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MANUTENÇÃO DE ROLAMENTOS

Curitiba / 2006

SENAI PR
2006. SENAI – Departamento Regional do Paraná
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte

FICHA CATALOGRÁFICA

S474m SENAI, DR
Manutenção de Rolamentos / Senai - Departamento Regional
Curitiba, 2006. 60 p.; il.

CDU: 62.233

Este material foi elaborado por uma equipe, cujos nomes encontram-se relacionados na
folha de créditos.

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Sumário

Apresentação ........................................................................................................................................................................................ 05

Introdução ............................................................................................................................................................................................... 07

1. Classificação de Rolamentos ................................................................................................................................................... 09

2. Tipos de rolamentos........................................................................................................................................................................ 11

2.1 ROLAMENTO RÍGIDO DE ESFERSAS .......................................................................................................................... 11


2.2 ROLAMENTO DE ESFERAS DE CONTATO ANGULAR ...............................................................................................12
2.3 ROLAMENTO DE AGULHAS..........................................................................................................................................12
2.4 ROLAMENTO DE ROLOS CILÍNDRICOS ......................................................................................................................13
2.5 ROLAMENTO AUTOCOMPENSADORES DE ROLOS ..................................................................................................14
2.6 ROLAMENTO AUTOCOMPENSADORES DE ESFERAS ..............................................................................................15
2.7 ROLAMENTO DE ROLOS CÔNICOS .............................................................................................................................15
2.8 ROLAMENTO AXIAIS DE ESFERAS .............................................................................................................................16
2.9 ROLAMENTO AXIAIS AUTOCOMPENSADORES DE ROLOS .....................................................................................16
2.10 ROLAMENTOS COM FURO CÔNICO ..........................................................................................................................17

3. Tipos de buchas ............................................................................................................................................................................... 19

3.1 BUCHA DE FIXAÇÃO .....................................................................................................................................................19


3.2 BUCHA DE DESMONTAGEM .........................................................................................................................................20
4. Estocagem e requisição de rolamentos .............................................................................................................................23

4.1 MONTAGEM DE ROLAMENTOS ....................................................................................................................................24


4.2 AJUSTE COM INTERFERÊNCIA NO EIXO ....................................................................................................................25
4.3 AJUSTE COM INTERFERÊNCIA NA CAIXA ..................................................................................................................28
4.4 ROLAMENTOS DE ROLOS CILÍNDRICOS ....................................................................................................................29
4.5 ROLAMENTOS DE ROLOS CÔNICOS ..........................................................................................................................29
4.6 ROLAMENTOS MONTADOS SOBRE BUCHAS ............................................................................................................32
4.7 BUCHA DE FIXAÇÃO .....................................................................................................................................................32
4.8 BUCHA DE DESMONTAGEM .........................................................................................................................................35
4.9 LUBRIFICAÇÃO COM GRAXA.......................................................................................................................................35
4.10 LUBRIFICAÇÃO COM ÓLEO .......................................................................................................................................35
4.11 TESTE DE FUNCINAMENTO ........................................................................................................................................36
4.12 O QUE VERIFICAR DURANTE A OPERAÇÃO ............................................................................................................37
4.13 LUBRIFICAÇÃO COM GRAXA.....................................................................................................................................39
4.14 LUBRIFICAÇÃO COM ÓLEOS .....................................................................................................................................39
4.15 INSPEÇÃO QUANDO A MÁQUINA ESTÁ PARADA....................................................................................................40

5. Desmontagem de rolamentos ..................................................................................................................................................43

5.1 AJUSTE COM INTERFERÊNCIA NO EIXO ....................................................................................................................44


5.2 AJUSTE COM INTERFERÊNCIA NA CAIXA ..................................................................................................................45
5.3 ROLAMENTOS MONTADOS SOBRE BUCHAS ............................................................................................................46
5.4 BUCHA DE FIXAÇÃO .....................................................................................................................................................47
5.5 BUCHA DE DESMONTAGEM .........................................................................................................................................48

6. Danificação de rolamentos ....................................................................................................................................................... 51

7. Execução de relatório de intervenção ................................................................................................................................. 55

8. Ferramentas de montagem e desmontagem ................................................................................................................... 57

8.1 FERRAMENTAS MECÂNICAS .......................................................................................................................................58

9. Créditos................................................................................................................................................................................................ 59

4 Manutenção de Rolamentos
Apresentação

Esta apostila foi elaborada com a finalidade básica de transmitir ao funcionário de manutenção, conhecimentos e técnicas
utilizadas na Manutenção de Rolamentos.

É certo que esta peça tão conhecida pode ser encontrada em praticamente todos os mecanismos da indústria que possuem
movimento.

Tamanha a sua importância que seria correto afirmar que o “Rolamento movimenta a Indústria”.

Dada à importância dos rolamentos, tem ainda esta apostila o objetivo de proporcionar uma melhoria na qualidade da manutenção
e, principalmente propiciar ao funcionário conhecimentos que trarão por conseqüência melhores condições de segurança no
trabalho, bem como, maior produtividade no desempenho das máquinas.

5 Manutenção de Rolamentos
Introdução

Os rolamentos são componentes mecânicos robustos que terão uma longa vida em serviço, especialmente se forem montados
corretamente e tiverem uma boa manutenção. A execução de uma montagem e desmontagem correta não deve apresentar
nenhuma dificuldade como: limpeza, precisão e cuidados são necessários, porém são requisitos normais e básicos ao lidar
com qualquer máquina. A manutenção dos mancais de rolamentos significa simplesmente que estes deverão ser montados
corretamente, lubrificados corretamente e muito bem protegidos contra umidade e sujeira. A eficiência desta proteção dependerá
do desenho da aplicação, das condições dos vedadores e também do lubrificante. A lubrificação ideal implica no uso do
lubrificante certo usado corretamente.

As máquinas são projetadas geralmente com base em fatores conhecidos, referentes às condições ambientais e requisitos
de operação. As instruções de manutenção também devem ser baseadas em condições de operações típicas ou similares.
Entretanto, o usuário possui informações adicionais das condições práticas dadas nesta apostila. No que se refere a: estoque de
reposição, tipos de rolamentos, montagem de rolamentos, desmontagem de rolamentos. Podemos assegurar que a manutenção
dos rolamentos aplicados não apresentará problemas.

7 Manutenção de Rolamentos
1. Classificação dos rolamentos

Os rolamentos são classificados em rolamentos de esferas ou rolamentos de rolos, dependendo do tipo de corpo rolante
empregado para transmitir a carga. Como as esferas à carga através de uma pequena área de contato, definida como um
contato puntiforme com a pista. Elas não podem suportar cargas tão elevadas como os rolos, que tem um contato linear com as
pistas. Por outro lado o atrito do rolamento será menor num rolamento de esfera do que em um rolamento de rolos.

