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D ir et or

da UNIVERSID A DE DE NEW YORK

Iniruduçao ,
99-
~
3AQ

QL uctâo cru

PRdLOGO

O praente trabalho e' • traduço das notas de aula de


um curso ministrado na NEW YORK UNIVERSITY pelo prof. RI-
CHARD COURAT e redigida por A.A. BLANK. Coube à S.P.M. o
prazer de editar,poss3velmente, o primeiro livro em lingua
portuguesa s&Drea Teoria das Funç'es de Varivel Complex&,
o qual reune pelo menos dois aspectos vantajosos: l)aer de
autoria de um matemtico de renome, que no perde de vista
as aplicaçes do exposto,; 2) estar revestido de carter e-
lementar, facilmente aceasí'vel aos familiarizados com os
rudimentos de Calculo Infinitesimal, embora abranja t6pi-
coe os mais variegados.
Os leitores ficaro, com isto, capacitados a enfren-
tar obras de maior vulto, entre as quais a do próprio R.
COURANT em colaboração com HtJRWITZ, os tratados de 1IEBER-
13ACH 9 BEHNKE e SOMMER, CARATHODORY, WHITTAKER e WATSON,
etc.
Aos profs. dra. OIÀVO DEL CLARO, pelas proveitosas au
geates sobre o texto, e JAIME MACHADO CARDOSO, que se en-
carregou da maior parte da confeço material da obra, os a
gradecimentos do tradutor.

Curitiba, dezembro de 1956

Leo Baraotti
2Q!LEúD 0

• Pag.
Capitulo 1. INTRODUÇÃO. CONCEITOS FUNDAMENTAIS 1
1, Nineros complexos . ,,....,,
. ,
2
2, 5ir5.es de potências .,........s. 11
3, A transrormaço linear geral ...... . 22

capítulo II, FUNÇES ANALÍTICAS 37


1. .Definição de função ,,,..,.. •39 • •

2. Continuidade 000
38
3, Furiçes ana1tjcas .................... 41
4. Propriedades geométricas das funções ana-
1t1cas .................................... 48
Capitul o III, INTEGRAÇÃO NO DOMÍNIO COMPLEXO e2
1. Integrais de linha ............
••

2. O teorema de Cauchy ...........


.

3. Frmu1a integral de Cauchy ........ 79


• • 4. Ap1ioaçes à teoria do potencial. Estudo
do fluxo ,.,.. .................... 0 91

capítulo IV, O MTODO DAS SRIES DE POT'NCIAS.


PRÕLONGAMENTO ANALÍTICO 107

• 1. Representação de uttaruno analftica por
urna série de po:tnoiaa........................ 107
2, Singularidades e zeros de ftnçGes anail-
ticas. Funçes inteiras emeromnorfas . •, • 113
3, Prolongamento anaI1tico e funçeø anal -

tcaa ampliadas ............................... 130


CAP(TULOI

INTRODUÇXO, CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Dificilmente existirá teoria que domine tanto a Matemti-


'ca Moderna como a 'Teor1a das Funç3es, Notavelmente harmoniosa
em ai mesma, a Teoria das Funçea, sistematiza campos to Varl
ados, como a Teoria das Equações, a neprésentaço Conforme e a
Teoria do Potencial. de irnportncia para as Geometrias no
Euclidianas, 'Topologia, Hidrodinmica, Aerodinâmica, Eletrici-
dade e Termodinnica, e, alem disso, constitue fonte de novas
descobertas matemitica8.
10 logo a Idéia de função surgiu como conceito básico da
moderna Anliss, os xnatemticos foram levados a estendê-la com
aintroduço das variáveis complexas, O novo, instrumento adap-
tou-se logo ao cálculo formal, e os matematicos (embora desco
fiados da natureza dos chamados "imagiririoa") no puderam dei
xar de reconhecer o valor dos resultados com eles obtidos. No
se#culo XVIII, Loonard Euler, mestre insuperado da invenço ana
lftica, observou que .a representação em série de potências da
funço exponencial
8
zz z.2
2e1
o j0 J'
conduz a f6rmula
+00 _2j+l
8iy -
- V (-1 ) i _L_. + i V
(2j) '-' (2j+ 1)1
j-o
ou
iy = coe y + i,aen 3'
pela aubstitu1ço pura e simples de z por ly e reagrupatn'ento
dos termos. Tal método conduziu a outros resultados xtei8,
como
1 lg 1+ 1X
arctg x =
1_ ix
que pode ser deduzido da serio
Zi
l(l + z)
2 Capj
substituindo, sucessivamente, z por ix e -ix e fazendo a dife-
rença dos resultados, obtendo-se, multiplicada por 21, a sdrie
arctg x. No e, pois, de surpreender que o uso arbitrrio dês
se cálculo formal tenha levado, eventualmente, a paradoxos,( )
Contudo, ao no século XIX J que esta atitude simplista
foi substituída pelo exame critico atual. As funça'ea do varia
vai complexa foram, ento, estudadas sistematicamente pela pri
meira vez, originando grande progresso no campo da teoria das
funçes, cujo estudo passou a ser considerado como o primeiro
passo a ser dado por todo cultor da matematica, depois de as-
similar os elementos de Calculo Infinitesimal,

1. NÚMEROS COMPLEXOS

Os "imaginrios" surgiram na iClgebra quando os matemticoa


medievais pesquisaram a solução geral das equaçes do wgundo e
terceiro grau. R,Bombelli foi o primeiro a com eles operar, ao
aplicar a frmula de G.Cardano a um caso irredutfvel da equa-
ço do 32 grau. Foi infeliz a escolha da denominaço "imag1n
rio" dada a ütes novos ndmeros; porem, ela indica a desconf
ança em que eram tidas os niineros complexos, suspeitas que ad
foram dissipadas no fim do seculo XVIII, quando F.G.Gauaa em
sua tese doutoral ( ) lhes deu simples representação geométri-
ca: podendo ser manejados segundo os metodos da Geometria, lo-
go perderam sua artificialidade temerosa. Atualmente, os mate
maticos, seguindo outra orientação, preferem defini-los abstr
tamente como simbolos sujeitos a certas operaçGes algébricas.

1.1. DEFINIÇãOENÚMERO COMPLEXO,- Considere-se o con-


junto formado pelos ni.meros reais e um novo elemento 1. (unida-
de imaginria) sobre os quais se efetuam as operaços de adi-
çio e multiolicaço, como se fossem nmeros reais, porém, com
(l)
Supondo-se, por exemplo, que a função tg a possa ser generalizada de
modo a tomar qualquer valor complexo, ponha-se tg a = 19 Êntio # para todo
t3 + ± a ter-se-a 1 - . ta
ga + ' _±LJ
1-1tg3 1=itgç3 '
o que evidentemente absurdo. Por conØeujn+e, admitir a ordinaria fortn]j
la da tangente de uma soma quando um d03 angulo e tal a conduz a resulta-
do 1dmisve1 9 e, tal ang'2.o deve ser considerado inexistente.
(2) Helinstadt (1 799),
1.1 H
a relaço adicional 2 =1.
i. (1.10)
O l
i conjunto dos números complexos compreende todos os pro-
dutos é:aomas finitas possiveis de 1 consigo mesmo e com os nu
meros riais. Assim, um numero complexo z 80 um polin6mio em 1
com coeficientes reais
z = aO + ali + a2 12 +...+ a1 = (a0 -.a2 ...)
~ + (a1 -a3 +...)1

Tõdo nímero complexo pode, pois, ser representado na for-


ma
z=a+bi (a,breals)
este modo de representaç ã o e imnico, pois se, por exemplo,
a+bio+di, então a=o e bd. Com efeito,de
a+bic+di
obt é m-se
(ac)+(b.d)i=0.
Mas O + 01 i a tnica representaQo de O na citada forma,
Com efeito, se r + s 1 = 0, entaõ (r + si)(r a 1) = r2 +s2
-

= 0, e r O = e. Segue-se, pois, que


a-cbd0 ou •ac e b=d.
Somas e produtos so evidentemente dados pelas f6rmulas:
(a + b i) + (e + d 1) = (a + o) + (b + d) 1. (1.12a)
(a + 1, i)(o + d 1) = (ao - bd) + (ad + bo)i (1.12b)
Se z = o + d 1 O fr um numero complexo, ento z possue
um único reciproco z 1 tal que zz = 1. faci1 ver que
1
Z -
c+d Z
Para todo complexo w = a + b 1, o quociente de w por z0,
io num ero
w a:+bi ..l ao + bd. + bo ad -
+b j
z o+di c2 +d2 e2 +d2
znmeros reais a,b de (1,11) dizem-se, respctivamente,
parte real e parte imagin á ria de z, representados por
aRz, b=lmz
eegunaoL:Weierstraas. O numero complexo
a.bi (1.14)
e chamado conjugado de z, gozando da propriedade de que tanto
a soma z + z como o produto z.i a io reais. Evidentemente

Rz+(z+) , Imz(z..) (115)


4 Cap.I
A todo numero complexo z a-+ b 1 associa-se um ntrnero
tal real e no negativo, chamado valor absoluto oumo'dulo de
a, definido por
= 2
Z b2 (l.ie)
Tem-se
= tal =.Vrio
Verifica-as foilmente que Iz1.a21 = 1a 1 1 .Jz2 j e (z2 4 0)
Z i/Z2l = IZII/1Z21
videnternente jz1 = O implica a 0 e reciprocamente,
possfvei dar urna definição axiomatica completa de niine-
(1),
ro complexo sem introduzir o s'mbolo auxiliar i Um nme-
ro complexo e' definido como um par ordenado de rnimeros reais
(a,b). Dois niimeros complexos (a,b) e (e,d) se dizem iguais
se, e somente se, a = o e b = d; a unidade Imaginaria e' o par
(0,1); os iumeros reais correspondem aos pares (a,0). Aálge-
bra dos pares ordenados de niíineros permite introduzir os nu-me
roa complexos sem recorrer a elementos imaginrios,Outrora tao
inconveniente.

1,2, O PLANO DOS NI(ER0S COMPLEXOS,. Os ntimeroe complexos


podem ser representados geometricamente pelos pontos de um pia
no cartesiano ordinrio, cada numero complexo a tendo para ima
gem o ponto de abcissa R a e ordenada Im a, A representaçao
e' biun'voca, isto e', cada ponto do piano representa um numero
complexo e no existem dois nimeros complexos representados pe
lo mesmo ponto. Usar-se-í, pois, urna certa liberdade de lin-
guagem e empregar-se-ao,, indiferentemente, 08 termos "ponto" e
"rnmero complexo", sto modo de representar os rnrmeros compie
xos pode ser considerado como extenso da representação dos n
meros reais mediante pontos de uma reta, cujas imagens são po
tos do eixo x,
Cada ponto do plano complexo individualiza o vetor repre-
sentado pelo segmento orientado que vai da origem ao ponto co
siderado. A adiço de ntímeros complexos sendo feita pela adi-
ço de suas componentes, vi-se que tal operação corresponde a
adiço do vetores segundo a lei do paralelogramo (Fig. 1),
natural a introduç&o de coordenadas polares (r, O ) no

(1) Cfr. LANDAU, E. - 'Grundlageii der Ânalysi8".


1.2 1 5

plano complexo. Tem-se, ento, (Fie, 2):

r =IN/x+ y2 = Jz , xraos O, yraeno (1,21)


Empregando estas relações, pode-se escrever z na forma p
lar ou trz.gonome'trica
Z = r(cos O + 1 sen o )
( 1.22)
O ângulo O, chamado z +z
- 2 Y
amplitude (argumento) de
z, e' representado por
am z • Embora as coordena / / Y
/ / O X X
das polares definam com-
pletamente o numero com-
plexo Z. a em z (z O) / Z2 x
e' determinada a menos de
um mtritipio de 27t e am O Fig. 1 Fig. 2
e' indeterminada.
O conJuado i = x 1 y tem uma interpretação geome"trica
simples: i o simétrico de z em relação ao eixo real. Evidente
mente, ain z = em z = Iz . Logo
z = r(ooa o 1 sen e) (1.23)
O produto de dois ntmeros complexos tem para expressa o
trigonome'tri ca
= r1 .r2 1008(8 1+02) + 1 sen(o 1+02)j Ç1.24)

em que se verifica a re1aço 1 z1 ,z2 = r1,r2 = A re


gra para mu1tiplicaço pode, então, ser eatab8leoida como se-
gue: Para multiplicar dois nimeros complexos, multiplicam- se
seus módulos e somam-se suas amplitudes,
Pondo
e(a) = cose + i seno ,
acha-se, pela re1aço acima:
6( 01)-e(02) = e(91+e2)
conhecida como fórmula de de loivre, Esta identidade í análo-
ga ao teorema de adiço para a função exponencial; de fato, e
tabelecor-se-u mais tarde que
e(e)e ie
Demonstrar-se-ao, a seguir, algumas propriedades de e(e):
e(g) e' perio'dica, ooin.periodo 2, is.o e', e( O 2 ) =
Ale'in. disto, e(0) = 1; e(,t/2) = 1; e(Jt) = -1; se z = e(0), en-
tão ze(.e),
19 7

+ + li w12 = 2 (1z1 2 + 1w1 2 )


onde z, w so nrneros complexos arbitrrios, Interpretar geo-
• mtriôamente o resultado,
.3) Escrever na forma a + b 1 as seguintes expressoe8:
b) , ø)Vp + q i
• Em 3c) ha 3 soluções a j + 1 b , ( j 1,2 1 3), Achar a equação
obica cujas raizes so a1, a 211 &3 e

3, A ESFERA DOS NtYMEROS COMPLEXOS. PROEÇXOESTEREOGRL.


FICA, Para certas finalidades i mais conveniente representar
os niimeros complexos pelos pontos de urna esfera, Utiliza-se,
para isto, a esfera unitria 5
x2 +Y2 +z2 =1
onde X, Y, Z so coordenadas cartesianas ortogonais no espaço.
Para plano dos números complexos escolhe-se o plano equatorial
Z = 0:e toma-se o eixo
- 1
real na direção de X e
3T
o imaginrio na de Y .
A reta que une o ponto
z = x + 1 y do plano - -------- -
equatorial ao polo nor
te N(X = O, Y O, Z1)
intercepta 5 em umpon
*
to P que se toma como
representação geome'tri Fig. 3 X
ca dez s6bre a esfe z
ra. peste modo, opla
no complexo i representado s6bre a esfera unit&ia de maneira
biunvoca, excepço feita do polo N que no corresponde a pon-
to:algum do pleno doa z (ou plano z). Entretanto, ao se apro-
ximar Pz de N, sGbre 5, a distâncla'jzj do ponto corresponden-
te aGbre o plano origem torna-se• maior do que qualquer va-
lor prefixado; por isso, as vezes se representa N pelo símbolo
co, chamando-o de ponto no tnfinito da esfera S. i então van-
tajoso: introduzir a noço de ponto no inf2nito do plano z, pon
to ideal que e associado a N para completar a correspondência
biun1voca entre o plano e a esfera de z De maneira ana#loga,
fala-se do valor co assumido por uma varivel complexa z, embo
rã ele, nao possa ser incluído no sistema de niimeros complexos
1.3 H
Observando que X2 + 1 Z2 , obtmse
a(1 + Z) +bX + oY + d(1 Z) = O, (1,35)
equaçÕ de um plano que, associada . da esfera unitria, indi-
:
vidual Iza um. cfrculo. Para a reta, pe-se a = O, e (1.35) se
torna
bX +cY + d(l.Z)O,
plano que passa por N. Á reõl#proca do teorema prova-se de ma.
rietra arialoga.
A : representaço definida pela projeção estereogrfica g
c onforme ou conserva 0$ aZ9U1OS. Com isto se quer dizer que
as imagens s6bre a esfera de duas curvas que se interceptam,
formam o mesmo aneulo de intereeoço que as curvas originais.
Tal 05 pode demonstrar analiticamente, porem, dar-se-a um argu
mento eomtri•oo simples.
Seja z o ponto de 1nterseoço das duas curvas, z1 o ponto
correspondente na projeço. Basta mostrar que o £ngulo f orma
do pelo plano tangente \
r em z com a projetan.. /
te Nzz e o mesmo que
/ 1
faz como plano equato-
/ z
rial Pondo . = O
/ /
e = ,tem-se, na
figura ao lado (pN5Z'
uma Vez que ambos sao 3
Fie. 4
comp1mentares do mesmo
ngulo. Porem, N5z
Nz ,,polo ambos subentendem o mesmo arco. O teorema
resulta do fato de C e e serem sime'tricos em relação ao plano
bissétor do diedro por eles formado.
EXERCf CIOS
4) Moatrr que o segmento que une os pontos P 1 e P2 de 5 e'
normai ao plano z se, e smente se, suas imagens Z ] e z forem
inversas em relação ao circulo unitrio lzi = 1, Isto e', se
1zj • z2 = 1 9 e z 1/z2 real e negativo.
5) Mostrar que as extremidades P1 8 de um diâmetro de 3
1
azo representados em dois pontos Z ] e Z2 com lz 1 .z2 = 1
real e negativo.
6) Caracterizar a imagem sobre a esfera, por projeço esto
10 Cap,I
reografica, de
a) uma família de retas paralelas;
b) um feixe do retas;
o) um conjunto de círculos concntrics,
Tambe'na caracterizar a imagem sobra--a piano a de um conjura
to de círculos mximoa por um ponto d esfera S.
7) Demonstrar geomtr1camente que a projeção estereogrfica
e' conforme, estudando a imagem do feixe de círculos que passa
pelo polo N e por um ponto fixo P de S.

1,4, CONJUNTOS DE PONTOS,- Tendo presente a interpretaço


geome'trica doa nmeros complexos, considerar-se-ao al guns con-
ceitos títeia da teoria doa conjuntos de pontos,
Um conjunto 5 de pontos do plano complexo diz-se limitado
se for possfvel encerp-10 em um círculo com centro na origem,
tato EÇ, se existir um numero R>O tal que subsista a desigual-
dado IzI< R para todo ponto de S.
Uma vizinhança N de um po-nt a 0 e' o conjunto de pontos
a tp.is que zz0 J <e, isto J, internos ao círculo de raio e e
centro a0 . Um ponto a de 5 diz-se interior a 3 se existir uma
vizinhança de a contida em S. Será exterior a 5 se possuir u_
ma vizinhança que não contenha pontos de S. Um ponto que no
J exterior nem interior e, ponto do contorno ou da
fronteira de S.
Conjunto aberto e o formado apenas por pontos interio-
res. Se o conjunto dos pontos no pertencentes a 5 fr aber
to, dir-se-a que 3 e' um conjunto fechado.
Conjunto conexo e' aquele em que se pode unir qualquer
par de seus pontos por uma poligonal contida no conjunto.
Domínio e' um conjunto aberto conexo, Região e' o conjun
to formado pelo domínio ao qual se adiciona a fronteira,
Um ponto z 3 e' chamado ponto de acumulação do conjunto 5
se t6da vizinhança de z 0 contiver infinitos pontos de S. Rela
cionado a este conceito, subsiste o teorema fundamental:
Teorema de Bolzano-ffeierstrass - Todo conjunto de pontos
do plano complexo, Infinito e limitado, possue, pelo menos,
um ponto de acumulação, (l)
Outro resultado importante e' o

(l) Para deoustraço, ver COTJRANT-ROBBINS, "Quá es la niatemtica?", cap. IV.


12

para n,in>N t<f


Logo, pela desigualdade trian gular:

(z_zm)I + e para n,m> N.


I zn_I =
2) Reciprocamente, supondo que {z 1 } verifique o or1trio
de Caucby, d (2,11) segue, para dado c> O arbitrariamente pe
qio, que existe um N tal que
AN

2,2. 13

1 ZN.1 % < e para todo a> N,


Isto e', todos os pontos que seguem ZN acham-se no Interior
de um circulo de centro e ralo e , enquanto que fora dele
existe apenas um número finito de pontos da sucessão. Logo,
auoaesio e' um conjunto Infinito e limitado de pontõs e, pelo
teorema, de Bo1zanoWeierstraes, possue pelo menos um ponto de
acumulaçio, o que demonstra que a eucessio tende a um limite,
Supondo existir dois pontos de acumulação, z e z lato quer
dizer que existem infinitos ruímeros z1 arbitrariamente pr6xiw
moa tanto de z como de z, isto e':
'
para urna infinidade de a e n, sa quais, junto com a condição
de Cauohy
< -f
para m,n>N(e) ,
dao:
1 z.z*kfzzm ( + lZmZfli +
como, por outro lado, e pode ser escolhido arbitr&rlamen-
te peqieno, conclue-se quê z e coincidem. Logo, o condtçao
de Cüuehy é necessária e suficiente pare a corwerghcia de
USO SL4C$$3O,

2,2. $gRIE8, & serie de números complexos

=1 + a2 + ,., + a+ .,. (2,20)

diz-se convergente ou que tem soma 3, se a suoessio 5 das ao-,


mas parciais
5 ar al+a2+...+an

tender a um limite 2: B = lia 5 = a


r1 r
a serie nao tiver soma neste sentido, ala se diz dt uer
gente,
Uma condiçio necessarla e suficiente para a oonvergmncia
da seria e' fornecida pelo orite'rio (2.11) de Ce.uchy: se a todo
e> O corresponder um N(c) t&l que
i
n n+pI =k+1 + a+2 + + a+I < e (2.21)
para todo ri> 9(e),, p qualquer, a serie serg convergente. Logo,
em t&da série convergente, 1 Ç-,O, condiçio que nio é suficieri
te, pote, a série hara6nics 9 por exemplo
14 Cap.I
1+ + ~ + ••• + +
diverge.
Nos casos concretos pode no ser fícil demonstrar a oon
vergnoia pela aplicação direta do critério de Caucby. Por 1e
to introduzem-se diversas oondiçies suficientes denominadas
critérios de converg ê ncia que, na maioria dos casos, permite
verificar foilmente a oonvergnoia.
+ CD
_
A serie Za, denomina - se a bsolutamente convergente se
r=1
f6r convergente aaérió ia,j. À convergência absoluta i
r=1
plioa a converg e-nela ordinéria, pois para todo eO podese a-
obar um N (€) tal que
11%+11 +..-+Iznlil= 1%+1I+0+IZn+pIIzn+1+0*+Zn+pI
para todo n>N(e), p qual quer. A rec1prooa no é verdadeira,
polsaserte 1 1 1
+
converge porém nio absolutamente, Uma série convergente porém
no absolutamente, é chamadA condicionalmente convergente,
Critério de confronto: Se e série Eak, convergir ab.so1.a
tenente, entao toda série Ebk, com lbftIIakIpara todo n>i,
também convergirá absolutamente.
Á demonstração é imediata:
:

jb +oco+ b p f b + 1I +,,.+ b p I Ia 1I
Muito dtil para o critirio de confronto • é a série geoné
trtca:
+ k
r1+r+r 2+ coe +r 1 +,..
k=o
que converge, para 1r1 <1, ao valor 1/(1.r) e diverge quan-
do i r] > 1, Utilizando-a,obtm-se vértos critérios interessa
te e:
a) se existir uma constante r tal que

(2,22)

para todo n > N, entéo a série a converge absolutamente .,

k=o
Para demonstra-lo, abandonar-sei a soma dos primeiros
termos
2.2 15
que afetam a soma apenas pela adiçio de uma constante. Em se.
guida, sem perda de generalidade, toma-se N = O, Tira-se de
(2.22», 2 1
HI&n+li rIaI r r Ia0 !
Comparando-a com a se'rie geome'trica, vise que esta série
converge absolutamente.
Por outro lado, se

I
_hI1
an
(2,22a)

para todo n . N, a serie diverge. Como acima, pode-se tomar


N = O. Ento aI a0 , pois a naotende a zero, de modo
que a serie no pode convergir.
b) Por confronto análogo e' fácil mostrar que a série
converge absolutamente e.

V ianir<i (2,23)
para todo n>N, Igualmente, a se'rie Z j ak diverge se
> 1 (2.23a)
para todos os termos apo's um predeterminado, Com efeito, para
a divergência e' evidente que basta ser verificada a (2.23a) pa
rã uma infinidade de valores de ri.
Em (2.22) e (2.23) e' essencial que Ia +1/aI e
jaz limitadas superiormente por um numero menor que a. unidade.
No basta, p • ex,, Ia +i/a <1, pois na ae'rie harmônica se tem
I a
n+1
an
Oe critérios de convergência (2.22). (2.23) podem ser e-
nunciados de outra maneira, utilizando as noç&es de limite an-
perioré inferior. O limite superior de um conjunto infinito
e limitado de nmeros reais x, lia x ou Um sup x, e' o maior
dos pontos de acumu1aço do conjunto, o qual sempre existe, Pa
rã demonstra-lo,, considere-se o conjunto dos valores y que 8O
ultrapassados no mximo por um numero finito de valores x, De
de que tal conjunto seja limitado inferiormente, ele possue uma
1iinitaço inferior máxima, que será representada por À. Ento
À = 15 x, Com efeito:
e' ponto de acumulação do conjunto doe x, pois, ooneid
rando-se o intervalo À e < <À + , segue-se da definição de
lo Cap,I
?. que existem infinitos x> W. e e, no isa'ximo, um ntmero fii4
to de x > X + e • Conclue-se que todo interveio contendo ?., con
tem uma infinidade de pontos do conjunto.
2, À e' o maior doa pontos de acumulação do conjunto x,Poia,
suposto que ?'>?. seja outro ponto de acumulação, pondo
existIra uma infinidade de valores x no intervalo <X$ e
por ser ?' ponto de acumuiaço. Pore'm isto implica na exiatn-
aia de Infinitos valores x> X+ e= X' e, contrariamente a de
finicio de W.
Se o conjunto dás valores de x no for limitado superior-
mente, escrever-se- -
um x + co
Do mesmo modo define-se IM x, ou, mais simplesmente,
limx -iii(-x)
De (2,22) resulta o crite'rio de D'Âlembert

(2,24)

e de (2.23) o crite'rio de Cauohy:


(2,25)
condições suficientes para a convergência absoluta da se'rie
+00
a. Pois se, p,ex,, um
vi <1, entao existe um

e> O tal que r = ) + e <1. Como existe somente um rnmero finl


to de valores de n para os quais VIAni > r x + e, a conver-
gncIa segue de (2.23). Analogamente pode-se demonstrar o re-
sultado complementar, que a I (2,28)
n
e
>1 (2.27)
ao condiçe.a suficientes de divergência, Feia observação fei-
ta depois de (2.23a), pode-se substituir (2.27) pela conaiçao
mais fraca
iii VI
ERCf 0108
12) Calcular o limite ou o ponto de aoumu1aço da sucessão
{ z} onde:
2,3 1?
wn
a) z _wn , para w complexo dado;
u=
• b) z1 afl(cos n + 1 san n p) para a e p dados,
13) Mostrar que se uni z Z, ento,
• 2z2 + + flZ
ízi_+
1 1+2.+,,,+n
converge para Z.
14) Calcular o limite da sucesso /í i[}.
+00
a convergir absolutamente, mostrar que
16) Se a sane
1 +00
anj <
+00
fa

18) A damonstraço acima da existncia do.limite superior e'


urna demonstraço do teorema de olzano.WeierstraS8 para mimeros
reais. Estende-la aos ntmeros complexos,
17) Demonstrar que
1
lll <Um Vian1 ïi a
n1 1< a Vi
e, portanto, que o criterio de Cauchy J mais concludente que o
de D'Alembert,
18) Mostrar que as séries
1 + 2r + 3r 2 + ,,, + nr
a) + coe
2 3
b) r+—+—++—+
2 3 n
convergem para Orl e divergem para r1
+00
19) Se a seria a convergir abs1utament6, mostrar que
k=1
t&da se'rie dela obtida por mudança arbitraria dos trinos ooflver
se ao mesmo limite, Se convergir condicionalmente, mostrar que
tal permuta conduz:
a) ou a convergência a qualquer valor de dada reta;
b) ou a convergncia a valor complexo arbitrrio.

2,3, S ÉRIES DE POTÊNCIAS, Uma funço complexa f(z) defini


,
da sobre um conjunto de pontos D do plano dos z associa a cada
Ponto, de D um valor complexo f(z). A teoria clssica das fti
çes pode ser desenvolvida sob certo ponto de vista ( devido,
18 CapI
principalmente a Weierstrass') como estudo das funções represen
tveis por serie de potências convergente Neste pargrafo es-
tudar-se-o varias importantes propriedades de tais series.
+00
Seja a seria de funçoes u 4 (z), convergente para todos
1=1
os valores de z de um conjunto D do plano complexo Diz-se que
a se'rle converge urziformementeern D se, para todo e>O, arbitra
riamente pequeno, e' possfvei um N(e), independente de z, tal
que, para n> N e p qualquer:
+ + u+(z) <e
lu n+l(z) + Un+2(Z)
para todo z E D.
Se os termos da se'rje satisfizerem a condição i(z)I
para todo z em D. com 04 constantes reais tais que
o con-
- +00 j1
viria, então Eu4(z) convergira uniforme e absolutamente em
j=l
D, pois, dado e> O, e posavel achar um N suficientemente gran-
de de modo a se ter
e > °n+l + + cn+p ? !un+i )I + + lun+P(Z)1 )
+ u(z))
> I+i )+
para todo n>N e p qualquer.
Uma série de potências e' uma se'rie da forma

P(z) E a 4z a o + a1 z + ,+a + coe (2.31)


n
onde os coeficientes a 0 , a,,,,,, aÉP são nü'meros complexos
O00

quaisquer. O principal teorema sobre se'ries da pot&ncias esta-


belece Se a serle de potências (2.31) convergir para z = t,
Ia convergirá' absolutamente para todos os valores de .a' tais
que Izi <iti Alem disso, se 0<r<1, a sere convergirá uni-
formemente no círculo Izi rJ t,
Demonstração: A se'rie P(z) convergindo para z = t, segue-
se que at1 —O e que, portanto, existe um número M> O tal
que 1at1'I <M para todo n Se izjrItj onde Or<l, ter-

1 az <M r
A demonstraço resulta por comparação com a serie geometri
ca.
In azJ < nr1(-

Comparando-a com a síria do exerc. 18, obtem-se o resulta-


do almejado.
Ha duas possibilidades para toda se'rie de potncias: ou con
verge para qualquer z, ou existe pelo menos um valor z r para
o qual diverge. Neste caso, a s'rie deve divergir para todo
1 zf>ftl, pois do oontr&io, pelo teorema acima, a série convir-
para z =
Óonciue-se que uma serie de potências convergente para ai-
um z O e divergente para algum outro valor, tem um raio de
convergência p tal que a ee'rie converge absolutamente para
IZI <p8 diverge para Izi> p O c1rculo 1 i p é' chamado
círculo de conuerggneia da sirie,
Àsirie D(z) convere no interior do ci'rculo da converg&n
eia de P(z) e diverge para lz> p. A convergência já foi mos-
trada acima, e que p também seja raio de convergência de D(z),
resulta do seguinte
q'eorerna de convergência de Cauchy-Iladamard: O raio de con-
vergência de uma se'rle de potências
+00
F(z) = E

az

8' h
1 1
2.33
À iim\/jJ

O teorema e' consequncia direta dos crité'rios (2.25) e


(2.28), Em particular, nota-se que a sé'rie converge para qual
quer zse À= O, e só para z O se co.
Crité'rio geral s6bre o comportamento de urna se'rie de p0-
tncias na fronteira do circulo de convergência e' fornecido pe
lo crzte'rio de Abel. Por outro lado, se a serie for absoluta-
mente convergente num ponto desta fronteira, ento seré' conver
gente em qualquer outro ponto da mesma.
natural chamar uma tunçao complexa da forma
X = a0 + a1 + a2 z2 + + anz!l (an 4 o)
20 Capo
com os a1 constantes complexas, polinorizto de grau n em z Uma
sJrie de potnciaa convergente pode ser considerada como funço
de z em seu círculo de convergência, definida como sendo o limi
te da scessao de polinômios
P(z) =

A derivada de uma funço complexa f(z) e' definida, exata-


mente da mesma maneira que no caso real, por

_13_ (1)
um
w-z
Inicilmente subsiste a identidade algebrica
w, zn
:= n..L + + • + n-.l

e, quando w-z, obtem-se


n-.1
dz
Segue ,-se que:
d P(w).P(z)
P(z) = - P(z) =
ri um _n az'" 1 =
dz W

=D(z)

onde P'(z) e representam a derivada do polinômio com


Plexo P(z) Subsiste o seguinte teorema, fundamental na teo-
ria das se'ries de potncias
Uma série de potencias convergente F(z) = az'7 pode ser
deriuàda tarmo a tarmo no interior de seu círculo de conuer9&
eta.
Isto e", se existir
P'(z) um
w-,z W"
ter-se-.i:
+00
P1 (z) = j a , z'1 ' = liin P 1 (z) lim D(z) = D(z).

Ja se viu que D(z) Um D(z) no interior do circulo de


2,3 21
conver&ncia. Reata demonstrar que a razao incremental

W
pode diferir arhitr.rj.amente pouco de D(z), tomando-se w basta
te prxtmo de z no interior do ofroulode convergência. Para is
to, forma-se a razo incremental
P(w) : ao
D(w,a) = : a
+
onde, por brevidade, escreveu-se

Pj = :z + w i-2 • + zj-1
Seja t um ponto interno ao circulo de convergência tal que
fz( < rltl , com r<1. Ento,
IPj I j r'

Lõgo, para o resto = a pi se tem:


j=n+l
< Jat ao
J_1
= IajPjl jr"1

Como a serie j r converge, pode-se tornar Rj<c /3 I


e ID(z) - < C/3, tomando-se n bastante grande. Escolhe
do w suficientemente pr6xitno de z para que
n nD( Z ) < L
w-z 3
ento, dado e> O, pode-se achar um õ> O tal que

_____ - + + <

e
para - zI<6 , o que demonstra o teorema
Como a derivada de uma se'rie do potências tambd'm e uma se-
rie de totncias de mesmo cfrculo de convergência, pode-se deri
vai' novamente e repetir indefinidamente o processo, resultando,
ento que uma série de pot ê ncias tem derivadas de t6das as or-
densrzo anterior de seu círculo de convergência.

