Você está na página 1de 131

TRATAMENTOS TÉRMICOS

Turmas I e N (2-2023)

profa. Dra. Aline Capella

ENGENHARIA DE MATERIAIS - UNIFESP

Aula 1 - APRESENTAÇÃO DA UNIDADE CURRICULAR


Objetivo da UC

Gerais: Desenvolver sólidos conceitos relacionados às mudanças microestruturais


e de propriedades mecânicas dos metais, possíveis através de seu processamento térmico.

Específicos:
Conhecer a microestrutura e o efeito térmico em metais e ligas de uso mais comum em
engenharia.
Familiarizar-se com as práticas comuns em tratamentos térmicos.
Compreender os mecanismos envolvidos nos processos de endurecimento superficial e
suas práticas recomendadas.
Desenvolver a capacidade de desenvolver e especificar tratamentos térmicos em metais e
ligas em geral, para as mais diversas aplicações.
Conhecer equipamentos, normas técnicas e práticas adequadas ao tratamento térmico dos
metais.
Ementa

Conceitos básicos em tratamentos térmicos: tipos, procedimentos e equipamentos.

Tratamento térmico dos aços.


Tratamentos térmicos dos ferros fundidos.
Tratamentos térmicos dos metais não ferrosos.
Tratamentos térmicos em superligas.
Tratamentos térmicos e termoquímicos de endurecimento superficial.

Práticas de laboratório.

Atividades de extensão que articulem, simultaneamente, teoria, prática e seu contexto de


aplicação.
Bibliografias
Básica:
1. Chiaverini, Vicente. Tratamento Térmico das Ligas Metálicas. São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia e
Materiais, 2008.
2. Chiaverini, Vicente. Aços e ferros fundidos: características gerais, tratamentos térmicos, principais tipos. 7. ed.
ampl. e rev.. São Paulo: Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, 1996. 5ª Reimpressão - 2008.
3. Silva, André Luiz V. da Costa; Mei, Paulo Roberto. Aços e ligas especiais. 2 ed. Säo Paulo: Edgard Blücher, 2006.
4. Davis, J. R. (Ed.). Copper and copper alloys. Materials Park (USA): ASM International, c2001. (ASM specialty
handbook).
5. Hatch, John E. (ed.). Aluminum: properties and physical metallurgy. Metals Park, Ohio: American Society for
Metals, 1984.

Complementar:
1. Chiaverini, Vicente. Tecnologia mecânica: estrutura e propriedades das ligas metálicas. 2.ed. São Paulo: Makron
Books, 1986. v.2: Processos de fabricação e tratamento. 25.
2. Porter, D. A.; Eastterling, K. E. Phase Transformations in metals and alloys. 2ª Ed. CRC PRESS, 2004.
3. McQueen, Hugh J. et al. Hot deformation and processing of aluminum alloys. Flórida, USA: CRC Press/Taylor &
Francis Group, 2011.
Bibliografias

TURMA I:

QUINTAS-FEIRAS DAS 13:30-17:30

TURMA N:

QUINTAS-FEIRAS DAS 19:00-23:00


O que vai ter?

Práticas de
Extensão Universitária
Laboratório

Aulas Projeto Integrador de


expositivas Conhecimento
Plano de Aula
Plano de Aula
Plano de Aula
Projeto Integrador do Conhecimento (PIC)

Produção de aço empregado como vergalhão na construção civil:

Tratamentos Térmicos – Relação tratamentos térmicos com


microestrutura x propriedade mecânica do vergalhão com
ênfase em transformações de fases e mecanismos de
endurecimento.

Ensaios Mecânicos (prof. Dilermando)


Extensão Universitária

A Extensão Universitária é promovida por ações de Práticas de


natureza educativa, cultural, científica e política, Laboratório
desenvolvidas por metodologias que propiciem a
assimilação e a construção do conhecimento a partir dos
desafios postos pela realidade vivida. Busca, por meio do PIC
diálogo entre as práticas científicas e sociais, respostas às
necessidades dos sujeitos envolvidos, na perspectiva de
ampliar a formação dos estudantes, práxis dos docentes e Reels
TAES, como também a transformação social. (extensão)
Avaliações x Conceitos
1.Elaboração de mapa mental (MM) sobre temas abordados em sala de aula, onde a média aritmética
dos valores atribuídos em cada um deles irá compor o conceito final (CF).

2.Avaliação individual (AI), onde o valor atribuído irá compor o CF.

3. Entrega e apresentação do Projeto Integrador de Conhecimento (PIC), onde o valor atribuído irá
compor o CF.

4.Entrega e apresentação de material para extensão universitária (MEU), onde a média aritmética dos
valores atribuídos irá compor o conceito final (CF).

O CF será calculado da seguinte forma:

CF = [(média_aritmética_MM)*0,10]+[(AI*0,50)]+[(PIC)*0,20]+[(MEU)*0,20]

Caso o CF seja >= 6,0 – discente aprovado na UC.


Caso o CF seja >= 3,0 e <6,0 – discente deverá realizar Exame Final.
TRATAMENTOS TÉRMICOS
Turmas I e N (2-2023)

profa. Dra. Aline Capella

ENGENHARIA DE MATERIAIS - UNIFESP

Aula 2 - INTRODUÇÃO AOS TRATAMENTOS TÉRMICOS


Tratamento Térmico de Metais e Ligas Metálicas
DEFINIÇÃO: Conjunto de operações que envolvem etapas de aquecimento,
permanência e resfriamento de materiais metálicos, sob condições controladas.
Estágios de um Tratamento Térmico

Aquecimento - taxas reduzidas ou elevadas. Depende também das


propriedades do material (condutividade térmica, composição
química).

Permanência (encharque) - tempo para homogeneização da


temperatura + tempo de transformação de fase ou microestrutura do
material.

Resfriamento - taxas muito baixa, moderada


ou rápida. Depende do meio de resfriamento.
Para que empregar um Tratamento Térmico

✔ Alívio de tensões residuais.


✔ Alterações de fases microestruturais, refino de grão.
✔ Alteração em suas propriedades mecânicas.
✔ Modificação nas propriedades elétricas ou magnéticas.
✔ Melhorias nas resistências à corrosão e ao desgaste.
Distorção - Alteração dimensional do material que gera
alguma modificação em sua forma final.

Distorções

Gerada por projeto


Gerada por
inadequado:
alteração
Distorção Distorção volumétrica
-Conformação mecânica. evitável inevitável devido a
-Acabamento superficial.
transformações
-Montagem do material
de fases.
no equipamento.

Comportamento associado ao emprego de um Tratamento Térmico


Distorção

Gerada por
alteração
volumétrica
devido a
transformações
de fases.

Comportamento associado ao emprego de um Tratamento Térmico


Equipamentos empregados no Tratamento Térmico

Quanto ao uso - função do T.T. aplicado


(têmpera, para cementação etc).

Quanto ao tipo - intermitente, contínuo.

Quanto a fonte de energia - de revérbero


(por combustão 🡪 coque, carvão vegetal, Uso Tipo Fonte Ambiente

óleo, gás), elétrico (resistência).

Quanto ao ambiente - gasoso: atmosfera


protetora (redutora, inerte, ativa), sólido
(areia, molde, carvão), líquido (banho de sal).
FORNOS
MUFLAS DE RESISTÊNCIA
S PARA BANHO
NO DE
R SA
L
FO
Diagrama de fase binário

Solução Sólida Completa

Sistema Eutético e Eutetóide

Solubilização, SSS
e Precipitação

Diagrama TTT e TRC


Diagrama Binário - Solução Sólida Completa

Ambos os elementos são solúveis em todas


as proporções, tanto no estado líquido
quanto no estado sólido.

Todas as ligas pertencentes a tal sistema


darão origem a uma única fase líquida na
fusão e uma única fase sólida no
resfriamento (SS monofásica).

Em termos de rede cristalina, os elementos


metálicos não podem ser distinguidos, sua
microestrutura se assemelha aos metais
puros.
Sistema Eutético
Neste sistema, os dois elementos são
completamente solúveis em todas as
proporções no estado líquido.

No resfriamento, duas possibilidades podem


surgir:

(i) os dois elementos são completamente


insolúveis (A e B são os metais) no estado
sólido;

(ii) os dois elementos são parcialmente


solúveis (alpha é rica em A e beta, rico em
B) no estado sólido.
Sistema Eutético - Pb-Sn
Sistema Eutetóide
Transformação de estado sólido.