Figura 01

9 Manutenção de Rolamentos
Os rolamentos de rolos podem ter rolos esféricos ou cônicos, ou rolos cilíndricos. Os principais tipos de rolamentos têm nomes
ligados ao formato de seus corpos rolantes, ou seja: rolamento de rolo cilíndrico, rolamento autocompensador de rolos e
rolamentos de rolo cônico.

Figura 02
2. Tipos de rolamentos

2.1 ROLAMENTOS RÍGIDOS DE ESFERAS

É sem dúvida o tipo mais comum de rolamentos, as esferas são relativamente grandes e correm em pistas em forma de canal.
Isto possibilita ao rolamento suportar cargas radiais e axiais. O rolamento pode trabalhar em altas rotações com lubrificação e
supervisão relativamente simples.

Os rolamentos rígidos de esfera são fabricados com uma placa de proteção ou de vedação em um ou ambos os lados. Esses
rolamentos são freqüentemente chamados de rolamentos blindados, ou ainda de rolamentos lubrificados para a vida.

Figura 03

11 Manutenção de Rolamentos
Vários tipos diferentes de placas (ou blindagem) são usados.

A mais simples é a placa de proteção “Z”, que é encaixada numa ranhura do anel externo e forma um vão estreito com um
recesso na face lateral do anel interno.

Uma modificação mais recente é a placa “LZ”, onde o espaço estreito é formado entre a placa e a superfície externa do anel
interno.

A placa “Z” está sendo substituída pela “LZ”, mais os rolamentos continuarão a ser marcados com a mesma letra “Z”.

Figura 04

2.2 ROLAMENTO DE ESFERAS DE CONTATO ANGULAR

Estes rolamentos mostram grandes similaridades com os rolamentos rígidos de uma carreira de esferas. A diferença é que as
pistas são inclinadas entre si formando um ângulo de contato. Conseqüentemente este rolamento pode suportar em um sentido,
cargas axiais mais altas que um rolamento rígido de esferas de igual tamanho. Entretanto não pode ser solicitado no sentido
oposto, já que não há pistas desse lado para suportar as cargas, Isto significa que um rolamento de esferas de contato angular
não pode ser usado.

Figura 05

12 Manutenção de Rolamentos
2.3 ROLAMENTO DE AGULHAS

Sobre o ponto de vista construtivo os rolamentos de agulhas se assemelham ao rolamento de rolos cilíndricos. As dimensões
dos rolos são os métodos de guiá-los. São características diferentes entre esses dois tipos de rolamentos. O diâmetro dos rolos
tipo agulha é pequeno geralmente de 1,5 a 5 mm, e o comprimento é normalmente 2,5 vezes o seu diâmetro. Os rolamentos
de agulha são fabricados em vários tipos diferentes e são indicados para aplicações cujo espaço radial é reduzido. Se o espaço
disponível é muito pequeno, os rolamentos de agulhas são usados sem o anel interno ou sem os dois anéis, ou seja, apenas
uma gaiola de agulhas.

Figura 06

2.4 ROLAMENTOS DE ROLOS CILÍNDRICOS

Os rolamentos de rolos cilíndricos são guiados por flanges incorporados no anel interno ou externo. O anel com o flange e a
gaiola retém os rolos formando um conjunto que pode ser separado do outro anel. A característica separável destes rolamentos
facilita a montagem e desmontagem, em certos casos estes rolamentos podem suportar elevadas cargas radiais, mas possuem
uma limitada capacidade para cargas axiais.

Figura 07

13 Manutenção de Rolamentos
Os rolamentos de uma carreira de rolos cilíndricos são fabricados em vários tipos possuindo várias disposições diferentes dos
flanges.

Tipos: “NU” – “N” – “NJ” – “NJ+HJ” – “NUP”

Figura 08

Os rolamentos de duas carreiras de rolos cilíndricos são fabricados para cargas radiais mais elevadas como operatrizes e
laminadores.

Figura 09

14 Manutenção de Rolamentos
2.5 ROLAMENTOS AUTOCOMPENSADORES DE ROLOS

Como foi dito anteriormente, os rolamentos de rolos são usados em aplicações onde há altas cargas. Como às vezes há também
a necessidade de compensar certos desalinhamentos, os rolamentos autocompensadores de rolos, têm duas carreiras de rolos
e uma pista esférica comum no anel externo. O rolamento é apresentado em duas construções principais: A original, com rolos
assimétricos guiados por um flange inteiriço, centralizado no anel interno, e a versão mais recente, com rolos simétricos e sem
o flange de guia no anel interno. Esse rolamento pode suportar tanto cargas radiais como axiais.

Figura 10

A propriedade de auto-alinhamento do rolamento autocompensador de rolos é usada para compensar deflexões do eixo, e erros
de alinhamento. Em alguns casos é usado para permitir movimentos predeterminados no eixo. Ex. Rolamentos em eixos de
vagões ferroviários, onde os alojamentos se inclinam devido ao sistema de suspensão utilizado. Quando um trem executa uma
curva, a caixa foge do seu alinhamento com o eixo.

Figura 11

15 Manutenção de Rolamentos
2.6 ROLAMENTO AUTOCOMPENSADOR DE ESFERA

Este rolamento possui duas carreiras de esfera, com uma pista esférica comum no anel externo. Esta é a última característica da
sua propriedade autocompensadora. Isto significa que o rolamento pode suportar um pequeno deslocamento angular no eixo em
relação à caixa. Um deslocamento angular desta espécie pode surgir como um resultado da deflexão do eixo, desnivelamento
da base, ou erros de montagem.

Figura 12

Os rolamentos autocompensadores são necessários em aplicações nas qual o eixo é suportado por rolamentos em caixas
separadas, uma vez que não é possível alinhar as caixas com suficiente precisão para prevenir inclinações dos rolamentos.

Como ilustração os rolamentos autocompensadores de esferas são usados largamente nas caixas padronizadas SKF, tipo SN
– SNA. Estes rolamentos usualmente têm furos cônicos e são montados sobre buchas de fixação.

Figura 13

16 Manutenção de Rolamentos
2.7 ROLAMENTOS DE ROLOS CÔNICOS

Os rolamentos de rolos cônicos têm um grande número de aplicações na indústria mecânica. Em um rolamento de rolos
cônicos a linha de ação de carga sobre o rolo forma um ângulo com o eixo do rolamento. Estes rolamentos são particularmente
recomendados quando agem com cargas combinadas (radial e axial). São separáveis, isto é, o anel externo (capa) e o anel
interno com a gaiola e os corpos rolantes (cone), podem ser montados separadamente. Esses rolamentos são sempre montados
em pares por suportarem cargas axiais somente em um sentido.

