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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA

Portal Educação

CURSO DE
PEELINGS FACIAIS

Aluno:

EaD - Educação a Distância Portal Educação

AN02FREV001/REV 4.0

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CURSO DE
PEELINGS FACIAIS

MÓDULO III

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este
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mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são
dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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MÓDULO III

Olá, seja bem-vindo (a) ao módulo III do curso de PEELINGS FACIAIS.


Neste módulo vamos estudar sobre os peelings químicos. Iremos estudar sobre os
conceitos gerais do procedimento, indicações e contraindicações, classificações e
níveis de peelings químicos, procedimentos, possíveis riscos e complicações, além
de alguns resultados.

14 PEELINGS QUÍMICOS: CONCEITOS GERAIS

Como vimos, as modificações da pele que ocorrem devido ao


envelhecimento levam à flacidez de pele, diminuição da elasticidade, desidratação,
alterações vasculares, rugas e diminuição da espessura da epiderme.
Os peelings químicos são procedimentos que buscam melhorar a qualidade
dos tecidos e minimizar os sinais de envelhecimento. Os peelings químicos também
podem ser chamados de resurfacing químico, quimioesfoliação ou quimiocirurgia.
Esse procedimento consiste na aplicação de algum agente químico que
causa uma destruição controlada da epiderme e a sua posterior reepitelização,
podendo ser empregados em diferentes formulações.
As formulações utilizadas para os peelings químicos são formadas por vários
princípios ativos, em diferentes concentrações. O valor do pH (potencial
hidrogeniônico) é também variável em função das concentrações utilizadas. De
acordo com a fórmula utilizada, os peelings podem atingir profundidades diferentes
na pele sendo classificados como muito superficiais, superficiais, médios ou
profundos. Todos eles aceleram o processo de renovação celular, normalizando a
pigmentação da pele, atenuando marcas e minimizando rugas.
Apesar de todos os avanços tecnológicos, os peelings químicos constituem
ainda hoje uma poderosa arma contra o envelhecimento cutâneo. É uma técnica
consagrada, conhecida, de baixo custo e que alcança excelentes resultados.

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Para iniciar nosso estudo sobre os peelings químicos precisamos
compreender o que são os ácidos utilizados neste procedimento.

Os ÁCIDOS são substâncias que possuem pH inferior ao da pele,


transformando-a em um meio ácido e proporcionado descamação ou
esfoliação da pele.

A concentração ou percentual do ácido a ser utilizado depende do quadro


clínico que o paciente apresenta e do tipo de acido escolhido. Quando maior a
concentração do ácido, mais profundo será. Quanto menor for o pH, mais
irritabilidade provocará na pele. Os peelings muito superficiais e superficiais podem
ser realizados por fisioterapeutas dermatofuncionais ou tecnólogos em estética e
cosmetologia. Os peelings médios e profundos podem ser aplicados apenas por
médicos especialistas.
Para a realização dos peelings químicos podem ser utilizados um ou mais
agentes esfoliantes. A associação de diferentes ácidos normalmente proporciona
melhores resultados com menor índice de efeitos adversos (peelings combinados).
O uso dos peelings combinados possibilita utilizar concentrações mais seguras dos
esfoliantes atingindo camadas mais profundas da pele com menores concentrações
e potencializando as ações dos ácidos. Dessa forma, evita-se o risco de
complicações.

15 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES AOS PELLINGS QUÍIMICOS

As principais indicações para os peelings químicos são:

 Envelhecimento cutâneo;

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 Discromias (efélides, lentigos, melasmas epidérmicos e dérmicos,
pigmentação pós-inflamatória);

 Rugas finas leves a moderadas (depressões, saliências e rugas mais


profundas não respondem ao peeling e podem necessitar de outros
procedimentos cosméticos ou cirúrgicos);

 Sequelas de acne;

 Cicatrizes inestéticas;

 Lesões epidérmicas (ceratoses seborreicas, actínicas e liquenoides).

As contraindicações para a realização dos peelings químicos são:

 Pacientes que apresentem alguma doença de pele;

 Pacientes com infecção ativa como herpes ou acne;

 Pacientes que fizeram uso recente de isotretinoína;

 Gravidez;

 Câncer de pele;

 Presença de lesões escoriativas da pele;

 Cuidados especiais em pacientes com pele de fototipos V e VI.

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16 CLASSIFICAÇÃO E NÍVEIS DE PEELINGS QUÍMICOS

Os peelings químicos se classificam, em geral, em: muito superficiais,


superficiais, médios e profundos. Quanto mais profundos, mais resultados alcançam,
porém aumentam também os riscos e o desconforto durante e após o procedimento.
A opção pelo tipo de peeling depende do conhecimento da profundidade da lesão a
ser tratada. Deve-se sempre evitar a esfoliação desnecessariamente mais profunda
do que a própria alteração a ser tratada.
Como vimos no módulo anterior, os peelings muito superficiais atingem
apenas a camada córnea da epiderme, fazendo uma abrasão suave. Esse tipo de
peeling químico pode ser utilizado em todos os tipos de pele e em diversas áreas do
corpo. Normalmente não causa sinais posteriores na pele, nem reações. A seguir,
alguns exemplos de compostos utilizados para realizar o peeling químico muito
superficial:

 Ácido salicílico 30% (uma ou mais camadas);

 Ácido glicólico 40 a 50% (por 1 a 2 minutos);

 Ácido tioglicólico 10 a 20%;

 Solução de Jessner (uma ou duas camadas);

 Resorcina 20 a 30% (por 5 a 10 minutos);

 LHA 5 a 10% - Ácido capril-oil salicílico;

 ATA 10 a 20% (uma camada);

 Tretinoína.