Uma solução sólida no resfriamento muda para dois outros sólidos.


Solubilização, Sólida Supersatura (SSS) e Precipitação
Solubilização - dissolução de átomos de
soluto na matriz a fim de gerar uma solução
sólida supersaturada (SSS).

Precipitação - formação de compostos em


uma matriz com solução sólida
supersatura.
Alotropia dos Metais

Alotropia do Fe
Diagrama TTT (tempo, temperatura e transformação)

Um T.T. deve levar em consideração o tempo de transformação de uma fase, ou seja,


sua cinética de transformação
Taxa de Nucleação Homogênea

Matriz líquida 🡪 agrupamento de átomos 🡪 núcleo cristalino 🡪 crescimento da fase


sólida.
Taxa de Nucleação Homogênea x Crescimento

A taxa de transformação geral é o produto entre a taxa de nucleação e a taxa


de crescimento da fase cristalina.
Diagrama TTT ou de Transformação Isotérmica
Diagrama TTT versus Diagrama TRC

TRC: Transformação por resfriamento contínuo.


Diagrama TRC é deslocado para baixo e direita em relação ao TTT.
30/08/2023

TRATAMENTOS TÉRMICOS
Turmas I e N (2-2023)

profa. Dra. Aline Capella

ENGENHARIA DE MATERIAIS - UNIFESP

Aula 3 - TRATAMENTOS TÉRMICOS DOS AÇOS

Diagrama Binário Fe-C em Equilíbrio Termodinâmico (Revisão)

2
30/08/2023

Aço Eutetóide - Aço Perlítico

Aços Hipoeutetóides (C inferior a 0,76%p)

Ferrita próeutetóide + perlita

Diagrama de fase ferro-cementita durante o resfriamento lento


de aço com 0,4%p de carbono

4
30/08/2023

Aços Hipereutetóides (0,76%p < C < 2,14%p)

Cementita próeutetóide + perlita

Diagrama de fases ferro-cementita durante o


resfriamento lento de 1,2%p de aço carbono

Construção do Diagrama T.T.T. para um Aço

6
30/08/2023

Diagramas T.T.T. para Aços - Transformação Perlítica

Microestrutura Perlítica

Perlita Grosseira Perlita Fina


8
30/08/2023

Microestrutura Bainítica
• Forma-se a partir da
austenita e é
formada pelas fases
ferrítica acicular e
partículas de
cementita.

• bainita superior:
entre 300-540o C;
• bainita inferior:
entre 200-300o C.

Microestrutura Martensítica
• Forma-se a partir do subresfriamento da
austenita via cisalhamento.
• Solução super saturada de C com aspecto
acicular

• Ripas – teor carbono menor que 0,6%p.


• Lenticular (agulhas) - teor carbono maior
que 0,6%p.

10
30/08/2023

Comportamento Mecânico das Microestruturas dos Aços Carbono

Perlita Groseira: 86-97 HRB

Perlita Fina: 20-30 HRC

Bainita Superior: 40-45 HRC

Bainita Inferior: 50-60 HRC

Martensita: 63-67 HRC

11

Transformações Microestruturais para um Aço Eutetóide

12
30/08/2023

Mas será que um diagrama TTT é


igual independentemente do aço??

13

Fatores que afetam os Diagramas TTT dos Aços

• Presença de fases pró-eutetóides.

• Curvas deslocam-se para a direita quando (facilita a têmpera):

• teor de C;
• teores de elementos de liga (exceto Co); e
• homogeneidade da austenita (maiores temperaturas de
aquecimento).

14
30/08/2023

Fatores que afetam o Diagrama TTT de Aços: fases pró-eutetóides

15

Fatores que afetam o Diagrama TTT de Aços: teores de C

Aço carbono SAE 1020 Aço carbono SAE 1050

16
30/08/2023

Fatores que afetam o Diagrama TTT de Aços: outros elementos de liga

Aços ligados de
baixa liga

Aço SAE 4340

17

Diagramas TRC de Aço Eutetóide

A (FORNO)= Perlita grossa


B (AR)= Perlita + fina e + dura que a anterior
C(AR SOPRADO)= Perlita fina
D (ÓLEO)= Perlita + martensita
E (ÁGUA)= Martensita

18
30/08/2023

Diagramas TTT e TRC de Aço Eutetóide

A = Perlita grossa
B = Bainita
C = Martensita
D = Perlita + martensita
E = Martensita

19

Tratamentos Térmicos dos Aços

• Normalização
Aços Transformáveis

• Recozimento
⚬ Esferoidização

• Têmpera
• Martêmpera
• Austêmpera

• Revenimento
Aços Temperáveis

20
Tratamentos Térmicos
dos Aços

Tratamento Térmico dos Aços

● Normalização
● Recozimento  Aços Transformáveis

● Têmpera

● Revenimento  Aços Temperáveis

● Martêmpera
● Austêmpera

1
T.T. de Recozimento dos Aços

Trata-se de um T.T. empregado para:

 Alívio de tensões do material.


 Obtenção de determinadas propriedades mecânicas do material (ductilidade
/ tenacidade) a partir da modificação da microestrutura.

 Consiste no:

 Aquecimento do material em faixas de temperaturas próximas à de


transformação eutetóide (ou abaixo delas).

 Resfriamento lento.

Tipos de Recozimento dos Aços

 Divide-se em três tipos de recozimento principais:

 Recozimento Pleno ou Supercrítico.


 Recozimento Subcrítico.
 Recozimento para Esferoidização ou Subcrítico (alívio de tensões).
 Recozimento Intercrítico.

2
Recozimento Pleno dos Aços

 Consiste em austenitizar o aço em temperaturas da ordem de 50° C acima de


A3 (para aços hipoeutetóides) e A1 (para aços hipereutetóides).
 Microestrutura  Perlita grosseira + fases pré-eutetóides.
 Características do aço recozido plenamente  Baixa dureza, boa ductilidade.

Recozimento Pleno para Aços Hipoeutetóide: TTT x TRC

3
Ciclo Recozimento Pleno dos Aços

Recozimento Subcrítico nos Aços

● Empregado para alívio de tensões


geradas em etapas de processamento:

● deformação plástica → lixamento, usinagem;


● resfriamento não-uniforme → soldagem, fundição;
● após trabalho a frio (encruamento) → recuperação e recristalização do aço.
– Exemplo de T para
aço carbono ~ entre 595-675º C

4
Recozimento para Esfeirodização dos Aços

• A esferoidização resulta em uma microestrutura constituída por glóbulos ou


esferóides de carboneto em uma matriz de ferrita.
• O grau de esferoidização depende da temperatura do tratamento térmico e do
tempo de permanência. espera.

O método consiste em aquecer o aço a uma temperatura logo abaixo da temperatura


crítica inferior, por períodos prolongados, seguido de resfriamento lento.

Outro método envolve aquecer e resfriar o aço


alternadamente logo acima e abaixo da
temperatura crítica inferior.

 Isso resulta em uma microestrutura


completamente esferoidizada.

Características do Recozimento para Esfeirodização dos Aços

Aços de alto carbono e aços-liga  melhoram a usinabilidade e a ductilidade.


Aços de baixo carbono  geralmente não são esferoidizados. Mas se o forem,
tornam-se adequados para deformações severas.

Observa-se:
• Perlita fina coalesce mais facilmente do que a perlita grossa.
• Estruturas temperadas  apresentam maiores taxas de esferoidização.

10

5
Recozimento Intercrítico – Microestrutura Duplex (Dual Phase)

⮚ Especialmente aplicado em aços hipoeutetóides


ou aços inoxidáveis de baixo carbono.

⮚ Microestrutura ferrítica + martensítica.

11

Tratamento Térmico de Normalização dos Aços

Tipo especial de recozimento empregado para refinamento da perlita com distribuição


uniforme.

⮚ Resultado: melhores propriedades mecânicas se comparado ao obtido no recozimento pleno


em termos de tenacidade.
⮚ Maior aquecimento com taxa de resfriamento mais elevada.

12

6
Normalização x Recozimento Pleno versus Taxa de Resfriamento
• Temperatura envolvida é superior à do recozimento  homogeneidade da
austenita e melhor dispersão da ferrita e da cementita.
• O grão é mais refinado na estrutura normalizada do que na estrutura recozida.

