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Básica

Curitiba / 2008

SENAI PR
2008. SENAI – Departamento Regional do Paraná
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte

FICHA CATALOGRÁFICA

Este material foi elaborado por uma equipe, cujos nomes encontram-se relacionados
na folha de créditos.

SENAI SENAI
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

SENAI – Rio Branco do Sul SENAI - Departamento Regional do Paraná


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Sumário

Apresentação.........................................................................................................................................................................................05

Metrologia ................................................................................................................................................................................................07
MEDIÇÃO: ASPECTOS GERAIS........................................ .......................... .......................... .......................... ................ 07
UNIDADES ........................................ .......................... .......................... .......................... ........................... ....................... 08
PADRÃO ........................................ .......................... .......................... .......................... ........................... .......................... .08
PRINCÍPIOS BÁSICOS DE CONTROLE ........................................ .......................... .......................... .......................... ....08
MÉTODO........................................ .......................... .......................... .......................... ........................... .......................... .08
INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO........................................ .......................... .......................... .......................... ................. 09

Medidas lineares...................................................................................................................................................................................11
PADRÃO ........................................ .......................... .......................... .......................... ........................... .......................... .11

Instrumentos de Medição................................................................................................................................................................15
RÉGUA GRADUADA........................................ .......................... .......................... .......................... ........................... ........16
TIPOS E USOS........................................ .......................... .......................... .......................... ........................... ................. 16
LEITURA NO SISTEMA MÉTRICO ........................................ .......................... .......................... .......................... ............. 18
LEITURA NO SISTEMA INGLÊS DE POLEGADA FRACIONÁRIA........................................ .......................... ............... 20
CONSERVAÇÃO ........................................ .......................... .......................... .......................... ........................... .............. 21
METRO ARTICULADO........................................ .......................... .......................... .......................... ........................... .....23
CONSERVAÇÃO ........................................ .......................... .......................... .......................... ........................... ............. 24
TREMA........................................ .......................... .......................... .......................... ........................... .......................... ....24
PAQUÍMETRO ........................................ .......................... .......................... .......................... ........................... .................. 25
TIPOS – CARACTERÍSTICAS E USOS........................................ .......................... .......................... .......................... ......26
PAQUÍMETRO DIGITAL ........................................ .......................... .......................... .......................... ........................... ...28
LEITURA NO SISTEMA INGLÊS – FRAÇÃO DECIMAL ........................................ .......................... .......................... ....40

Micrômetro ...............................................................................................................................................................................................47
LEITURA NO MICRÔMETRO DE .001”........................................ .......................... .......................... .......................... ......59
GONIÔMETRO ........................................ .......................... .......................... .......................... ........................... ................. 63
LEITURA DO GONIÔMETRO ........................................ .......................... .......................... .......................... ..................... 64
RELÓGIO COMPARADOR ........................................ .......................... .......................... .......................... ......................... 66
AMPLIFICAÇÃO POR ALAVANCA ........................................ .......................... .......................... .......................... ............ 70

Conversões de medidas ...................................................................................................................................................................79


POLEGADA EM MILÍMETRO ........................................ .......................... .......................... .......................... ..................... 79
MILÍMETRO EM POLEGADA ........................................ .......................... .......................... .......................... ..................... 79
MILÉSIMO DE POLEGADA EM FRAÇÃO DE POLEGADA ........................................ .......................... .......................... 80
MILÍMETRO EM MILÉSIMO DE POLEGADA ........................................ .......................... .......................... ...................... 80
MILÉSIMO EM MILÍMETRO........................................ .......................... .......................... .......................... ........................ 81
REGRAS DE ARREDONDAMENTO (ABNT) ........................................ .......................... .......................... ....................... 81

Créditos.....................................................................................................................................................................................................83
Apresentação

A apostila de metrologia foi preparada para que você estude os principais instrumentos e procedimentos de medição.
Dessa forma, você vai aprender a utilizar os instrumentos de forma adequada, garantindo exatidão de medição.
A apostila apresenta uma introdução relatando o processo de evolução da metrologia na indústria, baseado em
normas nacionais e internacionais.
As aulas apresentam informações sobre diversos instrumentos de medição, como régua graduada, metro, trena,
paquímetro, micrômetro, relógio comparador, etc. Ao mesmo tempo são apresentados exercícios de leitura de

Vai também conhecer conversões, tendo como base o sistema inglês (polegada), ou seja, como converter milímetros
em polegadas e vice versa.

SENAI - PR 5
6 Metrologia
Metrologia

A metrologia é a ciência que estuda as unidades de medida e de processo de medição.


Tanto os equipamentos de fabricação como os instrumentos de medida são imperfeitos. Por esse motivo, é
impossível produzir objetos com total precisão. O erro pode ser diminuído, mas não eliminado completamente, pois
as imperfeições são inevitáveis, até mesmo pelo desgaste dos equipamentos utilizados.
O controle de medidas consiste, pois, na aplicação de processos que permitam manter os erros de fabricação dentro
de limites aceitáveis, previamente estabelecidos.

Seu objetivo principal consiste em orientar a fabricação, evitando, assim, erros inaceitáveis. Segue-se daí uma
redução de perdas nas empresas, devido à diminuição da quantidade de peças produzidas fora de padrão.
Conseqüentemente haverá um aumento da produtividade.

MEDIÇÃO: ASPECTOS GERAIS

Toda medição é feita comparando-se uma grandeza com outra de mesma espécie, considerada como unidade.
Por exemplo, se o comprimento de um corredor é igual a três metros, é porque nele a unidade de comprimento metro cabe
três vezes.
Seguindo o mesmo procedimento, para medir uma superfície temos de usar unidade de área (cm2, m2, etc.); por
sua vez, o volume de um corpo é determinado pelas unidades de volume (m3, cm3, litros, etc.)... e assim por diante.
Cada grandeza é medida com unidades apropriadas dessa mesma grandeza. Não é possível, por exemplo, medir
comprimento de litros.

SENAI - PR 7
UNIDADES

portanto, de quaisquer condições físicas, como temperartura, pressão, grau de umidade, etc.
Atualmente, prevalecem na prática as unidades do S.I. (Sistema Internacional): metro, quilograma, newton, segundo, etc.

PADRÃO

materializadas em objetos que estão sujeitos a variações provocadas pelas mudanças de condições físicas.

Até 1960, por exemplo, o metro padrão era constituído por uma barra de platina e irídio, que sofria uma dilatação
muito pequena com a variação de temperatura. Nesse protótipo, conservado em Sèvres, na França, o metro é
determinado pela distância entre dois traços nessa barra, na temperatura de zero grau Celsius.
Atualmente o INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), orgão brasileiro de
normalização, estipula outro padrão para o metro.

