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Abdome Agudo

Definição A expressão se refere a sinais e do trato gastrointestinal; ulceração intestinal;


sintomas de dor e sensibilidade fístula aortoduodenal após enxerto vascular
abdominal. aórtico; pancreatite hemorrágica; síndrome de
Mallory-Weiss e ruptura espontânea do baço
- Cenário clinico desafiador Infecção
- Requer avaliação completa e rápida Apendicite; colecistite; divertículo de Meckel;
o determina a necessidade de abcesso hepático; abcesso diverticular e abcesso
intervenção cirúrgica e dar inicio à do psoas
terapia adequada Perfuração
o ordem habitual: histórico clinico Úlcera gastrointestinal perfurada; câncer
do paciente – exame físico – gastrointestinal perfurado; síndrome de
Boerhaave e divertículo perfurado
exames laboratoriais – estudos por
Obstrução
imagem
Obstrução do intestino delgado/grosso
- Em geral, necessita de intervenção relacionado à aderência; volvo do sigmoide;
cirúrgica de emergência (por laparoscopia volvo cecal; hérnias encarceradas; doença
ou laparotomia) intestinal inflamatória; neoplasia maligna
gastrointestinal e intussuscepção
Etiologia
Isquemia
Varia conforme a idade e o sexo: Doença de Buerguer; trombose/embolia
mesentérica; torção ovariana; colite isquêmica;
- jovens torção testicular e hérnias estranguladas
o apendicite
- idosos
Anatomia e Fisiologia da Dor
o doença biliar, obstrução intestinal,
isquemia e infarto intestinal, e - Dividida em dois componentes
diverticulite o visceral e parietal
- Dor visceral
Pode ser dividida em:
o tende a ser vaga
- causas cirúrgicas o imprecisamente localizada no
o a maioria resultante de infecção, epigástrio, região periumbilical ou
isquemia, obstrução ou perfuração hipogástrio
- causas não cirúrgicas o em geral, consequência de
o endócrinas e metabólicas distensão de uma víscera oca
o hematológicas - Dor parietal
o toxinas e outras drogas o proveniente da parede abdominal:
o depende do comportamento das
Causas Não-Cirúrgicas raízes dos nervos segmentar que
Causas Endócrinas e Metabólicas
inervam o peritônio
Uremia; crises diabéticas e addisoniana;
o mais agudas e bem localizadas
porfiria aguda intermitente e febre hereditária
do Mediterrâneo - Dor referida
Causas Hematológicas o percebida em um local distante da
Crise falciforme; leucemia aguda e outras fonte de estimulo
discrasias sanguíneas o fígado, vesícula biliar e
Toxinas e Outras Drogas hemidiafragma direito – dor em
Envenenamento por chumbo; intoxicação por ombro direito
outros metais pesados; abstinência narcótica e o coração, cauda do pâncreas, baço e
envenenamento por aranha viúva-negra hemidiafragma esquerdo – dor em
ombro esquerdo
Causas Cirúrgicas o ureter – dor em escroto e testículos
Hemorragia - Dor inflamatória
Trauma de órgãos sólidos; vazamento ou o causada pela penetração de
ruptura de aneurisma arterial; gravidez bactérias ou irritantes químicos na
ectópica rompida; divertículo gastrointestinal cavidade peritoneal
com sangramento; malformação arteriovenosa
o leva a extravasamento de liquido  Inicio, tipo, localização, duração,
na cavidade peritoneal e irradiação e cronologia
inflamação  Aguda ou crônica?
o mais localizada  Relação com a alimentação?
 Fatores de melhora e piora?
Em resumo:  Atividades que exacerbam e/ou aliviam a
1. infecção ou irritação da cavidade dor
peritoneal
2. extravasamento de liquido no peritônio
3. inflamação
a. instalação da peritonite
4. resposta peritoneal
a. maior fluxo sanguíneo
b. maior permeabilidade
c. formação de exsudato fibrinoso na
superfície do peritônio
5. resposta intestinal
a. paralisia local ou generalizada
6. aderência entre o intestino e o omento ou
a parede abdominal
a. ajuda a bloquear a inflamação,
formando um abcesso
b. resultado da superfície fibrinosa
(4) e da redução do movimento
intestinal (5) A dor que se desenvolve e se exacerba ao longo de várias horas é típica de condições

inflamatórias progressivas ou de inflamação.


Abcesso
Dor aguda localizada com ruídos hidroaéreos e
função gastrointestinal preservados
Processo Difuso
(Exemplo: Úlcera duodenal perfurada)
Dor abdominal generalizada com diminuição
da motilidade intestinal
Peritonite
Pode afetar toda a cavidade abdominal ou parte
do peritônio visceral ou parietal
É uma inflamação peritoneal de qualquer causa
 geralmente, por uma infecção gram-
negativa por organismo entérico ou
anaeróbico
crianças – Pneumococcus ou
Streptococcus spp. hemolítico
adultos com doença renal terminal em
diálise peritoneal – cocos gram-
positivos
adultos com cirrose e ascite –
Escherichia coli e Klebsiella spp.
 pode também ser não infecciosa, como
na pancreatite
Apresenta-se, no exame físico, com
sensibilidade intensa à palpação, com ou sem
descompressão brusca positiva e retração
abdominal à compressão