A série P(z) = ta z é a derivada da série de potências


j=o
22 Cap.1

1(z)
j=oj+1
_L z ( 2.34)

esta podendo ser considerado como uma integral indefinida (pri


nzitiva) do P(z). Evidentemente, seu c'rculo de convergência e'
o mesmo que de P(z). L pois, simples extenso dos resultados
obtidos, que uma se'rie de potnoiaa possa ser interada,quantas
vezes se queira, no interior de. seu crcu10 de convergência.
CRCfCIOS
20) Achar os raios do convergência das séries de potno1as
cujos termos genéricos t&m para coeficientes:
a) a = n; b) 82n = - ; a211 = O

c) a 2+ 1 n ; d) a2 = n)

21) Demonstrar que se existir um , ter-se-a

piimJ
ao
e mostrar que o raio de convergência de n5 z , com a oom-
plexo, e' 1. n=o

3 A TRANSFORMAÇ0 LINEAR GERAL

Uma função complexa w = P(z) pode ser considerada, geom-


tricamenta, como uma transfàrmaço que representa um conjunto
de pontos (o doininio da varivel livre z) s6bre outro conjunto
(dornÇnjo dos valrea w da funço), Um exemplo esclarecedor o' o
da transforniaço linear geral
az + b ,
(3.00)
oz+d
onde a,b,o,d 5g0 quatro constantes complexas com (ad-bc)0
A transfortnaço (3.00) estabelece uma representação biunvoca
de todo o plano dos z (1) abre todo o plano dos w (que pode
coincidir com o plano dos z), z e dado pela transformaço in-
versa
dw.b
aow
cujo determinante e' o mesmo que o de (3.00). Mostrarse que
a representação e' conforme e, depois, que a transfor!naço li-
(1)
Incluindo o ponto no infinito.
3.l 23
near e' caracterizada por estas duas propriedades, isto e', que a
inica :representação biunfvoca conforme do plano s6bre ai me
mo e' dada pela transformaço linear geral.
3.1. CASOS PARTICULARES DA TRANSFORMAÇÃO LINEAR GERAL,- O
produto ST de duas transformaçSea v = 5(w), w = T(z), í simples
mente a tranaformaço v = S[T(z)] , vi-se Moilmente que o pro
duto de duas transformaes lineares e outra tranaforTflaçao li-
near. A diaouso sere simplificada pela conaideraço da trans
formaço (3.00) como composta de varias transformaçea elementa
res. H
a) A translaço
wz+b (3.10)
representa, simplesmente, um deslocamento rígido do plano z pe-
lo vetor b. Segue-se que a imagem de qualquer configuração geo
nie'trioa por esta transformaço e' uma oonfiguraço congruente. A
representaçao w = z e' chamada a identidade 1, pois deixa malte
rada todos os poitoa. Os pontos auto-correspondentes so chama
dos pontos fixos (unidos) e so de interesse especial em
qualquer transformação. Se b 4: O, o nico ponto fixo da repre-
aentaço (3.10) e' o co.
A transformaço
w = az (a 4:0) (3.11)
e' melhor estudada em coordenadas polares. Pondo
z1z1(oose+iaene) e aIaI(ooacr+isena),
resulta
IaIIzI[ooa(ct + e) + i sen(cz + e)]
donde
lwI=IaItI e amwama+amz.
Conclue-se que a transformação (3.11) representa urna homo
tetta de razgo tal com centro na origem, seguida de rotação ,
em t&nro da mesma origem, de um ngulo a = ain a. Assim (3.11)
pode ser considerada como produto das transformaçes
a
v=z e wjajv,
ia
-

a primeira sendo uma rotago e a segunda urna homotetia.


Como a imagem de uma configuração qualquer por uma destas
transtomaçea e' uma oonfiguraçio semelhante, e' claro que a
transformaço resultante w = a z tambe'in tem a mesma proprieda-
de. Note-se que ao e O aio pontos fixos de ambas transforma-
çes.
24 Cap.I
o) A função

transforma o plano z biunbooaanente, excepto z = O Pelas con-


venções feitas, completa-se a representação escrevendo w=oo pa
rã z =0 e, inversamente, z CD para w = 0, Se,00mo acima, se
escrever z = r(.00ao +1 sono), então (3.12) ornar a forma:
tomara'
W = L [cos(_e) + 1 aen(-O)]
r(cos0 +1 sono) r
Pode-se, pois, decompor (3,12) nas transformaQea w =V e
v = Z/Z 2 , A primeira e' uma simetria do plano z em relação
ao eixo real, transformando figuras em figuras congruentes, po-
rem, com angulos de sentidos opoatos. A segunda e' uma 2nuerso
em relação ao círculo unitrio; z e v estio sobre a mesma reta
que passa por O e 1v1 = 1 /1z1. Dois pontos em tais condiçes
dizem-se inversos.
Y z As prinoipal.s propriedades da in..
verso supõem-se conhecidas da Geome-
/ TT2 tria Elementar: a inverso transforma
(1)
X círculos em círculos e conserva os
' invertendo-lhes, porem, o sen-
tido. Resulta que a transformação 1/z
e' conforme e preserva os ofroulos.
A propriedade mala importante da
Fig. 5 tranafórinaço linear geral
a z, + b ab
= 40 (3.13)
cz+d cd
i que os círculos sio transformados em círculos. Dar-se-ao duas
demonstraçea diferentes:
1 • O teorema resultara imediatamente demonstrado se a trans-
formação linear geral puder ser decomposta nas transformações
mais simples a), b), o), para as quais se sabe que subsiste a
propriedade. Se o = O, procede-se como segue
a
w=v 3 +-., 41
v3 (---) 2 , v2 1- , v 1 =oz+d

No caso especial e = O, de & + O resulta d + 04 0bte'mae,


ento w=pz+q (p 0)
(1) As retas IO consideradas como cr&to que passam pelo ponto no infinj
to,
3.2 25
Observe-se que este mitodo ainda demonstra que a tranefor-
maço (3.13) e' conforme.
II. A segunda demonstraço depende da seguinte propriedade
bisica da transformação linear: a birrazo de quatrõ pontos nio
se altera por transformaçes lineares.

3.2. BIRRAZXO DE QUATRO PONTOS.- Lnlogamente i geometria


Projetiva, define-se a birrazo de quatro pontos z 1 ,z2 ,z3 ,z4 co
mo sendo - -z
z1,z2,z3,z4I 3 14 2
= z3 - z2 z4 - z 1
Se w 1 ,w2 ,w,w forem os valores correspondentes da função
para z 1 ,z 29 z 33'z 4 em (3.13), pode-se verificar diretamente que
(w1 ,w2 ,w3 ,w4 ) = (z 1 ,z 2 ,z3 ,z4 ) ,
ou que :a birrazao de quatro pontos e' invariante por transfor-
maçoes lineares,
Teorema: Condiçao necessa'ria e suficiente para que quatro
pontos estejam sabre um círculo é que sua blrraaJo seja real.
Seja z 1 ,z2 ,z3 ,z4 os quatro pontos e ponha-se
rjk=Izj_zkl.
Sendo
z3z1=r31e(a1) (1)
e
z3 - = r32 e(a 2 )
obtim-se:

/"iN\ Z
onde a diferença a - al-a2e o angulo f3 NN
entre z 3 - z 1 e z3 - z2 . An.1oamente, a

41 z
:_: =(Pi - P2) .
com.p f31-2 angulo entre z 4 - e
4 - z2 . Pode-se admitir Oa,pir.
A birrazo toma a forma:

(z 1 ,z2 ,z3 ,z4 ) = 31 42


e(a )
Mas, a condiço necessiria e suficiente para que z 4 esteia

(1) Lembrar que e(0) coe O + i.sen O.


28 Cap.I
sobro o círculo doe pontos 11, Z2 ,Z3 e que a = f3, e a birrazao e
real se, e ao
- mente se, a p O, o que demonstra o teorema.
A propriedade da transformação linear de representar círcu
los por círculos, resulta da invariança da birrazo
A tranaformaçao linear geral
A40 (3.21)

no depende de mais que tris parmetros complexos, pois, multi-


plicando o numerador e o denominador por constante conveniente,
pode-se impor a condição t = 1 que permite exprimir um parme-
tro em função doe outros. de se prever, pois, que uma traria-
formaç& linear seja individualizada pela condição, de que tre
pontos dados z 1 ,z 2 ,z 3 tenham para imagem tr&s outros pontos W 19
tambJin dados. Tal e o que se da. o ponto w correspon-
dente a varive1 z deve verificar a equaço
w3 w 1 ww 2 = 3
z z1 z-z 2
w 3 _w 2 ww l z 3 z2 z_z 1 (3.22)

Não difícil ver que esta J uma transformaço linear que


Possue a propriedade requerida Alem disso, a transformação in
dividualizada ao se dar três pares de pontos correspondentes
tZnica. Com efeito, os pontos fixos de (3.21) verificam a condi
ÇaO
az+b

que equivale &equação


e z 2 + (d- a)z - b = O (3.23)
cujas duas raizes aio os pontos fixos da transformação, Se T i e
aio duas transforniaçee que levam z1 ,z 2 ,z 3 em w 1 ,w 2 ,w 3 , en-
tao T = T1T 1 , onde T 1 e a transformação inversa de T2 , •J a
transformação linear que deixa fixos z 1 ,z 2 ,z 3 . A equaço (3.23)
teria 'então tre raizes i1 ,z 2 ,z 3 , o que e# Impossível, a menos
que a=bc0, isto i, T1T 1 = 1, donde Ti = T2' demonstrando
a unicidade da transformaço linear (3.22).
Uma viaao mais profunda (devida a F. Klein) da estrutura
da transtorniaço linear, e obtida considerando o comportamento
da família K de círculos que passam pelos pontos fixos. Admitia
do, inicialmente, que (3.23) tenha duas raizes distintas zi e
os círculos que as contam se transformam em círculos que
tambe'm passam por eles, isto e', pertencem ao mesmo feixe K. De
3.2 27
ser conforme a representaçio, deduz-se que os círculos da fatn-
lia E'. ortogonais a K, tambJm se transformam em círculos de K
Trs possibilidades po
dam ocorrer:
1. Todo ofroulo de K se
se transforma em si mesmo.
1
Tala círculos podem ser con
siderados, oinem&tioamente,
como trajtriaa segundo as
quais os pontos do plano se
deslocam para suas imagens.
Tal transformação e' denomi-
n#da h tper.bo'l tca,
2 • - Todo ofrcui.o de w'
se transforma em ai mesmo.
Os círculos de K' sano,
pois, as trajet6rias, e a transformação se diz elíptica.
3. -Nio subsistindo nenhum distes casos, a tranaformaçio se
denomina 2 oxodrôm ice,
ESta olassificaçio conduz nTaturalmente a uma forma normal
de deônlçio para as três espicies de transformações lineares.
Dados oe pontos fixos z1 e z2 , sejam z3 e z dois pontos de um
,círculo do feixe, cujas imagens aio w,e w (w 1 = z1 ,w2 = Z2 ). Da
invariança da birrazio, obte'm-se:
z-z1 z3 -z2 w-z1 w3 -z2
z-z2 z3 3w-z2 w3 -z1
Atransformaçio pode ser escrita na forma normal

(a=:332 *O), (324)

Nó caso hiperbdïico z 1 ,z2 ,z3 ,w 3 estio sobre um mesmo cÍrc


lo. Logo sua birrazio a e' real. A tranaformaçio hiperb611oa
toma aforma:

::= a (a*O, real) (3.25)

Reoprocamente, de (3.25) segue que w, imagem de z,esti no


orculo que passa por z 1 ,z2 ,z, Logo, a transformação e hiperb6
lica.
Para a transformação elfptioa, o teorema de Apo16nlo da
28 Cap.I
Geometria Elementar (exero 22 e 23) conduz & relação
Iz - zil - 1w - zi l
- (3.20)
Z2
Conclua-se que a tranaformaçio elÍptica tem a forma
z_z w 1
z-z2 = a wz2 (tal l,4 1). (3.27)

Reciprocamente, de (3.27) resulta (3.28) e, por conseguin-


te, w ,e z estio num mesmo círculo da família ortogonal.
A tranaformaçio loxodr6niica encerra as possibilidades res-
tantes:

: :1 =a : ( Ia {4 l,a complexo) (3.28)

Finalmente, se as raizes de (3.23) coincidirem, a transí'or


mação dir-se paraból2ca. Deixa-se,como exercício s, a obtenção
de sua forma normal.
EXERCfCIO5
22) Mostrar, por inversão, que um círculo intercepta outro
circulo ortogonalmente se, e &omente se, passar por um par de
Pontos inversos em relaçio ao círculo dado.
23) Demonstrar o teorema de Apol6nio O lugar dos pontos do
Plano cuja razio das distancias a dois pontos fixos, P 19 P2 e
constante, e um círculo. (sugestão: P 1 a P 2 aio conjugados em
relaçio ao cÍrculo).
24) Por Inversão em relação ao círculo unidade,que sucede ao
conjunto:
a) doa círculos tangentes na origem a uma reta que & con
tJm?
b) dos círculos que passam pela origem e por outro ponto
dado A? E & família dos círculos que lhes aio ortogo
nai a?
25) Escrever as formas normais das transformações hiperb1i-
cas, elÍptica e loxodr6mica no caso de estar no infinito um dos
Pontos fixos,
28) Se os dois pontos fixos da transformação linear coincidi
rem, ela se diz parab611ca. Escrever sua forma normal.
27) Se numa tranaformaçio linear o anterior de um círculo se
corresponde, mostrar que ela não pode ser loxodr&nica.
3.3 29
33, CASOS ESPECIAIS NOTÁVEIS DAS TRANSFOI(AÇ!S LINEARES,
Varias: representaçes dadas mediante transformaÇeS lineares
aio de particular importância (por exemplo a de círculos em cr
culos). Como se viu, os coeficientes da tranaformaço linear
geral podem ser escolhidos de modo que tra pontos arbitririoa
do plano z correspondam a trs pontos prefixados do plano W. Co
mo círculos se transformam em círculos, e um circulo e Indivi-
dualizado por tra de seus pontos, resulta que existe uma trans
fortnaço linear que associa um círculo prefixado do plano z a
dado circulo do plano w. Na individualizaço de transforinaçes
específicas, necessita-se do seguinte lema:
Iuo transformação linear, pontos inversos em relação a da-
do círculo têm imagens inversas em relao ao círculo imagem.

O lema e' consequncia imediata do, exerc. 22.


Como primeiro exemplo, tome-se a transformaço geral que
representa o eixo real sabre o círculo unitário de modo a ser o
semi-plano superior lis z> O representado no interior do ocr-
culo JwJ<l e o ponto za com lis z> O seja representado.
pela origem w = O, Segue, do lema acima, que o ponto a tem w =
= ct para correspondente. A tránsformaço deve, pois, ser da
formaH
wk
Z
A constante complexa k pode ser calculada observando que o
eixo real e' representado pelo circulo unitrio,logo Jw1 = 1 pa-
ra a real, e Iki = 1, Com esta restrição de k e' claro que
Ia z)' O para Jw1<1, Cjlculo direto permite verificar que a
funço z.,a
w = k - com k 1 e lis a> O, (3.30)

transforma o semi--plano superior no interior do círculo unida-


de, sendo, pois, a transformaço linear mais geral do tipo pres
crito,
Exemplo interessante e' o da transformaço que representa o
Interior do circulo unidade em si mesmo. Escolhe-se,arbitrria
mente! ponto a = a no interior do círculo (1 ai <.1), o qual se
re transformado na origem w = O. Aplicando o lema, vi-se que o
ponto inverso 1h E deve ter w = co para correspondente. A trans
formaço ao' pode ser da forma
3.4 31
3 0 4. GEOMETRIA DE POINCARL- Pode-se dizer que a Geometria
uclideana descreve as percepçGes mediante diagramas desenhados
sGbre o papel. A geometria nêoáeuclideana, embora de aparência
um pouco estranha no incjo, fornece melhor descriço do que a
geometria ordinria de certas experiências, em particular, doa
fen6menos oticoa. Existem, porem, certas particularidades co-
muns a estas geometrias, que ficarão esclarecidas dando-as com
alwn detalhe,
Tal Geometria empregará as noções de pontos, rotas, distan
aias e deslocamentos como na geometria ordinaria. Em primeiro
lugar, limitarse-a ao espaço constituido pelo semi-plano supe-
rior Im z>O, Como pontos, tomam-se os pontos euclideanos or-
d1nrios; para retas, os semi-ciroulos com centro no eixo real
e situados no semi-plano superior. De acordo com esta conven-
ço, ficam inoluidas as semi-retas normais ao eixo real. Esta
detinigo de reta goza das propriedades usuais:
1, existe uma tiriica reta que passa por dois pontos quais-
quer;
II, duas rotas se interceptam em apenas um ponto;
III, existem certas transformações do espaço, denominadas
deslocamentos, qtis gozam da propriedade de transformarem retas
em retas, de tal modo que:
a) A ordem dos pontos de uma reta fio se altera por desloca-
monto;
b) qualquer ponto pode ser deslocado para outro de tal modo
que um raio com origem no primeiro seja transformado em
raio arbitrrio com origem no segundo ponto.
Como deslocamentos tomar-se-ia as transformações lineares
do semi-plano superior
w= (a,b,o,d reais e ad-bc)-0). (3.40)
-
O conceito análogo a distância ordin&ia entre dois pontos
que tem maior tnterêsse, Existem cortas condições a serem
preenchidas pela funçio distância. Se P,P 2 ,P3 eao pontos quais
quer do espaço e D(P,P 1 ) e' a distância entre eles, especificam
se as seguintes condiçea:
1. D(P 1 P) = D(P.P)

2, D(Pi , Pj)>O para P, e


32 Cap,I
D(P1 P) = O para P 1 = P
3, D(P,P2 )+ D(P29 P3 ) D(P1 ,P3 ), a igualdade se veri
ficando s?mente se os três pontos estiverem ordena-
damente sobre uma reta.
Finalmente, exige-se que a distância entre dois pontos no
mude em qualquer deslocamento.
As possibilidades para definir uma tunço distnoia 8a0 ai
go restritas, Se D(P 1 ,P2 ) í uma função distância qualquer, en-
to qualquer outra R(P 1 ,P2 ) pode ser escrita como runçao unvo-
ca de D(P 1 ,P2 ). Em outras palavras, existe uma relação biunlvo
ca *entre os valores de D e os de R.
Para demonstra-lo, provar-se-as que se z 1 ,z 2 e w 1 ,W2 aio pa
res quaisquer de pontos, com D(z 1 ,z 2 ) =D(w 1 ,w 2 ), entao R(1 1 ,z2 )=
= R(wÏ,w2). inicialmente existe um deslocamento que transporta
em w e o raio z 1 z2 em w 1w2 , Seja v a imagem de z 2 , Podem
se dar dois casos: ou v esta entre w e w ou w 2 esta entre w l
e v. No primeiro caso, obtem-se
D(w 1 ,v) + D(v,w2 ) = D(w 1 ,w2 )
Da invarincia de D por deslocamentos,
D(w1 ,v) = D(z 1 ,z2 ) D(w19 w2 )
Logo, D(v,w2 ) = 0 1 o que se da. apenas quando v = W2 . A 5
gunda possibilidade conduz ao mesmo resultado. O fato de que
existe um deslocamento que leva z 1 em w e z 2 em w2 revela ser
R(z 1 ,7- 2 ) = R(w 1 ,w2 )
A mesma demonstraço pode ser usada para mostrar a exíatên
cia de uma correspondência biunvooa entre os valores de D e os
de R.
Pesquisando uma funço distancia invariante na transforma-
o (3.40) pensa-se, naturalmente, na bjrrazo de 4 pontos.Mas,
para definir a distancia D(P1 ,P2 ),que
pontos se devem escolher para comple-
1 tar a birrazo? Uma escolha obvia e'
o par de pontos do eixo que estio nas
extremidades do semi-orculo que une
e P2 , os quais aio individualiza-
dos de maneira jiioa e se transformam nas extremidades do semi-
ofrcuio que passa pelas imagens dos deslocamentos de P 1 e P2.
3.4 33
A birrazio, entretanto, no satisfaz a propriedade aditiva
da distância, isto e', se P 19 P2 ,P3 so pontos da mesma reta enes
ta ordem, entio,
D(P 1 ,P2 ) + D(P2 ,P3 ) = D(P 1 ,P3 )
Entretanto,
(P P (P1P31 ) (3.41)
Isto sugere o uso do logaritmo da birrazio como tunçao dia
tnoia adequada, Como no pode ser negativo, tomam-se os valo-
res absolutos:
D(P1 ,P2 ) =k1g(P1P2 Q2 ) , (3,42)
onde k> O pode ser fixado arbitrariamente,
£ formula (3,42) e' a função distancia mais geral obtida na
geometria de Poinoare',
Para demonstr-1o, trana Q2
forma-se o aemio1rou10 unin- P1
do os pontos P1 e P29 num raio
2
normal ao eixo real, o que, !
videntemente, pode ser feito, y1 P
porquanto disp'em-se de três Q Q2 ne
paretros reais, que permite
escolher arbitrariamente um ponto e especificar que a abcissa
do segundo e' a mesma que a do primeiro. A birrazgo (P 1P2 Q1 Q2 )
torna-se simplesmente y 2/y1 . Esoo1hese, entgo, como função
distância
D(P1 ,P2 ) (P,P) lg y2 - lg 'i
Se R(PP2 ) e' outra expresso para a distnoia, ela e' fun-
ço unfvooa de D(P1 ,P2 ),
R(P 19 P2 ) = f(D) = f(lg
y1
Em particular, se y1 ,y 2 ,y3 8 g0 pontos da reta, dispostos
nesta ordem, tem-se:
1
f(lg 2 )+ t(ig = f(lg )= f 1 + lg =

f(ílg + j lg—.-) .
Y2 Y1
Logo, para quaisquer valores positivos a,b:
f(a) + f(b) = f(a + b) , (3.43)
donde f(n x) = n f(x) ,
34 Cap,I
para n inteiro, A].e 'm disso, para todo racional p/q, observa-se
que
q t( f x) = p f(x)
donde,
f(j»x) =
q
O resultado estende-se facilmente aos rnimeros reais. Seja
r real ,e a<r<3 ( a,p racionais). Segue-se que
f(ax) <f(r x) <f( x)
deduzindo-se
<frxJ <
f(x)
Logo, f(r x)/f(x) verifica as mesmas desigualdades que rui
mero r, e se conclue que
f(r x) = r f(x)
Pondo f(l) = k, ter-se-is
f(r) = f(r.l) = kr,
Em particular,
7
R(P 19 P2 ) = R(D) = k D(P 1 ,P2 ) = k lg

3.5. CONCEITO RflXANNIMO DE COMPRIMENTO.-Suponha-se a our


va C no semi-plano superior, A maneira natural de definir seu
comprimento na nova geometria i utilizar o me'todo de Riemenn ao
mo no caso euolideano.
Sejas
P1 xx(t), y=y(t) (Otl)
as equaç6es parame' trioas da cur-
va. Na notaço complexa, san
Z = z(t) = x(t) + 1 y(t)
Supor-se-i que nenhum ponto
corresponde a dois valores dis-
tintos do parâmetro, que a curva seja geralmente regular e que
se tenha sempre
z'(t) = xe(t) + i y'(t)
mo caso euclideano ordinirlo, o
comprimento da curva e' avaliado to-
mando o limite de arcos poligonais
inscritos em C. Subdividindo o inter
valo de t
O = t0 <t 1 <SS <t 1,
obtém-se uma subdiv1so da curva pe-
3.5 H
•los pontos
= z(t 0 ), w1 = z(t1 ) ,... , WN = z(tN)
Unindo os pontos sucessivos por segmentos de reta, obtém-
se, um polígono aproximado de comprimento

- = At
O limite desta soma quando max At— O, e a integral
1 i
dt + [ y'(t)] 2 dt
SJkt = o
Nó semi-plano de Poincar, o comprimento de uma curva í de
finidodo mesmo modo. Substitue-se a curva pela poligonal apro
M
ximada cujos lados sã o arcos
de círculos, unindo pontos
consecutivos da sucesaao con
siderada e normais ao eixo
real. O comprimento da cur
vã é O: limite da soma
Yd(w g w
quand::max(t 1 t)--O.
A distancia entre pontos vizinhos w, w + A w pode ser obti
da transformando o semj-e,Çrculo que os une numa semi-reta nor-
mal ao eixo real, Ento, como anteriormente, ter-se-a
D(w,W+Aw) = lgY
+ = J Alg y = + c( Ay)A y

k diferencial do arco deve, pois, ser da forma , que


em função do ponto w toma a forma ----, onde v = Im w. Logo, o
comprimento da curva O e
t1 dz
dt dt

EXEROf aIOS
28)Achar a transformação que representa a região entre ocí
oulo uitarjo e um círculo excêntrico nele contido em
a) a região entre o circulo unit&io e um círculo con-
cntrico em seu interior;
b) a região externa a dois círculos iguais.
29) Verificar que as transformações lineares do semi -plano
superior (3.40) verificam as condiçes para os deslocamentos na
38 CapI

geometria de Poincar(;.
30) Verificar a desigualdade triangular para a funço di8tn
cia (3.42),
D(P1 ,P2 ) = k 19(P1P21Q2) 1 (k>O)
31) Mostrar que o comprimento L
lIdz
L=
jto Y
de urna curva C no eernip1ano superior, i um invariante por des
locatnento (isto e, por transformações lineares do semi-plano eu
perior),
Uma funço w = f(z) definida no drnÇnio ID, diz-se contínua
em D quando, para todo ? de ID, se tiver:
um f(z) = f() (2.00)

O limite de uma funo complexa e definido como no caso r


ai. Se para E> O existir um ô(,) > O tal que
If(z)- ai < s quando 0< z - I<õ(c,) ,
diz-se que f(z) tende ao limite a quando z tende a , e se es-
creve:
lim f(z) a
2 39
Assim, a definiço de continuidade importa na exigência de
que dado qualquer c> O, exista um ô(e,) tal que If(z)f()I <e
para todo z que verifica Jz_I<Õ(e,), Geonitricamente isto
significa que, traçando-se qualquer círculo com f() para cen-
tro,, e sempre poseivel achar uma vizinhança de Z que tenha a 1-
magem completamente no interior do círculo dado.
A. noção de limite e' inale geral que a de continuidade,. A.
• tunço que tem limite num ponto pode tornar-se continua neste
ponto, atribuindo-lhe, nele, o valor limite.
A definiço de continuidade pode ser dada diversamente. A
funço w = f(z) e' continua no ponto de seu domínio se para
toda sucesso {z} em D comz— se tenha
lim t(z) = f() . (2.01)
n-
Diversamente, w = f(z) = u(x,y) + 1 v(x,y) e' continua em
D se o forem, separadamente, suas partes real e Imaginaria. O
leitor poderEZ demonstrar a equivalência destas três definições.
Se f(z) e g(z) forem funções continuas em D, ento f(z) +
g(z) e f(z),g(z) tambe"m o são em D. Ale"m disso, o quociente
f(z)/g(z) sera continua em todo subdominio no qual g(z)+O.
Uma função contínua de função contínua é contínua, Mais pr'eci
samente, se g(z) for contínua e transformar um domínio D num
conjunto D I e se f(z) f&r contínua num domínio contendo pe, en-
to a funço F(z) = f[g(z)] serã contínua em D. À demonstração
e# aplicação direta de (2.01). É fcil construir classes amplas
de funções contínuas: do fato de serem contínuas uma constante,
e z, segue que opoiin6mio
p(z) = a0 + a1 z + ,,. +
e' contÍnuo no plano z, e que qualquer funçao rac tonal
aO +az+
1 - is zM
+ b 1.z + ••• + bZ
e' continua em qualquer domínio em que o denominador no seja nu
lo.
Os valores assumidos por uma função continua permanecem
dentro de uma vizinhança de raio e de f() para todos os valo,
roa dê 'z interiores a uma vizinhança de raio 6 de ?, onde 6 d
pende de e e , 6 ô(e,). Em geral no sera possÍvel tomar
40 Cap.II
ô completamente independente do ponto 2. A função hz, por ex., •
e contínua no domínio O < Jz1 <1, mas, dado qualquer e , no
existe nenhum 0 fixo que convenha ao domínio todo, pois, evi-
dentemente, quando r, tender para a origem dever-se- fazer 8-'O,
Diz-se que uma função e uniformemente contínua se a todo e>O
corresponder um 8(e) > O tal que Lf(z) - f()ke para todos os
pontos z,n em D que satisfizerem z - 1 <.8(e). Para uma re-
giaz finita, a continuidade implica a continuidade uniforme.
Com efeito, pode-se estatuir com maior generalidade:
Se uma função f(z) for contínua num conjunto de pontos li-
mttado fechado D. entao ela seró uniformemente contínua em D.
Pondo f(z) = u(x,y) + i v(x,y), vi-se que este resultado
e corolario do teorema para funções reais. ( )
Existem diversos meios para representar uma função por uma
série de funçes convergentes. SO,, pois, essencial um !netodo que
permita saber se uma função dada como soma de uma síria conver-
gente i contínua, o qual e fornecido pelo teorema:
Uma funç ã o f(z) definida num domínio .D como soma de uma si
rie uniformemente convergente de funçes contínuas de z, é
contínua.
Com efeito, supondo
fn. (z)
n=l
onde os f(z) aio contínuas em D, e representando o reato, apms
n termos, por R(z), pode-se escrever:
f(z) = + R(z)

Logo, para qualquep par de pontos z e em D, tem-as


(f(z) - () I=1 - f(?) + R(z) - R(r)

Ãfk (Z) - È fk ( n ) +

Como a síria converge uniformemente em D, segue-se que, a


todo e>O, corresponde um N(C) para o qual lRn(z)l < e/3, qual-
quer que seja n>N(c) e para todo z em D. Alermm disso, sendo
oontnüa a soma de um nmnero finito de funçea oontl"nuas, pode-
se determinar um Ô(e tal que
(1)
Ur. COURANT ciculo Diferezoisi e Integral", Vol.I, p.63 e seguiutea.
3.1 41

1
f
- Y < -- , para lz-I <
Aiaim, dado e>0 9 pode-se achar um . > O tal que
- f(?)I < e quando IZ - <
o que demonstra a continuidade de f(z).
Qorolr1o: Usa série de potinc2aa representa uma fungo
contínua no interior de seu círculo de convergência.