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No peeling superficial ocorre a descamação superficial das camadas da
epiderme. Esse processo ativa um mecanismo biológico que estimula a renovação e
o crescimento celular, dando à pele uma aparência mais saudável e viçosa.
Dependendo da concentração e do tempo que o produto permanece na pele
ocorrem alterações profundas na estrutura celular com aumento da espessura da
epiderme e aumento na produção de fibras colágenas.
Normalmente esse tipo de peeling é seriado, ou seja, é repetido em
intervalos cursos (seis aplicações uma vez por semana ou quinzenalmente). A
descamação posterior ao peeling superficial é discreta e não atrapalha as atividades
de vida diária e profissional do paciente. Normalmente causam discreta ardência e
vermelhidão da pele que dura de dois a cinco dias.
Os peelings superficiais melhoram a textura da pele, clareiam manchas e
atenuam rugas finas, estimulando a renovação do colágeno. A seguir, alguns
exemplos de compostos utilizados para realizar o peeling químico superficial:

 Ácido glicólico 40 a 70% (por 2 a 20 minutos);

 Ácido mandélico 30 a 50% (por 2 a 20 minutos);

 Solução de Jessner (quatro a dez camadas);

 Resorcina 40 a 50% (por 30 a 60 minutos);

 ATA 10 a 30%.

Os peelings médios provocam descamação mais espessa e escura,


necessitando de 7 a 15 dias para retorno à vida normal. São indicados quando a
pele está em um estágio mais avançado de envelhecimento e ocorrem asperezas,
queratoses e rugas mais pronunciadas. Também são indicados para o clareamento
de manchas e cicatrizes de acne. A seguir, alguns exemplos de compostos
utilizados para realizar o peeling químico médio:

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 ATA 35 a 50%;

 Ácido glicólico 70% (por 3 a 30 minutos);

 Ácido mandélico 50% (por 5 a 30 minutos);

 Jessner + ATA 35%;

 Ácido glicólico + ATA 35%;

 Ácido pirúvico;

 Jessner + ácido glicólico 40 a 70%.

Os peelings profundos são bem mais agressivos que os demais, provocam a


formação de crostas e o pós-peeling exige o uso de curativos. A recuperação pode
durar até um mês porque eles provocam a descamação total da derme papilar e
exposição da derme reticular. Em geral os resultados são muito bons, com
renovação importante da pele e diminuição de rugas profundas.
Seu uso é reservado para casos severos de cicatrizes de acne, marcas de
expressão profundas, graves discromias infiltradas na derme e degeneração das
fibras de colágeno e elastina. Necessitam de um período maior de recuperação, em
que o paciente deve se reservar da exposição solar e adotar cuidados adicionais de
proteção como o uso de óculos escuros e chapéu. A seguir, alguns exemplos de
compostos utilizados para realizar o peeling químico profundo:

 Fenol 88% com oclusão;

 Baker e Gordon (fenol modificado a 45 a 50%).

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Existem outros fatores que também podem interferir na profundidade dos
peelings químicos:

a) Em relação ao agente esfoliante:

 Tipo de solução;

 Concentração dos ativos;

 Número de camadas aplicadas do produto;

 Técnica de aplicação (pincel ou gaze);

 Tempo de contato com a pele (especialmente os AHAs);

 Frequência de aplicação;

 Procedência dos agentes químicos.

b) Espessura da pele:

 Tipo de pele (fina ou espessa);

 Localização anatômica (face ou corpo).

c) Integridade da epiderme

 Limpeza prévia da pele;

 Desengorduração prévia;

 Preparo prévio.

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d) Modo de oclusão dos agentes:

 Forma de oclusão;

 Tempo de oclusão.

17 FORMULAÇÕES DE PEELINGS QUÍMICOS (PH, PORCENTAGEM E ATIVOS)

Existem vários tipos de ativos que podem ser usados para realizar os
peelings químicos. Dentre eles, vamos estudar os mais utilizados: alfa-hidroxi-
ácidos, ácido mandélico, ácido hialurônico, ácido salicílico, ácido azeláico, ácido
retinoico, ácido trocloroacético (TCA), solução de Jessner e fenol.

17.1 ALFA-HIDROXI-ÁCIDOS (AHAS)

Os alfa-hidroxi-ácidos (AHAS) são um grupo de substâncias naturais


encontradas em alguns alimentos que constituem uma família de ácidos orgânicos.
Compõem os seguintes ácidos:

 Ácido glicólico: derivado da cana de açúcar;

 Ácido lático: derivado do leite azedo;

 Ácido málico: derivado do mirtilho;

 Ácido tartárico: derivado de maças;

 Ácido cítrico: derivado de limões.

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Os AHAS se diferenciam dos demais ácidos por possuírem moléculas de
menor tamanho e conseguirem maior poder de penetração na pele. Quando são
aplicados topicamente, produzem efeitos específicos sobre o estrato córneo, a
epiderme, a papila dérmica e sobre os folículos pilossebáceos.
São eficientes no tratamento de rugas, desidratação da pele, espessamento
e pigmentação irregular da pele. Com seu uso, a pele torna-se mais flexível e menos
vulnerável a rachaduras superficiais. Também suavizam cicatrizes de acne,
diminuindo sua profundidade, oleosidade, comedões e cistos.
Apesar de serem muito conhecidos e utilizados, os mecanismos exatos da
ação dos hidroxiácidos continuam desconhecidos e são controversos.
Compostos contendo AHAS em geral são bem tolerados, porém logo
quando aplicados em peles sensíveis, podem provocar sensação de formigamento,
ardência, e até mesmo irritação. Essas reações ocorrem devido ao baixo valor de pH
das formulações. Muitos produtos com AHAS, apesar de terem o pH ajustado entre
3,0 e 5,0 para serem compatíveis com o pH da pele (4,2 a 5,6), são irritantes à pele.
As reações adversas causadas pelos AHAS incluem eritema severo, inchaço
(especialmente na região dos olhos), queimação, formação de bolhas, sangramento,
erupções, coceira e descoloração da pele.