 O refinamento do tamanho dos grãos é um dos


objetivos mais importantes da normalização.
Os aços laminados e forjados, que possuem
grãos grossos, são submetidos à normalização.

13

Comparação Propriedades Mecânicas dos Aços – Normalizado ou Recozido

14

7
Tratamentos Térmicos dos Aços

● Recozimento
✔Aços Transformáveis
● Normalização

● Têmpera ✔Aços Temperáveis


● Revenimento

● Martêmpera
● Austêmpera

15

Tratamento Térmico de Têmpera em Aços

• T.T. de aços que consiste no resfriamento rápido do material, a partir de sua


austenitização, utilizando algum meio de resfriamento para obtenção da
microestrutura martensítica.
• O tratamento desenvolve dureza máxima, excelente resistência ao desgaste e
altos níveis de resistência no aço.

A têmpera do aço depende basicamente de 3 fatores:

⮚ Composição da liga.
⮚ Dimensão do material / peça.
⮚ Tipo do meio de resfriamento.

⮚ A temperabilidade de um aço pode ser entendida como a capacidade de


endurecimento ou a capacidade que o aço possui de obter estrutura
martensítica.

16

8
Temperabilidade - Influência da Composição da Liga

17

Temperabilidade - Influência do Teor de Carbono para Aços Carbonos

• Aços carbono comuns  dureza da martensita se deve essencialmente à presença de


carbono.
• Algum teor mínimo de carbono deve estar presente para que se tenha uma dureza
razoável após a transformação martensítica.

• As razões para a elevada dureza da martensita devem-se:


• às deformações internas na rede de ferro alfa devido à presença de excesso de C; e
• à deformação plástica da austenita original ao redor da martensítica.

18

9
Temperabilidade - Influência do Teores de Carbono e outros Elementos para
os Aços Carbonos

• Composição química do aço controla as temperaturas Ms e Mf (exceto Co e Al).

• Os aços de alto carbono têm temperaturas Ms e Mf mais baixas do que os aços de baixo
e médio carbono.

19

Temperabilidade - Influência da Dimensão da Peça

✔ Durante a têmpera, a taxa de resfriamento da peça varia em função da


distância, a partir de sua superfície.
✔ Taxa mais elevada na superfície - taxa mais lenta no núcleo do material.

20

10
Temperabilidade - Influência da Dimensão da Peça X Variação de Dureza

21

Temperabilidade - Influências da Composição Dimensão e Forma da Peça

22

11
Temperabilidade - Influência do Meio de Têmpera

Os meios de têmpera mais comuns:


⮚água (pura, salmoura).
⮚Óleo (mineral, vegetal).
⮚Gasoso (N2, He, Ar) - menos convencional.

Em água Em óleo

23

Como medir a
temperabilidade??
• Ensaio padrão para determinação da
temperabilidade do aço, considerando
composição fixa.

• Norma ASTM A255

24

12
Ensaio Jominy - Procedimento

✔ Ensaio padrão para determinação da temperabilidade do aço, considerando


composição fixa.
✔ Norma ASTM A255: cilindro diâmetro de 25,4 mm e 100 mm de comprimento.
✔ Chanfros com 0,4 mm de profundidade: medidas de dureza Rockwell em 50 mm de
comprimento.
✔ Leituras a cada 1,6 mm (12,8 mm) e a cada 3,2 mm (demais 37,2 mm).

25

Ensaio Jominy - Resultado

26

13
Têmpera em Meio Líquido

Ocorre em três estágios:


⮚ Estágio A - Formação de um filme contínuo de vapor sobre a superfície do
material.
⮚ Estágio B - Colapso do filme - aumento da taxa de resfriamento.
⮚ Estágio C - Temperatura na superfície do material abaixo da temperatura de
ebulição do meio - capacidade calorífica do meio (condução/convecção).

27

Estado de Tensões em um Aço Temperado em Meio Líquido

Tensões associadas a:

• Contração do material no
resfriamento.

• Expansão do material na
transformação martensítica.

A têmpera portanto:
• afeta negativamente propriedades como ductilidade,
tenacidade e resistência ao impacto.
• Confere fragilidade ao aço devido às tensões internas
desenvolvidas pela têmpera.
• O grau de fragilidade aumenta com o aumento do teor de
carbono e da severidade da taxa de resfriamento

28

14
Tratamento Térmico de Revenimento em Aços Temperados

⮚ Consiste no aquecimento do aço temperado, em temperatura abaixo da temperatura de


austenitização.

⮚ O TT deve considerar tempo suficiente para atingir as propriedades mecânicas desejadas.

 Quanto maior a temperatura de revenido  maior será a ductilidade restaurada e mais


tenaz será o aço.

29

Transformação Microestrutural no Revenimento

⮚ Metaestabilidade da martensita
⮚ → C nos interstícios.
⮚ No aquecimento do aço
temperado → difusão C e
precipitação como carboneto.

⮚ Alívio de tensões +
alterações nas propriedades
mecânicas do material.

30

15
Revenimento – Efeito da Temperatura

Aço carbono 0,82%p C.

31

Microestrutura do Aço Revenido

Martensita revenida Aço coalescido

32

16
Martêmpera nos Aços

 T.T. de têmpera onde, após a austenitização do aço, este é resfriado pouco


acima do início da transformação martensítica (Mi).
 Tratamento é isotérmico nesta temperatura  resfriado novamente para
transformação martensítica.
 Objetivo: minimização das tensões geradas na têmpera convencional e
melhor controle dimensional do material.

33

Austêmpera nos Aços

 Tratamento que consiste na austenitização do aço, seguido de resfriamento rápido


até determina temperatura de transformação isotérmica.

 Temperatura isotérmica  para obtenção da microestrutura bainítica.

 Resultado  boa resistência mecânica sem perda significativa de ductilidade


(como na têmpera).

34

17
Austêmpera nos Aços

35

Austêmpera nos Aços

36

18
Dúvidas??

37

Vergalhão de Aço

38

19
Recozimento Pleno x Normalização

(Microestrutura Perlítica)

39

20
06/11/23

Tratamentos*Térmicos*
em*Ferros*Fundidos

Ferros&Fundidos&(revisão)

Ferros&Fundidos&são&ligas&Fe/C&com&teores&de&carbono&acima&de&2,14%p.&A&maioria&das&ligas&comerciais&
contém&percentuais&de&C&entre&3,0%p&e&4,5%p.

1
06/11/23

Transformações,de,Fases,nos,Ferros,Fundidos,(revisão)

Transformação+eutética:+autenita ++
cementita
! LEDEBURITA.

Resfriamento+abaixo+de+727° C:+austenita+
em+perlita+
! LEDEBURITA,TRANSFORMADA.

Liga+eutética ! ledeburita transformada.

Liga+hipoeutéticas ! austenita+++ledeburita
! perlita+++ledeburita transformada.

Liga+hipereutética! cementita+++ledeburita
! cementita+(alongada)+++ledeburita
transformada.

Microestruturas+dos+Ferros+Fundidos+(revisão)

Ferro%fundido%eutético%(ledeburita%transformada)

Ferro%fundido%hipoeutético Ferro%fundido%hipereutético%
(perlita%+%ledeburita%transformada) (cementita%+%ledeburita%transformada)

2
06/11/23

Tipos&de&Ferros&Fundidos&(revisão)

Os#tipos#mais#comuns#de#ferros#fundidos#são:

Cinzento.
Nodular.
Branco.
Maleável.

Ferros#fundidos#apresentam#grafita#em#sua#microestrutura#quando#a#cementita#se#
decompõe#sob#duas#circunstâncias#principais:

Fe3C#↔ 3#Fe#(α)#+#C#(grafita)

Adição#de#Si#como#elemento#de#liga#(acima&1%p).
Grafitização ! solidificação#lenta#ou#TT.

Tipos&de&Ferros&Fundidos&– Composição&(revisão)

3
06/11/23

Microestruturas+dos+Ferros+Fundidos+

Nodular

Ferro%Fundido%Branco%

• No#Ferro#Fundido#Branco#todo%carbono%presente%está%na%forma%de%cementita%ou#outros#
carbonetos#metálicos.
• Sua#estrutura#metaestável#no#sistema#ferro8cementita apresenta%baixo%teor%de%Si%(ou#
outros#elementos#de#liga).
• A#grande%quantidade%de%carbonetos%de%ferro%na%estrutura: resistência#ao#desgaste#
(principal#aplicação).