Figura 14

2.8 ROLAMENTO AXIAL DE ESFERA

Os rolamentos axiais de esfera de escora, mantida em posição por uma gaiola e dois anéis com pistas circulares de pouca
profundidade. O anel eixo tem um furo um tanto menor que o anel de caixa e é posicionado pelo eixo. O anel de caixa tem um
diâmetro externo um tanto maior que o anel de eixo.

Esse tipo de rolamento pode suportar carga axial em apenas um sentido e não resiste a cargas radias.

Figura 15

17 Manutenção de Rolamentos
2.9 ROLAMENTOS AXIAIS AUTOCOMPENSADORES DE ROLOS

Os rolamentos axiais autocompensadores de rolos, são usados para altas cargas axiais. A pista esférica da propriedade de
autocompensação ao rolamento. Podendo suportar elevadas cargas radiais tão bem quanto as axiais. É fabricado com dois
tipos de gaiolas:

a. Usinada em latão

b. Prensada em aço, indicada pelo sufixo “B”

Figura 16

2.10 ROLAMENTOS COM FURO CÔNICO

Certos tipos de rolamento tais como os autocompensadores de rolos e de esfera, são fabricados numa versão com furo cônico.
No caso de rolamento de tamanho médio a conicidade é pequena sendo de 1 por 12, e grandes rolamentos de 1 por 30.

Os rolamentos com furo cônico podem ser montados sobre bucha de fixação, bucha de desmontagem ou em eixos com assento
cônico.

12

Figura 17
3. Tipos de buchas

3.1 BUCHA DE FIXAÇÃO

É uma bucha de espessura fina, fendida que é posicionada sobre o eixo. Tem superfície externa cônica, que serve de assento
para o rolamento. A bucha possui a seção rosqueada para receber a porca de fixação. Essa porca é usada para deslocar o
rolamento na bucha até que esta se prenda firmemente no eixo. A porca é mantida na posição por arruela trava, quando a porca
estiver apertada, numa das pontas a arruela de trava é dobrada para dentro de um encaixe existente na porca. A lingüeta interna
da arruela de trava SAE encaixa numa ranhura da bucha que impede que a porca e a própria arruela girem.

Figura 18

19 Manutenção de Rolamentos
A bucha de fixação é geralmente empregada, quando os rolamentos devem ser montados em eixos lisos.

É fácil a montagem e desmontagem dos rolamentos em buchas de fixação e conseqüentemente estas são geralmente usadas
em arranjos simples de rolamentos empregando caixas padronizadas com base.

Figura 19

3.2 BUCHA DE DESMONTAGEM

A bucha de desmontagem, como a bucha de fixação, é fendida, mas não possui nenhuma porca, para empurrar o rolamento
sobre ela. A bucha de desmontagem ao contrário é empurrada por meio de uma porca posicionada no eixo. Uma porca “KM” do
mesmo tipo, usada com arruela de trava “MB”, na bucha de fixação pode ser usada para tal propósito para se retirar à bucha
de desmontagem, uma porca apropriada é posicionada na seção rosqueada da bucha e apertada contra o rolamento até que
ela solte.

Figura 20

20 Manutenção de Rolamentos
Os eixos fabricados com assentos cônicos são soluções onerosas. Conseqüentemente são raramente empregados, exceto em
máquinas de alta precisão ou altíssimas solicitações de cargas.

Figura 21

21 Manutenção de Rolamentos
Anotações

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4. Estocagem e requisição de rolamentos

Os rolamentos são banhados em um protetor contra ferrugem, antes de serem embalados, e podem ser armazenados em
suas embalagens originais por muitos anos. De preferência devem ser armazenados em locais onde a umidade relativa não
ultrapasse 60% e a temperatura ambiente seja constante. Rolamentos com placas de proteção, sufixo - “ZZ”, não deverão ser
armazenados por mais de dois anos, e os rolamentos com placas de vedação, sufixo - “ZRS”, não por mais de três anos. Esses
rolamentos são lubrificados para a vida, mas a graxa envelhece e se torna muito consistente se forem estocados por muito
tempo.

Assegure-se de que os rolamentos que não estão em sua embalagem original estejam limpos, bem protegidos com óleo ou
graxa, e envolvidos em papel parafinado de boa qualidade.

Figura 22

Para evitar parada longa na produção, devido à falta de rolamentos, é necessário assegurar que alguns destes estejam
prontamente disponíveis para reposição. Para isto é aconselhável saber, com antecedência, quais rolamentos são usados nas
máquinas.

23 Manutenção de Rolamentos
4.1 MONTAGEM DE ROLAMENTOS

Esta seção trata de métodos adequados para montagem de rolamentos.

Está dividida em subseções com os seguintes títulos:

ƒ Ajuste com interferência no eixo

ƒ Ajuste com interferência na caixa

ƒ Rolamentos de rolos cilíndricos

ƒ Rolamentos de rolos cônicos

ƒ Rolamentos dobre buchas

ƒ Aplicação do lubrificante

ƒ Teste de funcionamento e relatórios.

É necessário usar o método correto na montagem e observar as regras de limpeza para que o rolamento funcione satisfatoriamente
e alcance a vida calculada. A montagem deve ser feita preferivelmente em local seco e limpo. Máquinas que produzam partículas
metálicas, limalhas de ferro ou serragem, não deverão estar nas proximidades. Inicie a montagem selecionando as ferramentas
corretas para a tarefa, exemplos de ferramentas adequadas fornecidas pela fábrica podem ser vistos na página 36. Os
representantes poderão fornecer maiores detalhes, a pedido.

Inspecione cuidadosamente os componentes que posicionarão os rolamentos. Remova as rebarbas e limpe o eixo e os encostos.
Verifique a precisão de acordo com as dimensões dos assentos do eixo e da caixa, pois eles podem ter sido danificados durante
a desmontagem. Verifique os vedadores (retentores) e troque os que estão gastos ou danificados.

Figura 23

Caso o rolamento necessite ser substituído, não tire o rolamento novo de sua montagem. Não retire o protetor antiferruginoso do
rolamento, exceto sobre as superfícies com querosene ou aguarrás e seque com um pano limpo e isento de fiapos.

24 Manutenção de Rolamentos
Figura 24

4.2 AJUSTE COM INTERFERÊNCIA NO EIXO

Antes da montagem deve-se proteger ligeiramente os assentos do rolamento com uma camada de óleo fino, isto é feito a fim de
impedir avarias no eixo durante a montagem.

Figura 25

Nunca aplique golpes diretos nos rolamentos, sempre use um pedaço de tubo ou uma ferramenta similar. Caso contrário, os
anéis poderão trincar a gaiola e danificar, ou partículas de metal poderão destacar-se e causar avarias no rolamento quando
colocado em operação.