Anamnese e História Clínica


Investigação das queixas da dor
Dor de inicio súbito e lancinante sugere condições como perfuração intestinal ou Sintomas Associados
embolização arterial com isquemia.
 Náuseas
 Vômitos
o presente em dor abdominal de
qualquer causa
o pode ser resultado de obstrução
intestinal mecânica ou íleo
o mais provável que preceda o início
da dor em condições não cirúrgicas
o em casos de abdome agudo
cirúrgico, geralmente a dor se
manifesta primeiro e estimula o
vomito por fibras medulares
eferentes que funcionam como
gatilho de excitação das fibras
aferentes de dor visceral
 Constipação ou obstipação
o pode resultar tanto de obstrução
mecânica quanto de redução do
peristaltismo
o pode ser um problema primário,
exigindo laxativos e agentes
procinéticos, ou simplesmente ser
um sintoma de condição
subjacente
 Diarreia
o associada a diversas causas de
abdome agudo
o enterite infecciosa, doença
intestinal inflamatória e
contaminação parasitária
o com ou sem sangue
 Prurido
 Melena
 Hematoquezia
 Hematúria
História Clínica Pregressa
 Histórico de cálculo renal ou biliar Ausculta – quantidade e qualidade dos ruídos
 História anterior de apendicectomia, intestinais
doença inflamatória pélvica ou
colecistectomia  diminuição sugere íleo, aumento sugere
 Utilização prévia de medicamentos enterite e isquemia intestinal na fase
o opioides – constipação e precoce
obstrução, espasmo do esfíncter de  sons metálicos sugerem obstrução
Oddi (exacerbação de dor biliar ou mecânica do intestino, sons intermitentes
pancreática) e tipo eco têm relação com distensão
o AINES – inflamação do trato luminar significativa
gastrointestinal superior e  sopros refletem fluxo sanguíneo
perfuração turbulento no sistema vascular, em geral
o anticoagulantes – sangramento na estenose arterial de alto grau ou fistula
gastrointestinais, hemorragias arteriovenosa
retroperitoneais ou na mucosa Percussão – avaliar distensão gasosa do intestino,
retal ar livre intra-abdominal, grau de ascite ou
 Uso de substâncias ocasionais presença de irritação peritoneal
o alcoolismo crônico – coagulopatia
e hipertensão porta por doença  timpanismo é característico das alças do
hepática intestino subjacentes repletas de gás
o cocaína e meta-anfetamina –  macicez é fisiológica no quadrante
intensa reação vasoespástica, com superior direito, onde se encontra o fígado
risco de hipertensão e isquemia o quando não é detectada e há
cardíaca e intestinal ressonância uniforme, sugere-se a
 História ginecológica presença de ar livre na cavidade
o história menstrual abdominal
o risco de gravidez ectópica, doença  macicez em outras regiões pode sugerir
inflamatória pélvica, dor entre as massa abdominal deslocando o intestino
menstruações ou endometriose  ascite é detectada pela sensação de
grave flutuação na cavidade abdominal
 peritonite pode ser detectada por
Exame Físico compressão profunda da parede
1. Inspeção geral do paciente abdominal seguida por descompressão
abrupta
Irritação peritoneal – agravamento da dor com
qualquer atividade que movimente ou distenda o Palpação – revela a gravidade e a localização
peritônio – pacientes imóveis no leito, com os precisa da dor abdominal, podendo também
joelhos e os quadris flexionados para reduzir a mostrar peritonite, hérnias fásciais,
tensão na parede anterior do abdome organomegalia ou qualquer massa intra-
abdominal anormal
Dor sem irritação peritoneal (como intestino
isquêmico e cólica biliar ou ureteral) – pacientes  peritonite se associa com contração
mudam continuamente a posição no leito, na involuntária e espasmo muscular
tentativa de achar uma posição que reduza o seu  dor focal – doença inicial ou bem-
desconforto localizada
 dor difusa – sempre investigar onde a dor
Outros indícios importantes – palidez, cianose e é mais intensa
sudorese
2. Inspeção do abdome
Aspecto do abdome – distendido? escafoide?
abaulamento localizado? cicatrizes? eritema ou
edema da pele (sugestivos de celulite da parede
abdominal)? equimoses (infecções necrosantes
mais profundas da fáscia ou de estruturas
abdominais como o pâncreas)?
Exames por Imagem
Radiografias Simples
- Tórax com paciente em posição ortostática
o detecta quantidades mínimas de ar
na cavidade peritoneal
- Abdominal em decúbito lateral com raios
horizontais
o detecta pneumoperitônio
- Abdominal em posição ortostática e
supina
o identifica obstrução gástrica distal
e do intestino delgado proximal,
3. Toque retal médio e/ou distal
Em todos os pacientes com abdome agudo. o determina se a obstrução do
objetivando identificar presença de massa, dor intestino delgado é completa ou
pélvica ou sangue transluminal parcial, pela presença ou ausência
de gás no colon
4. Exame ginecológico - Podem revelar também
o calcificações anormais (coprólitos
Em mulheres com quadro de dor abdominal
aguda localizada abaixo do umbigo apendiculares, cálculos biliares e
cálculos renais)
Avaliação Adicional e Diagnóstico o calcificações pancreáticas
o calcificações nos aneurismas da
 Exames laboratoriais
 Exames de imagem aorta abdominal ou da artéria
visceral e na aterosclerose nos
vasos viscerais
o volvo do ceco ou do cólon sigmoide
Exames Laboratoriais
- Hemograma
o nível de hemoglobina Ultrassonografia Abdominal
o leucograma com diferencial
- Detecta cálculos biliares de forma precisa
- Eletrólitos, ureia e níveis de creatinina
- Avalia a espessura da parede da vesícula
- Exame de urina
biliar e a presença de liquido ao seu redor
o cistite bacteriana, pielonefrite ou
- Determina o calibre dos ductos biliares
diabetes e doença parenquimatosa
intra e extra-hepáticos
renal
- Se associada a USG Transvaginal pode
- Nível de gonadotrofina coriônica humana
ajudar a detectar anormalidades dos
na urina
ovários, anexos e útero
o gestação
- Detecta liquido intraperitoneal
- Amilase e lipase séricas - Limitada, pela presença de ar na cavidade
o pancreatite, infarto do intestino intra-abdominal, na avaliação do pâncreas
delgado ou perfuração de úlcera e de outros órgãos abdominais
duodenal
- Níveis de bilirrubina total e frações Tomografia Computadorizada
- Níveis de fosfatase alcalina
- Útil para identificar muitas das causas de
- Aminotransferases séricas
abdome agudo, bem como suas
- Niveis séricos de lactato e gasometria
complicações
arterial
- Exemplo importante: apendicite
o isquemia ou infarto intestinal
- Indicada, com contraste oral associado ao
- Fezes para ovos e parasitas e sangue
contraste intravenosa, em suspeita de
oculto
lesão intestinal
- Cultura de C. difficile e ensaio de toxina
Monitorização da Pressão Intra-Abdominal
É importante considerar hipertensão
abdominal em qualquer paciente com rigidez
e/ou significativa distensão abdominal, podendo
ser resultado do processo abdominal agudo ou
causa dele. Achados Radiográficos
Considerada elevado quando superior a 11 mmHg
e graduada, por gravidade, de acordo com a
severidade de 1 a 4:
Grau 1 e 2 – intervenções voltadas para manter a
volemia normal, descompressão intestinal através
de sonda nasogástrica e/ou laxantes e enemas, Lavagem Peritoneal Diagnóstica (1000 ml)
suspensão da alimentação enteral, aspiração por
punção de liquido cístico, relaxamento da parede
abdominal e uso criterioso de líquidos
hipotônicos intravenosos
Grau 3 e 4 – necessitam de descompressão
Preparo para Cirurgia de Emergência
cirúrgica via laparotomia com curativo aberto do
abdome 1. Obter acesso intravenoso
a. correção de anormalidades
eletrolíticas
b. infusão de antibióticos
2. Sonda nasogástrica
a. em casos de íleo paralitico
generalizado
Pressão intra-abdominal anormalmente elevada 3. Cateterização vesical com cateter de Foley
reduz o fluxo sanguíneo para os órgãos 4. Tipagem sanguínea, com provas cruzadas
abdominais e diminui o retorno venoso ao 5. Estabilização dos sinais vitais
coração, aumentando a estase venosa. Pode 6. Restauração do equilíbrio ácido-base
também elevar o diafragma, aumentando o pico
de pressão inspiratória e diminuindo a capacidade
ventilatória. Além de se associar com risco de
refluxo esofágico e consequente aspiração
pulmonar. Pacientes Atípicos