3. FUNÇES ANALÍTICAS

3,1, DITEREcILBILIDADE, Ate' a gora se empre garam conceitos


que eram generalizações 4bvias das noções elementares da Anli-
se real. O desenvolvimento do cálculo diferencial e integral
das funções complexas assenta s6bre a noço de derivada comple-
xa e esta, como se ver, conduz a novos pontos de vista.
Uma função complexa w = f(z) diz-se diferenel6Del Ou OflO-
g mnca, no ponto se, ao tender z a , a razão incremental

tende a limite independente da maneira segundo a qual z-. O


limite desta razo incremental denomina-se derivada de f(z) no
ponto n , representada por ou f'(). Uma função difere
ciave1 necessariamente contínua, pois f(z)-f() tende a zero
com z-n. Analogamente, pode-se introduzir a definiçio de deri-
vada pór meio do teorema do valor me'dio:
Umá funço f(z) será dlferenojivel no ponto se puder ser
,escrita na forma:
f(z) + +
onde ?)-0 quando z isto e', f(z) pode ser aproxima
da por uma tunço linear na vizinhança de ?. Se f'(z) for uma
funçoÓontÍnua em qualquer siíbconjunto fechado e limitado do
domínio de analiticidade def(z), a f'unço
e(z,) = f(z) : - f'(z)
sendo contínua (1) deve ser uniformemente contínua e pode-se sri
to prefixar, em (3.11), um e> O tal que
1
C(Zgn ) <e para z-

(1) Pari a . define-se o valor da rasgo incremental como sendo a derivada


42 Cap.II
com ô(e) funçãn apenas de C
sa0 de particular interesse as funçGes que possuem deriva-
da em todo ponto do domínio D, as quais aio ditas analíticas em
D. Mais tarde serão denominadas funções analíticas regulares,
enquanto a palavra analítica designará,, mais geralinente,funçes
que sao diferenciaveis excepto em certos pontos. Por enquanto
no se fará esta distinço.
As regras de diferenciação das funções analíticas so for-
malmente as mesmas que as das funçes reais, bem como as demon!
traçes. Assim:
I. 4 soma de duas funçes analíticas e' dertva'vel, e sua de-
rivada é a soma das derivadas das parcelas,
g , ( Z) (3.12)
dz + g(z) f'(z) +
II O produto de duas funç6es analíticas tem derivada, a
qual ó dada por

dz = f'(z).g(z) + f(z).g'(z) (3.13)


III. O quociente f(z)/g(z)i derivável desde que g(z) = O,
e,9 como no caso real,
9

= f(Z)R(Z)f(Z)g'(Z)
(3.14)

IY, Finalmente, uma função analítica de uma função analíti-


co é analítica, tais precisamente, seta =f(z) é' diferencia-
061 no ponto n e se p ( m) J dlferencla'vài no ponto ø=f(), e,
to h(z) =g[f(i)] J d*ferencla'vel em s=, e tem-se:
3.1 43
f'ereneia'vel desde que o fossem suas partes real e imaginarla( 1 ).
Tal, porem, nao se da. A diferenciabilidade de u(x,y) e
v(x,y) nio implica a diferenciabilidade de f(x,y) como se pode
vir com: um simples exemplo: seja f(z) = x + 21 y. Aqui u = x e
V = 2y ao funçes diferanciveis de x e y Pondo z =
= A x + IA y em (3.10), obtem-ae
ic + âx + 2(y + Ay)I (x + 2y 1) Ax + 2lAy
AX+IAY AX+iAy
Fazendo z - - O por valores reais, ento Ay = 0 1 e o li
mi te 1; mas se Ax = O quando o limite será 2. Logo,
f(x) no e analftioa. A exige-nela do limite de (3.10) ser o me!
mc, qualquer que seja a maneira de z -,introduz algo de novo,
que no se verificava na teoria das funções reais.
Passarse.a# a investigar o que adiferenciabilidade da fu
ço f(z) = u + 1 v implica para u e v, Tem-se
f(z) = f(n) •+ [r'() + e(z,)] (z ..) (3.11)
onde e(z,) —0 para z-. Separando as partes real e ima
ginaria, z x+1y + I'fl , f' (z) = A + 1 B e e = +
resulta:
u(x,y) + 1 v(x,y) - [u(i) + 1 v(, li) ] (A +€1 )(x -
(B +e2)(y ..ij) + i[(B +e2)(x - ) +(A+c1)(y )j
donde
u(x,y) - u(,r)) (A +e 1)(x ) (B +e 2 )(y - r)
e
v(x,y) ( , '-i) = (B ) + (A +e 1 )(y
Como e1,e2 tendem a zero quando (x,y)_(,1),seguenj..se dos ,

tas reiaç6e9 que A = u, B = u e A = v 7 , B = v, Logo, u e v


devem satisfazer um par de equaçes a derivadas parciais - as
oe'1ebrea equações de Cauchy-Riemann:

(1) Uma funço real 11 u(x,y) o diferencivel no ponto E, se puder s rs


presenteda na forma u(x,y) u(,) + (A+e)(x.) + (B4e 2 ) y-) onde AZre B
so independentes de x e y, e e, e 2 tendem a zero quando o ponto (x ,y) ten-
de a (,fl). Genrioamente A e B aZo as derivadas parciais de primeira or-
dem de u( y) A u(,T)), B = u()). Uma condiçao suficiente para que
uma funçao de duas variaveis reais seja diferenciavel, neste sentido e que
u(x,y) seja continua numa vizinhança do ponto (t,i) e que u7 ( ,ii) exista
O significado desta definição reside no fato de que uma função satisfazendo
esta condiçao, possue derivada segundo todas as direções. Cfr. COURAN? "Cal
- culo Diferencial e Integral", Vol,II, p.532 e. seguintes.
44 Cap.II

(315)
ôxôy ày àx
Subsiste o teorema:
condigo necesstfrta e suficiente para que a fungo complexa
t(z)u(x,y)+i.v(x,y) tenha derivada contínua no domínio D
é que as partes real e imaginaria sejam diferenciáveis e .a
tisfaçam as equações de Cauchy-Riemann:

ôx. õy ' ôy -
A demonstraço da suficincia e' simples (a necessidade j
foi comprovada acima). Pode-se escrever:
Xá, li + y) u(,) x + y+
ay

e v( + + Ay) v() x+ y+
Vá x 2

onde e 1 e €2 tendem a zero com Usando as equações


(3,15), obtJm.ee:
+ + .í!1±!21L4!i
4z bx ax
concluindo-se que f(z) tem para derivada:

âx õxay õy
Como exemplo de runçao analítica, seja
w = (x2 - y2 ) + 2xyi,
onde u = x2 y2 e v = 2xy so contínuas e d1ferenciveis,
como uX = 2x, u 7 = -2y, v = 2x, v = 2y, as equaçee 19 Cauchy.-
Rlemann so verificadas Observa-se que u e v so as partes re
ai e Imaginária ia funço w = z 2 , e que dz = u, + i. v, = 2z. A
derivada de w = z 2 podia ser obtida sem recorrer às equaçes 1e
Cauohy-Rieinann, formando a razo incremental e passando ao limi
te. Por outro lado no basta tomar o limite em apenas uma dire
ço Uma função to simples como f(z) = E não tem derivada
Embora formalmente a mesma, a definição de derivada para
funçes complexas conduz a uma classe de funçes mais restrita
do que no caso real. Dos valores assumidos por urna funço real
numa parte de seu domÍnio de definiço, nada se pode concluir
sabre os valores nos demais pontos, enquanto que os valores lo-
cais de uma funço analÍtica acham-se Intimamente relacionados
3.2 H 45
com os que ela assume no domnlo todo de defini.çao. Tal ser
Posteriormente demonstrado, bem como a seguinte propriedade,
talvez a mais notvel de toda a teoria: Á dertuada de urna fun-
çao anal (ttca éanaltttca0 Logo, qualquer funço analÍtica J
indefinidamente derivável.

3,2. OBSERVA Ç6 E EXEMPLOS, FUNÇÔES HARMÔNICAS.- Examinar


ae..o alguns exemplos de funções analÍticas. Seja f(z) =
Sob a forma (3.11) tem-se
zn - (z)[n2' + (z - R(z,[n)
onde R(z,) e' um polinômio e, portanto, (z -2)R(z,? )-0 quan-
do z Por conseguinte, f(z) = z i diferenolvel para todo
finito (n>0), isto e', z1 ' e' analítica no plano z e tem deri
vada.
dz =n • (3.20)
De (3.12), (3.13) e (3.14) resulta imediatamente que qual-
quer fnço racional
a +a,z + ... +az m
R(z)= O
+ b1 z + ... + bz
' analÍtica no plano z, excepto (eventualmente) nos pontos em
que o denominador fBr zero. Ma particular, a função linear ge-
ral e analÍtloa.
Outro exemplo importante e' a funço
f(z) = eX(cos y + i san y)
que verifica as equaçes (3.15) de Cauchy-Riemann e para a qual
x+x2
f(z 1 :):.f(z 2 ) = e [cos(y 1+y2 ) +i sen(y 1 +y2 )] = f(z 1 +z2 );

para z real, y = o e a função se reduz a eX. Tal runçao f orne


ce uma extenao natural da função exponencial ao campo complexo.
Verse', mais tarde, que a inica extenso anâ1ÇtIcapossÍvel.
Logo, por definição, o
= e X (aos y + 1 sen y) (3.21)
De. f'(z) = Ux + i v resulta a propriedade familiar da
funço exponencial:

A funço e(a) = cosO + 1 sano , definida no inÍcio do tra


balho, pode ser, agora,escrita na forma e
ie ,e todo numero com-

plexo Z: assume a chamada forma exponencial


46 Cap. ii

1=
onde r=' Izt,0= ao Z. Isto sugere a extenso da funço lota-
ritmo ao campo complexo:
lgZlgr el o lgr+18
2 y (3.22)
= lg Vx + + 1 arctg iT
Evidentemente,
x y
U =-•- =v , a = X
/2 2 ' F2 2
vx+y vx +7
de modo que lg z e" analÇtioa no plano 1 todo, exceptuada a o-
'1gem.
De maneira geral já se viu que uma se"rie de potnoias
P(z)a +a1 z+ oco +az 1
analítica no interior de seu ori'ouio de convergência e, es
conaequnoia, possue derivadas de todas as ordens no seu Inte-
rior, sendo
P(z) = kak.+ +
&k +lZ + •

De modo anilogo ao caso real, tem-se os seguintes resulta-


dos:
I. Se g(a) a + bi f6r derivada de usa funçao analítica
ento a furzço J univocamente determinada a menos de uma cons-
tante arbitrária .
Isto decorre imediatamente das equaçes de Cauohy-Riemann,
Pois se f'(z) = a + b 1, então,

ILu7
uxa
=-b
fv=b
1v 7 =a
e estas equações ,determinam u(x,y) e V(X,yr) e, portanto, f(z),
a menos de uma constante arbitraria. (2)
86 w f(z) = u(x,y) + 1 v(x,y) fornece uma representa-
qo biunívooa do domínio D do plano z s6bre um conjunto de pon-
tos D' do plano w, entio existe a funçao inversa, isto ei, a C
da ponto ('u,v) de D' corresponde um uínico ponto (x,y) de D - O
ponto que i representado por (u,v). Pode-se, pois, escrever
Z = x(u,v) + 1 y(u,v) = g(w)

(1) Por ~quanto no se considera a multiplicidade do ir4Çülo e da furZo.


(2) Cfr, COTJEANTs "C].cu10 Diferencial e IntegraiN, V01.11 9 P. 530 e aig.
3.
II Se v = fez) = a + iv for continuamente diferencia'uel no
ponto z e se f'(z)*O, então existe a fanço inversa z=g(m),
a qual é diferesciévei, e sise derivada tem para expresso
1
&(w) =

Com efeito, pelas equaçes de Cauohy-Rlemann, tem-se:


lui I=u+v= fI(z)2+O
A =:= X.

Uma vez que o jacobiano da transfoaço é distinto de ze


ro e que as derivadas aio continuas, segue-se que a representa-
çio u = u(x,y), v = v(x,y) é invers1vel e se pode escrever x e
y oomo funçes diferenciiveia de u e v. Sendo

entio se tiram, destas equaçoes:


Vy u V
X,
Yu7' v
Logo,

ou av ôv ôu
lato é, x e y satisfazem a equaçes de Cauchy-Rlemann como fu
çes de u e v. A funçio inversa é, pois, analítica e tem para
derivada
dz Ux iVx V(z) 1
_xu +iyu = =
f'(z) V(z) f (z)

Os teoremas do célculo diferencial fornecem algo mais que


iate resultado. Desde que o jacobiano seja diverso de zero, se
sue-se que a vizinhança do ponto do plano z é representada nu
ma vizinhança completa do ponto f(n) do plano w e If'()I 2 é a
razo de semelhança das ireas, Sabe-se ainda que se f(z)+O no
,
domínio D do plano z, entio a imagem D' no plano w é domínio o
jo. pontos da fronteira correspondem aos ponta fronteiras de D.
Leais, uma função analítica preserva domínios. Ver-se-i que es
ta simples propriedade de representaçio tem consequincia de lar
gas apUcaçSes - f(z)i no alcança nenhum méximo em qualquer
domÍnio de analitioldade de f(z ) •
48 Cap.II

uxx (3.25)

que podem ser t&oilmente verif1.adaa.

4. PROPRIEDADES GEOXTRI CAJ3 DAS FUNÇ6Z5 AKALÍTI CAS


4.1 49
ou, o que equivale, por
z(t) x(t) + 1. y(t)
com z0
O &igulo diretor da curva no ponto z0
e' o angulo O formado: pela tangente & cur-
va em z 0 com o eixo real. Assim,
- =(t
tg O = dy ° )

(4.10)
dx x(t0)
e escrevendo-se ,
z(t 0 ) = x(t 0 ) + 1 y(t0 )
tem-se, simplesmente,
O = am z(t 0 ) . ( 4.11)
Na vizinhança de w a imaemde C 6' a curva
w(t) = f[z(t)] u[x(t),y(t)] + i v[x(t),y(t)J.
Conclua-se que
=uxi+u + i(v x c + v, ) =
= (u x + 1 v)(c + 1
de modo que o ângulo diretor da curva em w 0 = f(z 0 ) e'
e' = am[f'(z0).(t0)] . ( 4.12)
Supondo que as curvas z 1 (t) e z 2 (t) formem um ngulo a no
Ponto z 0 de intersecço, seja 3 o &ngulo de suas imagens w 1 (t)
e w2 (t) no pontow 0 . De (4.11) se tem
2 (t 0 )
a = 0 2 -01= am i 2 (t0 ) - arn 1 (t 0 ) = ais z
z 1 (t 0 )
e de (4.12)
f'(z 0 )(t0)
.z2
p =Ç-O=am----- —am—z2(to) =
i 1 (t0 )
Fica, pois, demonstrado '4
que em todo ponto onde f'(z) ti

e' diferente de zero, o angu-


lo de duas curvas, juntamen-
te comse u sentido, permane-
ce inalterado. Tal represen a
ce
taço diz-se cónforme. Dia
x u
cut1r-se-a mais tarde o que
sucede nos pontos eis que a derivada se anula.
Esta propriedade da representaço basta para definir fun-
50 Cap.II
çea analíticas. Ou melhor: Se uma fzLnçao f(z) define uma
representaçao biuníuoca conforme em algum domínio Donde suas
partes real e imaginária so funções dlferenclvels de x e y,
entao f() e' analítica em D Para demonstra-lo, considerem-se
duas curvas y = y1 (x) e y = Y2 (x) que passam por dado ponto z
de D. Elas se interceptam formando um ângulo a tal que
y(x) - y(x)
tga=— ,
1 + y1 (x).y9 (x)
As curvas aerao transformadas por f(z) = u(x,y) + 1 v(x,y)
nas curvas
5
u1 = u[x,y1(x)}
1v1 = vfx,y1 (x)j
J u 2 = u[x,y2 (x)]
1v2 = v[x,y2 (x)1
Por hip6tese
dv2 dv1
du2 dii1
tga
+ dv1 dv2
du1 du2

dv1 v+v Yj dv2


Logo, usandod. - = e a analoga para u2 , ob-
0 uX +u y'
tem-se y 1
y2 - j (uv - uv )(y - Yj)
1 + yy (u+ u) + [uu+vv7)(Yj+Y) + (v+v)yjy

equação que deve subsistir para todo valor de e y Elimi-


nando os denominadores e Igualando os coeficientes dos termos
correspondentes, obttn-se as reiaç6es
+ (4.13)
e
2 2
+ u, = u v. v = v + 2 (4.14)
onde, por hipctese, uxvy vx * O. A equaçao (4.13) pode ser
-U
escrita

x o (4.15)

Â9 equações (4,14), ento, tomam a forma


22 2 22 22 2
). + u = x (v7 + u7 ) = uX + v y
donde
4.2 51

(1 À)u + (À2 À)v = o,


ou
(À22À+1)(u2+v2)_0

O segundo fator sendo o jacobiano (no nulo), ao` se pode


ter À= 1. De (4,15) tira-se, pois:
. ux = v3r uy = - vx
• que so as equaçes de Cauchy-Riemann, mostrando que f(z) e', de
fato, funço analítica.
Da :conservação dos &rigulos segue que uma funço ana1'tica
transforma tringuloa suficientemente pequenos em figuras quasi
semelhantes, ou, a transformaçao de uma vizinhança de um ponto
uma bomotetia cuja razo depende apenas de z0 . Para veri-
• fic-1o, considere-se a curva O por z0 e sua imagem O', e sejam
a e a os comprimentos dos respectivos arcos. Ento;
da/'2, ., '2,( to ) Idw
yii t0j4V
da 1fe(ZOI
i de - _________
o - dz
a ../x2(t)+2(t)

Portanto, o comprimento de qualquer elemento linear da ou


vã transformada passando por f(z 0 ) vem multiplioada pelo fator
Ir'(z 0 )I. O significado da exigência de que a derivada de uma
funçao anaiCtica independa da direçio de aproximação, fica, en-
tio, manifesto.

4.2. TRANSFORMLÇXO w = zn ._ Depois da transformação linear


geral (cujas propriedades J9 foram estudadas) o mais simples
exemplo de função analÇtica e' w = z, com n> O inteiro, dife-
renciivel no plano z e cuja derivada e# w' = n z" 1 . Como w'(z)
diferente de zero para todo z 4: O, conclue-se que arepresen-
taço por ela definida e conforme, com posarvei excepção do pon
to z = O. Usando a forma exponencial z = r e 20 e w = ob-
tm-ee as re1açea
p=r'1 , qne (4.21)
Dar resulta que cÇrcuios com centro na origem transformam-
se em crrcuios analogos e retas pela origem em retas com a mes-
ma propriedade. Na relaçio p = n O observa-se a natureza espe-
cial da representação, O &ngulo entre dois raios pela origem
fio se conserva, mas e' multiplicado por n, isto e', a tepresenta.
çio nio e' conforme na origem. Um ponto com esta propriedade e'
52 Cap.II
chamado ponto de ramtficaçao de ordem n-1
Os círculos Jz1= r se transformam nos círculos Jw1 =p, e
um setor com ve0 rtioe na origem sera# transformado num setor c1r-
cular cujo ingulo central e' n-plo do dado. Em particular, a fun
çio w = z fornece uma representaçio conforme da porçio de pia-
no entre o semi-eixo real positivo e o raio que com ele forma
um angulo ,% /n,no semi-piano superior.
Quando se procura considerar a repreaentaçio inversa depa-
ra-se com nova dificuldade. Exceptuada a origem, todo ponto do
Plano w e' imagem de mais de um ponto do plano z. A Imagem do
círculo unitgrio do piano z, po ex., cobre n vezes a Imagem do
oÇrcuio unitrIo do piano w. Em geral, a todo ponto w =p ei4O
do plano w correspondem n pontos distintos do piano z, para os
quais r =M e O = (cp + 2k t)/n (k = O,l,,,.,n-l). A funçio
Inversa
Z= ( 4,22)
fiO é univocamente definida, Com afeito., podem-se assinalar n
valores distintos de z para todo w O, Tal correspondência e'
chamada função p1uríoca e neste caso particular, funçao a n
valores, Subentender- se- que a palavra função sem outra qual
ficaçio (a menos que figure explicitamente o contrrIo), Indica
rã uma função iin(voea.
Os valores da função (4,22) estio relacionados de maneira
específica. Tornando-se urna vizinhança qualquer no plano w que
nio contenha a origem e nela escolhendo-se um dos n possíveis
valores que corresponde a um dos pontos de seu interior g os vã -

lares no restante da vizinhança ficam completa e unvocamente


determinados pela exigncia da continuidade, Mediante tal saco
lha de valores, obteve- se uma representaçio biunvoca de parte
do plano w (embora tal se possa realizar de n modos). Esta ma
neira de proceder mostra que a escolha doa valores da função
na correapondncIa entre vizinhanças e' um tanto arbitraria, con
dicionada, porem, à continuidade da funçio Abandonando a res
trição da vizinhança nio conter a origem, pode-se, eventualmen-
te, voltar a um seu ponto com valor da função distinto do ini-
cial. Contorna-se a situaçio supondo que nio se esta mais na
mesma "folha", pore'm em outra sobreposta a primeira. Assim a re
prosentaçio z = pode ser considerada como biunfvoca se se
Imaginar o plano w fçrmado por n folhas sobrepostas com um pon-.
4.2
to comum na origem e varias interconexoeso
este e', de modo intuitivo, o conceito de urna Superfície de
RI6T*ann, superfÇcie que permite urna representação hiunvoca de
urna funço plur1voca, o tratar, com grande simplicidade, numera
soa problemas que (de outro modo) seriam deveras difíceis. Co
sidere-se, p.ex., a função z • Na representação w =
qualquér raio cp = do plano w e' imagem de dois ralos do plano
Z (P. /2 e e = ( q0 +
it)/2, Começando-se com o eixo real
positivo = O, faça-se corresponder a ele o eixo real positivo
do plano z, O = O, Quando variar de O a 211, e variará de O a
it, isto e', enquanto um raio varre o plano w, o raso corresponden
te percorre apenas o semi-plano superior. O dom'nio O <Cp <271 1
do plano w, e' representado de maneira biun1vooa no semi - plano
O<ê<it.
Arepresentaçao da
fronteira não e' biunÇvo
ca, pois o eixo real po

corresponde aos raios e e = o. X


e=O e e=. Entre
tanto, pode-se diferen-
ciar (pelo menos formal
mente) as repreaentaçes
= O e = 27t do eixo real positivo e, assim, obter urna ma-
neira conveniente de distinguir entre as duas folhas da superf
olá de Riemann para qualquer ponto do eixo real. Prosseguindo,
conceitualmente, numa segunda falha onde cp varia de 27E a 41 ,
pode-sé estender a repreaentaço ao
semi-piano z inferior. Para ooinple
tar a imagem da representação tem-
se ligar as duas folhas w de ma 7'
neira condizente com a 'conexaoentre
os semi planos z superior e inf e- /
nor. Isto e, supondo-se cortadas
as duas, f6lhaa segundo o eixo real
positivo, liga-se o bordo inferior da primeira folha com o supl
nor da: segundo, pois ambos correspondem ao angulo = 21 e
vem ser, Identificados, e depois as arestasç,= 0 e T= 4% que
54 Cap.II
correspondem ao raio 8 = O, Que tal se no possa fazer mec&ii
camente sem que a superf1cie se intercepte, nio é de interesse
aqui; não há dificuldade em coneeb&.sla abstratamente. A super-
f1cie:reaultante, formada por dois planos complexos sobrepostos
envolvendo a origem, e' a superf2'cie de Riemann completa da fun-
ço z=4, S6bre ela z e' definida como função unívcx,a de w e,
por conseguinte, esta superf'cje e' representada por meio de z =
univocamente no plano z, As duas diferentes determinações
ou H rao & de -f 5a0 representadas abre falhas distintas da

superffcie de Riemain. Os pontos ri = O e w = oo,comuna a ambas


e nos quais no e' possfvel distinço entre as duas f6lhas, sio
chamados pontos de raintficaça'o de primeira espécie, c»mpre obser
var que o eixo positivo real no ocupa posiçao previlegiada ne
ta discusso, introduzindo-se em sou lugar um corte do plano W
segundo outra curva continua e simples que ligue os pontos do
ramificação w = O e w = co,
claro como proceder no caso w = z11 , obtendo-se uma rePrt
sentaçao biun1voca do plano z sobre uma superfície de Riemann
de n folhas envolvendo a origem com pontos de ramificação de o
dom n..l em w = O e w = ao,, Esta serao a superffcie de Riemann
de r'-fT.
u=o
4.3
foco em w = o e virtices nos pontos w = 2 Evidentemente, o
exterior de cada uma destas parábolas (domfnios que no oont&m
a origem) corresponde a
cada umdos semi-planos
x> c. HAnlogamnente se
obtêm para imagens de
y = e, a família. orto go V

nal de parabolae

Seus exteriores aio re


preaentados nos semi-
planos y>c. As imagens de x = -e e y = - o aio idinticas
ia de xo e Y,= C
EXERCÍCIOS
1) Na representação w mostrar que a fainftia de cfrcu
los 1 = conet. J transformada na famflia de lemniscatas
w.-1 Iw+l1 = const, do plano w. Mostrar, ald'm disto, que 08
raios que passam por z = 1 aio transformados numa famÍlia de hi
pe'rboleaequilateras que passam pelos pontos w = 1.
2) Faer a representaçio conforme do semi-cÍrculo lzi <1 e
Im z> O no cÍrculo unttario do plano w, de modo que z = 1/2
transforme em w = O, com >O em z = 1/2.

4.3, ÇO EXPONENCIAL E 05 LOGARÍTMOS, Abstraindo-se


da definiço (3,21), introduz-se a funçio e de maneira talvez
mais natural, escrevendo
00 n
e l+z+4+,,, (4.31)
n=o
por analogia com a funçio real ex, Verifica-se facilmente que
esta sirté conver ge para todo z finito [Cfr.I,(2.22)], i como
se demonstrou que toda série de potências e' analÍtica em seu
cÍrculo de convergência (no qual pode ser diferenciada termo a
termo), entio (4.31) define uma funço analitica em todo o pla-
no z. domo no caso real,
nl =
= aZ
ãZ
n=1 (n1)
5e Cap.II
Para demonstrar que a f6rmula de adiço
Z1 1+ 2
o z2 = e z (4.32)
tambem subsiste para valores complexos, multiplicam-se as res-
pectivas series (que sao absolutamente convergentes), resultan-
do: ri ri .r n-r
Z] ez2
( t (nr)
= ri

n r n-r 1 ri r n-r
r (n-r) z1z2 = ( r 1 z2
=
z.+z 2,
= -4(z1+2)u1e1
n _o ri,
que demonstra a afirmaçio.
As funçes san 5 e aos z so definidas pelas sinos
correspondentes ao caso real, onde a variável livre i substitui
da por a, Escrevem.se
CO 1) n
san a = , COS 5 = f: 5T ,(4,33)

siries convergentes para todo a finito e que, por conseguinte,


representam funçes ana11'ticas no plano a. Facilmente se veri-
fica que
dz (san a) = coa a , (aos a) - san a
Como as sd'niea ao absolutamente convergentes, pode-se es-
crever:
[ 2n 2n 2n+1 2n+11 ....
coe a+isenz = [T_+ o 1
n=o n,. t 2n+l,, ri-o
obtendo-se, assim, a fórmula de Euler:
etZ = 008 5 + i san a (4.34)
Desta e de (4.32) tira-se:
= 8 x+ly =
y + i san y)
(coe (4.34 1 )

que comprova a equivalência desta definição com a Ç3,21) do ca-


prtuio II.
AIim disto, em virtude da periodicidade das funções trigo-
nomitrioas, tem-se 2
mostrando que e i peri6dioa com narÇodo ?,1 T 1
4ó3
Para examinar a representação definida pela funçao exponen
dai w: = e Z, w=pe e z = x + i y. Ter-se-á:
x
P = e (P = Y
Da resulta que a reta y = a, paralela ao eixo real, e' re-
presentada s6bre o raio cp = a, sabre o qual O p < 00 quando
-00 <x < + 00. Logo, o valor
de aZ nà ao nao e' definido,
urna vez que depende do valor i ly lu
X•C
de Y,
quanto a9 retas x = a,
pode-seconslderar, em face ' a

::p::::::: a
apenas função
V
to O <;y <a <2 l, o qual t! )
rã para imagem um arco de
círoulop = e 0 , O < ç <a. A
superfície entre o eixo x e a reta Y, a<27t tem para imagem
o setor do plano w entre os raios p = O e ç = a • Urna faixa ho-
rizontal de largura 2it tem o plano w como imagem, e se f6r
O.<y <27t , ficará excluido o semi-eixo positivo u, que será
fronteira do domínio, e que corresponde as retas y = O e y = 27t.
Para representar a imagem da faixa 2 < y < 4% ,utiliza-se uma
segundar6lha tambe'm cortada segundo o eixo real positivo; e" on
de p varia de 211 a 411 • Estas duas folhas devem ser unidas
segundo os bordos p = 2r , correspondentes a fronteira comum
y = 2% das duas faixas do plano z. Ficam, nesta superfície ,
dois bordos livres, p = O e ç = 41t , aos quais sao unidas as
folhas Imagens das faixas -27t <y < O e 41 < y <Cit • Por
este processo chega-se a uma superfície formada de uma inflnida
de de folhas com bordos ligados na mesma ordem que as faixas ho
rizontais de largura 2'it do plano z. A superfície assim obtida.
e' a supárÍ'cie de Riemann da função z = lg w,inversa da funço
W = eZ,a qual tem pontos de ramificaço na origem e no 00, de
ordem Infinita e permite definir o logarítrno, função a infini-
tos valores, por meio de urna representação biunvoca. Tem-se:
Zx+iylgw
e, por àonseguinte,
Xlgp, y=q;
58 Cap.II
onde, no plano w simples, cp e definido apenas a menos de um muI
tiplo de 211 . Ologartmo tem uma infinidade de determinaçes:
lg w = lgwI + i(am w + 2n1L) . ( 4.35)
Na superfície de Rismann, porem, am z + 2nit = p i univo-
camente determinada (as amplitudes de pontos correspondentes em
'6lhaa bucessivas diferem de 2 'g) e a funço lg we# unvõo a
mente definida. Finalmente, a determinação particular do loga-
ritmo
lgwigw(+iamw
onde O am w 2 1x e" chamado valor principal cLo logarÍtmo.
:Deve-se salientar, que se o ponto w descrever uma curva SIm
pies fechada no plano w, no envolvendo a origem, lg w volta ao
valor inicial s6bre a curva, enquanto que, se a curva envolver
a origem, o valor de lg w variara de + 2111, segundo o senti
do de rotaço positivo ou negativo.
Com o uso do logarl'tmo e possível dar detiniço tnIca da
função w = za para a complexo qualquer. Por simplicidade co
siderar-se-; a real e positivo. pS'e-se

onde lg z varia sSbre a superfície de Riemann correspondente,


na qual essa função i uni'voca. Por conseguinte, w 5 g z
tambe"m funo unívoca de z s6bre a mesma superfície de Rlemann.
Alen disto, da periodicidade da funço exponencial e do fato de
que ig z varia de 211 ao se passar de um ponto ao corre8pO
dente noutra folha, segue-se que se a for racional ( a = p/q,
p e q primos entre si) w volta ao valor Inicial quando em Z
aumentar de 2q n. Portanto, para uma representaço de w =
e suficiente-considerar uma superfície de Rlemann com apenas q
folhas, a superfi"cie de Riemann de V z. Aiim disto, esta super
Kcie de Riemarin no e" representada no simples piano w de manel
rã biuni'voca, porem, como se vê facilmente escrevendo

se-lo-i numa superfície de Riemann sabre o plano w pextencante


função entre estas duas superficies que funço
estabelece uma correspondência biunrvoca conforme.
Como aplicaço das propriedades representativas das dif 6-
rentes funçSea r considere-se a ].inuia, constituída por dois ar-
cos de c1rculo, formando um ângulo ir/ano plano z, a qual se
procurara representar no circulo unitário do plano w. Para Is-
4.4 59
so,considere-se a transformação linear que representa os pontos
z = - 1 e z = +1 na origem e no ponto impr6prio do plano w
= (1+z)/(1-z). Evidentemente, a lmnula será transformada
por esta função numa região angular de ângulo central lt/a na o
rigem W 1 = O do plano w 1 , A. passagem desta região ao ofroulo
e" realizada simplesmente
il y
transformando-a primeiro
no semi, plano e iate no
círculo unitário. Para
fazã-lo:, introduz- se a

"

que representa a regiao


angular no semi-plano
Re w2'>O. Girando-o de 1/2, obte"in-se o semi-plano superior
-

=e w2 ; a esta aplica-se a transformação que o leva no


cí'rculo unitirio: w = e iX( w3 _b)/(w3 _b), onde Im b>O. Pode
se escolher e b de modo que o ponto z = O seja representa-
do em w = O e que 2 dz >O naquele ponto. Um simples calculo
fornece b = i . e 7s. = a Logo,
a a
- (l-z) -(l+z)
- a a'
(l- z) + (l+z)

4.4. A. FUNÇ ÃO w = (z + 1/z)/2, A. representação conforme


definida por esta funço apresenta aspectos de interesse espe-
cial, convindo eatud-1a detalhadamente.
V-ee que dw = O para z ± 1 • Os pontos imagens w +1
ao pontos de ramificação, nos quais a representação deixa de
ser conformo. Em coordenadas polares
u + +) cose , v = -j.(r - +) senO
Para r = o constante, obtêm-se, pela elim1naço de
4u2 4v2
= 1 (4.41)
1 2 +
(o +---) (o - 1

famf].ia de e]Apses homofooais do plano-w cujos focos SO w=±l.


A família ortogonal obtém-se eliminado r e supondo O constan
te:
aos O sane
60 Cap.II
fam1ia de hipe'rboles homofocais, de focos w = ± 1.
Quando r —.l, a elipse (4,41) tende ao se gmento que une Os
Pontos -1 e +1 recoberto duplamente. Se se considerar a reta
como urna fenda, ento a circunferência do cfrculo unitário i re
/ presentada nos bordos
da fenda. Tôda elipse

terno ao oÇroulo uni-


tírio. ]Para evitar ês
te duplo valor, Intro
duz-se outra fôlha. ao
bre o plano w, unida
primeira pelo corte, bordo superior com o inferior e o infe
rIor ao superior. O interior do cÍrculo unitgrio e" representa-
do sobre uma das folhas,, o exterior abre a outra. Esta funço
resolve, pois, o problema de representar o exterior do cÍrculo
unitário num plano seccionada por uma fenda horizontal. Os pon
tos que estio no bordo superior e infer.or da fenda devem ser
considerados como pontos fronteira diversos.

