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Condutas, Técnicas e Normas na

Farmácia Estética

Elaboração

André Luiz Siqueira da Silva

E-mail do elaborador: prof.andreluiz@unyleya.edu.br


Sumário
Condutas, Técnicas e Normas na Farmácia Estética ................................................................. 1

Sumário ...................................................................................................................................... 2

Introdução .................................................................................................................................. 5

UNIDADE I ................................................................................................................................. 6

BIOÉTICA NA FARMÁCIA ESTÉTICA ....................................................................................... 6

Capítulo 1 ............................................................................................................................... 6

Evolução da bioética ............................................................................................................... 6

CAPítulo 2 ............................................................................................................................ 10

História, principais princípios bioéticos e atuação da bioética na farmácia estética .............. 10

Unidade II ................................................................................................................................. 21

ASPECTOS GERAIS E CONFECÇÃO DO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E


ESCLARECIDO (TCLE) ........................................................................................................... 21

CAPÍTULO 1 ......................................................................................................................... 21

Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) ............................................................. 21

Unidade III ................................................................................................................................ 27

REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E CORPORAL .......................................................... 27

CAPÍTULO 1 ......................................................................................................................... 27

Definição de anamnese e seus princípios ............................................................................. 27

CAPÍTULO 2 ......................................................................................................................... 32

Equipamentos utilizados na anamnese facial ....................................................................... 32

CAPítulo 3 ............................................................................................................................ 36

Principais disfunções estéticas da face ................................................................................. 36

CAPítulo 4 ............................................................................................................................ 49

Equipamentos utilizados na anamnese corporal ................................................................... 49

CAPÍTULO 5 ......................................................................................................................... 53

Principais disfunções estéticas corporais .............................................................................. 53

UNIDADE IV............................................................................................................................. 61

PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA CLÍNICA DE ESTÉTICA ................................... 61


CAPítulo 1 ............................................................................................................................ 61

Biossegurança e os seus princípios ...................................................................................... 61

CAPítulo 2 ............................................................................................................................ 69

Técnicas e medidas para prevenção, redução e tratamento dos acidentes com materiais
perfurocortantes.................................................................................................................... 69

CAPítulo 3 ............................................................................................................................ 77

Descontaminação dos insumos de uma clínica de estética................................................... 77

CAPítulo 4 ............................................................................................................................ 82

Equipamentos de proteção individual (EPis) e equipamentos de proteção coletiva (EPCs)


utilizados em uma clínica de estética .................................................................................... 82

CAPítulo 5 ............................................................................................................................ 89

Tipos de resíduos gerados e os tipos segregações em clínicas de estéticas ........................ 89

UNIDADE V.............................................................................................................................. 96

PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA ................... 96

CAPÍTULO 1 ......................................................................................................................... 96

Protocolos para realização de intrademoterpia ..................................................................... 96

CAPítulo 2 .......................................................................................................................... 106

Protocolos para realização de carboxiterapia ..................................................................... 106

CAPítulo 3 .......................................................................................................................... 116

Protocolos para aplicação de toxina botulínica ................................................................... 116

CAPítulo 4 .......................................................................................................................... 123

Protocolo para aplicação de ácido hialurônico .................................................................... 123

CAPítulo 5 .......................................................................................................................... 132

Protocolo para realização de criolipólise ............................................................................. 132

CAPítulo 6 .......................................................................................................................... 138

Protocolo para realização de microagulhamento ................................................................ 138

UNIDADE VI........................................................................................................................... 142

RESPONSABILIDADE LEGAL DO(A) FARMACÊUTICO(A) ESTETA ................................... 142

CAPítulo 1 .......................................................................................................................... 142

Regulamentação da farmácia estética ................................................................................ 142

Para (não) Finalizar ................................................................................................................ 149


Referências ............................................................................................................................ 150
Introdução
A Farmácia Estética é a mais recente área de atuação do(a) farmacêutico(a). Mediante a
comprovações científicas dos métodos empregados, o(a) farmacêutico(a) esteta desenvolve e
aplica os procedimentos para tratar as disfunções estéticas do corpo, tais como: rugas, estrias,
gordura localizada, lipodistrofia ginoide, flacidez, entre outras. Disponibilizando para o paciente
o retorno da autoestima e confiança por meio dos tratamentos.

Por outro lado, para o profissional alcançar o sucesso nessa área tão concorrida ele deve ter
disposição para buscar constante atualização, cursos extracurriculares, congressos, simpósios
e estágio prático em clínicas, pois todos os dias surgem novos procedimentos, cosméticos e
equipamentos que prometem revolucionar o setor. Além disso, conhecer os princípios bioéticos,
saber realizar uma anamnese com segurança e compreender quais são os aspectos jurídicos
que regem a atuação do(a) farmacêutico(a) esteta, são fatores primordiais para alcançar o
sucesso e satisfação profissional.

Logo, o estudo desta apostila o(a) aluno(a) terá a oportunidade de aprender sobre os
fundamentos que compõem a farmácia estética, bem com, obter os conhecimentos necessários
para começar a trilhar um caminho promissor e repleto de oportunidades.

T1. Objetivos

» Adquirir conhecimento sobre os fundamentais princípios bioéticos e acontecimentos


históricos que desenvolveram essa ciência.

» Promover o conhecimento das principais técnicas utilizadas nas avaliações faciais e


corporais. Ademais, aprender a elaborar um termo de conhecimento livre e esclarecido
e identificar quais são os principais tipos de disfunções estéticas encontrados na rotina
clínica.

» Conhecer quais são as resoluções que regularizam a atuação do(a) farmacêutico(a)


esteta e os embasamentos jurídicos que auxiliam o profissional na execução da sua
profissão.

» Atualizar os conhecimentos sobre as normas básicas de biossegurança, receber as


informações necessárias sobre os tipos de rejeitos originados em uma clínica de
estética e orientações sobre os equipamentos utilizados na proteção individual e
coletiva dos trabalhadores do setor.
UNIDADE I
BIOÉTICA NA FARMÁCIA ESTÉTICA

CAPÍTULO 1
Evolução da bioética

T1. Linha do tempo da bioética no Brasil e no mundo

A Bioética passou por vários processos até ser consolidada como uma ciência. Para
compreender melhor os fatos que regeram o seu surgimento faz-se necessário ter um
conhecimento prévio sobre tais processos. Para isso, a linha do tempo que se encontra a
seguir lista os principais acontecimentos bioéticos.

1900 – Surgimento do primeiro documento que estabeleceu com clareza os princípios éticos
relacionando à pesquisa com seres humanos, o mesmo foi formulado pelo Ministério da Saúde
da Prússia. Nesse documento está presente a integridade dos pesquisadores, assim como o
consentimento formal do indivíduo que irá participar da pesquisa (SALLES et al, 2010).

1931 – O documento confeccionado em 1900 teve uma baixa repercussão e os abusos nas
pesquisas com seres humanos foram os motivos que levaram o Ministro do Interior da
Alemanha estabelecer as “14 diretrizes para as pesquisas com seres humanos e para novos
tratamentos” (SALLES et al, 2010).

1933 – 1945 – Durante a Segunda Guerra Mundial, com o advento do nazismo, três episódios
importantes levaram as instituições de saúde a se envolverem em políticas racistas e
eugenistas de acordo com os princípios de Hitler a partir do ano de 1964. Foram eles: a lei de
14 de junho de 1933, a respeito da esterilização, classificada como uma “prevenção contra uma
descendência hereditariamente doente”, o memorando de outubro de 1939, permitindo a
eutanásia em indivíduos portadores de doenças incuráveis e a constituição dos campos de
extermínio, em 1941 (SALLES et al, 2010).

1947 – Criação do código de Nuremberg, devido aos fatos ocorridos durante a Segunda Guerra
Mundial. Além disso, foi formando o Tribunal Internacional para julgar os nazistas responsáveis
pelos experimentos com os prisioneiros nos campos de concentração (SALLES et al, 2010).

1948 – É aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) a Declaração Universal dos
Direitos Humanos. Ainda que não representasse um dever legal, serviu para a formação de
dois tratados elaborados pela ONU, foram eles: o Tratado Internacional dos Direitos
Econômicos Sociais e Culturais, Tratado Internacional dos Direitos Civis e Políticos (SALLES et
al, 2010).

1953 - Watson e Crick descobrem a estrutura do DNA, abrindo novos caminhos para o
desenvolvimento da Engenharia Genética. Consequentemente questionamentos éticos a
respeito das aplicações que essa descoberta poderia trazer foram discutidos (SALLES et al,
2010).

23 de dezembro de 1954 – O primeiro transplante renal do mundo foi realizado. Trazendo


vários questionamentos e polêmicas na esfera ética e jurídica, a respeito dos transplantes de
órgãos (SALLES et al, 2010).

1960 – Criação do Comitê de Seleção de Diálise de Seatle (God Commission). Essa comissão
tinha como objetivo selecionar os pacientes que iriam realizar hemodiálise. Tratamento esse
que tinha sido descoberto recentemente. No entanto, os integrantes do God Commission não
eram especialistas da área de nefrologia. Este fato ficou marcado como a primeira referencia à
“bioética” (SALLES et al, 2010).

1960 – O Concílio Vaticano II foi convocado pelo Papa João Paulo XXIII para discutir uma
reconstrução da igreja católica. Pois, a mesma iria se tornar mais aberta ao mundo moderno e
aos problemas éticos (SALLES et al, 2010).

1960 – A igualdade dos diretos civis para todas as pessoas (negros e brancos) é defendida por
Martin Luther King. Além disso, ele pede o termino da segregação racial e do preconceito
trabalhista (SALLES et al, 2010).

1960 – Ascensão do movimento Hippie. Os integrantes do movimento defendiam a liberdade


sexual, proteção à natureza, não toleravam qualquer tipo de violência física. Além disso, o
capitalismo foi questionado e os hippies defendiam a partilha dos recursos (SALLES et al,
2010).

1961 – A vida sexual e social das mulheres foi transformada com o advento da pílula
anticoncepcional. Com isso, uma “Bioética Feminista” é criada para defender a autonomia da
mulher sobre o seu corpo (SALLES et al, 2010).

1964 – A Declaração de Helsinki foi aprovada pela Assembleia Médica Mundial. Esse
documento é visto com uma melhoria realizada no Código de Nuremberg. Devido a isso, seus
requisitos de ética médica são utilizados por vários países atualmente (SALLES et al, 2010).

1966 – Os periódicos científicos de renome no mundo acadêmico são analisados por um artigo
intitulado: “New England Journal of Medicine”. O objetivo foi investigar as pesquisas com seres
humanos. O artigo conclui que 12% dos estudos possuem vários desvios éticos (SALLES et al,
2010).

1967 – O primeiro transplante cardíaco do mundo é realizado na África do Sul pelo


cardiologista Dr. Christian. Devido a isso, o conceito de morte é revisto pela sociedade médica
(SALLES et al, 2010).

1968 - O ’’New Englad Journal of Medicine” apresenta uma nova definição de morte
cerebral. Com isso, o conceito de parada cardiorrespiratória é questionado, estabelecendo
intenso debate sobre a origem dos órgãos destinado aos transplantes. Os temas eutanásia e
distanásia também são discutidos devido ao impacto causado pelo artigo (SALLES et al, 2010).

1969/1970 – Daniel Callahan funda o “Hastings Center” nos Estados Unidos. O objetivo da
entidade é encontrar soluções éticas para determinados problemas (SALLES et al, 2010).

1970/1971 – A palavra “bioética” foi utilizada pela primeira em artigos publicados pelo
oncologista, bioquímico e biólogo “Van Rensselaer Potter” intitulado: ’’Bioethics: The Science of
Surviral e Biocybernetics and Survival”. Ademais, uma compilação de artigos foram publicados
em forma de livro, “Bioethics: Bridge to the Future”. O cientista fazia parte do corpo docente da
Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos. De acordo com muitos autores, foi a partir dos
estudos de Potter que nasceu a Bioética (SALLES et al, 2010).

1971 – Sediado na Universidade de Georgetown nos Estados Unidos, o Instituto Kennedy é


fundado. A entidade torna-se o primeiro centro do mundo destinado à leitura e discussão de
temas voltados para a Bioética. Ademais, funda a primeira pós- graduação em Bioética
(SALLES et al, 2010).

1974 – O termo “bioética” é introduzido na Livraria do Congresso Americano


Estadunidense (SALLES et al, 2010).

1974 – O Departamento de Saúde, Educação e Bem Estar dos Estados Unidos,


apresenta o Relatório Belmont. Devido aos problemas oriundos do Estudo Tuskegge (1932 a
1972). Esse estudo realizou uma pesquisa sobre sífilis em uma população negra sem adotar os
princípios éticos (SALLES et al, 2010).

1978 – A reprodução humana assistida começa a ter renome após o nascimento do primeiro
bebê de proveta, Louise Brown. Com isso, novos questionamentos éticos são levantados
devido ao nascimento de (SALLES et al, 2010).

1979 – Um livro que pertence a corrente bioética chamada de “Principialismo” é publicado pelos
autores T.Beauchamp e J.Childress, o livro foi intitulado “Principles of Biomedical Ethic”
(SALLES et al, 2010).
1979 – O livro “Ética Prática” é publicado por Peter Singer. A obra discute os motivos pelos
quais a vida de todos os seres vivos precisa ser respeitada (SALLES et al, 2010).

1986 - O livro “Fundamentos da Bioética” é lançado por H.Tristam Engelhard. Na obra as


teorias religiosas estão presentes (SALLES et al, 2010).

1990 – O Projeto Genoma Humano é iniciado (SALLES et al, 2010).

1992 – Na cidade de Amsterdã (Holanda), acontece o primeiro Congresso Mundial de Bioética.


O mesmo foi patrocinado pela ”International Association of Bioethics” (SALLES et al, 2010).

1996 – O Conselho Nacional de Saúde (CNJ) do Brasil publica a resolução no 196/1996 com
todas as normas e orientações para a realização de pesquisa com seres humanos (SALLES et
al, 2010).

1997 – O primeiro mamífero do mundo é clonado, uma ovelha chamada Dolly. A clonagem foi
realiza através da transferência nuclear. Devido a isso, uma grande discussão a respeito da
clonagem humana foi realizada. Pois, a mesma metodologia poderia ser empregada para
clonar seres humanos (SALLES et al, 2010).

2002 – O Brasil sedia o VI Congresso Mundial de Bioética (SALLES et al, 2010).

2003 – O Conselho Federal de Medicina publica a revista “Bioética”. Abordando a bioética de


maneira ampla e interdisciplinar (SALLES et al, 2010).

2004 – O Centro Universitário São Camilo, sediado na cidade de São Paulo, cria o primeiro
Mestrado em Bioética do Brasil (SALLES et al, 2010).

2005 – A Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS), na cidade de Pouso Alegre em Minas


Gerais, cria o segundo Mestrado em Bioética do Brasil (SALLES et al, 2010).

2008 – O Conselho Federal de Medicina em parceria com a Faculdade de Medicina da


Universidade do Porto em Portugal criam o programa de Doutorado em Bioética (SALLES et al,
2010).

2010 – A Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), situada na cidade do Rio de Janeiro, RJ,
introduz o Doutorado em Bioética, Ética Aplicada e Saúde (SALLES et al, 2010).
CAPÍTULO 2
História, principais princípios bioéticos e
atuação da bioética na farmácia estética

T1. Processos históricos

A bioética é a ciência que mais cresce em todo o mundo. Ela é um campo que integra várias
matérias, que os pesquisadores da temática chamam de “transdiciplinaridade”. Ou seja, é a
junção de vários conceitos de disciplinas diferentes. Estimulada pela mídia, temas como
células-tronco, clonagem, aborto, eutanásia, banco de órgão, entro outros. Acabaram por
despertar o interesse da sociedade e dos pesquisadores. Os conhecimentos e reflexões sobre
esses temas polêmicos se difundiram pelo mundo inteiro, transformando a bioética na ciência
do momento (SAKAGUTI, 2007).

Não existe um consenso entre os cientistas que trabalham com bioética a respeito de um
acontecimento específico que deu origem a ela. No entanto, existem vários fatores e contextos
históricos que somados levaram ao surgimento da mesma. Dentre os vários acontecimentos
que levaram ao surgimento da bioética podemos destacar a Segunda Guerra Mundial
(SAKAGUTI, 2007).

Além disso, a religião esteve presente no nascimento da bioética, por meio de análises
realizadas e propostas geradas em torno dos avanços tecnológicos alcançados pela área
médica. Na década de 1950, a grande maioria dos professores ou autores de bioética eram
rabinos, pastores ou teólogos católicos (SAKAGUTI, 2007).

Após a Segunda Guerra Mundial, entre os anos de 1950 e 1960, observamos o surgimento de
movimentos de reivindicação dos direitos individuais, tais como: movimentos feministas,
proteção à criança e à juventude, contra a segregação racial, revolução sexual, entre outros
(SAKAGUTI, 2007).

Todos esses movimentos foram fundados devido a dois documentos que surgiram com o
termino da Segunda Grande Guerra: O Código de Nuremberg (1947) e a Declaração Universal
dos Direitos Humanos (1948) (SAKAGUTI, 2007).

O Código de Nuremberg surgiu devido aos problemas éticos ocasionados devido às pesquisas
com seres humanos durante a Segunda Guerra Mundial. Os nazistas foram julgados e
condenados pelo Tribunal de Nuremberg por cometerem os mais perversos atos de crueldade
contra a humanidade (SAKAGUTI, 2007).
Já a declaração Universal dos Direitos Humanos, criada pela então recém-constituída,
Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945, foi uma conquista da humanidade. Essa
declaração promove a proteção contra os abusos de poderes autoritários e o direito ao livre-
arbítrio. Outra diretriz muito importante realizada pela ONU foi a Declaração dos Direitos da
Criança (1959), ressaltando a proteção daqueles que são mais frágeis e desprotegidos pela
sociedade, as crianças. O Código de Nuremberg e as declarações formuladas pela ONU
promulgam os mesmos objetivos. Que são a liberdade e a dignidade de cada ser humano
(SAKAGUTI, 2007).

Outro fator de extrema importância que auxiliou o surgimento da Bioética foi a alteração da
relação entre o médico e o paciente, que muitos autores classificam com “desumanização do
atendimento aos pacientes”. Ou seja, teríamos um afastamento do profissional responsável
pelos cuidados individuais de cada doente (SAKAGUTI, 2007).

Nos primórdios do século XX a relação entre médico e paciente era de total confidencialidade.
Era muito comum o fato de o profissional ir até a casa do enfermo realizar consultas e tratar de
todos os membros da família. Devido a isso, as famílias consultavam-se com o mesmo médico
durantes anos. No entanto, no começo da década de 1960 essa relação afetuosa mudou
devido ao aumento do número de hospitais, a inserção de equipamentos de diagnósticos e de
análises clínicas, das pesquisas clínicas e o advento das especializações médicas. A facilidade
e a comodidade, aliados ao ponto de vista econômico de concentrar em um mesmo local todos
os profissionais da saúde, onde poderiam trabalhar juntos para atingir os melhores resultados
ajudaram a mudar essa relação (SAKAGUTI, 2007).

As residências médicas levaram os médicos a concentrar seus conhecimentos em uma


determinada parte do corpo. Porém, ao mesmo tempo em que se especializavam esqueciam-
se de como tratar o conjunto, o corpo humano (SAKAGUTI, 2007).

Dessa forma, o paciente passou a ser tratado como um número de série ou de acordo com a
patologia que portava. Perdendo a sua identidade. A mudança na forma de tratamento dos
médicos não mais permitiu estreitar os laços na relação médico-paciente e a identificação de
médico da família foi perdida por esses profissionais (SAKAGUTI, 2007).

No ano de 1969, foi publicado nos Estados Unidos o Código de Direitos do Paciente
Hospitalizado, esse documento ratificava os direitos do paciente. Tal declaração garantia que o
enfermo seria respeitado e teria total autonomia sobre as decisões referentes ao seu corpo
(SAKAGUTI, 2007).

Durante o ano de 1969 foi realizada uma reunião organizada pelo psiquiatra Willard Gaylin e
pelo filósofo Daniel Callahan. Eles reuniram psiquiatras e filósofos para estudar e elaborar
normas a respeito das pesquisas e experimentação no campo da saúde médica. Esses atos
levaram a formação do “Institute of Society, Ethics and Life Sciences”, com sede em Hasting on
Hundson, Nova Iorque – EUA (SAKAGUTI, 2007).

Esta entidade tinha como objetivo estudar sistematicamente a ética e as ciências da vida. Além
disso, o instituto de pesquisa prezava em ser um centro de estudo totalmente laico, sem fins
lucrativos, com uma alta atividade educativa com o público geral. Com isso, a instituição ficou
conhecida como “Hastings Center” (SAKAGUTI, 2007).

Somente no ano de 1970 o termo “Bioética” foi utilizado pela primeira vez. Esse fato ocorreu
nos Estados Unidos por meio da publicação do artigo intitulado “The sience of survivial” escrito
pelo oncologista Van Rensselaer Potter. Em 1971, o bioquímico, biólogo e oncologista publicou
um artigo que virou referência na área, “Bioethics: bridge to the future” (SAKAGUTI, 2007).

O processo de formação da palavra “Bioética” é baseado na junção dos termos “bio”, que
significa saber biológico. E com a palavra “ética” que faz uma relação com os valores humanos.
Porém, foi através de uma reportagem realizada pela revista “Time” que o livro de Van Potter
tornou-se conhecido pelo público em geral, e desde então a palavra “Bioética” entrou no nosso
vocabulário (SAKAGUTI, 2007).

Figura 1. van Rensselaer potter (1911 †2001).

Fonte: McArdle Faculty, disponível em: <http://mcardle.wisc.edu/bio/potter_v.html>. Acesso em: 5 jun. 2015.

[sugestão]

Filme – Julgamento de Nuremberg - Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os países


aliados reuniram-se em Nuremberg, na Alemanha, para decidirem o destino de oficiais
nazistas, julgados por seus bárbaros crimes, cometidos nos campos de concentração, em
nome da loucura do III Reich. Entre eles está o notório Hermann Goering (Brian Cox, de
Coração Valente). Com os ombros pesados pela responsabilidade e todos os olhos do mundo
voltados para aquela corte, o promotor Robert Jackson (Alec Baldwin, de O Sombra), questiona
os direitos dos acusados. É como fazer valer a justiça no mais importante julgamento da
história. Com ricos detalhes sobre O Julgamento de Nuremberg, este filme – cuja produção
executiva é coassinada por Alec Baldwin – manteve-se fiel até às transcrições das fitas
gravadas na corte, aqui também reproduzida fielmente. Todo o drama e dilema dos acusadores
foram minuciosamente recriados nesta produção inquestionavelmente perfeita.

[fim sugestão]

T1. Princípios bioéticos

Os fundamentos da Bioética ou Ética não são os seus princípios, no entanto, os princípios


éticos norteiam o caminho referente à reflexão ética e representam um conglomerado de
referências e meios que contribuem para a construção da ação ética. Existem diferentes
modelos bioéticos, cada um propõe seus princípios, os apresentando em uma determinada
ordem. Essa hierarquia não representa uma hegemonia entre um e outro princípio, representa
apenas a ordem na qual foi construída a reflexão ética (RAMOS; JUNQUEIRA, 2007).

No Modelo Personalista os princípios bioéticos são distribuídos em:

1. Princípio da defesa da vida física: defende a vida física, pois se entende que a vida
física é coessencial para promover os valores humanos, devido a isso, sempre deve ser
preservada (RAMOS; JUNQUEIRA, 2007).

2. Princípio da liberdade e responsabilidade: ressalta a responsabilidade do


profissional de saúde tratar o paciente, como um fim, uma finalidade e jamais como
um meio. Ademais, relata a responsabilidade do cuidador, médico ou não, de não
aceitar um pedido do paciente caso interprete a súplica como inaceitável por sua
consciência moral (RAMOS; JUNQUEIRA, 2007).

3. Princípio terapêutico: este princípio é conectado com a proporcionalidade


das terapias para avaliar os riscos e benefícios. De acordo com esse princípio, é
permitido intervir sobre a vida de um paciente fazendo mutilações físicas em uma
cirurgia quando isso permitir a manutenção da vida. Exemplo: amputação de um
membro que foi dilacerado em um acidente ou remoção de tumor (RAMOS;
JUNQUEIRA, 2007).

4. Princípio da sociabilidade e de subsidiariedade: sociabilidade respaldada na


prerrogativa que cada indivíduo participe de uma sociedade, possuindo
responsabilidade com essa. Cada pessoa possui sua incumbência na preservação
da ordem social, permitindo que todos possam viver de forma adequada. Já a
subsidiariedade relaciona-se com as responsabilidades dos organismos
(governamentais) da sociedade com cada indivíduo. Por exemplo: um pequeno grupo
social (ONG), associações, entre outros, está desenvolvendo um projeto social e
necessita de ajuda, os gestores públicos devem apoiar essa iniciativa, oferecendo
recursos para que aquela entidade possa se manter e se desenvolver (RAMOS;
JUNQUEIRA, 2007).

É importante ressaltar que na literatura podem ser encontrados outros modelos de princípios
bioéticos, que nascem de diferentes escolas éticas. Entre os muitos existentes, será destacado
aquele que é mais utilizado pelos bioeticistas brasileiros. Trata-se do modelo bioético intitulado
de “Principialismo”, que foi proposto por Beauchamps e Childress em 1989. Esses autores
demonstram os seguintes princípios: autonomia, justiça, beneficência e não maleficência
(RAMOS; JUNQUEIRA, 2007).

T1. Princípio da não maleficência

Como o próprio nome já diz. Este princípio da bioética obriga o profissional da saúde a não
causar nenhum tipo de malefício ao paciente. Muitos autores consideram o princípio da não
maleficência como o princípio fundamental da escola Hipocrática. Além disso, ele é utilizado
constantemente para impor uma condição moral ao profissional da área da saúde. Tratando-se,
portanto, do dever ético mínimo que um farmacêutico(a) esteta precisa ter para exercer sua
profissão. O não cumprimento desse princípio coloca o profissional em uma situação de prática
negligente da farmácia estética (LOCH, 2002).