Figura 26

25 Manutenção de Rolamentos
Os rolamentos pequenos podem ser montados com ajuda de uma “caneca” ou um pedaço de tubo. O tubo deve ser bem limpo
e ter extremidades planas, paralelas e sem rebarbas.

Coloque a ferramenta contra o anel interno e aplique golpes, sempre distribuídos ao redor da face na extremidade do tubo, com
um martelo comum (os martelos de chumbo ou um outro metal macio não são indicados, visto que alguns fragmentos poderão
soltar-se e penetrar no rolamento). Verifique se o rolamento não entra enviesado no eixo.

Figura 27

Nunca aplique uma força contra o anel externo quando o rolamento for montado no eixo. As pistas e os corpos rolantes poderão
danificar-se facilmente e, em conseqüência, a vida do rolamento será consideravelmente reduzida.

Figura 28

Se o eixo possui roscas internas ou externas, estas poderão ser usadas na montagem do rolamento.

Figura 29

26 Manutenção de Rolamentos
Quando se dispõe de uma prensa mecânica ou hidráulica, esta poderá ser usada na montagem de rolamentos pequenos e
médios. Use uma “caneca” ou um pedaço de tubo limpo entre a prensa e o anel interno.

Figura 30

Os rolamentos grandes são montados com maior facilidade se forem primeiramente aquecidos a uma temperatura de 80 a 90ºC
acima da temperatura ambiente. Contudo, os rolamentos nunca deverão atingir uma temperatura acima de 120ºC. Um método
adequado para aquecer é o banho de óleo. O óleo deve ser limpo e ter um ponto de fulgor acima de 250ºC. Limpe um recipiente
adequado e despeje uma quantidade de óleo suficiente para cobrir completamente o rolamento. O rolamento não deve estar em
contato direto com a base do recipiente, devendo ser colocado numa plataforma ou calço adequado para evitar um aquecimento
direto. Aqueça o banho numa chapa elétrica, bico de gás ou com um equipamento similar.

Figura 31 Figura 32

Um rolamento nunca deverá ser aquecido usando uma chama direta.

Use luvas de proteção limpas ou panos limpos para segurar o rolamento aquecido. Escorra o excesso de óleo do anel externo
e enxugue o furo do rolamento. Empurre o rolamento rapidamente para sua posição.

Pressione o rolamento com força contra o ressalto até que ele tenha esfriado o suficiente para que o anel interno fique bem
encostado.

27 Manutenção de Rolamentos
Figura 33

4.3 AJUSTE COM INTERFERÊNCIA NA CAIXA

Proteja o assento com uma leve camada de óleo. Use uma “caneca” ou um pedaço de tubo limpo, mas coloque contra a face
do anel externo. Certifique-se de que o rolamento não entre enviesado na caixa. Uma prensa mecânica ou hidráulica poderá ser
usada também, para facilitar regras para montagem de rolamentos com ajuste e com interferência na caixa.

Figura 34

Poderá ás vezes, ser necessário aquecer a caixa para montar o rolamento. Normalmente uma pequena elevação de temperatura
será suficiente, pois raramente se emprega uma grande interferência na caixa. Uma lâmpada elétrica, uma ferramenta de
aquecimento, óleo quente ou uma chama direta, podem ser usados para aquecer a caixa. Se for usada uma chama direta, deve
ser tomado um grande cuidado, caso contrário à caixa poderá trincar ou deformar-se. Verifique as dimensões do assento após
aquecê-lo e não esqueça de limpá-los antes de montar o rolamento. Pressione fortemente o rolamento contra a face do encosto,
até que a caixa se resfrie suficientemente para que o rolamento tenha ajuste interno.

28 Manutenção de Rolamentos
Figura 35

4.4 ROLAMENTOS DE ROLOS CILÍNDRICOS

As partes separáveis dos rolamentos de rolos cilíndricos são geralmente montadas independentemente. Monte primeiramente
o anel separável e lubrifique ligeiramente sua pista. Depois de lubrificar os rolos, monte o outro anel que possui o conjunto de
rolos e gaiola. Introduza então este anel no anel separável, girando o eixo ou a caixa durante esta operação. Certifique-se que o
conjunto de rolos não se desalinhe na montagem, uma bucha de guia pode ser usada para evitar que isto aconteça.

Figura 36 Figura 37

Se o conjunto de rolos entrar enviesado, sem ter sido lubrificado ou girado durante sua entrada, um anel ou alguns rolos poderão
facilmente ser danificados.

4.5 ROLAMENTOS DE ROLOS CÔNICOS

A montagem dos rolamentos de rolos cônicos é um pouco mais complicada. Geralmente eles são ajustados para certo valor
de folga interna ou para uma dada pré-carga, usando molas ou calços (peças distanciadoras calibradas). Se as instruções do
fabricante da máquina não estiverem disponíveis a empresa deverá ser contatada para maiores informações.

29 Manutenção de Rolamentos
Figura 38

Os conjuntos de rolamentos de cubos de rodas usuais podem, porém, ser montados com relativa facilidade. Começa-se
montando os anéis externos no cubo, usando uma “caneca” ou um pedaço de tubo limpo. Verifique se os anéis realmente
atingem o encosto.

Figura 39

O cone (anel interno com rolos e gaiola) do rolamento de dentro deve-se então ser montado. Preencha os espaços existentes
entre os rolos com uma graxa adequada. Coloque a roda em sua posição e finalmente, monte o cone do rolamento de fora.

Figura 40

30 Manutenção de Rolamentos
Rosqueie a porca e aperte-a, girando a roda ao mesmo tempo. Quando a roda não puder mais girar com facilidade, solte a porca
apenas o suficiente para permitir que a roda gire livre novamente.

Figura 41

Verifique se possível, a folga do conjunto de rolamentos, por exemplo, balançando a roda, a caixa ou o eixo. Se os rolamentos
forem montados muito apertados, poderá ocorrer rapidamente uma danificação.

Figura 42

Se uma alta precisão for desejada, poderá ser usado um instrumento para medir a folga interna axial dos rolamentos. É importante
que durante a ajustagem e antes da medição, o eixo ou a caixa sejam girados algumas voltas, de forma que as extremidades
dos rolos ocupem suas posições corretas contra o flange de guia.

Figura 43

31 Manutenção de Rolamentos
4.6 ROLAMENTOS MONTADOS SOBRE BUCHAS

O anel interno dos rolamentos com furo cônico é sempre montado com um ajuste interferente, geralmente em uma bucha de
fixação ou de desmontagem. O grau de interferência depende da distância que o rolamento é deslocado sobre a superfície
cônica. A folga interna radial original do rolamento é deslocada sobre a superfície cônica. A folga interna radial original do
rolamento é gradualmente reduzida, á medida que o rolamento é deslocado. Esta redução de folga é, portanto, uma medida do
grau de interferência.