EXERCÍCIOS

3) Mostrar que 51z - eZ elZ +


senz 008Z
21 2
Delas deduzir as identidades
sen2 z + coa2 z = 1
sen(z 1 + z2 )= sen z 1 coe a 2 +'008 a 1 san a2
oos(z 1 + z2 ) = coa a1 coe a2 - sen a 1 san a 2
Demonstrar ainda que
san a = san x.cosh y + i.cos x,seih y
coa a = coa x,cosh y - i.sen x,sen)ï y
4) Definindo tg a pelo quociente demonstrar que
sua inversa g
a = arct w - 1 lg

Em que domÍnIo ao plano z o circulo do plano w represen-


tado por arct w ?
4.4 H 61
6) Em que dominios do plano w e a semi-faixa -2/2'< x <lt/2,
y > O transformada pelas funçes
wsenz wcoaz, wtgz?
6) Efetuar a representação conforme do interior do doml'nto
e z- + a6brs o circulo unit&io, de modo que
= - -- se transforme em w = O e dz >O eis tal ponto.
7) Representar o exterior da li y
nula sime'trica do diagrama ao ia
do, de maneira conforme e biunÇvo- CV
ca s6bre o plano w cortado de u =
1 a u = + 1 e de modo que .l +1
as imagens de z = co e z se
iam w = co e w = 1, respectivamente.,
8) Efetuar a representação conforme do interior do circulo
nitrio jzj , <1 cortado segundo o eixo real de z= 1 a z =-h
(0<b<1) num circulo contendo a ori
gemi do plano w, de modo que z = O se
represente em w = O e = 3. para -i ..
o
9);Representar o exterior da elip
se + = 1 do plano z conforme
mente no interior do circulo uniti-
rio do plano w, usando a transformação w z+
10) Estudar as representações e superfÍcies de Riemann de
W = zi w = Z a+ip reais)
usando as funçes exponencial e lo.garitmica.
li) Estudar detalhadamente a representação conforme e a es-
trutura da superfÍcie de ideniann da funço
wz3 3s
Seus pontos de ramificação w + 2 e w co podem ser unidos
por um corte segundo o eixo real que vai de +2 ao infinito p0-
altivamente e de 2 ao ao negativamente. Três folhas estaro
e6bre o plano w que deverão ser convenientemente ligadas por es
tas linhas, e que so imagens biunfvocas das três regies do pia
no z individualizadas pela hipirbole 3x 2 y2 = 3, fste e
xomplo típico de superfÍcie de Riemann algbrioa.
aAPfTuLo III

INTEGRAÇiO NO DOMfNIÓ aorxo


1. INTEGRAI S DE LINHA

1.1. NOQI5ES GEQM*rRIcAS.. Uma curva contínua no plano z


um conjunto qualquer de pontos cujas coordenadas x(t), y(t) aio
funções oontfnuas de um mnioo par&metro t num intervalo
t2 . Na notaço complexa tal curva tem equação da forma
z(t) = x(t) + 1 y(t)
Se z(t 1 ) = z(t2 ), a curva se diz fechada e se ngo se inter
ceptar, i., z(t') z(e) para t' * t, ela se diz simples. P
rã o presente caso, as curvas contfnuas simples so excessiva..
sente gerais, e utilizar-se-go apenas aquelas para as quais se
pode definir seu comprimento, e que sero chamadas retificáveis
(1). Em particular, ficar-se--a; restrito às curvas geralmente
regulares, nas quais a tangente varia continuamente com o pon-
to,, excepto em um ntmero finito deles. Analiticamente, isto,
significa que z(t) e continuamente diferenciavel, com a' (t)* O.
Nos pontos excepcionais, supor-se-a' a existência de derivada u-
nilateral no nula, segundo qualquer direço. Por simplicidade,
as curvas geralmente regulares sero chamadas linhas ou contor-
nos. Por conseguinte, uma linha ou contorno a'
uma curva retifi
oa'vel, geralmente regular, cujo comprimento e':
t2
L=
ti
JJ(t)Idt

As vezes e' necesaa'rio substituir uma curva C por unia øuoea


9a0 de contornos 019, C 2 que a ela tendem, isto a', se
,900 9 c,,96 9

Cfr dada por uma função a = z(t), (ttt 2 ), as curvas


dadas, na forma parame'trioa por z = z(t), devem satisfazer uni
forniemente a relação
um z(t) = z(t)
n ­b. ao
(1) A, palavra curva será usada, maio tarde, para designar curvas retifica-
veia.
1.1 83

A direção de tais curvas rio deve, necessariamente, tender


a direço da curva limite C. mas se tal se verificar, se alem
do limite acima se tiver, uniformemente,
lim(t) = (t)

dir-se-a, sequência C constitue uma aproximação regular


de C (1), Em particular, qualquer linha pode seraproximada por
uma sucesao de poli»gonoa formados ou pelas suas tangentes ou P&
lãs suas cordas, Desta xiltíma no e» diffcil deduzir que se uma
auces.so tle linhas i constituir uma aproximaço regular de C,
os comprimentos das curvas % convergirão ao da curva limite.
EXi:ste um famoso teorema de Jordan que estabelece que toda
curva continua, simples a fechada subdivide o plano z em dois
domínios que no se sobrepõem, um (infinito) externo e outro
(finito), interno. No e» fácil provlo, apezar de sua aparên-
cia simples, e a demonstração completa se concretizou há poucos
anos. Em teoremas deste tipo, deve -se suspeitar da Intuição.
Poder- se -ia pensar, p.ex., que a fronteira de um dom1nio sim-
plesmente conexo e» uma curva continua. Entretanto, por mais
plausivel que apareça esta asserço, poderi ser contrariada por
vinca exemplos.
No quadrado O < x . 1, O < y < 1 1 ,

conduzam-se segmentos perpendicula-


res ao lado x e de altura 1/2 nos
pontos x = 1/2 1, 1/4, 1/8,..., 112ri,
A regio formada pelo interior do
quadradõ, deduzidos os pontos das-
tes segmentos, e' tal qual um domi' -
nio simplesmente conexo. Sua fron- o
teira, porem, e' constituída por uma
1/4 1/2
curva com uma infinidade de ramos.
Tambe'in se poderia pensar que todo ponto fronteira de um do
minio põderia ser alcançado de seu interior, por uma poligonal
que, excepto nos pontos extremos da fronteira, estivesse conti-
da no interior do dominio. Isto entretanto, nem sempre J verd
deiro como se pode verificar para os pontos x = O, 0--y -,1/2 do
(1) Mais precisamente, em cada ponto as sucesses de derivadas unilaterais
deveriam 'àonvergir para as respectivas derivadas unilaterais nos pontos da
curva limite.
exeeplo acima.
O exemplo que se segue e' o de um domínio, parte de cuja
fro teira i uma curva simples fechada, embora nenhum de seus.
ÕO pontos seja acessível de seu Inte-
rior. Seja O o círculo unitário e
considere-se o domínio em esiral
5 que envolve o círculo uma infini
dade de vezes quando sua largura
tende a zero, Podo ponto do cÍrcu
lo unitário e ponto limite da espi
ral, O interior de 3 e certamente
um domínio segundo a convenço,e a
fronteira conte'm o cÍrculo unitrio, Entretanto, toda poligonal
traçada do interior de 3 para O envolve O uma infinidade de ve-
zes e no pode terminar em a. o cÍrculo unitário i, pois, ina-
ceasÍvei de todo ponto interno.
A demonstraço do teorema de Jordan i excessivamente longa
para ser dada aquÍ. Porem, o leitor pode achar interessante e
Instrutivo tentar provar um resultado particular (l),
Um polígono simples fechado P divide o plano z em dois do-.
mfnios disjuntos. Mais exatamente, se o polígono P for retira-
do do plano, restarão dois conjuntos de pontos conexos e sem
Ponto comum,
Do teorema de Jordan para os polÍgonos, conclue- se que o
Interioi , e o exterior de um polÍgono simples fechado so domÍ -
nios rio sentido te6rico. Por meio dele, pode-se distinguir en-
tre domÍnios que t&zn vazios ou "furos" e os que no Os trn, 50 a
tes dizem-se Simplesmente cOflBXOS, definidos como sendo os d2
mfnios que contam o interior de todo polfgono nele construido,
Os domÍnios das figuras acima aio simplesmente conexos. Uma ao
roa, p,ex,, r<z<R no o J.
Considere-se um domínio simplesmente conexo do qual se re-
tirou um ponto (ou um domínio simplesmente conexo), resultando
o chamado domínio anular (ver figura), Tal domínio e' chamado
duplamente conexo, Em geral um domínio n-uplamente conexo a' a
quais em que foram retirados n-1 domÍnios simplesmente conexos.

(l) Demonstrações completas acham - se em NEWMAN Topology of plane sete of


points SEIFERT-TBRELFALLz Topologia.
88 Cap.IlI
nito de domínios poligonais convexos, como intersecçes de 08151
planos. A sub-diviso em triangulos será feita para cada um .dês
tsa sub-domnjoe convexos,

1.2. INTEGRAIS DE LINHAS... Uma integral de linha e defini-


da, no Calculo Infinitesimal, como uma expresso da forma
1 = fo a(x,y)dx + b(x,y)dy

onde a e b são funç6es contínuas de x e y no domínio O do plano


xy qe .contim a linha O. Seu valor e' definido pela ordinária i
tegrál de Riezann

1= j l la[x(t),y(t)lx l (t) + b[x(t)(t)]'(t)}dt

onde t e' um parâmetro, x = x(t) .e y = y(t) (para t 0 t t1) so


as equaçes da curva a, e P = [x(t0),y(t0)],1p1 = [x(t i ),y(ti )
as extremidades de O,
1
Mantendo fixos P e P e
unindo-os por outra curva O'
O jacente em O, eis geral, a In-
tegral ao longo de C# será dI
versa da Integral segundo C; -
P1 o
são porem de maior interesse
Po
as integrais cujos valores de
pendem apenas das extremida-
-O X das e ngo da particular linha
que os une.
Condiçao necessária e suficiente para que a integral cur-
vilínea
I(C;P0P1) = a.dx + b.dy

seja independente do cont8rno que une P a P 1 para todo par


de pontos P 0 ,P1 em D, que exista uma fungo F(x,y) em D tal
que
= a(x,y) (120)
by = b(x,y)
À expressio a.dx + b.dy deve, pois, ser diferencial exa-
ta (diferencjaliotaj. de carta função ?),
Na forma acima, o teor'ema no se apli -ca a casos especÍfi-
cos, uma vez que nio dá nenhum critirlo em função de a(x,y). e
1.3 8?
b(x,y) para a existn.cia de F. Entretanto, introduzindo outras
hiDotesea referentes ao domínio e às funçes, obtém-se um teore
ma mais diretamente ap1icvel.
Se 1? f8r um domínio simplesmente conexo e a(x,y) e b(x,y)
forem funçoes diferenciáveis,, 6ntao a integral de linha
Fi
5PC
a(x,y)dx +

serd independente do caminho se, e semente se, a b (1,21).


Esta relaçio conhecida como a condiçffo de ;ntegrabULa
de para o caso de duas variáveis, lt oondiço necessária e s
ficiénte para que a diferencial a.dx + b.dy seja exata.

1.3. INTEGRAIS C0MPLEXAS... A integral definida

zo
o dz

de uma função da variivei complexa x + i.y pode ser definida


por meio das integrais das partes real e imaginaria. Pondo
f(z) = u(x,y) + i.v(x,y)
escreve-se

f
zi
f(z)dz
f l,yl
(u.dx-v.dy) + 1
.xl,yl
(v.dx+u.dy) (1.30)
zo x o ,yo xo ,yo

Logo, para um domínio simplesmente conexo e u,v diferenoi


veia, as condiçea para que estas Integrais independam do con-
torno de integraço, equivalem a
uy - vx , vy,= ux
que ao as equaçea de Gauchy - Riemann, Portanto, num domínio
D simplesmente conexo, uma condição neceaseria esuflciente pa-

ra que J f(z)da seja independente do contorno que une z a


zo
para todos z0 ,z1 em D, J que f(z) seja analí'tica.
Introduzindo a noço ce integral definida, no se necessi-
ta fazer referência às partes real e Imaginária da função inte-
granda. i! possível definir uma integral complexa completamente
em termos comil.exos, de maneira análoga à da integral de Riemann
ordinria para.aa funçes reais de uma variável.
Seja f(z) uma funçio unívoca contínua s6bre a curva C (que
Cap.III
i necessariamente uma linha, apenas retificável, de compri-
niento L, p ex ) Divide se C em n arcos, e sejam z 0 ,z1 ,z2 , ,z
os pontos de diviso n cada um dos arcos parciais escolhe-se
um t ponto arbitrrjo t e forme-se a soma:
n.
1Zk =
f(t1 )iz1 + + f(t)... (1.31)
- Z
°--
Z
onde /Zk = Zki. Fazen

n-1 que a soma (131) convergírã


a um limite, independente da
maneira particular de dividir
C, e se escrevera, por definiçao:
n.
5 C
f(z)dz = 1 1 m
max l zk . o k].
f(tk) 'à
74
'
(1.32)

Sendo f(z) contínua no conjunto fechado C, a continuidade


resulta uniforme e, por ser C retifiove1, dado um e > O qual-
quer, e possÇvel achar um ô (e ) >0 suficientemente pequeno para
que se tenha, para todo par de pontos z',z" da curva, tais que
z til
- <ô:
If(z') f(z")
- <
(L comprimento de c). Considerem-se duas d1vises quaisquer em
que os. comprimentos doe arcos so todos menores que ô e sejam
,

os pontos de uma, e os da outra, com


os quais se forma urna terceira diviso obtida tomando simulta-
neamente os pontos de uma e outra, os quais a io representados
por Z,Zj,Z .....Logo,
1k pode ser expresso na forma
= tZ+
h+1 + +
h+r'

onde = Zkl e Resultado auAogo se obtêm p


i+r
raoszk.
A cada diviso pode-se associar uma soma da forma (1.31).
Em particular, escreve-se
5 t r( '11:~k )
com expresses correspondentes para as outras somas. Qa te rmos
de 5 so da forma
Tk = f(tk) Azk f(tk)( tz + + +

correspondentes aos de parte da soma 5' da terceira diviso


= r(t) Az + f(t ~1 ) Az1 +...+ f(t +r ) i+r
donde a desigualdade
< tk)_t)l +...+
11lI
Porem, 08 pontos t 1!1, th+r esto todos no arco
ZkI z1 de comprimento <6. Por, conseguinte,
IÍ(tk) f(t+j)I <, para j 0,1, ...,r
-

lk + ... + Az
Para a soma t6da, se tem:
fs 'I < t _IAZl
pois AZI no i maior que o comprimento do arco z 1 Z 39
O mesmo racioclnio mostra que
Is*_ s'I<t
Portanto,
IS 1
Concluo-se que existe o limite (1.32), o qual independe da
divisão adotada.
Varias propriedades das integrais resultam diretamente da
definiço:
Lema 1 -Se a funç&o f(z) f$r limitada, If(z)IM, entao

11af(z)d.ZkML , (1.33)

L sendo o comprimento de c.
Lema 2 -Se a curva Cfor composta de dois arcos retiflc-
veis consecutivos, Ç e c2, ter-se-a

f Í'(z)dz = f(z)dz + Jf(z)dz . (1.34)


fa c2
Lema 3 - Se o sentido de percurso do arco for Invertido, o
valor da integral muda de sinal Assim, representando por ..0 o
.

arco C percorrido no outro sentido, ter-se-e':

f-af(z)dz = - J (1.35)
a
Para um contorno fechado simples convenciona-se que o sen-
tido positivo seja aquele segundo o qual o interior fica a es-
querda do observador.
Lema 4 - 4 integraç6o é uma opera ço 1 Inear, isto e', se a e
forem constantes, ter-se-e':
70 Cap.III

j[a r (Z ) + P g(z)] dz = aft(z)dz + pf.(z)dz (1.36

ia arLmana;
I.eina 5 Á integral de urna série uniformemente convergente
e' urna série formada com as integrais de seus thmos.
Demonatraço: Supondo que a série
f(z) = f1 (z) + f2 (z) +
seja uniformemente convergente a6bre uma curva 0, para n sufi-
cientemente grande tem-se:

onda s(z) e' a soma parcial doen primeiros termos. De (1.33)


segue:
fa
{r(z) -6 (z)}dz <eL
onde L •o comprimento de 0. Portanto
t(z)dz = ].im ffk(z)dz
ia n-,k=l O
Lema 6 - A integral de uma constante inda pende da curva.
Conserva-se invariável para todos os arcos de mesmas extremida-
des Z1
f zo
dz, z 1 zo (137)

Analogamente
Jzo z dz =- z )o , (1.38)

Independentemente da curva de 1ntegraço, pois a integral pode


ser aproximada por qualquer das somas
5 = Y
-Z
(Z - Zk_I) OU 5' = EZ k-l(zk - zkl).
Somando-as membro a membro, vem
5+5' (Zk + zkl)(zk_zkl) (z - z_1 ) = - ,
donde segue (1.38).
Lema 7 - Seja f(z) urna funç&o contínua numa reg2o R Se
existir urna sucessao c2 ' c29 ,C, de curvas de comprimento lj
..

mitado e que tendam para a curva retificável c0 ,ent&o,


lii ff(z)dz = f(z)dz (1.39)
n-.00
0n OO
J
Demonstraço: Seja I a integral a6bre C. Pode-se obter
urna aproximâço uniforme de 1 dividindo a curva em segmentos
suficientemente pequenos Seja z(t) [oti] a equaço para
71
metrica de Mostrar-se-a, inicialmente, que e poasfvel divl
dir o intervalo de variaço do parâmetro de modo a se obter uma
diviso uniformemente pequena de todos os On -
De serem as curvas retificveis, segue a possibilidade de
proceder a tal divisão para um nmero finito delas. Porem, po-
de-se provar que o mesmo se dá para todas elas. Isto ej', dado
qualquer 6>0, existe um ô tal que 1z(t) - z('r)I <6 , desde
que It - ' com 6 Independente de n. Suponha-se, ao oon-
trario, que para algum 6* exista um n com iz(t) - z('r)i >8 P.
rã certos t,'r tais que It - ' ri < ô Seja 61' 62' "8k'"' uma
sucesso de õ tendendo a zero. Represente-se com n k o primei-
ro n para o qual se verificam simultaneamente t - 'r <i5ke
IZ - zflk(fr)I 6. Evidentemente, os n k no ao limitados.
Entao, Pode-se achar um N suficientemente grande tal que para
todo n> N se tenha 6
z0 (t)I <
uniformemente em t. Aiim disso, como co e retificve1, existe
um ô * tal que it - ,rl<ô*implIca
1z0 (t) z0 ('r)I <4-
Escolhendo um k para o qual õk <6* 5 N, ter-se-a para
todo t,'r com It _' r ! <6 k:
(t%-Z (.01
znk nk =l[zn k (t)_zo (t 9 + 1zo (t)-zo ('C)] + [z o (#r)-Zn k ('C

<+ 3 +3 ô
o que contraria a hipótese inicial,
Sendo f(z) continua na região R, ela e uniformemente oont
nua em R. Logo, dado um €>0 qualquer, existe um 6 tal que
if(z) - f(?)I < e
para todo z, em R com Iz - i< 6, Escolha-se uma divisio do
Intervalo de variação de t suficientemente pequena afim de que

todo n, e forme-se a soma [z(t)


para todo n
= ZnJ :

)(zni -
=E
De (1.37) deduz-se
,

= 1
f r(z,)dz
72
Donde se conclue:
f(z)]dz C L,
I'nnI = i- zn,i _I
em que L J uma limitação superior do comprimento da curva. Dan
do a n um valor suficientemente grande para que
fz(t) - z 0 (t)f < min(ô,e)
uniformemente em t, considere-se , a diferença S

Sn_ 8 0
=
E{:r( znj )( Zn,3'zn,j-l )- :r( zoj )(ZO,J - ZO,J-, )
09

1 i[n,r o,jn,j
+ [ftZn,j _f(z0,1)J(Z,j
Assim,
< in(2eM +CL) e(2mM +mL) ,
sendo M a limitaço de If(z)I em C0 . Resulta daí
I m noII m n 5nI + I 5n 8 oI + I 5 o_ I oIE e(2mM+mL+2L),
oque completa a demonatraço.
Lema 8- Se a curva de ir&tegraçao f6r um cont6rno ou linha,
as 2 definiçoes de integral (1,30) e (1.33) sao equtualentes.
Sejam x(t) e y(t) as equações paraine'trioas da linha C. Co
sidere-se uma subdivisão qualquer de C tal que os pontos de das
continuidade da derivada z(t) = x(t) + i y(t) sejam, pontos da
divisão. Ento, a soma (1.32) pode ser substituída por somas
de termos reais:
=2 (u 3 +1v 3 )[(x j x 11 )+ i(y j _y 11 )] =

- 1V 1 Ay 1 + i { Vj X1 + . 1U1Y1 }

onde z('r1 ), t 1 Ir1 t , . Considere-se uma soma qual-


quer, p.ex., Eu 1 tx 1 . Como x(t) e uniformemente contínua em
cada arco regular de O, i certamente contínua em toda diviso,
tendo-se
+ ô) à t 1
onde +8 algum valor entre t , e t 1 . Ponha-se
+ ôj ) -
2 73
Da continuidade uniforme de c(t) segue a existência de um 6 tal
que 1 i(t) - x('r) 1 <e para 1 t - ri <õ. Escolhendo urna divisao em
que A t < 6, pode-se afirmar que 1 ej i <c, e escrever
X1 U 1X 1 At 1 +u 1 e 1 / t
rui,
onde a ihtima soma e arbitrriainente pequena, uma vez que de
1 f(z)M, resulta
Iuj cj A til <IcMtjI e
(Et = 1). Conclue-se, pois,
11m
maxs1-o
u Lx
1 i
f u(x,y).c(t).dt = fCu dx
e resultados analogos se obtêm para as outras integrais. Por-
tanto,
fC
f(z)dz =fC
u.dx - v.dy + iJv.dx + u.dy
C
ou, com notaço abreviada,

= J(u+iv)(dx+idy) = ff (Z).i(t).dt.

2, O TEOREMA DE CAUCHY

Utilizando as expresses da integral complexa em função de


integrais reais obtêm-se, pela aplicação dos critérios (1.20) e
(1,21), condições para que ela seja independente do contorno*
Tais oondiçes serio obtidas, a seguir, de maneira mais ge-
ral e sem recorrer &e integrais reais. À (1.20) corresponde o
teorema:
I. Condigo necessa'ria e suficiente para que a integral cu
oU (neo deusa funço contínua
f(z),da
ZO
seja independente da curva (retlftcduel) que une a 0 a ai, para
todo par de pontos a00 X1 no domínio D, é' que exista uma fun-
Ç&o P(a) em D tal que F '(z) =
Note-se que no se fica limitado ao caso das linhas.
suficlancia -Seja C urna curva qualquer de extremos z e
e comprimento é. Te-se:
zi
Jzo f(z)dz = limL.4F'(?1)(z+1 - Z1 )
74 cap,III
Pela continuidade de f(z) a soma anterior pode ser escrita
[F(z 11 ) - F(z1) 1
+ c j j(z j+ _z j )
:
1 11+1 j
onde <c fixo Assim se obtêm:

o
Como ze i Az J1 < et. tem-se, no limite:

- F(z0 ).
Jr(z)dz = F(z)

Necessidade - Suponha-se que a integral


de da curva de lntegraçao. Pondo
f ZO
f(z)dz indepen

Z
F(z)
zo
forme-se a razo incremental
z+z
F(z + Az) - F(zj r()
Az =
Como a integral Independe da curva, considere-se o segmen-
to que une z a z+AZ. Tomando tAzJ suficientemente pequeno,
f(z)j <c para zJ<IAzI. Logo,
Jt(z) - F(z +Az)-piz)1
=JAZ
[t(z) - fR)JdzJ < E:.

Concluo-se dai' que F'(z) = f(z).


A oondiQo (2.11) conduz a outro orïtrio que ütiliza a
prcpria funç&o integranda: Se D f6r um domínio simplesmente c
nexo, a integral de linha
,l
z
J z o f(z)dz
será independente do contôrno se, e somente se, 1(z) fôr con-
tnuamente deriva'vel em D. As condiçes date teorema so
muito restritivas. suficiente admitir a exiatnoia da deriva
da, sendo desrzeoeasaria sua continuidade.
II. Condição- necess.íria e suficiente para que a integral de
linha
ai
Ja0f(z)dz.

independa da curva de tntegraço num domínio simplesmente co-


nexo D, e' que f(z) sejd analítica em D
2 75
A independêncIa da curva de integraçio equivale à aseero
de que a integral segundo uma curva fechada qualquer e nula,
POIS, 85 C 6 0 2 forem duas curvas 11
gando a0 a a 1 , entao as curvas a e
formam urna curva fechada C. Sen-
do
foi j0 , tem-se
cl
!I=Jcl+Lc2=JcL-fc2 =0,
0

Reciprocamente, qualquer curva fechada pode ser decomposta


em dois arcos unidos pelas extremidades.
A proposição que: se refere a suficiência J O fundamental
Teorema de Cauchy: Se f(z) f6r analítica num domínio sim
plesmente conexo D, tér-se-
0, (2.00)

para t88a curva C fechada e retificável interna a D.


Dar-se.4 a famosa demonatraço de Goursat,
A. O teorema e verdadeiro se C for um retngulo. Com efeito,
seja R. um ret&ngulo qualquer em D. Divide-se R 0 em quatro re-
tngulos iguais por paralelas aos lados. Se R, R, R, R, ré
presentarem tais retngulos, de (2,24) e (2.25) segue que
r(z)dz + + + 3
RO 'w4
Portanto, pondo Rr) R)

= RO 1 R R)
resulta:
1
IR1 + II 3 + 4
Logo, pelo menos num dos R, p,ex., R 1 , ter-se-i:
f
= 'R f(z)dzl
1
Repetindo o processo para o retngulo R 1 , obtem-se pelo m
nos um retângulo R2 para o qual e'
12 = I,t(z)I 2
e reiterando o processo, obtin-se um R com
78 Cap.III

n•=ii R f(z)dzI>.2

Deste modo resulta uma sucessão de retngu1os R 0 ,R19,R2 ,,.,


cada um contido no anterior, chamada sucess3o descendente de
retângulos. Buas diagonais tendendo a zero, eles tero um mínico
ponto em comum, como e fcilmoatrar. Como f(z) e analítica,
pode-se aproximar f(z) em n por uma função linear,
f(z) f(n) = [f'(n) + T)(z,n)](z -
onde 't1(z,) pode ser tornado arbitrariamente pequeno, escolhen-
do z suficientemente pr6ximno de 2 (observe-se que )(n,n)
= O),
Isto e', dado e>O pode-se achar um 6 tal que Jz -n.8 implique
i( )ke.
Escolha-se n suficientemente grande para que R esteja cozi
tido no domínio circular Ia I<ã. S6bre R tem-se:
-

f(z) = f() + a f'(?) -2f 1 (2) + (z - n)t


Por conseguinte,
jf(z)dz = f() 05ídz + f'(nIz dz_f'()5dz +f (z_Z )T)dz =
R Rn Rn

='fRn (z-r.) ,ndz


tendo-se presente (1.37), (1.38) e teorema 1. Sobre Rn tem-se
fnI e, uma vez que o retngulo todo esta a distancia <6 de e.
Ale'm disso, 1 z <, L/2, sendo L o perímetro de R. Usando
(1.33), obte'm-se: L2
= 1 51f(z)dz) < j 1h =
Combinando este resultado com o anteriormente obtido, vem
L2 i
j-->I
24n n >_
Consequentemente, CL 2

menor que um numero positivo arbitrrioé, portanto, I = O.


O restante da demonstraço é a extenso do teorema pareci
vas mais gerais.
o
B. O teorema i verdacteiro para poli gonos "escalonados", isto:
formados por uni nimero finito de segmentos paralelos aos ei-
xos coordenados. Para demonstra-lo, suponha-se que O i um p91
Fl-
gono escalonado e simples. Djvide..ae C em retngulos, prolon-
gando os lados do po11gono. O interior de O estarã certamente
contido nos ret&ngulos d&ste retiou
lado, pois 1 limitado pelas quatro
retas obtidas dos lados situados
mais acima e mais abaixo, mais à sa
querda e mais à direita de O. O In
tenor de cada retângulo do reticu-
lado deve ser completamente interno
ou externo a O, uma vez que nenhum
deles oontin um ponto de O em seu interior.
Pela convenço de orientação, O e' soma dos rstngulos in-
ternos a O. Conclue-se, por (1,34), que o teorema 1 verdadeiro
para polígonos escalonados simples.
Se a for polí'gono escalonado
no simples, estão pode-se decom-
p6-lo em secções simples como se-
B
gue: Seja A um ponto qualquer de
O. Partindo de A segue-se por C -
em qualquer direçio ate' o contar- r
no se encontrar, pela primeira
vez, em B. A porço do contorno
que vai do primeiro encontro 8 a um segundo, e', evidentemente,
um pol2gono fechado simples. A integral nesta porção de a deve
ser nula. Pode-se repetir o processo no restante de O. Como o
nmero de auto-intersecções de O 1 finito, a decomposição de O
em polígonos simples deve terminar. O teorema fica demonstrado
para todos os polgonoa escalonados.
O, Fica-se, agora, em oondiçes de demonstrar o teorema para
curvas retificlveis arbitrlrias, É apenas necesslrio mostrar
que qualquer curva retificlvel O pode ser aproximada,tanto quan
to se queira, mediante polígonos escalonados, Sendo O retific
vel, pode ser dividida em arcos de comprimento arbiti4riamente
pequeno. Sejam z 0 ,z1 ,,,,, pontos sucessivos de uma subdiviso,
n cada intervalo aproxima-se O por meio de um degrau. Para o
Intervalo de Z j.1 a Z j tomam-se os segmentos que ligam sucessi-
vamente Z j.,1 x1+i e z 1 . Evidentemente o compri isento
y
de tal degrau e' menor que 21z - z_ 1 f. Logo, o comprimento
78 Cap .111
dessa poligonal aproximativa menor que 2 vezes o comprimento
de C, Diminuindo o comprimento de cada arco, pode- se tornar o
poii'gono escalonado arbitrriamen-
te prximo de 0, pois se

n
-

nenhum ponto do degrau entre Z j1


e dieta mais que 2 e da curva.
z
O teorema se gue do lema 7.
Verias demonstraç õ es do teore
ma de Cauohy foram dadas sob condies menos restritivas. O te2
-

rema permanece verdadeiro considerando curvas numa regi ã o sim-


plesmente conexa onde f(z) e suposta anali'tica no interior e
ape nas contínua no contrno.
A oondiço de que a curva O esteja contida num domínio s im -
plesmente conexo de analiticidade de f(z) e essencial ao esta-
belecimento do teorema. Considere-se, p.ex., a Íunço f(z) =
= l/z, analítica, excepto na origem. A integral de hz, esten-
dida ao círculo 0, 1 z R,

dz
= o
J R:
i.d = 1 fd = 2 1Ei 4
Entretanto, parte do teorema permanece verdadeira. A inte
.

gral independe do raio do círculo, o que sugere uma generaliza-


ço do teorema integral de Cauchy
aos domínios multiplmente conexos.
Seja R uma regi ã o contida no domínio
de analiticidade de f(z). Suponha-se
que R seja limitada por cont6rnoa sim
ples fechados C, Cl C2 • onde os
Interiores de C1,C2,..,C estio con-

,
tidos no interior de O e externos en
tre si. Considerando t o das as inte-
grais no sentido anti-hor ário, ter-se-a:

5 f(z)dz f(z)dz + •.
+
f(z)dz (2.01)
~Gn
o que se demonstra construindo um domínio simplesmente conexo
nirido cada um dos 0r a por meio de cont&rnos que no se inte
ceptain. Restringindo-se a curvas que no cortam tais contornos,
3 79
o domínio resultante serí simplesmente conexo, donde se conclue
que a integral sabre a nova curva cont o rno se anula. Por é m, as
Integrais sobre os oontSrnos de unio dos 0 a O sendo tomadas
e
em sentidos opostos, sua soma nula (Lema 3); consequentemente

j.f(z)dz
O + 5C f(z)dz + ,.. + 5 f(z)dz = 0,
On
o que demonstra o teorema,

3. F6RMULA INTEGRAL DE CAUOHY

Seja D um dom ínio qualquer simplesmente conexo de analiti-.


cidade de f(z). Se O for uma curva simples fechada de D .e ? um
ponto qualquer de seu Interior, ter-se-a:
=
21t1 50- ~:
dz , (3.00)

Esta notvel relaç ã o demonstra a estreita relação entre os


valores de uma funç ã o regular, bastando conhecer-lhe os valores
no contorno para se saber os valores da funQo minterior de O.
Para demonstra -la, considere-se um círculo qualquer de ce
tro contido em O. A função f(z)/(Z-n) e evidentemente a-
nalitica no interior de O excepto em,?. Pelo teorema de Cauchy
para domínios multiplamente conexos, segue que a integral segu
do tal círculo e independente do raio e igual aí integral esten-
dida a O Tem-se: f(z) = f() + ¶1(z, t1(z, )I < €
), onde
,

quando z -2f<ô. Escolhendo-se um c írculo C de raio p <õ,

dz dz = f() p_Z; + dz =
= CP

2jr1f()+ 5_—D.-dz

Como Iz p, o valor absoluto do integrando no excede


/p. Pelo Lema 1, tem-se:

CZ
Porem, a integral no de p endo de p. Portanto 5cp z-~
=0, e

.L..
2,ti CZ -
80 Cap.III

Corola'r to- Se f(z), g(z) forem analíticas num dotnnio con-


tendo C, e f(z) = g(z) sobre C, entgo, f(z) = g(z) no interior
deC.
A representaç ã o de uma função analítica por meio da fórmu-
la integral de Cauchy, permite obter uma expressão integral pa-
ra sua derivada. Com efeito, subsiste o
Lema -Sejam c uma curva qualquer (não necessriainente fe-
chada) e Ø(z) uma funço contínua sGbre O. A funç ã o

f 0z (z)
'

ú
- n dz (3.01)

anal ítica no plano complexo generalizado, excepto sGbre a, e


tem para derivada
F'W = 4Li. dz (3.02)
J ,

Para demonstra-lo considere-se o quociente diferencial


F (r- + à~ ) - F (r- f dz

onde e menor que a distancia de ? ao ponto mais pr6ximo de


O. Tem-se:
f dz = fo(z)[ ()( '

= fa É( Z ) 22 dz.

Como 0(z) e contínua sobre O, e1a limitada, JØ(z)I M.