Laparoscopia Diagnóstica Gravidez

 Alta sensibilidade e especificidade - Comumente associada a apendicite


 Capacidade de tratar laparoscopicamente o Dor abdominal lateral direita,
várias condições náuseas e anorexia
 Menor morbimortalidade, menor tempo o Febre é incomum
de permanência hospitalar e menores  a menos que o apêndice
custos esteja perfurado com sepse
 Particularmente útil em pacientes abdominal
criticamente doentes que necessitam de o Ultrassom
cuidados intensivos, em que se quer evitar  confiável como primeira
laparotomia ferramenta diagnostica
 Dificuldade em identificar processos o Tomografia helicoidal
retroperitoneais  segunda linha na gravidez
o Ressonância magnética
Diagnóstico Diferencial Amplo e variado
 mostra o apêndice normal e
Achados Sugestivos de Doença Cirúrgica reconhece apêndice
aumentado, liquido
Exame Físico e Laboratório periapendicular e
inflamação
- Segunda doença cirúrgica mais comuns na
gravidez são distúrbios do trato biliar
o Dor, náuseas e anorexia
o Ultrassom
 exame diagnóstico
preferencial
o Conduta conservadora no primeiro
- Infecções atípicas
e segundo trimestres
o tuberculose peritoneal, infecções
o Colecistectomia laparoscópica
fúngicas, aspergillus e micoses
eletiva no segundo trimestre e/ou
endêmicas, ou infecções virais,
no período pós-parto
citomegalovírus e vírus Epstein-
o Pancreatite biliar e colecistite
Barr
aguda devem ser tratadas comm
- Laparoscopia ou laparotomia
mais cuidado
o para aqueles com resultados de
 tratamento conservador
testes diagnósticos ambíguos e
com hidratação, repouso
sintomas persistentes sem
intestinal, analgesia e uso
explicação
judicioso de antibióticos
 tratamento cirúrgico,
apenas na ausência de
resposta ao tratamento
conservador
- Terceira doença cirúrgica mais comum são
obstruções intestinais
o Menos comuns
o Em 2/3 dos casos, são causadas
por aderências
o No restante, pode ser por volvo
o Dor abdominal em cólica
Pacientes Obesos Mórbidos
Pacientes Criticamente Doentes
- Exame físico e por imagem prejudicados
- Ultrassom à beira leito - Laparoscopia é ferramenta valiosa
- Paracentese
- Minilaparoscopia
Pacientes Imunocomprometidos
- Idosos, desnutridos, diabéticos,
transplantados em terapia de manutenção Algoritmos do Abdome Agudo
de rotina, pacientes com câncer, com
insuficiência renal ou com HIV
- Manifestações atípicas
- Associados com colite
pseudomembranosa
o diarreia, desidratação, dor
abdominal, febre e leucocitose
o TC – espessamento da parede
intestinal (>11-15 mm),
distribuição pancolônica e posição
pericolônica, ascite, realce
generalizada do padrão da mucosa
intestinal, dilatação difusa do
intestino delgado e um sinal de
duplo halo
Fisiopatologia
1. Obstrução por fecalito
2. Inflamação
3. Irritação do peritônio visceral
4. Dor mal localizada
5. Irritação do peritônio parietal
6. Dor bem localizada em fossa ilíaca direita
7. Sinal de Blumberg positivo
Quadro Clinico