Figura 44

4.7 BUCHA DE FIXAÇÃO

Coloque a bucha no eixo, no local marcado antes da desmontagem, isto pode ser feito com facilidade, se o rasgo da bucha
for aberto levemente, usando uma chave de fenda, por exemplo. Se, por algum motivo, a posição da bucha no eixo não for
marcada, então a posição correta do rolamento deve ser estabelecida, para então colocar a bucha em relação a este. Em
certos casos, uma montagem simulada dos rolamentos pode ser necessária, para certificar-se de que a bucha está posicionada
corretamente.

Figura 45

32 Manutenção de Rolamentos
Remova o protetor antiferruginoso do furo do rolamento antes da montagem. Coloque o rolamento na bucha e rosqueie a porca
de fixação. Desloque o rolamento na bucha apertando a porca.

Figura 46

Ao montar um rolamento autocompensador de esferas sobre a bucha de fixação, a redução da folga interna radial deve ser
verificada, girando o rolamento e desalinhando o anel externo. Quando a porca tiver atingido o aperto correto, será possível girar
o anel externo com facilidade, mas começará a haver certa resistência ao tentar desalinhá-lo.

Figura 47

Antes de montar os rolamentos autocompensadores de rolos em buchas de fixação, a folga interna radial deve ser medida com
um calibrador de lâminas. Coloque o rolamento de pé na bancada, gire o anel interno algumas vezes para que os rolos assumam
suas posições corretas, então introduza a lâmina do calibrador entre o rolo superior e a pista do anel externo. Use uma lâmina
fina para começar e aumente gradualmente a espessura, até que a lâmina entre bem justa. A folga medida deverá ser a mesma
para ambas carreiras de rolos.

33 Manutenção de Rolamentos
Figura 48

Verifique a redução da folga várias vezes durante a montagem. Meça a folga entre o rolo da posição mais inferior e a pista do
anel externo.

Figura 49

Cargas pesadas, altas rotações e grandes diferenças de temperatura entre os anéis interno e externo (anel interno mais quente
que o externo) indicam que uma grande folga interna residual é necessária. Em tais casos, um rolamento tendo uma folga
interna radial maior que a normal, por exemplo, C3 ou C4, é geralmente usado, sendo montado com a máxima redução de folga
indicada na tabela. Se o anel externo aquecer mais que o anel interno, um rolamento com uma folga interna inicial menor que
a normal será geralmente usado.

Retire a porca de fixação após ter deslocado o rolamento e coloque a arruela de trava. Aperte novamente à porca. Dobre a
orelha da arruela de trava de tal forma que encaixe em um dos rasgos da porca. Meça novamente a folga residual e veja se não
foi alterada.

Figura 50

34 Manutenção de Rolamentos
4.8 BUCHA DE DESMONTAGEM

Coloque a bucha de desmontagem no furo do rolamento usando uma “caneca” ou um pedaço de tubo limpo. Verifique o
deslocamento da bucha de desmontagem, medindo a redução da folga interna radial do rolamento.

Figura 51

4.9 LUBRIFICAÇÃO COM GRAXA

Preencha o espaço entre as esferas ou rolos com uma graxa adequada para as condições de operação. O espaço livre ao redor
do rolamento deverá ser preenchido entre um terço e a metade com a mesma graxa. Caso o rolamento operar em altas rotações,
a quantidade de graxa no espaço livre deve ser um pouco menor que um terço desse espaço. E quando o rolamento operar em
rotações muito baixas, o espaço livre poderá ser inteiramente completado com graxa.

Figura 52

4.10 LUBRIFICAÇÃO COM ÓLEO

Use óleo do tipo recomendado pelo fabricante da máquina e complete até o nível especificado. Se houver também um nível de
óleo em operação, verifique se está correto.

35 Manutenção de Rolamentos
Figura 53

4.11 TESTE DE FUNCIONAMENTO

São feitos no primeiro período de trabalho após a partida da máquina, a fim de que algum erro possa ser eliminado.

Observe o comportamento do rolamento imediatamente após o começo da operação, como indicado nas páginas 32 a 35. Se
houver uma ligeira dúvida quanto à performance dos rolamentos, deve-se parar a máquina e examiná-la cuidadosamente.

Figura 54

Os dados de montagem, como a data, a designação completa do rolamento, resultados das verificações das dimensões de
eixos e caixas, folga interna radial antes e depois da montagem, o lubrificante usado, etc., devem ser anotados em forma de
relatório. Um cronograma de manutenção deve ser anexado ao relatório, dando detalhes da relubrificação, rotinas de inspeção,
temperatura de trabalho, etc.

Se isto for feito, um bom registro do rolamento será obtido, e qualquer reposição futura poderá ser planejada com
antecedência.

36 Manutenção de Rolamentos
Figura 55

4.12 O QUE VERIFICAR DURANTE A OPERAÇÃO

Rolamentos montados em máquinas onde sua paralisação ocasionará sérias conseqüências deverão ser verificados regularmente.
Rolamentos em aplicações menos críticas, ou operando sob condições não muito solicitadas, podem normalmente ficar sem
atenção especial, pelo menos ver se estão bem lubrificados. Esta seção trata de rotinas de verificação e está dividida em quatro
subseções com os seguintes títulos:

ƒ OUÇA

ƒ SINTA

ƒ OBSERVE

ƒ LUBRIFIQUE

Ouça

Coloque um bastão de madeira ou uma chave de fenda ou objetos similares contra o alojamento o mais perto possível do
rolamento. Ponha o ouvido na outra extremidade e ouça. Se tudo está bem, deverá ser ouvido um ruído suave. O som de um
rolamento danificado é bem diferente, podendo apresentar características irregulares. Um ruído uniforme, porém metálico,
indica falta de lubrificação.

Figura 56

37 Manutenção de Rolamentos
Sinta

Verifique a temperatura da aplicação usando um termômetro, giz sensitivo ao calor, ou simplesmente colocando a mão no
alojamento do rolamento. Se a temperatura parecer mais alta que a normal, ou com variações bruscas, isto indica que algo
está errado. Isto pode ser também por: pouca ou excesso de lubrificação, sujeira que tenha penetrado no rolamento, por
estar sobrecarregado. Pois o rolamento está começando a se danificar, por folga interna muito pequena, por estar “preso”
axialmente os retentores ficam com muita pressão ou porque o calor provém de uma fonte externa. Lembre-se, entretanto, que,
imediatamente após a relubrificação, um aumento de temperatura será natural e pode durar um ou dois dias.