Seja da menor das dist âncias dee c' , +A2 a O. Ter-se-a:

_Ç_0(z) JiJtJ
1 j(z-?)2
onde L e o comprimento de O. Da resulta a relação (3.02) para

Desde que 0(z) seja urna funço contínua qualquer, no se


pode esperar que F() seja analítica sabre O. Porém, pode-se s
por que F() tenda a algum valor quando 2 tende a um ponto z de
C(o que nem aempre.suoede). Por exemplo, seja O o círculo uni
trio, I ZI = 1, e tome-se 0 = 1/z. Resulta:

= ,

z(z
dz
- )
= À0L (z-)
- -j--ldz
zJ
=
3 8i
ldz ldz 21l o
2.
.T0 z - -

Logo, o valor limite de F() sbre o aont6rnoi zero.


Se C for um contorno fechado num dom2#nló simplesmente cone
xo de analiticidade de f(z), segue-se por iste lema que
1
f(z) 2 dz (3.03) ,

2,tj
(z - r)
para todos os pontos do interior de O. A tuno (3.03) e nova-
mente d1forenc1vel; na realidade o e um ni.mero qualquer de ve-
zes. Isto : Uma função complexa f(z) tendo derivada de pri-
meira ordem, tem derivadas de tâdas as ordens A derivada n-
e'sima i dada pela frmula:
fl f(z)
( r. dz (3.04) .

21 (z) "

A demonstração e por induço. A ftrmula vale para n=l. Se


o teorema for verdadeiro para n-1, é'ie o será certamente para
n, p013, supondo
f(z) dz
2itj
ter-se-a:
f(Z1l) fl f(z)dz
(j -

g 2,t.i Y ( z _ .~ )n+l -

= Ïn ) LL1 i:i-' - -
dz
2 1 (Z_)nl(Z A) (z - )' }

ç
= In-l)
2 Iit) ---
dz

z- ~ n-r+].
-1)
-)
= 1Jf(Z){E dz
2 (z-) n+l

in-it ML
2 d'
onde M, L e d tm os significados jí vistos e escolhido
suficientemente pequeno para que o valor absoluto da soma seja
menor que e.
Ficou, assim, demonstrado o notAel resultado: Uma função
analítica tem derivadas de t6dasas ordens no seu domínio de
82 Cap.III

anal 2 tic idade • Assim, as derivadas de uma tunço analítica


aio analíticas.
Nestas demonstraçes evitou-se a hip6tese de serem contí-
nuas as derivadas parciais primeiras das partes real e imagina-
ria de f(z). A continuidade destas derivadas e a exist&ncia de
derivadas de ordem superior aio asseguradas, apenas, pela exis-
t&ncia de tais derivadas parciais e verificação, das equações de
Cauchy-Rieinann.
A recíproca do teorema integral de Cauchy ( segunda metade
do teorema II) e conhecida como Teorema Integral de Morera: Se
f(z) fôr contínua num domínio D e

jf(z)dz = O

para toda curva fechada C de D, ento,f(z) é analítica em D.


A hipteae do teorema equivale a
asserção de que
f
F(z) = f(z)dz

independe da linha que une z0 a z, Toda função f(z) que gozar


desta propriedade dir-se-a integrável. Demonstrou-se (teorema
1) que uma funço integrável e a derivada de uma função analíti.
oa. Conclue-se, por sua vez, que uma função integrve1 deve ser
analítica, e tainbJm ficou patente a possibilidade de definir u-
ma função analítica em termos de integrabilidade em lugar de di
ferenciabilidade (uma propriedade implicando outra) em contras-
te com a maior complicaço da teoria das funções reais.

3.1. cONSEUtNCIA5 DA FjRKU1AINTE DE cAUC}IY . - Um re-


sultado imediato e interessante e o Teorema do valor médio: Fa
ra todo círculo no domínio de anal Iticidade de f(z), o valor
da função no seu centro é a média dos valores s8bre a circun-
ferincia.
Tem-se:
f() dz
f21z
i pe
e F(e)d.e.
Representando com a o comprimento do arco, seri da pdO
e, por conseguinte, 1
f() -5'f(z)da (3.10)
2itp
Conaequnoia importante do teorema (3.04) e'o fato das de-
rivadas de f(z) serem limitadas de modo bem definido por expres
3.1. 83
ao envolvendo a limitação da funço dada, o que não tem corres
pondento nas funções reais. Seja R uma região de analiticidade
de f(z), limitada por urna curva ai
pies fechada C. Se 2 for um ponto
/
qualquer do Interior de C, p a dia- R
tncia(mí'nima) de ? a C, (3.04) per
mite escrever:
f(fl)( ) n.e 1 f(z)dz e
fl ML

211 JO (z-y)''1
Note-se que esta limitação no depende de mas apenas do
sua distancia ao cont6rno. Em particular, sendo o orcuio
de ralo p e centro , ter-se-a:
< n kIÍQI (3.11)

onde M(p) e o valor máximo de If(z)l s6bre O • Em particular,


para f(), resulta:
()I
que podia ter sido obtido como conaequnoia direta do teorema
do valor mdio. Do resultado particular (3.12) i faoll deduzir
o Teorema do módulo máximo: Se f(z) f6r analítica numa regido
R, o valor máximo de If(19)1 é atingido na fronteira.(l) Se o
f8,' também num ponto interno, então f(t) = const.
Demonstração: Sendo no
um ponto qualquer interno a R, pode
se achar um círculo 0 de centro contido em R. Á no ser que
f(z) M(p) em todo o circulo,, de (3.12) vem:

Supondo que o mxÏm:M delf(z)1


atingido no ponto, seguirí que f(z) é
constante em R, donde o teorema.
Inicialmente,, se f(; 0 ) = M, o ar
gumento acima assegura que lf(z)IM em
todo círculo interno a R e centron o, Ia
to é, 1fW = M no maior círculo inter
1
no a R que pode ser traçado com centro em r.
Seja ento um
ponto qualquer de R. Pode-se achar uma linha interna a R que
que una no a , Supondo If(1)I < M, pela continuidade de

(1) f(z) 1 sendo contínua no conjunto fechado R, deve necessriainente nLe


18 possuir um maximo.
Cap.III
1 f(z) 1 dever existir um primeiro ponto ~ do oont6rno no qual
1 f(?'), = M, e, logo a seguir, jf(z) 1 <M. Mas, como lf(z)I = M
em algum círculo de centro isto implica numa contradiç ã o, e
',

lf(z)I = M em todo o R. Das equaç õ es de Cauohy-Riemann se gue


oue uma funç ã o de mdulo constante num domínio de regularidade,
deve tambe'm nele ser constante, pois, fazendo f(z) = u + t. v,
1 f(z.)
2 = u2 + v2 =
Derivando em relaço a x e y, vem,
u.ux + v.vx = O ,u.0 + v.v = O
e, utilizando as equaç õ e s de Cauchy-Riemarin:
u.0 = v o u ,. v.0= u.0 -

donde,
2 2 2 2
ux +uy =vx +v y =O
Assim, as derivadas parciais de lã. ordem devem se anular.
A JmIca possibilidade e que f(z) u + 1 v = oonst.
Outra consequência da f6rmuia (3.11) (; o Teorema de L lou-
pUle: Uma fungo f(z) analítica e limitada no plano todo
é necessariamente constante.
Com efeito, num ponto do plano z, se tem por (3.11):
Ir ,
onde p e' o raio de um círculo qualquer de centro Fazendo .

p 'oo, resultará Um f
— O, o que s omente se dará se f(z)
for constante.
O teorema de LiouviUe é de importância em muitos casos,
Considere-se, p.ex., a demonstraç ã o do Teorema fundamental da
Álgebra: Todo polinômio
P(z) = az + a 1z + ... + a
o (a 4 o)
de grau n> O, admite pelo menos uma raiz no domínio complexo.
Com efeito, supondo, ao contr á rio, que IP (Z) xo t enha raiz,
a funç ã o (z) = l/P(z) será anal í tica e limitada em todo o pla-
no, e, pelo teorema de Liouville, Q(z) = const., o que contra-
ria a hipctese n> O.

3,2, RESfDU0S. CÁLCULO D INT EGRAIS. Seja f(z) uma funç ã o


-

regular num domínio simplesmente conexo D, excepto (posshelme


te) num ponto r . Se 0 for uma curva simples fechada contendo
3.2 85
no seu interior, define-se resíduo de f(z) em como sendo a
integral
-a-- jf (z)dz
2iti C
, (3.21)

a qual independe da curva que envolve ,

Mais geralmente: Se C estiver contido no domínio de analj


tióidade de f(z), e f(z) f6r regular no interior de C. excep-
em um número finito de pontos zl,z2,,,,,t, ento

.L. jf(z)dz
2ti a
será igual à soma dos resíduos nestes pontos.
A demonstraç ã o e imediata.
A noç ã o de resíduo e muito xítil no calculo de integrais com
plexas, Seja calcular o readuo dafunço f(z).= 77. Pondo
z = rei8 e integrando segundo um círculo de raio p com centro
na origem, obtem-se
1 dZ 1 f e _i(n_1)Ode
n-1
2tp
Como e 21 = 1, conclue-se que o resíduo e nulo para n> 1
e e 1 para n = 1.
Da reiaço 4j(lg z) = resulta
--,

1g z = - (3.22)
f, ~
Esta expressão exibe o aspecto piurfvoco da rungao loga-
ritmo. Unindo 1 a z por duas curvas
Z
que no se interceptam e que formam
um contorno que envolve a origem, os
dois valores obtidos pela (3,22) di-
ferirã o de 2it1. Evidentemente exis
tem infinitos valores de lg z, dif! 1
rindo entre si por nuiltiploa de 2 id..
Utilizando os,.resíduos podem-se
calcular vasta classe de integrais imprpriaa do domfnio real:
Supondo f(z) regular no semi-plano superior lis z O, excepto
em um numero finito de valores nao reais 21'.'''2n' se
um z f(z) = O, (3.23)
z
ter-se-9 +co
f f(x)dx2zir (3.24)
88 Cap.Ifl
onde ri 6 o resíduo de f(z) no ponto z.
Demonstraço: Torne-se R > O bastante grande para que todos
os Zj estejam contidos no círculo JzJ<R. A integral segundo o
cont o rno formado pelo semi-cÍrculo e pelo se gmento -R a R do ej
xorea1
f(z)dz; iR + f IR 8f (Re ie )dg = 2111r
fa f

____ z2T\
Aumentando suficientemente R, a
integral sabre o semi-círculo pode
ser tornada arbitrariamente pequena,
7° pois
IZ
/ z3
\ 1f
Re i0.fei6)d 8 k1tm
tm
e pela (3.23), o segundo membro deve
-R R
tender a zero. Conclue-se daí que
+00
].im
R- -R f
f(x)dx
= CO f(x)dx = 2itir
~
este resultado pode ser f&oilmente estendido ao caso de ha
ver uma infinidade de pontos Zj para os quais f(z) no e regu-
lar, desde que os Zj nio ténham ponto de acumulação. A soma
feita na ordem de crescimento de JzjJ.
EXEMPLOS
l)Afunço
az +bz+c
com a>O, b,o reais e b 2-4ac<O e regular para Im z O, ex-
cepto no ponto z 1 = (-b+iV 4ac b 2 ). Evidentemente, f(z)
satisfaz a condiç ão (3.23). Logo, pelo teorema a.iterior,
+00
dx
~Co ax2 +bx+c
e igual a 2iti multiplicado pelo resíduo r 1 de f(z) em z 1 . Po-
rém, pondo z = z 1 +pe', tem-se

r1 f(z)dz= lia _i—j dz =


23ti a p-,. 2iti a(z-z1)(z-1)

1
lim —j É
2it
IP e' Td
2iti o ape (P(pe i+z1_z1) - --
3.2 8?

a(z 1 -i,) - i'/aob2


Donde 86 conclue que

(x )dx =

O me'todo usado no teorema acima pode ser adaptado a outras


Integrais imprprias. Por exemplo:
2) Calcular
senx dx
1-00 X
Considere-se
iz
dz

Escolhe-se um domfnio semi-ofrou


lar como o anterior, do qual se reti-
ra um semi-crrcuio S de raio e e cen
tro na origem (ponto singular). Repre
sentando com-I R e I as integrais s6bre os círculos 5R e e
por 'H a integral s6bre o eixo real de -R a -e e de e a R, pelo
teorema de Cauohy ter-se-í I = 'R - com

= (f C+ .R) -'Xix dx = 2i 1R 86flX X dx


..RJe
iz lt/2
J = 'f z d 1 j e 96ZOd8 = 2 f e 8 anOdO =
R
8 it/2
= 2(J 6-R S6fløde
o + f
Porem 1 6 -R sene1 l para O8, e, tomando R bastante grau
de, aer -R senOj <6 para õEe x /2. Logo,

Ri 2 2 8.
Por outro lado,
iz •it
em C senO6ic °°80de
if
= fse o
- dz =
z
como o integrando J continuo em e e e , pode-se fazer e - O
ob o sinal de integraço, resultando lim -I€ =ir i
C0
Portanto,
88 Cap III

f e -O
een x
=
lia

3) Como outro exemplo, seja calcular as integrais de Freanel

se n. x2 dx
y
f O
coa x2 dx e
fo
2 Para isso, introduz-se a runo
12 e que e integrada segundo o con-
torno do setor clGrcular de ralo R e
o x angulo central t/4. Pondo z = re10,
ter-se-é;
O,-r28
dx + i4e_1252iRl
e10d0 e dr = O
f +f
Mostrar-se-ao que a segunda Integral tende a zero quando
R-oo. Tem-se:

1121 =R 1j R je008 2e d. =

=R 2 .. R2 senq
1tj

2
Como -(sen 'p) = - sen cp, segue que a. funço sena con-
dcp
vexa • no Intervalo O pit, e portanto jaz acima da reta que
une suas extremidades : 2
aenp , -cP
Assim, 2
1 12 - r J dcp = --(l - e )

que, evidentemente, tende a zero quando R-'co. Logo,


co 2 co
o dx
f f
(1 + í)dr = 0

e sendo
3.2 89
For conseguinte,
OD

fO
2
coa x dx
fO sen x2 dx = 2 V Z!2
4) Como tíltimo exemplo calcular-se-
co
-
fol+X
dx (O<q<l)

que e de importncla no estudo da fun-


ção ', Para isso, considere-se o con-
t&rno fechada da figura ao lado, e a
integral
idz2,tir1
./C1 +
onde r1 e' O. reafduo de no ponto z
l+z
Evidentemente,
= (1) q1 6 1,t(q-l)
Logo,
Rq-1 qe
dz
= l+x
+
fo l+Re
de +

lcIe
+ I
R
q_l 027ti(q_l)
1+x dX_l
2it p
Ji +pe i8d8=
= 2,t1 5lic(q.1)
ou
2111 _l)]DZ
l+x
dx = 27r1
5 11(ql) -

-1
fo 1+ Re ol+pe
• 21tq_iqe
Porem, R e d8-o para R-oo, pois,
folRe te
2t te
JR s_e
ol+Rele R-].
2t q iqO
Analogamente, quando p-,O , fol+peO IG d8-O ,uma vez que

P CI 5 1 qO de < 2J2
f o 1+pe 1p
Cap.III
Logo,
R q-1
&dx lua
f0l+x 1 +
Roo
p -*.o fP
-

ji (q- sen t (l-q) sen qir


~CICIOS
1) Calcular:
2
a) cos z.dz s6bre. a elipse —L. + = 1
b) tg z,dz s6bre o ofrcuio x2 + y2 = g
o) ooaec z.dz e6bre o ofrouiõ x2 + =
2) Demonstrar, usando a formula integral de Cauohy, que se
f(z) for regular numa regio R limitada por uma curva simples
fechada a, e se t(z) for real sobre C, ser f(z) = const. em R
e s6bre a,
3) Calcular _L_
f2- dz , (a real) a6bre as curvas:
2,ti 0
a) C um caminho fechado envolvendo a origem;
b)a uma reta paralela ao eixo y: x = x 0> O, s>O ;
c)Careta xx0>O e s<O.
]O
4) Demonstrar que X2 0Ø5( 2..Ç7 ) fT+q)

5) integrando e dz abre o ret&ngulo abaixo, calcular


c 2 3'
Jo e coa _____________
a
-L o L X
ô) Calcular:

a) 2 dx ; b) fsen2x
7) Demonstrar que
l_R2j2 % d9
--1 (OR<l),
2'jr O l-2R coso +R

pelo calculo de az s6bre o o1'rculo unitario


(z-R)(Rz1)
8) Demonstrar que se Q(z) f6r um polinômio de grau ri, tendo
raizes simples 20 *ento, para toda funço P(z) regu-
41

lar nestes pontos, o residuo de em z sers


9) Seja Q(z) um polinômio de grau 2n com coeficientes reais,
e tendo raizes simples no reais z 1 . Seja P(z) um polinômio do
grau m-,-2n.2. Calcular
P(x) dx

10) Calcular:
00 +00 +00
a)
f- ; b) f00(l+x)2n
dx
; c) Ç dc
00(l+x2)fl
ii) Calcular
00
r q-11
J -
o l+x
dx (0<q<1)

4. APLICAÇÕES À TEORIA DO POTENCIAL. ESTUDOS DO FLUXO

4.1. O PROBLEMA DOS VALORES NO CONTCRNO*M Como se viu, 08


valores de uma funço analítica no interior de uma curva sim-
pies fechada depende znioamente dos valores s6bre a fronteira.
Nesta secção discutir-ae-a a estreita relaço deste resultado
com o problema dos valores no contorno da teoria do potencial,
Uma funço u(x,y) diz-se harm6nioa num domínio D se aí ti-
ver derivadas oontïnuas atJ a segunda ordem e verificar a equa-
ço de Laplace:
L\U = Uxx + U = O.
yy
Sendo linear esta equaço, qualquer combinaçio linear de fun-
çes harrn6nlcas e funço harmônica.
Das equaçes de Cauchy-Riemanri decorre, claramente, que as
partes real e imaginaria de uma função analítica são fiçes ha
m6nicas em x e y. Reciprocamente, dada uma funço harmônica
u(x,y), existe outra função harm6njoa v(x,y) dada, amenos de
ma constante aditiva, pela integral

v(x, y) = J -udx +.0 x dy (4.10)


tal que f(z) = u(x,y) + i.v(x,y) seja funçgo ana1tica da va-
rivei complexa z = x + i,y. A função v assim definida diz-se
conjugada de u, A tunço u sera, ento, conjugada de -v Tda
função harmônica pode, pois, rigurar como parte real ou imagina
92 .Cap.III
riade uma função analítica. Tal fato estabelece a equivaln-
cia da teoria das funçea harmônicas com a teoria das funções a
nalíticas.
Várias propriedades das funções analíticas podem ser obti-
das imediatamente. Como as funções analíticas tem derivadas co
tínuas de t6das as ordens, segue-se que uma funçao lzarm6nica
u(x,y) tem derivadas contínuas de todas as ordens em reloçao a
x e y Também subsistem os teoremas:
1. Propriedade do valor médio; Se u(x,y) fôr funçáo harmô-
nica num círculo de raio r e centro x01 y 09 então,

u(x0 ,y0 )= fo u(xo + r.cose, yo + r.Esene)de . (4.11)


Isto resulta imediatamente do valor médio para as funçes
analíticas; quer dizer, se v f6r conjugada de u e f(z)=u+i.v,

f(z) = 1
2ir o
f
f (Z + r . e i 8 )d,O

A. separaço das partes real e imaginária fornece (4.11).


2. Princípio de ma'xiszo e mínimo: 38 u(x,y) f6r harmónica,
regular no domínio D e s6bre sua fronteira,u assumira' s6bre L
la seus valores máximo e mínimo s Se o máximo ou o mínimo f6r
também atingido num ponto interno, u reduz-se a uma constante.
A demonatraçao para o máximo á análoga à do teorema corres
ponente para as funçes analíticas. Para o mínimo, basta obser
var que á o máximo de -u.
Daí segue que uma funç&o harm6nica é unuocamente mdlvi-
dual izada por seus valores no cont6rno, isto á, se u1 e u2 fo-
rem ambas harmônicas em D e tiverem os mesmos valores sobre a
fronteira de D, ento, u1 = u2 no interior de D, pois, a função
u(x,y) = u1 (x,y) - u2 (x,-
á harm&nioa em D e nula s6bre sua fronteira. Pelo princípio de
máximo e mínimo, u = O em D.
Uma funço analítica á também univocamente individua1iia 9
dados os valores sobre ,a fronteira, pela fármula integral de
Cauohy. Tal, entretanto, nao, significa que exista urna liberda-
de completa na escolha dos valores s6bre o contorno rara uma fun
ço analítica f(z) - (na realidade tem-se apenas liberdade de
escolher os valores de sua parte real ou imaginária) pois, os
4.1
valores no contorno da parte real de t(z) a individualizam com-
pletamente e, por (4.10), tambein sua parto imaginariS. De fato,
achar-se-a uma expresso explícita da f(z) dados os valores no
contorno de sua parte real.
problema interessante achar qual a liberdade na escolha
de uma runçao harmônica com dados valores no contorno. Esta queB
to foi profundamente investigada em anos recentes; sob as con..
diç6ee restritivas aqui impostas de que a fronteira seja um con
torno sabre o qual as funçes sejam oontnuas, o problema sem-
pra tem solução iínica.
Demonstrar-se-a, em seguida, para o domínio ofroular sim-
ples, que i poss'vel exprimir dada função harm6nioa como Inte-
gral envolvendo apenas valores no contorno, an2logamente à for-
mula integral de Oauchy, a qual individualizando uma funço har
m6nioa no domínio que tem tala valores no contorno, resolvera o
problema em tal dominjo, Para domínios mais complicados, o pro
blema e consideravelmente mais difcji.
Pode-se, sem prejuízo da generalidade, considerar simples-
mente o círculo unj.tario e com centro na origem. Seja u(r,(p )
harm6nlca em C. e represente-se com u( (p) = u(l,(p) os valores de
u(r,(p) no contorno do círculo C, e suponha-se que f(z) = u+ i.v
seja uma funçio analÍtIca em C, tendo u como parte real. Pela
formula integral de Cauchy, tem-se
27ti,f(z) U
t dt (zIl)

em que t representa a varlivel complexa sobre C. Em coordenadas


polares, t = e sobre C. dando

27r f(z) = f f (t) —.— dO


Se ao conseguir separar as partes real e iznagina#ria nesta
f6rmula, ter-se-a obtido as expresses de u e v em funço dos
respectivos valores no cont6rno. Eis como se pode faz-1o. Es
tando o inverso hz de z em re1aço a O fora de C. segue-se que
t1
fO f(t) deo,
t-
donde 21r
27rf(z) = ff(t){r- .± _í1] de. (a)
94 Cap,III
Como tE = 1,
t t t 1 -1z1
2
- = 1t
+ =
sd
real. Logo, pondo f(0i6) = u(e) + i.v(8), pode-se Imediata-
mente separar (a) em suas parta e . real e imaginaria, obtendo-se
21t 2
2itu(r,)
fo=u(e)
It-zi
de, (b)

onde z = um ponto interno a O e t = e1 e Evidentemen-


te, 1 t - zi representa a dlst&ioia do ponto fixo Z = r.e ao pon
te var1vel t, e J dado por
It - zi = \/
1 - 2roos(O (p)+r2
Obtm-se, assim, a importante formula
2it 2
u(r,(p) = _L f u(e) _Il - r )dO (4.12)
.2 O 1-2roos(e-(p)+r 2
conhecida como fÓrmula integral
/L, de Poisson, parte do resultado ai
mejado de representar uma função
harmn1ca no círculo unitário
O por meio de função em que apenas
o seus valores e6bre o contorno ti
gurem exp1.oitamente. Ver-se-a,
em seguida, qw a frmula de Pois
son também resolve o problema pa
ra o círculo unitr1o.
conveniente obter f6rmu-
las anlogas exprimindo v(r,(p) e
f(z) por meio dos valores no contorno de u. Tem-se:
t. t t+z -.t+(z -ti'
tz -z :E_i It-z1 2 -
+
— Ezz l+2i lia (j
2 2
It-z1 It-zi
donde, usando o sinal superior em (a),

21t[u(r,p)+ i.v(r,)] = fo (u(e) + 1.v(e )1[111 +21 ItzI


de

que fornece
4.2 95

2,tv(r,q,) = jv(e)dO + 2 J tu(e) Im(z


de (o)
o o 1t41'ZI
2t
Pela propriedade do valor médio,, j v(g)de = 2% v(e), valor

na origem, e Im(z) = Im(e8r et ) = r.sen( cp-6). Portanto,

v(r,cp) = v(0) _L u(o)r.aen(çO) - do . (4.13)


o 1-2roos((-e)+r
Esta fcrmula individualiza v un3.vocainente, a menos da cons-
tante aditiva arbitrsria v(0). Combinando (b) e (o):
f(z) = u(r,(p) + t.v(r,(p) =

= 1.v(0) + -- f u(e)
o Lit-zi
f'
+ 2i.Im1 de
It -zi J
e como 21.Im(z) = Ez - ti, isto se reduz a
2t
f(z) = i.v(0) + --- J u(0) dO , (4.14)
2it
que exprime uma funço analítica no círculo unitgrio por meio
dos valores no contorno de sua parte real, univocamente indivi-
dualizada, a menos da constante arbitra#ria i.v(0).
A f6rmula (4.12) de Potsson e' ractimente estendida ao ofro
lo de raio R. Tem-se apenas que substituir r por r/R em (4.12):
2it
= 2xo R2 - r2
u(r,) f u(e) 2
R -2Rr.coa (8.p)+r
2 dO (OrER) (4.15)

4.2 • DESENVOLVIMENTO DE FOURIER DE UMA FUNÇÃO HkRM6NICA. - -


Em lugar de exprimir uma runçao harmônica como uma integral se-
gundo o contorno, e possível por transformaço apropriada destas
frmu1as, exprimi-la por uma serie de Fourier cujos coeficientes
dependam apenas dos valores no contorno. Sendo
co n
= 1 + 1 + 2 1 1z= 1 + 2
t - z t - z t n=l t
ae'rie convergente no intérior do círculo unitário, pois - <1,
entao (4.14) se transforma em
f(z) = IMO) + 1 u(9)[l+2 rfle_0)]dO
96 Cap.Ifl
A se'rie convergindo uniformemente em todo círculo menor,p2.
de-se permutar a soma e a Inte*graçZoe.
+
f(z) = 1. ,V(0) +-- ue e118d9l eu1
O n_-1 {;0
Separando as partes real e Imaginária, obttn-se as duas í
ries: a
+ r'1 (a1 .óos np + b.sen np)
(4.21)
v(r, p) v(0) + r'(a sefl np - bcos nq,)

nas quais
a .1
fo u(0),cos n9,do , (n

b _L1tO/ u(0),sen nO,dO, (n

a e b n so chamados os coeficientes de Fourier da funço u(e).


Como rl, as duas sries convergem uniformemente no interior
do círculo un1trio.
Outra maneira de de
.o
e duzir a frmu1a de Pois-
e.i son, por meio do teorema
do valor meddio, e como
E)
se gue: a transformaçgó
linear

representa o interior do
circulo unitário do plano w sobre o círculo unitario do plano
z, e associa o ponto z = O ao ponto w =r.e i(P,Tem-se, ento:

1. (0) = L f r (6'*)d#
na qual z.= um ponto variável sobre circunferência.
1
a
Se w = e0 ed o ponto correspondente do plano w, resulta:
2%
f(r.e 1 P) = _ i_
t(e)d4i
21 o f
ou
43 97

u(r,cp) = f u(e1)dp

sendo o ângulo indicado na figura. De (d) tira-se:


-r 2d8.
12rcos(0-9)+r

4.3. SOLUÇXC) DO PROBL(A DE OONTRNO PARA O CÍRCULO UNITÁ-


RIO.. Demonstrar-se-a que a frniula de Po5.sson no sé represe
ta uma funço harmônica por meio de seus valores no oont6rno,
mas também resolve o problema doe valores no contorno para o
círculo unitério, ou seja: Dada urna funç ã o contínua real qual
quer f(e) de período 2% e definida 96bre o círculo unitário a
do plano (r,p), existe urna funç ã o harrn6nica u(r,cp) regular no
círculo unitário e que assume valores prefixados sôbre a clr-
eunfer$ncia de tal círculo, a qual é dada por

l-r 2
21E
u(r,(p) =i f(0) 2 dO
2it fO l-2rcos(8-)+r
Como é lícita a der1vaço em relação a r e cp sob o sinal
de 1ntegraço,

f(e) x(r,(p,e)de
o
onde 7. é o nu'cleo de Foisson:

l-r2 lLzP
l2r aos (p-e)+r It-zi
z = r.e 1 ; t = e 18
e A é o operador. de Laplace:

Que Au = O, resultará imediatamente se fr a = o. Como

f(z) = = - 1z12 + 21
t-z It-z1 2 It-zi
= Re[t(z)] é, portanto, harmônica e a = o.
Fica assim demonstrado que (4.12) é funço harmn1ca. Ela
assume certos valores u(0) no cont6rno do circulo unitérlo, fi-
cando resolvido o problema se se mostrar que u(0) = f(0).
98 cap,IIÍ

Demonstração -Se P(].,(,) = P(e 0 ) for um ponto dado do círc


lo unitario e F(P) = O, deve-se provar que
um u(r,(p) = O.
r-1

A furiçio u(r,p) O sendo harmônica,, pode ser representada


pela integral de Poisson

c= f O X(r,(p;e)de, (e

e,, por conseguinte,


u(r,(p)- o = 1o {f(.e)cj(r,p;e)de
No se pode, passar ao limite diretamente nesta expressão,
pois, o niícleo de Poisson se torna indeterminado quando rl.
Usa-se, ento, um raciocínio tp1co em tais casos: deoompe-se
a integral em duas partes, e fazem-se avaliaçes aproximadas de,
cada uma delas. Um pequeno círculo k de raio p e. centro P di-
vide o círculo unitrio nos arcos
e C2 aquele contendo F. 'Da con
tinuidade de f(8) segue-se poder
determinar um p suficientemente pe
2
queno para que, 96bre
k It( 0 )Ct< - '. ()
k' .C)
Trace-se um segundo circulo
p. . ' k' de centro P tendo raio r p/2 e
seja (r,cp) um ponto arbitrrio so-
bre k' (mas no s6bre Cl), mantido fixo na deduço. De (f) de-
duz-se
Iu(r,)- c1 1
2t f If(e) Ckde + --
271
f i f (0) - clxde
02
De (e) e (g):

- flf(e)_cl1e -f
ItO
(h)

Viu-se que d - 2 r cos( e - ( P) + r2 representa a dist


cia (variavel) do ponto (r,() ao contorno, e se in(r,cp) f6r o mf
nimo de tal distância ao arco C2e tem-se:
4.3 99

?t.(r,(p,O) < 1 (r<1)

Pondo M maxif(S) -Q, e notando que m p/2 para (r. (p)


no interior de k',

-a-
2,t fIr(e) CIXd8 < f (1 - r2 )d0 (1- r 2 )
2M
m2 o p
Evidentemente, pode-se tomar kI bastante pequeno para que
1- r2 < para todos os pontos que lhe são internos Combi-
nando esta ceaiva1dade com (h),
Iu(r,q) - f(e)I < 2€
para todo ponto (r,cp) numa vizinhança ke suficientemente peque-
na de P, o que demonstra o teorema.
Outro metodo de resoluço do problema dos valores no con-
torno para o circulo unit&io, i dada pelo desenvolvimento
(4,21) de Fourier para uma funço harm6riioa. Suponha-se urna fu
ço f(6) contínua e com derivada geralmente regular em O < 0<
e com valores prefixados no cont6rno do cÍrculo unitario,
Ásirie
ao
u (r,cp) -+ r(a.cos ncp + b .sen n(p)
n=1
com

j- ff(0).cos nO dO . b = - ff(0).aen nO dO
271 o
(n=O,1, n)
e função harmônica regular no cÍrculo unitario, assumindo os vã
lores f(0) no contorno, Dois, sob as restrições acima, f(0) i
igual a sua serie de Fourier:

f(e) = u(1,p) = +
(a3 coa n + bn 0511

e (i) converge i. funço u(r,q) em todo o cÍrculo unitário. Que


u(r,(p) í harmônica segue do fato de o ser cada um dos termos
r11 .cos ncp , rnt,sen fl
da serie, e, desde que a serie seja uniformemente convergente,
em todo sub-cÍrculo, e
u [a1 (r11 .cos n ) + b à (rnl.sen a )] = O.