 Dor abdominal, febre, náuseas, vômitos e


anorexia
 Sinal mais clássico é a perda de apetite
(hiporexia)
 Laboratório: leucocitose
Características do Abdome Agudo
 Imagem: TC e USG
Tipo Dor Sinais e Sintomas
Inflamatório Insidiosa, difusa e Febre e náuseas,
progressiva sinais de peritonite
e distensão
abdominal
Perfurativo Súbita, forte e Choque, sepse e
contínua sinais de peritonite
Obstrutivo Cólica, visceral e Náuseas e vômitos,
progressiva distensão
abdominal e
ausência de ruídos
hidroaéreos
Hemorrágico Súbita, leve e difusa Sinais de choque e
peritonite
Clínica variável
Vascular Súbita e intensa Ausência de sinais
de peritonite

Abdome Agudo Inflamatório


Colecistite Aguda ----------------------------------
Fisiopatologia:
1. Armazenamento de bile
2. Cálculos
3. Colestase
4. Distensão
5. Espasmo
6. Dor
7. Cólica biliar (Colelitiase)
8. Inflamação/Infecção
Quadro Clínico

 Febre, dor em hipocôndrio direito e


leucocitose
 Sinal de Murphy positivo
o secundário à irritação peritoneal
parietal

Apendicite Aguda
----------------------------------
Causa mais comum de abdome agudo
Abdome Agudo Obstrutivo
 Segundo tipo mais comum
 Diversas causas:
o volvo do sigmoide ou ceco
o hérnias
o bridas/aderências de cirurgia
previa no intestino delgado
o íleo biliar
o neoplasia gastrointestinal
 Quadro clinico:
o dor em cólica
o náuseas e vômitos
o parada da eliminação de gases e
fezes (suboclusão ou oclusão
completa)
o distensão abdominal
(hipertimpanismo)
Tratamento o inicialmente, ruídos hidroaéreos
aumentados (som metálico), que
 Apendicectomia evoluem para ausência de sons
 Antibióticos (fadiga)
Pancreatite Aguda  Exames Complementares
--------------------------------- o RX de Tórax (PA)
o RX de Abdome (em pé e deitado)
Fisiopatologia o níveis hidroaéreos escalonados
1. Diversas etiologias o empilhamento de moedas
2. Ativação de enzimas pancreáticas o edema de parede de alça
a. amilase e lipase
3. Inflamação e necrose do parênquima
4. Dor
Quadro Clinico

 Dor abdominal alta e em faixa


 Náuseas e vômitos
 Alterações sistêmicas:
o hipóxia, edema local, hemorragia e
insuficiência renal aguda
o Sinal de Grey-Turner e Sinal de
Cullen
Diverticulite Aguda -------------------------------
Fisiopatologia
1. Herniação da mucosa colônica
2. Fragilidade da túnica muscular
3. Inflamação peridiverticular
4. Dor
Quadro Clinico

 Dor em fossa ilíaca esquerda


 Complicações:
o peritonite local ou generalizada
o fístulas vesicais
Volvo de Sigmoide
---------------------------------

 Volvo é uma condição em que o intestino


sofre uma torção sobre o seu eixo
mesentérico
 Resulta em obstrução parcial ou completa
do lúmen intestinal
 Grau variável de obstrução do suprimento
sanguíneo
 Geralmente, afeta o cólon:
o responsável por quase 4% dos
casos de obstrução do intestino
grosso
o qualquer porção do intestino
grosso pode sofrer torção, caso este
segmento esteja ancorado a um
mesentério longo e frouxo, que seja
fixo ao retroperitônio por uma base
estreita
o a anatomia mesentérica torna o
volvo mais comum no cólon
sigmoide (2/3 dos casos)
 Exames:
o Clister Opaco
 Sinal do bico de passarinho
 Sinal do Grão de Café

 Tratamento:
o observar se presença de sinais de
peritonite
o se distensão de ceco acima de
12cm, sugestivo de lesão em alça
fechada com indicação de
descompressão de urgência
o não cirúrgico: descompressão por
sonda nasogástrica, hidratação,
analgesia e reavaliações seriadas
o cirúrgico: peritonite e lesões em
alça fechada ou neoplasias
(tumores)
Classificação (em relação a válvula íleo-cecal):
 Lesão Alta
o vômitos precoces
o parada da eliminação de gases e
fezes tardia
o alcalose metabólica (gasometria)
 Lesão Baixa
o parada da eliminação de gases e
fezes inicialmente
o vômitos tardios e de conteúdo
fecaloide
o válvula incompetente
 Lesão em Alça fechada
 Infarto esplênico
 Torção de mioma uterino
o Tomografia – Sinal do
Redemoinho Causas
- Embolia da artéria mesentérica superior
o cardiopata grave
 arritmia (FA)
 valvulopatias
o arteriopata
o dislipidêmico
o diabético
- Obstrução dos vasos mesentéricos
- Embolia não oclusiva
Abdome Agudo Perfurativo Perfuração não- o algum grau de obstrução dos vasos
traumática de uma víscera oca o vasoconstrição intensa
Causas (desidratação ou uso de drogas
vasoativas)
1. Úlcera péptica: - Trombose da artéria mesentérica superior
a. Gástrica - Trombose da veia mesentérica superior
i. parede anterior
ii. peritonite Quadro Clínico
b. Duodenal - Grave
i. mais comum - Dor súbita, intensa e recente
ii. parede posterior - Taquicardia, hipotensão, taquipneia e
(retroperitoneal) sudorese
iii. hemorragia - Desproporção entre a clinica e o exame
2. Divertículo roto físico
3. Apendicite perfurada - Toque retal com presença de sangue em
4. Colecistite perfurada geleia de framboesa
5. Neoplasias gastrointestinais (perfuração)
6. Corpo estranho Exames