PRINCÍPIOS BÁSICOS DE CONTROLE

O sucessivo aumento de produção e a melhoria de qualidade requerem um desenvolvimento e um aperfeiçoamento


contínuo das técnicas de medição. Quanto maiores as exigências de qualidade e rendimento, maiores serão as

Quando efetuamos uma medida qualquer, é preciso considerar três elementos fundamentais: o método, o
instrumento e o operador.

MÉTODO

A medição pode ser direta ou indireta por comparação.


A medição direta é feita mediante instrumentos, aparelhos e máquinas de medir.

Figura 1 - Medição direta

8 Metrologia
Emprega-se a medição direta, por exemplo, na confecção de peças protótipos, isto é, peças originais que se utilizam
como referência; ou ainda em produção de pequena quantidade de peças.
A medida indireta por comparação consiste em confrontar a peça que se quer medir, com aquela de padrão ou dimensão
aproximada. Por exemplo, um eixo pode ser controlado, por medida indireta, usando-se um calibrador para eixos.

pelo lado “passa”, mas não pode passar pelo lado menor que é o lado “não passa”, pintado de vermelho.

Figura 2 - Calibrador de eixos

Outro calibrador do tipo “passa/não passa” é o tampão para furos, em que o lado “não passa” é o mais curto. Seu

Figura 3 - Calibrador de furos

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

Para dar uma medida precisa, é indispensável que o instrumento esteja aferido, ou seja, corresponda ao padrão
adotado. É necessário, também, que ele nos possibilite executar a medida com precisão exigida. Em suma, a boa
medida depende da qualidade do instrumento empregado.

SENAI - PR 9
10 Metrologia
Medidas lineares

PADRÃO

Podemos afirmar que a necessidade de medir nasceu com o homem. Desde os primeiros tempos, foi preciso
avaliar o tamanho da árvore vista, do animal abatido, da distância percorrida, etc.
Com o desenvolvimento industrial, a necessidade de medir foi aumentando e exigindo, ao mesmo tempo,
maior precisão nas avaliações. Em primeiro lugar, adotaram-se como medidas as unidades naturais: pé, braço,
passo etc. Depois foram estabelecidos padrões completamente arbitrários. Na Idade Média, por exemplo, cada
senhor feudal estabelecia seus próprios padrões.
No século XVII, na França, tivemos um avanço importante na questão das medidas. A “toesa” – unidade de
medição linear- foi, então, dividida em seis pés: cada pé, em 12 polegadas; e cada polegada em 12 linhas.
Media aproximadamente 1,95m. Sua polegada era equivalente a mais ou menos 27 mm.
Primeiramente a toesa foi materializada numa barra de ferro com dois pinos na extremidade. Em seguida, foi
chumbada na parede externa do Grand Chatelet, nas proximidades de Paris. Assim, cada interessado poderia
aferir os próprios instrumentos. Essa unidade, naturalmente, foi se desgastando com o tempo e teve de ser
refeita. Surgiu, então, um movimento no sentido de estabelecer uma unidade natural. Essa unidade natural
deveria ser facilmente reproduzida e seus submúltiplos estabelecidos segundo o sistema decimal. Apresentando
por Talleyrond, na França, esse projeto transformou-se em lei, aprovada em 8 de maio de 1790.
Estabeleceu-se então que a nova unidade deveria ser igual a décima milionésima parte do quarto do meridiano terrestre.
Esta nova unidade passou a ser chamada “metro”. O termo grego “metron” significa “medir”.

SENAI - PR 11
Figura 4 - Medida de 1/4 de mediano

Os astrônomos Delambre e Mechain foram incumbidos de medir o meridiano. Utilizando a toesa como unidade,
mediram a distância entre metrologia Dunkerque e Montjuich, perto de Barcelona. Feitos os cálculos, chegou-se a
uma distância que foi materializada numa barra de platina de secção retangular de 25 x 4,05mm. O comprimento

“Metro é a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre.”


Foi esse metro materializado que passou a chamar-se Metro dos Arquivos.

“Metro é a distância entre os dois extremos da barra de platina depositada nos arquivos da França, apoiada nos

Escolheu-se a temperatura de zero grau Celsius por ser, na época, a mais facilmente obtida, mediante o gelo fundente.
No século XIX, vários países já haviam adotado o sistema métrico.
No Brasil, o sistema métrico foi implantado em força da Lei Imperial nº 1157 de 26 de junho de 1862. Estabeleceu-se,
então, um prazo de dez anos para que os padrões antigos fossem inteiramente substituídos.
À medida que a ciência foi avançando, notou-se que o Metro dos Arquivos apresentava certos inconvenientes. Por
exemplo, o paralelismo das faces não era assim tão perfeito. O material, relativamente mole, poderia se desgastar,

Figura 5 - Metro Padrão Secção Em”X” 1889

12 Metrologia
Para aperfeiçoar o sistema, fez-se um outro padrão, com o mesmo valor, porém mais perfeito.
Assim, para obter uma estabilidade maior, a secção deveria ser em “X”. E para que o material fosse mais durável,
deveria adicionar-se nele 10% de irídio.
A nova barra deveria ser traçada pois, dessa forma, a sua medida seria mais perfeita.

“O metro é a distância entre os eixos de dois traços principais marcados na superfície neutra do padrão internacional
depositado no B.I.P.M. (Bureau International des Poids et Mésures), na temperatura de zero grau Celsius e sob uma

Atualmente a temperatura de aferição é de 20o C. O calibre de um metro a 20o C tem o mesmo comprimento do
padrão que se encontra em Sèvres, na temperatura de zero grau Celsius.

“Metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante o intervalo de tempo de 1/299.792.458 do segundo.

para melhorar a sua precisão.


O metro padrão que existe no Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo possui uma secção
transversal reta em forma de H e está devidamente aferido.

Figura 6 - Metro Padrão Secção “H”.

O I.N.T (Instituto Nacional de Tecnologia) possui também dois exemplares de metros padrões de alta qualidade. Um
dos exemplares é de liga, com 36% de níquel (Invar), e dilatação por volta de 1 . 10-6; o outro, também de liga, contém
58% de níquel e possui uma dilatação de 11,5 . 10-6.

SENAI - PR 13
14 Metrologia
Instrumentos de Medição

Para conseguir uma boa medição, é necessário conhecer o instrumento de medida mais adequado.
Em primeiro lugar, vamos estudar os instrumentos de medidas lineares:

Régua graduada

Metro, trena

Paquímetro

Micrômetro externo e interno

Relógio comparador e apalpador

Estudaremos, depois, os instrumentos de medidas angulares:

Goniômetro

Goniômetro com nônio

Procure conhecer, também, o que se deve fazer para que cada instrumento se mantenha em bom estado de
conservação e em perfeitas condições de uso.