Este princípio tem grande importância, pois em muitos casos, os riscos de causar danos ao
paciente são inseparáveis de um determinado procedimento que é destinado a tratar aquele
tipo de disfunção. Pois, qualquer procedimento estético envolve riscos e o paciente tem que
está ciente dos possíveis problemas.

Por exemplo, um procedimento de pelling pode causar uma queimadura na pele do paciente se
o mesmo for executado erroneamente. No entanto, do ponto de vista ético esse malefício pode
ser justificado se o benefício esperado com o procedimento é beneficiar o paciente por meio da
regeneração tecidual ocasionado por uma queimadura controlada.

No exemplo supracitado, os danos ao paciente são relativamente pequenos e não oferecem


risco de morte. Porém, se o paciente tiver algum tipo de alergia aos componentes utilizados
pelo pelling o risco de ocasionar malefícios definitivos é elevado. Com isso, o procedimento não
poderá ser realizado.

T1. Princípio da beneficência

Este princípio da beneficência apoia-se na temática que devemos fazer o bem ao próximo.
Quando utilizado por profissionais da área farmacêutica o trabalhador tem o dever moral de
zelar pela saúde do paciente. Não apenas no que diz respeito à assistência técnica, mas
também deve ser levado em consideração à ética. Ou seja, todos os conhecimentos e
habilidades adquiridos pelo profissional ao longo da sua formação devem ser usados para
servir o paciente. Visando sempre minimizar os riscos e potencializar os benefícios do
tratamento (KOTTOW, 1995).

O presente princípio obriga o profissional da saúde a não causar danos intencionais à saúde do
paciente. Além disso, obrigado o profissional a promover o bem estar daquele, por meio das
seguintes ações (LOCH, 2002):

1. Prevenir ou remover algum malefício (LOCH, 2002), neste caso seriam as disfunções
estéticas.

2. Fazer o bem ao paciente. Ou seja, por meio dos procedimentos estéticos devolver ao
paciente a alto estima.

Esse princípio necessita de ações positivas por parte do(a) farmacêutico(a) esteta. Faz-se
necessário que o profissional trabalhe para beneficiar o seu paciente. Ademais, os
procedimentos que serão realizados precisam ser avaliados e analisados. Levando em conta o
benefício versus riscos e/ou custos. (LOCH, 2002).

Por exemplo, um determinado paciente deseja realizar um tratamento com toxina botulínica. No
entanto, o (a) farmacêutico(a) esteta deve alertar o seu paciente quais são os riscos que o
procedimento causa e os benefícios do mesmo. Além disso, o profissional deve argumentar o
motivo pelo qual os benefícios são maiores que os malefícios. O que justificaria a realização do
procedimento.

T1. Princípio do respeito à autonomia

O respeito à autonomia significa respeita o livre arbítrio de cada ser humano. Ou seja, uma
pessoa deve julgar se aquele determinado tratamento estético é ou não bom para si mesmo.
Mas, para que a pessoa possa exercer a autodeterminação é imprescindível respeitar duas
condições básicas (LOCH, 2002):

1. O paciente deve ter clareza intelectual para compreender as razões pela qual vai
realizar o procedimento (LOCH, 2002) e deliberação para escolher com coerência entre
as alternativas de tratamentos estéticos apresentados.

2. O paciente precisa ter liberdade. Ou seja, autonomia sobre as escolhas cabíveis


(BEAUCHAMP; CHILDRESS, 1994).

O princípio da autonomia baseia-se na relação de proximidade entre paciente e profissional da


saúde. Este princípio sentencia o(a) farmacêutico(a) esteta a comunicar todas as informações
possíveis sobre o tratamento, com o objetivo de promover uma compreensão da disfunção
estética e quais são as metodologias empregadas para reverter a mesma. Dessa maneira, o
paciente possui condições plenas de tomar a decisão, se irá ou não realizar o tratamento.
Respeitar a autonomia vai mais além, significa também ajudar o paciente a superar seus
sentimentos de dependência.

Ademais, para formalização das informações passadas pelo(a) farmacêutico(a) esteta ao


paciente, faz-se necessário a apresentação do consentimento informado. Essa declaração é
classificada com uma decisão voluntária do paciente. O veredicto pode ser promulgado de
forma verbal ou escrito. Por meio dele o paciente é informado dos riscos e benefícios que o
tratamento estético possui. E confirma que recebeu todas as orientações e teve suas dúvidas
esclarecidas pelo profissional. No entanto, o consentimento informado deve ser entendido
como um documento firmado pelo (a) farmacêutico(a) e paciente. Pois, o mesmo contempla
aos fundamentos legais do problema.

O termo deve ser visto como um processo de relacionamento entre as partes. Tendo o
profissional de saúde à obrigação de indicar todos os pontos do tratamento e ajudar o paciente
a escolher a melhor opção de acordo com os seus dogmas (LOCH, 2002).

T1. Princípio da justiça

A palavra justiça é derivada do latim “iustitia” e expressa o significado de equidade, leis,


exatidão, bondade, benignidade, justiça. Essa palavra foi introduzida na língua portuguesa no
século XIII. O seu significado também pode ser interpretado como: algo que está em
conformidade com o que é de direito, com o que é justo (Âmbito Jurídico. Acesso em: 3 jun.
2015).

Na bioética o princípio da justiça faz referência a respeitar com imparcialidade o direito de cada
indivíduo. Dessa maneira, não seria ético tomar uma decisão que levasse o(a) farmacêutico(a)
ou paciente a se prejudicar. É a partir desse princípio que se estrutura a chamada “objeção de
consciência”, que representa o direito de um determinado profissional recusar-se a realizar
determinado procedimento, aceito ou reivindicado pelo paciente, mas que vai contra as
convicções éticas desse profissional (RAMOS; JUNQUEIRA, 2007).

T1. Relação entre o(a) farmacêutico(a) esteta e o paciente à


luz do paternalismo

O paternalismo é definido como um comportamento impositivo praticado pelos profissionais da


saúde. Também poderíamos dizer que o paternalismo é um modelo de autoritarismo, devido ao
fato de uma pessoa exercer sobre outro individuo várias decisões sem o seu consentimento
(COHEN; MARCOLINO, 2002).
Esta conduta é um problema de difícil avaliação, devido ao fato de quando e quanto essa
prática é adotada. Dessa maneira, ela se torna o centro de bastantes problemas éticos
(COHEN; MARCOLINO, 2002).

Analise os comportamentos:

1. cuidar do enfermo sem o seu consentimento;

2. utilizar algum tipo de placebo;

3. não dizer ao paciente algum tipo de informação sobre o estágio da patologia que
ele apresenta;

4. realizar algum procedimento estético sem informar ao paciente que outros


farmacêutico(a)s estetas utilizam métodos diferentes.

Os comportamentos supracitados são, na sua plenitude, classificados como paternalista.


(COHEN; MARCOLINO, 2002).

De acordo com ensinamentos de Dworkin (1971) o paternalismo é o ato de interferir no livro


arbítrio, baseado na justificativa manter o bem-estar, felicidade e necessidades da pessoa
repremida.

Por outro lado, Culver e Gert (1982) dizem que o comportamento parternalista deve ser
empregado somente quando se acredita nos seguintes itens:

1. sua ação beneficia o paciente;

2. sua ação envolve a quebra de uma regra moral do paciente;

3. seus atos não possuem o consentimento do paciente, nem no passado, nem no


presente, nem aparecerá no futuro.

De maneira mais clara as ideias de Culver e Gert explicam que somente devemos agir
paternalisticamente em relação a um paciente, quando a intenção for beneficiá-lo e não o
executor do ato ou terceiros.

Existem duas formas de beneficiar uma pessoa. A primeira é promover algum bem para o
indivíduo, tais como: produzir prazer, liberdade ou oportunidade. A segunda forma é buscar
inibir ou amenizar um mal que está acometendo o paciente, pode ser uma dor ou incapacidade
de realizar algo (COHEN; MARCOLINO, 2002).

É importante salientar que o paternalismo é fundamentando nos princípios da beneficência e da


não maleficência. Ou seja, no geral esses princípios priorizam que o paciente seja tratado com
respeito e dignidade. Para isso, é primordial não causar nenhum tipo de malefício ao indivíduo
e prezar sempre belos resultado benéficos.

Por outro lado, também podemos fazer uma analise do paternalismo baseando-se no princípio
da autonomia. Esse princípio foi formalizado somente no ano de 1947, por meio do código de
Nuremberg, no qual foi estabelecido normas para a realização de pesquisa com seres
humanos. Para isso, desde então é obrigatório à apresentação do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido ao indivíduo que participará de uma determinada pesquisa laboral
(FREITAS; HOSSNE, 1998).

A palavra autonomia tem sua origem no idioma grego. Cujo “auto” significa “próprio” e “nomos”
relacionam-se com “leis, regras”. Ou seja, autonomia significa ter autodeterminação ou
autogoverno sobre as suas próprias decisões que irão afetar a integridade, a saúde, as
relações interpessoais, a vida, e a integridade (FILHO, 2011).

Indivíduos caracterizados como autônomos são aqueles que possuem a liberdade de


pensamento. Para uma situação ser classificada como autônoma é necessário que a mesma
possua alternativas de escolhas. Ademais, a liberdade de opção tem que estar presente. Não
obstante, a pessoa deve ser capaz de julgar as alternativas e escolher aquela que for melhor
para si de acordo com seus princípios. (FILHO, 2011).

Seguindo essa linha de pensamento, podemos citar o filósofo Franklin Leopold (LEOPOLDO;
SILVA, 1998), para ele o paternalismo é o resultado de uma relação assimétrica entre o
profissional de saúde e o paciente. Evidenciada pela fragilidade do paciente a frente do(a)
farmacêutico(a). Nesse tipo de relação encontramos uma desproporção, pois o cuidado
prestado anula o paciente, que é o objeto da relação. Pois, o(a) farmacêutico(a) detém o saber
dos procedimentos estéticos deixando o paciente a mercê das influências do profissional.
(FILHO, 2011).

[sintetizando]

Na farmácia estética um exemplo claro de paternalismo é a seguinte situação: Um paciente


pretende realizar uma sessão de ultrassom cavitacional, no entanto, para potenciar os efeitos
do tratamento o(a) farmacêutico(a) esteta, sem o consentimento do paciente, introduz soro
fisiológico no abdome.

É notório que a hidrolipoclasia consegue eliminar maiores quantidades de medidas. O(a)


farmacêutico(a) esteta quando decidiu realizar esse procedimento, teve como objetivo
promover um benefício ao paciente (princípio da beneficência), além disso, a hidrolipoclasia
não causa nenhum malefício (princípio da não maleficência). No entanto, o(a) farmacêutico(a)
praticou um ato de paternalismo, pois fez a injeção de soro sem o consentimento do paciente.
Se o paciente tivesse autorizado o uso do soro fisiológico essa situação não seria classificada
como paternalista.

[fim sintetizando]

T1. Envelhecimento populacional, aparência social e


benefícios propostos pela estética seguindo os princípios
bioéticos

Os brasileiros estão gastando cada vez mais com procedimentos estéticos. O Brasil já ocupa a
segunda colocação do ranking mundial entre os países que mais gastam com esses serviços.
Ficando atrás somente dos Estados Unidos. Devido a isso, no ano de 2014 foi estimando que o
mercado brasileiro movimentou cerca de R$ 136 bilhões e para o ano de 2015 estima-se um
crescimento de 10%. O aumento do mercado deve-se a ascensão das classes D e E, e a
crescente participação da mulher brasileira no mercado de trabalho, ocasionando a elevação
da renda familiar (Estado de Minas. Disponível em: <http://www.
em.com.br/app/noticia/economia/2014/11/02/internas_economia,585899/estetica- deve-fechar-
o-ano-com-crescimento-de-77-mesmo-com-economia-desaquecida. shtml>. Acesso em: 5 de
junho de 2015).

O público masculino também estimulou o aumento do faturamento no setor. Cada vez mais
preocupados com a aparência os homens estão investindo constantemente no seu bem-estar.
Não obstante, esse público busca um tratamento diferenciado e exclusivo. O mesmo deve ter
privacidade, agilidade e conforto. Ademais, a execução de um serviço regado com pequenos
agrados, tais como: drinks, sucos, orientações alimentares, entre outros. São alusivos e levam
a fidelização do paciente (Sebrae, disponível em:
<http://arquivopdf.sebrae.com.br/customizado/acesso-a-mercados/conheca-seu-mercado/
inteligencia-de-mercado/servicos-%20mercado%20de%20estetica.pdf>. Acesso em: 7 jun.
2015).

Um fator bastante significativo que deve ser levando em consideração ao analisar o


faturamento do setor é o envelhecimento populacional. Dados do Instituto Brasileiro de
Geografia Estatística (IBGE) revelam que a população brasileira está envelhecendo em um
ritmo acelerado. Isso se deve aos avanços da medicina, que proporcionaram uma maior
expectativa de vida. De acordo com o IBGE, o Brasil em 2025 será a sexta nação do mundo
com o maior número de pessoas com idade superior aos 70 anos. Serão cerca de 33 milhões
de brasileiros, o que representará aproximadamente 13% da população (IBGE. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/>. Acesso em: 5 jun. 2015).
O processo de envelhecimento não é visto com naturalidade por grande parte dos pacientes.
Muitos desejam eternizar a beleza que possuíam na juventude, e aqueles que se encontram
nessa faixa etária buscam constantemente novas maneiras de burlar o ciclo natural da vida.
Dessa forma, a autoestima do paciente fica abalada, trazendo para o mesmo: insegurança,
dúvida e incerteza. Com isso, os tratamentos estéticos surgem como provedores da resolução
dos problemas supracitados (HELOU, 2010).

Os valores da nossa sociedade são pautados nos seguintes referenciais: juventude e beleza
física. Quando um determinado paciente olha para o espelho e as marcas do tempo já estão
presentes em seu corpo, esse fato pode ser para muitos indivíduos, apavorante ou até mesmo
ameaçador. A partir desse momento o tempo é tratado como o principal inimigo. Pois, ele
passa e levar consigo todo o frescor da pele, agilidade dos movimentos e tonicidade dos
músculos e tecidos (HELOU, 2010).

A sociedade ocidental é sustentada por dogmas que priorizam a aparência como cartão
de visitas de qualquer individuo. O fato de determinada pessoa ter uma boa aparência
sentencia se ela será ou não aceita em determinado ciclo social. Tais valores são difundidos
pelas redes sociais, revistas, jornais, cinemas, desfiles, comerciais, entre outro. Ademais, a
propagação midiática que na maioria das vezes vendem imagens de indivíduos bem sucedidos,
associados a uma beleza e juventude sem igual, estimula esse tipo de comportamento. Com
isso, essas características tornam-se motivacionais para a obtenção de sucesso, seja ele
financeiro ou social (HELOU, 2010).

Os gastos com procedimentos estéticos já comprometem uma quantia generosa do orçamento


familiar. De acordo com um estudo realizado por Helou em 2010, no qual a pesquisadora
entrevistou várias mulheres indagando as mesmas, porque elas gastavam tanto dinheiro com
procedimentos estéticos. A resposta foi unânime: “Por causa da sociedade”.

Logo, o(a) farmacêutico(a) esteta que irá atender seu paciente deve primeiramente realizar
uma anamnese com bastante destreza e respeitar os princípios da Bioética. Pois, muitas vezes
o paciente pode querer fazer determinado procedimento baseado nos resultados obtidos por
um amigo ou familiar. Ou pode ter visto algo nas mídias sociais que determinado tratamento
promete realizar milagre. No entanto, cada organismo possui suas particularidades e deve
sempre ser tratado com um ser único. Devido a isso, é primordial individualizar os tratamentos
estéticos.
Unidade II
ASPECTOS GERAIS E CONFECÇÃO DO TERMO
DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
(TCLE)

CAPÍTULO 1
Termo de consentimento livre e esclarecido
(TCLE)

T1. origem do termo de consentimento livre e esclarecido


(TCLE)

O documento intitulado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foi criado nos
primórdios da Bioética, devido à preocupação que existia com as pesquisas realizadas com
seres humanos. Essa apreensão perdura até os dias atuais e ocupada lugar de destaque nas
discussões das pesquisas farmacológicas (SAKAGUTI; TRINDADE, 2007).

O primeiro relato sobre a utilização do TCLE foi um documento elaborado para estabelecer
uma relação entre o pesquisador e o pesquisado. O registro é datado em 19 de outubro de
1833. O médico estadunidense, Willian Beaumount (1785-1853) realizou seus trabalhos com o
consentimento de Alexis St. Martin. Esse apresentava um ferimento provocado por arma de
fogo, no qual era possível observar o seu estômago (SAKAGUTI; TRINDADE, 2007).

No documento firmado entre as partes ficou estabelecido que o médico iria custear todas as
despesas do pesquisado, além disso, forneceria uma remuneração no valor de U$ 150,00. O
estudo durou 1 ano e sofreu fortes críticas éticas pela forma como foi desenvolvido. Pois, o
pesquisado não recebeu todas as informações necessárias e o seu envolvimento com o
experimento não aconteceu de forma voluntária. No entanto, esse relato é considerado o
vanguardista do TCLE (MINOSSI, 2011).

Durante a história da Bioética observamos que nem sempre houve uma preocupação com o
participante de um experimento ou até mesmo de um procedimento médico.

Existe uma infinidade de relatos com desrespeito causado por cientistas ou médicos que não
se preocupavam com a autonomia das pessoas. Esses fatos envolviam dor, sofrimento,
humilhação e até mesmo mortes. O perfil das pessoas que tinham sua autonomia privada eram
prisioneiros de guerra, pobres, escravos e condenados à morte (SAKAGUTI; TRINDADE,
2007).

Foi somente a partir do Código de Nuremberg que o consentimento voluntário passou a


ser tratado com uma prerrogativa dos pesquisados. Em seu art. 1o o código destaca que o
consentimento voluntário do ser humano é extremamente essencial para o desenvolvimento de
uma pesquisa. No entanto, vários médicos e cientistas não respeitam essa diretriz. O motivo
seria a associação que muitos profissionais faziam com os crimes cometidos durante a guerra,
com isso, suas penalidades ou exigências não valeriam para as pesquisas realizadas no pós-
guerra (SAKAGUTI; TRINDADE, 2007).

Também podemos descartar a Declaração Universal dos Direitos do Homem que foi
assinada em dezembro de 1948, na cidade de Paris. Representando a primeira tentativa da
humanidade em estabelecer paramentos humanitários válidos para todos os habitantes do
planeta. Independente de cor, sexo, classe social, religião, língua, entre outros. (SAKAGUTI;
TRINDADE, 2007).

No fim dos anos 1950 nos Estados Unidos vários pacientes começaram a denunciar
pesquisadores que omitiram informações a respeito dos procedimentos. Porém, foi
somente a partir da década de 1960 com a Declaração de Helsinque que os consentimentos
passaram a receber uma análise mais detalhada (SAKAGUTI; TRINDADE, 2007).

Por fim, em 1993 ocorreu à criação das “Diretrizes Éticas Internacionais para Pesquisas
da Área da Saúde Envolvendo Seres Humanos”, esse documento promoveu uma valorização
dos TCLE em todas as pesquisas com seres humanos (SAKAGUTI; TRINDADE, 2007).

T1. Aplicação do TCLE no Brasil

No Brasil a regulamentação do TCLE começou com a produção de 2 documentos elaborados


pelo Conselho Federal de Medicina (CFM – Resolução no 1081, de 12 de março de 1982) e
pelo Ministério da Saúde na década de 1980 (Portaria no 16, de 27 de novembro de 1981).
Esses documentos estabeleceram as normas para a utilização do TCLE nos primórdios na
década de 1980 (MINOSSI, 2011).

Durante a primeira Conferência Brasileira de Bioética realizada em julho de 1996, foi


confirmado que na pesquisa brasileira muitos pesquisados raramente eram informados ou até
mesmo perguntados se gostariam de participar de um estudo. Devido a isso, o Conselho
Nacional de Saúde revisou as normas éticas para a realização de pesquisas com seres
humanos no país, estabelecidas pela Resolução no 1/1988. Essa resolução foi formulada no
ano de 1988, e estabelece que todas as pessoas que participavam de pesquisa em território
brasileiro deveriam ser informadas por escrito de todos os riscos e objetivos do estudo. E
teriam a sua autonomia respeitada, para decidir se iriam ou não participar do estudo. (HARDY
et al, 2002).

Com isso, uma comissão do Conselho Nacional de Saúde foi formada e ouviu diferentes nichos
da população para elaborar um documento detalhado e abrangente. Ao fim do processo, a
”Resolução no 196/1996 sobre Pesquisas Envolvendo Seres Humano” foi publicada e encontra-
se atualmente em vigor (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1996).

[saiba mais]

Essa resolução define TCLE como:

A anuência do sujeito da pesquisa e/ou seu representante legal, livre de


vícios (simulação, fraude ou erro), dependência, subordinação ou intimidação,
após explicação completa e pormenorizada sobre a natureza da pesquisa, seus
objetivos, métodos, benefícios previstos, potenciais riscos e o incômodo que
esta possa acarretar, formulada em um termo de consentimento, autorizando
sua participação voluntária na pesquisa (SAKAGUTI; TRINDADE, 2007).

[fim saiba mais]

A expressão termo de consentimento livre e esclarecido é uma tradução dos termos da língua
francesa consentement livre et ésclaire, que por sua vez deriva da expressão inglesa informed
consent (SAKAGUTI; TRINDADE, 2007).

As instruções presentes na Resolução no 196/1996 relata que todas as pesquisas que utilizam
seres humanos, independente da área de atuação, devem submeter seu estudo a um
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Devido a isso, todas as instituições brasileiras que
realizam esse tipo de pesquisa foram obrigadas a construir um CEP. Na impossibilidade de
uma instituição construir um CEP, ela deve submeter seus trabalhos ao CEP de outro centro.
Preferencialmente o CEP de uma faculdade, universidade, instituto de pesquisa ou outro órgão
que possui indicação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/MS) para
realização dos seus trabalhos (HARDY et al, 2002).

Ademais, o TCLE deve ser submedito ao CEP de acordo com as diretrizes da resolução no
196/1996. O comitê irá avaliar se o TCLE esclarece os pontos principais da pesquisa e se
permite que o indivíduo pesquisado apresente autonomia e voluntariedade para tomar sua
decisão.

No entanto, em procedimentos médicos ou farmacêuticos que são realizados dentro do


consultório não se faz necessário que o TCLE passe pela aprovação de um CEP, porque não
está sendo realizada uma pesquisa cientifica. Porém, é de extrema importância que o
documento seja avaliado por um advogado especialista em ética, para garantir que o mesmo
esteja redigido de acordo com os princípios éticos, além de garantir a idoneidade do
documento.

T1. Aspectos legais do TCLE

De acordo com a resolução no 196/1996 o TCLE deve ser preenchido em duas vias. O
documento deve conter a identificação do participante de uma pesquisa e/ou paciente, do
representante legal (caso exista), nome do pesquisador e/ou farmacêutico(a) esteta, data e
assinatura de todos em todas as folhas. Uma via fica com paciente e/ou pesquisado e a outra é
arquivada pelo profissional (SAKAGUTI; TRINDADE, 2007).

Uma das finalidades do TCLE é servir como uma peça contratual entre o(a) farmacêutico(a) e o
paciente. Conforme os princípios jurídicos, defendendo os direitos das partes envolvidas na
causa junto à justiça e no conselho de classe do profissional (SAKAGUTI; TRINDADE, 2007).

Por outro lado, de acordo com uma vertente o TCLE é um documento informativo e
esclarecedor. Devido a isso, não deveria ser utilizado com instrumento de defesa do
profissional. Pois, para muitos profissionais da saúde que trabalham com procedimentos
minimamente invasivos (injetáveis) essa tática é vista como um desvio da prática sensata,
induzida principalmente por profissionais incompetentes, devido ameaça de processos por
negligência profissional. Além disso, apesar do paciente ter assinado o TCLE concordando com
o tratamento, nada impede que ele entre na justiça e processe o(a) farmacêutico(a) esteta em
casos de erros ou falta de assistência por parte do profissional (MINOSSI, 2011).

Caso o(a) farmacêutico(a) queira utilizar as imagens do paciente em algum congresso ou artigo
cientifico, é necessário uma autorização especial ou “Autorização do Uso de Imagem”, que
pode estar embutida em um item dentro do TCLE. Nessa autorização deve está escrito a
maneira pela qual as imagens serão utilizadas e como a identidade do paciente será
preservada (SAKAGUTI; TRINDADE, 2007).

T1. Elaboração do TCLE

De acordo com as normas da resolução no 196/1996 o TCLE é um documento elaborado pelo


pesquisador ou farmacêutico(a) e precisa ter a assinatura ou impressão digital do paciente e/ou
responsável legal e visto do profissional. Em alguns casos também é utilizada a assinatura de
uma testemunha para dar mais credibilidade ao documento. Além disso, o termo precisa ser
elaborado em uma linguagem acessível, de preferência sem a utilização de termos técnicos e
deve apresentar os seguintes itens: (SILVA et al, 2005; SAKAGUTI; TRINDADE, 2007;
MINOSSI, 2011).

» título (nome do procedimento que será realizado);


» introdução do experimento ou tratamento;

» objetivos (finalidade do procedimento);

» metodologia (descrever a técnica que será utilizada);

» complicações ou riscos que o tratamento possui (pré-tratamento, durante, após);

» contraindicações que o tratamento possui;

» benefícios esperados;

» orientações para o pré e pós-procedimento;

» informações do profissional, tais como: nome completo, telefone, endereço da


clínica, número do conselho do profissional;

» identificação do paciente (nome, CPF, RG, endereço);

» data, cidade e estado em qual foi realizado o tratamento;

» garantia de esclarecimento a qualquer momento sobre o tratamento ao paciente;

» preservação da identificação do paciente, caso o profissional queira usar as imagens do


tratamento em revistas, artigos, congressos, entre outros. Mediante autorização do uso
de imagem;

» assinatura ou impressão digital das partes envolvidas (paciente, farmacêutico(a) e


testemunha);

» declaração que as informações prestadas foram efetivamente entendidas.