Quadro Clinico - Leucocitose importante


- Acidose metabólica (por aumento de
 Inicio recente lactato)
 Dor variável - Angiografia com ausência de peritonite
o súbita, difusa e intensa
 Peritonite Tratamento
o sinais de irritação peritoneal
Laparotomia com ressecção das áreas inviáveis
 Estático
o posição antálgica Abdome Agudo Hemorrágico Sangue livre na
 Sinal de Joubert cavidade abdominal
o perda da macicez no hipocôndrio
Causas
direito (timpanismo)
- Gravidez ectópica rota
Exames
- Rotura esplênica
 RX de Tórax (PA) - Aneurisma de aorta abdominal
 RX de Abdome (em pé e deitado em o mortalidade de 50%
decúbito lateral esquerdo) - Cisto ovariano roto
Tratamento Quadro Clinico
 Laparotomia exploratória - Mulheres jovens
- Choque
Abdome Agudo Vascular
Exames
 Obstrução dos vasos mesentéricos
 Torção do pedículo de cisto ovariano - USG com liquido livre
- Beta-HCG Demais Cenários Os pacientes serão
submetidos à investigação adicional do abdome
Tratamento Laparotomia exploradora para avaliação de lesão intra-abdominal
Abdome Agudo Traumático

Trauma Contuso Trauma Penetrante


Resulta na laceração de Pode resultar em
órgãos maciços, laceração de órgãos
usualmente causando maciços e perfuração de
sangramento, que na órgãos ocos, que devem
forma mais severa se ser descobertas e
manifesta como choque reparadas no momento
hemorrágico ou da laparotomia
perfuração de víscera no
trato gastrointestinal

Manejo Imediato
- Reanimação e avaliação
- Em casos de choque:
o reanimar com soluções cristaloides
e hemoderivados
o avaliação rápida da causa do
sangramento
- Se houverem corpos estranhos que
transfixaram a parede abdominal:
o devem ser mantidos durante a
avaliação inicial
o proteger o abdome de movimentos
excessivos Tomografia Computadorizada de Abdome
o remover somente após a definição
do planejamento definitivo, que - Principal exame de imagem para o
quase sempre inclui procedimento paciente estável com trauma abdominal
cirúrgico abdominal contuso
- Permite o planejamento de um tratamento
Avaliação de trauma abdominal contuso não cirúrgico de lesões de muitos órgãos
maciços
Primeiro Cenário - Tipicamente, realizada com contraste
- Pacientes instáveis e com liquido intra- intravenoso
abdominal identificado no FAST o captura da fase venosa portal
- Necessitam de laparotomia de emergência o visualização melhor da
para o tratamento do sangramento vascularização e perfuração
visceral dos órgãos abdominais
Segundo Cenário maciços
- Proporciona excelente visualização órgãos
- FAST não disponível
sólidos, permitindo
- Aspiração de 10ml de sangue ou mais no
o caracterizar a gravidade da lesão
lavado peritoneal também sugere
sangramento ou hemorragia intra- (grau do trauma)
abdominal o reconhecer sangramento ativo
- Necessário cirurgia de emergência  aparece como
extravasamento do
Terceiro Cenário contraste
- Também permite avaliação das estruturas
- Pacientes com peritonite
retroperitoneais
- Necessitam de exploração abdominal para
- Menos sensível para detecção de lesões em
avaliar lesão de víscera oca
vísceras ocas, apenas as sugerindo por:
o espessamento da parede intestinal
o inflamação ao redor do tecido
adiposo, vista como fibrila ou
presença de liquido livre
intraperitoneal
o esse achados combinados com
sinais e sintomas, como marca do
cinto de segurança no abdome ou
com reparo das lesõ
dor ao exame, é sugestiva desse
tipo de lesão e pode necessitar de
exploração
o outros achados indicativos dessa
condição incluem analise do Fáscia abdominal anterior ou posterior
liquido da lavagem peritoneal com
leucócitos acima de 500/mm3,
amilase, bilirrubinas ou partícula
de matéria

