Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
ABSTRACT
A surface hardening by electromagnetic induction is a widely used heat treatment technique and
a prominent technology in metallurgy to enhance the durability and performance of critical
components such as gears, bearings, shafts, and cutting tools. This article addresses the
principles of induction hardening, material characteristics, and their impact on these specific
applications. The article explores how electromagnetic induction enables the creation of surface
layers with high hardness, improving the ability to resist wear, fatigue, and extreme loads. The
exceptional ability to customize the mechanical properties of the material, ensuring precise
adaptation to each specific application of the component, is also highlighted. This process
significantly contributes to reducing wear and extending the life of parts. This article provides a
critical and well-founded analysis of this innovative heat treatment technique and its positive
influence on materials engineering and the industry as a whole.
1 INTRODUÇÃO
O tratamento térmico superficial por indução eletromagnética representa uma
abordagem revolucionária no âmbito da metalurgia e engenharia de materiais, promovendo
melhorias substanciais na durabilidade e desempenho de uma ampla gama de componentes
industriais críticos. Conforme (Silva, André Luiz V. da Costa 2010) a indução
eletromagnética é uma técnica para aquecer seletivamente por difusão áreas superficiais de
materiais condutores, essa técnica tem se destacado como uma ferramenta indispensável em
diversas aplicações na industrias Metalmecânica. Essa pesquisa se propõe a analisar em
detalhes os princípios fundamentais, os efeitos, as aplicações e as implicações dessa técnica
de tratamento térmico, fornecendo uma compreensão aprofundada de suas complexidades e
vantagens.
Os desafios enfrentados na indústria moderna demandam constantes avanços
tecnológicos e inovações para melhorar a eficiência, a confiabilidade e a vida útil dos
componentes mecânicos utilizados em máquinas e equipamentos diversos. Engrenagens,
rolamentos e ferramentas de corte, essenciais em várias aplicações industriais, enfrentam
condições operacionais extremas, como altas cargas, atrito intenso e ciclos repetitivos de
estresse mecânico. Consequentemente, a necessidade de melhorar a resistência ao desgaste e a
vida útil desses componentes tornou-se crucial para otimizar o desempenho e a eficiência dos
sistemas em que são empregados.
Nesse contexto, a têmpera por indução eletromagnética surge como uma solução
tecnológica inovadora e altamente eficaz. Através da aplicação controlada de campos
magnéticos alternados, essa técnica é capaz de aquecer rapidamente áreas superficiais de
peças metálicas, promovendo transformações microestruturais que resultam em um aumento
substancial na dureza e mantendo as propriedades mecânicas do núcleo. Isso, por sua vez,
proporciona uma resistência excepcional ao desgaste, à fadiga e às cargas extremas,
características fundamentais para a funcionalidade e a durabilidade.
A literatura acadêmica e a pesquisa industrial têm atestado repetidamente os benefícios
da têmpera por indução eletromagnética. (Callister, 2000) Em seu livro, enfatiza a
importância desse processo no contexto da metalurgia, destacando sua capacidade de criar
camadas superficiais endurecidas com uma precisão e controle notáveis. O autor ressalta que
essa personalização das propriedades do material permite que as peças sejam adaptadas de
forma precisa às demandas específicas de cada aplicação, um aspecto crucial para melhorar a
vida útil e o desempenho desses componentes críticos.
3
onde:
Q é a quantidade de calor gerada (em joules),
I é a corrente elétrica (em amperes),
R é a resistência elétrica do condutor (em ohms), e
t é o tempo (em segundos).
A têmpera por indução utiliza uma bobina de indução para criar um campo magnético
variável. Quando o material a ser temperado é colocado dentro do campo magnético variável,
a corrente elétrica é induzida no material de acordo com a Lei de Faraday da Indução
Eletromagnética.
4
Onde:
V é a tensão induzida.
N é o número de voltas da bobina.
Onde:
d é a profundidade de penetração.
ρ é a resistividade do material.
ω é a frequência do campo magnético.
μ é a permeabilidade magnética do material.