17.1.1 Ácido glicólico

O ácido glicólico é o mais conhecido e utilizado dos AHS. É derivado da


cana-de-açúcar, hidrossolúvel e possui a menor molécula entre todos os demais
AHAS, conhecida como ácido hidroxiacético, ou ácido 2-hidroxietanoico.
O ácido glicólico causa um fenômeno chamado FROST, que é a penetração
maior do ácido, podendo ocorrer coagulação de proteínas e queimaduras localizada.
Começa com uma pequena mancha avermelhada que deve ser neutralizada, antes
que passe para uma tonalidade esbranquiçada. O ácido glicólico produz uma
compactação do extrato córneo, espessamento da epiderme, deposição de mucina e
colágeno dérmico, à medida que aumenta a concentração e diminui o PH.

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17.1.1.1 Indicações e contraindicações

É indicado no tratamento de ceratoses actínicas e seborreicas, melasmas,


acne, estrias, rugas finas, fotoenvelhecimento, verrugas planas, psoríase e
principalmente em pele desidratada. É contraindicado o uso do acido glicólico para
peles negras, gestantes, cicatrizes hipertróficas, herpes e eritema persistente.

17.1.1.2 Concentrações

 Em baixas concentrações (até 10%), o ácido glicólico diminui a coesão


dos queratinócitos, ajudando em distúrbios da queratinização.

 Em concentrações entre 40 e 70% possui efeito epidermolítico. Deve


permanecer na face em média por 5 minutos. Após esse tempo deve ser
neutralizado com água ou bicarbonato de sódio, e em seguida lavado.

17.2 ÁCIDO MANDÉLICO

O ácido mandélico é tipo específico de alfa-hidroxi-ácido (AHA), este


derivado da hidrólise do extrato de amêndoas amargas. Tem sido usado na
medicina, há vários anos, como antisséptico urinário, o que atesta sua atividade
antibacteriana quando usado topicamente. É uma substância atóxica, que além das
indicações específicas também é utilizada para preparar as peles para o peeling a
laser.
Ao contrário de ácido glicólico, o ácido mandélico possui uma cadeia
carbônica grande, o que o torna menos irritativo para a pele. A sua penetração é

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lenta e a sua ação é gradual. O intervalo ideal entre as aplicações é de 07 a 15 dias.
São recomendadas no mínimo quatro aplicações.
Possui dupla ação: além de exercer a função de um AHA, também age como
antibiótico. Ajuda a combater os agentes inflamatórios e infecciosos responsáveis
pela instalação do processo acneico na pele.
Promove a diminuição da coesão entre os queratinócitos, descamação da
camada córnea e estimulação da produção de células novas em maior ou menor
grau, dependendo de suas estruturas, além da melhora na qualidade e quantidade
do colágeno da derme reticular (QUADRO 10).
Quando comparado ao peeling químico com ácido glicólico pode-se
perceber que produz menos eritemas ou outros efeitos adversos na epiderme. O
peeling deve ser feito deixando o ácido na pele por cinco minutos e depois se lava
com água.
Diferente dos demais AAHS, o ácido mandélico, consegue equilibrar o
processo de renovação epitelial por dois mecanismos:

 Estímulo mecânico ao promover a epidermólise, inicia-se o processo


acelerado da renovação epitelial.

 Estímulo químico, após sua penetração intracelular, ajudando na


autorregulação da produção de melanina, e por ação direta nos folículos pilosos e
controle da produção sebácea.

QUADRO 10 – RESUMO DOS EFEITOS DO ÁCIDO MANDÉLICO


Auxilia na diminuição das linhas finas de expressão
Ajuda a reverter à degeneração do colágeno e da elastina
Promove a renovação e o rejuvenescimento da pele
Atua na inibição da síntese de melanina, promovendo remoção dos pigmentos
Atua no controle da produção da glândula sebácea e na peroxidação dos lipídeos
É eficiente contra as bactérias gram-negativas no quadro de foliculite
Combate os agentes inflamatórios e infecciosos dos processos acneicos

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17.2.1 Indicações e contraindicações

 Envelhecimento: age diminuindo o fotoenvelhecimento. O tratamento


deve ser mantido por longo período.

 Hiperpigmentação: em muitos pacientes foi relatada uma diminuição de


50% dos melasmas depois de um mês de tratamento usando uma loção
de Ácido Mandélico a 10%. A associação com Hidroquinona ou Ácido
Kójico pode aumentar a efetividade do tratamento.

 Acne: pacientes com foliculites infectadas por bactérias gram-negativas


obtêm melhora quando usam o ácido mandélico.

 Laser: deve ser usado duas a quatro semanas antes da aplicação do


laser e após a reepitelização. Quando o ácido mandélico é usado no pré
e pós-operatório a inflamação e a hiperpigmentação raramente ocorre.

São contraindicações: gestantes, amamentação, lesões na região a ser


submetida ao peeling, pacientes com herpes ativa, hipersensibilidade ao produto.