avaliação de trauma abdominal penetrante


- Feridas por arma de fogo na parede
anterior do abdome
o necessitam de transferência rápida
para o centro cirúrgico para
laparotomia
- Dependendo da localização da ferida
penetrante, o tórax também precisa de
avaliação para lesões mediastinais,
pleurais ou pulmonares Após 24hrs de avaliação
- A avaliação da trajetória dos projeteis,
localização e posição deve ser breve e não
pode retardar a cirurgia - Mais recentemente, tem sido utilizada
o especialmente, se o paciente a laparoscopia
o ferramenta adicional
estiver hemodinamicamente
instável o serve para estabelecer ou
- Feridas penetrantes por arma excluir penetração peritoneal
branca são avaliadas de uma forma o pode ser utilizada para
diferenciada: identificar violação do
peritônio parietal
 não é suficiente para
explorar o abdome
inteiro
 laparotomia é indicada
para identificar as
demais lesões
- Tomografia Computadorizada
o beneficia pacientes com trauma
penetrante, de baixa ou alta
energia, posteriormente à linha
axilar média através do dorso
o sintomas abdominais
associados a um trajeto claro
de penetração do abdome
indica necessidade de
exploração abdominal
o mas como o retroperitônio tem
espessura e densidade grandes,
ele acaba por fornecer proteção
contra lesão de estruturas  porém, alguns pacientes
importantes, tornando o podem apresentar
procedimento cirúrgico hemorragia tardia (10,6%),
desnecessário na maioria dos variando com o grau da
casos lesão esplênica
o permite estabelecer o trajeto o hematoma subcapsular
das lesões - Apesar de menos comum, pode haver
 importante para o também trauma esplênico penetrante
planejamento - Essas lesões podem ser identificadas:
terapêutico (avaliação o durante a laparotomia em
observacional adicional pacientes instáveis e que foram
ou tratamento da lesão) levados emergencialmente para o
 feito com alinhamento centro cirúrgico
de marcadores externos o em pacientes com liquido intra-
com projeteis internos e abdominal no FAST, que
bolhas de ar dentro dos necessitam, portanto, de
tecidos exploração do baço (órgão intra-
 caso haja projetil retido, abdominal comumente sangrante)
o exame fica o em tomografia computadorizada
obscurecido pela com contraste intravenoso, em
presença de artefato pacientes estáveis
radiográfico - A classificação da lesão esplênica
repousa em:
tratamento Laparotomia
o descrição das características
- Exploração sistemática para que todas as parenquimatosas ou subcapsulares
áreas sejam avaliadas e não ocorra perda o presença de envolvimento vascular
da detecção de lesões - O melhor exame nesse tipo de suspeita é a
- Caso haja deterioração da condição tomografia computadorizada com
fisiológica, deve-se adiar essa intervenção contraste intravenoso na fase
venosa portal
Lesões Esplênicas
- O baço é o órgão intra-abdominal mais
comumente lesado em traumas
abdominais, principalmente contusos
- Relaciona-se a mortalidade significativa
(10,8%), devido as lesões associadas e ao
retardo pré-hospitalar
- A fisiopatologia da lesão esplênica
contusa pode incluir: compressão direta Tomografia Computadorizada com Contraste
do órgão no quadrante superior esquerdo Intravenoso na Fase Venosa Portal
do abdome ou um mecanismo de
desaceleração que rompe a capsula ou  Principal exame para realizar o
parênquima esplênicos, principalmente diagnostico e caracterizar as lesões
nas áreas fixadas ou presas ao esplênicas, sendo capaz ainda de visualizar
retroperitônio a vascularização
- Essa lesão, geralmente, cursa com:  Lesões esplênicas aparecem como:
o sangramento o rupturas no parênquima normal
 pode estar presente no o frequentemente, com hematoma
momento da apresentação ao redor e sangue livre intra-
ou, frequentemente, já terá abdominal
parado o ocasionalmente, com
 a parada do sangramento extravasamento ativo de contraste
permite que muitas dessas  identificado como uma
lesões sejam tratadas sem mancha de alta densidade
esplenectomia  contido em um
pseudoaneurisma ou
sangramento no espaço o idade
peritoneal o presença de sangramento ativo?
o outros achados incluem: o identificação de lesão esplênica em
 hematoma confinado no exames de imagem no momento da
espaço subcapsular admissão?
 completa desvascularização - Elegível para muitos pacientes
do órgão causada por lesão - Somente para pacientes sem sangramento,
dos vasos hilares ou seja, com lesão esplênica hemostática
- Necessita de ausência de qualquer
indicação fisiológica de sangramento ativo
- Para avaliação adicional e tratamento, no o estabilidade hemodinâmica sem
momento, das lesões, pode-se utilizar a suporte volêmico intravascular
angiografia em casos de: o pressão arterial sistêmica normal
o lesões com demonstração de o ausência de taquicardia
sangramento ativo na tomografia o ausência de sinais físicos de
o lesões de elevada gravidade, devido choque
ao elevado risco de sangramento o ausência de acidose metabólica
tardio durante o tratamento não - Pacientes com instabilidade
cirúrgico hemodinâmica transitória e que
- A angiografia permite: responderam à infusão cristaloide também
o identificar locais específicos de podem ser considerados para esse manejo
sangramento do parênquima o porém, tem um limiar mais baixo
esplênico de indicação para a cirurgia
o visualizar vasos trabeculares e - Vigilância com manejo da lesão esplênica
segmentares subjacentes sem cirurgia
o não consegue, entretanto, - Reservado para lesões de grau I e II, como