Onde:
P é a potência da bobina.
I é a corrente elétrica.
R é a resistência elétrica do material.
Ferro Alfa (α): A fase ferrítica é composta principalmente por átomos de ferro (Fe) e é
estável em temperaturas abaixo do ponto crítico de transformação. É relativamente macia e
possui baixa resistência, tornando-a adequada para aplicações em que a ductilidade é
importante. O ferro alfa é a forma estável do ferro em temperaturas normais, abaixo de 912°C.
Apresenta uma estrutura cristalina cúbica de corpo centrado (CCC), o que significa que cada
átomo de ferro está localizado nos vértices de um cubo e no centro do cubo. Propriedades: É
relativamente macio e possui baixa ductilidade e maleabilidade. Essas características fazem
com que o ferro alfa seja adequado para aplicações a temperaturas ambiente, como estruturas
metálicas.
Ferro Gama (γ): A fase austenítica é rica em átomos de ferro e carbono, especialmente em
aços inoxidáveis. É estável em temperaturas acima do ponto crítico de transformação. Possui
alta resistência e é não magnética. É frequentemente utilizada em aplicações de alta
temperatura e em aços inoxidáveis. O ferro gama é a forma estável do ferro em temperaturas
mais elevadas, entre 912°C e 1394°C. Apresenta uma estrutura cristalina cúbica de face
centrada (CFC), na qual os átomos de ferro estão localizados nos vértices e no centro das
6
faces do cubo. O ferro gama é mais denso e menos maleável que o ferro alfa. É usado em
aplicações de alta temperatura, como em ligas de aço inoxidável e em algumas aplicações
metalúrgicas.
Perlítica (α + Fe3C): A fase perlítica é uma mistura de fase ferrítica e cementita (Fe3C),
formada através da transformação da austenita por resfriamento lento a temperaturas abaixo
do ponto eutetóide. É dura e quebradiça, tornando-a adequada para aplicações onde a
resistência é mais importante do que a ductilidade.
Martensítica (α'): A fase martensítica é uma fase supersaturada de carbono na fase ferrítica.
É formada a partir da austenita por resfriamento rápido, como têmpera. É extremamente dura
e resistente, mas também é frágil. A martensita é frequentemente encontrada em aços
endurecidos por têmpera.
Cementita (Fe3C): A fase cementita é uma fase intermetálica que consiste principalmente
em ferro e carbono. Ela é dura e quebradiça. Geralmente, não é desejável em grandes
quantidades na microestrutura do aço, pois pode torná-lo frágil. No entanto, pequenas
quantidades de cementita podem contribuir para a resistência do aço.
Ferro Delta (δ): A fase delta é uma fase metastável que pode ocorrer em aços de liga a
temperaturas elevadas. Ela é menos comum do que as outras fases mencionadas e tem
propriedades específicas dependendo da composição da liga. Temperatura Extremamente Alta
o ferro delta é uma forma menos comum e estável do ferro a temperaturas muito elevadas,
acima de 1394°C. Apresenta uma estrutura cristalina cúbica de corpo centrado semelhante ao
ferro alfa, mas com parâmetros de rede diferentes. Propriedades: Geralmente, não é
encontrado em condições normais, devido às altas temperaturas necessárias para estabilizar
essa forma alotrópica.
3.1 Têmpera
“Os Processos de produção nem sempre fornecem os materiais de construção nas condições desejadas:
as tensões que se originam nos processos de fundição, conformação mecânica e mesmo na usinagem
criam sérios problemas de distorções e empenamentos e as estruturas resultantes não são,
frequentemente, as mais adequadas afetando, em consequência, no sentido negativo, as propriedades
mecânicas dos matérias.
Por esse motivo, há necessidade de submeter as peças metálicas, antes de serem definitivamente
colocadas em serviço, a determinados tratamentos que objetivem minimizar ou eliminar aqueles
inconvenientes.” (Chiaverini, 1986, p240).