4
06/11/23

Ferro%Fundido%Cinzento%

• O"ferro"fundido"cinzento". lamelas%de%grafita."
• O"silício"atua"como"elemento"estabilizador"da"grafita". adicionado"em"
teores"elevados."
• Propriedades"mecânicas". bons"níveis"de"dureza"e"excelente"capacidade"
de"amortecimento%de%vibrações.

• A"velocidade"de"solidificação:""
• Velocidades"baixas:"matriz%ferrítica.
• Velocidades"moderadas"(médias):"matriz%perlítica."

Ferro%Fundido%Nodular%ou%Dúctil%

• Os#ferros#fundidos#nodulares#. grafita%nodular%ou%esferoidal.
• Apresenta#vantagens#de#processamento#dos#ferros#fundidos#
cinzentos#com#as#propriedades#dos#aços#. elevada#resistência#
mecânica,#tenacidade,#ductilidade,%deformabilidade.
• Apresenta#teores%de%magnésio%ou%cério%em#sua#composição.

5
06/11/23

Tratamentos*Térmicos*dos*Ferros*Fundidos

! Os$TT’s mais$empregados$são:

• T.T.$para$alívio$de$tensões$(A).

• Recozimento$médio$ou$pleno$(B1).
• Recozimento$a$baixa$temperatura:$
ferritização (B).
• Recozimento$a$alta$temperatura:$
grafitizante (C)$! grafitização.

• Normalização.

• Têmpera$+$Revenimento$(menos$usual)

Tratamento&Térmico&de&Alívio&de&Tensões&(A)

• O"“alívio"de"tensões”"do"ferro"fundido"foi"
durante"muito"tempo,"executado"de"forma"
natural"9 peças&fundidas&ao&relento&
durante"meses,"para"posterior"usinagem"
e/ou"colocação"em"serviço"9 apenas&10%&
das&tensões&residuais&eram&eliminadas.

• O"T.T."de"alívio"de"tensões"consiste:
• Aquecimento"9 550° e"650°C"durante"
um"período"de"tempo"que"poderá"
variar"entre"1,0"e"48,0"horas"a"
depender"do"objetivo"e"aplicação"da"
peça;
• Resfriamento"lento"normalmente"
dentro"do"próprio"forno."

6
06/11/23

Recozimento*a*Baixa*Temperatura*! Ferritização (B)

• RECOZIMENTO*DE*FERRITIZAÇÃO*0 baixas*
temperaturas*(700ºC*e*760ºC):

• Transformação*da*cementita*da*perlita*em*ferrita*+*
grafita.

• Normalmente*destinado*a*ferros*fundidos*com*
baixos*teores*de*elementos*de*liga.*

• O*tempo*de*TT*depende*da*quantidade*de*
grafitização*desejada.

Recozimento&Médio&ou&Pleno&(B1)

Aplica'se*o*recozimento*quando*se*deseja*obter*máxima&ductilidade&e&melhor&usinabilidade&
e&quando&não&há&necessidade&de&elevadas&resistências&mecânicas.&

• RECOZIMENTO*MÉDIO*(780º*C*a*900º*C):
• Empregado*para*ferro*fundido*com*elementos*de*liga*em&teores&mais&elevados.
• Eliminação*de*pequenas*quantidades*de*carbonetos*dispersos.
• Decomposição&de&carbonetos&! grafita.

7
06/11/23

Recozimento*a*Alta*Temperatura*! Grafitizante ou*Grafitização*(C)

• Aplicável)em)Ferros)fundidos)com)
carbonetos)maciços)(em*geral*brancos))para)
grafitização)do)material.

• Temperaturas)entre)900ºC)a)950ºC.)

• Cuidado)especial)deve)ser)tomado)quanto)ao)
percentual)de)fósforo)na)liga,)pois)o)eutético)
de)fósforo)pode)fundir)nestas)temperaturas.

Aplicação*do*TT*de*Grafitização*! Ferro*Fundido*Maleável*

• Os#ferros#fundidos#maleáveis#são#obtidos#a#partir#do
ferro*fundido*branco 5 submetidos#ao#recozimento#
de#grafitização.#
• Temperatura#~#940° C:#Fe3C#transforma5se#em#grafita.#

Os#ferros#fundidos#maleáveis#são#resultados de*um*tratamento*térmico.

Apresentam#boas#propriedades#mecânicas,#tais#como#usinabilidade,#tenacidade#e#
resistência#a#corrosão.#

8
06/11/23

Normalização+para+Ferros+Fundidos

• A"normalização"dos"ferros"fundidos"visa"obter"uma"matriz"homogênea"com"obtenção"de"uma"matriz+totalmente+
perlítica,+de+granulação+fina+ maior"resistência"mecânica"com"boa"tenacidade.

• A"etapa"de"aquecimento"é"idêntica"ao"recozimento"> resfriamento+ao+ar,+numa+velocidade+moderada.

Têmpera-e-Revenimento-para-Ferros-Fundidos

• A"têmpera geralmente"é"empregada"para"melhorias-nas-resistências-mecânica-e-ao-
desgaste-→"realizada"em"forno"(com"meio"líquido,"óleo)"ou"em"banho"de"sal.

• Como"nos"aços"o"revenimento é"empregado"após"a"têmpera"→"para"alívio"de"tensões."
• Temperaturas"entre"150° e"600° C,"dependendo"do"resultado"obtido"na"têmpera"e"o"
requerido"pelo"projeto."

9
06/11/23

Curvas'TTT'para'Ferros'Fundidos'! Cinzento

• A"velocidade"de"resfriamento"em"curvas"TTT.

Taxas%de%Resfriamento%x%Transformação%Microestrutural%6 Ferro%Fundido%Maleável

• Ferro%Maleável%Perlítico:%resfriamento+lento+até+870° C+seguido+de+resfriamento+ao+ar+
(recozimento+pleno).

• Ferro%Maleável%Ferrítico:%resfriamento+rápido+até+720° C,+seguido+de+resfriamento+lento+
(normalização).

• Ferro%Maleável%Martensítico/Revenido:%resfriamento+em+forno+até+a+temperatura+de+
845C870ºC,+mantendoCse+15+a+30+minutos+para+homogeneização:

• resfriamento+em+banho%de%óleo%agitado%para+obtenção+de+uma+matriz%martensítica.+

10
06/11/23

Ferro%Fundido%Nodular%após%TT’s de%Recozimento,%Normalização%e%Têmpera

Dúvidas??
Dúvidas??

11
06/11/23

Tratamentos*Térmicos*
em*Ferros*Fundidos

Ferros&Fundidos&(revisão)

Ferros&Fundidos&são&ligas&Fe/C&com&teores&de&carbono&acima&de&2,14%p.&A&maioria&das&ligas&comerciais&
contém&percentuais&de&C&entre&3,0%p&e&4,5%p.

1
06/11/23

Transformações,de,Fases,nos,Ferros,Fundidos,(revisão)

Transformação+eutética:+autenita ++
cementita
! LEDEBURITA.

Resfriamento+abaixo+de+727° C:+austenita+
em+perlita+
! LEDEBURITA,TRANSFORMADA.

Liga+eutética ! ledeburita transformada.

Liga+hipoeutéticas ! austenita+++ledeburita
! perlita+++ledeburita transformada.

Liga+hipereutética! cementita+++ledeburita
! cementita+(alongada)+++ledeburita
transformada.

Microestruturas+dos+Ferros+Fundidos+(revisão)

Ferro%fundido%eutético%(ledeburita%transformada)

Ferro%fundido%hipoeutético Ferro%fundido%hipereutético%
(perlita%+%ledeburita%transformada) (cementita%+%ledeburita%transformada)

2
06/11/23

Tipos&de&Ferros&Fundidos&(revisão)

Os#tipos#mais#comuns#de#ferros#fundidos#são:

Cinzento.
Nodular.
Branco.
Maleável.

Ferros#fundidos#apresentam#grafita#em#sua#microestrutura#quando#a#cementita#se#
decompõe#sob#duas#circunstâncias#principais:

Fe3C#↔ 3#Fe#(α)#+#C#(grafita)

Adição#de#Si#como#elemento#de#liga#(acima&1%p).
Grafitização ! solidificação#lenta#ou#TT.