SENAI - PR 15
RÉGUA GRADUADA

A régua graduada é o mais simples entre os instrumentos de medida linear.


Apresenta-se, em regra, em forma de lâmina de aço-carbono ou também de aço inoxidável.
Nessa lâmina estão assinaladas as medidas em centímetros (cm) e milímetros, conforme o sistema métrico. Ela pode
conter, também, graduação no sistema inglês. Nesse caso, ao invés de centímetros e milímetros, teremos polegadas e
frações de polegada.
Na maioria das vezes, a régua graduada apresenta uma escala no sistema métrico e outra no sistema inglês.
Graduação em milímetros (mm) .

Figura 7 - Régua Graduada

As réguas graduadas apresentam-se em diversas dimensões. Temos, por exemplo, réguas de 150, 200, 250, 300, 500,

TIPOS E USOS

As réguas graduadas são de muitos tipos e se prestam a diversos usos:


Régua de encosto interno: serve para medição com face interna de referência.

Figura 8 - Régua com encosto interno

16 Metrologia
Régua sem encosto: nesse caso, devemos subtrair do resultado o valor do ponto de referência.

Figura 9 - Régua sem encosto

Régua com encosto: serve para medição de comprimento a partir da face externa do encosto de uma peça.

Figura 10 - Régua com encosto

Régua de profundidade: utilizada nas medições de canais ou rebaixos internos.

Figura 11 - Régua de profundidade

Régua de dois encostos: usada pelo ferreiro.

Figura 12 - Régua de dois encostos

Régua rígida de aço-carbono com seção retangular: serve para medir deslocamentos em máquinas geratrizes.

Figura 13 - Régua rígida de aço-carbono com seção retangular

SENAI - PR 17
polidas.
As réguas de manuseio constante devem ser de aço inoxidável e temperado. É necessário que os traços da escala

A retilinidade e a precisão das divisões obedecem a normas internacionais.

LEITURA NO SISTEMA MÉTRICO

Cada centímetro na escala encontra-se dividido em 10 partes iguais e cada parte equivale a 1 mm.
Assim, a leitura pode ser feita em milímetro. A ilustração a seguir mostra, de forma ampliada, como se faz isso.

Figura 14 - Leitura Sistema Métrico

18 Metrologia
1. Leia os espaços marcados nas réguas abaixo e escreva os valores correspondentes.

a b c d
e f g h
i j k l
m n

o p q

SENAI - PR 19
2.Complete:

A mm cm
B mm cm
C mm cm
D mm cm
E mm cm

LEITURA NO SISTEMA INGLÊS DE POLEGADA FRACIONÁRIA

Nesse sistema, a polegada dividi-se em 2, 4, 8, 16... partes iguais. As escalas de precisão chegam a apresentar 32
divisões por polegada, enquanto as demais só apresentam frações de 1/16”.
A ilustração a seguir mostra essa divisão, representando a polegada em tamanho ampliado.

Figura 14 - Leitura Sistema Inglês

20 Metrologia
Observe que, na ilustração anterior, estão indicadas somente frações de numerador ímpar. Isso acontece porque,

EXEMPLO:

A leitura na escala consiste em observar qual traço coincide com a extremidade do objeto. Na leitura, deve-se

ïŒ
ð ïŒ íŒ ïŒ
î
ïŒ ì ëŒ ì éŒ ïŒ
íŒ
ïŒ è íŒ ëŒ è éŒ çŒ è ïïŒ ïíŒ è ïëŒ ïŒ è íŒ
ïê ïê ïê ïê ïê ïê ïê ïê ïê ïê

Figura 15 - Escala em polegada

Assim, o objeto na ilustração acima tem 1 1/8” (uma polegada e um oitavo de polegada) de comprimento.

CONSERVAÇÃO

Evitar riscos ou entalhes que possam prejudicar a leitura da graduação.

Não utilizá-la para bater em outros objetos.

SENAI - PR 21
Faça a leitura de frações de polegada em régua graduada.

a b

c e
d

f g

h i

22 Metrologia
METRO ARTICULADO

Figura 16 - Metro Articulado

No comércio o metro articulado é encontrado nas versões de 1 m e 2 m.


A leitura das escalas de um metro articulado é bastante simples: faz-se coincidir o zero da escala, isto é, o topo
do instrumento, com uma das extremidades do comprimento a medir. O traço da escala que coincidir com a outra
extremidade indicará a medida.

EXEMPLO:
O comprimento da rosca, segundo a ilustração, mede 2 cm, ou seja, 0,02 m.
O diâmetro do parafuso, segundo a ilustração, é de ½”.

Figura 17 - Exemplo de medição

SENAI - PR 23
CONSERVAÇÃO

Abrir o metro articulado de maneira correta.

Evitar que ele sofra quedas e choques.

TREMA

Trata-se de um instrumento de medição constituído por uma fita de aço, fibra ou tecido, graduada em
uma ou em ambas as faces, no sistema métrico e/ou no sistema inglês, ao longo de seu comprimento,
com traços transversais.
Em geral, a fita está acoplada a um estojo ou suporte dotado de um mecanismo que permite recolher a
fita de modo manual ou automático. Tal mecanismo, por sua vez, pode ou não ser dotado de trava.

Figura 18 - Trenas curtas e longas

2 m e 5 m.

perímetros de cilindros, por exemplo.

Figura 19 - Trena de geometria Plana

24 Metrologia
As trenas apresentam, na extremidade livre, uma pequenina chapa metálica dobrada em ângulo de 90°. Essa chapa
é chamada encosto de referência ou gancho de zero absoluto.

Figura 20 - Detalhe do encosto de refência

PAQUÍMETRO

O paquímetro é um instrumento usado para medir dimensões lineares: internas, externas e de profundidade.

paquímetro de uso geral; daí, seu nome: paquímetro universal.

Figura 21 - Paquímetro Universal

SENAI - PR 25
O cursor ajusta-se à régua de modo a permitir sua livre movimentação, com um mínimo de folga. Ele é dotado de uma
escala auxiliar, chamada de nônio ou vernier. Essa escala permite que se alcance uma maior precisão nas medidas.
O paquímetro universal é usado, especialmente, quando a quantidade de peças que se quer medir é pequena e a
precisão não é inferior a 0,02 mm, 1/128” ou .001”.
As superfícies do paquímetro são planas e polidas, geralmente de aço inoxidável. Suas graduações são aferidas a
20°, podendo ser, também, em milímetros e polegadas.

Nônio: designação dado pelos portugueses em homenagem a Pedro Nunes, a quem é atribuída sua invenção.