17.2.2 Concentrações

 Gel de 30 a 50%: peeling uso exclusivo médico;

 Gel ou creme 10 a 13%: rugas e queratoses em geral;

 Creme 3%: indicado como renovador celular;

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 Creme 4%: hidratante, esfoliante suave.

17.3 ÁCIDO HIALURÔNICO

O ácido hialurônico é um polissacarídeo natural com excelente


compatibilidade biológica que é o principal componente da matriz extracelular. É
uma substância altamente hidrofílica (com afinidade pela água) encontrada na pele.
Possui atividade biológica, proporcionando viscosidade e elasticidade a esta
camada. Colabora no controle da hidratação da derme e no tônus da pele, além da
prevenção da integridade das fibras de colágeno.
É um produto nobre usado no preenchimento de rugas de forma injetável,
bastante seguro e eficaz e também pode ser utilizado para peelings, contribuindo
para hidratação profunda e diminuindo gradativamente a profundidade das rugas.
Exerce efeito tensor, alto poder de hidratação cutânea e renovação celular.
Pode ser obtido por fermentação de substratos de plantas essa biossíntese
é feita pela espécie de bactérias Streptococcus ou por meio da fermentação do
açúcar de beterraba por lactobacilos.
O uso de peeling com ácido hialurônico estimula a produção do ácido
hialurônico endógeno (natural).

17.3.1 Indicações e contraindicações

São indicações: hidratação facial, normalização da barreira epidérmica,


efeito antienvelhecimento e firmador, estrias.
As contraindicações são pacientes gestantes, lesões escoriativas da pele,
infecções ativas como o herpes.

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17.3.2 Concentrações

O pH de estabilidade é 5,5-7,5. Concentração sugerida: 1,0-10,0%.

17.4 ÁCIDO SALICÍLICO

O ácido salicílico é um beta hidroxiácido queratolítico, com aspecto claro


transparente e homogêneo. Provoca um ardor intenso nos primeiros minutos da
aplicação, que corresponde à precipitação dos sais; após a precipitação a dor
diminui e não há mais penetração. O produto não é neutralizado, devendo ser
lavado. Para amenizar o problema da irritação cutânea que pode ser ocasionada
pelo ácido salicílico existem alguns derivados do ácido salicílico que apresentam
menor irritação cutânea, podendo ser empregados em formulações cosméticas.

17.4.1 Indicações e contraindicações

As principais indicações são:

 Acne: ação queratolítica, bacteriostática, fungicida, antimicrobiana e anti-


inflamatória, visando à correção do defeito da queratinização folicular,
redução da atividade sebácea, diminuição da população bacteriana e
dos processos inflamatórios. Possui ainda uma característica lipofílica, o
que facilita sua penetração na unidade sebácea o que o torna efetivo
contra comedões e lesões.

 Sinais do envelhecimento: redução de rugas finas e melhora da textura


da pele.

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Não deve ser utilizado em peles extremamente sensíveis, machucadas ou
em pacientes alérgicos ao ácido acetilsalicílico. Seu uso é restrito em pacientes
gestantes ou em fase de amamentação e em peles com infecção ativa como herpes,
por exemplo.

17.4.2 Concentrações

Os ácidos podem ser hidratantes, emolientes e plastificantes se usados em


concentrações até 5%. Em concentrações de 12%, são renovadores de camada
epidérmica, usados para tratamentos das peles acneicas e abrandamento da coesão
intraqueratinocitária da camada granulosa. Em concentrações de 30% ou acima,
agem como peeling químico, com ação queratolítica.

17.5 ÁCIDO AZELÁICO

O ácido azeláico é um ácido abrasivo e despigmentante bastante utilizado


no tratamento da acne suave à moderada, além de outras desordens epidérmicas. É
um dos poucos ativos que consegue reduzir de forma eficaz, os níveis de ácidos
graxos livres no sebo ao mesmo tempo em que reduz as baterias locais. O ácido
azeláico também exerce ação terapêutica na rosácea e nas desordens
hiperpigmentares dos queratinócitos.
O peeling com ácido azeláico pode causar vermelhidão, ressecamento da
pele, coceira, sensação de queimação e picadas. Esses sintomas normalmente são
passageiros.

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17.5.1 Indicações e contraindicações

As principais indicações são: acne leve a morada, rosácea e


hiperpigmentações da face.
Seu uso é contraindicado em pacientes gestantes, peles extremamente
sensíveis ou escoriadas, e em caso de sensibilidade aos componentes da fórmula.

17.5.2 Concentrações

Concentração usual: 15 a 20%

17.6 ÁCIDO RETINOICO

O ácido retinoico (tretinoina) é uma forma oxidada da vitamina A. Seu


primeiro uso tópico foi para tratar de peles acneicas. Pacientes tratados com a
tretinoina tópica para acne notaram também melhora de rugas finas e clareamento
da pele. A partir daí, o ácido retinoico passou a ser usado também para o
rejuvenescimento facial.
O peeling com ácido retinoico penetra na pele atingindo somente sua
camada superficial (peeling superficial). Da maneira em que é aplicado, proporciona
uma leve esfoliação na pele, ativando a microcirculação. Ao ativar a microcirculação,
a pele é estimulada, fazendo com que ocorra o processo da neocolagênese e da
elastogênese (produção de novas fibras de colágeno e de elastina). O ácido
retinoico também promove a aceleração da renovação celular, por esfoliar e
descamar a pele, bem como a leve compactação e espessamento da camada
córnea da pele. Reorganiza as fibras elásticas danificadas pela exposição solar e
melhora a irrigação da pele.