Para tornar a compressão do texto do TCLE mais fácil, é imprescindível seguir as seguintes
orientações (ARAÚJO et al, 2010):

» elaborar frases curtas, com palavras de fácil entendimento. Facilitando dessa maneira a
localização do paciente sobre temática do TCLE;

» ser direto e breve na redação do texto. Para que o paciente possa ler todo o TCLE e
absorver todas as informações necessárias;

» formular todo o texto em linguagem leiga. Ou seja, utilizar expressões que são comuns
à população e a linguagem estética;

» colocar as informações mais importantes no começo do parágrafo, facilitando a


absorção do conteúdo mais importante;
» elaborar frases na ordem direta e na voz ativa;

» citar os benefícios do tratamento antes dos malefícios que o mesmo pode causar;

» evitar o uso de adjetivos e eufemismo;

» utilizar títulos e subtítulos em destaque, para introduzir melhor o assunto abordado no


TCLE e facilitar a compreensão.
Unidade III
REALIZAÇÃO DE ANAMNESE FACIAL E
CORPORAL

CAPÍTULO 1
Definição de anamnese e seus princípios

T1. Anamnese na farmácia estética

A palavra anamnese é originaria do grego, ana significa trazer de volta e mnsese refere-se à
memória. Ou seja, podemos definir anamnese como sendo uma entrevista realizada pelos
profissionais da saúde que visa resgatar as informações de uma determinada patologia
(PORTO, 2004). Dessa maneira, ela apresenta comunicação não verbal (sinais,
comportamento), verbal e escrita. (SOARES et al, 2014). São por meio dessas informações que
o(a) farmacêutico(a) esteta vai guiar-se para realizar a entrevista.

Uma boa anamnese é aquela que possui contato entre o profissional de saúde e o
paciente. No entanto, para realizar esse procedimento com destreza é preciso dedicação e
tempo adequado de atendimento. Pede-se para o profissional que antes de começar a consulta
avalie como está seu humor, atenção e disposição. Caso essas três características apresentem
déficit o atendimento poderá ser prejudicado e a relação cordial entre farmacêutico(a) esteta e
paciente não existirá. Além disso, cumprimentar o paciente, ter um tom de voz adequado e
olhar direcionado demonstram interesse e dedicação por parte do profissional em ouvir as
queixas do paciente (CARRIÓ, 2012).

É durante a consulta que a relação entre o(a) farmacêutico(a) esteta e o paciente começa. A
arte de realizar uma boa anamnese é adquirida com a vivência no consultório. Ademais, cada
profissional possui suas particularidades na condução de uma entrevista, não obstante, há
algumas regras básicas que precisam ser seguidas, tais como (SENRA; MORAES, 2012):

1. deixe o paciente expor suas queixas livremente. Ouça com atenção todas as
informações passadas;

2. as perguntas não devem ser realizadas em uma forma mecânica e enfadonha;

3. evite perguntas sugestivas, que podem ser respondidas com um simples “sim” ou “não”;

4. utilize uma linguagem de fácil entendimento e sem termos técnicos;


5. o(a) farmacêutico(a) esteta deve possuir empatia. Isto é, ter a capacidade de
compreender o sentimento ou reação do paciente colocando-se no lugar dele.

Determinados pacientes que apresentam algum tipo de disfunção estética, podem apresentar
transtornos psicológicos que potencializam as imperfeições. No entanto, as disfunções que
esses pacientes possuem são classificadas como aceitáveis, porém devido aos transtornos
essas imperfeições são multiplicadas pelo indivíduo. Com isso, cabe ao profissional ter a
destreza para identificar esse tipo de comportamento no paciente, para realizar uma anamnese
correta e sem influência dos fatores psicológicos. Alguns desses comportamentos são (SENRA;
MORAES, 2012):

1. expectativa bastante elevada sobre o tratamento (fantasia x realidade) ou causa


obscura que levou o paciente a buscar tratamentos estéticos;

2. está realizando o procedimento estético para agradar outras pessoas;

3. apresentação de delírios, perda de contanto com a realidade, alucinações, isto é,


psicose;

4. distúrbio de ansiedade e de afeto;

5. exagero nos defeitos estéticos (transtorno dismórfico corporal);

6. distúrbio de somatização. Esse transtorno quando presente nos pacientes podem


causar sofrimento significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou
em outras áreas importantes, devido às anomalias estéticas. Os sintomas são:
palpitações, vômitos, náuseas, tonturas, indiferença sexual, intolerância alimentar, entre
outros.

O(a) farmacêutico(a) esteta deve possuir determinadas atitudes para conduzir uma anamnese
de forma confortável e segura. Para isso, é importante ressaltar os seguintes comportamentos
(SENRA; MORAES, 2012):manter a calma e seriedade na consulta. Para passar conforto ao
paciente;

1. disposição para ouvir as queixas do paciente;

2. explicar com detalhes como planeja reverter à disfunção estética;

3. não apresentar atitudes defensivas, porém a formalidade e cordialidade são


necessárias;

4. possuir paciência, para definir claramente quais são os comportamentos aceitáveis e


inaceitáveis.
Algumas perguntas são classificadas como essenciais em uma anamnese, por meio delas é
possível obter informações relevantes sobre a vida do paciente e as expectativas que o mesmo
possui com a realização dos tratamentos estéticos. Algumas dessas perguntas são:

1. Já realizou algum tipo de tratamento estético?

› Se a resposta for sim, quais foram os tratamentos?

› Ficou satisfeito com os resultados obtidos?

2. Nos próximos dias participará de algum evento importante, tais como: casamento,
formatura, aniversário?

› A resposta sendo positiva, explique o tempo de recuperação do procedimento.

3. Está grávida ou pretende engravidar nos meses em que estiver realizando os


tratamentos?

› Mulheres grávidas devem evitar a realização de tratamentos estéticos. Pois, os


procedimentos podem interferir na gravidez.

4. Trabalha ou vive em um local com exposição ao sol?

› Pacientes devem evitar exposição ao sol durante os tratamentos estéticos.


Especialmente na realização de peelings, lasers, CO2 fracionado, entre outros. Para

evitar pigmentações na pele.

5. Possui herpes labial?

› Em casos de pacientes com herpes labial é importante alertar o mesmo sobre o


risco da herpes aparecer devido aos procedimentos estéticos. Com isso, tomar o
medicamento de costume do paciente, antes de começar o tratamento, ajuda a
prevenir o aparecimento da herpes.

6. Possui algum tipo de dermatite?

› Pacientes com dermatite possuem a pele bastante sensível. Devido isso, o


profissional deve ter um cuidado extra na execução dos procedimentos para não
lesionar a pele.

7. Possui alergia a algum tipo de medicamento ou substância?

› Pacientes alérgicos precisam de uma atenção especial, para evitar possíveis


complicações.

8. Utiliza marca-passo?
› Pacientes portadores de marca-passo não podem realizar radiofrequência, pois o
procedimento pode alterar o funcionamento do aparelho.

9. Possui hipertensão?

› Pacientes hipertensos podem ficar nervosos durante a realização de algum


procedimento estético, ocorrendo elevação da pressão sanguínea.

10. Está realizando algum tratamento médico no momento?

› Alguns tratamentos médicos podem possuir como efeitos colaterais disfunções


estéticas. Nestes casos, o paciente deve levar na consulta uma autorização do
médico responsável liberando o paciente para a realização de tratamento estético.
Além disso, o farmacêutico deve estudar o caso e analisar possíveis interações
entre o tratamento médico e o estético.

11. Possui algum tipo de distúrbio hormonal?

› Alterações hormonais podem causar acnes, sobrepeso, manchas, excesso de


pelo, entre outras disfunções estéticas.

12. Possui antecedentes oncológicos?

› Neste tipo de caso deve-se pedir que o paciente leve na consulta uma autorização
do médico oncologista liberando-o para a realização de tratamentos estéticos.
Porém, caso o paciente esteja portando a neoplasia o tratamento não deve ser
realizado.

O(a) farmacêutico(a) esteta pode elaborar outros tipos de perguntas de acordo com a sua
experiência e necessidade. Pois, cada profissional possui suas particularidades que compõe a
anamnese.

[saiba mais]

Além disso, o(a) farmacêutico(a) possui capacidade plena para interpretar os laudos de testes
laboratoriais. Com isso, se possível for, o paciente deve levar os exames laboratoriais
realizados nos últimos meses na consulta. Caso contrário, o paciente deve consultar-se antes
com um médico e solicitar exames laboratoriais de rotina: hemograma, colesterol total, HLD,
LDL, VLDL, triglicerídeos, glicemia, entre outros. E levar posteriormente na consulta com o(a)
farmacêutico(a) esteta.

[fim saiba mais]


Essa conduta é extremante importante, pois o profissional tem que saber como está a saúde do
paciente antes de começar os procedimentos. Especialmente para aqueles que promovem a
liberação de lipídios, tais como: intradermoterapia, ultrassom cavitacional, criolipólise,
hidrolipoclasia, entre outros. Evitando dessa maneira, uma alteração acentuada nos níveis
lipídicos e possíveis patologias.

Já os procedimentos que provocam sangramento como microagulhamento, o profissional deve


analisar primeiro se o paciente não possui algum problema de coagulação. Com isso, surge
também a importância de solicitar o exame de coagulograma aos médicos e posteriormente
levar o resultado na consulta com o(a) farmacêutico(a) esteta.

T1. Elaboração da ficha de anamnese

A ficha de anamnese deve ser elaborada de acordo com os procedimentos que o profissional
realiza. Não obstante, a ficha não dever ser entendida apenas como uma ficha cadastral que irá
conter os dados do pacientes, mas como um documento que possui informações relevantes
sobre o paciente que irão auxiliar na correta escolha do procedimento mais indicado para tratar
determinada disfunção estética.

Ademais, não existe um modelo pré-determinado para elaboração de uma ficha de anamnese.
Cada farmacêutico(a) esteta deve elabora a sua própria ficha de acordo com a sua vivência
clínica e os procedimentos que realiza. No entanto, os pontos que foram abordados no tópico
anterior desta apostila são fundamentais, logo é importante que eles estejam presentes, pois
norteiam o profissional durante a consulta.
CAPÍTULO 2
Equipamentos utilizados na anamnese facial

T1. Fotografia

A fotografia digital é uma ferramenta de grande utilidade na farmácia estética. Revistas


científicas e muitos profissionais usam essa metodologia para acompanhar a evolução dos
tratamentos. No entanto, para a fotografia contrastar com a realidade, é imprescindível que o
profissional utilize equipamentos de qualidades e tenha noção dos princípios básicos de
fotografia. Tais como: iluminação, distância, ângulo, enquadramento. A correta utilização dos
princípios básicos de fotografia atenuam as falhas técnicas e valorizam os resultados obtidos
nos tratamentos estéticos (AZULAY et al, 2010).

Uma utilização dos benefícios da fotografia na prática do dia a dia ocorre em avaliação
quantitativa de melanina. Em tratamentos de hipercromias cutâneas com luz intensa pulsada é
possível realizar uma analise de antes e após o tratamento por meio de fotos, analisando
quantitativamente a melanina. Dessa maneira, a associação das metodologias beneficia a
análise do tratamento (CYMBALISTA; OLIVEIRA, 2006).

T1. Luz de Wood

O físico Robert W. Wood (1868-1955) criou em 1903 uma lâmpada que é bastante utilizada em
procedimentos estéticos, a Lâmpada de Wood (WOOD, 1919). O equipamento utiliza um arco
de mercúrio de alta pressão, juntamente com um filtro feito de silicato de bário, possuindo 9%
de óxido de níquel (Filtro de Wood). Esse filtro é opaco a todas as luzes, com exceção as luzes
que estão na banda entre 320nm (nanômetros) e 400nm, com picos de 365nm. No entanto,
para que ocorra a fluorescência no tecido o comprimento de onda deve está situando entre
340nm e 400nm (ASAWANONDA; TAYLOR, 1999).

A melanina presente na epiderme e na derme absorvendo a luz no comprimento de onda


supracitado, já o colágeno que está presente na derme ao absorver a luz fluorescente em razão
dos comprimentos de ondas maiores, em especial devido aos comprimentos que estão na
gama azul do espectro de luz. Porém, a exposição solar prejudica a fluorescência da pele,
provavelmente devido a alterações que a luz do sol provoca na elastina (ANDERSON, 1989;
LEFFEL et al, 1988).

É importante ressaltar que, a fluorescência da pele ocorre principalmente devido aos


constituintes da elastina, colágeno, aminoácidos, nicotinamida adenina dinucleótideo (NAD) e
os precursores da melanina também podem está envolvidos no processo. No entanto, a
exposição crônica ao sol prejudica a fluorescência da pele devido à deterioração que os raios
solares provocam no órgão (FULTON, 1997; FULLNER et al, 1979).

Com isso, a Luz de Wood assim que ilumina uma região com grande quantidade de melanina,
esse local absorve toda a luz deixando a região que não possui uma quantidade significante de
melanina refletir a luz. Dessa maneira, as variações de pigmentação da pele tornam-se mais
evidentes (AZULAY et al, 2010).

Na farmácia estética a Luz de Wood pode ser utilizada para diagnosticar disfunções estéticas
ligadas à pigmentação, tais como: hipopigmentação ou hiperpigmentação. Essas alterações
epidérmicas ocorrem devido a alterações na quantidade de melanina (JILSON, 1981).

Figura 2. Na imagem (a)o paciente foi fotografado quando exposto a luz comum. Na imagem
(b) o paciente foi fotografado após ser iluminado pela luz de Wood, com isso, podemos
observar com mais detalhes as hiperpigmentações presentes no nariz e na região da
mandíbula.

Fonte: Asawanonda; Taylor, 1999.

Figura 3. Na imagem (a) o paciente foi iluminado com luz comum para a observação das acnes
vulgar. Já na imagem (b) o mesmo paciente foi fotografado com a presença da luz de Wood,
mostrando a fluorescência branca amarelada dos comedões.
Fonte: Asawanonda; Taylor, 1999.

O uso da Luz de Wood é bastante difundido na farmácia estética, com isso, algumas
observações referentes à coloração que a pele apresenta quando exposta a luz são
importantes para o diagnóstico da disfunção estética e posterior tratamento. Além disso, existe
uma grande variedade de aparelhos que utilizam a Luz de Wood, como é o caso do
“Dermaview”.

Abaixo estão relacionadas às principais cores e disfunções correlacionadas.

» azul: pontos normais e saudáveis;

» branco: camada grossa de células epiteliais mortas, exemplo: ceratoses actínicas;


» roxo fluorescente: desidratação;

» marrom: pigmentação;

» laranja: oleosidade;

» amarelo claro/laranja claro: acne ou comedões;

» branco-amarelado/cobre-alaranjado: infecção fúngica, exemplo: pitiríase versicolor,


causada por Malassezia furfur;

» verde fluorescente: infecção bacteriana, exemplo: Bacterias Pseudomonas.

» vermelho-coral: eritrasma (Corynebacterium minutissimum);

» roxo escuro em grandes áreas: maquiagem, base, ou protetor solar.

T1. Lentes de aumento

As lentes de aumento são comumente utilizada nos consultórios de farmacêuticos(as) estetas


durante a avaliação do rosto do paciente, bem como na execução de determinados
procedimentos que necessitam de um aumento de área. No mercado existe uma grande
variedade de lentes e acessórios para as mesmas. Com isso, o profissional deve pesquisar e
analisar qual equipamento vai suprir suas necessidades no consultório.
CAPÍTULO 3
Principais disfunções estéticas da face

T1. Acnes

A acne é uma dermatose que pode surgir devido a uma alteração no tecido estratificado
pavimento queratinizado. Não obstante, a bactéria Propionibacterium acnes, possui como
fonte de alimento as secreções produzidas pelas glândulas sebáceas, por esse motivo
ela pode entrar em contato com os poros promovendo a inflamação do folículo piloso,
causando lesões que irão levar ao surgimento das acnes. Além disso, hipersecreção das
glândulas sebáceas e liberação de mediadores químicos de inflamação na pele ajudam a
promover o aparecimento das acnes (COSTA et al, 2008; THIBOUTOT et al, 2006).

A sua incidência em adolescente é extremamente alta, ocorrendo em 90% das pessoas que se
encontram nessa faixa etária. No entanto, elas podem persistir na vida adulta em cerca de 12%
a 14% dos pacientes. Levando na maioria dos casos a um grande desconforto social e
psicológico (CAPITANIO et al, 2010, GHODSI et al, 2009).

As cicatrizes ocasionadas pela acne são classificadas em deprimidas, distróficas e


hipertróficas. As deprimidas são aquelas que podem sofrer uma melhora momentânea ou não
quando a pele do paciente é esticada, neste caso elas podem ser subclassificadas em
distensíveis ou não distensíveis. Já as distróficas são cicatrizes que apresentam forma irregular
estrelada com fundo brando e atrófico, e as hipertróficas apresentam uma grande quantidade
de queloides, pápulas e pontes (KADUNC et al, 2003).

Por outro lado, não existe um consenso a respeito da classificação das acnes. Porém,
podemos observar a seguinte divisão (MONTEIRO; MOREIRA, 2012):

1. Acnes comedoniana ou não inflamatória – Grau I: esse tipo de acne também é


conhecido como acne vulgar e não apresenta inflamações. Nela encontramos
comedões que podem está abertos ou fechados. Neste caso, existe a presença de
ambos.

Figura 4. paciente portador de acne vulgar. Há comedões abertos ou fechados, porém não
estão inflamados.

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Fonte: (GOld, 2008).

2. Acnes papulopustulosa – Grau II: ocorre o domínio de inflamações, com comedões,


pápulas vermelhas e inflamadas e pústulas (espinhas) com pus. Podem ser
classificadas em leves, moderadas ou graves.

Figura 5. paciente portador de acne papulopustulosa com presença de pústulas e pus.

Fonte: (HEAlTH CARE. disponível em: <http://www.healthcareatoz.com/major-signs-and-symptoms-of-acne>.


Acessado em: 17 jun. 2015).

3. Acnes nódulos-císticas – Grau III: há a ocorrência de nódulos e lesões císticas, bem


como de comedões, pápulas e pústulas. As lesões são mais profundas, inflamadas e
dolorosas. Sendo classificadas em moderadas ou graves.

Figura 6. Acnes nódulos-cística com presença de vários nódulos e pústulas inflamados.

Fonte: (KRAFT; FREIMAN, 2011).

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4. Acnes conglobatas – Grau IV: é classificada como uma forma grave. Encontramos
numerosos nódulos grandes, abscessos e cistos purulentos inflamados e
intercomunicantes. Devido ao seu alto grau de agressividade pode conferir ao portador
aspecto desfigurante.

Figura 7. paciente portador de acne conglobata. Neste caso, é observado uma grande
quantidade de nódulos purulentos formandos por abscessos e fístulas que drenam pus.

Fonte: (YIu et al, 2013).

5. Acnes fulminans – Grau V: é a forma mais agressiva das acnes, provocando queda do
estado geral do paciente e faz-se necessário a internação do mesmo.

Figura 8. paciente portador de acnes fulminans. Observamos a presença de pápulas, pústulas,


nódulos confluentes e lesões ulcero necróticas na face.

Fonte: (ZANElATO et al., 2011).

T1. Melasma
38
O melasma é classificado como uma hipermelanose crônica, caracterizada por máculas
acastanhadas simétricas e assintomáticas em áreas expostas a luz (fotoexpostas) (SANCHEZ
et al, 1981). Atingindo principalmente a região frontal da face e a malar. As mulheres, em
especial as gestantes, são as principais vítimas, no entanto, homens também sofrem com a
disfunção estética, porém em menor quantidade (RIGOPOULOS et al, 2007; BOLANCA et al,
2008). Ele está presente em todas as raças, particularmente em portadores de fototipos altos
que vivem em regiões que possuem altos índices de radiação ultravioleta (UV) (HASSUN et al,
2008; VICTOR et al, 2008).

A ciência ainda não estabeleceu a origem da disfunção estética, no entanto, a radiação UV é


dita com uma das principais causadoras do melasma. Pois, ela causa a peroxidação de lipídios
na membrana celular, estimulando os melanócitos através da liberação de radicais livres. Além
disso, pesquisas revelam que o melasma sofre influência do hormônio luteinizante (LH) quando
esse se encontra elevado e do estradiol quando seus níveis estão baixos (BOLANCA et al,
2008; HASSUN et al, 2004).

Por outro lado, distúrbios vasculares nos melanócitos que apresentam receptores de
crescimento do endotélio vascular, poderiam ser influenciados por elementos angiogênicos,
elevando a vascularização e auxiliando na hiperpigmentação cutânea (SANCHEZ et al, 1981).
Ademais, pré-disposição genética (SANCHEZ et al, 1981) e aumento da síntese de tirosinase
(VICTOR et al, 2004) contribuem para o aparecimento da disfunção. Sua classificação obedece
aos seguintes critérios: características histológicas (VICTOR et al, 2004), localização do
pigmento (epidérmico, dérmico ou misto) (SALIM et al, 2008; BOLANCA et al, 2008) e pela
disposição topográfica das lesões, bem como, pela distribuição da melanina nas camadas da
pele através do auxílio da Luz de Wood (TAMLER et al, 2009).

Na análise clínica são considerados basicamente três padrões para diagnosticar o melasma na
face de acordo com sua localização anatômica: centrofacial, malar e mandibular. O padrão
centrofacial é o mais comum e apresenta-se na região malar, mentoniana, frontal, nasal e
supralabial, já o critério malar está presente na respectiva área e na região nasal. Por fim, o
padrão mandibular é encontrado somente na área citada. No entanto, outras regiões podem
apresentar melasmas com um índice relativamente baixo de incidência, tais como: pescoço e
braço. Nesses casos o melasma é denominado de extrafacial (GUPTA et al, 2006; Rendon et
al, 2006).

Figura 9. vários melasmas em paciente do sexo feminino. Nas regiões: frontal, temporal,
mandibular, mentoniana e zigomática.

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Fonte: (Handel et al, 2013).

Figura 10. Melasma do tipo extrafacial, apresentando pigmentação castanha na área do


pescoço. Nota-se que é uma região que fica bastante exposta ao sol.

Fonte: (Handel et al, 2013).

T1. Rugas e o processo de envelhecimento celular

O processo de envelhecimento provoca alterações na estrutura e elasticidade da pele


(OIKARINEN et al, 1985). Fatores genéticos e epigenéticos, tais como: exposição ao sol,
fumar, ingestão de álcool, alimentação desregrada, entre outros, contribuem para o
envelhecimento cutâneo. Devido a isso, podemos dividir o envelhecimento em cronológico e
secundário. (FISHER et al, 1997; GILCHREST et al, 1996). Ademais, ambos sofrem ações dos
radicais livres, uma vez que a pele está constantemente exposta às moléculas reativas de
oxigênio – reative oxygen species (ROS), cujo acúmulo é responsabilizado pelo dano oxidativo
das células.

40
As ROS são geradas pelo estresse oxidativo e são responsáveis pela ativação do fator de
crescimento celular e de citocinas inflamatórias. Atuando principalmente na matriz celular,
causando indução de mieloproteinas e degeneração do tecido conjuntivo. Ademais, as ROS
causam avarias no DNA genômico e mitocondrial, dificultando a regeneração do organismo.
Essa alteração no DNA contribui para a perda dos telômeros (DIAS; ADRIANO, 2012).

A senescência é causada pelas perdas dos telômeros. Eles constituem porção final dos
cromossomos, que sofrem encurtamento à medida que as células vão se dividindo. A perda
contínua das sequências de telômeros é um fator limitante para a capacidade de replicação
celular, pois as células com telômeros mais curtos tornam-se instáveis geneticamente e sofrem
apoptose. O encurtamento dos telômeros é acelerado pelo estresse oxidativo e por inflamação,
possuindo a dieta como agente participativo nos dois processos (DIAS; ADRIANO, 2012).

Os radicais livres são responsáveis por causarem lesões nas células, que podem ser
prevenidas ou reduzidas via atividades dos antioxidantes, encontrados em muitos alimentos.
Esses podem atuar de forma direta, neutralizando a ação dos radicais livres, ou de forma
indireta, como coparticipantes em sistemas enzimáticos com a função antioxidante (DIAS;
ADRIANO, 2012).

Esses fatores contribuem para o aparecimento das rugas, que são definidas como sulcos ou
pregas presentes na superfície da pele e correspondem aos primeiros sinais de
envelhecimento que o organismo apresenta. Elas são originárias de um processo normal de
envelhecimento, porém são potencializadas por fatores ambientais (epigenéticos) (BRAND et
al, 2009).

As rugas ocasionadas pelo envelhecimento são finas e normalmente desaparecem quando são
esticadas e as ocasionadas pelo sol são ásperas, profundas e não desaparecem quando
esticadas. Além disso, histologicamente as rugas são ocasionadas pela perda de tecido
adiposo no interior da pele, além da carência de fibras elásticas e colágeno. E atualmente as
rugas provocam um impacto social e psicológico bastante alto na sociedade, portanto elas
compõem uma área que é bastante estuda pela ciência, com o objetivo de promover novas
formas de tratamento e prevenção (FABBROCINI et al, 2009).

A classificação das rugas é realizada de acordo com sua localização anatômica e


agressividade. As classificadas como periorbitais são comumente conhecidas como “pés de
galinha”, é o tipo mais comum de ruga e recebe essa denominação por causa da sua posição
anatômica, a área periocular. Esse tipo de ruga é causada pelo processo de envelhecimento,
no entanto, fatores ambientais como exposição excessiva ao sol e atividade demasiada da
musculatura contribuem para o seu desenvolvimento (FABBROCINI et al, 2009).

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A glabela é uma das principais regiões afetadas pelas rugas. Ela fica localizada entre as
sobrancelhas e sua contração está relacionada a sentimentos, tais como: raiva, frustração,
irritação, preocupação, cansaço. (FINN et al, 2003). Os músculos que compõem a glabela são
os seguintes: corrugadores e orbiculares das pálpebras, procerus, depressores do supercílio e
as fibras inferiores do músculo frontal (SOMMER; SATTLER et al, 2001). A atividade
exacerbada desses músculos provoca o aparecimento de linhas hipercinéticas
perpendiculares, de acordo com a contração dos músculos. Dessa maneira, as rugas
horizontais, verticais e oblíquas são formadas (MADEIRA; MARQUES, 2003).