Vejam algumas aplicações de um paquímetro universal:

Figura 22 - Aplicação Paquímetro universal

TIPOS – CARACTERÍSTICAS E USOS

Vejamos, agora, quais os tipos de paquímetros mais conhecidos, bem como as características e os usos de cada um:
Paquímetro universal: é utilizado em medições externas, internas e de profundidade. Entre todos os outros, é o tipo

Paquímetro universal com relógio indicador: utilizado quando se necessita executar um grande número de medições.

Figura 23 - Paquímetro universal com relógio indicador

26 Metrologia
Paquímetro de profundidade: serve para medir profundidade de furos não vazados, rasgos, rebaixos, etc.

Figura 24 - Paquímetro de profundidade

Paquímetro de bicos alongados: medição de partes internas.

Figura 25 - Paquímetro de bicos alongados

Paquímetro duplo: serve para medir dentes de engrenagens.

Figura 26 - Paquímetro duplo

SENAI - PR 27
PAQUÍMETRO DIGITAL

Paquímetro eletrônico digital 150mm/ 6”

Figura 27 - Paquímetro eletronico

Instrumento muito utilizado devido sua facilidade de leitura e interpretação.


Tem as mesmas aplicações de um paquímetro analógico e através do display digital, o operador faz a leitura com
mais rapidez e exatidão. Possui uma tecla para zera-lo em qualquer posição e outra para conversão de medidas do
sistema métrico para o inglês. Opera com baterias e tem a função de desligamento automático.

PRINCÍPIO DO NÔNIO

A escala do cursor é chamada de nônio ou vernier, em homenagem a Pedro Nunes e Pierre Vernier, considerados
seus inventores.

Figura 28 - Detalhe Escalas Paquímetro

28 Metrologia
métrico, existem paquímetros em que o nônio possui dez divisões equivalentes a nove milímetros. É o que nos

Figura 29 - Aproximação do paquímetro

Essa diferença é de 0,2 mm entre o segundo traço de cada escala; de 0,3 mm entre os terceiros; e assim por diante...

Figura 30 - Paquímetro universal

Figura 31 - Detalhe da escala

calcular essa aproximação ou diferença. Veja, portanto, como se faz o cálculo da aproximação.

SENAI - PR 29
Calcula-se a aproximação de um paquímetro, utilizando a seguinte fórmula:

Aproximação =
Número de divisões da escala móvel

EXEMPLOS:
1 mm
Aproximação = = 0,1 mm
10 divisões

1 mm
Aproximação = = 0,05 mm
20 divisões

LEITURA NO SISTEMA MÉTRICO

A leitura, no sistema métrico, é feita da seguinte maneira:

zero da escala móvel.

Faça a leitura e escreva as medidas nas linhas


a) Leitura = mm

b) Leitura = mm

30 Metrologia
a) 3,65 mm
b) 17,45 mm
Escala em milímetro e nônio com 50 divisões
Resolução = 1 mm/ 50 = 0,02 mm

Leitura

0,32 mm => nônio


68,32 mm => total

a) Leitura = mm

b) Leitura = mm

Não esqueça de calcular a resolução do paquímetro. Faça a leitura e escreva as medidas:

SENAI - PR 31
a) Leitura = mm

b) Leitura = mm

c) Leitura = mm

d) Leitura = mm

e) Leitura = mm

f) Leitura = mm

32 Metrologia
g) Leitura = mm

h) Leitura = mm

i) Leitura = mm

j) Leitura = mm

k) Leitura = mm

l) Leitura = mm

SENAI - PR 33
m) Leitura = mm

n) Leitura = mm

o) Leitura = mm

p) Leitura = mm

q) Leitura = mm

r) Leitura = mm

34 Metrologia
s) Leitura = mm

t) Leitura = mm

u) Leitura = mm

LEITURA NO SISTEMA INGLÊS – FRAÇÃO ORDINÁRIA

Agora, vejamos como se faz a leitura nesse sistema.


O nônio pode aproximar-se até 1/128”. Seu comprimento total é 1/16”.
Dividido em 8 partes iguais, cada parte do nônio medirá portanto: 1/16” : 8 = 1/16” x 1/8” ou 1/128”.

= 1/128”.

SENAI - PR 35
EXEMPLO:

conforme podemos observar abaixo.

Figura 32 - Exemplo de leitura em polegada (fração ordinária)

Vejamos, também, como se procede para abrir um paquímetro em uma medida que se apresenta em fração de
polegada. Tomemos, por exemplo, a medida 25/128”:
1. Dividir o numerador (25”) por 8:
25 | 8
1 3
resto quociente

Figura 33 - Abertura do paquímetro em fração ordinária. (25”/128)

36 Metrologia
OUTRO EXEMPLO:

Tomemos o valor 99”/128.


Procedendo como no exemplo anterior, teremos;
99 | 8
19 12
3 quociente
resto

Figura 34 - Abertura do paquímetro (99”/128)

Leia cada uma das medidas em polegadas fracionária e escreva a medida na linha abaixo de cada
desenho:

a) Leitura =

b) Leitura =

SENAI - PR 37
c) Leitura =

d) Leitura =

e) Leitura =

f) Leitura =

g) Leitura =

h) Leitura =

i) Leitura =

j) Leitura =

38 Metrologia
k) Leitura =

l) Leitura =

m) Leitura =

n) Leitura =

SENAI - PR 39
LEITURA NO SISTEMA INGLÊS – FRAÇÃO DECIMAL

maneira, cada uma dessas divisões vale 1”/40 ou .025” (que é o resultado de 1 dividido por 40).

equivale a .025” - .024” ou .001”. Esse valor (.001”) é a aproximação do paquímetro, o que permite calcular a medida
tomada. Para tanto, procede-se como nos itens anteriores.

EXEMPLO:

Nônio: coincide no traço 21º traço


Medida = .450” + 21 x .001”
= 450” + .021” Figura 35 - Exemplo de leitura polegada (fração decimal)

= .471”

01. Escreva a medida lida em cada uma das linhas abaixo de cada desenho.

a) Leitura =

b) Leitura =

c) Leitura =

40 Metrologia
02. Leia cada uma das medidas em polegada milesimal e escreva a medida na linha abaixo de cada
desenho.

a) Leitura =

b) Leitura =

c) Leitura =

d) Leitura =

e) Leitura =

f) Leitura =

SENAI - PR 41
g) Leitura =

h) Leitura =

i) Leitura =

j) Leitura =

k) Leitura =

42 Metrologia
ERROS DE LEITURA

Além da falta de habilidade do operador, outros fatores podem provocar erros de leitura no paquímetro, como por
exemplo, a paralaxe e a pressão de medição.