Tipos&de&Ferros&Fundidos&– Composição&(revisão)

3
06/11/23

Microestruturas+dos+Ferros+Fundidos+

Nodular

Ferro%Fundido%Branco%

• No#Ferro#Fundido#Branco#todo%carbono%presente%está%na%forma%de%cementita%ou#outros#
carbonetos#metálicos.
• Sua#estrutura#metaestável#no#sistema#ferro8cementita apresenta%baixo%teor%de%Si%(ou#
outros#elementos#de#liga).
• A#grande%quantidade%de%carbonetos%de%ferro%na%estrutura: resistência#ao#desgaste#
(principal#aplicação).

4
06/11/23

Ferro%Fundido%Cinzento%

• O"ferro"fundido"cinzento". lamelas%de%grafita."
• O"silício"atua"como"elemento"estabilizador"da"grafita". adicionado"em"
teores"elevados."
• Propriedades"mecânicas". bons"níveis"de"dureza"e"excelente"capacidade"
de"amortecimento%de%vibrações.

• A"velocidade"de"solidificação:""
• Velocidades"baixas:"matriz%ferrítica.
• Velocidades"moderadas"(médias):"matriz%perlítica."

Ferro%Fundido%Nodular%ou%Dúctil%

• Os#ferros#fundidos#nodulares#. grafita%nodular%ou%esferoidal.
• Apresenta#vantagens#de#processamento#dos#ferros#fundidos#
cinzentos#com#as#propriedades#dos#aços#. elevada#resistência#
mecânica,#tenacidade,#ductilidade,%deformabilidade.
• Apresenta#teores%de%magnésio%ou%cério%em#sua#composição.

5
06/11/23

Tratamentos*Térmicos*dos*Ferros*Fundidos

! Os$TT’s mais$empregados$são:

• T.T.$para$alívio$de$tensões$(A).

• Recozimento$médio$ou$pleno$(B1).
• Recozimento$a$baixa$temperatura:$
ferritização (B).
• Recozimento$a$alta$temperatura:$
grafitizante (C)$! grafitização.

• Normalização.

• Têmpera$+$Revenimento$(menos$usual)

Tratamento&Térmico&de&Alívio&de&Tensões&(A)

• O"“alívio"de"tensões”"do"ferro"fundido"foi"
durante"muito"tempo,"executado"de"forma"
natural"9 peças&fundidas&ao&relento&
durante"meses,"para"posterior"usinagem"
e/ou"colocação"em"serviço"9 apenas&10%&
das&tensões&residuais&eram&eliminadas.

• O"T.T."de"alívio"de"tensões"consiste:
• Aquecimento"9 550° e"650°C"durante"
um"período"de"tempo"que"poderá"
variar"entre"1,0"e"48,0"horas"a"
depender"do"objetivo"e"aplicação"da"
peça;
• Resfriamento"lento"normalmente"
dentro"do"próprio"forno."

6
06/11/23

Recozimento*a*Baixa*Temperatura*! Ferritização (B)

• RECOZIMENTO*DE*FERRITIZAÇÃO*0 baixas*
temperaturas*(700ºC*e*760ºC):

• Transformação*da*cementita*da*perlita*em*ferrita*+*
grafita.

• Normalmente*destinado*a*ferros*fundidos*com*
baixos*teores*de*elementos*de*liga.*

• O*tempo*de*TT*depende*da*quantidade*de*
grafitização*desejada.

Recozimento&Médio&ou&Pleno&(B1)

Aplica'se*o*recozimento*quando*se*deseja*obter*máxima&ductilidade&e&melhor&usinabilidade&
e&quando&não&há&necessidade&de&elevadas&resistências&mecânicas.&

• RECOZIMENTO*MÉDIO*(780º*C*a*900º*C):
• Empregado*para*ferro*fundido*com*elementos*de*liga*em&teores&mais&elevados.
• Eliminação*de*pequenas*quantidades*de*carbonetos*dispersos.
• Decomposição&de&carbonetos&! grafita.

7
06/11/23

Recozimento*a*Alta*Temperatura*! Grafitizante ou*Grafitização*(C)

• Aplicável)em)Ferros)fundidos)com)
carbonetos)maciços)(em*geral*brancos))para)
grafitização)do)material.

• Temperaturas)entre)900ºC)a)950ºC.)

• Cuidado)especial)deve)ser)tomado)quanto)ao)
percentual)de)fósforo)na)liga,)pois)o)eutético)
de)fósforo)pode)fundir)nestas)temperaturas.

Aplicação*do*TT*de*Grafitização*! Ferro*Fundido*Maleável*

• Os#ferros#fundidos#maleáveis#são#obtidos#a#partir#do
ferro*fundido*branco 5 submetidos#ao#recozimento#
de#grafitização.#
• Temperatura#~#940° C:#Fe3C#transforma5se#em#grafita.#

Os#ferros#fundidos#maleáveis#são#resultados de*um*tratamento*térmico.

Apresentam#boas#propriedades#mecânicas,#tais#como#usinabilidade,#tenacidade#e#
resistência#a#corrosão.#

8
06/11/23

Normalização+para+Ferros+Fundidos

• A"normalização"dos"ferros"fundidos"visa"obter"uma"matriz"homogênea"com"obtenção"de"uma"matriz+totalmente+
perlítica,+de+granulação+fina+ maior"resistência"mecânica"com"boa"tenacidade.

• A"etapa"de"aquecimento"é"idêntica"ao"recozimento"> resfriamento+ao+ar,+numa+velocidade+moderada.

Têmpera-e-Revenimento-para-Ferros-Fundidos

• A"têmpera geralmente"é"empregada"para"melhorias-nas-resistências-mecânica-e-ao-
desgaste-→"realizada"em"forno"(com"meio"líquido,"óleo)"ou"em"banho"de"sal.

• Como"nos"aços"o"revenimento é"empregado"após"a"têmpera"→"para"alívio"de"tensões."
• Temperaturas"entre"150° e"600° C,"dependendo"do"resultado"obtido"na"têmpera"e"o"
requerido"pelo"projeto."

9
06/11/23

Curvas'TTT'para'Ferros'Fundidos'! Cinzento

• A"velocidade"de"resfriamento"em"curvas"TTT.

Taxas%de%Resfriamento%x%Transformação%Microestrutural%6 Ferro%Fundido%Maleável

• Ferro%Maleável%Perlítico:%resfriamento+lento+até+870° C+seguido+de+resfriamento+ao+ar+
(recozimento+pleno).

• Ferro%Maleável%Ferrítico:%resfriamento+rápido+até+720° C,+seguido+de+resfriamento+lento+
(normalização).

• Ferro%Maleável%Martensítico/Revenido:%resfriamento+em+forno+até+a+temperatura+de+
845C870ºC,+mantendoCse+15+a+30+minutos+para+homogeneização:

• resfriamento+em+banho%de%óleo%agitado%para+obtenção+de+uma+matriz%martensítica.+

10
06/11/23

Ferro%Fundido%Nodular%após%TT’s de%Recozimento,%Normalização%e%Têmpera

Dúvidas??
Dúvidas??

11
13/11/2023

Tratamentos Térmicos em
Ligas Metálicas Não-Ferrosas

Ligas de Al

Ligas Metálicas Não-Ferrosas (revisão)

2
13/11/2023

Características das Ligas Metálicas Não-Ferrosas (revisão)

Características das Ligas de Alumínio (revisão)

• Baixa massa específica (~1/3 dos aços).


• Elevada resistência específica.
• Boa condutividades térmica e elétrica.

4
13/11/2023

Aplicações das Ligas de Alumínio (revisão)

Classificação das Ligas de Alumínio (revisão)

LIGAS TRABALHADAS LIGAS FUNDIDAS

ENDURECEM POR T.T.: NÃO ENDURECEM POR T.T.:

Al-Cu Al-Mg
Al-Cu-Ni Al-Mn
Al-Mg-Si Al-Si
Al-Zn-Cu
Al-Li

6
13/11/2023

Classificação das Ligas de Alumínio (revisão)

Classificação das Ligas de Alumínio Trabalhadas (revisão)

8
13/11/2023

Processamentos Empregados em Ligas de Alumínio

TRATAMENTOS TÉRMICOS:

Endurecimento por precipitação


(tratamento térmico)

Endurecimento por deformação plástica a frio


(encruamento)

Processamentos empregados em Ligas de Alumínio

NBR 6835:
• Ligas não tratáveis termicamente: têm suas propriedades aumentadas a partir de deformação a frio;
• Ligas tratáveis termicamente: possuem suas propriedades aumentadas por meio de tratamentos
térmicos.
Têmpera Têmpera
quenching temper

Classificação das têmperas pela NBR 6835:


 F – como fabricada: não têm suas propriedades mecânicas controladas após processamento;
 O – recozida: produtos que apresentam o menor valor de resistência mecânica, após tratamento
térmico de recozimento;
 H – encruada: produtos que têm sua resistência mecânica aumentada a partir de deformação plástica
10
a frio e que podem passar por recozimento parcial, estabilização ou pintura;
 W – solubilizado: ligas que envelhecem naturalmente à temperatura ambiente após o tratamento
térmico de solubilização;
 T – tratada termicamente: produtos que passam por tratamento térmico com ou sem deformação
plástica, produzindo propriedades estáveis diferentes das obtidas com as têmperas “F”, “O” e “H”.