Figura 57

Observe:

Assegure-se de que o lubrificante não escape através de vedadores defeituosos ou bujões insuficientemente apertados.
Geralmente as impurezas mudam a cor do lubrificante, enegrecendo-o. Verifique as condições dos vedadores próximos aos
rolamentos, assegurando-se de que eles não permitam, por exemplo, que os líquidos quentes ou corrosivos e gases penetrem
no conjunto.

Quando existe um sistema de lubrificação automático, este deverá ser verificado periodicamente quanto ao seu
funcionamento.

Figura 58

38 Manutenção de Rolamentos
4.13 LUBRIFICAÇÃO COM GRAXA

A relubrificação deve obedecer às instruções do fabricante da máquina, ou às recomendações dadas na página 30. Limpe a
engraxadeira antes de injetar graxa nova. Quando a caixa do rolamento não possuir engraxadeira, a relubrificação deverá ser
efetuada na parada programada da máquina. As tampas deverão ser removidas para retirar toda graxa usada antes de colocar
graxa nova. Quando a caixa do rolamento não possuir engraxadeira, a relubrificação deverá ser efetuada na parada programada
da máquina. As tampas deverão ser removidas para retirar toda a graxa usada antes de colocar a graxa nova. Ver “Aplicação de
Lubrificante” na página 30. Mesmo que as caixas possuam engraxadeiras, a graxa usada deve ser removida e substituída por
nova, de tempos em tempos, após abrí-las e lavar os componentes.

Figura 59

4.14 LUBRIFICAÇÃO COM ÓLEOS

Verifique sempre o nível de óleo e complete-o, se necessário. Certifique-se de que o respiro do indicador de nível esteja
desobstruído. Quando se efetuar a troca do óleo, ele deverá ser drenado completamente, e o conjunto lavado com óleo limpo,
de preferência o mesmo que será utilizado para reposição. Na lubrificação em banho de óleo, geralmente é suficiente efetuar
a troca uma vez ao ano, desde que a temperatura de trabalho não ultrapasse 50ºC, e não haja contaminação. Quando a
temperatura for maior que 50°C o óleo deverá ser trocado com maior freqüência, ou seja, acima de 100°C quatro vezes ao ano,
acima de 120°C uma vez por mês e acima de 130°C uma vez por semana.

Figura 60

39 Manutenção de Rolamentos
4.15 INSPEÇÃO QUANDO A MÁQUINA ESTÁ PARADA

Da mesma forma que outros componentes de máquinas, os rolamentos devem também ser inspecionados e limpos, há
intervalos regulares de tempo. Esta inspeção de manutenção deverá ser feita preferivelmente durante as paradas programadas
da máquina, ou quando a máquina for desmontada por alguma razão, tanto para inspeção como para reparos.

Figura 61

Inicie a operação de inspeção cuidando primeiro da área de trabalho, a qual deverá ser a mais limpa e seca possível. Verifique
quais os rolamentos disponíveis em estoque caso seja necessário trocar algum. Caso os desenhos estejam disponíveis, eles
deverão ser estudados antes do início do trabalho de manutenção.

Limpe as superfícies externas e anote a seqüência de remoção dos componentes da máquina, como também suas posições
relativas. Deve-se tomar cuidado para não estragar os vedadores de labirinto no momento de sua remoção: nunca use muita
força para remover os vedadores. Inspecione os vedadores e os outros componentes do conjunto.

Figura 62

Verifique o lubrificante. Vários tipos de impurezas podem ser sentidos esfregando o lubrificante entre os dedos uma fina camada
poderá ser espalhada nas costas da mão para inspeção visual.

40 Manutenção de Rolamentos
Figura 63

Assegure-se de que a sujeira e a umidade não possam penetrar na máquina, após a remoção das tampas e vedadores. Proteja
a máquina, rolamentos e assentos com papel parafinado, plástico ou material similar, caso o trabalho seja interrompido. Evite o
uso de estopa que poderá contaminar o rolamento com fiapos.

Figura 64

Lave o rolamento exposto, onde é possível fazer uma inspeção sem desmontá-lo.

Use um pincel molhado em aguarrás ou querosene e seque com um pano limpo e isento de fiapos ou ar comprimido (assegure-
se de que nenhum componente do rolamento entre em rotação). Nunca lave rolamentos blindados (com duas placas de proteção
ou vedação).

Figura 65

41 Manutenção de Rolamentos
Um pequeno espelho com haste semelhante ao dos dentistas, pode ser útil na inspeção das pistas, gaiola e corpos rolantes do
rolamento.

Se os rolamentos estão perfeitos, estes deverão ser relubrificados de acordo com as instruções dadas pelo fabricante da
máquina ou pelas recomendações dadas na página 30. Recoloque cuidadosamente os vedadores e as tampas.

42 Manutenção de Rolamentos
5. Desmontagem de rolamentos

Esta seção contém sugestões e instruções sobre a melhor maneira de desmontar rolamentos. Está dividida em subseções, com
os seguintes títulos:

ƒ AJUSTE COM INTERFERÊNCIA NO EIXO

ƒ AJUSTE COM INTERFERÊNCIA NA CAIXA

ƒ ROLAMENTOS MONTADOS SOBRE BUCHA

ƒ INSPEÇÃO DE ROLAMENTOS DESMONTADOS

Nunca desmonte os rolamentos que estão em boas condições a não ser que seja absolutamente necessário!

Caso o rolamento deva ser desmontado, é aconselhável marcar a posição relativa de desmontagem, por exemplo: Qual a seção
do rolamento que está para cima, qual o lado que está de frente...? O rolamento deverá ser montado novamente na mesma
posição.

Inicie a desmontagem pela seleção correta das ferramentas a serem utilizadas exemplos de ferramentas adequadas,
fornecidas pelo fabricante podem ser vistas na página 51. Os representantes poderão fornecer maiores detalhes e tipos dessas
ferramentas.

Lembre-se de manusear os rolamentos com cuidado. Garanta um bom apoio ou escora para o eixo, caso contrário os rolamentos
poderão ser danificados pelas altas forças normalmente originadas na desmontagem.

43 Manutenção de Rolamentos
Figura 66

5.1 AJUSTE COM INTERFERÊNCIA NO EIXO

Se o rolamento é montado com interferência no eixo, deverá ser usado um extrator (ou saca-polia). As garras deverão apoiar
diretamente na face do anel interno. Os rolamentos grandes podem ser desmontados facilmente com auxílio das ferramentas
hidráulicas.

Figura 67

Quando não é possível alcançar a face do anel interno, o saca-polia poderá ser aplicado na face do anel externo. Entretanto, é
muito importante que o anel externo seja girado durante a desmontagem, distribuindo os esforços pelas pistas e evitando que
os corpos rolantes marquem estas em pontos localizados. Nesse caso o parafuso deverá ser travado, ou segurado, com uma
chave e as garras é que deverão ser giradas com a mão ou com uma alavanca.