caracterizar lesão esplênica também nas lesões isoladas de grau III
parenquimatosa
 sendo usada, sempre, como
complementar a TC
o seu maior beneficio está no
potencial de obstruir locais de 2. Tratamento Cirúrgico por Esplenectomia
sangramento por via endovascular ou Reparo Esplênico
 angioembolização
 indicada para pacientes que - Tratamento definitivo para sangramento
são candidatos ao esplênico
tratamento não cirúrgico - Não apresenta um perfil de grande risco
(não estão em choque e - Indicado nos casos de:
apresentam estabilidade o instabilidade na admissão
hemodinâmica), mas o desconhecimento da exata
apresentam mancha na localização do sangramento
tomografia, sugestiva de o fracasso da abordagem não
extravasamento ativo cirúrgica
 capaz de eliminar o o suspeita de o baço ser o culpado
pseudoaneurisma esplênico ainda no pré-operatório
- Melhor abordagem cirúrgica é:
Somente pacientes estáveis hemodinamicamente o incisão na linha mediana com
são considerados para avaliação angiográfica e
tamponamento nos quatro
possível tratamento angioembólico
quadrantes
Tratamento de lesões esplênicas por trauma o seguida por tamponamento da
contuso: lesão esplênica (controle de danos)
ou esplenectomia (retirada do
1. Tratamento Não Cirúrgico baço)
- Antes da cirurgia, o paciente deve ser
- Requer seleção apropriada com base em: vacinado contra bactérias encapsuladas:
o condições fisiológicas do paciente o Streptococcus pneumoniae
o Neisseria meningitidis o ruptura do parênquima hepático
o Haemophilus influenzae com sangramento ou hematoma
peri-hepático
o hemoperitônio
Lesões Hepáticas o ocasionalmente, extravasamento
de contraste intravenoso
- Segunda lesão mais comum em trauma  identificado como
abdominal contuso, por: indicador de
o compressão com dano direto do pseudoaneurisma ou
parênquima sangramento ativo externo
o forças de cisalhamento com à capsula hepática
laceração do tecido hepático,
ruptura vascular e conexões
ligamentares Tratamento das Lesões Hepáticas
- Alta mortalidade associada (14,9%) 1. Tratamento Não-Cirúrgico
- Também é comum lesão hepática
secundaria a trauma abdominal - Abordagem mais conservadora
penetrante - Benéfico para pacientes estáveis
o devido ao grande volume ocupado o sem sangramento ativo hepático na
no abdome pelo fígado apresentação
o sendo, inclusive, o principal órgão o condição fisiológica estável
abdominal lesado nesse tipo de o ausência de taquicardia,
trauma hipotensão, acidose metabólica e
o associam-se com morbidade em sinais físicos de choque
arvore biliar e vascular o hemodinamicamente estável sem
- Identificadas na exploração do abdome de reanimação volêmica
um paciente instável, submetido à cirurgia - Considerado para todos os pacientes com
devido ao achado de liquido livre no FAST lesão hepática, mesmo de alto grau, que
- Pacientes estáveis com suspeita de trauma estejam hemodinamicamente estáveis
hepático devem ser submetidos a - SEMPRE estar atento para indicadores de
tomografia computadorizada novos sangramentos ou complicações
abdominal com contraste associadas
intravenoso - A angiografia pode ser utilizada para
- A classificação da lesão hepática tratamento de pseudoaneurisma hepático,
envolve: com embolização dos vasos sanguíneos
o extensão do envolvimento do que apresentaram extravasamento
parênquima - Tratar não cirurgicamente pode levar ao
o presença de lesão vascular desenvolvimento de complicações:
o ressangramento tardio
o vazamento biliar com formação de
biloma e hemobilia
o desenvolvimento de abcessos
hepáticos
- Inclui:
o tomografia ou ultrassom para
identificar a lesão
o drenagem percutânea guiada por
Tomografia Computadorizada com Contraste tomografia ou ultrassom para
Intravenoso tratar abcesso ou biloma
 Proporciona detalhes anatômicos o CPRE com colocação de stent para
significativos descomprimir arvore biliar e
 Elevada acurácia na caracterização das promover cicatrização do
lesões hepáticas vazamento biliar
 Achados associados a essa lesão são:
o laparoscopia ou laparotomia para sangramento e fechamento das camadas
tratar ascite biliar refrataria a serosa e muscular com fio inabsorvivel
drenagem percutânea
2. Perfurações de toda a parede
Devem ser desbridadas para remover tecido
2. Tratamento Cirúrgico gástrico não viável e, então, fechadas com
uma ou duas camadas de fio absorvível,
- Menos definitivo e mais desafiador seguida pela inversão da linha de sutura com
- Declínio hemodinâmico exige a realização pontos seromusculares inabsorviveis ou
da cirurgia aparelho do tipo grampeador
- Imediato, por laparotomia, para os
3. Perfurações que envolvem a junção
pacientes instáveis durante a avaliação na
gastroesofagiana, pequena curvatura,
emergência e com liquido na cavidade
fundo ou parede posterior
intra-abdominal
- Abordagem mais apropriada: Mais desafiadoras para abordagem e reparo,
o laparotomia mediana necessitando de uma melhor exposição do
o seguida por agentes hemostáticos abdome superior
tópicos ou hepatorrafia (lesões
4. Lesões destrutivas do estomago
leves com pequeno ou nenhum
envolvendo grandes porções da parede
sangramento) ou manobra de
gástrica
Pringle (sangramento mais grave)
o em casos de lesões hepáticas na Raramente, necessitam de gastrectomia
vizinhança da veia cava retro- parcial ou total. Sendo a reconstrução feita
hepática pode-se realizar por gastroenterostomia, Billtorth I ou II, ou
tamponamento isolado (shunt criação de uma esofagojejunostomia em Y de
atriocavar ou de Scrock) Roux