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O ácido retinoico é aplicado em forma de máscara, que depois de alguns
minutos torna-se seca e deve ser removida da pele após seis a oito horas. Em cerca
de três dias após a remoção da máscara de ácido retinoico, a pele começa a
descamar levemente.
É um peeling rápido que não exige internação ou repouso e pode ser
aplicadas em qualquer área do corpo, como face, colo, mãos, dorso, braços, costas
e em estrias. O procedimento é realizado em consultório sem necessidade de
sedação ou anestesia. O peeling de ácido retinoico não forma crostas, apenas
esfolia e descama a pele.
O ácido retinoico pode ser aplicado tanto em peles claras como escuras e
deve ser feito de forma seriada, ou seja, em várias sessões para que haja
considerável mudança na pele. Por ser superficial, não é necessário o afastamento
de atividades após o peeling de ácido retinoico.
Os primeiros resultados aparecem após a quarta sessão, que devem ser de
seis a dez, feitas quinzenalmente. As reações ocasionais são bolhas, crosta,
queimadura ou rubor, edema; escurecimento, ou clareamento da pele; sensação de
calor ou urticante, descamação da pele pode ocorrer depois de poucos dias de
tratamento. O paciente pode continuar o uso do produto de forma domiciliar.

17.6.1 Indicações e contraindicações

São indicações para o uso do ácido retinoico:

 Tratamento tópico da acne vulgar, especialmente nos graus I, II e III


(ação comedolítica e esfoliante);

 Fotoenvelhecimento cutâneo;

 Queratose folicular;

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 Estrias: atenua as estrias, não as removendo por completo, porém,
promovendo um melhor aspecto no local onde se encontram;

 Limpeza superficial na pele (aumento do viço e da luminosidade


natural);

 Uso pré-peeling ou como potencializador de outros peelings, como o de


fenol (previne a hiperpigmentação pós-inflamatória, garantindo uma
uniformidade na aplicação do produto);

 Atenuação de linhas finas de expressão, não removendo rugas;

 Clareamento de manchas superficiais (não remove manchas


profundas);

 Remoção de efélides e manchas de sol;

 Clareamento geral da pele.

São contraindicações para o uso do ácido retinoico:

 Pacientes com herpes ativa;

 Hipersensibilidade ao produto;

 Pele inflamada, eczematosa ou com queimaduras de sol;

 Não devem ser utilizados simultaneamente outros tratamentos,


especialmente outros agentes queratolíticos;

 É contraindicado na gravidez e na lactação.

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17.6.2 Concentrações

Em consultório o peeling com ácido retinoico é realizado em concentrações


que variam entre 1 e 4%. Para uso domiciliar, o ajuste da concentração de ácido
retinoico depende da resposta terapêutica obtida. Dessa forma, recomenda-se iniciar
o tratamento com a menor concentração usual, aumentando gradativamente, se
necessário. As formas tópicas (creme, gel, solução) a 0,01%, 0,025%, 0,05% e 0,1%
devem ser aplicadas uma vez ao dia, preferencialmente à noite, antes de deitar.

17.7 ÁCIDO TRICLOROACÉTICO (TCA)

O ácido tricloroacético (TCA) é uma substância ácida aquosa inicialmente


utilizada no tratamento de feridas, como cauterizador de doenças da pele e tumores,
e no tratamento de calos, verrugas e aftas. Como agente para peeling químico o
TCA é uma substância química cauterizante capaz de provocar necrose da pele
causando uma epidermólise profunda com um processo inflamatório residual que
pode ter duração de até oito semanas. É quando a lesão tratada adquire cor branca
(Frost) assim que aplicada na pele. Quanto mais profundo for o peeling, mais intenso
e mais rápido será a formação do Frost. Para o peeling médio, o Frost ideal é o Frost
nível II (FIGURA 49) (Zamarian, 2011).

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FIGURA 49 – FROST PÓS PEELING TCA

FONTE: YAVONAE. Professional TCA chemical peel. Disponível em: <http://www.tcapeels.com/>.


Acesso em: 10 dez. 2011.

O ácido tricloroacético é um dos mais procurados entre os peelings de


profundidade média por atingir ótimos resultados nessa profundidade. Apesar de ser
possível usá-lo em alta concentração para realizar um peeling profundo, é consenso
que é muito mais arriscado que quando feito com substância mais indicada para
peeling profundo, como o fenol, por exemplo. Além disso, em altas concentrações
(acima de 50%), o TCA tem maior risco de deixar cicatrizes e queloides, quando
comparado ao fenol.
O procedimento é realizado em consultório, sob sedação e sua aplicação se
dá em aproximadamente uma hora. Após o peeling de ácido tricloroacético ocorre a
formação de crostas que caem naturalmente entre cinco e sete dias. Pode ser
aplicado em peles claras e morenas (FIGURA 50).

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FIGURA 50 – PÓS-APLICAÇÃO DE PEELING DE TCA
04 dias 10 dias

FONTE: REALSELF. TCA PEEL. Disponível em: <http://www.realself.com/review/100-TCA-Peel>.


Acesso em: 10 dez. 2011.