Figura 68

44 Manutenção de Rolamentos
Se não se dispõe de saca-polia, poderá ser usado um punção de ferro ou metal mole com ponta arredondada, ou outra ferramenta
similar. Este deverá ser aplicado na face do anel interno. É muito importante que o rolamento não receba golpes de martelo
diretamente. Contudo deve-se tomar cuidado com este método, pois é muito fácil danificar o eixo e o rolamento.

Figura 69

5.2 AJUSTE COM INTERFERÊNCIA NA CAIXA

Quando o rolamento já possui ajuste com interferência na caixa, por exemplo, em uma roda este pode ser desmontado usando
uma “caneca” ou um pedaço de tubo, na qual se aplicam golpes uniformes ao redor de sua extremidade. As faces do tubo
deverão ser planas e livres de rebarbas.

Figura 70

Use um punção de ferro ou metal mole com ponta arredondada ou ferramenta similar, caso haja um ressalto entre os rolamentos.
Os esforços devem ser aplicados sempre no anel externo.

Figura 71

45 Manutenção de Rolamentos
O conjunto do anel interno de um rolamento autocompensador de rolos ou de esferas pode ser desalinhado, permitindo assim
o uso de um saca-polia do anel externo.

Figura 72

5.3 ROLAMENTOS MONTADOS SOBRE BUCHAS

Os rolamentos autocompensadores de rolos ou esferas são geralmente montados com buchas de fixação ou de desmontagem.
A vantagem do uso dessas buchas é que o assento do eixo não necessita de uma usinagem precisa, além de facilitar muito a
montagem e desmontagem dos rolamentos. A figura mostra da esquerda para a direita, a porca de fixação, a arruela de trava,
o rolamento e a bucha de fixação.

Figura 73

46 Manutenção de Rolamentos
5.4 BUCHA DE FIXAÇÃO

A desmontagem só deve ser iniciada após marcar a posição da bucha sobre o eixo. Em seguida endireite a orelha da arruela de
trava dobrada no rasgo da porca de fixação e solte, de algumas voltas na porca.

Figura 74

Coloque uma “caneca” ou um pedaço de tubo contra a porca de fixação e aplique fortes golpes distribuídos uniformemente até
que o rolamento solte da bucha.

Figura 75

Quando a face da porca é inacessível, ou quando não existe um espaçador entre o anel interno e o encosto do eixo, a ferramenta
deve ser aplicada na face do anel interno do rolamento.

Figura 76

47 Manutenção de Rolamentos
5.5 BUCHA DE DESMONTAGEM

Para rolamentos de tamanho pequeno ou médio, a bucha pode ser removida usando uma porca de fixação similar à usada
em buchas de fixação. Lembre-se de lubrificar os fios da rosca e a face adjacente ao rolamento com pasta de bissulfeto de
molibdênio.

Figura 77

Aperte a porca usando a chave de gancho ou de batidas, até que o rolamento seja liberado. Se a bucha se sobressair no final
do eixo, um suporte adequado deverá ser utilizado. Os rolamentos grandes podem facilmente ser desmontados com o auxílio
da porca hidráulica.

Figura 78

Se a bucha é pequena, um punção de metal mole poderá ser usado no lugar de uma chave de gancho.

Figura 79

48 Manutenção de Rolamentos
Quando o rolamento for desmontado, este deverá ser inspecionado. Primeiro lave-o com querosene ou aguarrás e seque-o
cuidadosamente com um pano limpo e isento de fiapos ou ar comprimido (assegure que nenhum componente do rolamento entre
em rotação). As pistas e os corpos rolantes devem ser inspecionados para verificar se existem sinais de danificações. Entretanto
os rolamentos blindados, com duas placas de proteção ou de vedação, não poderão ser lavados e, conseqüentemente, não
poderão ser inspecionados.

Figura 80

Gire o anel externo e verifique se o ruído do anel é normal.

Figura 81

Um rolamento que não está danificado, isto é, que não possui marcas ou outros defeitos nas pistas dos anéis, corpos rolantes
ou gaiolas, e gira uniformemente sem ter folga interna radial anormalmente grande, pode ser então montado novamente sem
risco algum.

49 Manutenção de Rolamentos
Caso a designação desse rolamento não conste no catálogo da máquina, recomendamos registrá-los, para futuras referências.
Esta designação poderá ser encontrada usualmente em uma das faces laterais do anel externo ou interno do rolamento.

Figura 82

50 Manutenção de Rolamentos
6. Danificação de rolamentos

Esta seção trata dos diferentes tipos de danificações em rolamentos e suas prováveis causas. Caso o rolamento apresente
falhas, a razão deve ser investigada e sua provável causa eliminada. As causas típicas de danificação são:

ƒ Falha de montagem;

ƒ Falha de lubrificação;

ƒ Materiais estranhos ao rolamento;

ƒ Contaminação com água;

ƒ Erros de forma do eixo ou da caixa;

ƒ Vibrações;

ƒ Passagem de corrente elétrica;

ƒ Fadiga do material.

Desmonte o rolamento danificado. Caso a gaiola seja rebitada, remova alguns rebites e separe a gaiola, usando uma chave de
fenda ou ferramenta similar. As dez ilustrações a seguir mostram exemplos típicos de danificações em rolamentos.

Geralmente estas danificações tomam a forma de descascamento (spalling), ou seja: fragmentos de material soltam das
pistas.

O descascamento inicial é normalmente muito pequeno, mas devido ao aumento de tensões nas bordas e aos fragmentos
carregados pelo lubrificante, à área descascada começa a se espalhar.

51 Manutenção de Rolamentos
Figura 83

Quando o rolamento for montado incorretamente, por exemplo, deslocado exageradamente sobre uma bucha de fixação ou um
assento cônico, este poderá ficar sobrecarregado. A foto mostra o descascamento da pista do anel externo causada por uma
sobrecarga radial.

Figura 84

A sobrecarga axial pode ocorrer, por exemplo, quando o rolamento estiver bloqueado axialmente. A danificação mostrada foi
causada pelo espaço insuficiente para o rolamento se deslocar em sua caixa, fazendo com que este não pudesse acompanhar
o deslocamento axial do eixo, que ocorreu devido à expansão térmica.

Figura 85

52 Manutenção de Rolamentos
Quando um rolamento, que deve ser montado com interferência no eixo, é introduzido através de golpes no anel externo, este
tipo de danificação mostrada pode ocorrer. Uma danificação semelhante pode também ocorrer quando os golpes são dirigidos
contra uma ponta de eixo ou uma polia sem uma escora adequada. Desta forma podem surgir facilmente marcas (endentações)
nas pistas e corpos rolantes, as quais encurtarão a duração do rolamento.