PARALAXE
Dependendo do ângulo de visão do operador, pode ocorrer o erro por paralaxe, pois devido a esse ângulo,

O cursor onde é gravado o nônio, por razões técnicas de construção normalmente tem uma espessura mínima (a),
e é posicionado sobre a escala principal. Assim, os traços do nônio (TN) são mais elevados que os traços da escala

Colocando o instrumento em posição não perpendicular à vista e estando sobrepostos os traços TN e TM, cada um
dos olhos projeta o traço TN em posição oposta, o que ocasiona um erro de leitura.
Para não cometer o erro de paralaxe, é aconselhável que se faça a leitura situando o paquímetro em uma posição
perpendicular aos olhos.

Figura 36 - Paralaxe

SENAI - PR 43
PRESSÃO DE MEDIÇÃO
Já o erro de pressão de medição origina-se no jogo do cursor, controlado por uma mola. Pode ocorrer uma inclinação
do cursor em relação à régua, o que altera a medida.

Figura 37 - Pressão de medição

Para se deslocar com facilidade sobre a régua, o cursor deve estar bem regulado: nem muito preso, nem muito solto.
o operador deve, portanto, regular a mola, adaptando o instrumento à sua mão. Caso exista uma folga anormal, os
parafusos de regulagem da mola devem ser ajustados, girando-os até encostar no fundo e, em seguida, retornando
1/8 de volta aproximadamente. Após esse ajuste, o movimento do cursor deve ser suave, porém sem folga.

Figura 38 - Ajuste do cursor

TÉCNICA DE UTILIZAÇÃO DO PAQUÍMETRO

Para ser usado corretamente, o paquímetro precisa ter, seus encostos limpos e a peça a ser medida deve estar
posicionada corretamente entre os encostos.

Figura 39 - Utilização do paquímetro

44 Metrologia
Convém que o paquímetro seja fechado suavemente até que o encosto móvel toque a outra extremidade

Figura 40 - Utilização do paquímetro

Feita a leitura da medida, o paquímetro deve ser aberto a peça retirada, sem que os encostos a toquem.
As recomendações seguintes referem-se à utilização do paquímetro para determinar medidas:

Externas

Internas

De profundidade

De ressaltos

Nas medidas externas, a peça a ser medida deve ser colocada o mais profundamente possível entre os bicos de
medição para evitar qualquer desgaste na ponta dos bicos

Figura 41 - Maneiras de utilização

Para maior segurança nas medições, as superfícies de medição dos bicos e da peça devem estar bem apoiadas

Figura 42 - Maneiras de utilização

SENAI - PR 45
Nas medidas internas, as orelhas precisam ser colocadas o mais profundamente possível. O paquímetro deve estar

Figura 43 - Maneiras de utilização

Para maior segurança nas medições de diâmetros internos, as superfícies da medição das orelhas devem coincidir
com a linha de centro do furo.

Figura 43 - Maneiras de utilização

Toma-se, então, a máxima leitura para diâmetros internos e mínima leitura para faces planas internas.

Figura 44 - Maneiras de utilização

Figura 45 - Maneiras de utilização

46 Metrologia
Para medição de ressaltos perpendiculares, alguns paquímetros possuem uma face apropriada, que garante maior
apoio e por sua vez, maior precisão de medida. Neste caso, a haste de profundidade não é a mais recomendada

CONSERVAÇÃO

Manejar o paquímetro sempre com todo cuidado, evitando choques.

Não deixar o paquímetro em contato com outras ferramentas, o que pode lhe causar danos.

Evitar arranhaduras ou entalhes, pois isso prejudica a graduação.

Ao realizar a medição, não pressionar o cursor além do necessário.

Limpar e guardar o paquímetro em local apropriado, após sua utilização.INTRODUÇÃO

Micrômetro

O micrômetro é um instrumento de medidas lineares. Sua precisão é maior do que a do paquímetro, permitindo
medir, por leitura direta, dimensões com aproximação de 0,01 mm ou mesmo de 0,001 mm (um mícron). Daí, esse
instrumento ser chamado de “micrômetro”.
O micrômetro permite a medição de comprimento de 0 a 25mm, de 25 a 50 mm... 2000 mm. Seu funcionamento
baseia-se no avanço de um parafuso micrométrico. O passo do parafuso é de 0,5 mm, e cada volta dividi-se em
aproximadamente 50 partes iguais, podendo, ainda, conter um nônio.

CONSTITUIÇÃO

Vamos conhecer, então, as principais partes de um micrômetro.

Figura 46 - Micrômetro 0 - 25mm

SENAI - PR 47
TIPOS E CARACTERÍSTICAS

É importante saber, também, que os micrômetros se caracterizam pela capacidade e pela aproximação da leitura:

Pela capacidade, os micrômetros variam de 0 a 25mm; de 25 a 50mm... de 1975 a 2000 mm;

Pela aproximação de leitura, podem ser de 0,01mm e 0,001mm ou de .001” e de .0001”.

No micrômetro de 0 a 25 mm, quando as faces das pontas estão juntas, a borda do tambor coincide com o traço zero
da bainha. A linha longitudinal, gravada na bainha, coincide com “zero” da escala centesimal do tambor.

Figura 47 - Micrômetro de 0 - 25mm

Os micrômetros podem ser ainda externos ou internos, dependendo da medida que se quer fazer: externa ou interna.
Existem até micrômetros com leitura digital direta. Seu visor indica a medida obtida em milímetros e centésimos de milímetros.

Figura 48 - Micrômetro digital

48 Metrologia
MICRÔMETROS EXTERNOS – COM BATENTES INTERCAMBIÁVEIS
Possibilitam com o mesmo instrumento maior capacidade de medição. Com a troca dos batentes, sua autonomia
pode variar de 0 a ... mm dependendo do modelo do instrumento.

Figura 49 - Micrômetro com pontas intercambiáveis

MICRÔMETROS DE PROFUNDIDADE

hastes intercambiáveis.

Figura 50 - Micrômetro de profundidade

SENAI - PR 49
MICRÔMETROS INTERNOS – TIPO PAQUÍMETRO (TAMBOR E CILINDRO COM ACABAMENTO CROMO-ACETINADO)
Este micrômetro é utilizado para indicação de furos, rasgos, canaletas, entre outros. Possui bicos tipo paquímetro,
por isso seu nome, e o movimento da parte móvel é retilíneo.

Figura 51 - Micrômetro tipo paquímetro

MICRÔMETROS EXTERNOS (COM RELÓGIO COMPARADOR EMBUTIDO)


Possui um relógio comparador incorporado ao instrumento que permite um controle de tolerância de medidas.

Figura 52 - Micrômetro com relógio comparador

MICRÔMETROS EXTERNOS (COM PONTAS FINAS):

(0,001”).

50 Metrologia
MICRÔMETROS EXTERNOS (COM PONTAS CÔNICAS):

15º a 30º, com aproximação de 0,01mm ou 0,001”.

Figura 54 - Micrômetro com pontas cônicas

MICRÔMETROS EXTERNOS (COM BATENTE EM “V”)


Utilizados para medição de ferramentas de corte ou peças com um número ímpar de faces garantindo mais pontos
de apoio. Dependendo do número de faces, muda o ângulo de apoio do instrumento.