“Uma das características mais importantes dos aços como materiais de construção mecânica é a
possibilidade de desenvolver ótimas combinações de resistência e tenacidade (medida pela resistência
ao impacto). A estrutura que classicamente permite tais combinações é a estrutura martensítica
revenida.
A têmpera consiste em resfriar o aço, após austenitização, a uma velocidade suficientemente rápida para
evitar a transformações perlíticas e bainíticas na peça em questão. Desde modo obtém-se estrutura
metaestável martensítica.” (Silva, 2010, p97).
A têmpera é um processo de tratamento térmico aplicado ao aço e a outros materiais
metálicos para melhorar suas propriedades mecânicas, como dureza e resistência. A têmpera
envolve o aquecimento do aço a uma temperatura crítica, seguido pelo resfriamento rápido
para transformar sua estrutura cristalina. De acordo com (Silva, André Luiz V. da Costa
2010). Os meios de têmpera mais comuns são: a têmpera por água (pura ou com adição de sal
ou polímeros), e a têmpera por óleo e ar, por meios gasosos como nitrogênio, hélio, argônio,
etc. A seleção do método de têmpera, temperatura de têmpera e tempo de aquecimento
depende das propriedades desejadas para o aço final. Diferentes tipos de aço exigem
diferentes tratamentos térmicos para atingir as características desejadas.
Aquecimento: O aço é aquecido a uma temperatura acima de sua temperatura crítica, que
varia de acordo com o tipo de aço e o teor de carbono. A temperatura crítica é a temperatura
na qual a estrutura cristalina do aço muda de fase.
Manutenção da temperatura: Após o aquecimento, o aço é mantido a essa temperatura
crítica por um determinado período de tempo para permitir que a temperatura se estabilize e
que todos os componentes do aço alcancem a mesma temperatura.
Resfriamento rápido: O aço é resfriado rapidamente, quase que instantaneamente,
mergulhando-o em um meio de resfriamento, como água ou óleo. Isso faz com que a estrutura
cristalina do aço se transforme em uma estrutura mais dura.
O resfriamento rápido durante a têmpera cria uma estrutura chamada martensita, que é
mais dura e mais resistente do que a estrutura original do aço. No entanto, a martensita
também pode ser muito frágil. Para reduzir a fragilidade, é comum realizar um processo de
11
aço. Pode ser usado para controlar a microestrutura do aço, o que afeta suas propriedades
mecânicas e sua resistência à corrosão.
É importante observar que as temperaturas e os tempos de revenimento precisam ser
cuidadosamente controlados para obter as propriedades desejadas no aço. Diferentes tipos de
aço requerem diferentes tratamentos de revenimento para atingir as características desejadas.
Tempera superficial é um processo de tempera convencional, só que aplicado apenas á região superficial
da peça. É ideal para produzir peças com alta dureza superficial e, por consequência, com maior
resistência ao desgaste, com um núcleo mais mole e dúctil. É o caso de engrenagens, por exemplo, em
que se deseja alta resistência ao desgaste na superfície para suportar o atrito de metais, e um núcleo
dúctil, para acomodar os impactos recebidos.
Para se promover um aquecimento rápido da superfície da peça, utiliza-se o aquecimento indutivo. (Silva,
André Luiz V. da Costa 2010).
O resultado da têmpera por indução eletromagnética é uma superfície endurecida, que é muito
mais resistente ao desgaste, à abrasão e ao impacto, mantendo o núcleo da peça com
características mecânicas desejáveis, como tenacidade. É importante ressaltar que a
frequência da corrente é inversamente proporcional profundidade da camada endurecida pode
ser controlada variando os parâmetros do processo, como a frequência e a intensidade da
corrente. Quanto maior a frequência, menor a profundidade de aquecimento (efeito pelicular).
Isso torna a têmpera por indução eletromagnética uma técnica altamente eficaz para melhorar
as propriedades superficiais de peças de metal.
14
REFERÊNCIAS
Hume-Rothery,William 1968
The Structures of alloys of iron / William Hume Rothery.
[Tradução de Renato Rocha Vieira et al.] São Paulo: Editora Edgard
Blucher, 1968