10
13/11/2023

Tratamentos Térmicos de Endurecimento em Ligas de Alumínio

11

Tratamentos Térmicos para Alívio de Tensões e de Recozimento

 Controle de características metalúrgicas  propriedades mecânicas, tamanho de grão, estampabilidade.

12
13/11/2023

Tratamentos Térmicos para Alívio de Tensões e de Recozimento

Processo de produção de chapas de alumínio via direct chill e microestrutura relacionada a cada etapa. (a)
Fundição, (b) pré-aquecimento, (c) laminação a quente: laminador reversível, (d) laminação a quente: laminador
tandem, (e) laminação a frio e (f) recozimento.

Fonte: Adaptado de ENGLER, 2005

13

Tratamentos Térmicos para Alívio de Tensões e de Recozimento

Evolução da microestrutura da liga AA5182 durante tratamento térmico, após 12 e 80% de redução a frio.

 Crescimento de grão;

 Alta densidade de contorno de grão


atua como potencial
termodinâmico;

 Baixa resistência mecânica.

 Recuperação e recristalização
parcial;

 Recuperação e recristalização total;

 Grãos finos: contornos de baixo


ângulo ou átomos de Mg bem
distribuídos;

Fonte: NASCIMENTO, 2014.  Aumento da resistência mecânica.

14
13/11/2023

Tratamento Térmico de Solubilização de Ligas de Al

• Liga é aquecida até temperatura acima da linha solvus.

• Material permanece nessa temperatura até o soluto ser


completamente dissolvido, formando uma solução sólida
supersaturada.

• Tempo e temperatura dependem de:


• Composição da liga
• Tamanho da peça
• Estrutura do grão cristalino

15

Tratamento Térmico de Solubilização de Ligas de Al

• Resfriamento brusco do material até a temperatura ambiente

• Resfriamento pode ser feito por imersão em meio liquido, banho de sal ou ao ar

• Em temperatura ambiente, taxa de difusão e solubilidade sólida dos elementos de


liga são baixas

• Diminuição drástica da temperatura retarda a formação de precipitados

• Matriz fica supersaturada com átomos da segunda fase

16
13/11/2023

Tratamento Térmico de Envelhecimento de Ligas de Al

• Objetivo: precipitar partículas a partir da solução sólida supersaturada obtida anteriormente


• Envelhecimento natural: temperatura ambiente em longos períodos de tempo
• Envelhecimento artificial: temperaturas mais elevadas, períodos de tempo menores e picos de
dureza mais elevados

17

Tratamento Térmico de Envelhecimento da Liga 6XXX

• Resultados do tratamento são mostrados em gráficos de dureza em função do tempo de


envelhecimento.

18
13/11/2023

Etapas do Tratamento Térmico de Solubilização + Envelhecimento da Liga 2XXX (Al-Cu)

19

Etapas do Tratamento Térmico de Envelhecimento da Liga 2XXX (Al-Cu)

Formação de precipitados segue uma sequência, com formação de fases metaestáveis antes da fase
estável:
• Zona GP: pequenos aglomerados na forma de discos coerentes com a matriz. Não melhora
propriedades mecânicas significantemente.

20
13/11/2023

Etapas do Tratamento Térmico de Envelhecimento da Liga 2XXX (Al-Cu)

• Precipitados θ’’: precipitados em forma de agulha coerentes com a matriz. Maior


tamanho impede movimento das discordâncias  responsável pelo pico de dureza.
• Precipitados θ’: maiores em forma de cilindros semicoerentes com a matriz.
• Precipitados θ: em formato de placas, com dimensões ainda maiores que as outras fases e
incoerentes com a matriz.

21

Efeito dos Precipitados Coerente e Incoerente na Matriz de Al

22
13/11/2023

Etapas do Tratamento Térmico de Envelhecimento da Liga 2XXX (Al-Cu)

• A ausência de coerência com a matriz, o aumento das dimensões e distâncias entre precipitados
grandes nas duas últimas fases, facilita o deslocamento das discordâncias e ocorre a diminuição da
dureza e resistência mecânica.

23

Etapas do Tratamento Térmico de Envelhecimento da Liga 2XXX (Al-Cu)

24
13/11/2023

Efeito da Temperatura de Envelhecimento em Ligas de Al

T1 < T2 < T3

25

Mecanismo de Endurecimento dos Precipitados Coerentes na Matriz de Al

Liga Subenvelhecida

 Com o espaçamento pequeno, parte da


discordância tem seu movimento assistido
devido às tensões de deformação.

26
13/11/2023

Mecanismo de Endurecimento dos Precipitados Coerentes na Matriz de Al

Liga Envelhecida

 O endurecimento é máximo quando o


espaçamento é similar ao raio limite de
curvatura das discordâncias.

27

Mecanismo de Endurecimento dos Precipitados Semicoerentes na Matriz de Al

• O endurecimento se dá pelo aumento da tensão necessária para cisalhar as partículas devido às


variações de energia causadas por esse cisalhamento.

Liga Sobreenvelhecida

28
13/11/2023

Mecanismo de Endurecimento dos Precipitados Incoerentes na Matriz de Al

• O endurecimento resulta num pequeno aumento da tensão necessária para que a


discordância contorne o precipitado incoerente.

29

Micrografia de Liga de Al Envelhecida – Série 2XXX-T6

30
13/11/2023

Micrografia de Liga de Al Envelhecida – Série 7XXX-T6

31

Micrografia de Liga de Al Envelhecida – Série 6XXX-T6

32
13/11/2023

Dúvidas?

33

Estudos de Caso:
Envelhecimento
de Ligas Metálicas

34
13/11/2023

EC-1: Influência dos Parâmetros de Envelhecimento nas Propriedades Mecânicas do AA6063

• Efeito do TT em propriedades
mecânicas do material

• Variação do tempo e
temperatura de envelhecimento

• Análise da fratura – modos de


fratura do material envelhecido

 Os resultados experimentais
revelaram que o envelhecimento
entre 8 e 10 horas a 448 K é a
combinação de tempo e
temperatura mais adequada 
proporcionando resistência à
tração, resistência ao escoamento e
dureza à liga máximos

35

Influência dos Parâmetros de Envelhecimento nas Propriedades Mecânicas do AA6063

 O aumento no tempo e na temperatura de envelhecimento (entre 373-448 K por


2-8h) geram aumento contínuo na resistência à tração da liga.
 Aumento adicional na temperatura de envelhecimento (473 e 498 K por 10±12 h)
reduzem a resistência à tração da liga.

36
13/11/2023

Influência dos Parâmetros de Envelhecimento nas Propriedades Mecânicas do AA6063

 A tensão de escoamento cresce com o aumento


da temperatura.

 O limite de escoamento máximo é observado


quando a liga envelhece entre 10 e 12 horas a
473 K.

 O aquecimento adicional causa uma diminuição


constante na resistência ao escoamento do
material.

37

Influência dos Parâmetros de Envelhecimento nas Propriedades Mecânicas do AA6063

 Aumento contínuo da dureza com o aumento


no tempo e na temperatura de
envelhecimento é observado.

 A liga atinge sua dureza máxima em 473 K


quando envelhecido por 8 horas, a partir de
então ocorre uma diminuição da dureza com o
aumento do tempo e da temperatura.

38
13/11/2023

Influência dos Parâmetros de Envelhecimento nas Propriedades Mecânicas do AA6063

39

EC-2: Tratamento Térmico empregado em Juntas Soldadas de Aço Maraging 300

MOTIVAÇÃO
Invólucro cilíndrico, produzido a
partir de chapas calandradas e
soldadas formando um vaso de
pressão.