Figura 55 - Micrômetro com batente em “V”

MICRÔMETROS PARA ROSCAS


Utilizados para medição do diâmetro primitivo de roscas com indicação direta e resolução de 0,01mm ou 0,001.

Figura 56 - Micrômetro para roscas

SENAI - PR 51
MICRÔMETROS EXTERNOS (COM ARCO PROFUNDO PARA CHAPAS)
Utilizado para medição de peças que exijam um maior deslocamento do arco. Segue o padrão de resolução, podendo
ser em milímetros (0,01mm) e polegadas (0,001”).

Figura 57 - Micrômetro com arco profundo

CÁLCULO DE APROXIMAÇÃO

Vejamos agora como se faz o cálculo de aproximação em um micrômetro.


A cada volta do tambor do micrômetro, seu parafuso avança uma distância chamada passo.
A aproximação de uma medida tomada, em um micrômetro, corresponde ao menor deslocamento do seu parafuso.
Ela é determinada dividindo-se o passo pelo número de divisões do tambor.

passo da rosca do parafuso micrométrico


Aproximação =
número de divisões do tambor

EXEMPLO:
Se o passo da rosca é de 0,5 mm e o tambor tem 50 divisões, a aproximação será:

0,5 mm
= 0,01 mm
50
Assim, girando o tambor, cada divisão do mesmo provocará um deslocamento de 0,01mm no encosto móvel.

LEITURA NO SISTEMA MÉTRICO

Para fazer a leitura no sistema métrico, procede-se da seguinte maneira:

Lê-se o número de divisões entre o zero de referência da bainha e o tambor;

52 Metrologia
Fig 58 - Exemplo de leitura sistema métrico

EXEMPLO:
bainha = 2,50 mm
+ tambor = 0,24 mm
leitura total = 2,74 mm
Lê-se 2 milímetros e 74 centésimos
Quando houver nônio, deve acrescentar-se à indicação por ele fornecida o valor calculado anteriormente. A parcela
da medida fornecida pelo nônio é igual à aproximação do tambor, dividida pelo número de divisões de Se o nônio
tiver cinco divisões marcadas no cilindro, sua aproximação será, então:

0,01
a = = 0,002 mm
5
Lê-se 2 milésimos de milímetro

EXEMPLO:

em seu cilindro.

Fig 59 - Leitura com nônio

A = 10,000 mm
B = 0,500 mm
C = 0,090 mm
D = 0,008 mm
Leitura total = A + B + C + D = 10,598 mm - Lê-se 10 milímetros e 598 milésimos
Observação: D corresponde ao traço do nônio que coincide com um do tambor (no caso, é o de número 8).

SENAI - PR 53
Leia as medidas seguintes e escreva seu valor nas linhas abaixo de cada desenho.

a) Leitura:

b) Leitura:

c) Leitura:

d) Leitura:

e) Leitura:

f) Leitura:

54 Metrologia
g) Leitura:

h) Leitura:

i) Leitura:

j) Leitura:

k) Leitura:

l) Leitura:

m) Leitura:

SENAI - PR 55
MICRÔMETROS INTERNOS

Os micrômetros internos são utilizados exclusivamente para medidas cilíndricas internas. Há dois tipos principais: o
micrômetro interno de três contatos e o micrômetro interno de dois contatos.

MICRÔMETROS INTERNOS DE TRÊS CONTATOS


Primeiramente vamos estudar os micrômetros internos de três contatos, que são TRI-O-BOR e o IMICRO:
O TRI-O-BOR é um micrômetro que possui três contatos intercambiáveis, para furos roscados, canais e
furos sem saída.
A leitura do TRI-O-BOR é feita através de um visor na bainha e no tambor graduado.

Fig 60 - TRI-O-BOR

bainha graduada, no sentido contrário ao do micrômetro externo.

Fig 61 - IMICRO

56 Metrologia
Observações: a calibração dos micrômetros internos é feita por meio de anéis de referência, dispositivos com blocos
padrão ou com micrômetro externo. Os micrômetros internos de três contatos são calibrados com anéis de referência.

a) Leitura: b) Leitura:

c) Leitura: d) Leitura:

e) Leitura: f) Leitura:

SENAI - PR 57
LEITURA NO SISTEMA INGLÊS

a existência de instrumentos de medida nesse sistema, inclusive micrômetros.


No sistema inglês, o micrômetro apresenta as seguintes características:

Na bainha está gravado um comprimento de uma polegada, dividido em 40 partes iguais. Desta forma, cada
divisão equivale à 1” ÷ 40 = .025”;

O tambor do micrômetro, com aproximação de .001”, possui 25 divisões.

Fig 62 - Micrômetro Sistema Inglês decimal

Para medir com micrômetro de .001”, lê-se primeiro a indicação da bainha. Soma-se, então, essa medida à leitura
do tambor que coincide com o traço de referência da bainha.
bainha = .675”
+ tambor = .019”
Leitura total = .694”
Lê-se 694 milésimos de polegada.

Fig 63 - Detalhe escala

58 Metrologia
LEITURA NO MICRÔMETRO DE .001”

Na bainha, além das graduações normais (40 divisões), há um nônio com dez divisões. O tambor dividi-se, então,
em 25 partes iguais.
A aproximação do micrômetro é:

passo da rosca
a) sem o nônio : = .025/25 = .001”
número de divisão do tambor

.001”
b) com o nônio de 10 divisões : = .001/10 = .0001”
número de divisão do tambor

.001”
c) com nônio de 5 divisões : = .0002”
5

Para fazer a medida, basta adicionar as leituras da bainha, do tambor e do nônio.

Fig 63

bainha = .375”
tambor = .003”
+ nônio = .0004”
leitura total = .3784”

Lê-se 3784 décimos de milésimos de polegada

SENAI - PR 59
Escreva as medidas abaixo de cada ilustração.

a) Leitura:

b) Leitura:

c) Leitura:

d) Leitura:

e) Leitura:

60 Metrologia
f) Leitura:

g) Leitura:

h) Leitura:

AFERIÇÃO DO MICRÔMETRO

Antes de iniciar a medição de uma peça, devemos aferir cada instrumento, de acordo com seu tipo:

MICRÔMETROS DE 0 A 1” E 0 A 25MM

limpar os contatos e fechar o micrômetro com a catraca, até sentir o funcionamento desta;

observar, então, se o zero da bainha coincide com o zero do tambor.

1) Se alguma folga aparecer na rosca do fuso, por desgaste da porca após uso prolongado, primeiro afaste o tambor,
coloque a chave de ajuste no rasgo da porca e aperte apenas o necessário para eliminar a folga. A ilustração mostra
como isso pode ser feito com facilidade.