Considerando a funço conjugada v(r,q,) e invertendo a mar-


100 Cap,III
cha usada para obter (4.21), pode-se transformara,xeaeo (1)
na integral de Poisson.

4.4. APLICAÇ5S FÍSICAS bL T EORIA DAS FUNÇS ANLÍTIQAS.


S0AMENT0S BIDIME5I0NAIS.-. Alem dos aspectos ate agora consl
derados das funçes analíticas, existe outro de grande signif i-
Oado físico: a cada função analítica se associa um certo tipo
de escoamento bidimensional.
Um escoamento e" um movimento caracterizado e definido mate
maticamente por um vetor i, representativo da velocidade, e de-
finido em cada ponto do domlinio D por suas coordenadas
p = p(x,y) , q = q(x,y)
funções unÍvocas de x e y em D. Supe-se p,q funções diferen-
ciáveis de x,y, e que o escoamento seja fixo ou estaoionario,
Isto e, que p e q não variem com , o tempo. Tal escoamento pode
ser materializado por uma fina lâmina líquida, ou pelo escoamen
to de calor ou eletricidade numa placa delgada.
Considerar-se-o alguns conceitos elementares associados a
tais escoamentos Por "fonte" entende-se um ponto de onde sur-
5e fliido, e por "sumidouro" um ponto em que âle desaparece. Pa
ra precisar tais conceitos, considere-se um qualquer domínio do
Plano xy tendo cont6rno c (1) Se for um elemento de arco
de C tomado no sentido positivo, Vds (v representando a compo
tiente de V normal a cia), e" a quantidade de flíido que se escoa
or da na unidade de tempo (seV fGr negativo, entender- se -
,que o f1íido penetra em D). Representando com (dx,dy) as compo
i•entes de da, (dy,dx) sio as componentes da normal a da dir1g
da para fora de D. Projetando o ve
Vfl -
tor V = (p,q) sobre esta normal, vem
Vds = p.dy - q.dx
O excesso de f1i.ido que sai de
D s&r6 o que nele penetra e" dado pe
la integral
,Cv da = Tp.â q.dx , (4.40)

tomada sobre o contorno C. Esta In-


te e" usualmente chamada fluxo do fLíido s6bre a curva .
(1) Nesta seoço, eupe-se que t&as as curvas ssj.i 1inb-
1
4 •4 101
Se não houver fontes nem sumidouros em D e se o fldido for in
compre ssfvei, esta integral anula-se sobre c, ou sobre qualquer
curva fechada em D; este escoamento i denominado adivergente ou
solenoidal e adota-se a anulação da integral do fluxo (4.40)
como expressão matemitioa diste tato.
Resta considerar o chamado escoamento vorticosoConsideran
do o escoamento como representado por urna famÇlia de curvas,cha
madas "linhas de fluxo", segundo as quais o escoamento se pro-
cessa, pode suceder que uma delas se feche, caso em que o
do circula Indefinidamente segundo a curva. Diz-8e, então, que
o escoamento em movimento vorticoso, convindo definir a medida
desta circulação por Jvxds ao longo da linha de fluxo. In-
troduz-se prontamente a circulaç ã o ao longo de C pela conside
ração da componente V. de segundo de e integrando ao longo de
Co

circulação fv de = Jp.dx+q.dy . (4.41)

Se o escoamento J sem v6rtice num domÍnio D, a circulação


se anula ao longo de toda curva feohada em D, e reciprocamente.
Com estas definições pode-se enunciar e demonstrar o tsor

Se p(x,y), q(x,y) forem um par de funções diferenciáveis


de x,y num domínio D que define um campo vetorial V, tendo co m
ponentes p, q, e se V tiver divergancia e circulação nulas, a
função f(z) = q + i,p e' uma fungo analítica de z em D.
Demonstração: As condições do teorema estabelecem que, se
for qualquer sub-domÍnio de D tendo conto-mo g, então.,
4.dy_q.dx0 9 p.dx+q.dy0
-

Logo, a função complexa f(z) = q +j.p tem a propriedade


de que, para qualquer caminho fechado g,
.Øf(z)dz = j(cl+i.p)(dx+i..dy) =
g
= í(q.dxp.dy) + 1 5í(p.dx+q.dy) =0,
g
e, pelo teorema de Morera, f(z) i analítica em D.
Esta função, cujas partes real e 1mag1nsria dão as compo-
nentes da velocidade, e chamada velocidade complexa e e regu-
lar em toda domÍnio em que a divergência e a circulação forem
102 Cap.III
nulas. Em tal domínio
0(z) = fzo f(z)dz
J tambem regular, e individualiza, a menos de uma constante,uina
tunçao analítica Ø(z) = u+i.v, chamada potenatal deuelocid
de, com
uq, v=p,
v=q.
As equaQoes u(x,y) = oonst. formam uma família de curvas
no plano x, y. A direção de escoamento em qualquer ponto í dada
pela curva u = oonst. que passa por esse ponto, pois, de
udx + UdY = O
segue que
q

As curvas u = const. coincidem, pois, com as linhas de


escoamento ou de fluxo, As curvas v(x,y) = a constituem outra
família ortogonal primeira, porquanto,
dy V p

chamadas linhas equipotenciais do escoamento.

4.5. SINGULARIDADES 1)0 ESCOAMENTO. ESCOAMENTOS REPRESENTA-


OS POR FUNÇES ELEMENTARES... j'asaar-se- a examinar as várias
aspcies de singularidades que aparecem num escoamento. Estas
correspondero a pontos de ramiricaçao, pontos singulares do P2
tencial de velocidade 0(z).
Caso típico de singularidade com pontos de ramificação J o
da função Ø(z) = z1 na origem. Ser suficiente restringir-se
ao estudo do escoamento definido por esta funço.
Se 0(a) = z2 = x2 ..y2 +21 x , as linhas u = C, v =Cco,
respondem, respectivamente, s redes ortogonais de hiperbolea !
quilateras 2 2
- y =0 , X3T 0.
Alguns elementos de cada família se acham representados na
figura • As flechas segundo as curvas u indicam a direção de
escoamento, isto i, a direção de aumento de u. Os CaSOS limi-
tes u = o e v = o no se interceptam em £ngulos retos, porem
fazem ângulos de 459 na origem. Tal seria de se esperar, da
103
diacusso previa concernente ao comportamento da representaço
w = Z na vizinhança da origem. Duas linhas de fluxo as diri-
gem e duas outras dela se afastam, o escoamento podendo se rea-
lizar segundo qualquer uma delas. Esta imagem sugeriu, origina

riamente, o nome de "ponto de ramificação"*


Caso anlogo sucede na origem para Ø(z) = zr ; n linhas
de fluxo se dirigem pa
ra a origem formando
angulos iguais entre
si, e as Outras dela
se afatani, O de~O -
exibe o dãso a w cor
respondente a Ø(z)z 3 .
A Í'unçio 0(z)
lg z fornece dois
tipos importantes de ----
escoamento. Tem-se:
ulgz , v=e, /
isto e, as linhas de fluxo consistem numa fftia de círculos
com centro na origem. Pode-as perguntar o que sucede na origem
em tal escoam-ente. Devia-se nela esperar comportamento anormal
pe1a singularidade de ..lg z,. A cireulaço, por ser
p=vx, q =v y
tem o valor 27t
Jpdx + qdy
= f O dx + e dy f dO 2 'it ,
104 Cap.III
para qualquer curva circundando uma vez a origem no sentido Po-
sitivo. FIE, pois, movimento vorticoso em t&rno da referida cur
vã (neste escoamento no há divergência segundo os cfrculos,
porquanto sendo r = const. s6bre uma linha de fluxo 92 CIX
=
e q.dx-p.dy =0).
A função 0(z) = .. i..lg z permuta os papeis de u e v no 6s
tudo acima, e tem as linhas de fluxo
= O = oorist.,
cujas componentes da velocidade p,q ao
p=_ey ,
No há circuiaçao segundo qualquer curva fechada ao redor
da origem. Porem, o fluxo sobre semelhante curva
fq.dX.P.dy de2Jt.
o
Isso significa que 2% unidades
de fluido por segundo atravessam o con
terno de qualquer domínio contendo a o
rigein. Por outro lado, o fluxo atra-
vez de qualquer curva fechada que no
contenha a origem, e nulo. Pode- se,
pois, supor 2t unidades de fliido ao
me sendo produzidas na origem por se-
gundo e dela se escoando. Tal singularidade e chamada uma fon-
te de fllido, grficainente caracterizada na figura anexa. O va
ler da integral do fluxo (4.40) J tomada como medida da possan-
ça da fonte.
Considerando a funço 0(z) = i.lg z obtdn-se um 3w7Z2d0U-
r0 na origem, que absorve 271 unidades de flihdo por segundo.
Para representar este escoamento, tem-se apenas que inverter as
flechas na figura acima.
Outros tipos importantes de singularidades no escoamento
pedem ser obtidos pela combinação de:singularidades logaritmi..
cas. Por exemplo, combinam-se os deis tipos acima de escoamen..
tos, por meio da função
0(z) = ( a + b.i) lg z (a,b const.reais).
Áqu5' as linhas de fluxo e as equipotenciais aio dadas, reapecti
vamente, por
ua.lgr -bOC, vae+b.lgr=C.
4.5 105
Estas curvas formam urna rede ortogonal de espirais logarít
minas da forma r = ae , ap
constantes adequadas. O es
coamento que tem divergnoia
e circu1aço em qualquer dorn
nio contendo a origem, esta
representado ao lado.
Outro exemplo elementar
de fluxo Jda:o Pela função

= i.lg(z-a)-i.lg(z-b),
tendo urna fonte de possança 27r em z = b e um sumidouro em
z = a, cujas linhas de fluxo 5a0
u = arn(z-.a) - am(z..b) oonst,
Evidentemente, u representa o ângulo subentendido pelo segmento
no ponto z, por conse-
uinte, as curvas u =
formam um feixe de círcu-
los por a e b. A figura
mostra o escoamento para
a,= 1 = -b, este caso po
de ser obtido do escoamen
to com urna fonte mediante
a transformação linear
=
z-b
que leva o sumidouro ao
infinito no p1an comple.
xo. A natureza do escoa-
mento na origem para a funço hz pode ser facilmente evidencia
da por ser
1
- . .m 1,..g
z+h

h-o
onde se pode supor h real. O escoamento dado por
0(z) = - lg ±_h

e' do tipo representado pela figura acima, tendo urna fonte em


z -h e um sumidouro em z = h, ambos de possança ïc/h. Se
106 C ap. III
h--->O, 0(z) —l/z, a fonte e o sumidouro se confundem na origem,
suas possanças tendem ao
Infinito, e os circulos do
feixe u = oonst., tornam-
se, tangentes ao eixo, real.
/ Os cÇrculos equipotenoi.ais
, \ \ se transformam num feixe
analogo, tangente ao eixo
y. o escoamento e como na
-- igura ao lado. Tal combi
naço de fonte e sumidouro
Infinitamente prcimos e
denominado •dtpolo ou fonte
• dupla, conceito frequente-
mente -encontrado na teoria da eletricidade.
Os escoamentos correspondentes a i/z 2 ,i/z3 .... etc, tambem
podem ser obtidos, usando este tne"todo, combinando duas ou mais
fontes. A figura
ao lado mostra o
escoamento
z na vi
zinhanÇa da
CAPfTULO 1V

OMTODO DAS S1RIES DE POTÊNCIAS. PROLON(AMENTO ANAUTICO

1. REPRESENTAÇÃO DE UMA FUNÇÃO ANALfTI CA


POR UMA SRIE DE POTNCIAS

Corno se viu no cap. 1, se urna se'rie de pot&ioia convergir


ebre a fronteira de certo crou1o, entgo, no seu interior, ela
convergirá uniformemente a urna função analftica. Por outro la-
do, sabe-se que urna série de pot&ncias pode ser derivada termo
a termo um numero qualquer de vezes. A este respeito, demons-
trar-se-í o
Teorema da convergência de leierstrass: seja {fn(z)} uma su
cess3o de funções regulares na região limitada por uma curva
fechada a e suponha-se que a serle ff() convirja uniforme
mente sâbre c (a sucesso de somas tenderd a uma fungo cont
nua em a). Então, a série não sd conuergird no interior de a
como representara' uma fungo analítica em tal domínio, cujas
derivadas de qualquer ordem podem ser obtidas por derivação
têrmo a termo da série considerada.
Para darnonstr-lo, seja z um ponto do domínio D interno a
C. Representando t(z) pela f6rrnula integral de Cauchy, tem-se

f(z) ll2tj_Zd

Porem, como ' r() converge uniformemente no ponto ?


de a, z estando fixo em D, pode-se permutar os símbolos de sorna
e de integral. Consequentemente,

:É f n=l
(Z
n=1 r 2ir1 z
e sendo a ruriçgo integranda contínua em a, a integral de Cauohy
representa urna funço analÍtica em D.
A possibilidade da derivação termo a termo de uma sucesso
108 Cap.IV
e demonstrada, anaioainente, usando a representaço III (3,04)
de Cauchy para as derivadas.

1.1. SRIE DE TAYLOR.- No capitulo 1 viu-se que, no inte-


rior do circulo de convergência, uma série de potflOia8 repre-
senta uma tunçao analítica, cujas derivadas podem ser obtidas
por derivações termo a trino. Reotprocainente, se f(z) f6r ana-
lítica no domínio D. ento f(a) poderá ser representada por
uma serie de potancias num círculo com centro num ponto z, de
' f(z) = + a1 (z-z 0 ) + a2 (a- a0 ) 2 + ..., (1.10)
cujos coeficientes so dados por

an = (1.10a)

Para demonatra-1o, seja


O um círculo qualquer de cen
Ozo
tro z, contido em D. No In
tenor de O, f(z) pode ser
escrita:

f(z) -a-
2'sti 0-z

Porem,
1 1 1
-z -Z0 0
E
1
-- o

1 r Z
O+(
z-z2
= 11+ - 0) +••.
0 L ]
por ser <1 no interior di O. Logo, a convergência da
o
serie e# uniforme num círculo interno a o, e será licito íntegra
la termo a termo, obtendo-se:
f(z) d=
O(?_z0)i'

= L_ (z-z0),
11 109
donde, pela III (3.04), resulta a série de Taylor de t(z) no
-ponto z_ -
W
ÇJK '(z )
f(z) = ° ( z - z )k
o
k=o
que converge uniformemente em qualquer círculo contido em C.
A representaço (1.11) de f(z) e' valida em todo ponto z
mala pr6ximo de z0
do que qualquer ponto do cont6rno. de D,poia,
pode-ao, evidentemente, escolher O como um oíroulo qualquer que
nao ultrapasse o contorno. Portanto, o ralo de convergência
no e' menor que a distância de z0
ao cont6rno,
Interessante observar que a se'rle (1.11) depende apenas
dos valores das derivadas em z0
; consequentemente, se a í'unçao
complexa for analítica num círculo, seus valores no círculo to-
do acham-se completamente determinados por seus valores na vlzl
nhança do centro. Ver-se-e, ainda, na parte relativa ao prolon
garnento analítico, que o comportamento local de uma função ana-
lítica e' suficiente para determinar seu comportamento nas re-
giões mais afastadas de seu campo de deflnlço.
Ainda mais: lima função analítica na vizinhança de um ponto
o acha-se completamente individualizada especificando-se seus
valores numa sucessao {zn} de pontos 5n Z, dos quais zo e'
ponto de acumulação, isto e', se duas fun96es analíticas f1'
f2() tiverem os mesmos valores nos pontos da sucessao {n} '
entao, fi(z) Para demonstre'-lo, põe-se

f1 (z) =
j=o '
a4(z-z )i ; f'2 (z) = b (z.z 0
j=oj
)
Por hipótese, ao

= (a-b)(z-z0 ) = 0
para todo n. Como as duas funçes ao supostas distintas no
se pode ter a j = b para todo J. Se r for o primeiro índice
para o qual a r * br ter-se-g:

f1 (z)-f2 (z) (Z _ Z0 )r (Z _ Z0 )rP( Z )


Agora em { z}
(z_ Z0)rP(Z) O
Donde P(z) = 0. Mas, P(z) sendo contínua na vizinhança de
110 Cap,IV
segue-se que P(z0 ) 0, e, portanto, a r - br =0, implicando
f 1 (z) = f2 (z). Com tato tambern fica denonatrado que a tiníca re
presentaço por sina de uma funço analítica, í dada pela si-
ria de Taylor.
O leitor se recorda que certas funçes analíticas especi-
ais (P.ex. e, san z,...,) foram definidas pelas sirles de potn
cias correspondentes no domfnio real, natural Indagar se no
existiriam outros mítodos naturais da estender tais funçea ao
campo complexo e se tala resultados seriam diversos. A respos-
ta e' dada pelo xíltimo teorema: se uma função real puder ser es-
tendida ao plano complexo, qualquer rnitoiu conduz sempre ao mes
mo resultado.
De particular significado no estudo de uma funço anal1ti-
0a f(z) são os pontos nos quais f(z) = 0. Se f(z) se anular em
z 0 ,o primeiro coeficiente Í'(z 0 ) do desenvolvimento de Taylor,
relativo a z0 , se anula, o mesmo podendo acontecer com alguns
dos coeficientes seguintes. Distinguir-se-ao os diferentes ca-
sos dizendo que f(z) tem umzro de ordem ano ponto z0 (ou que
um zero de ordem n de f(z) ) se os n primeiros coeficien-
tes, e snente eles, se anularem, isto i, se
ao
f(z) = ( z-z0 )' a(z_z0 )i *0)

claro que no poda haver ponto de acumulaço de zeros em


um domínIo de analitioldade de f(z), excepto se f(z) 0, fato
expresso dizendo que os ieros de urna fungão anal ÍttcQ SO U2.
lados.
Tambe'm sio de grande ipQrtncia os pontos nos quais f(z)
se anula, pois já se viu que urna funço analítica efetua uma r
preaentaço conforme em todos os pontos em que a derivada no
for nula. Seja z0 um ponto no qual as derivadas ate a ordem n
se anulam, sendo diversa da zero a de ordem n+l, Ento (1.10)
permite escrever:
f(z)-f(z0 ) (z_z 0 )'[g(z) _g(z 0 )]
onde g(z) e' regular na vizinhança de z e g(z 0 ) 0. Desta na-
laço se tira:
?1n [f ( z ) _f(z0 )] am(z - z)' + am {g(z) - g(z0)J
12 111
Sejam z e um par qualquer de pontos na vizinhança de z0
que subentendem um £ngulo O em z 0 , e seja p o ângulo subente
dido por f(z) e f() em f(z 0 ).
Utilizando o ultimo resultado,
acha-se:
cp = ( n+1)O + am[g(z)_go)].
Fazendo z e r. tenderem a
z0 segundo retas, e por ser
g(z) bem definida em z0 (g(z 0 ) z
* O) e continua, conclue-se
que as curvas conduzidas seun
do f(z) e t() interceptar-se-o em f(z) fazendo um ângulo p =
• Isto í, no ponto z 0 a representaço multiplica os
ngu1os por n+l. Na terminologia do cap.II, z0 é um ponto de
ramificaço de ordem n; consequentemente na vizinhança de a 0 a
função inversa de f(z) é plurívoca com n+1 valores.

1,2. SRIE DE IÀURENT.- Viu-se que uma funço analÇtica p


de ser desenvolvida em série de potências numa vizinhança de
qualquer ponto regular. Entretanto, num ponto no regular ain-
da se tem alguma possibilidade de representar a função por um
tipo mais geral de série que permite expressar a singularidade.
Se.f(z) jar regular na repto anular (coroa) limitada por
dois círculos de mesmo centro i0, entao a função f(z) poderá
ser representada, em tal regiao, por uma série uniformemente
convergente de pottncias negativas e positivas de (z -

fiz) = a(z -z 0 ) • ( 1.20)

Uma série deste tipo é chamada desenvolvimento de Laurent


de f(z) em a0 .
Demonstração -Representando por 0 e os cÇrculos exter-
1
no e interno, se a estiver contido no domÍnio anular, a í'd'rmula
Integral de Cauchy fornece:

f (a) = d r, - d
2itj ?-z 2,t1
1 2
À primeira integral pode ser desenvolvida numa série de potn-
elas positivas de (a-a 0 ), pelo mesmo método usado na obtenção
112 Cap.IV
da so;rie de Pavir

d = 0 a (z - z0 )fl

/ z onde
1 7 a d ___ d?
2i 77 (z)1
( zo)C )
em geral, distinto de
a serie convergindo uniform.emante ,a
uma função anairtica no interior de
ai , Na segunda integral efetua-as o
desenvolvimento de 1/(n-z) em potências de (n.z 0 )/(zz 0 ) ( pois
1 -z 0 I<Iz_z0 J ), pondo
1 1 1
0
=
1-z-z
- o
e utilizando o mesmo raciocínio para obter
CO

com
z3)T1d
= 2it1 C2
A nova serie convergira uniformemente no exterior de C.
Combinando os dois resultados, numa iínioa notaço, obtJm.se:

f(z) a(z_z 0 )'

em que
(n inteiro) a= (1.22)
1. C
o
C podendo ser tomado como qualquer círculo entre C 1 e C2 (ou
qualquer outra curva eqüivalente para o caso), Se C tiver raio
P 1 e f(z) fr limitado sobre C, If(z)lM, ter-se-9 para todo

lan1. (123)

Observe-se que a seria de Laurent se reduz a de Taylor no


caso da função ser regular.nc interior do círculo.
Outra observaçZ es z0 for o anico ponto no regular in-
2,1 115
terno ao menor doa círculos, o resíduo de f(z) em z 0 serg dado
por +oo
1~f ( z)dz = s( Z -
Z )'dz
2% ,

e sendo uniforme a converg ê ncia em z, e' lícita a integraço t e r


.moatrtno. Sen+_1,
o =0

Consequentemente,
-a-- ,
f(z) dz a
2-itt c
O readuo em simplesmente o coeficiente de (z-.z 0 )'1
no desenvolvimento de Laurent.

2 • SINGULARIDADES E ZEROS DE FUNÇÕES ANALfTICLS


FUNÇÕES INTEIRAS E MEROMORFAS

Neste parágrafo examinar-se-i ate' que ponto uma funç ã o an


lftica fica caracterizada pela natureza de suas singularidades
e zeros, uma singularidade sendo um ponto em que no subsiste a
regularidade. Em particular, cone iderar-ae-o funções cujas em
gularidades ao isoladas. Um ponto singular z 0 e' chamado sing
laridade isolada de uma funço unfvoca f(z) se tiver urna vizi-
nhança que no contenha nenhuma singularidade a no ser Z0 .

2,1. NATUREZA DOS PONTOS SINGULARES. - Os exemplos de sina


laridades isoladas que ocorrem mais naturalmente ao as das fux
çea hz e e1 no ponto z = O. Outro exemplo e' dado pela fun-
ç ão definida como assumindo o valor 1 na origem e zero nos ou-.
troa pontos. Observe-se, pore'm, que o ponto z0 no e' uma øi
gularidade isolada para a funço plurívoca f(z) =V. Ela no
possue derivada na origem, porem no existe nenhuma vizinhança
desta era que a funçio seja unfvoca. Isto e', a exigmnoia de f(z)
ser unvoca serve para excluir a oonsideraço doa pontos de ra-
rnitioaço.
Um instrumento conveniente para analisar o comportamento
de uma funço numa singularidade isolada e' a se'rie de Laurent,
pondo-se
f(z)
114 Cap.IV
sírio-convergente em qualquer cl'rouÏo suficientemente pequeno
com centro em z.
As singularidades isoladas dividem-se em tris classes, oon
forme õ comportamento da função. Inicialmente, f(z) pode ser
limitada numa vizinhança de z: f(z)lM. Em tal caso, por
(1.23) se tem: onde p pode assumir valores arbi..
trarieente pequenos, daf resultando nulos todos os coeficien-
tes com índices negativos Neste casa, excepto no- ponto z 0 ,
f(z) pode ser representada por uma eerie de Taylor, que define
uma função analftioa no interior de um cfrcuio de centro z, a
qual coincide com f(z) em todos os pontos diferentes de z 0 . En
to, se definirmos f(z) em z0 pondo f(z 0 ) = a, f(z) se torna
regular. Em outras palavras: se f(z) for regular e If(z)l liml
tada numa vizinhança de z0 , da qual se excluiu sete ponto, a
funço terá uni valor limite em z 0 . À singularidade pode ser de
vida, apenas, aum rompimento da continuidade de f(z), bastando
alterar seu valor em z 0 para tornar a. função oontfwa e regular.
Daí denomina-la singularidade remoo(vel.
Se f(z) ruo for limitada na vizinhança de z 0 , o desenvolvi
mento de L.aurent oóntera tinos com índice negativo, podendo-se
pois, escrever:
f(z) = g(z- z0) +
com
g(z - z 0 ) = Za(z - z 0 )T' , h( E 1 )
.

À se'rie h() de potinoias de l/(z - z 0 ) chamada pa


te prtnctpaZ de f(z). Se esta consistir apenas de um numero fj,
nito de tinos (a = O para n>k>O, ak O), dir-se-s que
a a
f(z) -k k + 1+
(zz 0,) -
tem um polo de ordem k em z = z0 , Se, ao contrrio, a parte
principal da sina de Laurent contiver um ninero infinito de
termos,, dir-so-í que z 0 i uma singu1artdade essencial de f(z).
A funçio el'L exiba tal singularidade no ponto z = O. Se f(z)
fr polo de ordem n em z 0 , evidentemente, (Z- z 0 )'f(z) será re-
gular em z Reciprocamente: se (z - z 0 )'1f(z) r3r regular em
2.]. 115
f(z) poderá ter no mximo um polo de ordem 'n em z 0 9 Manifesta-
mente, se f(z) for regular e possuir um zero de ordem n em z o ffi
l/f(z) terá um polo de ordem ri em
Num polo z a função f(z) se torna infinita. Mais precisa
mente: dado qualquer M, arbitrariamente grande, existe uma vizl
nhança O < 1 z-z 0 e na qual f(z)J M, em virtude de f(z) p
der ser escrita na forma:
g (z)
f(z) =
(z_z)
na qual g(z) e regular na vizinhança de z0 . O contraste entre
os comportamentos de unia função na vizinhança de um polo, e na
de uma singularidade essencial e expresso pelo
Teorema de reierstrasa: lia vizinhança de urna singularidade
essencial isolada, urna funço analítica difere to pouco quan
to se queira de qualquer valor complexo prefixado.
Com efeito,, supondo que f(z) tenha uma singularidade essen
cial em z0 e que f(z) no difira arbitrariamente pouco de a,
ento, If(z) -ai será sempre maior que um numero fixo. positivo
e g(z)= limitada e regular numa vizinhança de z0 (da
qual se exclue z0 ). Se g(z 0 ) = O, f('z) = a + teria,ape-
nas, um polo em z0 , Por outro lado se g(z) tendesse a limite
no nulo em z 0 , f(z) teria uma singularidade removÍvel em z0 , o
que tambem contradiz a hipctese, completando-se a demonstração.
Há um resultado mais preciso, devido a Pioard, 'que estabe-
lece: BX t6da vizinhança de urna singularidade essencial, urna
fungo analítica assume 1 qualquer valor complexo, excepto um
no ,sÇximo
Ampliando-se a definição de singularidade essencial de m2
do a incluir todas assingularidades (no necessariamente isola
das) que não sejam polos nem singularidades removíveis, resulta
rã que um ponto de acumulação de polos de um domínio em que
f(z) seja, no restante, regular, e uma singularidade essencial.
A nomenclatura se justifica porquanto, um ponto de acumulação
de polos no se comporta como polo. Suponha-se que If(z)IPo —a
sã ser limitada inferiormente numa vizinhança de z 09 If(z)I M.
Em tal vizinhança, l/f(z) seria regular e z 0 um ponto de aoszmu-
1.aço da' zeros para l/f(z) em seu domínio de regularidade. Mas
118 Cap .I/
lato implicaria que 1/f(z) O identicamente, o que, evidente.
mente, é Impossível.
Para descrever o comportamento de uma função analítica no
Infinito neceasario se torna adotar certas convençes.
Supondo f(z) regular no exterior de algum círculo.. pe-se
=,1/z e define-se 1
=
com g(?) (evidentemente) função regular na vizinhança da ori-
gem, excepto, quando muito, em O. Atribue-se a.f(z) no In-
finito o comportamento de g() na origem.
Se f(z) for limitada para valores suficientemente grandes
de Izi, g(?) ser limitada na vizinhança de r, = O, podendo ser
tornada regular na origem. Dir-se-i, entio, que o co 4 um pon-
to regular de f(z). Se f(z) for regular no infinito, de
f'(z) on
,conclue-se que a derivada de f(z) deve ter um zero de (pelo me-
nos) segunda ordem no oo. Se f(z) fr regular no infinito, ela
poderá ser facilmente representada pôr uma serie de Laurent de-
senvolvida numa vizinhança da origem, Com efeito, do desenvol-
vimento de !raylor para g():
g(?)a0 +a1 e a2 n 2 +...
resulta:

EXERCÍCIcS
1) A funço f(z) e representada por uma série de potências
f(z) = a+ a1 z + a2 z2 +
que converge uniformemente para todo valor complexo de z. Mos-
trar que f(z) deve ser constante.
2) As funçea f(z) e g(z) t&n ambas polos em z0 de ordens is
e n, respeotivainente. Caracterizar o comportamento em z0 das
funç6ea
a) f(z)+g(z) ; b) f(z).g(z) ; o) f(z)/g(z)
3.) Se z0 for um ponto de acumu1aço de polos de um domínio
em que f(z) i regular no restante, mostrar que f(z) se torna a
bitrriamente pr6xiina de qualquer valor complexo em toda vizi-
nhançade z 00
2.2 Ï17

2.2, ZEROS E POLOS DE UMA FUNÇO ANALÍTICA.- Seja f(z) O *


uma funç ã o regular (excepto nos polos) em um domínio simplesmen
te cone xo D. Evidentemente no ha ponto de acumulaç ã o de polos
ou zeros em D, pois, no primeiro caso, f(z) teria uma singular
dade essencial e, no segundo, seria identicamente nula. Seja C
uma curva simples fechada em D que no contém polos ou zeros da
funçao. A integral
1
2iti " f(z)
e' igual a soma dos resíduos de f'(z)/f(z) nas suas singularida-
dos internas a C. Estas singularidades, como se sabe, ocorrem
rios zeros e polos de f(z).
Supondo v zero de ordem ri, numa vizinhança de v pode-se as
crave r
f(z) = (z v)g(z)
-

com g(z) regular e 6(v) ~ O. Portanto,


f'(z) = n(a -v)'g(z) + (z )ri g t(z)
- v

e
n
Jz -v g(z)
em que g'(z)/g(z) e' regular em z = v. O resíduo em z = v, pela
(1.24) 9 e' n. Analogamente, se f(z) tiver um polo em z = v, na
vizinhança de v,
f(z) = (z -)mh( Z )
V

com h(z) regular e h(v) O. Segue-se, como anteriormente, que


f'(z)/f(z) tem um polo simples em z = v com resíduo -m. Con-
clua-se que
dz Z P - , (2.21)

onde 1 e P representam, respectivamente, o numero de zeros e o


de polos de f(z) no Interior de C, contados com sua multiplici-
dade.
Se f(z) fr regular em todo o plano, salvo em polos, obt é m
se uma consequência interessante. A integral (2.21) tomada no
sentido negativo, pode, validamente, ser interpretada corno urna
integral no sentido positivo ao redor do ponto co. (l) Assim,

(1) Soja 50 um ponto interno a C. Pondo t -z0 = l/, g(?) «s) ,

_(f'(z) d Z
J f(z) "c' g()
em que C' é a curva imagem de C. Evidentemente, as raízes e poios de g()
internos a C' so os mesmos que os do f(s) externos a C.
118 Cap.IV
a integral no sentido oposto da' a diferença Ze e entre os mi-
meros Z5 e P5 de zeros e po].oá externos a J. Logo, Ze e
Em outras palavras, para uma função que não possua singularida-
de essencial no plano todo, o número de zeros e igual ao de p0-
109. Como se tem meios para contar os zeros e polos de urna fu
ço analítica, pode-se demonstrar o teorema fundamental da a'l-
gebra de maneira mais aatiafat6ria do que a do Capítulo III,
Pois, obter-se.i o numero total de raízes, isto e, provar-se-
que ürn polin&nio de grau n
f(z) = a0 + a1 z + •. + anz (a o)
tem exatamente n raízes ou zeros.
Com efeito, a ínica singularidade de f(z) e um polo de or-
dem n no w • Como o ntinero de raízes e o mesmo que o de polos,
o número de zeros de f(z) contados com sua multiplicidade g n.
A integral (2.21) tem um significado geomJtricointeressa
te. Sendo z2 , ,
f dz lg f(z2 ) - lg f(z 1 ), (2.22)

afunço lg ir aumenta de 2iti , se ir descrever um contorno te


chade no sentido arjtl-hor&jo ao redor da origem, e diminui de
21 se descrito no sentido oposto. Portanto, (2.21) fornece o
rumero de vezes que a curva w = f(z) envolve a origem no pia-
no ir quando z descreve uma vez no sentido positivo a curva C do
Plano z.
Como
f(z )
lg f(z1 ) - lg f(752 ) = lg + i [am f(z 1 ) -am f(z 2 )]

e lg ir i unfvooa, obte'm-se:

(2.23)

am f(z) representando a varjaço total de am ir, quando z


descreve o contorno fechado C. Em particular, se f(z) for reg
lar em D, obte#m_se para ruirnero de zeros:
271 Z = A 3 em f(z) • (2.24)
Um criterio xítil.para o confronto doe zeros de duas fun-
çesj dado pelo
Teorema de Rouehé: Sejam f(z) e g(z) reguLares num domí-
2,2 119

nio simplesmente conexo R de fronteira a, e admita-se que 86-


bre C, 1 f(z)J> Ig(z)L Então f(z) e f(z) + g(z) terao o. mesmo
n6raero de zeros no interior de C.
Evidentemente, f(z) e f(z) +g(z) no tm zeros s6bre C. Se
iam Z e Z, respectivamente,, o numero de zeros de f(z) e f(z) +
g(z) em R. Pela (2.24) ter-se-a
27tZ am(f+g) =A am f(1++) alaf + A 0 am(1+-f)
ou,
2itZ' 27rZ+ t 0 am(1+$-)

Sendo 1f1 <1 sabre a, e' claro que


- j- <aun l +< +
a6bre C, e podendo-se ter apenas A 3 (l+-f) = O, fica demonstra
do o teorema.
O teorema de RouchJ fornece outra demonstraço do teorema
fundamental da Álgebra O polinmio f(z) = azr tem n zeros, e
num circulo suficientemente grande preenche as condiÇes do teo
rema com relaço a g(z) = a + •.. + a0 . Por conseguin-
te, f(z)+g(z) = az'1 + a1z14 + ... + a0 tem n zeros.