IAE – Instituto de Aeronáutica e Espaço. Projetos. Disponível em; <http://www.iae.cta.br/site/page/view/pt.projetos.html>. Acessado em: 25 de março
de 2016.

40
13/11/2023

EC-2: Tratamento Térmico empregado em Juntas Soldadas de Aço Maraging 300

MARtensite + AGING “ENVELHECIMENTO DA MARTENSITA”

Tensão de escoamento de 2,8 GPa Solubilização


30-35 HRC (302-345 HV)
Boa resistência mecânica somada a tenacidade
Envelhecimento
precipitação de compostos - Co, Mo e Ti
Indústrias aeronáutica, espacial e nuclear
56HRC (613HV)
Teor de carbono - 0,03p% - impureza
Fenômeno de reversão da martensita
Reversão da martensita para austenita para austenita

41

EC-2: Tratamento Térmico empregado em Juntas Soldadas de Aço Maraging 300

ORLOWSKI, J.A.; LEITÃO, A.C; PEREIRA, W.D; PERDIGÃO S.C. “Estudo Comparativo da Soldagem de Dois
Aços da Industria Aeroespacial”. XV Encontro Nacional de Tecnologia da Soldagem, ABS, São Paulo 1989
Adaptado: PARDAL J. M. Propriedades Mecânicas e Magnéticas do Aço Maraging Classe 300 em Diversas
Condições de Tratamento Térmico. Dissertação de M.Sc., UFF, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2012.

42
13/11/2023

EC-2: Tratamento Térmico empregado em Juntas Soldadas de Aço Maraging 300

ZF – estrutura dendrítica

 ZTA1 - crescimento de grão

ZTA2 - recristalização

ZTA3 - envelhecimento

Adaptado: SANTOS, D. R. Otimização dos parâmetros de tratamento térmico e soldagem do aço maraging
18Ni 300. 2001. 118f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica). Universidade Estadual Paulista
“Julio de Mesquita Filho” – Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, Guaratinguetá, 2001.
Adaptado: EL-BATAHGY, Abdel-Monem. Influence of Heat Input and Pre-Weld Heat Treatment Condition on
Properties of Maraging Steel Weldments. v. 15, n. 4, p. 574-583, 1997

43

EC-2: Tratamento Térmico empregado em Juntas Soldadas de Aço Maraging 300

ZF – estrutura dendrítica

 ZTA1 - crescimento de grão

ZTA2 - recristalização

ZTA3 - envelhecimento

Adaptado: SANTOS, D. R. Otimização dos parâmetros de tratamento térmico e soldagem do aço maraging
18Ni 300. 2001. 118f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica). Universidade Estadual Paulista
Adaptado: EL-BATAHGY, Abdel-Monem. Influence of Heat Input and Pre-Weld Heat Treatment
“Julio de Mesquita Filho” – Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, Guaratinguetá, 2001.
Condition on Properties of Maraging Steel Weldments. v. 15, n. 4, p. 574-583, 1997

44
13/11/2023

EC-2: Tratamento Térmico empregado em Juntas Soldadas de Aço Maraging 300

45

EC-2: Tratamento Térmico empregado em Juntas Soldadas de Aço Maraging 300

2000

Comparado ao MB
SE - perda de 18%
1500

E – perda de 10%
Tensão (MPa)

1000

Sem solda (MB) - E

Sem solda (MB) - SE

500 COND 2 - E

COND 2 - SE

0
0.0% 1.0% 2.0% 3.0% 4.0% 5.0% 6.0% 7.0% 8.0% 9.0% 10.0%
Alongamento (%)

46
13/11/2023

EC-2: Tratamento Térmico empregado em Juntas Soldadas de Aço Maraging 300

7,17% na condição solubilizado e envelhecida


3,33% na condição envelhecida

47

Dúvidas?

48
22/11/2023

Tratamentos Térmicos de Ligas não-ferrosas


Ligas de Ti
Ligas de Ni (Superligas)

Metais Não-Ferrosos – Ti e suas Ligas (revisão)

• Ti puro é alotrópico  estruturas


HC (α) e CCC (fase β).

2
22/11/2023

Elementos de Liga para Titânio (revisão)

Os elementos de liga empregados na obtenção das ligas de titânio podem ser


classificados em três grupos:
• α-estabilizadores,
• β-estabilizadores e
• neutros.

Ligas de Titânio (revisão)

A adição de certa quantidade de estabilizadores α/β foram as ligas de titânio.


• Elementos α-estabilizadores  metais dos grupos IIIA e IVA (Al e Ga) e os elementos
intersticiais C, N e O.
• Elementos β-estabilizadores metais de transição (V,Ta, Nb, Mo, Mg, Cu, Cr e Fe) e os
metais nobres.

4
22/11/2023

Ligas de Titânio α

• As ligas de Ti-α e Ti comercialmente puro  ligas contendo α-estabilizadores  fase α.

• Possuem elevada resistência a fluência  uso em temperaturas relativamente elevadas.


• O emprego de tratamentos térmicos não produz variações significativas em termos
microestruturais e de propriedades mecânicas  somente por encruamento e
recozimento subsequente.

• Em termos de comportamento mecânico:

• Boa resistência mecânica, modulo de elasticidade,


• boa tenacidade à fratura,
• baixa forjabilidade (estrutura HC).

Ligas de Titânio β

• As ligas tipo β  quantidade elevada de


elementos β-estabilizadores é adicionada
ao Ti.
• Fase β metaestável será retida a
temperatura ambiente após resfriamento.

• Este tipo de liga é bastante sensível a


tratamentos térmicos:

 otimização do comportamento mecânico.

• Dependendo da composição  a
precipitação da fase metaestável ω é
possível.

6
22/11/2023

Ligas de Titânio β

• A estabilização da estrutura CCC a temperatura ambiente.


• Podem ser concebidas a partir da utilização de elementos de liga altamente
biocompatíveis como e o caso do Nb, do Ta.

Ti β  resfriamento rápido  fase α’

Ligas de Titânio α+β

• Ligas com teor suficiente de elementos α e β-estabilizadores que permitem expandir o campo α+β até a
temperatura ambiente.
• Combinação das fases α e β  balanço ótimo de propriedades  controle das frações volumétricas das fases
e de suas microestruturas a partir de tratamentos térmicos e/ou termomecânicos.
• A liga Ti-6Al-4V é um exemplo de liga do tipo α+β  aplicada no setor aeroespacial e biomédico (implantes
odontológicos e ortopédicos).

Estrutura equiaxial

8
22/11/2023

Tratamentos Térmicos em Ligas de Titânio X Objetivos

Os tratamentos térmicos mais empregados em ligas de titânio são:

• Alívio de tensões
 reduzir tensões residuais desenvolvidos durante a fabricação.

• Recozimento
 combinar propriedades: ductilidade, usinabilidade e estabilidade estrutural

• Solubilização + Envelhecimento Artificial


 aumentar a resistência mecânica da liga
 resistência à fadiga e à fluência em alta temperatura.

CUIDADO!
Recozimento e Envelhecimento em ligas de α+β se confundem!

Tratamentos Térmicos em Ligas de Titânio

 A resposta do titânio e suas ligas ao tratamento térmico depende da composição do


metal e dos efeitos de elementos de liga na transformação de fases α-β.

 Os ciclos térmicos aplicados para cada liga podem variar.

 Qualquer TT em temperaturas acima de 427º C deve ser feito sob atmosfera


protetora  evita a absorção de oxigênio  formação de camadas de óxidos.

• Ligas de Ti α (ou quase α)  TT’s de alívio de tensão e recozimento sem aumento


significativo na resistência mecânica.

• Ligas α+β  TT’s de alívio de tensão, recozimento e solubilização/envelhecimento

• Ligas de Ti β (ou quase β)  TT’s de alívio de tensão e solubilização/envelhecimento.

10
22/11/2023

Tratamentos Térmicos em Ligas de Titânio – Alívio de Tensões

• TT de alívio de tensões  sem efeitos


adversos à resistência mecânica e à
ductilidade.

• Esse tipo de tratamento reduz as tensões


residuais indesejáveis que resultam de:

a) Deformação não uniforme de


forjamento a partir da conformação a
frio e endireitamento.
b) Usinagem assimétrica de placas ou
peças forjadas.
c) Soldagem de materiais fundidos ou
trabalhados.