O quadro 11 resume algumas vantagens do uso do peeling de TCA (médio)


em relação aos demais peelings:

QUADRO 11 - VANTAGENS DO PEELING DE ÁCIDO TRICLOROACÉTICO


Não apresenta toxidade sistêmica conhecida
Não apresenta relatos de reação alérgica grave
Não requer neutralização antes do seu uso
Pode ser usado associado a outras substâncias
Não exige que sua aplicação seja feita em centro cirúrgico
Quando utilizado em pequenas áreas e em baixa concentração, pode ser usado
como tratamento em gestantes
Pode ser usado como tratamento em peles morenas
Não requer muito tempo para recuperação, como em peelings profundos
Sua aplicação é rápida

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17.7.1 Indicações e contraindicações

São indicações ao uso do peeling de TCA:

 Rejuvenescimento da pele da face de três a cinco anos;

 Remoção de rugas finas, mas não remove rugas profundas;

 Remoção de manchas superficiais, mas não remove manchas profundas;

 Remoção de cicatrizes leves decorrentes da acne;

 Remoção de sardas e manchas de sol;

 Amenização de olheiras;

 Desobstrução de poros e fechamento de poros dilatados.

São contraindicações ao uso do peeling de TCA:

 Peles com tendência a queloide;

 Pacientes que usaram isotretinoína nos últimos doze meses;

 Processos inflamatórios locais;

 Peles com infecções locais como herpes;

 Peles tatuadas ou bronzeadas.

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17.7.2 Concentrações

Para peeling médio, a concentração ideal varia entre 20-35%.

17.8 SOLUÇÃO DE JESSNER

A solução de Jessner é um peeling químico superficial, composto por ácido


salicílico, ácido lático e resorcina, muito indicado para o tratamento da acne vulgar.
As características de cada composto e suas ações queratolíticas o tornam eficaz
para o controle da oleosidade da pele e da produção de sebo (Gomes, 2011).

O quadro 12 resume a composição geral da solução de Jessner:

QUADRO 12 – COMPOSIÇÃO DA SOLUÇÃO DE JESSNER

SUBSTÂNCIA PROPRIEDADES CONCENTRAÇÃO

Ácido salicílico Queratolítico, bactericida e fungicida 14%


Ácido lático Queratolítico 14%
Resorcina Queratolítico, antisséptico, 14%
antisseborreico e antipruriginoso
FONTE: adaptado de GOMES, RK. Tratamento da acne vulgar com solução de Jessner. Disponível
em: <http://www.revistapersonalite.com.br/mat_dest_acnevulgar66.php>. Acesso em: 10 dez. 2011.

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A solução de Jessner não deve ser aplicada diretamente sobre o tecido
lesionado, devendo o atendimento ser iniciado após algumas sessões de limpezas
de pele prévias. Sua aplicação deve obedecer a um protocolo cauteloso, realizado
em pequenas regiões e neutralizado antes de ser aplicado em outra região. A
neutralização é realizada por meio de uma substância alcalina (bicarbonato de cálcio
ou sódio e hidróxido de magnésio). O momento certo de neutralizar é determinado
pela observação de reações como hiperemia local e frost.
A solução de Jessner e o neutralizante deverão ser aplicados com pincéis do
tipo leque, iniciando pela testa, seguindo para queixo, lateral direita ou esquerda e
por último nariz, sendo cada região neutralizada antes da próxima aplicação. O
tratamento será realizado por meio de aplicações quinzenais e poderá ser
interrompido caso seja necessário proceder à limpeza de pele, retornando após dez
ou quinze dias.

17.8.1 Indicações e contraindicações

A principal indicação é o tratamento da acne e o controle da oleosidade


facial por seu efeito antisseborreico. A ação bactericida do ácido salicílico também é
útil para o controle da infecção local decorrente da contaminação acneica.
Seu uso é contraindicado em gestantes, ou mulheres em fase de
amamentação, em peles escoriadas, infeccionadas. Não deve ser aplicado em
indivíduos sensíveis ao ácido salicílico.

17.8.2 Concentrações

Como já vimos, a solução de Jessner utiliza uma associação de ácidos a


14% (salicílico, lático e resorcina).

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122
17.9 PEELING DE FENOL

O fenol é uma substância líquida e oleosa derivada do carvão mineral que foi
desenvolvida inicialmente para assepsia de ferimentos. Com o tempo, observou-se
que a ferida tratada com fenol tinha sua aparência rejuvenescida além de ter a
infecção amenizada. A partir daí passou-se a usar o fenol para a realização de
peelings químicos. O primeiro trabalho com o peeling de fenol data de 1903, quando
o dermatologista americano George Mackee utilizou-se da substância para tratar
cicatrizes de acne (Zamarian, 2011).
No início da década de 60, Thomas Baker propôs uma metodologia para o
uso do peeling de fenol de forma sistemática e segura. Desde então médicos e
estudiosos do mundo inteiro, que se interessaram pelo procedimento, tentam
aperfeiçoar a técnica do peeling de fenol de Baker (Zamarian, 2011).

Por ser uma substância ácida, o fenol penetra e corrói a pele, até atingir a
camada basal da epiderme, destruindo-a parcialmente. Em seguida, o peeling de
fenol atinge a derme papilar e agride a irrigação local. Neste ponto em que o peeling
de fenol para de agir, pois os vasos agredidos liberam substâncias que neutralizam
sua ação. É por isso que o peeling de fenol é considerado um peeling autolimitante e
de uso seguro (Zamarian, 2011).
O peeling de fenol alcança resultados muito satisfatórios sendo capaz de
remoçar uma face em até 20 anos sem cirurgia, removendo manchas resistentes e
rugas profundas. A aplicação se dá em centro cirúrgico, tendo seu tempo de duração
aproximado em uma hora, por exigir mais cuidados. É indolor, devido à sedação
hospitalar. Logo após o procedimento a pele permanece um pouco vermelha e
inchada. Cristas se formam e caem em até sete dias (FIGURAS 51 e 52) (Zamarian,
2011).