A literatura considera que as rugas da glabela são iguais na grande parte da população,
possuindo apenas uma pequena diferenciação entre os gêneros (os homens possuem a pele
mais espessa e maior massa muscular) (DRAELOS, 2006), idade e etnia (AHN et al, 2000).

De acordo com a classificação de Glogau o fotoenvelhecimento é presenciado em diferentes


idades e contribui substancialmente para o aparecimento das rugas. Na tabela a seguir estão
listadas as principais características de cada tipo de rugas (AVRAM et al, 2008).

Quadro 1. Classificação das rugas de acordo com os princípios de Glogau.

LESÃO DESCRIÇÃO CARACTERÍSTICAS

» fotoenvelhecimento precoce e alteração pigmentar leve


sem ceratoses;
TIPO I
Rugas mínimas
DISCRETA » idade do paciente: 20 a 30 anos;
» uso mínimo ou nenhum de maquiagem.

» fotoenvelhecimento de precoce a moderado, lentigos senis


precoces visíveis, ceratoses palpáveis, mas não visíveis,
Rugas mínimas que linhas paralelas do sorriso começando a aparecer.
TIPO II
aparecem com » aspecto cansado;
MODERADA
movimentos
» idade do paciente: 30 a 40 anos;
» base é utilizada para cobrir as imperfeições.

» fotoenvelhecimento avançado, discromias evidentes,


talengiectasia, ceratoses visíveis;
Apresentação de
TIPO III » aspecto abatido, sempre cansado;
rugas mesmo em
AVANÇADA
repouso » idade do paciente: 50 anos ou mais;
» uso de base pesada para tentar corrigir as imperfeições.

» fotoenvelhecimento intenso, cor amarelo-acinzentada da


pele, lesões cutâneas pré- malignas;
Tecido totalmente
TIPO IV
enrugado, sem pele » idade do paciente: 60 a 70 anos;
GRAVE
normal.
» maquiagem não pode ser utilizada, porque endurece e
racha.

Fonte: Adaptado de Avram et al, 2008).

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Figura 11. Rugas periorbitais presentes em uma mulher de 40 anos.

Fonte: (lEE et al, 2009).

Figura 12. Fotoenvelhecimento intenso causando pelo excesso de exposição a raios solares,
ocasionando o aparecimento de rugas profundas na face.

Fonte: (Mac-Mar y et al., 2010).

T1. Classificação dos fototipos cutâneos

Uma característica vital para a correta avaliação da pele do paciente é a determinação da


resposta que a pele irá apresentar quando exposta aos raios ultravioletas, pois esses causam
eritema e fotoenvelhecimento. Em vista disso, Fitzpatrick, dermatologista e diretor do
departamento de Dermatologia da Escola de Medicina de Harvard, em 1976 criou uma

43
classificação de fototipos cutâneos. Além disso, a classificação de Fitzpatrick fornece uma
grande indicação do risco que determinado tipo de pele pode desenvolver hiperpigmentação ou
hipopigmentação pós-inflamatória (AVRAM et al, 2008).

Quadro 2. Classificação do fototipo cutâneo de acordo com Fitzpatrick.

TIPO DE PELE COR REAÇÃO AO SOL

Tipo I Muito branca ou sardenta. Sempre se queima.

Tipo II Branca. Geralmente se queima.

Tipo III Branca a moreno-claro. Algumas vezes de queima.

Tipo IV Morena. Raramente se queima.

Tipo V Moreno-escura. Muito raramente se queima.

Tipo VI Negra. Nunca se queima.

Fonte: Adaptado de Avram et al, 2008.

T1. Telangiectasias

São definidos como vasos que medem de 0,1 mm a 1 mm, visíveis ao olho nu, pois são
bastante superficiais e representam os capilares, vênulas ou arteríolas dilatadas. As
telangiectasias de origem arteriolar são vermelhas e salientes quando comparadas a superfície
da pele, as vênulares são azuladas e podem apresentar saliência. Já as de origem capilar são
vermelhas no começo, evoluindo para um quando de coloração azulada ou arroxeada e torna-
se saliente devido à pressão hidrostática venosa (CYMOROT, 2012).

As telangiectasias surgem devido aos seguintes fatores: liberação de substâncias vasoativas


ocasionadas por elementos hormonais (síndrome de Cushing, terapia estrogênica, gestação),
anoxia, infecções, fatores físicos (radiodermite, dermatite actínica, trauma físico) ou aparecem
ocasionadas por doença, tais como: varizes, colagenoses, rosáceas, necrobiose lipoídica,
capilarites, xeroderma pigmentoso, insuficiência hepática, entre outras. Além disso, a herança
genética pode desenvolver patologias que ocasionam as telangiectasias, como: nevus
aracneus, ataxia-telangiectasia, poiquiloderma congênita, síndrome de Blomm, telangiectasia
benigna hereditária, telangiectasia essencial generalizada (CYMOROT, 2012). Ademais, as
telangiectasias também estão associadas com rosáceas, fotoenvelhecimento e cicatrizes
hipertróficas (HARE MCCOPPIN; GOLDBERG, 2010).

Figura 13. paciente portador de telangiectasias nasal.

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Fonte: desiate et al, 2009.

T1. Rosácea

Rosácea é uma palavra derivada do latim e significa “semelhantes a rosas”. Não obstante, na
clínica ele ser definida como uma afecção crônica da pele, com incidência relativamente alta,
atingindo principalmente a área centro-facial, com ênfase nas regiões malares, nariz, frontal e
mento (QUATERMAN et al, 1997). As mulheres que se encontram na faixa etária dos 30 aos
50 anos são as pessoas mais afetadas. No entanto, adolescentes e idosos não apresentam
rosáceas com frequência (NETO et al, 2006).

O paciente que possui rosácea apresenta quadros recorrentes de ruborização, edema e


vermelhidão facial. Porém em alguns casos pode apresentar também pápulas, pústulas,
telangiectasias e fibrose tecidual (DAHL et al, 1998). Esse tipo de rosácea é classificado como
pápulo-pustulosa, com ausência de comedões e cicatrizes (LEVIN; MILLER, 2011).

Figura 14. paciente portador de rosácea com eritema e telangiectasia nas bochechas, nariz e
na região nasolabial. pápulas e pústulas inflamatórias estão ao longo do nariz. Além disso, há
ausência de comedões facilita distinção entre rosácea e acnes.

Fonte: Sand et al, 2010.

Figura 15. paciente portador de rosácea.

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Fonte: levin; Miller, 2011.

Figura 16. paciente portador de rosácea pápulo-pustulosa.

Fonte: levin; Miller, 2011.

T1. Efélides

Efélides são comumente conhecidas como sardas, e compreendem pequenas máculas


benignas castanhas e bem demarcadas que são encontradas na pele de indivíduos que
possuem fototipo entre I e II. Especialmente aqueles que possuem pele bem clara com cabelos
louros ou ruivos. Essas disfunções estéticas aparecem no início da infância e vão diminuindo
com o passar dos anos. Além disso, os caucasianos são os mais afetados pelas efélides com
igual distribuição de casos entre homens e mulheres, no entanto, asiáticos também possuir
efélides (AVRAM et al, 2008).

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Os ceratinócitos (queratinócitos) apresentam quantidades elevadas de melanina,
principalmente na camada basal. No entanto, não há aumento expressivo da quantidade de
melanocítos. Uma característica que diferencia efélides de lentigos (manhas senis
acastanhadas) é o fato das efélides escurecem quando expostas ao sol e clarearem quando a
exposição diminui (AVRAM et al, 2008).

Figura 17. Efélides na região da face em um menino com 10 anos de idade.

Fonte: Balestri; Neri, 2010.

Figura 18. paciente asiático portador de efélides facial.

Fonte: Yang et al, 2013.

T1. Flacidez facial

A flacidez facial é ocasionada pela perda progressiva da elasticidade, relaxamento da estrutura


do tecido conjuntivo e aprofundamento das dobras cutâneas, ocasionando a proeminência dos
tecidos submandibular e submentoniano. Como consequência da união de fatores intrínsecos,
como a idade e fatores extrínsecos, tais como: tabagismo e exposição à radiação ultravioleta
potencializam as chances de desenvolver flacidez na face (KALIL et al, 2012).

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Histologicamente essas alterações são ocasionadas pela diminuição e desorganização das
fibras de colágeno que estão presentes na derme, excesso de material anormal contendo
elastina e diminuição dos níveis de precursores de colágeno I e III, entre outros fatores (KALIL
et al, 2012).

Figura 19. A paciente apresenta flacidez facial. É possível observar que grande parte da
sustentação da musculatura da face foi perdida devido a fatores intrínsecos e extrínsecos.

Fonte: Borzii. disponível em: <http://350sav.fotomaps.ru/sagging-cheeks.php>. Acesso em: 8 jul.2015.

Figura 20. paciente portadora de flacidez na região do pescoço, ocasionado pela e idade e por
fatores epigenéticos.

Fonte: Babak Azizzadeh. disponível em: <http://faceliftnet.com/ulthera-before-and-after/>. Acesso em: 8 jul. 2015.

48
CAPÍTULO 4
Equipamentos utilizados na anamnese corporal

T1. Adipômetro

Os adipômetros são equipamentos utilizados para mensuração do tecido adiposo em diversas


partes do corpo. Além disso, são indicados para realizar o acompanhamento da redução de
gordura corporal por ponto localizado. No mercado existem equipamentos dos mais variados
perfis, desde os mais simples que são construídos com plásticos aos mais complexos feitos
com ligas metálicas.

Figura 21. Adipômetro.

Fonte: <http://www.cardiomed.com.br/avaliacao-fisica/adipometros>. Acesso em: 29 abr.2016.

T1. Utilização do adipômetro

1. identifique a região que deseja mensurar de acordo com as referências anatômicas;

2. faça o pinçamento das dobras cutâneas com os dedos e observe o sentido das dobras,
pois cada dobra possui um sentido específico (oblíquo, longitudinal ou transversal).
Exemplo: a mensuração do abdome é realizada ao redor da cicatriz umbilical, ou seja,
do lado direito e do lado esquerdo da cicatriz, bem como na porção superior e inferior
de forma longitudinal ou transversal. Todas as medições são realizadas de acordo com
cada protocolo realizado;

3. a pressão realizada com os dedos não deve provocar um desconforto significativo no


paciente;

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4. segure o adipômetro com a mão direita e realize a pinça com a mão esquerda. Em
seguida, coloque o adipômetro na dobra cutânea e anote as medidas. Em casos de
profissionais canhotos a ordem das mãos pode ser alterada;

5. Para assegurar que as medidas estão corretas, realize o procedimento mais de uma
vez.

T1. Fita métrica

Com a fita métrica é possível avaliar as medidas dos pacientes com rapidez e precisão. No
entanto, o seu uso deve seguir alguns princípios quando for realizada a mensuração da região:

Figura 22. Fita métrica.

Fonte disponível em: <http://www.editorametha.com.br/equipamentos/trena-fita-metrica/trena-antropometrica-com-


trava-e- risco-cardiaco-wiso.html>; Acesso em: 29 abr.2016.

T1. Abdominal

1. utilizar como referência a cicatriz umbilical;

2. fazer uma marcação acima com 5 cm de distância da cicatriz para fazer a mensuração
do abdome superior;

3. passar a fita métrica ao redor da cintura por cima da cicatriz para mesurar o abdome;

4. para medir a circunferência do abdome inferior deve-se fazer uma marcação abaixo da
cicatriz umbilical com uma distância de 5 cm.

5. após a medição, a soma das três medidas deve ser feita, para identificar a perda de
medidas total na região abdominal, em casos de tratamentos estéticos corporais
visando gordura localizada.

Busto: faça a medição na altura que estão os mamilos.

50
Tórax: a fita métrica deve passar precisamente em baixo da axila.

Coxas: as coxas das mulheres podem ser medidas a partir de um palmo abaixo do início da
virilha. Já nos homens a mensuração pode ser realizada 20 cm abaixo do quadril.

Panturrilhas: basta colocar a fita no meio da perna, entre o joelho e calcanhar.

Braços: há dois tipos de mensuração para os braços: contraído e relaxado. Em ambas as


medições realize um palmo abaixo do ombro.

Quadril / Culote: passe a fita ao redor do ponto de maior circunferência das nádegas.
Observação: a anatomia de cada paciente é própria. Ou seja, ela varia de acordo com as
características de cada indivíduo.

Observação: em todas as medições o(a) farmacêutico(a) esteta deve tomar o cuidado de


colocar a fita no plano horizontal e não deixar ela frouxa ou exercer pressão excessiva sobre a
pele.

T1. Balança

As balanças são extremamente uteis para acompanhamento da evolução dos tratamentos


estéticos. Em especial aquele que provocam a redução de gordura corporal.

T1. Índice de massa corpórea

O índice de massa corpórea (IMC), também denominado de Quetelet é obtido pela divisão da
massa corporal em quilogramas pela altura em metros do paciente ao quadrado (ANJOS,
1992).

IMC = Peso (quilogramas) / (Altura)2

Esse índice auxilia o(a) farmacêutico(a) esteta a escolher o melhor tratamento de redução de
peso ou medidas para o paciente de acordo com os resultados obtidos. Para isso, o
profissional deve ser guiar pelos seguintes valores.

Quadro 3. valores de referência dos índices de massa corpórea.

DIAGNÓSTICO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA

Abaixo do peso IMC menor do que 18,5

Peso normal IMC entre 18,5 e 25,0

Pré-obesidade IMC entre 25,0 e 30,0

Obesidade IMC entre 30,0 e 34,9

51
Obesidade grau II IMC entre 35,0 e 39,9

Obesidade grau III IMC maior do que 40,00

[saiba mais]

É muito importante estarmos ciente do IMC dos nossos pacientes, para futuramente não
causarmos eventuais frustrações nos mesmos. Por isso, a anamnese como dito em capítulos
anteriores é fundamental. Nessa hora, se o paciente apresenta-se em sobrepeso (pré-
obesidade), sabemos que o indicado é associarmos junto com um tratamento de redução de
peso, orientação nutricional e prática esportiva, assim, farmacêuticos(as) estetas devem fazer
parcerias com outros profissionais da saúde, para conquistar grandes públicos, e deixar claro
para o paciente que tratamentos estéticos não cirúrgicos apresentam comprovação científica
em gordura localizada para pacientes que tenham IMC normal, os quais obtêm melhores
resultados.

[fim saiba mais]

52
CAPÍTULO 5
Principais disfunções estéticas corporais

T1. Estrias

Estrias são definidas como cicatrizes atróficas oriundas de um processo inflamatório linfocítico
perivascular superficial e profundo, além da perda de colágeno e de fibras elásticas da derme.
Suas principais características clínicas são as lesões atróficas lineares, paralelas, no sentido
perpendicular ao eixo de maior tensão da pele, podendo ter simetria e bilateralidade. No
começo do processo inflamatório as estrias apresentam eritema e prurido, após alguns meses
adquirem uma tonalidade branco-nacarada (KALIL et al, 2012).

De acordo com observações morfológicas e dados moleculares, o surgimento das estrias está
correlacionado com a perda da capacidade de síntese dos fibroblastos e alteração na estrutura
do tecido conjuntivo, do colágeno, fibras de fibrilinas e elastina, quando é realizando uma
comparação com a pele normal (VIENNET, 2005).

As mulheres são as principais vítimas das estrias, apresentando uma incidência duas vezes e
meia maior. Elas surgem no começo da puberdade e durante a gravidez. As regiões mais
afetadas são: face lateral dos quadris, glúteos, abdome e mamas. Já nos homens as áreas que
podem apresentar estrias são: parte externa das coxas, região lombossacra e dorso (KALIL et
al, 2012). Além disso, nas gestantes as estrias estão presentes em 90% dos casos
(KORGAVKAR; WANG, 2015).

A origem das estiras é desconhecida, no entanto, uma junção de fatores mecânicos e


bioquímicos, juntamente como predisposição genética, leva ao desenvolvimento delas. Em
determinados casos as estrias podem ser ocasionadas devido ao desenvolvimento de
patologia, como a síndrome de Cushing ou devido ao uso de corticosteroides (KALIL et al,
2012).

Figura 23. paciente portadora de estrias vermelhas. Ademais, as estrias podem cobrir grandes
áreas do corpo, mas isto acontece raramente. Este tipo de caso pode ser ocasionado pelo uso
corticosteroides ou pela síndrome de Cushing.

53
Fonte disponível em: drugs.com. <www.drugs.com/mcd/stretch-marks#Image_Symptoms>, Acesso em: 7 jul. 2015.

Figura 24. Alguns homens e mulheres são propensos a desenvolver estrias na parte superior
do braço, abdome, nádegas e coxas. Essas modificações tendem a ocorrer durante a
puberdade, mas também pode ser observados com a perda de peso. As estrias novas são
vermelhas ou arroxeadas, enquanto estrias antigas são brancas.

Fonte disponível em: drugs.com. www.drugs.com/mcd/stretch-marks#Image_Symptoms, Acessado: 7 jul. 2015.

[saiba mais]

Nas avaliações o estágio em que a estria encontra-se deve ser levado em exterma
consideração. Pois, as estrias recentes e eritematosas possuem maiores chances de adquirir
resultados satisfatórios. Em contrapartida, as tardias e brancas são mais difíceis de serem
tratadas.

[fim saiba mais]

54
T1. Lipodistrofia ginoide

As lipodistrofias ginoides, também conhecida popularmente como “celulites”, são modificações


que acontecem no tecido adiposo e na microcirculação, ocasionada por alterações dos
tecidos sanguíneos e linfáticos, causando fibroesclerose no tecido conectivo. A lipodistrofia
ginoide é oriunda de uma série de eventos complexos que abrangem epiderme, derme e tecido
subcutâneo, sendo considerado um acontecimento degenerativo e não uma inflamação. No
entanto, há evidências que sugerem o envolvimento do estrogênio na formação das celulites.
Além disso, fatores como obesidade, sobrepeso, gordura localizada e flacidez cutânea (KALIL
et al, 2012), o uso de contraceptivos hormonais, estresse, estilo de vida sedentário (AVRAM
M.M., 2005), hereditariedade (ROSSI; VERGNANINI et al, 2000), idade sexo (RAO et al, 2005),
disfunções hormonais (MILANI et al, 2006), tabagismo (ROSSI; VERGNANINI et al, 2000),
gravidez (ROSSI; VERGNANINI et al, 2000), ingestão excessiva de cafeína e bebidas
alcoólicas (ROSSI; VERGNANINI et al, 2000), nutrição inadequada (ROSSI; VERGNANINI et
al, 2000), mudanças circulatórias e fatores mecânicos (MILANI et al, 2006) podem contribuir
para o desenvolvimento das celulites.

As celulites são caracterizadas por ocasionar irregularidades na superfície da pele com


predomínio de elevações e depressões, dando a aparência de “casa de laranja” na pele. Em
cerca de 95% dos casos, as mulheres, especialmente as que se encontram na pré-
adolescência, adolescência ou em adultas jovens são as maiores vitimas. As principais regiões
afetadas são: coxas, culotes, nádegas, flancos e abdome (KALIL et al, 2012).

Figura 25. desenho esquemático de uma pele saudável e de uma pele afetada por lipodistrofia
ginoide.

Fonte: Maquel, disponível em: <http://maquel.com.br/blog/tag/lipodistrofia-ginoide/>. Acesso em: 30 jun. 2015.

Na maioria das vezes o diagnóstico da celulite é realizando pela própria paciente que procura
o(a) farmacêutico(a) esteta em busca de tratamento. Com isso, cabe ao profissional realizar a
anamnese e classificar o grau da celulite. Neste caso durante o exame clínico o(a)

55
farmacêutico(a) deve realizar a mensuração da circunferência, teste do pinçamento, aferição
do peso e do índice de massa corpórea (IMC), além da documentação fotográfica que é
fundamentação importância para comparação dos resultados pós-tratamento.

[saiba mais]

As celulites podem ser classificadas do grau I o VI. A paciente é portadora de celulite grau I
quando não há alterações na superfície cutânea, somente histopatologica; No grau II não
existem alterações da superfície cutânea em posição ortostática (em pé), porém as depressões
e elevações aparecem quando o pinçamento da pele é realizado ou por meio da contração
muscular. Ademais, ocorre compromentimento circulatório, diminuição da temperatura e
elasticidade da pele. Não existe a presença de dor; O grau III a pele apresenta o aspecto de
casca de laranja é evidente na posição ortostática, sem a ajuda de qualquer manobra e
pode existir pequena sensibilidade a dor. Por fim, na celulite grau IV ocorre alterações descritas
no grau III. Além disso, existem nódulos grandes e dolorosos, aderidos aos planos profundos.
A pele apresenta flacidez, enrugamento e fribroses como fator predominante. Há grande
sensibilidade a dor, podendo apresentar compromentimento nervoso (MENDONÇA et al,
2009).

A literatura descreve vários métodos para diagnosticar a celulite, tais como: termografia
(MILANI et al, 2008), ultra-som (RONA et al, 2006), ressonância magnética (QUERLEUX et al,
2002), tomografia computadorizada (ROSSI; VERGNANINI, 2000), laser doppler (RONA et
al, 2006), biópsia, xenografia, bioimpedância (ROSSI; VERGNANINI, 2000) e plicometria
(RONA et al, 2006). Porém, na prática clínica da grande maioria dos farmacêuticos(as) estetas
todos esses aparelhos não são utilizados devido altos valores empregados pelos fabricantes.

Com a realização do diagnóstico é importante ressaltar para a paciente sobre todos os fatores
envolvidos nesta patologia, exaltar a importância do exercício físico, da perda de peso e da
reeducação alimentar. Com isso, ocorre um aumento nas chances de sucesso terapêutico,
apesar de ser conhecido que o processo de formação da celulite é contínuo, podendo ser
reduzido ou acelerado, baseado nos fatores supracitados. Essas informações são de extrema
importância, visto que, a colaboração do paciente neste tipo de caso é primordial para
obtenção de resultados satisfatórios.

T1. Flacidez corporal

Flacidez é um acontecimento que ocorre devido à desnutrição e redução das fibras colágenas
e elásticas que sustentam os tecidos do organismo, ocasionando o decaimento da pele e dos
músculos. Este processo acontece de maneira gradual e continua, sofrendo influências de
vários fatores, tais como: distúrbios hormonais, sedentarismo, predisposição genética,

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gravidez, tabagismo, alimentação desregrada, radiação ultravioleta, oscilações de peso
(BORELLI; CURI, 2012).

A flacidez pode ser classificada em flacidez cutânea e muscular e são combatidas através
exercícios anaeróbicas, como a musculação, alimentação balanceada, proteção solar e com
tratamentos estéticos que estimulem a neocolagênase. Atualmente, existem várias
modalidades de tratamentos que estimulam a neocolagênce, tais como: estímulos elétricos,
térmicos e químicos com associações de outras tecnologias (BORELLI; CURI, 2012).

Figura 26. paciente portadora de flacidez abdominal pós-parto.

Fonte: daniela Macedo. disponível em: <http://daniellemacedo.com.br/author/denise-costa/>. Acesso em: 8 jul. 2015.

T1. Tecido adiposo e suas particularidades

O tecido adiposo é um tipo especial de tecido conjuntivo, como predomínio de células que
realizam o armazenamento de lipídios, os adipócitos. Essas células são encontradas isoladas
ou em grupos no tecido conjuntivo, no entanto, a maior parte delas é formada por grandes
agregados, constituindo o tecido adiposo espalhado por todo o corpo (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2004).

O tecido adiposo possui várias funções, tais como: acúmulo de energia, modelamento da
superfície corporal e proteção contra choques mecânicos, isolamento térmico. Além disso, ele
preenche os espaços entre outros tecidos e auxilia a manter certos órgãos em suas posições
normais. Por fim, o tecido adiposo também possui atividade secretora, sintetizando diversos
tipos de moléculas (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).

Existem dois tipos de tecido adiposo, que possuem distribuição corporal, estrutura, fisiologia e
patologia diferentes. Uma variedade é o tecido adiposo comum, amarelo ou unilocular, nas
quais suas células, quando completamente desenvolvidas apresentam apenas uma gotícula de

57
gordura que ocupa todo o citoplasma celular. E o tecido adiposo pardo, ou multilocular,
formado por células que apresentam várias gotículas lipídicas e numerosas mitocôndrias
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).

T1. Tecido adiposo unilocular

Este tipo de tecido adiposo apresenta uma cor que varia entre o branco e o amarelo- escuro,
de acordo com a dieta de cada indivíduo. Essa coloração é ocasionada pelo acúmulo de
caroteno na gotícula de gordura. Praticamente, todo o tecido adiposo presente no adulto é de
origem unilocular. Além disso, seu acúmulo em determinadas partes do corpo é ocasionado por
fatores genéticos, idade e sexo (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).

O tecido adiposo unilocular forma o panículo adiposo, camada disposta sobre a pele e que
apresenta uma espessura uniforme por todo o corpo do recém-nascido. No entanto, com o
passar da idade o panículo adiposo tende a desaparecer de certas regiões e acumula-se em
outras. Essa distribuição da gordura corporal é regularizada pelos hormônios sexuais e pelos
hormônios produzidos pela camada cortical da glândula adrenal (JUNQUEIRA; CARNEIRO,
2004).

O acúmulo desses lipídeos que ocorre nos adipócitos é ocasionado principalmente por
triglicerídeos, ou seja, ésteres de ácidos graxos e glicerol. E esse armazenamento ocorre da
seguinte maneira (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004):

1. absorvidos da alimentação e trazidos até as células adiposas como triglicerídeos dos


quilomícrons;

2. originários do fígado e transportados até o tecido adiposo, sob a forma de triglicerídeos


constituintes das lipoproteínas de baixo peso molecular (VLDL);

3. síntese nas próprias células adiposas, a partir da glicose.

T1. Tecido adiposo multilocular

O tecido adiposo multilocular é conhecido também como tecido adiposo pardo, devido a sua
cor. Essa característica é derivada da abundante vascularização e das numerosas
mitocôndrias presentes em suas células. Diferente do tecido adiposo unilocular, que pode ser
encontrado em todo o corpo, o multilocular possui a sua distribuição limitada, localizando-se
em áreas determinadas. Nos recém-nascidos esse tecido apresenta sua localização bem
determinada, porém como ele não se desenvolve sua quantidade nos adultos é muito reduzida
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).

