador (R)
ocasionará, no primário desse Trafo, a presença de pulsos de tensão com frequência de 180ppm,
e são esses pulsos que serão captados pelas antenas de ATC dos trens.
A função do supressor de arco, localizado entre a armadura do relé 1T e o contato de
armadura do relé 2CTPR, é a de suprimir os arcos produzidos pela comutação do relé 2CPTR
quando a bobina desse respectivo relé receber o sinal em ppm proveniente do módulo gerador de
código. Ocorre captação pela antena quando o trem estiver na extremidade do circuito de via 1T,
ou seja, quando a composição estiver prestes a deixar esse circuito de via. Note que é, justamente
nessa extremidade, que estão ligados os cabos do transformador por onde estão chegando os
pulsos para posterior codificação no trem.
Nas linhas 8 e 9 a frequência do sinal de via é de 90Hz, e os circuitos de via dessas linhas
no que diz respeito a lógica de relés, tem funcionamento similar aos circuitos de via em 60Hz visto
nas seções anteriores, contudo há algumas particularidades nos circuitos de via em 90Hz. A
escolha da portadora de 90Hz se deve à possibilidade de interferências por outros sistemas
presentes na via (seção 5.2.1).
Devido as linhas 8 e 9 possuírem bitolas diferentes numa mesma via (1,0m e 1,60m)
poderia ocorrer um fato indesejável, o sistema ATC reconheceria sinais falsos.
Para eliminar essa possibilidade, foi concebido o sistema SPU que é um sinal de 3090Hz,
(modulado em 45Hz de intensidade de 0,1 ampére aproximadamente) muito semelhante ao sinal
de via. O sistema SPU tem a finalidade de garantir a segurança dos trens que operam nas regiões
da via com bitola mista, validando o código de velocidade somente para o primeiro trem que entra
no circuito de via, seja na bitola larga, seja na bitola métrica. Caso ocorra a invasão indevida do
circuito de via por um segundo trem, este não receberá o sinal do SPU. Portanto, mesmo que haja
vazamento de código de velocidade para este segundo trem, o mesmo não será considerado e
validado, tendo em vista que a princípio o sinal do gerador de SPU foi bloqueado para essa
situação de invasão.
Dessa forma, os circuitos utilizados em 90Hz com o gerador SPU possuem a
configuração exibida na Figura 135 a seguir;
140 CPTM
Sistemas de Sinalização
Figura 135 – Circuitos de Via em 90Hz com o gerador de SPU. Destaque para o range de captação do sinal de
SPU (**): 15 metros antes da JIC com frequência de 3090Hz e 180mA e corrente.
A filosofia de projeto das linhas 8 e 9 determinou que o sinal de SPU está presente a 15
metros aproximadamente dos sinais de campo, conforme se observa na Figura 135 na
CPTM 141
Sistemas de Sinalização
demarcação (**), e serve para habilitar o sistema ATC para captar e reconhecer o sinal de
portadora VMA ou VL provenientes da via em ambas as bitolas. O sinal de SPU somente existirá
quando a codificação do próximo bloco for VL ou VMA. Vale ressaltar que o sinal de SPU é
aplicado junto ao sinal principal de via.
A partir do momento em que o trem reconhece o SPU e recebe o sinal de via, não existe
mais a necessidade do SPU, pois o sistema se manterá funcionando até que receba um sinal VR
ou a sinalização de via apresente alguma falha. Caso o trem não reconheça o sinal SPU ao passar
nas proximidades dos sinais só poderá circular em VR até o próximo bloco, mantendo assim a
condição de falha segura.
A fim de explicar a interação do sinal de SPU com o circuito de via e o trem, suponhamos
que temos um TUE se movimentando com o sentido de marcha rumo ao sinaleiro de número 2
presente no circuito 1T. Antes de efetivamente entrar no bloco 1T, um pouco antes do sinaleiro de
número 4, especificamente no circuito vizinho que antecede o circuito 1T, esse trem irá adquirir o
sinal de SPU no range de 15 metros da JIC, similar a localização representada anteriormente na
figura 135 na identificação (**) no circuito de via 1T. Os trens sentirão a presença do sinal de SPU
pelas antenas do ATC localizadas no subestrado dos carros de cabeceira, quando passarem pela
identificação mencionada anteriormente, proveniente do gerador SPU mais próximo.