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FIGURA 51 – FACE APÓS SETE DIAS DE APLICAÇÃO DE PEELING DE FENOL

FONTE: IZAC, JD. Peeling químico. Disponível em:


<http://www.senado.gov.br/portaldoservidor/jornal/jornal67/beleza_rosto.aspx>. Acesso em: 10 dez.
2011.

FIGURA 52 – SEQUÊNCIA DE RECUPERAÇÃO APÓS APLICAÇÃO DE PEELING


DE FENOL

FONTE: VELASCO, MVR et al. Rejuvenescimento da pele por peeling químico: enfoque no peeling
de fenol. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-
05962004000100011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 10 dez. 2011.

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17.9.2 Indicações e contraindicações

São indicações para o uso do peeling de fenol (Zamarian, 2011):

 Rejuvenescimento facial intenso;

 Clareamento da pele;

 Rugas profundas;

 Sardas;

 Melasmas;

 Manchas causadas pelo sol;

 Sequelas de acne;

 Cicatrizes;

 Queratoses solares e seborreicas.

São contraindicações para o uso do peeling de fenol (Zamarian, 2011):

 Peles negras;

 Peles bronzeadas;

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 Peles com tendência a queloide;

 Gestantes;

 Pacientes que usaram isotretinoína nos últimos doze meses;

 Existência de doença cardíaca, renal e hepática.

17.9.3 Concentrações

A formulação para peeling mais conhecida que utiliza o fenol é a de Baker-


Gordon (1962), em que o fenol é diluído à concentração que varia de 45 a 55%
(FIGURA 53) (VELASCO et al, 2011).

FIGURA 53 – COMPONENTES PARA O PEELING DE FENOL

FONTE: VELASCO, MVR et al . Rejuvenescimento da pele por peeling químico: enfoque no peeling
de fenol. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-
05962004000100011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 10 dez. 2011.

O quadro 13 resume as principais características dos ativos mais usados em


peelings químicos.

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QUADRO 13 – RESUMO: ATIVOS PARA PEELING QUÍMICOS E SUAS AÇÕES
TIPO DE ÁCIDO AÇÃO
Glicólico Despigmentante, hidratante e queratolítico
Mandélico Renovador celular e clareador
Hialurônico Hidratante, regenerador e restaurador dos tecidos
Salicílico Queratolítico e antifúngico
Azeláico Antiacneico e despigmentante
Retinoico Queratolítico e esfoliante
Tricloroacético Cáustico e vesicante
Solução de Jessner Queratolíco, bactericida e fungicida
Fenol Cauterizante

18 PROCEDIMENTOS PRÉ-PEELING

São procedimentos necessários antes da realização dos peelings:

 Para controle de resultados, fazer fotografias de boa qualidade da face


do paciente em três ângulos (frente e perfis);

 Avaliação completa da face do cliente para adequar o tipo de peeling;

 Informações e instruções criteriosas em relação ao procedimento ao


qual o paciente será submetido;

 O preparo prévio da pele de duas a três semanas antes do procedimento


pode ser benéfico e necessário, a critério da avaliação do profissional.
Podem ser utilizados:

 Ácido retinoico (afina o estrato córneo, uniformiza a descamação,


acelera a reepitelização);

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 AHAs (mesmos efeitos do ácido retinoico);

 Filtros solares e despigmentantes (reduz o risco de hiperpigmentação);

 Zinco (estimula diretamente a reepitelização);

 Corticoide (interfere no processo inflamatório);

 Estrogênios e contraceptivos (↑ hiperpigmentação pós);

 Enfatizar a necessidade do esquema de manutenção e testar alergias.

 Precauções:

 Verificar o rótulo do produto a ser usado;

 Observar a procedência e a qualidade dos produtos;

 Nunca passar o frasco aberto ou o aplicador sobre a face do paciente;

 Manter a cabeceira da maca levemente elevada (45 graus);

 Ter sempre a mão um frasco com água limpa ou SF;

 Observar o lacrimejamento;

 Antes de aplicar o agente esfoliante, perguntar se fez depilação recente


em face, cirurgias de face e pescoço recente ou usou isotretinoina nos
últimos meses;

 Hx prévia de herpes simples, se realização de peeling médio ou


profundo, iniciar terapêutica específica um dia antes do procedimento;

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 Todos os pacientes submetidos a qualquer tipo de peeling devem
mudar sua filosofia em relação à exposição solar.

19 PROCEDIMENTOS PARA APLICAÇÃO DOS PEELINGS SUPERFICIAIS

19.1 Materiais

 Recipiente de vidro para colocar o agente

 Agente químico com rótulo e validade

 Solução neutralizante

 Luvas de procedimento

 Gase e algodão

 Aplicadores (pincel, cotonete, espátula)

 Recipiente com água

 Solução para limpeza da pele

 Desengordurante

 Ventilador ou abanador

 Creme ou gel pós-peeling

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19.2 PROTOCOLO DE APLICAÇÃO

 Limpeza com água e sabão

 Desengordurar
 Álcool a 70% e acetona a 3%
 Licor de Hoffman com álcool a 70% e éter a 30%

 Aplicação de vaselina sólida (canto das pálpebras, narinas e no canto dos


lábios)

 Aplicação do peeling nas áreas anatômicas


 Tratar sequencialmente: Frontal → malares → perioral → pálpebras
 Pálpebras devem ser tratadas delicadamente

 Cabeceira elevada em 30 graus e olhos fechados

FIGURA 54 – APLICAÇÃO DE PEELING SUPERFICIAL

FONTE: TRATAMIENTOS DE BELLEZA. Ácidos para peeling químico. Disponível em:


<http://www.tratamientosbelleza.com.ar/tratamientos-de-belleza/tipos-de-acidos-para-peelings-
quimicos/>. Acesso em: 10 dez. 2011.