EXEROf CIOS
4) Mostrar que uma funço racional no constante assume todo
valor complexo exatamente tantas vezes quantos forem seus polos.
5) Seja f(z) regular numa região R limitada por uma curva
simples fechada O. Se f(z) tiver uma raiz simples ? no inte-
rior de O e f(z) 4: O na fronteira, demonstrar que a raiz da
da pela integral
dZ

8) Demonstrar que se f(z) f6r regular no circulo IzI a e


pre sentar Izi = a de maneira biunv oca numa curva simples fe-
chada do plano w, f(z) terá uma funço inversa unvoca no inte-
rior de C.. (Sug.: mostrar que g(z) = f(z)-w 0 , onde w, i qual-
quer ponto interno a C. tem apenas um zero em tal interior.)
7) Localizar as raizes de z3 + z2 + 3z + 1 = O.
8) Teorema de Hurwitz - Se (n = 2,2,..) forem funç6es
regulares em D que tendem uniformemente a uma função f(z) re-
gular e não constante em Ii, e =a será' um zero de f(z) se, e ..
120 Cap .1V
penas se, f8r um ponto limite d zeros de Notar, em par
ticuiar, que sete teorema fornece urna dàmonstraço da dependn-
cia contínua das raízes de um polinômio com reIaço a seus coe-
ficientes. (Bug: Usar o teorema de Rouohi para as funçe e f(z)
e g(z) fn(z) .-f(z) num círculo arb1trriarnente pequeno de cen
tro z = a, para mostrar que tais funções f (z) e f( z) trn o meB
mo número de zeros no interior deste circulo para n suficiente-
mente , grande.)

2.3. FUNÇESINTEIRA.5 E MEROMORFAS,- Classe importante de


funçSes analíticas e' a das funç'es que no tm singularidade e
sencial em qualquer ponto do plano a distância finita. Elas se
dividem em virias categorias.
Denomina-se função inteira urna função regular em toda por
qo finita do plano. A menos que seja constante, ela deve ter
urna singularidade no infinito; se a singularidade f6r um polo,
a função se diz função racional inteirar se z = co for singu]
ridade essencial, tem-se urna funçao transcendente inteira.
Chama-se funço meromorfa a que no tiver singularidades
a diatnc1a finita, excepto polos. Ela se diz iseromorfa racio-
nal, se z = co for ponto regular ou polo, meromorfa transcenderz
te se z = co for urna singularidade essencial.
Os polinômios ao exemplos de funções racionais inteiras.
Reciprocamente, demonstrar-se-i que uma função racional inteira
e6 pode ser polinômio, pois, se f(z) tiver um polo em Z = co,
poder-se-9 escrever
f(z) = az'1 + •,. + a + + + ,,, , ( 2,30)

em que os termos com índice positivo aio em nmero finito. O P9


1 in6tnio
Ø(z)az+... +a 0
coincide cosi f(z) no infinito. Corno f(z) e 0(z) são regulares
no resto do plano, a função f(z)- Ø(z) deve ser regular no pla
no todo, inclusive no infinito, portanto, uniformemente limita-
da. Consequentemente, pelo teorema de Liouville,
f(z)= 0(z) + constante.
Da mesma maneira demonstra-se que urna funço meromorfa ra-
oionbl deve ser funçio racional, quociente de dois polinômios.
Com efeito, seja f(z) urna funço meromorfa racional e suponha-
2.4 121

se que os pontos z, •, Z, 00 incluam todos os polos de


f(z). O numero de polos finito; do contrário teriam um ponto
de acumuiaçao e a função teria uma singularidade essencial. Se

jam p 0 ( -— ) ,..,, p1(.-—) , p ( z) as partes principais dos

desenvolvimentos de Laurent de f(z) nas vizinhénças de z ......


respeotivamente. Pelo raciocí'nio anterior, a função

f(z) [p00(z) +

e' regular no plano todo; donde se infere que

f(z) = p (z) + p (--) + constante . (2,31)


j=o j z _j
Mas sendo P j polin6mios nos respectivos argumentos, resulta que
f(z) e' uma função racional, quociente de dóis poiin6mios
f(z)f4
QM
e que (2.31) fornece a decompos1ço de f(z) em fraçes elementa
reg, os z sendo os zeros de Q(z).
EXERCfcios
9) Seja f(z) uma funço inteira para a qual f(z)/zlCj e' 1im
tada no interior de um circulo suficientemente grande, J z J>R.
Mostrar que f(z) e' um oo1inmio de grau k.
lo) Usando o resultado do exercÍcio anterior, mostrar que uma
funçio meromorfa racional J o quociente de dois poiin6mios.

2.4, TEOREMAS DE WIER5TRA.SS E MITTAG-LEFFLER.- Uma funço


racional inteira (polin6mio) pode ser representada, a menos de
fatores constantes, como produto de fatores lineares. Com efei
to, sendo Zl)Z2••Zn raizes do poiinGmio f(z) de grau ri,
f(z)
( 7 _Z1)(Z_Z2)•••(Z_Z n )
sera uma função regular no plano z todo, por conseguinte, cons-
tante. Assim, dadac as raízes de um polin&nio f(z), pode-se in
dividualizar f(z) a menos de uma constante multiplicativa:
f(z) = K(z-z 1 ),.. (zz)
e se e levado,a indagar, mais geralmente, como as raízes carac-
terizam uma função inteira (no necessariamente regular). Em
122 ao.IV
(2.31) se vê que urna função meromorfa racional e' determinada, a
menos de una constante aditiva pelo seu comportamento nos polos,
surindo a questão de saber ate que ponto a natureza desses a
individualizam.
As respostas a estas perguntas são dadas por dois notáveis
teoremas de Wsierstrass e Mittag-Leffler; um fornece uma repre-
sentação por produto infinito das funçães inteiras; o outro re-
presenta funçãe. meromorfas nor uma decomposição em infinitas
parcelas.
Antes de demonstrar estes teoremas, indicar-se-ão suas li-
mitaqes. Suponha-se g(z) e h(z) funções inteiras com os mes-
mos zeros. A função f(z) = g(z)/h(z) não tem zeros e e' tambd'rn
urna função inteira. Corno exercício o leitor pode verificar que
f(z) pode ser escrita na formaÍ'(z) = com w(z) função in
teira arbitraria. Segue-se que uma função inteira e' determina-
da por seus zeros smente a menos de um fator 8w(• om igual
facilidade pode-se mostrar que uma função meromorfa e' caracteri
zada apenas pela natureza de seus polos, a menos de uma função
inteira aditiva. Com efeito, já se resolveu a questão para as
funções rneromorfas, quando o ntinero de polos e' infinito. A tini-
ca possibilidade que resta e' que o co seja um ponto de acumula-
ção de polos, pois, evidentemente, nenhum ponto de acumulação a
distância finita pode ser admitido. A resposta completa e' dada
pelo
Teorema de Mittag-Leffler: Seja o, ,z2 ,..,24 ,.. uma suces-
são de pontos tendendo ao infinito, e suponha-se que a cada
se associe um polin6mio p(—) na varta'uel 1/(z-z). É,
então, possível achar uma função meromorfa f(z) que tenha p0-
los apenas nos pontos z, cujas partes principais correspon-
dentes são os p(—). .á função f(a) pode ser representada
na forma
f(z) = w(z) + j [p ( 1 - q ()I , ( 2.40)
J=1 i, - j j
com q.(2) polin6mios e w(z) função inteira de z,
Demonstração: Diversamente do caso finito, deve-se assegu-
rar que a representação (2.40) converge, Inicialmente pode-se
Supor que a sucessão (z} e' dada na ordem de grandeza
IZoIl1lIIZ2I
2.4 123
por ser o infinito o tínico ponto de acumulaço de Iz Por e
quanto, supor-se_; z 0 O. A função p
j
) sendo regular,
excepto em Z j deve ser regular na origem, e admite o deaenvol-
vimento de Taylor

( 1
j-j
= + + + (2.41) ...,

com raio de convergê ncia A serie (2.41) convergir uni-


Iz,I.
formemente num círculo contido em 0 z Logo, em .

C 4
1 *J j
) pode diferir to pouco quanto se queira de uma
soma finita, existindo, em particular, um
4 j (Z) = cgi ) + 4i ) z + ... +
tal que
q j (z) <
em C.
A serie 1
{ p j ( _1 q,(z)} convergira para a funçao -

j=o j
) -

meromorfa desejada em todo círculo com centro na origem, desde


que esteja contido nos C. No interior de C a primeira parte
da serie,
P
1
n--o{ n Z Zn
!~
- qn(z)}
-

uma funço analítica sem singularidades a no ser os polos


prefixados. A segunda parte da série,
00
E1P - n (z)} ,

soma de termos regulares em a e [Pela (2.42)] i superada pe-


la sírie convergente A serie deve ento convergir
n=j2
, uniformemente eis Cj. Mas, pelo criterio de convergência de
Waierstrass, uma serie uniformemente convergente de funçes re-
gulares converge para uma funço regular. Assim, a segunda par
te da série no podendo introduzir nova singularidade em C, fi
ca demonstrado o teorema. (1)
n geral, para assegurar a convergência da serie (2.40), o

(1) No caso z0 O, apenas se acrescenta p0(l/z), separadamente.


124 Cap,IV
grau dos poiin6mios qj(z) nao serio uniformemente limitados. E
tretanto, em circunstancias especiais, todos os qj(z) podem ser
escolhidos de mesmo grau finito. Em particular, se a funço ti
ver apenas polos simples
(L) = a
jz -z z-z
e os q(z) poderão ser escolhidos todos de grau n, s&mente se a
série CD
IjI
j=l
convergir. ste e o caso mais importante para as aplicaçes:
as funçes meromorfas que surgem na pratica t&m usualmente po-
lõs simples.
Embora o teorema de Mittag-Leffler possa ser facilmente u-
sado para desenvolver uma função com polos simples em fraçes
elementares, ainda se tem o problema de pesquisar a funço in-
teira w(z).. Neste caso especial, tem-se um metodo mais direto.
Seja C uma curva fechada simples no passando pelos polos
de f(z). Se z f&r um ponto regular qualquer no interior de C,
resulta:
R[ i ]
1• f(z)1
R [- zj representando o reatduo de sei = Zj e a soma
se estendendo a todas as singularidades z de f(z) no interior
de C. Na hipjtese de f(z) ter apenas polos simples, (1.24) for
nece:
[f(zj) =
Z j _Z Z j _1
e, assim, se . obtim a representaço:

f(z) f LW d Z + R[f(lj)]

Como os pulos aio Isolados, pode-se achar, seguramente, u-


ma sucessão de curvas fechadas c, cada uma contendo as anteri2
res e no passando pelos polos de f(z), tal que, a distância de
Cn a origem, tenda ao infinito com , Se, para a' referida au-
cesso,
um LLU dn
n-
qn
12:
: : (n
representar os polos do domínio anular entre
C vae que a se"rie 1 1
-i Rf(z')J
f(z) =
n=1
1j (n)
(2,43)

converge e fornece a decomposiç ã o da runçao em fraçea elomenta


reg,
No caso especial de f(z) ser quociente de dois polin&nios,
f(z) = P (z )/(z) no qual o grau de Q(z) i maior que o de P(z),
e Q(z) tem apenas ra ze e simples z 1 , z2, que não a i o ra-
,,

zes de P(z), da expresso (2,28) deduz - se

f(z) =
O
ffiz 27c i P Q0~ )
• sendo C um círculo contendo todos os z j . Pela (1,24),
P(z j )
Rf(zj)]
=
e f()O quiando o raio de C-oo LIII, (3.23)]. Consequente
mente,

= j1 (2.44)

que e' a familiar formula de Lagrange para decompoaiço em fra-


ções de uma funço racional,
• A. decompoaiçio de uma funço meromorfa transcendente com •
polos simples e' bem ilustrada pela runço
f(z) 1L! = 1tootgtz,
Os polos desta funço a i o apenas os zeros de senrrZ, isto
e', os pontos z = O, ± 1, ± 2,,,,0 A funçoco-seno no adinitin
do nenhum d e stes pontos como zeros, eles ao polos simples de
f(z). Demonstrar-se.- que +oo
lrootgitz =
j=- -j
onde
n
= Um
j fl-OQ j=n
Para contornos de integraço, tomam-se quadrados S com la
dos paralelos aos eixos coordenados e cujos ladõs tenham compri
mento 2X, = n estes preenchem, evidentemente, as
•,

condiçes exigidas. Como a funço e per16dica, o resíduo e o


128 Cap.IV
mesmo em todos os polos, valendo R[Í'(0)] = 1. Portanto, em qual
quer quadrado
f(z) = ir ootg,t z
= 1 !.2otg dz _L
+

Para completar a demons-


+
Hn .traçaO necessita-se mostrar
que a integral desta expre s-
5a0são tenc a zero quando n- ,
v
Para isto, representem-88 os
lados de 5 por H, Ç, v,

como no desenho; itootgit2


i funço ímpar, consequente-
mente
f
=
f ootgitr dr,
= +
De modo ane1ogo,

2 1.1
v f+ + f_ = J»tootg it 22z2 dr.

S6breH1 , x + j., - x . S6bre V, =


?L+i.y,
y < AnComo
1tOOtg7Cn
7 1
çi e21-i
tem-se s6bre
2,tjx
ir cotg71r 71 1
e e +
< 2 ir,

para n suficientemente grande. SGbre


+
ir ootgit
1 <2 ir
= 1711
< ir
.2iryj
uma vez que e21tY pode, apenas, tomar valores reais negati-
vos. Assim, ir cotg7cr. e uniformemente limitada aGbre
Isto fornece uma limitaço para li HIP

II <1 21 z 1 lf _d ~
2
2.4 127
e tambem paraf L1. Mas + - IzI>IWn- Izi, e

I'HI < 2z

que tende a zero quando X -.co, completando a demonstraço.


Mostrou-se que
iz cottz = • ( 2.45)
zj
A periodicidade da função e revelada pela possibilidade de
se substituir j+1 por j sem alterar o desenvolvimento. Convem,
as vezes, usa-la sob a forma:
OD
3t cotg itz = + 2 2 (2.45a)

que se obteve uma representaço mediante fraçes para


as fuúçes meromorfàs, e# de se esperar us-la para demonstrar
algo sobre os zeros de uma funçio inteira, pois, os zeros de
f(z),podem ser interpretados como polos simples de f'(z)/f(z).
Com efeito, demonstrar-se-a o
Teorema do produto de Weierstrass: Sejam z oo z1 1 .

uma sucessão de pontos distintos que tende ao Infinito, e su-


ponha-se que se associe a cada z um inteiro a. É possível,
ento, achar uma fungo inteira f(z) tendo zeros de ordem a n
noz pontos z,, e,xclusivamente, e a função f(z) pode ser escri
ta como um produto uniformemente convergente (1),

(1 - _)aj
e?1(
j
TI
j=o
(2.46)

onde p (a) so polia6mios e w(z) funç ã o inteira arbitrária.


Demonatraço: Faz-se a mesma hip6tese sobre o arranjo dos
pontos de {zT que no teorema de Mittag-Leff'ler. Novamente, se
= O, reserva-se este ponto para exame em separado. A deriva
da logarltmica d lg f(z) = e' uma funço meromorfa com
polos simples apenas, pois, na vizinhança do zero Zj de f(z),
co
(1) Um produto infinito Tio diz-se convergir se nenhum dos fatores for
co
nulo e se Um TIT o,, existir.
.1
128 Cap.IV
tem-se f(Z)(Z_Z)ai(Z),
com (z) funço regular e '(z) t O.
Logo, Construir-se uma função mero-
"
Z Z - Z +.
g(z)
ai
morfa com os polos nos pontos z 4 , Z-Z • Na vizinhança da o
riem, a j (z_ Zj ) e função regular e tem o desenvolvimento de
Taylor
ai a1 r
+() +... 1
jL
z z
que converge uniformemente no cfrculo de raio z1/2. Com
efeito, pondo
n
a1 k
q 4 (z)
.1
=-- ( r)
jk=o j
obtêm-se:
aa
zi qj < 2
Escolhendo n suficientemente grande, afim de que
aj 1flj, j
< 2
na serie
co
-. % (z)]

os termos a partir do de ordem j, formam uma ee'rie uniformeme,


te convergente em C. Integrando-a segundo o segmento que une
O a z, resulta:
CD z ao

'L - qn (z)] a lg(l--) +

em quee um poljn6mio e o logaritmo e univocamente defini


do pela integral, Mas a convergência uniforme desta sJrie im-
plica a convergência uniforme do produto

(1-) ePn 11
n=j fl

que no se altera, quanto .convergência, multiplicando-o por u


ma runçao regular, o que
2.4 129
i 8 Pj(Z)
ii- (1- Z )
%1=o j
'ste produto representa, pois, uma funço inteira com to-
dos os zeros prefixados. Se a origem tambe'm f6r um zero, multi
plicar-se-9 o produto acima por uma potncia conveniente de z
A formula (2.48) resulta das observaçes anteriores.
O mesmo mitodo, usado na demonstraço do teorema, pode ser
aplicado para obter a representação, mediante produto infinito,
de aenit z, partindo do desenvolvimento de 7tootg ir z
pois, [ootg itz = dz lg sen 7tZ • De (2.45) deduz-se:

lg sen ltz - = lg
=
Em qualquer regio finita, a serie converge uniformemente.
Assim, ela pode ser integrada termo a termo, tomando como extre
mos Oez: CO
senitz]Z 32)1Z
í lg = j=l
E lg(z2-
Z Jo lo
No,ponto = , tem uma sinu1aridade removível, de mo
do que se pode comp1eta-1a, tornando-a regular. Assim,
CO
sentz = V., , z2
ltz .,=1 j
donde se tira o produto infinito convergente:
2
senitz = ,tz , H ( 2,47)
(i- A
j=l j
fórmula descoberta por Euler. Pondo z = 1/2, obtém-se o conhe-
cido produto de Waflis:
00
2j.2j 2.2 4.4 6,8
jl T3iTt3+i - 3.5 5.7 ....
2 -
EXERCfCTOS
li) Demonstrar a exist&ncia de uma função inteira que assume
valores arbitrarios prefixados {f(z)} em qualquer sucesso 4z}
tendendo ao infinito.
12) Estender o teorema de Mittag-Leffler para uma funçp com
um numero infinito de polos, mas sem outras sinularidadea no
130 Cap.IV
interior do círculo z <1.
13) Representar as seguintes, funçea meromorfas na forma de
fraçoes parciais:
f(z) it tg •Jt•z,
f(z) = ir se 17C
= ir coseo ,tz
14) Representar a funço inteira ir coa ir z em produto infinj
te.

3 ' PROIL)NGAI(ENTO ANALfTICO E FUNÇÔES ANALÍTICAS, AMPLIADAS

&te agora consideraram-se as funçea analíticas como defi-


nidas e derivAreis em dado domínio (com a possível exclusão de
alguns pontos), porem, não se indagou qual a Importância do do-
tnÍniona caracterização da função.- Assim, urna funço regular
num círculo foi representada por uma serie de potências conver-
gente. Existirã razo.de restringir o conceito da função repre
sentada'aquele círculo? Por exemplo, a função f(z) = l/(l-z) J
definida pela série de potnc1as
1+z+z2 +...+zn +...
no interior do círculo unitrio. Apesar da série no ser defi-
nida no seu exterior, a função f(z) J regular para qualquer z
* 1. Pode-se encarar isto sob outro aspecto, considerando f(z)
como urna extenao analítica da funço definida pela serie no cír
culo unitrio, e indagar até que ponto a série de potências in-
dividualiza f(z). Será possível construir outras funçea que
coincidam com f(z) no círculo uriit&io? Nesta parte mostrar-se-
que os valores da função ficam completamente determinados des
de que sejam especificados em urna vizinhança qualquer.

3,1. PROLONGAMENTO ANALÍTICO.- Na seção 1.1 demonstrou-se


que duas funçes regulares no interior do mesmo círculo so ne-
le idênticas, se coincidirem apenas numa sucessão de pontos, ou
ja ponto de acumulação e interno ao círculo. Com ligeira modi-
fioaço, este resultado pode ser estendido a qualquer domÍnio:
$e duas funções f(a) e g(z), regulares num domínio D, fo-
rem iguais numa sucesso de pontos, cujo ponto de acamu1oÇao
z 0 pertence a O, elas serio idanticas em O.
Demonstração: Mostrar-se-a que a função
h(z) = f(z) - g(z) O
3.1 13].
em D. Evidentemente h(z) =0 numa vizinhança de z 0 , Seja z 1 um
outro ponto qualquer de D. Fo'e-se unir z0 a z1 por um contar-
no C contido em D. Seja p a dis-
tncia mínima de C a fronteira de
D. Tome-se uma diviso finita de z
1
JOem porçoes de comprimento infe-
rior a p, e por cada ponto de di
viso, trace-se um circulo de ra-
io p. Os centros consecutivos dis C
tando menos que p , construiu-se, P
assim, um sistema de círculos que
se interceptam parcialmente, indo
de z 0 a z1 em D, tendo cada ..Írcu
lo uma vizinhança em comum com o
precedente. Porém, sendo h(z)0
no primeiro círculo, segue-se que h(z 1 ) = 0.
V-se, assim, que uma funçao regular e analÍtica num osi-
nio D está completamente determinada por seu comoortamento em
qualquer vizinhança de um ponto interno a D, e que, se uma ex-
tenso analítica da função num domÍnio maior fr possível, tal
extensão também se acha virtualmente determinada. Diz-se virtu
almente, porque, em geral, á representação de uma funço analÍ..
tica e regular em seu domínio original no é válida no domíni:
ampliado, como no exemplo 1/(1-z).
Isto conduz ao problema fundamental: dada uma funço anail
tina f(z) definida num domínio D, poderá f(z) ser estendida a
um domínio mais amplo, e de que maneira? Utilizar-se-é a dano-
minaçao de elemento funçao para uma função analítica unÍvoca,
definida num domínio D, porquanto apoasibilidade de estender
domínio de definiço torna desejével distinguir a função defini
da no mais amplo domínio da que possa ser estendida analt1ca-
mente, a funçao ampliada de sua parte definida em D.
Definição de prolongamento analítico: Seja f1(z) uma fun-
go definida em um domínio D1 e seja D2 um outro domínio ten-
do uma parte D em comum com l?1. Lima fun9ao f 2 (z) diz-se um
prolongamento analítico direto de fi(z) em D2, se f2(2) f6r a
mal (tica em D2 e conc2de identtcamente com fj(z) na parte cp..
mum D, e essa exteasao é u'nica
132 J ap. IV
Semelhante processo sendo simetrico em f 1 e f 2' 1 J tam-
bem um prolongamento analÍtico de f2 , Note-se que isso equiva-
le a existncia de uma função analitica F(z) em D 1 U D2., que
coincide com f 1 (z) em Dl e com f 2 (z) em D2 ,
Surge a questão de saber se o prolongamento analÍtico e sem
pra Possível. 6bvio que no se pode estender urna função ana-
liticamente a um ponto singular (excepto tratando-se de discon-
tinuidade removÍvel). Pode-se, mesmo, construir uma funo no
cÍrculo unitario para a qual todo ponto fronteira seja singu-
lar. '_Exemplo de tal funço e dado pela serie de potencia3
00

f(z) zno
n=l
convergente no interior de tal cÍrculo. Agora se p/q f6r qual-
quer fraço, para /
p,q
Z r. e2
tem-se
f(z) r + rr
= q
donde limf(z) =00. kfunço se torna ilimitada na vizinhança
r-i
de todc ponto fronteira. Portanto, a fronteira do cÍrculo uni-
tário e urna curva singular para a função, atravez da qual no
possÍvel qualquer extenso analÍtica. Essa curva e chamada
fronteira natural da fungo.
Se um elemento funço f 1 (z) em D1 foi estendido analítica-
mente por f2 em D2 , pode ser, anlotamente,possÍvel estender
por uma função f 3 em D3 . Uma sucesso de elementos funço, f 1 ,
diz-se formar uma cadeia se cada f e um prolonga-
mento analÍtico diréto da precedente. Generaliza-se ,a noo de
prolongamento analÍtico chamando dois elementos funço pro1ona
mento analÍtico um do outro, se puderem ser unidos por urna ca-
deira no sentido acima, O caso inicial de dois elementos fun-
ço com dom1nios no disjuntos será chamado um prolongamento a-
naIÍtico imediato.
lt conveniente, as vezes, falar em prolongamento analÍtico
segundo um arco ou curva. Se f(z) fr um elemento funço em D,
e C um arco que se estende fora de D, dz-se que f(z) J prolon-
gada ana1.ticamente segundo C, se se puder achar urna cadeia de
3.2 133

elementos funço, conduzindo ao exterior de D e que recobre com


pie tamente O. Evi
dentemente, qual- a
quer extenso em
cadeia J equiva-
lente a uma exten
sio em arco, e r
ciprocamente. D

3.2. PROLONGAMENTO ANALÍTICO POR S9RIE DE POTÊNCIAS. A dia


cusao feita no oferece meio de encontrar o prolongamento ana-
1iticoimediato de um elemento funço, nem uma cadeia de elemen
tos função segundo dado arco. O mJtodo geral que segue, devido
a Weierstrass, e' baseado ria teoria das series de pot&ncias.
Seja f 0 (z) um elemento funço definido por uma série de po
tncia3
f 0 (z) = Ian (Z - z o ) (3.20)

em seu circulo de convergência O de centro z.Se z 1 = Z 0 for


um ponto qualquer interno a C, pode-se desenvolver f 0 (z) em uma
vizinhança de z 1 , segundo a serie de Taylor

f(z) = f(z ) + f(z )(z-z ) + .,. + —(z-z )fl +

onde f(z 1 ), n 0,l,,..,so


calculadas diretamente pela
(3.20). Esta se'rie define um no O
vo elemento funço f 1 (z) que Jl

regular em seu círculo de con-


vergncia 01 e que coincide com
f 3 (z) no domínio original O. Se zo
urna parte de C for externa a
O, conseguiu-se urna extensão a-
na1tioa imediata de f0 (z), Co
mo se sabe que urna siris de potências converge no maior circulo
possí'vei em que a funço (considerada ampliada) permanece regu-
lar, o inico obstcu10 que pode impedir de 01 se estender fera
de O e' a presença de ponto singular da funço na vizinhança de
0.
0 me'todo das se'ries de pot.&ricias pode taznbe'm ser usado pa-
134 Cap .1V

ra obter urna cadeia de elementos funço segundo dado arco.


Pois, se C for qualquer arco que parte do ponto regular z 0 , re-
presentando por C 0 o .circulo de convergência da funço desenvol
vida em z 0 , pode-se escolher um ponto z 1 4 z , em O = C O3 desen-
volver f(z) num entorno de
10 com círculo C 1 de convern-
cia, escolhendo um pontc Z 2
em C, mas no em 0 (se tal
f5r possível), desenvolver a
C funçio em urna vizinhança de
etc. Pode-si, por fim, ai
cançar qualquer ponto do arco
com um numero finito destes
círculos, desde que cada cir-
ulo tenha uma parte no exterior do círculo anterior e que no
passem todos por um mesmo ponto.. Se todos os círculos passarem
por um mesmo ponto, este devera ser uma singularidade da funço
ampliada, no sendo possÍvel maior extensc,
Esta construo mostra, casa se saiba prviamente onde se
acham as singularidades da funço, ser sempre possível prolong
las analiticamente segundo qualquer curva que no as contenha.
Com efeito, sendo p a distancia de O à mais próxima sing
laridade ou ponto da fronteira, pode-se desenvolver a função em
um círculo de raio p com centro num ponto qualquer de C. Esc2
lhendo pontos equidistantes de p/2,como centros,
obter-se-Zo a desejada cadeia de círculos.

3.3. PEOREMADAMONODROMIA.- Se o elemento função r(z)


for um prolongamento analítico no imediato de f 1 (z), não se p0
dera afirmar que r() seja univocamente individualizado por
f 1 (z), pois, pode depender da cadeia que leva a r(z). Como e -
xernplo, considere-se a função f(z) = lg z definida num pequeno
círculo ao redor de z = 1. Por arie de potências pode-se es-
tende-la segundo a metade superior do cÍrculo unitário, sobre-
pondo círculos até o de centro em z = -1. Porém, pela plurivo-
cidade do logarÍtmo, o mesmo processo de prolongamento efetuadc
segundo a metade inferior do círculo unitário fornece também un,
elemento funço definido numa vizinhança de - 1, porem diferin-
do do primeiro por 2 7t i. Naturalmente, o mesmo elemento fun-
L
:

3.3 ..135

ço seria alcançado escolhendo duas cadeias que no incluissem


a origem entre elas. Duas cadeias partindo de um mesmo elemen-
to função serão chamadas equivalentes se tiverem os mesmos valo
res onde se sobrepuzerem.
O exemplo de lg z leva a conjecturar, t&da vez que dois
caminhos diversos conduzirem a prolongamentos diferentes, se is
ao e' devido & exiatncia de alguma singularidade entre eles.
o que realrnente.sucede, corno explicita o teorema da monodrornia:
Se uma funçao f(z) definida num domínio D puder ser prolon
poda analiticamente segundo qualquer percurso num domínio si
plesszente conexo G contendo D, entao, f(z) 6 un(t,oca em G.
Demonstração j Sejam e '' dois percursos ligando um pon-
to de
z0D a um ponto qualquer z 1 de Cr. Pode-se supor que C 0 e
não se interceptam e que, conjunt.amente, formem um percurso
simples fechado C, pois, do contrario considerar-se-iam separa-
damente cada uma das componentes simples de O Deseja-se provar
que qualquer prolongamento anali'tico segundo qualquer caminho
fornece o mesmo valor em
Seja p a menor distancia entre C e o contorno de G. As-
sim, qualquer elemento função definido em O, ou no seu interior,
deve ter um raio de convergência p • O 6 urna curva simples fe
chada. Por um bem conhecido teorema de topologia (1), resulta
que O e seu interior podem ser representados de maneira biurilvo
na contínua, respectivamente, na fronteira do círculo unitário
e em seu interior, 1 1 1. Suponha-se a trans formaço dada por
= cp(z) e inversamente, por z lícito supor
cp(z0 ) = - 1 , (p(z 1 ) = +1,
porquanto, pode-se estar
certo de obter tal resul
tado mediante transforma
ço linear. Por meio da
representação z
e' possível deformar cnn-
tnuarnente a curva a0 a-
t6 coincidir com ', por
arcos simples que vão de

(1) Tambm pelo teorema da repreeentaçao dt Rieaazn aplicado a CS5O.


135 Cap,IV
a z1 no interior de C. Para assim proceder, deforma-se o se
mi-cfrcuio que J a imagem de C. na imagem de C 1 , por meio de a
coe de crrcuios
je +l) - l
t(e 1) +1
e = const. Como e varia de -ir a ir , os arcos varrem
todo o círculo unitrio, começando em p(0 0 ) e terminando em
p(C'). Segue-se que as curvam correspondentes no plano z,
z(t;O) ij (t;o)
fornecem, por assim dizer, um deslizamento similar e6bre a re-
gio limitada por O. Sendo ,(2J contínua num conjunto fecha-
do, ela J9 nele, unifonementa contínua. Por conseguinte, pode-
se achar um 6 tal que - <õ as segure ( i ' <p/3.
Isto sucedera cortem-ente (como se pode facilmente verificar) se
e At forem <r/32. Escolhem-se as curvas papa deforma-

= C0 z(t;e 1 ) ='019 •.. , z(t;O) = C = O'


de modo que10- < 3/32, Em seguida tomam-se curvas se-
cantes
z(t0 ,O) = Z0 , z(t1 ,e) y1, z(t 2 ,e) y2 Z(tmiO) =
tais que t1 - t i l < 3/32. Com a escolha de 6 dividiu-as o
Interior de.0 em malhas onde dois pontos quaisquer de uma malha
a distancia menor que p/3
CoO 1 um do outro.
- Se ja z a Intersecção de
i a co y . Prolongar-se- atra
Oz ipop
vez de meto dos elementos
funço sucessivos em Z jj . Ent'ao,
o2 ----- os prolongamentos sobre 00 e 01
devem conduzir ao mesmo valor em
z lil, pois, definem a mesma fun-
ço na regio toda compreendida
o
entre elas. Elas so a mesma na
primeira malha, regiio limitada por. 00 019 y 1 , uma vez que to-
dos os pontos da malha estio a dist&ncia menor que p/3 de z 0 , e
jazem no primeiro elemento funço em z0 . Os segundos elementos
'funço em z 01 e z11 sendo as raio p , devem conter tanto a pri
meira como a segunda malha, que tambem estio contidas no eleme
1

3.3 137
to funço em z 0 . Os dois prolongamentos sendo analíticos e di-
retos, devem coincidir onde tiverem uma parte comum no elemento
funço da vizinhança de z0 , Devem, pois, ser Idênticos na se-
gunda malha. Agora, a terceira juntamente com a segunda malha
jazem no interior dos elementos funço das vizinhanças de
z 11 , z 02 e z 12 ; consequentemente, os dois pro1onamentos devem
ser idênticos na terceira malha. Prossegue-se deste modo, e
num ninero finito de ap1icaçea do intodo, obtm-se dois prolon
gamentos que definem a mesma função na região limitada por C. e
a,; portanto, ambos os prolongamentos fornecem o mesmo valor em
z 1 . Pelo mesmo argumento resulta que 02,03,04,..., C 0' con
duzeru t6das ao mesmo valor em z 1 .
Finges analíticas ampliadas - Está-se em condição de de-
finir o conceito de funço analftica em sentido mais amplo.
Uma funço analítica ampliada J a totalidade de elementos
função obtidos por prolongamento analítico de dado elemento fu
ço, qualquer dos elementos funçio pode ser usado para a defini
ço. Pode-se demonstrar que o conjunto de pontos nos q.2aia exis
te a funçao analÇtica, sempre satisfaz às propriedades de um do
rnnio, no qual, em caso de plurivocidade, um par de um e mesmo
valor de z, com dois valores funcionais distintos, aio conside-
radõs pontos diversos. Evidentemente, urna noço apropriada de
"vizinhança de um ponto" deve ser lntt'oduzida, para que tal con
junto abstrato de pontos constitua um espaço. Nao se entrar em
anllse detalhada do conceito de domÇnio de urna função analftl-
ca, mas isto J o que se entende por superfície de Riemann.
Descoberta interessante neste sentido foi feita por Poin-
care e Volterra. Estabelece que uma função analítica f(z) num
ponto dado z assume, no máximo, urna infinidade numervel de va-
lores.
EXERfCIOS
15) A se'rie 2
'2
f(z) = (1+ z) 1 " = 1 +
f - -- +
representa uma funço elemento de (1+z)1'2 no cfrculo unit-
rio. Aplicando o mitodo de Weierstrase obter urna cadeia de cfr
cuba envolvendo z = -1 e mostrar que o elemento função Opos-
to
138 Oap.IV
J obtido na origem por prolongamento analÇtico ao redor de -1.