Por exemplo, uma vez que o TUE entre no bloco 1T com a velocidade de 50km/h, o ATC
de bordo adquiriu esse código de VL no início desse respectivo bloco ao passar especificamente
um pouco depois do sinaleiro de número 4. Dessa forma, esse trem circulará em VL até o fim do
bloco 1T. Como o sentido de marcha é rumo ao sinaleiro de número 2, para o TUE adquirir esse
código de VL, o intertravamento eletrônico de campo manteve o relé FS com seus contatos de
armadura em front para que o código proveniente do “ MÓDULO DE CHAVEAMENTO DE
CÓDIGO” chegue no início do bloco 1T com a finalidade de ser captado pelo trem. Dessa forma,
os contatos do relé FS ficarão em front, ou seja:
FS
142 CPTM
Sistemas de Sinalização
Figura 136 - Estado dos componentes internos do circuito na ausência do trem, com destaque para os contatos
do relé FS em front, para transmissão do código de velocidade no início do bloco a partir do módulo de
chaveamento de código
CPTM 143
Sistemas de Sinalização
Figura 137 - Presença do trem no bloco com sentido de marcha para o sinaleiro de número 2
144 CPTM
Sistemas de Sinalização
Observe na Figura 136 que os contatos inferiores da armadura do relé FS também estão
em front. Dessa forma, como o sentido de marcha é rumo ao sinaleiro de número 2, com a entrada
do trem no bloco conforme se observa na Figura 137, a percepção da ausência de corrente
sentida pelo circuito chegará até transformador que está ligado a carta (placa eletrônica) de relé ,
fornecendo então a indicação de trem no bloco para o centro de controle.
De acordo com a nossa análise, estamos considerando que o trem adquiriu um código de
VL equivalente a 50 km/h e percorrerá com essa velocidade até o fim do circuito 1T. Quando o
trem chegar no range de 15 metros que antecedem a finalização do circuito 1T as antenas do ATC
sentirão a presença do sinal de SPU proveniente do gerador de SPU próximo ao sinaleiro de
número 2, promovendo a ativação do ATC de bordo para a captação de um novo código de
velocidade diferente do código que já estava em operação que nesse caso era o VL. Sendo assim,
no momento que o trem deixa o bloco 1T e adentra ligeiramente o bloco a frente vai adquirir um
novo código de velocidade e percorrerá esse bloco igualmente como o anterior.
Diferentemente do caso anterior, se tomarmos como sentido de marcha da esquerda para
a direita o relé FS será operado pelo intertravamento eletrônico de campo mantendo os seus
contatos em back, ou seja:
CPTM 145
Sistemas de Sinalização
Figura 138 - Presença do trem no bloco com sentido de marcha para o sinaleiro
146 CPTM
Sistemas de Sinalização
O gerador SPU presente nos circuitos da seção anterior tem o aspecto da Figura 139;
CPTM 147
Sistemas de Sinalização
148 CPTM
Sistemas de Sinalização
8 Máquinas de Chaves
e os Travadores
Muitas são as aplicações para esse equipamento, desde o uso em pátios a simples
bifurcações de vias singelas. Muitas também são as escolhas para definir um desvio, a começar
pela sua concepção. Existem duas concepções usadas em todo mundo: uma criada por norte
americanos e adotada por muitos países da América – a AREMA (American Railway Engineering
and Maintenance–of-Way Association, nova denominação da AREA) e outra por europeus e usada
em todo o mundo através da UIC (Union Internationale des Chemins de Fer, conhecida também
como União Internacional de Caminhos-de-Ferro)
No Brasil, a concepção AREMA é usada predominantemente em transporte de carga e
passageiros (subúrbios) e a concepção UIC empregada com sucesso no transporte metropolitano
CPTM 149
Sistemas de Sinalização
Laterais: com uma das linhas em tangente e outras derivando para direita ou para esquerda
(Figura 142).
Figura 142– AMV Lateral
Assimétricos: as duas vias são desviadas com ângulos diferentes (Figura 143) situação
usada em casos onde há limitação de espaço ou imposição de traçado.
150 CPTM
Sistemas de Sinalização
CPTM 151
Sistemas de Sinalização
1) Agulha: são os trilhos responsáveis por retirar os eixos de rolagem da composição da via
principal e os colocar em nova direção. São assim chamados, pois possuem a extremidade em
forma de ponta e permitem que a transição seja gradual.
2) Ponta da agulha
3) Placa Bitoladora: a placa bitoladora compreende uma chapa espessa de aço, próxima ao
comprimento do dormente de entrada na chave e é posicionada exatamente na ponta da
agulha. Sua função é garantir a manutenção da bitola neste local. Como estudaremos logo
adiante, a segurança de um AMV é intrinsecamente ligada à garantia de suas cotas, e a
distância entre as pontas das agulhas é a mais importante de todas, precisando ser mantida
com muito rigor. A placa possui vários furos intermediários para fixação no dormente e encaixes
especiais para as escoras laterais, que podem ser fixas ou reguláveis.