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As células desse tecido são menores quando comparadas ao do tecido adiposo comum, o
citoplasma é rico em gotículas lipídicas e mitocôndrias, cujas cristas são longas, e acabam por
ocupar toda a espessura da organela. Além disso, o tecido multilocular possui um papel
importante na produção de calor, que auxilia bastante os recém-nascidos na termorregulação
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).

T1. Gordura localizada

A gordura localizada é definida como sendo uma hiperdistrofia dos adipócitos. Essas células
são encontradas principalmente na região dos flancos, ocasionando abaulamento devido ao
acúmulo excessivo de gordura. Esse tecido adiposo é extremamente resistente a dietas e
exercícios físicos. (PEROZZO et al, 2008; POLI; CAPONI, 2007).

A literatura relata que o acúmulo de gordura na região central do corpo aumenta os riscos de
desenvolvimento de várias doenças, tais como: hiperinsulinemia, hiperlipidemia, hipertensão,
gota, atrite e diabetes mellitus (PITANGA; LESSA, 2005).

O acúmulo de gordura visceral com concentração na região abdominal caracteriza o perfil


androide que é encontrado em mulheres climatéricas, ou seja, são mulheres que estão
passando pelo climatério, que consiste na transição do período reprodutivo para o não
reprodutivo, ocasionado pela diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários.
Além disso, também encontramos esse tipo de distribuição de gordura em mulheres pós-
menopáusicas. Já o perfil ginecoide é encontrado em mulheres que estão no período
reprodutivo (TREMOLLIÈRES et al, 1996).

Figura 27. desenho esquemático dos tipos de gordura localizada: ginoide e androide.

59
Fonte: Neto, disponível em: <http://www.geraldomedeirosneto.com.br/2013/05/os-perigos-da-gordura-visceral-
e.html>; Acesso em: 30 jun. 2015. Modificado.

A gordura ginoide também é conhecida popularmente como “gordura no formato pera”, pois o
seu acúmulo no corpo lembra o fruto. Ela afeta principalmente as mulheres, no entanto, em
alguns casos homens também podem apresentar essa disfunção estética. Quando comparada
a gordura androide (formato de maçã) os riscos de complicações metabólicas são menores. A
gordura androide é mais presente em homens, mas mulheres que estão passando por uma
transição hormonal também podem desenvolver esse tipo de acúmulo de gordura na região
abdominal.

60
UNIDADE IV
PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA EM UMA
CLÍNICA DE ESTÉTICA

CAPÍTULO 1
Biossegurança e os seus princípios

T1. Definição de biossegurança

Biossegurança pode ser definida como ações que visam à prevenção, minimização ou
eliminação dos riscos associados às atividades de prestação de serviço, ensino, pesquisa,
produção ou desenvolvimento de tecnologias. Tais riscos podem comprometer a saúde
do trabalhador, do meio ambiente ou da qualidade dos trabalhos realizados. (TEIXEIRA;
VALLE, 1996). Ademais, este conceito também está relacionado com normas que possuem
como objetivo prevenir acidentes em ambientes ocupacionais, incluindo medidas técnicas,
administrativas, educacionais, médicas e psicológicas (COSTA, 1996).

Devido a isso, técnicas de biossegurança devem ser adotadas pelos profissionais em clínicas
de estética, pois com determinados procedimentos são microinvasivos os riscos do profissional
ser contaminado com material perfurocortante é extremamente elevado, pois esses materiais
facilitam a transmissão de AIDS, hepatites, entre outras doenças. Além disso, o paciente pode
ser contaminado por microrganismos que podem causar infecções nos procedimentos
realizados.

T1. Técnica de higienização simples das mãos

As mãos são os principais instrumentos de trabalho dos profissionais de saúde. Por isso, o
maior índice de contaminação em centros de saúde é proveniente de contaminações cruzadas
por meio das mãos. Quando objetos são manipulados e entramos em contato físico com
pessoas, uma grande quantidade de patógenos são adquiridos, e a transferência para outros
indivíduos pode ser realizada facilmente por meio do toque.

Logo, uma medida relativamente simples como à higienização das mãos é capaz de reduzir
drasticamente a contaminação e o índice de infecções nos procedimentos (RAMOS, 2009).

A microbiota residente das mãos é encontrada nas camadas externas da pele, mas também
pode ser localizada nos folículos pilosos, especialmente em torno e sob as unhas e entre

61
os dedos. Devido a isso, é extremamente importante manter as unhas curtas e evitar o uso de
adereços durante os procedimentos. As bactérias comumente encontradas na microbiota são
as gram-postivas, tais como: Microcccus sp, Staphylococcus epidermidis, Streptococcus sp.
Esses são microrganismos de baixa virulência e raramente causam infecções, porém podem
ocasionar infecções sistêmicas em pacientes imunodeprimidos e após procedimentos invasivos
(RAMOS, 2009).

Já a microbiota transitória está localizada mais superficialmente a pele e é formada geralmente


por microrganismos gram-negativos adquiridos no ambiente, tais como: Escherichia coli e
Pseudomonas sp. Cocos gram-positivos também podem ser encontrados nesta microbiota, tal
como o Staphylococus aureaus. Ressaltando que esses microrganismos da fase transitória são
uns dos principais responsáveis pelos casos de infecções hospitalares (RAMOS, 2009).

Em visto disso, a lavagem das mãos com sabonete neutro simples, promove facilmente a
redução desses patógenos supracitados, bem como o suor, a oleosidade e as células mortas.
Dessa forma, a sujidade que proporciona à permanência e a proliferação de microrganismo é
eliminada. No entanto, para que o objetivo da técnica de lavagem seja alcançado, faz-se
necessário realizar alguns passos que foram destacados a seguir nas figuras abaixo (ANVISA,
2007).

T1. Protocolo para realização da higienização simples das


mãos

Figura 28. Abrir a torneira e molhar as mãos, Figura 29. Aplique uma quantidade de
evitando encostar-se na pia. sabonete liquido suficiente para cobrir todas
as partes mãos.

Fonte: ANVISA, 2007.

Figura 30. Friccione as mãos entre si para Figura 31. Esfregue a palma da mão direita
ensaboá-las. contra do dorso da mão esquerda,
entrelaçando os dedos e repita o movimento
com a posição trocada das mãos.

62
Fonte: ANVISA, 2007.

Figura 32. para friccionar os espaços Figura 33. Esfregue o dorso da mão direita
interdigitais entrelace dos dedos. contra o dorso da mão esquerda, segurando
os dedos com movimento de vai e vem.
Repita novamente o processo com a posição
das mãos trocadas.

Fonte: ANVISA, 2007.

Figura 34. Esfregue o polegar direito com a Figura 35 . Friccione as pontas dos dedos e
ajuda da palma da mão esquerda, realizando as unhas da mão esquerda contra a palma da
movimentos circulares. Ao termino do mão direita, fechada em formato de uma
processo repita a operação com a posição concha, realizando movimentos circulares. Ao
das mãos trocadas. termino do processo repita a operação com a
posição das mãos trocadas.

Fonte: ANVISA, 2007.

Figura 36. Esfregue o punho esquerdo, com a Figura 37. Enxague as mãos retirando os

63
ajuda da palma da mão direita, realizando resíduos de sabonete, tomando o cuidado de
movimentos circulares. Ao termino do evitar o contato das mãos com a torneira.
processo repita a operação com a posição
das mãos trocadas.

Fonte: ANVISA, 2007.

Figura 38. por fim, seque as mãos utilizando papel toalha descartável. Começando pelas mãos
e seguindo pelos punhos. No caso de torneiras que são fechadas manualmente, utilize o papel
para fechá-las.

Fonte: ANVISA, 2007

Qualquer tipo de adereço corporal, tais como: aneis, relógios, pulseiras, entre outros. Devem
ser retirados para a realização correta da higienização. Ademias a realização do procedimento
supracitado é indicado nas seguintes situações (ANVISA, 2007):

» quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue ou


outros fluídos corporais;

» ao iniciar e terminar o turno de trabalho;

» antes e após e ir ao banheiro;

» antes depois das refeições;

» antes do preparo de alimentos;

» antes do preparo e manipulação de medicamentos;

» antes e após o contato com pacientes;


64
» após varias aplicações consecutivas de produtos alcoólicos;

» nas situações indicadas para o uso de preparações alcoólicas.

T1. Técnica de higienização antisséptica das mãos

O processo para realizar a higienização antisséptica das mãos é igual ao processo realizado
na higienização simples. Porém, o sabonete deve ser substituído por uma solução
antisséptica, tal como o gel alcoólico a 70% com 1% a 3% de glicerina. O objetivo desse
procedimento é promover a remoção de sujidades e especialmente de microrganismo. Além
disso, esta técnica pode substituir a higienização das mãos com água e sabonete quando as
mãos não estiverem visivelmente sujas. Ademais, este procedimento é indicado quando o
profissional for realizar as ações abaixo (ANVISA, 2007):

» antes do contato físico com o paciente;

» após o contato com o paciente;

» antes da realização de procedimentos assistenciais e manipulação de dispositivos


invasivos;

» antes de calçar as luvas para a realização de procedimentos invasivos que não


requeiram preparo cirúrgico;

» após risco de exposição a fluidos corporais;

» ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao


paciente;

» após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao


paciente;

» antes e após a remoção das luvas.

T1. Agentes químicos utilizados na limpeza de clínicas de


estética e definição dos termos antissepsia, assepsia,
desinfecção e descontaminação

Determinadas substâncias químicas são utilizadas para realizar a higienização dos ambientes
que compõem uma clínica de estética, tais como: detergentes comuns, alvejantes,
antiferruginosos, desincrustantes ácidos e alcalinos, limpa móveis, limpa vidros, sabões,
detergentes, entre outros. No entanto, devido a sua maior utilização os detergentes serão
enfatizados nesta apostila (RAMOS, 2009).
65
T2. Detergentes comuns

Detergentes são compostos químicos que podem quebrar as moléculas de gorduras tornando
as substâncias solúveis em água. Não obstante, os detergentes comuns possuem pouca
atividade sobre proteínas e polissacarídeos que estão presentes em grande quantidade nos
compostos orgânicos. Além disso, esses compostos também podem ser denominados de
detergentes iônicos, pois o seu componente principal é um composto tensoativo aniônico, que
possui grande poder de limpeza, pela capacidade de eliminar a matéria orgânica (RAMOS,
2009).

T2. Detergentes enzimáticos

O grande diferencial como o próprio nome já diz deste tipo de detergente são as enzimas. Elas
são constituídas por proteínas que possuem a capacidade de promover transformações
específicas em outras substâncias bioquímicas, como as gorduras e os açúcares. Dessa forma,
estruturas complexas podem ser modificadas em estruturas simples, facilitando sua limpeza.
Vale salientar que as enzimas que constituem esse tipo de detergente são: proteases, amilases
e lípases (RAMOS, 2009).

Os detergentes enzimáticos realizam um processo semelhante ao encontrado no sistema


digestivo, realizando de forma rápida e eficaz a degradação da matéria orgânica, descarte, não
há danificação dos matérias constituintes dos equipamentos. Ressaltando que, em clínicas de
estéticas a matéria orgânica mais perigosa são aquelas que possuem proteínas e células vivas,
dentre essas matérias o sangue e a secreções merecem destaque, pois em tais resíduos
orgânicos microrganismos patogênicos podem se proliferar (RAMOS, 2009).

Salientando que em uma pequena quantidade de resíduos orgânicos mesmo que imperceptível
a analise macroscópica é o suficiente para promover a reprodução de microrganismos
patogênicos com isso, a limpeza de bancadas e instrumentos deve ser reavaliada de maneira
minuciosa (RAMOS, 2009).

T1. Antissepia e assepsia

O processo pelo qual é realizada a descontaminação de tecidos vivos é denominado de


antissepia. E deve ser realizada nas mãos do profissional por meio da lavagem e do uso de
soluções antissépticas. Ressaltando que os pacientes também devem passar por esse
processo antes dos procedimentos estéticos. Já assepsia é definida como um conjunto de
práticas que visam manter um organismo livre de microrganismos patogênico (RAMOS, 2009).

T1. Desinfecção

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Desinfecção é o processo pelo qual é realizada a destruição de microrganismos patogênicos
que estão em uma forma não ativa. Tais patógenos encontram-se, geralmente, em forma de
esporos bacterianos habitando superfícies e instrumentos de trabalho, para a realização da
desinfecção desses agentes meios físicos e químicos são utilizados, como será descrito a
seguir (RAMOS, 2009):

» limpeza das bancadas e materiais;

» período de exposição aos agentes desinfetantes;

» alterações de ph e temperatura durante o processo de desinfecção;

» concentrações ideais dos agentes desinfetantes;

» amplo espectro de ação dos desinfetantes.

T1. Descontaminação

Descontaminação é o definido como um processo ou tratamento que torna os instrumentos


utilizados em uma clínica de estética aptos para o uso. Salientando que tal processo não
significa necessariamente que o material está seguro, pois o procedimento de
descontaminação pode variar deste uma simples lavagem com água e sabão a uma
esterilização ou desinfecção (BLOCK, 1991).

A desinfecção ou esterilização constituem a primeira etapa do processo de descontaminação,


por tal motivo essa parte do processo é denominada de descontaminação prévia, pois reduz
significadamente a carga biológica, tornando o a desinfecção e esterilização mais fáceis,
menos dispendiosas e com menor probabilidade de carrear material biológico (SOUZA, 1998).

A descontaminação prévia é realizada por meio da imersão dos insumos com presença de
matéria orgânica, microrganismos e outros resíduos decorrentes do uso na prática clínica em
uma solução desinfetante por tempo de exposição que varie de 15 a 30 minutos, com o
objetivo realizar a eliminação ou redução dos microrganismos presentes, antes de ocorrer a
limpeza mecânica com água e sabão com a intenção de minimizar os riscos ocupacionais
(SOUZA, 1998).

Não obstante, a presença de matéria orgânica pode prejudicar a atividade antimicrobiana dos
desinfetantes ou formular uma barreira física de proteção aos microrganismos perante a
desinfecção ou esterilização através de princípios químicos e físicos (SOUZA, 1998).

Ressaltando que, em casos de derramamento de materiais biológicos é indicado a realização


da descontaminação localizada, que consiste na aplicação de desinfetantes no local, aguardar
o tempo indicado pelo fabricante e posterior remoção com um pano apropriado. Por fim, o pano

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deve ser desinfetado corretamente para nova utilização ou em caso de produto descartável o
mesmo deve ser despejado em um lixo apropriado. Ademais, o trabalhador responsável por
esse procedimento deve utilizar todos os EPIs necessários (RAMOS, 2009).

T1. Uso de álcool a 70% glicerinado e clorexidina na


desinfecção, descontaminação e antissepsia

Os álcoois etílicos glicerinados e isopropílicos são bactericidas rápidos que agem também
contra fungos e vírus, eliminando inclusive o bacilo causador da tuberculose. Sua concentração
ótima de uso é em torno de 60% a 90%, porém a prática clínica padronizou como ideal a
utilização do produto em 70%, concentrações abaixo de 50% reduz sua atividade (RAMOS,
2009).

Suas propriedades são atribuídas ao fato de realizarem a desnaturação das proteínas na


presença da água, pois esta facilita a difusão do álcool para o interior do microrganismo. Além
disso, ocorre também a inibição de metabólicos essenciais para a cissiparidade. Vale salientar,
que os álcoois não devem ser usados em aparelhos com estruturas de borracha e certos tipos
de plásticos, pois esse composto pode danificá-los, para a limpeza desses aparelhos é
aconselhado o uso de clorexidina (RAMOS, 2009).

A clorexidina foi sintetizada na década de 1940 e comerciada em 1954 com um antisséptico


para ferimentos (DAVIES et al, 1954). O composto é caracterizado por ser um agente
detergente catiônico, da classe das bisbiguanidas, que está disponível nas formas de acetado,
hidrocloreto e digluconato. Ademais, ela possui um vasto espectro de ação, agindo sobre
fungos, leveduras, vírus lipofílicos, bactérias gram-positivas e gram-negativas. (TORTORA et
al, 2000).

O mecanismo de ação antibacteriana da clorexidina é explicado pela ação da molécula


catiônica do composto ser rapidamente atraída pelas cargas negativas da superfície bactéria.
Dessa forma, a absorção da membrana celular é realizada por interações eletrostáticas,
derivadas possivelmente de ligações hidrofóbicas ou por pontes de hidrogênio. Dessarte, em
concentrações elevadas a clorexidina causa a coagulação das proteínas citoplasmásticas e
morte bacteriana, já em dosagens mais baixas a integridade da membrana bacteriana é
alterada, resultando em um extravasamento dos componentes bacterianos. (HJELJORD et al,
1973; HUGO; LONGWORTH, 1964; RÖLLA; MELSEN, 1975).

68
CAPÍTULO 2
Técnicas e medidas para prevenção, redução e
tratamento dos acidentes com materiais
perfurocortantes

T1. Vacinação dos profissionais

Devido ao contato constante com pacientes e materiais supostamente infectados, os


trabalhadores da saúde estão susceptíveis a adquirir doenças transmissíveis, no entanto, elas
não são imunopreveníveis por meio de vacinação, tais como: contra hepatite B, hepatite A,
tétano, caxumba, coqueluche, difteria, febre amarela, HPV, influenza, poliomielite, raiva,
rubéola, sarampo, tétano, varicela, entre outras (RAMOS, 2009).

O programa de vacinação em um estabelecimento de estética pode reduzir bastante o número


de trabalhadores expostos ao risco de adquirir doenças transmissíveis preveníeis por meio de
vacina. Além disso, os pacientes adquirem a proteção supracitada, pois o trabalhador
imunizado não transmitira as doenças pelas quais recebeu a vacina (RAMOS, 2009).

O programa nacional de imunizações (PNI), constitui o conjunto de vacinas que são de


interesse público do país. No momento o programa é constituído por 12 produtos que são
recomendados que a população receba desde o nascimento até a velhice. Sua distribuição é
realizada gratuitamente nos postos de saúde por meio do sistema único de saúde (SUS)
(RAMOS, 2009).

A vacinação deve começar na infância quando os calendários das campanhas são


divulgados. Ademais, durante a adolescência o indivíduo possui uma nova oportunidade de
completar a sua carteira de vacinação. Não obstante, algumas camadas da sociedade possui o
conceito que vacina é destinada apenas às crianças, com isso muitos adolescentes não são
imunizados adequadamente. Essa prerrogativa continua na vida adulta, o que acaba por
prejudicar todo o sistema de prevenção de doenças transmissíveis. (BALLALAI; MIGOWSKI,
2006).

No entanto, de acordo com a norma regulamentadora (NR) 32 (BRASIL, 2005) que relata o
seguinte: “Para todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente,
programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B, entre outras”. Com isso, desde
2004 a vacinação contra hepatite B e outras patologias está disponível gratuitamente para
todos os profissionais da saúde no SUS, ademais, após a vacinação o trabalhador deve
receber o comprovante das vacinas recebidas (BRASIL, 2005).

69
A NR 32 também recomenda que: “sempre que existir vacinas eficazes contra agentes
biológicos a que os trabalhadores estão, ou poderão estar expostos, o empregador deve
fornecê-las gratuitamente” além disso, “o empregador deve assegurar que os trabalhadores
sejam informados das vantagens e dos efeitos colaterais, assim como dos riscos a que estão
expostos por falta ou recusa da vacinação (BRASIL, 2005).

T1. Atendimento ao profissional após acidente com material


biológico

Lesões com materiais perfurocortantes, tais como: agulhas, aparelhos de microagulhamento,


tesouras e bisturis potencialmente contaminados, devem ser lavadas imediatamente com água
e sabão ou solução antisséptica detergente (PVPI, clorexidina). Já a pele e as mucosas
precisam ser lavadas com água corrente em abundância, soro fisiológico 0,9% ou água
boricada, realizando a operação várias vezes. Ressaltando que se deve evitar o uso de
substâncias cáusticas, como: hipoclorito de sódio. Uma vez que, esses compostos aumentam a
área lesada e consequente exposição ao material infectante.

No momento do acidente a direção do estabelecimento deve ser comunicada imediatamente. A


qual é obrigada a notificar o órgão responsável (Vigilância Sanitária) para avaliar a gravidade e
determinar a conduta que será tomada. Essa notificação deve ser realizada em um prazo
máximo de 72 horas. Além do que, o departamento pessoal da clínica deve emitir o
comunicação de acidente de trabalho (CAT), cujo verso será preenchido pelo médico do
trabalho que atender o profissional, com o objetivo de documentar o acidente para efeitos
legais. Salientando que esses acidentes devem ser notificados ao programa estadual
DST/AIDS no estado da federação no qual a clínica está situada. Dessa forma, os dados
entram na estatística para elaboração de medidas preventivas. Por fim, os acidentes podem
sem classificados em:

» Perfurocortante: ocorre a penetração da pele por agulha ou material contaminado com


sangue ou líquidos orgânicos potencialmente infectantes.

» Contato com mucosa oral, mucosa ocular ou pele com solução de continuidade: é
definido como o contato direto da mucosa ou pele com soluções de continuidade
(dermatite ou ferida aberta) com sangue, líquidos orgânicos ou outros materiais
biológicos potencialmente infectantes.

» Contato com a pele íntegra: é o contato da pele integra com sangue e líquidos
biológicos potencialmente infectantes. O contato com esses materiais com a pele
integra não é classificado com uma situação de risco para infecção com HIV, logo, o
uso de quimioprofilaxia é dispensado. Não obstante, se a exposição apresenta um

70
grande volume de sangue com alta carga viral em extensa área do corpo por um
período prolongado, a quimioprofilaxia deve ser administrada.

T1. Análise da situação sorológica do paciente perante o


acidente com o trabalhador da área de saúde para possível
contaminação com HIV

T2. Paciente comprovadamente HIV negativo

Faz-se necessário a apresentação de exames laboratoriais recentes para HIV (até três
meses antes da data do acidente) ou no momento do acidente. Neste caso a quimioprofilaxia
não é indicada.

T2. Paciente com HIV positivo comprovado

Quando há exames que comprovem a infecção pelo vírus HIV ou diagnóstico clínico da AIDS.
De acordo com a gravidade do acidente, deve-se iniciar a quimioprofilaxia antirretroviral
imediatamente.

T2. Paciente com situação sorologia desconhecida

Quando a situação sorologia do paciente é desconhecida, deve-se, se for possível realizar um


teste rápido de HIV no paciente, após obter o consentimento dele. Além disso, faz-se
necessário colher material para sorologias HBV e HBC. Quando não há a possibilidade de
colher o material do paciente ou não conhecer o mesmo (acidente com agulha encontrada no
lixo) é recomendado à avaliação do risco de infecção pelo HIV, levando em consideração o tipo
de exposição, dados clínicos e epidemiológicos.

[saiba mais]

Toda pessoa que for submetida a exames para comprovação de infecção pelo HIV deve
receber aconselhamento psicólogo pré-teste, onde as seguintes informações necessitam ser
prestadas: os tipos de contaminações existentes, possibilidade de resultados falos, janela
imunológica do vírus, implicações de resultados positivos ou negativos, maneiras de prevenção
de acidentes e a importância da realização dos tratamentos para combater a infecção.
Ademais, os resultados dos exames são confidencias e caso o profissional recuse a realizar a
bateria de exames ele deve assinar um termo de responsabilidade, esclarecendo sua recusa.

[fim saiba mais]

T1. Quimioprofilaxia
71
É definida como sendo a administração de antirretrovirais (ARVs) para profissionais da saúde
que foram feridos e sofreram exposição acidental a material biológico de pacientes com
HIV positivo. A quimioprofilaxia foi proposta inicialmente pelo “National Comission on Aids” dos
EUA no ano de 1993. Já no Brasil a utilização dessa profilaxia foi preconizada pela Secretária
de Saúde do Estado de São Paulo no ano de 1999. O programa estadual de AIDS e o Instituto
de Infectologia Emílio Ribas, iniciaram também no ano de 1999 um programa para o
atendimento de profissionais acidentados com material biológico. Em 2001, a Coordenação
Nacional de DST e AIDS do Ministério da Saúde publicou as recomendações para terapia
antirretroviral em adultos e adolescentes infectados pelo HIV. Ressaltando que, a
quimioprofilaxia apresenta efeitos colaterais, o seu uso não é indicado quando a exposição de
risco de HIV for classificada como de baixo de risco (SÃO PAULO, 2016)

Figura 39. Fluxograma de avaliação de quimioprofilaxia após exposição ocupacional ao vírus


HIV.

72
Fonte: (SãO pAulO, 2016)

73
T1. Posologia, administração e efeitos colaterais da
quimioprofilaxia para possível contaminação por HiV em
ambiente de trabalho

Quadro 4. drogas geralmente utilizadas em tratamentos de urgência para profissional.


acidentado.

DROGA DOSE INTERVALO DURAÇÃO

Tomar 3 cápsulas Tomar a medicação de 12


ZIDOVUDINA O tratamento dura 4
de100mg, totalizando horas em 12 horas, 2
(AZT) semanas ou 28 dias.
300mg. vezes ao dia.

Tomar a medicação de 12
LAMIVUDINA Tomar 1 comprimido de O tratamento dura 4
horas em 12 horas, 2
(3TC) 150mg semanas ou 28 dias.
vezes ao dia.

Fonte: (São Paulo, 2016)

Quadro 5. drogas alternativas que podem ser utilizadas separadamente em tratamentos de


urgência para profissional acidentado.

DROGA DOSE INTERVALO DURAÇÃO

Tomar 1 comprimido com


BIOVIR (AZT Tomar a medicação de O tratamento dura 4
150mg de 3TC + 300mg
+3TC) 12horas em 12 horas. semanas ou 28 dias.
de AZT

Tomar 2 cápsulas de Tomar a medicação de 8


400mg. O tratamento dura 4
INDINAVIR (IDV) horas em 8 horas, 3 vezes
semanas ou 28 dias.
Totalizando 800mg. ao dia.

Tomar 5 cápsulas de Tomar a medicação de 12


NELFINAVIR 250mg. O tratamento dura 4
horas em 12 horas, 2
(NFV) semanas ou 28 dias.
Totalizando 750mg. vezes ao dia.