3.4. OUTROS PROCESSOS DE PROLONGAMENTO ANALfTICO.- O mito-


do das ae'ries de pot ê ncia para pro1onamento analitioo, embora
itil tericamente, no e' muito indicado na pratica. Um método
que pode ser usado em muitos casos pr á ticos e' o princl'pio de r
flexã o de Schwarz. Depende do chamado
Princípio da continuidade; Sejam f 1 (z) e f 2 (z) dois ele-
mentos fungo definidos nos respectivos domínios D1 e D, que
no se sobrep3em mas que admitem um arco a geralmente regular
como fronteira comum. Se ambas as funçoes forem contínuas e
assumirem os mesmos valores em C, cada uma será um prolonga-
mento analítico da outra.
Em outras palavras, se duas
funç'es ana1'ticas estiverem li
adas de modo contlnuo atravez
de um arco, elas estaro interre
D2 lacionadas analIticamente.
Demonstraço: sendo 30 go-.
"2 ralmente regular na vizinhança
de, pelo menos, um ponto, e' pos-
sivel traçar um croulo com cen-
tro neste ponto, que no seja iii
terceptado por O mais que duas vezes.
Seja z = z(t) a equaço de O e suponha-se que a origem,
O = z(t 0 ), seja um ponto de um intervalo regular de O. Pode-se
escolher o intervalo bastante P .2
queno para que a mudança de dire
çio de O também seja arbitraria-
o x mente pequena. Pondo
am z(t), O =
z2 'jt ter-se-a:

- ~< - e < -- (a)


1
Considere-se um ramo qual -
quer dacurva, partindo de z 0 , p.ex., e 1 correspondente a valo-
res crescentes de tt 0 . O arco todo deve jazer no setor
Iam z(t) -
3.4 139
pois, do contrario, se n 1
fosse a ele externo, am 2.eI-. E'e
lo teorema do valor medio deveria existir um ponto = z(t) de
O, entre O e z, que tivesse a direção da corda que une O a z,
O, am . Logo, Ie_Gft/4, contrariando (a).
Pode-se, assim, achar um circulo de centro z 0 , suficiente-
mente pequeno, para que no haja pontos de interseoÇo com C fo
ra de tal intervalo. O arco tt0 s pode ter uma intersecço
com o círculo. Com efeito: suponha-se existirem duas, z 1 e z 2 .
Como jazem no circulo interno ao setor, tem-se um dos casos

4 4
<am (z 1 -z 2 ) < 3jt e
e T e
Porem, usando novamente o teorema do valor inJdio, haverá um Po
to entre z e z s6bre C, que tem a direção am(z 1 -z 2 ), donde
o teorema.
Sejam C 19 02 as porçes do cfrcuio em D 1 ,D2 . O crcu10 i di
vidid.o por C eis dois subdom1nios cí'roulares R 1 e R2 que jaZaem
D1 e 1)2, respectivamente. Defina-se urna funço F(z) interna ao
circulo,, tal que
F(z) = f1 (z) em R 1 , F(z) = f2 (z) em
F(z) assumindo o valor comum na fronteira C. Evidentemente
F(z) e contínua no c1rcu1o. Basta provar que F(z) J analítica.
Pela formula integral de Cauchy, pode-se exprimir f1 (z) em
e f 2 (z) em R 2 pelas expresses:
1 ff1(t)

pf 2(t)
12 = f 2(z) = _ L_
27ci tz
onde as integrais são tomadas segundo as fronteiras dos respec-
tivos domínios. Consequentemente:
fF(z) para z.em R1 O para z em
11= O para zemR2 2 F(z)par zemR 2
ou = F(z) em R 1 LJ R 2
Ii +
Entretanto, como as integrais. são calculadas em sentidos
opostos sobre O, e t1 f 2 em O, tem-se, simplesmente:
140 Cap • IV

F(z) j dt
2,t ,iu,' tZ
12
(f1 (z) abre 01 em R1 )
para z em R, e e funçao continua.
= f2 (z s6bre em J
Assim, F(z) é analítica no círculo todo. Conclue-se serem f 1 e
f prolongamentos analitiàos um do outro.
Princípio da reflexo: Seja w =f(z) uma função analítica
de anum domínio D que tem um segmento de reta L em sua fron-
teira. Suponha-se, além disto, que f(a) seja contínua s8bre L
e represente L num segmento de reta é na fronteira da imagem
.9 de D. Seja D* o domínio obtido de D por reflexão em li, e
o domínio obtido refletindo .9 em ê. Se a f6r a imagem re
fletida de a em L, f*(z*) a imagem reflexa de f(a) em , en-
tao a função
f(z) para a em D
F(a)
lf*(z*) para a em D*
é analítica em
Esta proposição é fci1mente demonstrada. A representação
de D sobre â por f(z) é conforme, logo, também o é a represeti-
taço de D* sobre *por f*(z*),
1
ambas as funçes sendo contínuas e
assumindo os mesmos valores sobre
L. As oondiçSes do principio da
continuidade são satisfeitas, e
um prolongamento anali'ti-
f*(z*) f(z) co de f(z) no domínio refletido D.
o princípio de reflexão tam-
bém pode ser usado quando a fron-
teira do domínio contém um arco cÍroular que tem para imagem um
arco cÍrcular, caso em que o prolongamento é obtido por inver-
so em relação aos arcos de cÇrcuios.
Um teorema de reflexo anélogo aplica-se a9 funções harmô-
nicas: Se a f8r uma funçao harm8nica cujos valores fronteiras
se anulam s8bre uma reta L, a pode ser estendida harm6nlcamer-
te no domínio obtido por reflexão em L de seu domínio D, as—
sinal ando à imagem (x',y') do ponto (x,y), o valor
u(x,y),
3.5 141
Core efeito, sob tal hiphese, a funço analítica f(z) =
u + i.v a: imaginária pura sr5bre L, e pode-se-lhe aplicar o
princípio de reflexao Refletindo tal função no eixo imagina:-
rio, obta:m-se
f(z') = u(x',y') + i,v(x',y')' = -u(x,y) + i.v(x,y) (a)
Analogamente, se v fr função harm6nica cuja derivada nor-
mal se anula s6bre urna reta L. v pode ser estendida harxn6ntca-
mente por ref1exoem L, atribuindo no ponto imagem (x',y'), o
valor v(x',y') = v(x,y), pois, a função u(x,y) de que v con-
jugada, torna-se constante (1) s6bre L (pode-se admitir nula) e
ser-lhe-a aplicável a (a).
Como exemplo de aplicaço simples do princípio da refle-
xo, pode-se mostrar que se f(z) representar o interior do cír
culo unitário s&bre si mesmo, de maneira conforme biunÍvooa,
f(z) deve ser função linear (o que se deixa como exercício).

3.5. APLICAÇES DO PRINCfPIO DA REFLEXÃO. FUNÇ5ES DEFINI-


DAS POR INTEGRAIS.- As operaçes elementares, juntamente com
suas inversas, aplicadas à função f(z) = z, fornece polinômios,
funçes racionais, e tipos importantes de funçes algibricas,
como as exprimíveis por ntmero finito de extraçes de raiz de
funçes racionais (Ex.: f(z) l/\/i- ). Estas operaç'es no
5a0, porem, suficientes para definir t6das as funções analíti-

cas importantes, como as funçoes transcendentes (lgz, arosen Z,


etc.). A derivaço no amplia a classe das funções algébricas,
pora:rn, assim o faz a integração, e muitos tipos importantes de
funç'es transcendentes so representa:veis por integrais defini-
das de funçes algébricas, achando-se entre elas as chamadas
funç'es elementares e as funçtes elÍpticas. Como exemplos, t&n
se:

1g Z
dz
= , ar c s eri z = J dz

(l) Tomando L paralela ao eixo real 4 ;as* fato decorre imediatamente das e-'
quaçoes de Cauohy-Rieinarm. Do contrario, poder-se-ia facilmente mostrar que
as equaçoes de Cauchy-Rienarin eto invariantes por rotaçao, isto e, uVY
uy a -v se transformam em u5 U -v, onde e indica derivada na di-
reção a e ri na da respectiva normal. A normal orientada 4e modo Sue se
eixo x coincidir com e (inclusivo quanto ao sentido), ri será a porção posi-
tiva do eixo y.
142 Cap.IV
Invertendo a tíltima, obtem-se a função z = sen w , e, por
simples cornbinaçes a.ge#brioas, todas as outras funções trigono
mitrioas.
Para que semelhante representação convirja fou permaneça u-
ni'voca, e geralmente necess&io fazer alguma restriÇo es seu
domínio de definiço. Ocorre frequentemente que este domínio d
limitado por retas, segmentos de círculos, tendo imagens anlo-
gainente limitadas quando transformado por elemento funço. O
processo de reflexo se torna, então, um meio importante de es-
tender tais elementos função, quer indefinidamente, quer ate
suas fronteiras naturais, e de analizar e estudar as proprieda-
des das funçSea assim obtidas. Muitos tipos importantes de fun
çes podem ser estudados e construidos deste modo. Exemplificar
se-a, discutindo det,alhadarnente a função definida pela integral
1
1' dz 3

Ver-se-a, posteriormente, que o processo de reflexo, con-


siderado analiticamente, exibe a conhecida periodicidade da fun
Ço inversa, enquanto que, considerada geometricamente, e' uma
construção da superfície de Riemann para w.
Os pontos crfticos de w se verificam em z = ± 1, co, que
correspondem a w = . 1 /2, co • Se se cortar , o plano z segundo
o eixo real de -ao a -1 e de +1 a + co, torna-se possível esten
der w analiticamente segundo qualquer arco no semi-plano supe-
rior e, pelo teorema da monodromia, (3.50) definira uma função
analítica unfvoca w = f(z), que representa o semi-plano supe-
rior sobre algum domínio do plano w • Afim de achár este domÇ-
fio, determina-se seu contorno, que e' a imagem do eixo real.
Se z jaz no eixo real, entre -1 e +1, a integral (3,50) '
rer.l, e seus valores situam-se no segmento (_ lt/2, 71/2) do eixo
real, convencionando-se que se refere raiz quadrada
positiva. Se z permanecer no eixo real, para valores > 1 ou
< -i pode-se escrever, respectivamente (o plano t identifica-
do ao plano z): 1
W = -- + f ----
l\/l—t2
(ltz)

71 z
dt ( zt-l).
W = - -- +
35 143
Sendo imprprias as integrais escritas, subentende se que
as singularidades ± 1 so evitadas, integrando segundo a metade
superior de um pequeno cÇrcuio de raio p e centro .± 1, e consi
derando o limite quando p-+0. Ambas as integrais tornam-se P
ramente Imaginarias, logo, w jaz nas verticais por .± Jt/2. Sur-
ge, pore#m, ambiguidade quanta ao sinala ser tomado para Vi_t2 ,
e isto s6 pode ser estabelecido por uma anlise mais detalhada
do comportamento da funço na vizinhança dos pontos críticos.
Examinar-se-a o comportamento da funço
1 1 -
ii
na vizinhança de z = 1, onde se torna infinita. Excepto para
z = 1, w' (z) e unvoca e regular em todo o semi - plano suP!
nor. Isole-se z = 1 por um pequeno semi-ciroulo de raio p n
le situado; proourar-se-
a imagem no plano w'(z)
do percurso Oacb. Quando
z percorre Oa, w(z) des.
creve o eixo real positi-
vainente, de 1 a um certo
valor A. Como, em a, z paa
sa a se deslocar normal-
O
o o
mente a Os., o mesmo se da a b r A
ré; com w'(z) devido à re-
gularidade e conformidade para z = a. Quando z percorre c, o
ngu10 ç = am w'(z) muda cont3nuamente, resultando o incremento
B ., B , 8
amw'(z) am---- +am z
z=A zA zA
Pondo z-1 = peiO obtem-se:
- e
am (1-z)"''2
=zazn ( p e ) =
Como O diminue de it, p = ii/2. Por conseguinte, a Ima-
gem 8 de C jaz na parte positiva do eixo imaginario A confor-
midade em B mostra que w'(z) volta-se para baixo e, quando
percorre a parte positiva do eixo imaginario, voltando .
origem. Tem-se:
Im[w'(z)] >0 para z)l,
logo,
144 Cap.IV
t
Imw(t) =J1 Im[w'(t)Idt)O para 1t,z (real s)

Esta analise mostra que w volta-se para cima em w = A


nlogo estudo Indica que Im[w'(z)]<O para z.<-1, porem sendo
dt negativo, Im[w]>O para zt-1, e, assim, tambe'm w volta
se para cima em 71/2. Os segmentos 1, II, III na figura tm
-

para imagens os segmentos 1', II', III', que dividem o plano w


em duas regiea, uma das quais e' a imagem do semi-plano supe-
rior R: Im(z)>O, Como z i corresponde a w = iii /2 9 a imagem
de R deve ser a cemi-faixa infinita
R': 11/2<R(w)<7(/2, Imw>O.
A correspondri
cia nas fronteiras
ret ~11neas permito

três modtr:

vez 1, II ou III.
n
1 iii
- / Reflexio em II con-
duz ao semi-plano
1- +1
Im z<O, ligado à R
pelo bordo II. Is-
to ainda deixa os bordos 1 e III livres em ambos semi-planos, £
imagem refletida em II', conduz faixa tida
... 71/2<R(w)< 7(12 , (a)
Reflex ão sobre 1H duplica caseini-planos, introduzindo
mala uma folha completa s&bre o plano z, e duplica a faixa ima-
gem (a). Anlogamente para o restante bordo livre, II. Por tais
reflex6es alternadas, consegue-se recobrir uma vez o plano 'w to
do por faixas verticais de largura lt. A reflexo correspondeu
te no plano z conduz a uma superfície de Riemann com infinitas
folhas, cada uma das quais acha-se seccionada segundo o eixo re
al dos pontos de ramificação +1 e -1 ato; +c» e -co, respectiva-
mente, e e' representada por unia faixa vertical no plano W da
largura 2 lt. A função w = arcsen z se torna unívoca na super
í'í'cie de Riemann.
A estrutura desta superrfcie de Rlemann revela a periodici
dada da funçao inversa, pois os pontos w + 2n71 (n = O, 1
3.8 145

+ 2,...) que tini posiçes congruentes em cada faixa, correspon-


dem a uma serie de pontos sobrepostos, o que significa que a
tunçio inversa neles assume o mesmo valor. Aiim disto, tem-se
z(w) = O para w = 2n3t (n = O, + 19 + 2 9 ...) e z(-w) = z(w), pro
priedades que caracterizam a funço z = sen w, como ja se viu,
ficando identificada a integral (3.50) com a função inversa W =
= arosen z.

3.86 PROLONGAMENTO ANALÍTICO POR EQUAÇ(ES FUNCIONAIS.- Se-


ja urna funço anaiftica em relaço a cada uma
das varliveis separadamente para pertencentes, res-
pectivamente, aos domfnioa Supondo existir uma v
zinhança de z = a em D e que as funçes i(z) sejam regulares
em a com valores em D1 , de modo que a relaçio
f [z, ?1(z),..., 2"n (z)] = O (3.80)
se verifique numa vizinhança de a, então se diz que (3.80) e' u-
ma equação funcional nos Subsiste o seguinte princípio da
permantncia. da equaçao funcional: Se as funçoes analíticas
verificam a equapao funcional para algum domí-
nio de z, elas verificam a equaçao funcional (desde que tenha
sentido) no maior domínio em que t8das elas sao definidas..
Demonatraço: Seja P1 (z-a) um elemento função de 1 (z)
que toma apenas valores em D 1 para pontos de uma vizinhança de
zaemD. Afunço
f [z, P1 (z..a)] = t[z, P1 (z-a),..., P(z_a)]
e' uma funço regular de z e verifica a reiaçio
f[z, P(z_a)] =0
•na vizinhança de z = a, Demonstra- se o teorema mostrando que
se os elementos Pi(z_ a) puderem ser prolongados anal.ticatnente
em D, de modo que os valores da função ainda pertençam ao res-
pectivo domínio D 1 , (3.80) pertnaneoeri vilida no prolongamento.
Seja Ca o maior circulo de centro z = a em D no qual con-
vergam todos os P 1 (z - a) e assumem apenas valores pertencentes
a D1 , Seja P 1 (z- b) um prolongamento analítico imediato de
- a), e Cb o maior círculo de centro b em que os P(z - b)
P1 `b
convergem em D 1 . Pelo menos na parte comum a Ca e Cb se tem:
f [ z, P 1 (z_b)] =0
146 Cap.IV
Mas, f [ z, P (z - b)] e analítica para z em O b e se anula
na parte comum com C; logo, deve ser ldnttoamante nula no cÍr
culo %. Como qualquer prolongamento analítico de P(z- a) po-
de ser obtido por cadeias com rniinero tn1tõ de prolongamentos
nairticos imed 1 atos, fica demonstrado o teorema.
Como uma equação funoibnal. a', numa certa extensão, caracte
r1stica de unia função analítica ampliada, pode- se aplicar essa
equação funcional a dado elemento função para obter expressões
com um mais amplo domínio de regularidade Ver-se-, a seguir,
exemplos da apiicaço de prolongamentos analÍticos.

3.7. AFUNÇ0_GAMA.. A funço gama e' o bem conhecido pro-


longamento analítico da funço real discreta (n-1) para valo-
res complexos. Para valores positivos reais de x, a funço ga-
ma e' definida pela integral

r(x) = 7o tl e _tdt (x>0) (3.70)

que se reduz, para inteiros n>0, a r(n) = (n- l) Para valo


res negativos de x, a integral nao converge. Integrando por par
tes, obte'm-ae uma equaço funcional parar (x)
r(x+l)= xr(x) . (3,71)
O prolongamento da função r ao semi-plano'à direita, x =
R(z)> 0 9 e' dado pela integral (3.70) que permanece convergen-
te, pois,

lJ° t z_ le_tdt f1 e _tdt =

= fetet4t = r( )
o
À funçio r(z) assim definida e' analítica no semi- plano
R(z)> O e, evidentemente, satisfaz, ainda, a eqaçofunoiØna1
= zr(z). Afim de, se obter um prolongamento analítico
de r(z) no semi-plano R(z)(0, escreve-se a equação funcional
na forma:
(a)
1-1
O primeiro membro desta expressio e' definido e regular para
R() >1; o segundo membro, para R(1)> O, 4 1,, A relação (a)
3.7 147
fornece, pois, um prolongamento analítico de 1' (i- l) na faixa
O<R()<l. Pondo z = TJ - l, obtem -ae um prolongamento de r(z)
na faixa -l<R(z)<O. Reiteraçao deste processo estende a fun
ço a todos os valores de Z no semi-plano R(z)<O.. Se 1v for um
inteiro qualquer, a aplicaço repetida de (a) fornece:
(b)
( i-1)...(11 -1v)
expresso cujo segundo membro e regular e tem os polos simples
1 = 1 9 2,...,k. As mesmas propriedades subsistem, pois, para o
primeiro membro de (b), que estende T(z) à faixa -k<R(z)<O,
se se puzer z = 1-1v. V-ée que r(z) pode ser prolongada ana
l3ticamente a todo o semi-plano R(z)<O, e, como r(1) = O para
= 1,2,,.., F(z) tem os polos simples z =
Uma vez mostrada a possibilidade de estender a função gama
no semi-plano negativo, procurar-se-a uma frmula explícita que
defina a funço em seu domínio ampliado. & dificuldade com a
integral real -
(Ot.(oo)
F(Z)
que a funçao integranda
f et'dt
f(t,z) = ettZ = 5 -t+l)1gt
se torna infinita de ordem 1 na origem para z = O, causando a
divergência da integral. Porem, pode-se considerar t como para
metro complexo, afim de integrar segundo um contorno que no
passe pela origem. Para todo valor de z, t(t,z) e' regular no
plano t todo, excepto t = O, porém, e plurvoca devido ao loga-
ritmo que nela figura. Obtém-se um domínio simplesmente conexo
cortando o plano t segundo o eixo real de O ao c, e atribuindo
a lg t o valor principal lglti no bordo superior do corte.
Isso conduz ao valor
lg1 tJ + 271 i no bor-
do inferior, e torna

Para todo z, Escolhe


se um percurso de In II
tegraço no plano
t vindo do infinito, Fig.(a) Fig.(b)
circundando o corte,
e retornando ao infi
fito, como na fig,(a), Ao se evitar o ponto singular t = O, as
148 Cap.IV

segurou-se a regularidade de f(t,z) sabre C. A integral


H(z) = j 8 _ttZ .. l dt (3e?l)

converge sempre devido ao fator Portanto regular para to


do z e define urna funço analítica de z; H(z) d, pois, funço
inteira.
Pelo teorema integral de cauohy, o valor da Integral (3.71)
permanece invariante ao se deformar o caminho de integraço, sem
porem cruzar o corte. 1.f mais conveniente escolher um novo per-
curso C' formado pelos bordos superior e inferior do semi-eixo
real positivo (representados por 1 e II) e um pequeno círculo

H(z) = j tf e _ e
y de raio r com centro na origem, unindo 1 a II. Tem-se, então:
(z_l)1gtt dt -

-f0 _t(z_l)( 1 gItl+ 2 ti) - fe tt 1dt =

CO
(1_52Z)
J e _ttZ_ldt * J..ttz-1 dt
expresso valida para todo a. Mas, limitando-se aos valores de
a no semi-plano positivo, a segunda integral acima
zero, resultando 2ar Z)
tende a (J)
H(z) = (1e r(z) para R(z)>O.
Esta expresso permite aplicar o princípio geral da perma..
nncia da equaço funcional, o segundo membro estando definido
apenas para certos valores de a (R(z)>O), enquanto, o primeiro
membro existe para qualquer a. Logo, a expressão
r(z) = ( 3?2)
define r(z) em todo o plano, excepto noa zeros do, denominador,
isto e, nos pontos a = O, ± 1 9 .± 2,... Para valores inteiros
positivos de a, (3.72) perde seu significado, pois
f(t,a) = t 1e
e' regular na origem e o' numerador

=f tedt = O .

Para estes valores, porém, sabe-se que r(n) = ( n -1) P


3,8 149

rã valores a = -n (n = 0,1,2,. .), f(t,-n) tem um polo de ordem


n+i para t = 0, cujo resíduo e' (_1)n1/ (1), Assim, (3.72) mo
tra que r(z) tem polos simples nos pontos -n, o reslduo em -n
sendo
R—11

3.8, A FUNÇ Ã O ZETA DERI(ANN,- Os me'todos discutidos an-


teriormente podem ser aplicados de maneira an1oga para obter
prolongamentos ana]itioos e uma re1aço funcional para a famosa
função de Riemazin, que desempenha papel importante na teoria
Clássica dos nímeroe reaja. A função e' inicialmente definida
Pela sina
1 R(z)>1 9 (3.80)
= :: _
n=1n
convergente no semi-plano R(z)>l.
A re1aço entre a funço 2 e a teoria dos niimeros primos
e' baseada na notivel identidade
1
fl pi nu
onde {P j } e' a sucessao de ntrmeros primos 1,2,3,5 9 7,... e n va-
ria no conjunto doe inteiros positivos. Tal se pode demonstrar
desenvolvendo cada um dos fatores do primeiro membro em ae'nie
geome'trica e efetuando o produto.
Tambim procurar-se-i um prolongamento analítico da função
? ao plano todo, o que se fará exprimindo ?(z) como integral
Complexa sempre convergente. Por simples mudança de variável
em (3.70) nota-se que

J e_ntt1dt F(z) [R(z)>0, t real),

e portanto

(z) F(z) = F(a)


CO

=
r00 00
e_nt t Z.M.1 dt , R(z)>O

(l) c sendo percorrida, em torno da origem, no sentido negativo,


0
150 Cap.Iv
Permutando os símbolos de somat6rja e integral, obtém-se: (1)
co z-1
Y(z) r(z) =
o
J
dt para R(z)>1.

Assim (z) fica expressa, em seu domínio original R(z)>l, em


funço de F(z) e de urna integral sobre o eixo real positivo.
Analogamente ao caso da funço ', considera-se t como variavel
complexa no plano t seccionado segundo o eixo real positivo, e
integra-se: z-1
f(t,z) =
e -1
sobre o mesma percurso C oonsiderado na figura (a). ¶ndo f(t,z)
polos simples nos pontos t =.t 2ni (n = 1,2,...) deve-se esco
lher um percurso que passe entre O e -2'jti , no se atravessan-
do, entao, singularidades. A integral

S(z)= dt

converge para todo z e representa urna funçio inteira Defortnan


do o contorno J1 de modo a que ele se torne o C' da fg. (b), e
observando a plurivocidade de lg t, obtém-se, como para a fun-
ço F:
)i° 8 (z-l)lglti 5 (zl)(1gtI+2it i)
5(z) — dt dt =
= jo e -1
-
o
4

= (1_02i1 ) 2(z) F(z) ,


donde
S(z)
e2 ) r(z)
O segundo membro desta expresso sendo v1ido para todo z no

( 1 )Para justificar esta permuta escreve-se


efltt$ldt
1e S-1 ao CO
ettdt
1o nl - dt +
o et-1 1 fe
licito permutar soma e integração na segunda integral que converge unifor-
mementee >para O. Quandot t-o,
'. a turiçao t' 1/(e .1) da primeira integral
comporta-se como t 2 ; portanto, esta integral converge se R(s)> 1, podendo
ser tornada arbitrariamente pequena por conveniente escolha de E. Assim, p
ra R(%)> li

7
o
et''t lia [fett2dt
o e
+ 0 e 1
dt] ?(z) i'()
3.8 151
inteiro, e o desejado prolongamento da funço
Para se obter uma equaço funcional da função , far-se-a
aplicaço da teoria dos
readuos4 Integra - se --------------------

f(t,z) segundo o percur 1


80 tracejado C.41 da figu /
rã (e), formado de uni
semi- circulo de raio
1 o"
4
k = 2 lt(n+y)1 com cen-
tro na origem, e as
duas horizontais 1 e II; -
II

Pelo teorema integral de Cauohy,

5(z) =
t dt =
e-1 dt
+ E R
k

sendo Rk o resíduo da função em t = 2kri . mostrar -se-8 que


quando k-.co a integral 96bre O" tende a zero para valores de
z cuja parte real x seja negativa. Pondo t = u + i.k s6bre
1 e II, obte'm-se:

fitk1±du
IIIeHt=
Ç du fM.du
)1
Wu2 k2 e'ee o k1 '1 e" =
M

sendo M um extremo superior de 11/(6_6t1)1 Vê-se que, quan


do k-co, J - o.
o semi-clrculo de raio
O mesmo resultado subsiste para
tf =k
4. S6bre

f
z 1
dtç J-J-__± dt kX_l M 11k = 1114

com 14 f]./(et_ 1) 1 s&bre o círculo. Sendo x<O, tambein esta


tende a zero quando k-*co • suando O" se afasta para o infini-
to, obtém-se:
152 Cap.IV

5(z) = dt = (x<O)

onde
2t1 (21j)Z'l
Logo:

8(z) = 27t1 1(2n,% 1) z-1 + (2 n ,ri) 1}

= (27t)Z 17cE - e 1 ) 1 n Zl (R(z)<O),

Mas,
ao Do
rz_l n(l.z) para R(Z)<O.

Por conseguinte:
itiz
5(z) = r(z) n (z)(1 _e 21t 7 ) (2t)7'•e2 (le') (l z)

Simplificando, resulta a equaçõ funcional

(1-z) = 2 dos 'ES


(21t)r(z) (z) (3.81)

ligando as difrentea partes da funo, t po s sível dela partir


e, seguindo marcha oposta, obter a expre ssão integral da fun-
ço ~ .

34, RJPRESENTAÇXO POR PRODUTO DA FUNÇÃO GAMA. OUTRAS PRO-


PRIEDADES.- A runçao gama pode ser ainda encarada sob o ponto
de vista da frmula do produto de Weierstrass, Aoharse.9 ain-
da uma reiaço simples ligando r(z) com san a e outra equa-
çio funcional.
Tendo F(z) polos simples em a = e sendo re-
gular no restante, sua recíproca 1/ r(z) i função inteira, ten
do zeros simpleanesasa pontos. Viu.-se que

0(z) = a TI (i+--)e/'r

e tal funço. Pode-se, pois, escrever:


1/ r(z) = eh(Ø(z) , (a)
3,9 153

restando o problema de achar a função inteira h(z).


Em vez de proceder deste modo, deduzir- se-e o desenvolvi-
mento todo em produto de 1/ 1' (z), obtendo-se, inicialmente, uma
formula asaintztica para r(z), devida a G-auas.
Inicia-se com a re1a40 ( 1 ):

r(z) 7ett1dt = iirnf (l_+) flt z_ldt

(n inteiro, R(z)>O).
Integrando-a por partes n+ 1 vezes, obtem-se:

1o (1 - f) fl tZ_ldt = - J(n - t)t!dt


nnz f (n - t)tZdt

ia_ !Lz_.i Jo(n ..t)2t'1dt


nz+1

= ri n-1 1 =
fl a z+1 z+(n-1) )
o
- nz n
- z(z+1)...(z+n) .
âasirn,
zJ =
ria n,
iÇij ... (z+n)
Desta formula tira-se, imediatamente:
1
r(z)= um e lg ft (1+ L) =
j=1
164 Cap.IV

z[ign f a
].itn e = a (1+-r)e
fl-'CD j1
A expressao n
1
lgn -- -

.1=1 •
tende a limite finito C quando n-oo, chamado constante de E
• ler (cujo valor aproximado e' O = 0,5772...). Tem-se, pois:
1 ze TI (1 + --) e (3.91)
r(z)
convergente para todõ a, e que i a desejada representação. Com
parando com (a), deduz-se que h(z) = az
Do (3.91) ainda resulta:
CO z

r(-z)
= e'(..z) TI
n=1
(1.--) e,

o que da: 2
1 1 = 2 (1- Z) a. seniti
r(z)r(-z) T[
n=1 n
como r(l -z) = ..zr(-z), dai' se tira a re1aço funcional já ao
tihecida por Zuler,
r(z) p(i- z) , ( 3.92)
seu 7c z
liando a funço gama &e trionomitricas, Pondo a 1/2, obtem
se Imediatamente 'a expresso bem conhecida
r(l/2) Ir V
• Outra equaço funcional importante na teoria da funço ga-
ma e' a seguinte, devidaa Gauas: 1 p-1
= r(pz).p2 PZ()T
p• p
(p>0, inteiro) .
De (3.91) vem: CD
- lg r(z) = lg a + az +E [lg(1+})_

Derivando:
lg r(z) = +E 2=
1 2 (b)
da a n=1 (a +n) n=o (z +n)

RepiLsentando o primeiro membro de (3,93) por k(z),


39 15
p-1
lg k(z) = lg
j=o P
De (b), ento, se deduz:
p]. 00 p-1 W

dz
lg k (z) =
j=o n=o (z+ i +n)
2 = p2 E
jo no (pz+j+pn)
Como j+pn (j = O,l,...,pl, n = O,l,...00) fornece todos os
Inteiros e apenas urna vez, pode-se escrever:

lg k(z) 2 ÁL 2 -- l r(pz)
n) = p
Tem-se,, pois a
lg k(z) = lg r(pz) + lg a + z.lg b
OU, k(z) = r(pz),a,bZ ()
Para calcular a, basta fazer z = O na sua expreaso obtida
Je é o
pl P]-

r(pz)
a=[-'- r(pz) 1 o j=l
II P
p II r(J-)
P
p-1
TT r(l--)
Logo, pl p.1
a2 = f[ r(_) r(l_L) = = ( p)P1 ,(l)
j]. sen1
j=l
donde,
apT(2ir) 2

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