4) Barra de conjugação (Tirante) - É o tirante que faz a ligação do aparelho de manobra até as
agulhas e transmite o movimento de mudança de sentido do AMV.
a. Os tirantes (Figura 146) fazem a ligação entre as agulhas, podendo variar entre três e cinco
peças. Existem tirantes fixos ou reguláveis, com ou sem isolamento para aplicação em linhas
sinalizadas.
Figura 146– Tirante
5) Trilho de encosto de agulha. São os trilhos da via principal nos quais as agulhas se apoiam. O
conjunto agulha-trilho de encosto com chanfro é chamado de 5.100 ou jusante, enquanto o
conjunto sem o chanfro é chamado de 6.100. (Figura 147).
152 CPTM
Sistemas de Sinalização
Figura 148 – Outros componentes da região de AMV – Em (6) Jacaré, e em (7) Contra trilho.
CPTM 153
Sistemas de Sinalização
7) Contratrilho - Com os olhos ainda na figura 137, os contratrilhos são peça fixadas nos trilhos
paralelos ao jacaré. Durante a passagem das rodas, o eixamento dos vagões precisa ser
guiado corretamente para que, em sua exata transição na ponta do jacaré, não haja o risco de o
friso entrar na calha errada.
Esse controle é feito pelo correto dimensionamento das cotas entre os trilhos e pela aplicação
de segurança dos contratrilhos. O uso desse componente cria uma calha de passagem do friso
para a roda oposta a que transita pelo jacaré, cuja distância até a ponta prática garante que não
ocorra a circulação indevida com consequente descarrilamento.
Figura 150- Placas deslizantes abaixo do perfil de trilho de encosto, indicadas na figura pelas setas.
154 CPTM
Sistemas de Sinalização
Dependendo do tipo de AMV que se está utilizando (perfil, abertura, tipos de agulhas,
trilhos de encosto, escoras laterais etc.), existe uma graduação completamente diferente para as
placas de apoio. Este é um ponto de observação fundamental e que causa grandes confusões
durante a montagem de muitos AMVs.
Cada placa deslizante possui o seu lugar na montagem do aparelho, e seu uso em
posição inadequada poderá gerar problemas em série, a começar pela questão da manutenção
até a própria segurança à circulação.
Principalmente em função da graduação da agulha, é essencial o correto posicionamento
das placas, uma vez que a diferença de altura entre cada uma delas pode causar uma graduação
desuniforme na agulha.
10) Coice da Agulha. Este componente é a ligação da agulha ao trilho intermediário. Ela é uma
junta especial que permite a movimentação da agulha ao mesmo tempo em que mantém
coesa a transição. Seus parafusos são dotados de arruelas de pressão especiais com um
calço de aço que fornece espaçamento necessário dos trilhos da via principal com a rigidez
exigida (Figura 151).
Figura 151 – Coice da Agulha.
CPTM 155
Sistemas de Sinalização
Na disciplina de Via Permanente, o estudo dos componentes do AMV (Figura 152) será
aprofundado.
Figura 152– Região de AMV típica espalhada ao longo da via Férrea.
156 CPTM
Sistemas de Sinalização
As Máquinas de Chave Manuais são mais utilizadas em áreas internas dos pátios e
desvios, mas são também instaladas nas vias principais, na junção com as entradas dos pátios e
desvios, sendo que, nesses casos, a Chave Manual pode ser conjugada com um travador elétrico.
Como não são equipadas com motores elétricos, não podem ser comandadas à distância.
Observe a
Figura 153 a seguir.
1) Pontas de Agulha - É a parte móvel do AMV que é movimentada pelo tirante por meio da
alavanca de operação.
2) Disco de Sinal - São folhas de metal colocadas sobre a caixa de comando que giram sempre no
mesmo sentido toda vez que é alterada a posição da alavanca de operação. Suas faces são
pintadas nas cores amarela e branca. Do ponto de vista do maquinista, quando o disco
apresenta a cor amarela, indica que o AMV está na posição “reversa” e quando apresenta a cor
branca, indica que o AMV está na posição “normal”.
3) Trinco de Fixação – É utilizado para fixar a alavanca de operação de modo a garantir sua
posição durante a passagem dos veículos ferroviários. (Figura 154).
CPTM 157
Sistemas de Sinalização
4) Alavanca de Operação - Utilizada para colocar o AMV na posição Normal ou Reversa, conforme
a necessidade da manobra a ser realizada.
5) Barra de Conjunção ou Tirante - Une a caixa de Comando às Pontas de Agulha para a sua
movimentação.
a) Pressionar o pedal do trinco de fixação para baixo, de maneira que libere a alavanca de
operação afastando a trava denominada “Gatilho”.
b) Girar a alavanca de operação em 180º.
c) Certificar-se de que esse movimento inverteu as pontas de agulha em seu curso total, sem
nenhum impedimento.