Lesões Gástricas Lesões Duodenais


- Mais comum após trauma abdominal - Raras após trauma abdominal penetrante
penetrante e contuso
- Associa-se com mortalidade de 19,7% - Maioria causada por mecanismos
- Frequentemente, são lesões com penetrantes, por feridas de projetil de
perfuração de todas as paredes, resultando arma de fogo
em extravasamento do conteúdo gástrico - Alta mortalidade associada (22,1%)
- Raras são as lesões gástricas contusas, - Somente 0,1% dos pacientes com trauma
causadas por aumento agudo da pressão contuso vai apresentar lesão duodenal,
intraluminal por forças externas que geralmente por golpe no epigástrio por
resultam em ruptura da parede gástrica objeto estreito, resultando em contusão da
o mecanismo de elevada energia parede ou explosão secundaria à elevação
o associa-se, comumente, a outras aguda da pressão intraluminal (abdome
lesões (fígado, baço, pâncreas e sendo golpeado pelo volante ou crianças
intestino delgado) pelo guidom da bicicleta)
- Comumente, são identificadas no exame - Identificada, geralmente, em
físico pela presença de peritonite laparotomia
- Podem ser também identificadas por - Devido à localização retroperitoneal de
tomografia computadorizada ou uma parte significativa do duodeno, o
lavagem peritoneal exame físico é limitado
o perfurações de toda a parede
Tratamento e Reparo das Lesões Gástricas duodenal podem não demonstrar
Baseado na gravidade e na localização da lesão: sinais peritoneais, a menos que a
perfuração envolva um segmento
1. Grandes hematomas intramurais intraperitoneal
Devem ser evacuados para assegurar ausência
de perfuração, seguido pelo controle do
- O principal exame para avaliação de lesão
duodenal é a tomografia
computadorizada Lesões Pancreáticas
- Qualquer indicio de perfuração duodenal - Devido a sua localização adjacente, as
no exame físico ou em exame de imagem lesões do duodeno são frequentemente
deve ser prontamente explorada associadas a lesões pancreáticas
cirurgicamente - Raras em mecanismos contusos e
penetrantes
Tomografia Computadorizada - Alta mortalidade associada a atrasos no
diagnóstico e tratamento (23,4-30,2%)
 Baixo limiar para exploração cirúrgica - Os mecanismos de lesão envolvem:
 Seus achados incluem: o inflamação sistêmica maciça,
o espessamento da parede duodenal devido a natureza caustica das
o ar ou liquido fora do lumen enzimas pancreáticas
intestinal o penetração direta do órgão
o extravasamento de contraste, se for o transmissão de força de energia de
administrado oralmente contusão para o retroperitônio
 Pode identificar lesões de baixo grau, que o esmagamento do corpo do
resultam em hematoma duodenal pâncreas entre estruturas rígidas,
 Avalia também o pâncreas, importante por como volante ou cinto de
conta do elevado índice de lesão segurança e coluna vertebral, com
concomitante lesão pancreática contusa ou
transsecção completa com ruptura
ductal
Tratamento das Lesões Duodenais - Diagnóstico desafiador:
o exame físico pouco útil, haja vista a
Depende da gravidade e da localização da lesão: localização retroperitoneal do
1. Hematomas da parede duodenal órgão
o tomografia computadorizada
Tipicamente, não necessitam de tratamento, a abdominal realçada com contraste
menos que sejam grandes e resultem em intravenoso pode indicar lesão
obstrução da saída gástrica; sendo reparados pancreática, podendo ser repetida
por descompressão gástrica e início de o níveis elevados de amilase podem
nutrição parenteral total, com reavaliação do refletir trauma pancreático,
esvaziamento gástrico com exame contrastado quando obtidos mais de 3hrs após
após 5-7 dias. Se após duas semanas de a admissão (uso limitado)
repouso gástrico, a obstrução persistir, a o CPRE e CPRM pra visualização dos
exploração é autorizada para avaliar ductos pancreáticos também pode
perfuração, estenose ou lesão pancreática ser útil
associada.
2. Hematoma duodenal identificado em
laparotomia por outra indicação Tomografia Computadorizada
Deve ser prontamente avaliado para  Sensibilidade limitada para lesão
perfuração. Frequentemente, se descomprime parenquimatosa e ruptura do ducto
durante a mobilização duodenal, embora pancreático
intencionalmente a abertura da serosa para  Não descarta lesão pancreática
drenar um hematoma incidentalmente  Achados sugestivos incluem:
identificado deva ser evitada na ausência de o má perfusão do parênquima
lesão de toda a espessura da parede pancreático, indicando ruptura
o liquido ao redor
3. Lesão de toda a espessura da parede
o hematoma e filamentos no tecido
duodenal
conjuntivo adjacente
Pode ser reparada por uma abordagem de
camada simples ou dupla, dependendo da
quantidade de tecido disponível. Tratamento de Lesões Pancreáticas
Linha principal  Cirurgia de Wipple 1. Lacerações serosas
Em lesões que não envolvem o ducto pancreático, Podem ser reforçadas com sutura continua
(hematomas, contusões parenquimatosas e com fio inabsorvivel, que imbrica a lesão
lacerações da cápsula ou parênquima superficial),
2. Perfurações pequenas que podem ser
pode ser realizado somente controle de danos
fechadas sem o comprometimento do
com controle de hemorragia, drenagem externa
lumen intestinal
com derivação do vazamento das enzimas
pancreáticas e fechamento abdominal temporário Devem ser desbridadas e reparadas com uma
com planos para reexploração. ou duas camadas
3. Lesões que ocupam mais de 50% da
circunferência do lúmen intestinal
Devem ser encaminhadas para ressecção e
anastomose (manuais ou grampeadas)
4. Controle de danos
Inclui rápido fechamento das perfurações
para controle de contaminação e/ou
grampeamento com ressecção dos segmentos
lesados.
5. Pacientes com choque
Podem se beneficiar com ressecção sem
anastomose imediata, fechamento temporário
do abdome, reanimação e reestabelecimento
da continuidade intestinal em posterior
retorno ao centro cirúrgico.

Lesões do Cólon e do Reto


- Ocorrem mais comumente após trauma
abdominal penetrante (perfuração) e,
raramente, após mecanismos contusos
(esmagamento, ruptura por aumento de
pressão intraluminal, cisalhamento ou
Lesões do Intestino Delgado
laceração)
- É um dos órgãos mais frequentemente - As lesões podem variar de acordo com o
lesados após trauma abdominal grau de destruição da parede colônica e
penetrante, provavelmente secundário também serem obscurecidas pela
ao grande percentual ocupado no abdome localização retroperitoneal de alguns
- Mortalidade variável, entre 10-25%, com a segmentos do cólon
principal causa associada a lesões - Identificadas principalmente por
vasculares laparotomia, sendo resolvidas
- Lesões contusas são mais raras e imediatamente devido à instabilidade
envolvem esmagamento, ruptura e hemodinâmica ou mecanismo penetrante
cisalhamento apropriado
- Frequentemente, são identificadas no - Avaliação adicional é exigida caso, no
momento da laparotomia toque retal, seja identificado sangue:
- Avaliação desafiadora e que exige uso de o colonossigmoidoscopia rígida
exames de imagem  visualiza reto e cólon
sigmoide distal
Tratamento e Reparo de Lesão Intestinal
o endoscopia
Depende da extensão da destruição da parede  revela claramente lesão no
intestinal em relação à circunferência luminal: reto ou hematoma na
parede retal ou grande
quantidade de sangue na
ampola retal
o exame pélvico na laparotomia
 identifica lesões retais
superiores, sobretudo sobre
as superfícies anterior ou
lateral
Tratamento das Lesões de Cólon
Reparo cirúrgico depende da gravidade da lesão
na parede colônica e das condições gerais do
paciente  Ressecção com criação de colostomia
Em casos de lesões retais, recomenda-se
tratamento cirúrgico por derivação de drenagem
pré-sacral com colostomia.

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