Fig 64 - Ajuste da folga da rosca

SENAI - PR 61
2) Após limpar cuidadosamente toda a sujeira ou partículas abrasivas das pontas de contato do encosto e do fuso,
junte-as e coloque a chave do ajuste no pequeno rasgo do cilindro. Em seguida, gire o cilindro até que a linha
coincida com a linha zero do tambor, como mostra a ilustração.

Fig 64 - Ajuste da bainha

MICRÔMETROS A PARTIR DE 25MM E 1”.


Para aferir esse tipo de micrômetro, utiliza-se a barra padrão.
Incluir o bloco padrão entre as pontas devidamente limpas e encurtá-las utilizando apenas a catraca.

Fig 65 - Instalação do bloco padrão

Se não houver concordância perfeita do micrômetro com a barra-padrão, faz-se a regulagem, através de uma chave
especial. Dependendo do modelo do micrômetro, essa chave permite o deslocamento da bainha ou do tambor.

Fig 66 - Ajuste da bainha

62 Metrologia
CONSERVAÇÃO

GONIÔMETRO

Fig 67a - Medindo ângulo obtuso Fig 67b - Medindo ângulo agudo

O goniômetro simples é conhecido também como transferidor de grau. É utilizado em medidas angulares, que não
necessitam extremo rigor. Sua menor divisão 1° (um grau). Há diversos modelos de goniômetros simples. A seguir,
mostramos um tipo bastante usado, em que podemos observar as medidas de um ângulo agudo e um ângulo obtuso.

Fig 68 - Goniômetro Simples

Já, o goniômetro com nônio permite fazer uma medição de até 5’ (cinco minutos). Além disso, possui outros recursos
como, por exemplo, régua e esquadro.

Fig 69 - Goniômetro com Nônio

SENAI - PR 63
LEITURA DO GONIÔMETRO

tanto no sentido horário como no sentido anti-horário.

Fig 68 - Leitura do Goniômetro com Nônio

A leitura dos minutos, por sua vez, realizada a partir do zero no nônio, seguindo, entretanto, a mesma direção da
leitura dos graus.

A = 64° B = 30’ leitura completa 64° 30’


Fixa

A = 42° B = 20’ leitura completa 42° 20’


Móvel
A = 9° B = 15’ leitura completa 9° 15’

Fig 70 - Detalhe escalas Fixa e Móvel

CÁLCULO DE APROXIMAÇÃO

se é o 3°, adicionamos 15’; se o 4°, 20’ etc.


A aproximação do nônio é dada pela fórmula geral, a mesma utilizada em outros instrumentos de medida com
nônio; ou seja: divide-se a menor medida do disco graduado pelo número de divisões do nônio.

menor divisão do disco graduado


Aproximação =
número de divisões do nônio
Ou seja:
Aproximação = 1°/12 = 60’/12 = 5’ (Cinco minutos)

64 Metrologia
CONSERVAÇÃO
Devemos conservar os goniômetros sempre em bom estado. Por isso recomendamos:

Guardar o aparelho em local apropriado, sem expô-lo ao pó ou à umidade.

1. Leia e escreva sua leitura nas linhas:

a) Leitura = b) Leitura =

c) Leitura = d) Leitura =

2. Leia e escreva as medidas abaixo dos desenhos.

a) Leitura = b) Leitura =

SENAI - PR 65
c) Leitura = d) Leitura =

e) Leitura = f) Leitura =

g) Leitura = h) Leitura =

RELÓGIO COMPARADOR

O relógio comparador é um instrumento de medição por comparação dotado de uma escala e um ponteiro, ligados
por mecanismos diversos a uma ponta de contato.
O comparador centesimal é um instrumento comum de medição por comparação. As diferenças percebidas nele pela

Quando a ponta de contato sofre uma pressão e o ponteiro gira em sentido horário, a diferença é positiva. Isso

diferença será negativa, ou seja, a peça apresenta menor dimensão que a estabelecida.

66 Metrologia
Existem vários modelos de relógios comparadores. Os mais utilizados possuem resolução de 0,01 mm. O curso do
relógio também varia de acordo com o modelo, porém os mais comuns são de 1 mm, 10 mm, .250” ou 1”.

Fig 71 - Relógio Comparador

Em alguns modelos, a escala dos relógios se apresenta perpendicularmente em relação a ponta de contato (vertical),

possuem, além do ponteiro normal, outro menor, denominado contador de voltas do ponteiro principal.

Fig 72 - Relógio comparador com ponta perpendicular

Alguns relógios trazem limitadores de tolerância. Esses limitadores são móveis, podendo ser ajustados nos valores
máximo e mínimo permitidos para a peça que será medida.

em série de peças, medições especiais de superfícies verticais, de profundidade, de espessuras de chapas, etc.

SENAI - PR 67
Fig 73a - Medidores de profundidade Fig 73b - Medidores de espessura

Os relógios comparadores também podem ser utilizados para furos. Uma das vantagens de seu emprego é a
constatação, rápida e em qualquer ponto, da dimensão do diâmetro ou de defeitos, como conicidade, ovalização, etc.

Fig 74 - Medidor para furos

Consiste basicamente num mecanismo que transforma o deslocamento radial de uma ponta de contato em movimento
axial transmitido a um relógio comparador, no qual pode-se obter a leitura da dimensão. O instrumento deve ser
previamente calibrado em relação a uma medida padrão de referência.

Fig 75 - Medidor para furos

Esse dispositivo é conhecido como medidor interno com relógio comparador ou súbito.

68 Metrologia
MECANISMOS DE AMPLIFICAÇÃO

A ponta de contato move o fuso que possui uma cremalheira, que aciona um trem de engrenagens que, por sua vez,
aciona um ponteiro indicador no mostrador.

Nos comparadores mais utilizados, uma volta completa do ponteiro corresponde a um deslocamento de 1 mm da
ponta de contato. Como o mostrador contém 100 divisões, cada divisão equivale a 0,01 mm.

Fig 77 - Aproximação do relógio

SENAI - PR 69
AMPLIFICAÇÃO POR ALAVANCA

O princípio da alavanca aplica-se a aparelhos simples, chamados indicadores com alavancas, cuja capacidade de
medição é limitada pela pequena amplitude do sistema basculante.
Assim temos:
comprimento do ponteiro_ (a)
distância entre os cutelos (b)

Durante a medição, a haste que suporta o cutelo móvel desliza, a despeito do esforço em contrário produzido pela
mola de contato. O ponteiro alavanca, mantido em contato com os dois cutelos pela mola de chamada, gira em frente
à graduação.

mm por divisão.

0,001 mm, sem reduzir a capacidade de medição.

CONDIÇÕES DE USO

diversas medidas nos blocos padrão.