158 CPTM
Sistemas de Sinalização
CPTM 159
Sistemas de Sinalização
8.4.1.2 OPERAÇÃO
Figura 157– Alavanca Seletora na posição de Manual. Detalhe para o nome “HAND” voltado para
cima.
160 CPTM
Sistemas de Sinalização
(a) (b)
g) Para passar a máquina de chave para a posição “MOTOR”, deve-se certificar-se, junto ao
controlador, em que posição deve ser mantida o AMV-E. Preferencialmente, é colocado na
posição “NORMAL” para coincidir com a posição da alavanca seletora, podendo assim usar-se
o cadeado para dar segurança para ambas às alavancas.
h) Colocar a alavanca seletora na posição “MOTOR” (Figura 159).
i) Sempre que for alterada a alavanca seletora para a posição “MOTOR”, pode haver a
movimentação imediata da posição das agulhas, conforme o último comando efetuado no
CCO, antes da passagem do AMV-E para a condição “MANUAL”.
j) Colocar o cadeado padrão de operação no trinco de fixação.
k) Informar ao CCO sobre a conclusão dos serviços e sobre a condição do AMV-E, certificando-
se de que ele conseguiu reassumir o controle do aparelho.
l) Se o CCO orientar para que essa máquina de chave seja deixada na posição manual, o
cadeado padrão deve ser colocado sempre no trinco de fixação onde estiver travada a
alavanca seletora. Podem ocorrer situações em que as duas alavancas fiquem em posições
opostas (abertas) com mais frequência e, nesse caso, essa máquina de chave deve estar
equipada com dois cadeados padrão de operação.
CPTM 161
Sistemas de Sinalização
m) Se o CCO orientar para que esse AMV-E seja deixado na posição reverso e a máquina de
chave em operação motora de modo que as alavancas fiquem em posições opostas, devem
ser colocados cadeados de operação em ambos os trincos de fixação, travando as duas
alavancas.
162 CPTM
Sistemas de Sinalização
Este compartimento (Figura 161) abriga o motor, o controlador de motor EBNC (Electronic
Biased Neutral Controller) conhecido também como Controle Eletrônico Polarizado, as placas de
terminais e um encaixe para saída de fiação externa. Além dos citados anteriormente, abriga
também a embreagem de fricção, os terminais de ligação de entrada da fiação externa, a régua de
bornes tipo WAGO e AAR para ligação do motor.
CPTM 163
Sistemas de Sinalização
O motor da máquina de chave é alimentado a partir de uma fonte de polaridade fixa. Essa
polaridade é determinada pelo EBNC. Além disso, o EBNC inclui também uma função de proteção
de sobrecarga do motor.
164 CPTM
Sistemas de Sinalização
CPTM 165
Sistemas de Sinalização
(b) Fiação com conexões realizadas entre o intertravamento eletrônico (Logic Controller) e a máquina de chave,
exposta na figura como “switch machine”.
Note na Figura 164 (b), que as entradas são feitas para o controle de lógica redundante.
Para uma aplicação em campo, teríamos o seguinte diagrama em blocos (Figura 165)
representando a ligação entre o intertravamento eletrônico, o EBNC Bi-Polar Driver Module da
locação, o EBNC da máquina de chave e a máquina de chave propriamente dita.
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Sistemas de Sinalização
Referências
ALMEIDA, Dr. Jorge Rady de Junior. Sinalização Ferroviária - Curso USP.
CPTM 171
Sistemas de Sinalização
CPTM; LUZ, Danilo Atanazio da ; PACHECO, Roberto Cesar ; SEIXAS, José Joaquim Teixeira ;
OLIVEIRA, Heloisa Helena Lobato de ; BONADIO ; GARCIA ,Vítor Wilson - Manual de Operação
dos Postos de Comando Setoriais/Locais de Sinalização da Linha B Engenharia de
Circulação e Controle Operacional – GOC.
CPTM; SILVA, Erik Oliveira da ; SILVA, Fernando Batista da; SOUZA, Thiago Bezerra de Souza -
Apostila De Formação CCT I Linhas 7- Rubi E 10 -Turquesa - São Paulo 2012.
VALE - Apostila Sistemas de Sinalização – Trilha Técnica : Prepara-se para o Futuro - Educação
VALE
172 CPTM
Sistemas de Sinalização
ENDEREÇOS ELETRÔNICOS:
http://hrechi.blogspot.com.br/
http://vfco.brazilia.jor.br/estacoes-ferroviarias/1960-sp-EFS-Sorocabana/cabine-sinalizacao-
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Baroneza_(locomotiva)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estrada_de_Ferro_Mau%C3%A1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Richard_Trevithick
https://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Internacional_de_Caminhos_de_Ferro
https://translate.google.com.br/translate?hl=pt-
BR&sl=en&u=https://en.wikipedia.org/wiki/John_Saxby&prev=search
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