Fonte: (São Paulo, 2016)

Quadro 6. Efeitos colaterais das drogas utilizadas na quimioprofilaxia contra o HIv.

DROGA EFEITO COLATERAL

Anemia, neutropenia, leucopenia, plaquetopenia, náuseas, vômitos, astenia,


ZIDOVUDINA
malestar geral, cefaleia, miopatia, insônia, pigmentação ungueal e de mucosas,
(AZT)
alteração das provas hepáticas, hepatite.

LAMIVUDINA
Pancreatite, diarreia, dor abdominal, anemia, neutropenia.
(3TC)

74
Nefrolítiase, hematúria, cefaleia, insônia, náusea, vômitos, astenia, fadiga,
distúrbios do paladar, pele e boca secas, dor abdominal, trombocitopenia,
INDINAVIR (IDV)
hiperbilirrubinemia indireta assintomática, aumento de triglicerídeos,
hipercolesterolemia, hiperglicemia e diabetes.

NELFINAVIR Diarreia (efeito mais frequente), exantema, flatulência, náusea, dor muscular,
(NFV) fraqueza, aumento de triglicerídeos, hipercolesterolemia, hiperglicemia e diabetes.

Fonte: (São Paulo, 2016).

T1. Análise da situação sorológica do paciente perante o


acidente com o trabalhador da área de saúde para possível
contaminação com hepatite B ou C

T2. Contaminação por hepatite B

Em casos que há suspeita de contaminação por hepatite B é recomendado que o trabalhador


siga as instruções expostas na tabela abaixo (SÃO PAULO, 2016):

Quadro 7. Tratamento após contanto com material biológico contaminado possivelmente com
hepatite B.

PACIENTE com HBsAg PACIENTE COM PACIENTE COM


SITUAÇÃO DO POSITIVO OU HBsAg HBsAg
TRABALHADOR DESCONHECIDO COM DESCONHECIDO E
FATOR DE RISCO SEM FATOR DE RISCO NEGATIVO

1 dose de HBIG e iniciar Iniciar esquema de Iniciar esquema de


Não vacinado ou
esquema de vacinação vacinação ou completar vacinação ou completar
vacinação incompleta
ou completar vacinação. esquema vacinal. esquema vacinal.

Vacinado com resposta


Não imunizar. Não imunizar. Não imunizar.
adequada

Vacinado sem resposta 1 dose de HBIG e


Revacinar. Revacinar.
adequada revacinar.

Fazer um Anti-HBs, se o Fazer um Anti-HBs, se o


resultado obter resposta resultado apresentar
adequada não realizar a resposta adequada, não
Vacinado com resposta imunização. realizar a imunização. Fazer um Anti-HBs e não
não conhecida Caso não obtenha Caso apresente uma imunizar.
resposta adequada, resposta não adequada,
deve-se realizar 1 dose a imunização é
de HBIG e revacinação. necessária.

Fonte: (São Paulo, 2016).

75
HBsAg: é também denominada de Antígeno Austrália, é um determinante antigênico
encontrado na superfície do HBV, em partículas menores não infectantes e em formas
tubulares produzidas por este vírus. São encontradas na corrente sanguínea entre 2 a 6
semanas antes do início dos sintomas ou alteração das transaminases, mantendo- se
detectável por até 20 semanas. O HBsAg é encontrado tanto na fase aguda como na crônica.
Pacientes que o mantém positivo por mais de 6 meses provavelmente permanecerão como
portadores ou desenvolverão hepatite crônica (PARDINE, 2016).

HBIG: A Imunoglobulina Anti-hepatite B é uma imunoglobulina específica (HBIG) (uma


globulina hiperimune) que contém anticorpos contra o antígeno de superfície da hepatite B
(anti-HBs). Tem origem humana, a partir de doadores com altos títulos de anti-HBs (PARDINE,
2016).

T2. Contaminação por hepatite C

Neste caso não há uma quimioprofilaxia. É aconselhado acompanhar o profissional por no


mínimo seis meses. Realizando uma coleta de material para realização de exames no
momento do acidente e uma segunda coleta seis meses depois. Caso o resultado seja positivo
o profissional deve ser encaminhado para órgão competente para receber acompanhamento
ambulatorial especializado (SÃO PAULO, 2016).

76
CAPÍTULO 3
Descontaminação dos insumos de uma clínica
de estética

T1. Limpeza e desinfecção dos principais equipamentos e


insumos de uma clínica de estética

Os artigos coletivos utilizados nos procedimentos em clínicas de estética podem se tornar


veículos de agentes infecciosos. Com isso, faz-se necessário realizar processos de
descontaminação rotineiramente. Nesta apostila, serão abordados os principais objetos
utilizados na rotina clínica.

T1. Recipientes plásticos, cubas e espátulas

Em procedimentos que utilizam aparelhos de ultrassom, radiofrequência, entre outros, usa-se


uma grande quantidade de gel para facilitar a realização do procedimento. Descarte, cubas e
espátulas utilizadas para auxiliar na aplicação do gel, em vista disso, com o objetivo de realizar
a correta higienização ao fim dos procedimentos, devem-se seguir os princípios básicos de
limpeza que foram citados abaixo (RAMOS, 2009).

» os produtos químicos em excesso devem ser retirados com papel absorvente que deve
ser descartado em lixo apropriado;

» lavar o recipiente em água corrente com sabão e esponja;

» enxaguar em água corrente;

» secar o material naturalmente ou usar toalha limpa que não solte fiapos, papel
descartável ou estufa regula para tal finalidade em uma temperatura máxima de 50º C;

» passar álcool a 70% glicerinado com o auxílio de papel absorvente sobre todo o objeto;

» após o termino da lavagem, os artigos devem ser guardados em um local seco e limpo.
Deve-se evitar deixa-los exposto ao ambiente para evitar o contato com poeira e
aerossóis. Se preferir também é indicado embalar os objetos em plásticos vedados e
abri-los diante o paciente.

T1. Pincéis utilizados para a realização de peelings

77
Os pincéis utilizados na realização de peelings são de uso individual, devido a isso, devem ser
higienizados adequadamente para a utilização posterior em outro paciente. Por possuírem
cerdas delicadas, o produto indicado para esse procedimento é o detergente enzimático e a
forma correta de higienização desse insumo está relatada a seguir (RAMOS, 2009):

» mergulhar os pincéis em uma cuba contendo solução 0,5% de detergente enzimático ou


outro produto conforme especificação do fabricante e deixa-los imersos por um período
de 10 a 15 minutos;

» as cerdas devem ser massageadas para retirada de todo o produto utilizado no


procedimento e sujidades;

» enxaguar os pincéis em água corrente;

» secar naturalmente ou em uma estufa apropriada a uma temperatura de 50º C;

» ademais, de acordo com modelo de pincel também é indicado borrifar álcool a 70%
glicerinado e deixar secando naturalmente, de acordo com as orientações do fabricante.

[saiba mais]

Se o paciente apresentar lesões que liberem secreções ou ocorra contaminação por sangue ou
outros fluidos corporais o pincel deve ser descarto. Com isso, os pinceis descartáveis também
são indicados para a realização do procedimento supracitado.

[fim saiba mais]

T1. Toalhas e lençóis protetores de cadeiras e macas

As toalhas e os lençóis são de uso individual, logo, não devem ser reutilizados em outros
pacientes sem a devida desinfecção. Após o término de cada procedimento esses artigos
devem ser acondicionados em um recipiente apropriado para posterior encaminhamento a uma
empresa especializada em desinfecção. Quando for realizada a contração da empresa
terceirizada é indicado observar se durante a lavagem das toalhas e dos lençóis eles ficam de
molho durante 30 minutos em uma solução de hipoclorito de sódio diluído a 0,1% para a
realização correta da desinfecção. Posteriormente, a lavagem pode ocorrer como de costume e
por fim, é indicado que os insumos sejam guardados individualmente em um saco plástico para
abertura mediante o paciente (RAMOS, 2009).

T1. Acessórios de equipamentos de estética

Alguns protocolos de determinados procedimentos utilizam equipamentos, tais como: corrente


russa, ultrassom, radiofrequência, entre outros. Esses aparelhos possuem cabos, eletrodos,

78
cabeçotes e ponteiras que entram em contanto com a pele do paciente que em certos casos
podem apresentar pequenas lesões que são passíveis de realizar a contaminação do aparelho.
Devido a isso, após a realização de todo procedimento uma higienização deve ser realizada
conforme foi descrito abaixo (RAMOS, 2009):

» desligar o aparelho e desconectar a parte que entrou em contato com a pele do


paciente;

» retirar o excesso de produto que tenha ficado no aparelho com o auxílio de um papel
descartável;

» passar uma solução de álcool a 70% glicerinado ou clorexidina de acordo com as


indicações do fabricante;

» observação: nesses tipos de aparelhos é mais indicado o uso de clorexidina para evitar
um suposto ressecamento das estruturas do aparelho.

» guardar o equipamento em um local limpo e livre de poeira ou aerossóis.

T2. Cadeiras e macas

Após os procedimentos esses equipamentos devem ser higienizados com água e sabão caso
exista resíduos de fluidos corporais do paciente. Posteriormente, deve-se passar álcool a 70%
glicerinado por toda a superfície para finalizar o processo de higienização e deixar que o álcool
seque naturalmente (RAMOS, 2009).

T2. Uso de artigos descartáveis

Esses materiais não devem passar pelo processo de limpeza, desinfecção ou esterilização,
pois tais produtos não suportariam esses métodos, devido suas características estruturais.
Com isso, após o uso esses materiais necessitam ser descartados. Ressaltando que
descartáveis perfurocortantes precisam ser manuseados e descartados de acordo com as
normas de biossegurança (RAMOS, 2009).

Entre os insumos descartáveis mais utilizados em uma clínica de estética podemos destacar:

» agulhas, lâminas e bisturis;

» lixas de unhas e lixas de pés;

» palitos de madeira;

» protetores;

» lençóis descartáveis;

79
» EPIs como: luvas, toucas, máscaras, jalecos descartáveis.

T1. Limpeza e desinfecção ambiental

A limpeza dos ambientes de uma clínica de estética deve utilizar produtos de limpeza e de
desinfecção que estejam de acordo com a legislação vigente, além de serem observadas as
recomendações apresentadas pelos fabricantes. Os produtos de limpeza regulamentados
estão classificados de acordo com a Lei no 6.360 (ANVISA, 1976) como saneantes
domissanitários, isto é, são as substâncias ou preparações que possuem as prerrogativas
necessárias para realizar adequadamente à higienização, desinfecção, desinfestação,
desodorização e odorização de ambientes. Tais produtos, de acordo com a legislação
supracitada devem ser isentos de efeitos mutagênicos, teratogênicos ou carcinogênicos em
mamíferos. Essas características devem ser comprovadas adequadamente através de testes
(RAMOS, 2009).

Na escolha dos produtos o profissional deve considerar os critérios a seguir (RAMOS, 2009):

» natureza de superfície a ser limpa ou desinfetada, e se a mesma resiste à corrosão ou


ao ataque químico;

» tipo e grau de sujeira e contaminação, incluindo sua forma de eliminação


(microrganismo envolvido com ou sem matéria orgânica presente);

» segurança na manipulação e utilização por parte do profissional de limpeza e


terceiros.

Os produtos mais utilizados para a limpeza e desinfecção das áreas físicas, das mobilhas e
dos equipamentos em geral são os sabões ou detergentes neutros, hipoclorito de sódio a 1%
ou diluído a 0,1% e álcool a 70º glicerinado (RAMOS, 2009).

T2. Limpeza do ambiente

O serviço de limpeza do ambiente precisa de um espaço apropriado para guardar os materiais


e utensílios, tais como: panos, esponjas, esfregões, baldes e produtos de limpeza. Esse local
necessita ser separado dos demais, além de possuir um tanque e possuir fácil acesso e com
boa ventilação. Ressaltando que as dimensões do espaço podem variar de acordo com a
estrutura física da clínica (RAMOS, 2009).

T1. Funcionário responsável pelos serviços gerais

O profissional responsável por realizar a limpeza dos ambientes de uma clínica de estética
deve ser orientado adequadamente sobre os ricos que a realização do trabalho possui. Para

80
isso, um programa de treinamento deve ser realizado pela direção do estabelecimento. Esse
programa necessita contemplar as etapas de cada processo de limpeza e sanitização do
ambiente, levando em consideração os cuidados e necessidades de prevenção de possíveis
contaminações biológicas e químicas. Com isso, um dos tópicos que deve ser abordado com
bastante ênfase nesse treinamento é a correta utilização dos equipamentos de proteção
individual (RAMOS, 2009).

81
CAPÍTULO 4
Equipamentos de proteção individual (EPis) e
equipamentos de proteção coletiva (EPCs)
utilizados em uma clínica de estética

T1. Principais equipamentos de proteção individual (EPis)


utilizados por profissionais do setor em clínicas de estética

Equipamentos de proteção individual (EPIs) são dispositivos ou produtos de uso individual que
possuem como objetivo promover a proteção contra riscos capazes de ameaçar a saúde ou
segurança do trabalhador (TEIXEIRA; VALLE , 1996). Nas clínicas de estética podemos
destacar o uso de luvas, jaleco, óculos e máscaras na proteção individual.

T2. Luvas

O principal objetivo das luvas é impedir o contato com sangue, secreções, excreções, mucosas
ou regiões do corpo do paciente que não estão íntegros durante determinados procedimentos.
Além disso, são utilizadas perante a manipulação de artigos contaminados ou substâncias
químicas. Elas podem ser dividas em vários tipos, no entanto no presente material iremos citar
as mais utilizadas na prática clínica, em clínicas de estética, tais como: luvas descartáveis de
látex e luvas de vinil (RAMOS, 2009).

T2. Luvas descartáveis de látex

As luvas descartáveis mais utilizadas são as de látex ambidestras, que apresentam três
tamanhos: pequena, média e grande. Na parte interna apresentam talco para facilitar a sua
colocação. Podem ser comercializadas em caixas com 100 unidades não estéreis ou estéreis.
Não obstantes, as estéreis são comercializadas aos pares e possuem sua utilização destinada
a procedimentos cirúrgicos ou no manuseio de ferimentos e matérias estéreis (RAMOS, 2009).

Figura 40. luva descartável de látex.

82
Fonte disponível em: <https://www.zollaagro.com.br/imagens_menu/luvas%20procedimento%20latex.jpg>. Acesso em: 9 abr. 2016.

T2. Luvas descartáveis de vinil

Além das luvas de látex também estão disponíveis no mercado as luvas de vinil, que se
adaptam bem ao formato das mãos e possuem alta durabilidade, porém possuem um custo
mais elevado e também são encontradas em caixas de 100 unidades nos tamanhos: pequeno,
médio e grande. Elas são utilizadas principalmente por profissionais alérgicos ao látex
(RAMOS, 2009).

Figura 41. luva descartável de vinil.

Fonte disponível em: <http://www.maxipac.com.br/painel/produtos/grande/00000466_001.jpg>. Acesso em: 9 abr.


2016.

T1. Utilização correta das luvas


83
As luvas são utilizadas sempre que houver a possibilidade de contato com fluidos corporais ou
no manuseio de substâncias químicas e de materiais perfurocortantes. No entanto, para que as
luvas realizem a proteção adequada o profissional deve colocá-las corretamente, como foi
descrito a seguir (RAMOS, 2009):

» antes colocar as luvas, as mãos devem higienizadas corretamente dessa forma,


ocorrerá uma diminuição dos microrganismos;

» colocá-las de modo que os punhos fiquem cobertos e protegidos;

» durante o período no qual o profissional estiver utilizado as luvas, deve-se evitar a


manipulação de fichas de anamneses, canetas, celulares, maçanetas de portas ou
qualquer tipo de objetivos que não fazem parte do procedimento estético;

» após o término do procedimento as luvas devem ser retiradas imediatamente pelo


punho, evitando-se tocar na parte externa. Por fim, elas precisam ser descartadas em
um lixo biológico.

» as luvas necessitam ser trocadas a cada paciente.

T2. Jalecos

A principal função dessas vestimentas é proteger a pele do profissional contra fluídos


corporais, tais como: sangue, secreções e exsudatos. Ademais, previnem a contaminação por
produtos químicos. Os jalecos podem ser confeccionados por diferentes materiais, porém é
necessário que a matéria prima seja pouco inflamável e de fácil lavagem. Além disso, faz-se
necessário possuir mangas compridas com elásticos nos punhos e possuir comprimento até a
altura dos joelhos. Os jalecos não precisam ser obrigatoriamente brancos, porém essa cor
facilita a observação de sujeiras. Há também os descartáveis que são confeccionados por TNT,
no entanto eles oferecem uma frágil barreira de proteção (RAMOS, 2009).

Ademais, os jalecos não devem ser utilizados em locais públicos, tais como: restaurantes,
ônibus, metrô, ruas, entre outros. Uma vez que, essa vestimenta é destinada a ambientes
clínicos e o uso nos locais supracitados eleva o risco de infecções nos procedimentos. Caso o
profissional tenha que levar o avental para realizar sua lavagem em um local fora da clínica ele
deve ser guardado em uma bolsa durante o transporte. A seguir estão listadas algumas
orientações para correta utilização dos jalecos (RAMOS, 2009).

T2. Utilização correta de jalecos

» precisam ser utilizados sempre fechados;

84
» trocados sempre que apresentar qualquer tipo de sujeira e contaminação aparente por
sangue, secreções ou produtos químicos;

» sua utilização é restrita ao ambiente de trabalho;

» quando o profissional for utilizar o banheiro, cozinha, ou qualquer outra área da clínica
que não seja o consultório o jaleco deve ser retirado e pendurado em local adequado;

» os jalecos necessitam ser guardados em local apropriado e jamais podem ficar juntos
dos objetos pessoais;

» precisam ser lavados separadamente da roupa de uso pessoal.

T1. Máscaras

As máscaras são um instrumento bastante importante na prática clínica, pois protegem as


mucosas da face do profissional contra a inalação de partículas ou aerossóis contendo
microrganismos. Existem vários tipos de máscaras utilizadas como EPIs, porém na estética as
indicadas são as descartáveis, pois protegem adequadamente contra possíveis contaminações
biológicas. No entanto, não são eficazes para a realização de filtrações de substâncias
químicas na forma de gases ou vapores. Elas podem ser confeccionadas de diferentes
matérias, tais como: tecido, espuma e papel. Não obstante, possuem baixa capacidade de
filtração de partículas e aerossóis. Já as de vibra de vidro e fibras sintéticas são as mais
comumente utilizadas por trabalhadores da saúde e possuem boa capacidade de filtração. Vale
ressaltar que, as máscaras precisam ser confortáveis, possuir boa capacidade de contornos
faciais, não devem irritar a pele e necessitam ter alta capacidade de filtração do ar (RAMOS,
2009).

O2seu uso é indicado quando a distância entre o paciente e o profissional é pequena, como em
processos de higienização facial, peelings, microagulhamento, laser de CO fracionado,
intradermoterapia, entre outros. Além disso, durante o manuseio de produtos químicos que
exalam vapores tóxicos ou aerossóis o seu uso também é indicado (RAMOS, 2009).

T1. Utilização correta das máscaras

» a máscara necessita estar em perfeito estado de conservação e livres de sujeiras;

» devem possuir fácil adaptação aos contornos faciais, protegendo nariz e boca;

» evitar a troca durante o procedimento;

» não colocar a máscara na região do pescoço para evitar contaminações;

85
» ela necessitar ser trocada quando ficar úmida, pois a mascára molhada perde a
capacidade de filtração. Ademais, no intervalo entre os atendimentos de cada paciente
deve-se também realizar a troca;

» a sua proteção eficaz ocorre durante o período de 2 horas, após esse tempo deve-se
trocar;

» a retirada da máscara deve ser realizada apenas após a remoção das luvas e a
lavagem das mãos. Por fim, ela deve ser descartada em lixo biológico.

T2. Toucas

As toucas são utilizadas para fornecer uma barreira de proteção física contra a contaminação
por produtos químicos, aerossóis e microrganismos. Além do que, evitam a queda de cabelos
na área de execução do procedimento, porque os cabelos representam uma importante fonte
de contaminação, já que podem conter diferentes microrganismos. As tocas podem ser
confeccionas de tecido ou matérias descartáveis que são mais comumente utilizados pelos
profissionais (RAMOS, 2010).

T2. Utilização correta das toucas

» os cabelos compridos devem ser presos, sem deixar mechas aparentes;

» colocar a touca de forma que ela cubra todo o cabelo e parte das orelhas;

» ao retirar a touca, ela deve ser puxada pela parte de cima;

» deve-se realizar a troca entre os atendimentos e sempre que apresentar algum tipo de
sujeira;

» o seu descarte é realizado em lixo biológico;

» toucas descartáveis não podem ser guardadas, uma vez que representam um meio
bastante propício para proliferação de microrganismos.

T1. Óculos de proteção

Da mesma forma como as toucas, os óculos são uma barreira de proteção física contra
infecções. Sua principal função é proteger a mucosa ocular dos profissionais do contato com
fluídos contaminados ou de substâncias químicas. Os óculos de proteção podem ser divididos
em dois tipos: óculos transparentes e óculos escuros (RAMOS, 2009).

Os óculos transparentes são indicados para a utilização em procedimentos que liberam fluídos
corporais, partículas de pele, distância entre o profissional e o paciente seja curta, manipulação

86
de produtos químicos que liberam vapores tóxicos ou aerossóis. Ademais, o equipamento deve
possuir barreiras laterais, ser leve e confortável, confeccionado com material de fácil limpeza
(geralmente acrílico). Já os óculos escuros protegem os olhos contra radiações ultravioletas
(UVA e UVB) e devem ser utilizados pelo profissional e pelo paciente em procedimentos que
utilizam laser ou raios UV (RAMOS, 2009).

T1. Utilização correta dos óculos

» os óculos devem ser colocados após a máscara, permanecendo sobre ela durante todo
o tempo do procedimento;

» quando o equipamento apresentar sujeira, o mesmo deve ser limpo com sabão
líquido com germicida ou com solução antissépticas. Sendo enxaguados em seguida e
enxugados com toalha de papel. Casos os óculos sejam produzidos em acrílicos,
solução alcoólica não deve ser utilizada, pois danifica o aparelho.

T1. Principais equipamentos de proteção coletiva (EPCs)


utilizados por profissionais do setor em clínicas de estética

Equipamentos de proteção coletiva (EPCs) são todos os insumos que visam preservar a
integridade física e a saúde dos trabalhadores, bem como a de terceiros. Ademais, em casos
de acidentes esses equipamentos podem reduzir as consequências (TEIXEIRA; VALLE, 1996).
Em uma clínica de estética podemos destacar o uso de extintores de incêndio, não obstante,
existem muitos outros EPCs, tais como: chuveiro lava olhos, chuveiro de emergência e
capelas. Porém, estes aparelhos não são usado comumente no estabelecimento supracitado.

T1. Extintores de incêndio

Os extintores de incêndio são equipamentos que possuem como finalidade eliminar ou


controlar o fogo em casos de emergências. Normalmente, são compostos por cilindros que
contêm materiais sob pressão que podem ser levados até o local do incêndio com objetivo de
realizar a extinção do mesmo. Ademais, os extintores devem estar de acordo com as normas
brasileiras do Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO), enquanto que a recarga,
manutenção e inspeção do equipamento supracitado estão regulamentadas na NBR 12962. A
recarga deve ser realizada regularmente em intervalos estabelecidos pelo fabricante,
normalmente o período varia de um a três anos (ABNT, 1994; INMETRO, 2000; RAMOS,
2009).

A instalação dos extintores é realizada pelo Corpo de Bombeiros, que realiza uma vista no local
e em seguida determinada a quantidade, localização e o tipo que será utilizado. O extintor deve

87
ser posicionado na parede ou no chão apoiado em um suporte especial. Ademais, o local no
qual o aparelho está instalado deve ser sinalizado adequadamente com placas, faixas ou
setas. E os extintores não podem ficar acomodados em paredes de escadas, cobertos por
matérias e possuir o acesso obstruído (RAMOS, 2009).

Os equipamentos de extinção do fogo estão classificados de acordo com o tipo de material que
está em combustão. Devido a isso, alguns extintores não devem ser utilizados em
determinados materiais, pois colocam em risco a vida do operador. Para evitar o problema
citado anteriormente os equipamentos trazem no seu corpo as classes de incêndios para as
quais são eficientes ou as classes nas quais o seu uso não é indicado. Em vista disso, os
extintores são classificados nas seguintes classes: A, B, C e D (RAMOS, 2009).

T1. Extintores classe A

São indicados para incêndios de matérias sólidos, tais como: madeira, papel, tecido, borrachas.
Para essa modalidade é indicado o uso de extintores que contenham água ou espuma
(RAMOS, 2009).

T1. Extintores classe B

A sua utilização é indicada em incêndios de líquidos e gases, como: gasolina, álcool, gás
liquefeito de petróleo (GLP), entre outros. Para essa classe é indicado o uso de extintores que
contenham espuma, dióxido de carbono e pó químico (RAMOS, 2009).

T1. Extintores classe C

Em incêndios de materiais condutores de energia elétrica é aconselhado o uso desta classe.


Pois, neste caso o extintor não pode possuir agentes que conduzam energia elétrica. Com isso,
extintores a base de dióxido de carbono e pó químico são os ideais (RAMOS, 2009).

T1. Extintores classe d

Esta classe é indicada para cobater incêndios com metais pirofóricos, tais como: potássio,
alumínio, zinco ou titânio. Para combater incêndios com esses elementos os extintores devem
possuir agentes especiais, exemplo: cloreto de sódio (RAMOS, 2009).

88
CAPÍTULO 5
Tipos de resíduos gerados e os tipos
segregações em clínicas de estéticas

T1. Gerenciamento de resíduos gerados

Os resíduos gerados em serviços de saúde (RSS) são responsáveis pela formação específica
de uma categoria de resíduos sólidos devido as suas particularidades, como as presenças de
substâncias químicas e biológicas. Com isso, o gerenciamento dos RSS deve ser praticado
rotineiramente em clínicas de estética, de acordo com a resolução da diretoria colegiada (RDC)
no 306 da Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA) formulada no ano de 2004 (ANVISA 2004).