Em seguida, deve-se observar se as medidas obtidas no relógio correspondem às dos blocos. São encontrados

70 Metrologia
Fig 79 - Aferição de relógio comparador

Observação:
ao iniciar uma medida, deve-se dar uma pré-carga para o ajuste do zero.
Colocar o relógio sempre numa posição perpendicular em relação à peça, para não incorrer em erros de medida.

APLICAÇÕES DOS RELÓGIOS COMPARADORES

SENAI - PR 71
72 Metrologia
CONSERVAÇÃO

Descer suavemente a ponta de contato sobre a peça.

Levantar um pouco a ponta de contato ao retirar a peça.

Evitar choques, arranhões e sujeira.

Manter o relógio guardado no seu estojo.

RELÓGIO COM PONTA DE CONTATO DE ALAVANCA (APALPADOR)

É um dos relógios mais versáteis que se usa na mecânica. Seu corpo monobloco possui três guias que facilitam a

Existem dois tipos de relógios apalpadores.


Um deles possui reversão automática do movimento da ponta de medição; outro tem alavanca inversora, a qual
seleciona a direção do movimento de medição ascendente ou descendente.
O mostrador é giratório com resolução de 0,01 mm, 0.002 mm, .001” ou .0001”.
Por sua enorme versatilidade, pode ser usado para grande variedade de aplicações, tanto na produção como na

Fig 85 - Relógio Apalpador

EXEMPLOS:

Excentricidade de peças.

Alinhamento e centragem de peças nas máquinas.

Paralelismos entre faces.

Medições internas.

Medições de detalhes de difícil acesso.

SENAI - PR 73
Fig 86 - Alinhamento e centragem de peças nas máquinas

Fig 88 - Paralelismo entre faces

CONSERVAÇÃO

Evitar choques, arranhões e sujeira.

Guardá-lo em estojo, apropriado.

Montá-lo rigidamente em seu suporte.

Descer suavemente a ponta de contato sobre a peça.

74 Metrologia
OBSERVAÇÕES:

A posição inicial do ponteiro pequeno mostra a carga inicial ou de medição.

Deve ser registrado se a variação é negativa ou positiva, conforme exemplo.

EXEMPLO

a) Leitura =
1,55 mm b) Leitura =

c) Leitura = d) Leitura =

SENAI - PR 75
e) Leitura = f) Leitura =

g) Leitura = h) Leitura =

i) Leitura = j) Leitura =

76 Metrologia
k) Leitura =

SENAI - PR 77
78 Metrologia
Conversões de medidas
POLEGADA EM MILÍMETRO

Para converter polegada em milímetro, basta multiplicar o valor em polegada por 25,4.

EXEMPLO:
2” = 2 x 25,4 = 50,8 mm
Para converter polegada fracionária em milímetro, multiplicar o numerador por 25,4 e dividir a fração.
5" ,
Exemplo
16

5" 5x 25, 4 127


7, 937mm
16 16 16

MILÍMETRO EM POLEGADA

Para converter milímetro em polegada fracionária, deve-se dividir o valor em milímetro por 25,4 e multiplicar o
resultado por 128. O resultado obtido deve ser escrito como uma fração cujo denominador é 128. Caso o numerador
não dê um número inteiro, arredondá-lo para o número inteiro mais próximo.

SENAI - PR 79
EXEMPLO:
a) Converter 5mm para polegada fracionária.
5
x128
25, 4 0,196 x128 25, 08 25 "
125 128 128 128

b) Converter 7,93mm para polegada fracionária.

7, 93
x128
25, 4 0, 312 x 128 39, 96 40“
128 128 128 128
20 10 5 "
64 32 16

MILÉSIMO DE POLEGADA EM FRAÇÃO DE POLEGADA

Para converter milésimo da polegada em fração de polegada, basta multiplicar o valor em milésimo por uma das
divisões da polegada, dando para denominador a mesma divisão tomada, formando a fração.

EXEMPLO:
Converter em fração .125”
(.125” x 128) = 16 " 8" 4" 2" 1"
128 128 64 32 16 8

MILÍMETRO EM MILÉSIMO DE POLEGADA

Para converter milímetro em milésimo de polegada, basta dividir o valor em milímetro por 25,4.

EXEMPLO:
Transformar 25mm em milésimos de polegada:
mm/ 25,4 = 25/ 25,4 = .9842”

80 Metrologia
MILÉSIMO EM MILÍMETRO

Para converter milésimo em milímetro, basta multiplicar o valor em milésimo por 25,4.

EXEMPLO:
Converter .375” em milímetro:
.375 x 25,4 = 9,525 mm

REGRAS DE ARREDONDAMENTO (ABNT)

Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser conservado é inferior a 5, o último algarismo

EXEMPLO:
Se arredondarmos 1, 346 25 à 3ª decimal, teremos: 1,346.
Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser conservado é um 5, seguido de zeros,
deverá ser arredondado o algarismo a ser conservado, para o algarismo mais próximo. Conseqüentemente, o último
algarismo a ser retido, se for impar, aumenta-se uma unidade.
EXEMPLO:
Se arredondarmos 4,735 500 à 3ª decimal, teremos: 4,736.
Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último a ser conservado é um 5, seguido de zeros, se for par o

EXEMPLO:
Se arredondarmos 7, 834 500 à 3ª decimal, teremos: 7,834.
Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser conservado é superior a 5, ou sendo 5, for
seguido de no mínimo um algarismo diferente de zero, o último algarismo a ser conservado deverá ser aumentado
de uma unidade.

EXEMPLO:
Se arredondarmos 2,983 600 à 3ª decimal, teremos: 2,984; 6,434 503, arredondado a 3ª decimal, é igual à 6,435.

SENAI - PR 81
82 Metrologia
Créditos

SENAI - Departamento Regional do Paraná


Diretor Regional: João Barreto Lopes
Diretor de Operaçoes: Marco Antônio Areias Secco

Coordenador:
SENAI Rio Branco do Sul:
Coordenação Técnica:

Desenhos e Organização de Texto


SENAI Rio Branco do Sul

SENAI - PR 83
Produção Editorial
Diretoria de Tecnologia de Gestão da Informação
Pedro Carlos Carmona Gallego

CTME - Coordenação de Tenologia e Mídias Educacionais


Equipe Técnica
Orientação – Lucio Suckow
Revisão – José Carlos Klocker Vasconcellos Filho

Capa – Yuri Queiroz


Organização dos textos e imagens – Elaine Przybycien
Editoração – André Dias e Yuri Queiroz
Ilustração e tratamento de imagem – André Dias, Yuri Queiroz e Felipe Degasperi Aranega

CÓDIGO DE CATÁLOGO: 3608


DATA DE ELABORAÇÃO: 23/12/2008

84 Metrologia

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