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TEMA: O DESAFIO DA REGULAMENTAÇÃO DOS MOTOBOYS: VÍNCULO EMPREGATÍCIO VERSUS

AUTONOMIA PROFISSIONAL.

Formulação do problema; A regulamentação da relação trabalhista entre motoboys e empresas de


tecnologia, com o reconhecimento de vínculo empregatício, em detrimento da autonomia do
profissional, seria vantajosa aos trabalhadores?

Hipótese

Observa-se que os motoboys ainda não contam com uma regulamentação específica para
sua profissão, e possivelmente alguns deles preferem manter sua autonomia, evitando um vínculo
empregatício.

Uma maneira de auxiliá-los poderá se permitir que optem por contribuir com o INSS por
conta própria, assegurando assim uma renda na aposentadoria e uma rede de segurança financeira
para eventuais imprevistos que os afastem de suas atividades.

Variáveis: verificar com o professor se é necessário por.

Objetivo Geral: Desenvolver uma estrutura de regulamentação que equilibre o reconhecimento do


vínculo empregatício com a manutenção da autonomia profissional, visando ao aprimoramento das
condições de trabalho dos motoboys e à sustentabilidade das operações das empresas de
tecnologia.

Objetivos Específicos:

 Rever e adaptar as leis trabalhistas existentes para garantir que sejam adequadas à natureza
especifica do trabalho dos motoboys e às demandas das empresas de tecnologia;
 Definir critérios específicos que determinem quando um motoboy deve ser considerado um
funcionário com direitos trabalhistas e quando ele pode ser classificado como um prestador
de serviço autônomo;
 Desenvolver diretrizes que permitam aos motoboys tomar decisões relacionadas à sua rota,
horários e métodos de trabalho, de modo a preservar a flexibilidade e a independência
profissional.

JUSTIFICATIVA:
A adaptação tecnológica ao mercado de trabalho trouxe consigo possibilidades que, em
tempos passados, seriam consideradas inimagináveis. Nos dias de hoje, essas inovações moldam o
cotidiano do mercado popular.

Os aplicativos tomaram conta dos serviços de entrega e transporte de curtas distâncias,


definindo as regras desse setor econômico e reestruturando o controle, a organização e a forma
como os produtos chegam aos consumidores finais. Como resultado, surgem algoritmos que
controlam a força de trabalho, expondo e desvalorizando aqueles que deveriam ser protegidos por
lei, ao mesmo tempo que os colocam em situações perigosas e desprovidos de apoio necessário.

Recordaremos dos desafios sem precedentes que enfrentamos em 2020 devido à pandemia
de COVID-19. Enquanto a maioria das pessoas se viu forçada a permanecer em suas casas, devido às
medidas de isolamento emergencial, os motoboys desempenharam um papel crucial na linha de
frente. Eles garantiram que a roda do mercado continuasse a girar, realizando entregas de
alimentos, documentos, medicamentos e outros produtos essenciais. Isso ocorreu mesmo com o
risco de exposição à contaminação, tudo para assegurar que a sociedade não enfrentasse escassez
de suprimentos.

Para muitos, as entregas se tornaram a única opção de sobrevivência após a paralisação do


mercado de trabalho formal. Diante da necessidade de ganhar a vida e da crescente demanda por
serviços de entrega, um número significativo de pessoas de diversas áreas encontrou nessa atividade
uma oportunidade de emprego. Esse rápido crescimento na demanda e no número de profissionais
de entrega foi uma resposta às circunstâncias excepcionais do momento.

O projeto busca aprimorar as condições de trabalho dos motoboys, respeitando sua


natureza autônoma. Ao mesmo tempo, ele visa a estabelecer um ambiente de trabalho justo e
equitativo que beneficie tanto a classe de motoboys quanto as empresas que dependem de seus
serviços. O objetivo é melhorar as condições de trabalho, garantindo a autonomia desejada pelos
motoboys, sem necessariamente transformá-los em funcionários com registro em carteira (CLT),
promovendo, assim, um equilíbrio entre todas as partes envolvidas.

O tema nos chamou a atenção, e identificamos a necessidade de apoiar essa classe, que
frequentemente enfrenta desafios na sociedade.

Iniciaria o Referencial Teórico

1. A “UBERIZAÇÃO” DO MERCADO DE TRABALHO


O impacto desta nova forma de trabalho, acarretou na mercantilização na forma de
serviços prestados, não existindo um vínculo que assegure a situação econômica da parte
trabalhadora, surgindo assim a alcunha “uberização”, processo onde é usado um bem
privado para oferecer serviços para empresas com plataformas digitais, este novo modelo,
apesar de contestado, adere cada vez mais adeptos sendo a categoria que mais cresceu
nos últimos anos em busca do sustento para si e sua família, e com isso acaba preso nesse
sistema, incentivado com base em uma ideologia que prega o sucesso dependendo
exclusivamente do trabalhador obrigando-o a correr cada vez mais, para realizar mais
serviços e receber mais dinheiro em cima disso.