Figura 86

Um rolamento que foi lubrificado inadequadamente terá um alto polimento nas pistas, e poderá apresentar microtrincas
superficiais do material. De qualquer modo, a gaiola deverá ser normalmente o primeiro componente a falhar e as esferas ou
rolos poderão travar, resultando em um completo travamento do rolamento. O rolamento poderá esquentar muito, quando a
lubrificação disponível for insuficiente, falhando devido à conseqüente redução na resistência do material.

Figura 87

Caso materiais estranhos, em forma de partículas sólidas, entrarem no rolamento, danificações poderão ocorrer facilmente. As
partículas causam endentações nas pistas e corpos rolantes, e eventualmente segue o descascamento. Materiais estranhos
podem penetrar no rolamento durante a montagem, mas geralmente as causas desta penetração são vedadores inadequados.

53 Manutenção de Rolamentos
Figura 88

Os componentes dos rolamentos são normalmente metálicos, portanto sensíveis ao ataque de água, particularmente água
salgada. A condensação que resulta das mudanças súbitas de temperatura, pode ser suficiente para causar a corrosão.
Lubrificantes inadequados podem também gerar corrosão.

Figura 89

A ovalização do assento da caixa ou do eixo pode resultar em danificações as quais freqüentemente aparecem em pontos
diametralmente opostos no anel do rolamento. Outros erros de forma podem também gerar danificações. Um cavaco metálico
deixado entre a caixa e o anel externo pode causar uma variação de forma suficiente para danificar a pista desse anel.

Figura 90

54 Manutenção de Rolamentos
7. Execução de relatório de intervenção

NO
VOTARANTIM RELATÓRIO DE INTERVENÇÃO DE MANUTENÇÃO
36
EQUIPAMENTO IDENTIFICAÇÃO HORIMETRO TIPO DE MANUTENÇÃO

CORREIA TRANSPORTADORA K3A01 56325,6 P. P.


SEÇÃO: DATA/HORA INÍCIO DATA/HORA TÉRMINO TOTAL HORAS TOTAL HOMENS / HORA

MECÂNICA I 25/04/90 08:00 25/04/90 15:00 06:00 06:00


SOLICITADO POR: HORA: HOMENS/HORA:

FICHA M. P. P. 07:30 A B C D
ANOMALIA: INSPEÇÃO PREVENTIVA - ROLAMENTO COM FOLGA ACIMA DA NORMAL

CAUSA: DESGASTE NORMAL POR TEMPO DE FUNCIONAMENTO.

SERVIÇOS EXECUTADOS: - SOLICITADO AO OPERADOR PARA PARAR A MÁQUINA E O AVISAMOS DOS NOSSOS TRABALHO.

- NO LOCAL FOI DESLIGADO A CHAVE DE BLOQUEIO E INICIADO A LIMPEZA NA TORIZAÇÃO E SOBRE OS MANCAIS DOS

ROLOS. DE TRAÇÃO E RETORNO. ABERTO TODOS OS MANCAIS E RETIRADO AGRAXA VELHA E COM AUXÍLIO DE UM CALIBRADOR

FOI MEDIDO AS FOLGAS DOS ROLAMENTOS.

- ROLO DE TRAÇÃO LADO A = 0,05 - LADO B = 0,15

- ROLO DE RETORNO LADO A = 0,05 - LADO B = 0,05

55 Manutenção de Rolamentos
- REQUISITADO UM NOVO ROLAMENTO NO ALMOXARIFADO E EXECUTADO A TROCA, NO ROLO DE TRAÇÃO LADO B (FOLGA 0,05).

- LUBRIFICADO TODOS OS ROLAMENTOS COM GRAXA NOVA E FECHANDO TODOS OS MANCAIS, VERIFICANDO O BOM ESTADO

DAS VEDAÇÕES ENTRE MANCAL E EIXO.

- EFETUADO TESTE COM A MÁQUINA EM MOVIMENTO POR 30 MINUTOS, OBSERVANDO RUÍDOS E TEMPERATURAS.

- LIBERADO A MÁQUINA PARA O OPERADOR E EFETUADO LIMPEZA NO LOCAL.

PEÇAS UTILIZADAS: 0L ROLAMENTO NO 22211 CCK.

OBSERVAÇÕES: NECESSÁRIO A CONFECÇÃO DE PROTEÇÃO PARA AS CORREIAS DE ACIONAMENTO. P = 1 X 8.

HOUVE INTERRUPÇÃO NO PROCESSO SIM NÃO CHEFE DE SEÇÃO SUPERVISOR EXECUTANTE


O SERVIÇO EXECUTADO É PROVISÓRIO SIM NÃO
____/____/_____. 25/04/1990. 25/04/1990. - José Maria

CAB - R - 24 GRÁFICA INTERNA

56 Manutenção de Rolamentos
8. Ferramenta de montagem e
desmontagem

A porca hidráulica é rosqueada no eixo ou na bucha, o óleo é injetado na porca (C) de forma que seu pistão (D) pressiona o anel
interno do rolamento contra uma porca ou placa parafusada no topo do eixo. O óleo é ressionado por meio de uma bomba ou
de um injetor de óleo, que também é fornecido pela fábrica.

A figura abaixo ilustra a desmontagem do mesmo rolamento. A porca foi solta algumas voltas. Quando o óleo é injetado entre o
rolamento e seu assento, o rolamento desliza para fora e é detido pela porca.

Figura 91

57 Manutenção de Rolamentos
8.1 FERRAMENTAS MECÂNICAS

Figura 92

58 Manutenção de Rolamentos
9. Créditos

SENAI - Departamento Regional do Paraná

Diretor Regional: Carlos Sérgio Asinelli

Diretor de Operações: Luiz Henrique Bucco

Coordenação de Qualificação e Aperfeiçoamento Profissional

Coordenação Técnica:

SENAI Rio Branco do Sul

Desenhos e Organização de Texto

SENAI Rio Branco do Sul

59 Manutenção de Rolamentos
Produção Editorial

Equipe Técnica

Orientação e revisão geral – Tânia Regina Rover Virmond

Revisão – José Carlos Klocker Vasconcellos Filho

Projeto Gráfico – Ana Célia Souza França e Priscila Bavaresco

Organização dos textos e imagens – Elaine Przybycien

Editoração – Dalva Cristina da Silva e Giovana da Silva dos Santos

Tratamento de imagens – Clayton Tolomiotti Rezende, Felipe Degasperi Aranega e Yuri Queiroz

CÓDIGO DE CATÁLOGO: 0302XA0100903

DATA DE ELABORAÇÃO: 16/10/2006

60 Manutenção de Rolamentos

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