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1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
2. DISCUSSÃO CONCEPTUAL...........................................................................................2
4. CONCLUSÃO........................................................................................................................9
5. Referências Bibliográficas....................................................................................................10
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1. INTRODUÇÃO
O ser humano não se contenta com o limite do tempo, do espaço e do puramente empírico; ele
sempre deseja se lançar para além de tudo isso que acontece no solo da pura realidade física.
Dessa forma, o transcendente é a dimensão humana que coloca numa eterna busca e a
projecta na sua dimensão espiritual e divina.
O trabalho tem como objectivo geral: Analisar a concepção da pessoa humana e a sua
dimensão transcendente e específicos visam: Contextualizar o quadro conceitual da Pessoa
Humana e Dimensão Transcendente; Clarificar a concepção do homem em diferentes
períodos filosóficos e históricos e Identificar a dimensão transcendente e a compreensão
antropológica do homem.
Como metodologia a pesquisa será aplicada porque emprega um referencial teórico sobre
determinado tema para a discussão de um problema e propondo sugestões de melhorias .
Quanto aos procedimentos técnicos foi utilizada a pesquisa bibliográfica, porque qualquer
trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador
conhecer o que já se estudou sobre o assunto, embora existem, porém, pesquisas científicas
que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências teóricas
publicadas com objectivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre o
problema a respeito do qual se procura a resposta. Em relação aos instrumento e técnicas de
colecta de dados, recorreu-se a pesquisa bibliográfica e pesquisa documental.
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2. DISCUSSÃO CONCEPTUAL
O termo prósopon, utilizado no sentido teatral, possui duas implicações: a primeira é de que a
máscara permite uma fixação da personagem encerrando-a num papel; a segunda é que a
máscara individualiza a personagem, dando-lhe um caráter distinto dos outros, ainda que
tipificado. Portanto, a máscara permitia uma individualização da personagem, sendo ela
alguém em si mesma.
a. C., no qual se pode considerar certa dialética entre os aspectos de indivíduo e de papel, de
modo que prósopon significará “indivíduo que desempenha um papel”. Nessa acepção, o
termo adquire a noção de indivíduo, de personalidade distinta num grupo.
A etimologia do termo latino persona não é tão clara quanto do termo prósopon; sua
evolução semântica é complexa, e por isso mesmo, existem várias hipóteses para a origem do
termo. Não nos atendo a tais hipóteses podemos dizer, para todos os efeitos, que o termo
persona possuía também, inicialmente, o significado de máscara. No teatro romano, a máscara
não foi usada desde o início, foi progressivamente sendo introduzida por influência dos ritos
religiosos dos estrucos.
Cícero, antes da era cristã, já adotara o termo persona como equivalente ao termo
prósopon para expressar a individualidade humana, ainda que com maior profundidade que o
termo grego. Tanto prósopon como persona não estão envoltos, ainda, de uma carga filosófica
definida, são termos utilizados para expressar uma ideia simples. A evolução semântica dos
termos durante esse tempo não é notável, mas cumpre observarse que persona acabou por se
movimentar na língua comum no sentido de homo, oposto ao de mulier. A partir do século II
d. C., essa linguagem vulgar se estenderá ao campo do Direito, que terá sua noção de pessoa
vinda da fala popular e não culta3.
O termo latino persona acabou se difundido mais que o termo grego prósopon, já que
os bizantinos, nos documentos oficiais do Império Romano, traduziam prósopon por persona.
Podemos encontrar usos de persona na tradução latina, tanto para referir-se a indivíduos,
como para referir-se à pessoa gramatical, isto é, a um sujeito e não a um predicado, em
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LOMBO, J. A. Op. cit., p. 33
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LOMBO, J. A. Op. cit., p. 37.
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Há, nestes últimos dois filósofos (Boécio e Tomás), algo comum: referência ao individuo
subsistente, coeso, uno, total, e de natureza racional. A natureza racional confere ao ser
humano a capacidade de saber que sabe, consciência de ter consciência. Esta racionalidade
subentende na Pessoa uma dimensão espiritual.
a) Psicológica: Esta direcção toma como referência Descartes, o qual toma a consciência como a
característica definitória da Pessoa.
b) Ética: esta direcção, conforme Kant (citado por Chambisse, 2003, p. 38), sublinha a liberdade
como o constitutivo da pessoa.
Immanuel Kant (1724-1804): Este filósofo concebe ainda o ser humano como
necessitado por ele ter necessidades, enquanto pertence ao mundo sensível, e nesse
aspecto, a sua razão tem uma missão de se ocupar dos seus interesses, elaborando
máximas práticas com vista à felicidade desta vida e de uma vida futura.