Para o motofrentista esse fenômeno lhe traz encargos além dos que já seriam seus
como subalterno, lhe deixa em situação precária tanto quanto sua saúde quanto pela sua
segurança, sendo levados à exaustão a fim de bater metas inalcançáveis, isso, somada a
displicência que permeia o trânsito dos grandes centros urbanos leva a acidentes por vezes
irremediáveis. Vale salientar que essa proatividade sistemática não serve para gratificar o
trabalhador, por mais que o ofereça desafios a serem batidos, esse algoritmo não lhes
recompensa, pelo contrário, distribui em média mais serviços aqueles que permanece
online, desconsiderando aquele prestador de serviço eventual.

2. o serviço fundamental em meio a pandemia

No decorrer do ano de 2020, enquanto muitos se viam na obrigação de estar


confinados em suas casas em estado de isolamento emergencial, os motoboys agiam na
linha de frente fazendo com que a engrenagem do mercado girasse, seja entregando
alimentos, documentos, remédios ou o que quer que fosse necessário, essa classe de
trabalhadores teve que se expor a contaminação nas turbulências para que não faltasse
mantimentos em meio a pandemia, boa parte dos que ingressaram nessas atividades viram
como essa a única opção após a paralisação do mercado de trabalho formal, sendo
obrigado a ganhar a vida através das entregas, que decorrente da paralisação teve um
aumento exponencial, tanto na demanda de serviço quanto nos novos profissionais vindo de
outras áreas.

Com o aumento da produção houve a necessidade de mudança na forma com que


era realizados os serviços e a obrigação de deixar clara as reivindicações que se formavam,
através do sindicato de motociclistas (Sindimoto) foram feitas diversas manifestações
exigindo transparência e atacando três principais pontos, a queda no valor das taxas de
remuneração, os bloqueios indevidos e sem justificativas e o sistema de pontuação de
ranking. Segundo o próprio presidente do sindicato diz que “os entregadores têm até medo
de dizer que estão com sintomas de Covid-19, pois não recebem nenhum apoio das
empresas e ainda são bloqueados por tempo indeterminado.” (g1.globo.com)

3. do serviço amador e eventual

A crise financeira faz parte do contexto trabalhista do nosso país, se por um lado as
empresas com plataformas digitais oferecem um serviço de fácil acesso a quem pretende
iniciar no mercado de trabalho ou carece recursos, por outro transforma toda uma classe
em serviço amador, precarizando aqueles que de carreira se tornaram profissionais e
empilha cabeças sem qualquer qualificação para exercer um trabalho adequado, muitos
desses sem experiencia no transito, mas com necessidades econômicas a serem supridas,
não é comum ver entregas serem feitas através de bicicletas e até mesmo patinetes, o
prestador de serviço utiliza dos meios necessários para que consiga realizar o que lhe foi
aferido.

Engana-se quem acha que a política de máxima obtenção de lucro não prioriza os
mais privilegiados, entre aquele que escolhe trabalhar eventualmente, ou quando lhe sobra
tempo em meio aos seus afazeres e aquele que delimita seu tempo de serviço apenas ao
aplicativo, existe um grande desfasamento sobre a quantidade de serviços recebido,
enquanto o trabalhador eventual pode acabar esperando grandes intervalos de tempo entre
suas solicitações sem receber nem um real por isso, quem se dedica exclusivamente é
priorizado pelo aplicativo como forma de incentivo para que continue a se manter em
serviço, o trabalhador é forçado a passar cada vez mais tempo online em busca de um
chamado.

Neste clima de insegurança em meio aos serviços prestados, ainda existe a


prerrogativa de ameaças quanto a disponibilidade do trabalho, sendo essa uma das
principais causas a serem reclamadas, é justamente o poder que a gerência possui sobre o
exercido, são diversos os relatos de bloqueios indevidos ou sem justificativas, "Eu tinha de
trabalhar todos os dias, das 10h30 à meia-noite, sem negociação. E, se eu não trabalhasse
ou chegasse atrasado, podia ser suspenso pelo meu gerente. Se eu recusasse uma corrida,
também era suspenso. Se eu reclamasse de algo, podia ser bloqueado.” (www.bbc.com)
outro sistema que poda a funcionalidade dos eventuais são as chamadas avaliações, que
precarizam aquele menos avaliado ou que possa ter tido algum problema nas suas
qualificações enquanto em serviço e privilegia quem possui as melhores notas no aplicativo
disponibilizando lhe mais oportunidades de chamados.

3. A REGULAMENTAÇÃO DO MOTOBOY COMO MEI

3.1. AS REIVINDICAÇÕES PARA FORMALIZAÇÃO E A REFORMA TRABALHISTA


A partir da reforma trabalhista de 2017 um novo modelo de vínculo empregatício

3.2. A AUTONOMIO PROFISSIONAL E A LIBERDADE DE SERVIÇO

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