O gerenciamento desses resíduos é baseado em um conjunto de procedimentos de gestão e


planejamento, a partir de especificações científicas, técnicas e normativas. Com a finalidade de
produzir uma quantidade reduzida de RSS e proporcionar aos mesmos um descarte seguro e
eficaz, para proteger os trabalhadores e o meio ambiente (ANVISA 2004).

Dessa forma, os RSS são classificados de acordo com seu risco e potencial de
contaminação em cinco grupos, de acordo com a RDC 306 (ANVISA 2004):

» Grupo A: resíduos com risco biológico.

» Grupo B: resíduos com risco químico.

» Grupo C: rejeitos radioativosGrupo D: rejeitos recicláveis.

» Grupo E: resíduos perfurocortantes.

Usualmente, as clínicas de estética produzem os seguintes resíduos:

» perfurocortantes;

» infectantes;

» químicos;

» recicláveis;

» comuns.

O gerenciamento dos RSS começa com a separação no momento do uso dos diferentes
resíduos. Dessa forma, cada lixeira deve conter a identificação específica e uma lista de
resíduos que podem ser armazenados nessas lixeiras. Com isso, faz-se necessário respeitar a

89
etapa do gerenciamento dos resíduos, que pode ser divida em: segregação, acondicionamento,
identificação, transporte interno, armazenamento temporário, armazenamento externo, coleta e
transporte externos, tratamento e destino final (RAMOS, 2009).

T1. Segregação

Neste momento é realizada a separação do resíduo no local da sua geração, de acordo com as
características biológica, física, química, seu estado físico e os riscos que ele apresenta. Logo,
os principais objetivos dessas etapas são: reduzir os riscos para saúde, reciclar ou reaproveitar
e permitir a adoção de procedimentos específicos para o manejo de cada grupo de rejeitos
(RAMOS, 2009).

T1. Acondicionamento

Essa etapa consiste no ato de armazenar adequadamente os resíduos separados em sacos ou


recipientes resistentes que evitem o vazamento. Além de proporcionar um transporte seguro
sem o risco de contaminação por parte do trabalhador responsável por essa etapa. Para isso,
os sacos de acondicionamento devem ser alocados em lixeiras com tampas sem contato
manual (RAMOS, 2009).

T1. Identificação

A identificação deve ser específica para cada tipo de lixo gerado. Ela deve ser fixada nos sacos
de armazenamento, nos recipientes de coleta interna e externa, nos locais de
acondicionamento, em região de fácil observação, com a utilização de símbolos, cores e frases
chamativas, de acordo com os paramentos exigidos pela NBR 7500 (ABNT, 2000; RAMOS,
2009).

T1. Transporte interno

É o transporte realizando do local que foi gerado o resíduo até o ponto no qual os rejeitos serão
armazenados temporariamente com o objetivo de serem entregues para a coleta. O transporte
interno deve ser realizado em um horário definido previamente, com a intenção de não
atrapalhar o fluxo de pacientes e o trabalho dos profissionais. Vale salientar que, cada grupo de
resíduos deve ter o seu transporte realizado em recipientes específicos de acordo com a sua
necessidade. Ademais, o transporte precisa ser realizado em material rígido, lavável,
impermeável, com tampa articulada, cantos e bordas arredondadas e com a identificação
necessária (RAMOS, 2009).

T1. Armazenamento temporário

90
Trata-se de um local específico para armazenar o lixo em um local próximo ao ambiente no
qual foi gerado e ao ponto de entrega para a coleta. Em clínicas de estética, esse local é
importante para realizar o armazenamento de materiais que apresentam risco biológico e
químico, tais como: resíduos perfurocortantes e resíduos químicos. Esses rejeitos não podem
ser armazenados junto com o lixo comum e com o lixo reciclável, pois o profissional
responsável pela coleta pode se contaminar no transporte. Tendo em vista que, as técnicas de
coleta para o lixo biológico e comum são diferentes. Ademais, o descarte desses materiais
também apresentam diferenças (RAMOS, 2009).

T1. Armazenamento externo

É a guarda especial dos resíduos que apresentam alto poder de contaminação até a etapa de
coleta externa, em um ambiente fora do estabelecimento com um acesso facilitado. Porém,
como em clínicas o espaço é pequeno e a produção de lixo infectante é modesta o local de
armazenamento externo pode ser semelhante ao armazenamento temporário de resíduos
comuns, desde que o estabelecimento possua um local apropriado para isso (RAMOS, 2009).

T1. Coleta e transporte externos

Consiste na remoção dos resíduos do abrigo de armazenamento temporário ou externo. O


transporte é realizado utilizando técnicas que garantam a preservação das condições de
acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio ambiente. Todas
essas etapas devem está de acordo com a NBR 14652 (ABNT, 2001; RAMOS, 2009).

A coleta e transporte de resíduos especiais que apresentam risco de contaminação para a


população e o meio ambiente devem ser realizados por empresa especializada, com
funcionários que portem todos EPIs necessários para a prática. Geralmente, essas empresas
cobram um valor fixo de acordo com a localização da clínica e a periodicidade da coleta,
podendo ser mensal ou semanal. Vale salientar que, os resíduos especiais precisam estar
identificados e não devem ficar acondicionados juntos com o lixo comum e reciclável (RAMOS,
2009).

T1. Tratamento e destino final

O lixo comum normalmente é descartado em aterros sanitários, enquanto os resíduos de


hospitalares, de laboratórios e de clínicas devem sofrer determinados tratamentos, tais como:
esterilização, incineração, irradiação. Após esses procedimentos os resíduos com alto poder de
contaminação biológica e química são descartados nos aterros. O tratamento e descarte final
dos resíduos são de responsabilidade dos órgãos e empresas de coletas, de acordo com as
normas e diretrizes da NBR 12810 (ABNT, 1993; RAMOS, 2009).

91
T1. Classificação e manipulação dos resíduos gerados em
clínicas de estética

De acordo com a RDC 306 que foi elaborada pela ANVISA no ano de 2004, a classificação e
manejo dos RSS têm como finalidade proporcionar o gerenciamento adequado desses rejeitos.
Com isso, nos tópicos a seguir os resíduos classificados nos grupos A, B, D e E serão
explanados. Tendo em vista que, somente esses resíduos são produzidos em clínicas de
estética.

T1. Resíduos biológicos do grupo A

Os resíduos biológicos são os que contêm ou entraram em contato com microrganismo ou


material biológico, como: sangue, secreções e exsudatos. Em uma clínica de estética, resíduos
biológicos gerados nos procedimentos, tais como: unhas, cutículas, cabelos, cera de depilação,
pelos, luvas, máscaras, toucas, algodão, gazes, lençóis descartáveis, papeis protetores de
macas, gazes, jalecos descartáveis. Precisam ser acondicionados em saco plástico branco
leitoso, resistente e impermeável, de acordo com as especificações da NBR 9190 elaborada no
ano 2000 pela ABNT. Além disso, os sacos precisam ser rotulados com um fundo branco e
com o desenho preto, contendo o símbolo universal de substância infectante, de acordo com
os princípios da NBR 7500 (ABNT, 2000), acrescido da mensagem “risco biológico” ou “risco
infectante”. Por fim, esses sacos precisam ser armazenados em cestos de lixo com tampa e
pedal identificados.

Figura 42. Saco para descarte de lixo biológico.

92
Fonte disponível em:
<https://www.astervariedades.com.br/imagem/index/10820994/G/sacos_de_lixo_infectante_hospitalar_15_30_50_10
0_200_litros.jpg>. Acesso em: 10 abr. 2016

T1. Resíduos biológicos do grupo B

Os resíduos químicos são as substâncias que podem apresentar riscos a saúde pública ou ao
meio ambiente, de acordo com sua corrosividade, reatividade, inflamabilidade, toxicidade,
citogenicidade e explosividade. Geralmente entre esses resíduos gerados em uma clínica de
estética estão: embalagem de produtos cosméticos que apresentam substâncias tóxicas, tais
como: amônia, peróxido de hidrogênio, tioglicolato, ácidos esfoliante, entre outros. Ademais,
EPIs como luvas que entraram em contato com essas substâncias também são classificadas
como resíduos do grupo B (RAMOS, 2009).

Estes resíduos devem ser diferenciados daqueles que poderão ser encaminhados para a
reciclagem. Com isso, precisam ser acondicionados e segregados de forma isolada. Já os
rejeitos no estado líquido podem ser lançados na rede de esgoto ou em um corpo receptor,
desde que as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais e gestores dos recursos
hídricos e saneamento sejam respeitadas. No entanto, no caso de solventes ou outros
produtos químicos, esses não podem ser descartados na rede de esgoto. Eles devem ser
armazenados em um recipiente construído com materiais que suportam as propriedades
químicas do rejeito. Além disso, o recipiente deve possuir tampa de rosca, vedação e corpo
rígido (RAMOS, 2009).

Os resíduos do grupo B precisam ser acondicionados em sacos plásticos apropriados e


identificados com frases e símbolos de risco químico, acomodados em um recipiente de
material rígido, com tampa e sem contato manual (RAMOS, 2009).

Figura 43. Símbolo utilizado para identificar os resíduos químicos.

Fonte disponível em: <http://negocios.maiadigital.pt/hst/sinalizacao_seguranca/perigo/sinais_perigo/image.0266>.


Acesso em: 10 abr. 2016.

T1. Resíduos biológicos do grupo D

93
Os resíduos que fazem parte deste grupo são os mesmo de origem doméstica. Logo, podem
ser acondicionados em sacos plásticos comuns de acordo com a NBR 9190 (ABNT, 2000). No
entanto, de acordo com a resolução no 5 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)
do ano de 1993, a reciclagem desses resíduos é extremamente recomendada.

Caso a clínica de estética priorize por realizar a reciclagem do seu lixo, os resíduos podem ser
acondicionados no local da geração em recipiente específicos para cada tipo de material, tais
como: papel, vidro, plástico, metal. Cada tipo de material possui uma cor específica de
recipiente, como relatam as prerrogativas de no 275 do CONAMA do ano de 2001 (RAMOS,
2009).

» Papel: azul.

» Vidro: verde.

» Metal: amarelo.

» Plástico: vermelho.

» Marrom: lixo orgânico.

Os resíduos orgânicos (sobras de alimentos, podas de jardinagem, entre outros) são


acondicionados em um recipiente de cor marrom. E podem ser reaproveitados na produção de
adubo orgânico por meio do processo de compostagem por meio do processo de biodigestão
(RAMOS, 2009).

Figura 44. Cores que identificam os tipos resíduos.

Fonte disponível em: <http://meioambiente.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2011/10/Cores-da-


reciclagem1.png> Acesso em: 10 abr. 2016.

T1. Resíduos biológicos do grupo E

94
Os materiais que fazem parte deste grupo são os perfurocortantes ou escarificantes, tais como:
agulhas, lâminas de bisturi, lâminas de barbear, pinças, navalhas, tesouras, espátulas, alicates,
cortadores de unha, rolos de microagulhamento e todo material de vidro quebrado na clínica.
Já os artigos reaproveitáveis precisam ser encaminhados ao local no qual será realizada a
lavagem, desinfecção e esterilização. Vale a pena salientar que as agulhas descartáveis e
objetos semelhantes devem ser manuseados por pessoas capacitadas, utilizando todos os
EPIs necessários. Ademais, é extremamente proibido reencapar, entortar ou quebrar as
agulhas e objetos que possuem a mesma finalidade (RAMOS, 2009).

O descarte desses materiais deve ser realizado em recipientes rígidos, resistentes à punctura,
à rupturas e ao vazamento, com tampa e devidamente identificados. De acordo com as
diretrizes da NBR 13853 (ABNT, 1997). Além disso, é extremamente proibido o esvaziamento e
reaproveitamento desses recipientes. O volume dos reservatórios de armazenamento deve ser
compatível com o volume de lixo gerado pela clínica e seu descarte deve ser realizado quando
dois terços da sua capacidade forem atingidos ou nível de preenchimento ficar a cinco
centímetros de distanciada coca do recipiente (RAMOS, 2009).

Além do que, é necessário que o recipiente esteja identificado com o símbolo de substância
infectante de acordo com a NBR 7500 da ABNT (2000), com rótulo de fundo branco, desenho e
contornos pretos, com a inscrição de resíduo perfurocortantes e os riscos encontrados.

Figura 45. Exemplo de descarte utilizado para realizar o despejo de materiais perfurocortantes.

Fonte disponível em: <http://descarpack.com.br/produtos/coletores/coletor-para-material-perfurocortante>; Acesso


em: 10 abr. 2016.

95
UNIDADE V
PROTOCOLOS MICROINVASIVOS UTILIZADOS
EM CLÍNICAS DE ESTÉTICA

CAPÍTULO 1
Protocolos para realização de intrademoterpia

T1. Elaboração de protocolos estéticos

Os protocolos podem ser definidos como instrumentos de trabalho que irão orientar o
profissional na correta execução dos procedimentos estéticos. Em vista disso, eles informam
as doses utilizadas, quantidade de sessões, formas de aplicação, cronologia das etapas do
tratamento, entro outros. Além disso, um dos seus principais objetivos é não deixar que
determinado tópico não seja executado. Para isso, faz-se necessário que o profissional siga os
passos a passos dos protocolos de forma atenta.

Nesta apostila serão disponibilizados alguns protocolos básicos de determinados


procedimentos que são utilizados na rotina de uma clínica de estética. No entanto, eles não
são imutáveis. Cabe a cada profissional desenvolver seu próprio protocolo, de acordo com as
suas necessidades, grau de domínio da técnica e necessidade do paciente.

T1. Protocolos para realização de intradermoterapia

A intradermoterapia também pode ser denominada de mesoterapia e foi desenvolvida pelo


médico francês Michel Pistor no ano de 1958 para o tratamento das seguintes patologias:
surdez, acúfenos, vertigens, presbiopia e cefaleia. A presente técnica foi denominada de
mesoterapia devido à origem embrionária da derme, a mesoderme. O objetivo do procedimento
é realizar pequenas infusões intradérmicas ou subcutâneas de fármacos altamente diluídos,
específicos para esta via de utilização. Com isso, a derme acumula esses fármacos como um
reservatório, ativando receptores dérmicos e liberando as substâncias lentamente na
microcirculação. (HERREROS et al, 2011). Ademais, a técnica possui ação direta no local que
se deseja tratar. Ou seja, epiderme, derme e hipoderme, sem apresentar efeitos colaterais
adversos (CHOI et al, 2012).

Os fármacos utilizados na intradermoterapia são denominados de mélanges ou mesclas. A


agulha utilizada no procedimento não deve ultrapassar a profundidade máxima de 4 mm
quando perfurar a pele, e as injeções devem ser realizadas apenas na região que se deseja
96
tratar, distanciando os pontos de incisão de entre 1 cm e 4 cm. A mesoterapia pode ser
realizada semanalmente ou mensalmente, com número de sessões limitada a 4 ou no máximo
10 (AMIN et al, 2006; MAYA, 2007).

O presente procedimento é indicado para vários tratamentos estéticos, tais como: alopécia,
gordura localizada, rejuvenescimento, hiperpigmentação, melasma, lipodistrofia ginoide e
estrias (MAYA, 2007). No entanto, nos últimos anos foi apresentado ao mercado novas
formulações de fármacos para aplicação intramuscular, visando outros tipos de tratamentos,
como: ganho de massa muscular e emagrecimento corporal.

Porém, apesar de ser um procedimento relativamente simples, a intradermoterapia pode


apresentar complicações. A mais temida pelos profissionais e pacientes é a infecção por
micobactérias, que exigem a utilização de uma grande quantidade de múltiplas drogas no seu
combate e meses de tratamento, podendo causar cicatrizes (GUILLAUME et al, 1894; Munayco
et al, 2004). Esse tipo de infecção é resultante de assepsia mal realizada, antes do
procedimento ou devido à contaminação do fármaco utilizado (HERREROS; MORAES, 2011).

Antes de realizar o procedimento faz-se necessário realizar uma entrevista (anamnese) com o
paciente para saber as suas particularidades, estilo de vida e disfunções estéticas. Dessa
forma, o profissional poderá escolher as melhores formulações dos fármacos. Os resultados
devem ser anotados na ficha de avaliação do paciente para comparação dos resultados
obtidos no final do tratamento.

Fotografias também são bastante utilizadas durante as avaliações para que se comprovem os
resultados obtidos. O ideal é fotografar o paciente no primeiro dia do tratamento e no último
dia. Com o término, as fotografias devem ser colocadas lado a lado para analisar os resultados
perante a presença do paciente. Ademais, é preconizado que o número de sessões ideais em
um tratamento de intradermoterapia seja de 10 com um intervalo de 1 semana entre as
sessões.

T1. Protocolo de intradermoterapia para gordura localizada

T2. Metodologia

1. o paciente deve receber uma explicação breve sobre o método de aplicação e as


sensações que ele pode ter durante o tratamento;

2. mensuração da área a ser tratada com a fita métrica e adipômetro. O paciente deve ter
prega superior a 1,5 cm para realização do procedimento;

3. tirar fotos da região a ser tratada;

97
4. higienizar as mãos e colocar luvas de procedimento;

5. higienizar o local da aplicação com álcool 70% ou clorexidina com auxílio de gaze
estéril;

6. com o paciente em pé, marcar o local da aplicação com caneta apropriada para tal
finalidade ou lápis de olho usado em maquiagens de cor branco ou preto;

7. após delimitar a região a ser tratada, faz-se necessário realizar pequenas marcações
com distância de 2 cm entre um ponto e outro. Para delimitar o raio de ação dos
fármacos;

8. acomodar o paciente em uma maca apropriada para realização do procedimento;

9. com o auxílio de uma seringa de 10 ml e agulha de 40mm x 1,20mm realizar a sucção


dos fármacos em ordem crescente de PH das substâncias;

› essa etapa deve ser realizada caso os fármacos venham em 5 ampolas de 2 ml


cada. No entanto, algumas farmácias estão disponibilizando mesclas já misturadas
em um único frasco de 10 ml.

› os 10 ml oriundos da mistura dos fármacos são suficientes para realizar 50


puncturas de 0,2 ml cada no corpo do paciente. Tomando como referência que cada
traço de graduação da seringa corresponde a 0,2ml.

10. retirar a agulha de 40mm x 1,20mm e colocar no seu lugar uma agulha de 13mm x 0,30
mm (30 G x ½ );

11. com uma gaze estéril previamente embebida com álcool 70% ou clorexidina, higienizar
novamente apenas a região que levará a punctura. A finalidade dessa etapa é retirar a
marcação do lápis e realizar nova higienização da região;

12. com o auxílio dos dedos polegar e indicador realizar uma pinça anatômica na região a
ser tratada e com a outra mão realizar a punctura com a agulha de 13mm x 0,30 mm
(30 G x ½ );

13. a pinça deve ser mantida durante toda a aplicação dos 0,2 ml;

14. a aplicação dos fármacos deve ser realizada no ângulo de 90º graus e a parte de
plástico da agulha não deve encostar na pele do paciente;

15. com o término da inoculação dos 0,2 ml de fármacos retire a agulha do corpo do aciente
e desfaça a pinça;

98
16. caso haja algum tipo de sangramento faça pressão com uma gaze estéril para realizar o
estancamento;

17. passe para o próximo ponto até terminar todas as regiões;

18. se a agulha perde o seu fio, troque a mesma quantas vezes forem necessárias para
que o paciente não sinta desconforto durante a aplicação.

Quadro 8. Resumo do procedimento: intradermoterapia para gordura localizada.

Número de sessões No mínimo 5 e no máximo 10 sessões.

Intervalo entre as
7 dias.
sessões

Escolher a melhor opção de acordo com a necessidade do paciente e


Mesclas
orientações do fabricante.

Método de aplicação Introduzir apenas o bisel da agulha em um ângulo de 90º graus.

Aplicar a mescla com múltiplas puncturas na região que possui a gordura


Locais de punctura
localizada. Ex.: abdome, interno de coxas, flancos, entre outras.

T1. Protocolo de intradermoterapia para lipodistrofia ginoide

T2. Metodologia

1. o paciente deve receber uma explicação breve sobre o método de aplicação e as


sensações que ele pode ter durante o tratamento;

2. tirar fotos da região a ser tratada;

3. higienizar as mãos e colocar luvas de procedimento;

4. higienizar o local da aplicação com álcool 70% ou clorexidina com auxílio de gaze
estéril;

5. com o auxílio de uma seringa de 10 ml e agulha de 40mm x 1,20mm realizar a sucção


dos fármacos em ordem crescente de PH das substâncias;

› Essa etapa deve ser realizada caso os fármacos venham em 5 ampolas com 2 ml
cada. No entanto, algumas farmácias estão disponibilizando mesclas já misturadas
em um único frasco de 10 ml;

› Os 10 ml oriundos da mistura dos fármacos são suficientes para realizar 50


puncturas de 0,2 ml cada no corpo do paciente. Tomando como referência que cada
traço de graduação da seringa corresponde a 0,2ml;

99
6. retirar a agulha de 40mm x 1,20mm e colocar no seu lugar uma agulha de 13mm x 0,30
mm (30 G x ½ );

7. com uma gaze estéril previamente embebida com álcool 70% ou clorexidina, higienizar
novamente apenas a região que levará a punctura. A finalidade dessa etapa é promover
uma nova higienização da região;

8. em um ângulo de 45º graus faça a punctura no local onde apresenta a lipodistrofia


ginóide e inocule 0.02 ml dos fármacos até formar uma pequena pápula;

Figura 46. Formação de pápula intradérmica.

Fonte: <http://www.doctuo.es/>. Acesso em: 21 fev. 2016.

9. caso haja algum tipo de sangramento faça pressão com uma gaze estéril para realizar o
estancamento;

10. passe para a próxima região até terminar todas;

11. se a agulha perde o seu fio, troque a mesma quantas vezes forem necessárias para
que o paciente não sinta desconforto durante a aplicação.

Quadro 9. Resumo do procedimento: intradermoterapia para lipodistrofia ginoide

Número de sessões No mínimo 5 e no máximo 10 sessões.

Intervalo entre as
7 dias.
sessões

Escolher a melhor opção de acordo com a necessidade do paciente e


Mesclas
orientações do fabricante.

Método de
Introduzir apenas o bisel da agulha em um ângulo de 45º graus.
aplicação

100
Aplicar a mescla com múltiplas puncturas na região que possui a lipodistrofia
Locais de punctura
ginoide. Ex.: abdome, interno de coxas, flancos, entre outras.

T1. Protocolo de intradermoterapia para estrias

T2. Metodologia

1. o paciente deve receber uma explicação breve sobre o método de aplicação e as


sensações que ele pode ter durante o tratamento;

2. tirar fotos da região a ser tratada;

3. higienizar as mãos e colocar luvas de procedimento;

4. higienizar o local da aplicação com álcool 70% ou clorexidina com auxílio de gaze
estéril.

5. com o auxílio de uma seringa de 10 ml e agulha de 40mm x 1,20mm realizar a sucção


dos fármacos em ordem crescente de pH das substâncias;

› essa etapa deve ser realizada caso os fármacos venham em 5 ampolas com
ampolas de 2 ml cada. No entanto, algumas farmácias estão disponibilizando
mesclas já misturadas em um único frasco de 10 ml;

› os 10 ml oriundos da mistura dos fármacos são suficientes para realizar 50


puncturas de 0,2 ml cada no corpo do paciente. Tomando como referência que cada
traço de graduação da seringa corresponde a 0,2ml.

6. retirar a agulha de 40mm x 1,20mm e colocar no seu lugar uma agulha de 13mm x 0,30
mm (30 G x ½ );

7. com uma gaze estéril previamente embebida com álcool 70% ou clorexidina, higienizar
novamente apenas a região que levará a punctura. A finalidade dessa etapa é nova
higienização da região;

8. realize a aplicação dos fármacos com RETROINJEÇÕES diretamente sobre a estria no


ângulo de 45º graus, preenchendo toda a estria;

9. caso haja algum tipo de sangramento faça pressão com uma gaze estéril para realizar o
estancamento;

10. passe para a próxima região até terminar todas;

101
11. se a agulha perde o seu fio, troque a mesma quantas vezes forem necessárias para
que o paciente não sinta desconforto durante a aplicação.

Quadro 10. Resumo do procedimento: intradermoterapia para estrias.

Número de sessões No mínimo 5 e no máximo 10 sessões.

Intervalo entre as
7 dias.
sessões

Escolher a melhor opção de acordo com a necessidade do paciente e


Mesclas
orientações do fabricante.

Introduzir apenas o bisel da agulha em um ângulo de 45º graus realizando


Método de aplicação
retroinjeções.

Aplicar a mescla com múltiplas puncturas na região que possui a estria. Ex.:
Locais de punctura
abdome, interno de coxas, flancos, entre outras.

T1. Protocolo de intradermoterapia para rejuvenescimento


facial

T2. Metodologia

1. O paciente deve receber uma explicação breve sobre o método de aplicação e as


sensações que ele pode ter durante o tratamento.

2. Tirar fotos da região a ser tratada.

3. Higienizar as mãos e colocar luvas de procedimento;

4. Higienizar o local da aplicação com álcool 70% ou clorexidina com auxílio de gaze
estéril.

5. Realizar a marcação com pequenos pontos para melhor orientação durante a


realização do procedimento. A marcação pode ser realizada com caneta apropriada
para tal finalidade ou lápis de olho usado em maquiagens de cor branco ou preto.

6. Acomodar o paciente em uma maca apropriada para realização do procedimento.

7. Com o auxílio de uma seringa de 10 ml e agulha de 40mm x 1,20mm realizar a sucção


dos fármacos em ordem crescente de PH das substâncias.

› Essa etapa deve ser realizada caso os fármacos venham em 5 ampolas de 2 ml


cada. No entanto, algumas farmácias estão disponibilizando mesclas já misturadas
em um único frasco de 10 ml.

102
› Os 10 ml oriundos da mistura dos fármacos são suficientes para realizar 50
puncturas de 0,2 ml cada no corpo do paciente. Tomando como referência que cada
traço de graduação da seringa corresponde a 0,2ml.