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 Atentar para a formação de Frosting e seu nível:

 Nível I: eritema e frost delicado, rendilhado;

 Nível II: aspecto branco uniforme, mas que permite ver a área tratada;

 Nível III: aspecto branco compacto que não permite ver o fundo tratado.

 O ambiente deve ser bem iluminado e com luz fria para evitar sombras na
pele dificultando a visualização das reações da pele.

 Pode-se utilizar sabonete de ácido glicólico a 10% para remover as barreiras


da pele que dificultam a penetração dos ativos.

 Alguns dias antes do procedimento é interessante que o paciente tenha se


submetido a uma limpeza de pele completa com extração de comedões.

 O ácido pode ser aplicado com pincel em forma de leque, gase ou cotonete.
O tempo de permanência na pele e o modo de remoção do ácido variam para
cada tipo de produto.

20 PROCEDIMENTOS E CUIDADOS PÓS-PEELING SUPERFICIAL

 Orientações gerais:

 Evitar ao máximo a luz solar;

 Pessoas que usam óculos, devem ter muito cuidado para não causar
ferida pela esfoliação que a haste pode causar;

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 Não ficar em contato com fogo no primeiro dia do peeling;

 Não usar produtos que contenham álcool;

 Manter a pele hidratada para minimizar sensação de repuxamento;

 Limpeza diária manhã e noite com sabonete líquido suave;

 Aplicação do hidratante à noite;

 Aplicação de filtro solar com FPS alto no mínimo duas vezes ao dia;

 Não remover crostas;

 Não utilizar/esfregar toalhas ou buchas

 Caso se faça um novo peeling sem que a pele esteja totalmente


reepitelizada, o risco de complicações será maior.

 A frequência dos peelings se baseia na profundidade:

– Muito superficiais: até 1X/semana;

– Superficiais: entre 2 a 6 semanas;

– Média profundidade: entre 3 a 6 meses.

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132
21 PRECAUÇÕES E COMPLICAÇÕES DOS PEELINGS QUÍMICOS

Os peelings químicos, como a maioria dos procedimentos estéticos


rejuvenescedores, estão sujeitos a complicações. Essas complicações tendem a
aumentar conforme a profundidade do peeling aumenta. Assim, quanto mais
profundo o peeling, maiores são os riscos a que o paciente está sujeito.

As principais complicações são:

 Eritemas: não são considerados complicações, pois ocorrem em


praticamente todos os peelings químicos como uma reação natural e transitória
decorrente da vasodilatação e do afinamento da pele. Quando se torna prolongado
(dois a quatro meses após o procedimento) pode ser tratado com creme à base de
hidrocortisona a 2,5%.

 Hiperpigmentações: complicação decorrente do processo inflamatório


causado pela agressão química e ocorre mais frequentemente em pacientes com
pele morena. Essa complicação deve ser tratada com clareadores e filtro solar.

 Hipopigmentações: são raras, ocorrendo com mais frequência em


peelings agressivos como o de fenol, pela toxicidade do produto ao melanócito. A
perda de pigmentação da pele varia de acordo com o paciente e seu tipo de pele.

 Cicatrizes: só ocorrem em peelings médios ou profundos, podendo ser


permanente, sendo mais comum em regiões como lábios, pálpebras e mandíbula.

 Infecções: principalmente por micro-organismos, como Staphylococcus


sp, Streptococcus sp e Pseudomonas aeruginosa.

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22 RESULTADOS DE PEELINGS QUÍMICOS

FIGURA 55 – PEELING DE FENOL

FONTE: GIULIANA. Peeling de fenol. Disponível em:


<http://www.mulhersofre.com.br/2011/07/peeling-de-fenol-voce-sabe-o-que-e/>. Acesso em: 10 dez.
2011.

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134
FIGURA 56 – PEELING DE ÁCIDO SALICILICO

FONTE: SC. Peeling: fotos antes e depois. Disponível em:


<http://peelingfotosdepois.blogspot.com/2009/08/peeling-de-acido-salicilico.html>. Acesso em: 10
dez. 2012.

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135
FIGURA 57 – PEELING DE ÁCIDO RETINOICO

FONTE: PLASTICAS. Peeling de ácido retinoico. Disponível em:


<http://www.plasticas.com.br/dermato/index.php?option=com_content&view=article&id=63:-peeling-
de-acido-retinoico-&catid=5:tratamentos-faciais&Itemid=13>. Acesso em: 5 nov. 2011.

FIGURA 58 – PEELING DE ÁCIDO GLICÓLICO

FONTE: SHARIFF, A. Glicolico peeling. Disponível em: <http://www.aamna-


shariff.com/gallery/glicolico-peeling&page=3>. Acesso em: 10 dez. 2011.

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Aqui concluímos o terceiro módulo do nosso curso de peelings faciais. Neste
módulo abordamos os peelings químicos, seus principais conceitos, indicações,
contraindicações, protocolos de aplicação e conhecemos os principais ativos
utilizados neste tipo de tratamento.
No próximo módulo iremos abordar os peelings físicos: dermoabrasão,
microdermoabrasão, peeling ultrassônico e peeling a laser.

FIM DO MÓDULO III

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