11

Tratamentos Térmicos em Ligas de Titânio

• Ligas de Ti α+β

 Frações volumétricas das fases, tamanhos e distribuições podem ser manipuladas


por tratamento térmico.

 para melhoria de uma propriedade específica ou para atingir um níveis adequados de


resistência mecânica.

Estrutura equiaxial

12
22/11/2023

Influência do Tratamento Térmico empregado em Liga de Ti-6Al-4V

13

Tratamentos Térmicos em Ligas de Titânio α+β

Recozimento duplo
ou duplex

Solubilização +
envelhecimento

Recozimento β

14
22/11/2023

Tratamentos Térmicos em Ligas de Titânio α+β

Têmpera de β

Recozimento para
recristalização

Recozimento para
recristalização
incompleta

15

Tratamentos Térmicos em Ligas de Titânio α+β (em resumo...)

• Recozimento duplo (duplex anneling)  aquecimento abaixo da Tβ (50-75° C), resfriamento ao ar,
aquecimento entre 540-675° C)  α primária + Widmanstätten.

• Recozimento para recristalização (recrystallization anneal)  aquecimento a 925° C por 4h,


resfriamento lento (50° C/h) até 760° C, resfriamento ao ar  grãos equiaxiais α+β.

• Recozimento para recristalização incompleta (mill anneal)  trabalho a quente seguido de


recozimento a 705° C entre 30 min e várias horas, resfriamento ao ar  α com pequena fração
volumétrica de β.

• Solubilização + envelhecimento (solution treat and age)  solubilização ~40º C abaixo de Tβ ,


seguido de resfriamento em água (severo) + envelhecimento  fase primária α com precipitado
α’ (ou mistura α+β)

• Têmpera de β (Beta quench)  aquecimento ~15° C acima de Tβ, resfriamento em água (severo) e
aquecimento entre 650-760° C por 2h  martensita α’.

16
22/11/2023

Tratamento Térmico de Solubilização + Envelhecimento em Liga de Ti-β

• Liga Ti-3Al-8V-6Cr

• Solubilização + envelhecimento (solution treat and age)  solubilização 816º C (abaixo de Tβ), seguido de
resfriamento em água (severo) + envelhecimento a 566º C por 6h.
• Microestrutura: fase martensita como precipitado
• Característica: alteração de fase β  α’  α’’

Solubilizado Envelhecido

17

Ligas de Titânio X Tratamentos Térmicos

18
22/11/2023

Aspectos Gerais do Tratamento Térmico em Ligas de Ti

• Taxas de aquecimento baixas  volatização de elementos (vazios na liga).


• Atmosfera inerte  afinidade do Ti com o oxigênio.

19

Dúvidas?

20
22/11/2023

Tratamentos
Térmicos de
Superliga (Inconel)

21

Superligas (revisão)

• As superligas são ligas metálicas com elevada resistência térmica.


• São formadas à base de níquel, ferro-níquel e cobalto-níquel (matriz).

• São empregadas em motores de foguetes, turbinas de energia, reatores nucleares.

• As superligas podem ser classificadas de diversas maneiras:

1 – Pelo elemento químico majoritário, ferro-níquel, cobalto e níquel.


2 – Pelo processamento utilizado, trabalháveis ou fundidas (com ou
sem TT de envelhecimento).
3 – Pela microestrutura final obtida.

22
22/11/2023

Superligas de Níquel – Inconeis (revisão)

• As superligas de níquel podem ser subdivididas em duas classes, sendo que a principal
diferença entre essas classes é a plasticidade.

• Ligas trabalhadas termo-mecanicamente:


•Forjadas e laminadas.
•Com ou sem tratamento térmico.

• Ligas não trabalhadas termo-mecanicamente:


•Fundição de precisão.
•Solidificação unidirecional.
•Monocristais.

23

Tipos de Superligas de Níquel (revisão)

24
22/11/2023

Características das Superligas de Níquel (revisão)

• Apesar da grande quantidade de elementos químicos  superligas de níquel são formadas por duas fases: a fase
matriz, conhecida como gama (γ), e a fase endurecedora chamada gama linha (γ’).

• INCONEL 713C  γ’ (Ni2(Al,Ti), CFC  γ’’ (Ni3Nb), ortorrômbica

• A fase γ’ é uma fase formada através da solidificação e durante o resfriamento da liga ou através do tratamento
de envelhecimento  fase responsável pela alta resistência a elevadas temperaturas.

25

Tratamentos Térmicos empregados em Superligas

Os T.T.’s mais empregados:

• Alívio de tensões.
• Recozimento.
• Solubilização e Envelhecimento.

 Alívio de Tensões:
Empregado em ligas forjadas e não endurecíveis por envelhecimento.
Tempo e temperatura dependentes das características metalúrgicas e também do nível
de tensões residuais provenientes de processos termomecânicos anteriores.
Temperaturas abaixo da temperatura recozimento do material.

 Recozimento:

Visa a redução de dureza e aumento da ductilidade


(recristalização)  melhorias para laminação e usinagem.
26
22/11/2023

Tratamentos Térmicos empregados em Superligas

 Solubilização + envelhecimento  visa aumento da resistência mecânica das ligas:


 precipitação de quantidades adicionais de um ou mais fases da matriz supersaturada.

• Fatores que influenciam etapas e temperatura de envelhecimento incluem:

•Tipo e número de fases de precipitação disponíveis


•Tamanho do precipitado
•Combinação de resistência mecânica e ductilidade desejada.

27

Tratamentos Térmicos empregados em Superligas

Solubilização
Envelhecimento

28
22/11/2023

Características do Envelhecimento
• Em temperaturas mais elevadas que a de envelhecimento  aumento de γ  maiores propriedades em fluência,
mas menores em fadiga.
• Portanto, as temperaturas de envelhecimento são menores do que as usadas para obter altas propriedades de
fluência.

29

Características do Envelhecimento
• Em temperaturas mais elevadas que a de envelhecimento  aumento de γ  maiores propriedades em fluência,
mas menores em fadiga.
• Portanto, as temperaturas de envelhecimento são menores do que as usadas para obter altas propriedades de
fluência.

30
22/11/2023

T.T. de Duplo Envelhecimento – Exemplo Inconel 718


 Comumente empregado para controlar a distribuição de tamanhos de γ’e γ”

• Maior dispersão das fases secundárias.


• Aumento tamanho de grão fases principais.

31

T.T. de Duplo Envelhecimento – Exemplo Inconel 718

• Maior dispersão das fases secundárias


• Aumento tamanho de grão fases principais.

32
22/11/2023

Dúvidas?!

33

Tratamentos Térmicos de Ligas de Mg

34
22/11/2023

Mg e suas Ligas (revisão)

35

Nomenclatura de Ligas de Mg

36
22/11/2023

Mg e suas Ligas

As ligas de Mg se classificam em:

• Fundidas.
• Forjadas.

Os TT’s mais empregados em Ligas de Mg:

 Recozimento para alívio de tensões  especialmente para peças fundidas.


 Solubilização + Envelhecimento Artificial ou Natural.

37

Tratamentos Térmicos em Ligas de Mg

• Recozimento para alívio de tensões (peças fundidas ou forjadas)


 reduz consideravelmente as propriedades de tração e aumenta a ductilidade

• Solubilização + envelhecimento artificial (


 proporciona máxima dureza e resistência mecânica, mas com algum sacrifício à ductilidade.

38
22/11/2023

Tratamento Térmico de Recozimento para Alívio de Tensões em Ligas de Mg

• A usinagem de precisão de peças fundidas  evitando a distorção e à corrosão sob tensão.

• O baixo módulo de elasticidade destas ligas, podem produzir tensões elásticas apreciáveis.

• Reparos de solda podem introduzir tensões e devem ser seguidos por tratamento térmico para evitar
subsequentes fissuração.

39

Tratamentos Térmicos de Solubilização e Envelhecimento

 Na maioria das ligas forjadas, as propriedades mecânicas máximas são desenvolvidas pelo
endurecimento por deformação ou por envelhecimento

 Envelhecimento  geralmente T5.

 As ligas forjadas que podem ser endurecidas por tratamento térmico são agrupadas em cinco
classes:

40
22/11/2023

TT de Solubilização e Envelhecimento em Ligas de Mg

• Na solubilização de Mg-Al-Zn
 temperaturas de 260°C (~2 h)
 evitar a fusão de compostos eutéticos

41

Dúvidas?

42

Você também pode gostar