Karl Marx (1818-1883): Para este filósofo, a pessoa humana é, ao mesmo tempo,
social e natural, portanto meramente material, sem a dimensão espiritual e
transcendental, já que tudo no universo do real, incluindo o ser humano, se reduz à
matéria. A pessoa humana como um ser social: a sociedade é a união perfeita do ser
humano com a natureza, a verdadeira ressurreição da natureza. A pessoa humana
como um ser natural: O ser humano é directamente um ser natural, porque ele sofre,
condicionado e limitado como animais e plantas. O trabalho, essência da pessoa
humana: Esta é o produtor e o produto de seu trabalho. A essência da pessoa humana
está em seu trabalho (homo faber). O espelho para ver quem é o ser humano é o seu
trabalho. O ser humano é o criador de si mesmo. Importa sublinhar que Marx não se
apercebe da dimensão transcendental da pessoa humana limitando-se apenas aos
aspectos sensíveis, à materialidade. Portanto, o ser humano fica reduzido a ser
simplesmente natural, resultante da evolução da natureza natural
Aliados a estas tentativas de definir o ser humano, Laissone, (2017) aborda que alguns filósofos
existencialistas, como, por exemplo, Jean-Paul Sartre e Karl Jaspers, depois de tanta
investigação no sentido de conhecer o ser humano, expressaram no seu pensamento, um
desapontamento nestes termos:
a) Sartre: “O estudo do ser humano trouxe-nos muitos conhecimentos, mas não nos deu a
conhecer o ser humano na sua totalidade”.
b) Karl Jaspers: na mesma linha, este autor manifesta o que poderíamos denominar de
desilusão, dizendo que “o ser humano é profundamente mais do que o que pode saber
acerca de si mesmo” (Opus cit. p. 316).
conceitualização da pessoa e afirma: Uma pessoa é um ser espiritual constituído como tal por
uma forma de subsistência e de independência em seu ser; mantém esta subsistência mediante
a adesão a uma hierarquia de valores livremente adoptados, assimilados e vividos num
compromisso responsável e numa constante conversão; unifica assim toda a sua actividade na
liberdade e desenvolve, por acréscimo, e impulsos de actos criadores, a singularidade da sua
vocação.
Esta é uma simples caracterização da pessoa e não se pode considerá-la uma verdadeira
definição. Segundo Mounier, a pessoa não se pode definir num sentido estrito, pois, em
última análise, pessoa é “a própria presença do homem”. Mounier afirma que a pessoa está
num processo de personalização constante. Ela não se pode definir. E a sua filosofia é
caracterizada pelo movimento de personalização; isto é, a pessoa constrói-se a si própria a
partir das experiências.
A categoria da Transcendência (Vaz, 1992) resulta do excesso ontológico pelo qual o sujeito
se sobrepõe ao Mundo e à História e avança além do ser-no-mundo e de ser -com-o-outro na
busca do fundamento último para o Eu Sou primordial da questão de ex-tranheza que é o
homem (Heidegger, 1995). Também a categoria de Transcendência segue três passos:
Tal experiência leva o homem a fazer novas experiências de transcendência noético -social de
coexistência do ser-comum, tudo isto imbuído no realismo, na liberdade, na religião, na teoria
do conhecimento, na filosofia da linguagem e na metafísica.
Em terceiro lugar, a compreensão filosófica (Vaz, 1992, p. 114-124) confirma que a reflexão
sobre o transcendente é uma questão fundamental de todo o pensamento filosófico e por isso
mesmo, nem a implacável crítica de Feuerbach, Marx, Nietzsche e Freud à experiência
metafísica consegue destruí-la totalmente. Mas é verdade que, com esta crítica, o Ocidente
perde sua efetividade histórica, dando início a uma séria e dura aporética histórica. Portanto,
“a contemplação das ideias como expressão da relação transcendental do Ser-Uno e Ser-
Absoluto encontra sua forma mais alta na theoria antiga” (Neves, 1999, p. 121).
Brightman, citado por Laissone, et al (2017) na definição da pessoa, afirma que pessoa é
potencialmente autoconsciente, racional e ideal ou seja, um si que é capaz de reflectir sobre si
mesmo, de raciocinar, de reconhecer fins ideais à luz dos quais está em condições de julgar as
próprias acções. O traço mais característico da personalidade, segundo Brightman é a
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Ontologia vem de on, ontos do grego, que significa o ser, a essência. Refere-se à pessoa na sua essência, pessoa
enquanto pessoa
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HENRIQUE, C. L. Vaz. Antropologia Filosófica II, p. 93 et. seq. São Paulo: Loyola, 1992
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Anthropologie in theologischer Perspektive. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 1983
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4. CONCLUSÃO
Investigado o tema é possível destacar que o significado de pessoa como “indivíduo humano”
começou a estabelecer-se no meio grego, antes do que no meio romano. No entanto, os latinos
acabaram generalizando o termo persona vários séculos antes que os gregos, de modo que
persona passou a ter mais força na significação de “indivíduo humano. Com efeito, dada a
expansão do Império Romano, tanto no Oriente quanto no Ocidente, a língua latina foi
gradativamente ganhando importância, de modo que tanto no âmbito comum como no
jurídico, persona, passa a ter um significado mais específico, o indivíduo diferente do outro
com suas particularidades.
Na tradição judaico-cristã, mostrado na teologia dos primeiros séculos, o termo foi
amplamente utilizado para se referir ao mistério da Trindade e da Encarnação. Para dirimir
questões espinhosas da Teologia, o termo persona foi utilizado para falar de Deus, de Jesus
Cristo, do Espírito Santo, e não apenas do ser humano.
5. Referências Bibliográficas