8. Retirar a agulha de 40mm x 1,20mm e colocar no seu lugar uma agulha de 13mm x
0,30 mm (30 G x ½ ).

9. Com uma gaze estéril previamente embebida com álcool 70% ou clorexidina, higienizar
novamente apenas a região que levará a punctura. A finalidade dessa etapa é retira a
marcação do lápis e realizar nova higienização da região.

10. Aplique a mescla de medicamente em um ângulo de 45º graus, não deixando a parte do
plástico da agulha encostar-se à pele do paciente. O ideal é que durante a aplicação
dos 0,2 ml .

11. Caso haja algum tipo de sangramento faça pressão com uma gaze estéril para realizar
o estancamento.

12. Passe para o próximo ponto até terminar todas as regiões.

13. Se a agulha perde o seu fio, troque a mesma quantas vezes forem necessárias para
que o paciente não sinta desconforto durante a aplicação.

Quadro 11. Resumo do procedimento: intradermoterapia para rejuvenescimento facial

Número de sessões No mínimo 5 e no máximo 10 sessões.

Intervalo entre as sessões 7 dias.

Escolher a melhor opção de acordo com a necessidade do paciente e


Mesclas
orientações do fabricante.

Método de aplicação Introduzir apenas o bisel da agulha em um ângulo de 45º graus.

Aplicar a mescla com múltiplas puncturas na região que possuir


Locais de punctura
flacidez ou rugas.

T1. Protocolo de intradermoterapia para alopecia

T2. Metodologia

1. O paciente deve receber uma explicação breve sobre o método de aplicação e as


sensações que ele pode ter durante o tratamento.

2. Tirar fotos da região a ser tratada.

3. Higienizar as mãos e colocar luvas de procedimento;

103
4. Higienizar o local da aplicação com álcool 70% ou clorexidina com auxílio de gaze
estéril.

5. Realizar a marcação com pequenos pontos para melhor orientação durante a realização
do procedimento. A marcação pode ser realizada com caneta apropriada para tal
finalidade ou lápis de olho usado em maquiagens de cor branco ou preto.

6. Se necessário for, realize a marcação com pequenos pontos para melhor orientação
durante a realização do procedimento. A marcação pode ser realizada com caneta
apropriada para tal finalidade ou lápis de olho usado em maquiagens de cor branco ou
preto.

7. Acomodar o paciente em uma maca apropriada para realização do procedimento.

8. Com o auxílio de uma seringa de 10 ml e agulha de 40mm x 1,20mm realizar a sucção


dos fármacos em ordem crescente, usando com referência o valor do PH das
substâncias.

› Essa etapa deve ser realizada caso os fármacos venham em 5 ampolas de 2 ml


cada. No entanto, algumas farmácias estão disponibilizando mesclas já misturadas
em um único frasco de 10 ml.

› Os 10 ml oriundos da mistura dos fármacos são suficientes para realizar 50


puncturas de 0,2 ml cada no corpo do paciente. Tomando como referência que cada
traço de graduação da seringa corresponde a 0,2ml.

9. Retirar a agulha de 40mm x 1,20mme colocar no seu lugar uma agulha de 13mm x 0,30
mm (30 G x ½ ).

10. Com uma gaze estéril previamente embebida com álcool 70% ou clorexidina, higienizar
novamente apenas a região que levará a punctura. A finalidade dessa etapa é retirar a
marcação do lápis e realizar nova higienização da região.

11. Aplique a mescla de medicamente em um ângulo de 45 graus, não deixando a parte de


plástico da agulha encostar na pele do paciente. O ideal é que durante a aplicação dos
0,2 ml forme pequenas pápulas.

12. Caso haja algum tipo de sangramento faça pressão com uma gaze estéril para realizar
o estancamento.

13. Passe para o próximo ponto até terminar todas as regiões.

14. Se a agulha perde o seu fio, troque a mesma quantas vezes forem necessárias
para que o paciente não sinta desconforto durante a aplicação.

104
Quadro 12. Resumo do procedimento: intradermoterapia para alopecia.

Número de sessões No mínimo 5 e no máximo 10 sessões.

Intervalo entre as
7 dias.
sessões

Escolher a melhor opção de acordo com a necessidade do paciente e


Mesclas
orientações do fabricante.

Método de aplicação Introduzir apenas o bisel da agulha em um ângulo de 45º graus.

Locais de punctura Aplicar a mescla com múltiplas puncturas na região que possuir alopecia.

105
CAPÍTULO 2
Protocolos para realização de carboxiterapia

T1. Princípios da carboxiterapia

O uso do dióxido de carbono, também conhecido popularmente como gás carbônico (CO )
como modalidade terapêutica começou na França, no período da Idade Média, mediante os
2
banhos de água carbonada em fontes termais. Através da via percutânea, ou seja, diante do
contato direto com a pele o CO2 pode ser administrado através banhos em água
carbonada,gás seco e vapor úmido, sendo indicado para os tratamentos das seguintes
patologias: doenças cardiocirculatória, ortopédicas e reumáticas (WOLLINA et al, 2004).

Para aplicação intradérmica ou subcutânea do gás é utilizado um aparelho de infusão


controlada, com indicações para o tratamento de dores musculares, cefaleias e artropatias,
angina e úlceras dos membros inferiores (WOLLINA et al, 2004). Somente no ano de 2001, a
carboxiterapia começou a ser utilizada para o tratamento de gordura localizada (BRANDI et al,
2001). Além disso, em 2008 um trabalho relatou que a aplicação de CO2 pode ocasionar a
formação de fibra elástica e de colágeno (FERREIRA et al, 2008). Com isso, hoje a
carboxiterapia é utilizada para o tratamento de diferentes disfunções estéticas, tais como:
flacidez facial e corporal, celulites, estrias, olheiras, entre outras.

O dióxido de carbono quando injeto no organismo provoca a redução do PH local, ou seja,


torna o meio mais ácido originando uma ácidose metabólica que irá desviar a curva de
dissociação da hemoglobina para a direita, originando o famoso efeito Bohr. Que consiste na
tendência do oxigênio em deixar a corrente sanguínea quando a concentração de CO2
aumenta. Facilitando a liberação de oxigênio pela hemoglobina para os tecidos subjacentes,
consequentemente aumentando a concentração de oxigênio na hematose (HARTMANN et al,
1989).

Ademais, ocorre na região da aplicação um aumento da síntese do fator de crescimento


endotelial vascular (VEGF) e migração de células formadoras do endotélio. Com isso, ocorrerá
a formação de novos capilares e aumento do fluxo sanguíneo para a região que está sendo
tratada. Por outro lado, o enfisema que é provocado na derme pela entrada do gás carbônico
provoca uma agressão mecânica desencadeando a cascata de cicatrização do tecido, dando
início a produção de neocolágeno (KISSELEVA et al, 2008).

Esse processo é iniciado pelos traumas realizados pela agulha do equipo, ocorrendo liberação
de plaquetas e neutrófilos que irão liberar fatores de crescimento, atuando diretamente sobre
os fibroblastos e queratinócitos. Em seguida, ocorre à substituição dos neutrófilos por

106
monócitos, neste momento são iniciados os processos de angiogênse, epitelização e
proliferação de fibroblastos, ocorrendo a produção de colágeno tipo III, elastinas,
glicosaminoglicanos e proteoglicanos (LIMA et al, 2013).

Por fim, o colágeno tipo III, é substituído gradativamente pelo colágeno tipo I. Este é mais
estável e duradouro, podendo ficar viável no organismo em um prazo estimado de cinco a sete
anos (AUST, 2008). No entanto, quando a carboxiterapia é realizada no tecido subcutâneo a
agressão é menos intensa, com isso, a neocolagênese tende a ter uma ação menor. Além
disso, há sinais que a ação isquêmica ocasionada pela compressão vascular durante o
procedimento e a hiperoxigenação secundária poderiam promover a neocolagênese. Com
relato desse acontecimento é citado na literatura como a remodelação dos fibroblatos após
passarem por um tempo de anoxia seguido por reoxigenação. Talvez isso, ocorra devido a
estimulação dos fatores de crescimento dos fibroblastos, através da produção de colágeno tipo
1 e pela expressão de metaloproteinase da matriz (FERNANDES, 2005)

Logo após a aplicação da carboxiterapia algumas reações adversas inerentes à técnica de


aplicação podem ser encontradas, tais como (WANICK, 2012):

» equimoses, provocadas pelas puncturas na pele;

» dor durante a aplicação, que melhora com o término da sessão. Essa dor é provocada
pela distenção dos tecidos e pela baixa temperatura do gás;

» hiperemia causada pela vasodilatação na região tratada;

» sensação de crepitação, ocasionado pelo enfisema subcutâneo provocado pela


penetração do gás.

T1. Protocolo de carboxiterapia para gordura localizada e


para lipodistrofia ginoide

Para melhor compreensão do protocolo iremos tomar como referência um paciente que pesa
70kg para realização dos cálculos necessários na aplicação de CO2.

T2. Metodologia

1. o paciente deve receber uma explicação breve sobre o método de aplicação e as


sensações que ele pode ter durante o tratamento;

2. mensuração da área a ser tratada com a fita métrica e adipômetro. O paciente deve ter
prega superior a 1,5 cm para realização do procedimento visando a eliminação da

107
gordura localizada. Caso o procedimento também tenha o objetivo de realizar o
tratamento de celulites, deve-se classificar o grau das mesmas;

3. anotar os valores obtidos na ficha de avaliação;

4. tirar fotos da região a ser tratada;

5. pesar o paciente;

6. fazer os cálculos para descobrir a quantidade ideal de CO2 que deverá ser injetada no
corpo do paciente;

7. Exemplo de caso:

› paciente com 70 kg;

› 1a sessão: colocar 1 ml de CO2 por quilo em cada ponto. Ou seja, 70 ml por ponto.
Com uma velocidade de inoculação do gás de 100 ml/min. Se foram feitos 5 pontos
de aplicação no total teremos inoculado no paciente 350 ml de CO2;

› 2a sessão: colocar 1,5 ml de CO2 por quilo em cada ponto. Ou seja, 105 ml por
ponto. Com uma velocidade de inoculação do gás de 120 ml/min a 150 ml/min. Se
foram feitos 5 pontos de aplicação no total teremos inoculado no paciente 525 ml de
CO2;

› 3a sessão: colocar 2,0 ml de CO2 por quilo em cada ponto. Ou seja, 140 ml por
ponto. Com uma velocidade de inoculação do gás de 150 ml/min a 200 ml/min. Se
foram feitos 5 pontos de aplicação no total teremos inoculado no paciente 700 ml de
CO2;

› da 4a sessão em diante realizar o procedimento com os mesmos valores obtidos na


3a sessão;

› manter uma distância de 4 a 5 dedos entre os pontos de aplicação. E a quantidade


desses é mesurada de acordo com o protocolo que está sendo desenvolvido pelo
profissional e a necessidade do paciente.

[atenção]

A intenção de ir aumentando o valor do CO2 injetado e sua velocidade gradativamente é não


traumatizar o paciente, pois em alguns casos a carboxiterapia pode apresentar desconforto
durante a aplicação.

108
De acordo com a literatura o corpo humano pode receber entre 2.000 ml a 2.500 ml de CO 2 por
sessão. Acima desses valores o paciente corre o risco de sofre desmaio (BARTOLLETI, 1998;
BACCI, 2000).

O cálculo supracitado foi realizado para um paciente que deseja perder gordura localizada. Em
casos de tratamentos de celulites não se é obrigatório injetar um valor fixo por ponto. Basta
respeitar o valor máximo de 2.500 ml de CO2 por sessão e distribuir essa quantidade de gás
livremente nas regiões que possuem lipodistrogia ginóide. Ademias, o ângulo da agulha de
inserção da agulha pode ser mudado para 45º graus.

[atenção]

8. higienizar as mãos e colocar luvas de procedimento;

9. higienizar o local da aplicação com álcool 70% ou clorexidina com auxílio de gaze
estéril;

10. realizar a marcação no corpo do paciente, se achar necessário. A marcação pode ser
realizada com caneta apropriada para tal finalidade ou lápis de olho usado em
maquiagens de cor branco ou preto. O ideal é que o paciente esteja em pé para a
realização das marcações;

11. acomodar o paciente em uma maca apropriada para realização do procedimento;

12. colocar um equipo novo no equipamento de carboxiterapia. O mesmo deve ser trocado
por inteiro ao término de cada procedimento para garantir a segurança biológica;

13. realizar a limpeza do ar residual que fica no equipamento de carboxiterapia e do equipo


de acordo com as orientações do fabricante;

Após ligar o aparelho de carboxiterapia faz-se necessário aguardar de 10 a 30


segundos para que o gás carbônico preencha todo equipo antes de iniciar a realização
do procedimento. Isso evita que o paciente apresente edemas que podem durar até 48
horas. Esse fato ocorre quando é injetado no corpo do paciente ar do meio ambiente
presente dentro do equipo ou do equipamento.

14. colocar uma agulha de 13mm x 0,30 mm (30 G x ½ ) no equipo;

15. limpar novamente a região com álcool 70% glicerinado ou clorexidina com auxílio de
gaze estéril, para realizar uma nova higienização do local e eliminar as marcações, caso
tenha realizado elas.

109
16. Com o auxílio dos dedos polegar e indicador realizar uma pinça anatômica na região a
ser tratada, e com a outra mão realizar a punctura com a agulha de 13mm x 0,30 mm
(30 G x ½ ) em um ângulo de 90º graus.

Figura 47. Realização de pinça anatômica para aplicação de2 CO .

Fonte: <http://www.gettyimages.com>. Acessado em: 21 fev. 2016.

17. começar a injetar a quantidade de CO2 que foi calculada previamente, a parte de
plástico da agulha não deve encostar na pele do paciente;

18. a pinça deve ser mantida durante toda a aplicação do CO2;

19. com o termino da aplicação, deve-se passar para o próximo ponto.

Quadro 13. Resumo do procedimento: tratamento gordura localiza e lipodistrofia ginoide com
carboxiterapia.

Número de sessões No mínimo 10 sessões.

Intervalo entre as
7 dias.
sessões

Velocidade de infusão do
100 ml/min, 150 ml/min ou 180 ml/min.
gás

Introduzir apenas o bisel da agulha 13mm x 0,30 mm (30 G x ½) em


Método de aplicação
um ângulo de 90º graus.

Na região abdominal, interno de coxa, flancos ou em outro local de


Locais de punctura
acordo com a necessidade do paciente.

T1. Protocolo de carboxiterapia para as estrias

Neste tipo de tratamento o paciente deve ser bem avaliado para identificação das estrias. Pois,
dependendo da iluminação do ambiente ou ângulo de visão do profissional algumas estrias

110
podem não ser visualizadas. Ademais, o ideal é que a velocidade de infusão do CO2 esteja
entre 100 ml/min e 180 ml/min, e a agulha 13mm x 0,30 mm (30 G x ½ ) deve ser posicionada
paralelamente a estria, obedecendo ao ângulo de 45º graus. Vale salientar que, a agulha deve
ser introduzida com o bisel voltado para cima e a mesma pode permanecer parada até que
toda a estria ou até mesmo várias áreas ao redor estejam “descoladas” (WANICK, 2012).

O número de puncturas varia de acordo com a região que será tratada, tamanho e resistência
da pele ao deslocamento provocado pelo gás. Além disso, para o tratamento de estrias quando
maior for a velocidade de infusão do gás, melhores serão os resultados obtidos. No entanto, tal
metodologia torna o procedimento dolorido (WANICK, 2012).

T2. Metodologia

1. O paciente deve receber uma explicação breve sobre o método de aplicação e as


sensações que ele pode ter durante o tratamento.

2. Tirar fotos da região a ser tratada.

3. Higienizar as mãos e colocar luvas de procedimento.

4. Higienizar o local da aplicação com álcool 70% ou clorexidina com auxílio de gaze
estéril.

5. Acomodar o paciente em uma maca apropriada para realização do procedimento.

6. Colocar um equipo novo no equipamento de carboxiterapia. O mesmo deve ser trocado


por inteiro ao término de cada procedimento para garantir a segurança biológica.

7. Realizar a limpeza do ar residual que fica no equipamento de carboxiterapia e do


equipo de acordo com as orientações do fabricante.

› Após ligar o aparelho de carboxiterapia faz-se necessário aguardar de 10 a 30


segundos para que o gás carbônico preencha todo equipo antes de iniciar a
realização do procedimento. Isso evita que o paciente apresente edemas que
podem durar até 48 horas. Esse fato ocorre quando é injetado no corpo do paciente
ar do meio ambiente presente dentro do equipo ou do equipamento.

8. Colocar uma agulha de 13mm x 0,30 mm (30 G x ½ ) no equipo.

9. Limpar novamente a região com álcool 70% ou clorexidina com auxílio de gaze estéril,
para realizar uma nova higienização.

10. Ligar o aparelho e deixar o fluxo de gás contínuo.

111
11. Realizar a punctura em um ângulo de 45º graus paralelamente a pele e deixar o gás
preencher toda a extensão da estria e áreas adjacentes.

12. Após o gás preencher toda a estria, passe para a próxima região.

[atenção]

De acordo com a literatura o corpo humano pode receber entre 2.000 ml a 2.500 ml de CO2 por
sessão. Acima desses valores o paciente corre o risco de sofre desmaio (BARTOLLETI, 1998;
BACCI, 2000).

[fim atenção]

Figura 48. Aplicação de CO2 em estria.

Fonte: <http://www.esteticainfoco.org/blog/carboxiterapia/> Acesso em: 21 fev. 2016.

Quadro 14. Resumo do procedimento: tratamento de estrias com carboxiterapia.

Número de sessões No mínimo 10 sessões.

Intervalo entre as
De 3 a 7 dias.
sessões

Velocidade de infusão
100 ml/min, 150 ml/min ou 180 ml/min.
do gás

Introduzir apenas o bisel da agulha 13mm x 0,30 mm (30 G x ½ )


Método de aplicação voltado para cima em um ângulo de 45º graus, paralelamente a
superfície da pele.

Várias puncturas por toda a extensão da estria até que a ocorra o


Locais de punctura
descolamento do tecido.

112
T1. Protocolo de carboxiterapia para tratamentos faciais e
capilar

A carboxiterapia promove por meio de um processo físico o “descolamento” da camada mais


superficial da pele, dando início a síntese de colágeno. Com isso, regiões que sofrem
demasiadamente com a flacidez, tais como: pálpebras, pescoço, região orbicular, entre outras.
São regiões propícias para receberem o tratamento de infusão de CO . Cicatrizes
2 de acnes do
tipo disteníveis também apresentam resultados relevantes com o presente o tratamento.
Ademais, a carboxiterapia promove a vascularização o que a torna bastante indicada para o
tratamento de calvície.

Para protocolos que visão o rejuvenescimento facial o ideal é deixar o fluxo do aparelho
contínuo, assim como, é realizado nos procedimentos para o tratamento de estrias. A punctura
deve ser realizada em um ângulo de 45º graus próximo a pele com uma agulha 13mm x 0,30
mm (30 G x ½ ) com o bisel voltado para cima e o gás deve ser inoculado até toda a região ser
preenchida.

T2. Metodologia

1. O paciente deve receber uma explicação breve sobre o método de aplicação e as


sensações que ele pode ter durante o tratamento.

2. Tirar fotos da região a ser tratada.

3. Higienizar as mãos e colocar luvas de procedimento.

4. Higienizar o local da aplicação com álcool 70% ou clorexidina com auxílio de gaze
estéril.

5. Acomodar o paciente em uma maca apropriada para realização do procedimento.

6. Colocar um equipo novo no equipamento de carboxiterapia. O mesmo deve ser trocado


por inteiro ao término de cada procedimento para garantir a segurança biológica do
procedimento.

7. Realizar a limpeza do ar residual que fica no equipamento de carboxiterapia e do


equipo de acordo com as orientações do fabricante.

› Após ligar o aparelho de carboxiterapia faz-se necessário aguardar de 10 a 30


segundos para que o gás carbônico preencha todo equipo antes de iniciar a
realização do procedimento. Isso evita que o paciente apresente edemas que

113
podem durar até 48 horas. Esse fato ocorre quando é injetado no corpo do paciente
ar do meio ambiente presente dentro do equipo ou do equipamento.

8. Colocar uma agulha de 13mm x 0,30 mm (30 G x ½ ) no equipo.

9. Limpar novamente a região com álcool 70% ou clorexidina com auxílio de gaze estéril,
para realizar uma nova higienização do local e eliminar a marcação.

10. Ligar o aparelho e deixar o fluxo de gás contínuo.

11. Realizar a punctura em um ângulo de 45º graus paralelamente a pele até que ocorra o
descolamento do tecido.

[atenção]

De acordo com a literatura o corpo humano pode receber entre 2.000 ml a 2.500 ml de CO 2 por
sessão. Acima desses valores o paciente corre o risco de sofre desmaio (BARTOLLETI, 1998;
BACCI, 2000).

Para tratamentos de calvície, faça a distribuição do gás nas regiões que apresentam falhas.

Para o tratamento de flacidez, aplique o gás nas regiões que apresentam a disfunção e
aguarde o descolamento do tecido.

Quadro 15. Resumo do procedimento: tratamento de rejuvenescimento facial e calvície.

Número de sessões No mínimo 10 sessões.

Intervalo entre as
De 3 a 7 dias.
sessões

Velocidade de infusão
100 ml/min, 150 ml/min ou 180 ml/min.
do gás

Introduzir apenas o bisel da agulha 13mm x 0,30 mm (30 G x ½ ) voltado


Método de aplicação para cima em um ângulo de 45º graus, paralelamente a superfície da
pele.

Locais de punctura Várias puncturas por toda a região que se deseja tratar.

Figura 49. Aplicação de CO2 na região orbicular para o tratamento de flacidez.

114
Fonte disponível: <http://www.dailymail.co.uk> Acesso em: 21 fev. 2016.

Figura 50. Aplicação de CO2 no couro cabeludo.

Fonte disponível em: <http://www.gettyimages.com>. Acesso em: 21 fev. 2016.

115
CAPÍTULO 3
Protocolos para aplicação de toxina botulínica

T1. Princípios da toxina botulínica na estética

No ano de 1980 a toxina botulínica foi introduzida na prática médica para o tratamento de
estrabismo. A partir de então diferentes tratamentos foram propostos para a utilização da
neurotoxina, dentre eles podemos destacar: blefaroespamo, espamos faciais, espasticidade e
tratamentos estéticos (SCOTT et al, 1973; SCHANTZ; JOHNSON, 1992).

Contudo, somente em 1990 Jean e Alastair Carruthers relataram pela primeira vez o uso da
toxina botulínica do tipo A para o tratamento de linhas hiperfuncionais glabelares
(CARRUTHERS; CARRUTHERS, 1998). Outros pesquisadores em estudos subsequentes
confirmaram a ação do produto na disfunção estética supracitada e deste de então o produto
começou a ter ampla utilização na estética. (KEEN, M. et al, 1994; Carruthers J. et al, 2004)

A toxina botulínica quando é adquirida pelo profissional é obtida na forma liofilizada e pode ser
reconstituída em diferentes graduações obedecendo as particularidades da técnica que será
aplicada pelo profissional e a necessidade do paciente. Não obstante, é indicado que seja
seguido um protocolo para garantir a segurança, confiabilidade e eficácia do procedimento.
Independente da marca utilizada, as neurotoxinas do tipo A devem ser resuspendidas em uma
solução de NaCl a 0,9% estéril e sem nenhuma forma de conservantes. Determinadas marcas
podem perder sua eficácia, pois são extremamente sensíveis ao processo de ressuspensão.
Em vista disso, deve-se tomar o cuidado de liberar a solução de NaCl de forma gradual, lenta e
utilizando o parede do frasco com guia de orientação. Uma vez que, quando o soro fisiológico é
liberando de forma brusca pode ocorrer o turbilhonamento do frasco. Com isso, a neurotoxina
pode fixa-se na parede no frasco ou as pontes de dissulfetos podem ser rompidas,
ocasionando perda da eficácia do produto (FILHO; PECORA, 2012).

Para procedimento estéticos é utilizado uma formula padrão para a reconstituição do produto.
Embalagens que apresentam 100U (unidades) de neurotoxina é recomendado a utilização de
1mL de soro fisiológico. Pois, o raio de ação da toxina será menor e o seu efeito será mais
local, diminuindo o risco de ocorrer uma dispersão do material para outras regiões que não do
interesse. No entanto, em tratamentos que visam o combate da hiperidrose ou neralgia, a
literatura recomenda fazer uma suspensão com 2 mL de solução de NaCl, uma vez que, o raio
de ativação da toxina será maior. (FILHO; PECORA, 2012).

Além disso, a escolha do material deve ser realizada de acordo com a marca da toxina
utilizada. Para substâncias que são disponibilizadas no mercado em frascos de 100U, quando

116
se é adotado a diluição para 1mL de NaCl a 0,9% o ideal é utilizar seringas de insulina de 30U
(0,3mL) ou de 50U (0,5 mL) com a presença de uma agulha de 13mm x 0,30 mm (30 G x ½ ).
Essas seringas possuem a graduação de 0,01 mL, no qual 0,01 mL irão corresponder a 1U de
toxina. Já para reconstituição em 2 mL de NaCl a 0,9% é indicado a utilização de seringa de
insulina de 100U (1 mL), possuindo graduação de 0,02 mL, na qual 1U irá corresponder a 0,02
mL. (FILHO; PECORA, 2012).

Figura 51. Seringa de 50u da Bd.

Fonte disponível em: http://www.bd.com/brasil/diabetes/page.aspx?cat=19152&id=63503. Acesso em: 28 fev. 2016.

Quadro 16. Tipos de toxinas botulínicas disponíveis no Brasil.

Botox Dysport Prosigne Xeomin Botulift

Cepa Hall 2912 Hall Hall Hall

Fabricante Allergan Beaufor-Ipsen Lanzhou Merz-Biolab Medy-Tox


Galderma Cristalia
Comercializado Bergamo

Aprovação 1989 1991 2005 2005 2004

Nome Onabotulínica Abobotulínica Incobutulínica

Potência 1 U = LD50 1 U = LD50 1 U = LD50 1 U = LD50 1 U = LD50

Fonte: (FIlHO; PECORA, 2012).

117
T1. Principais músculos da região superior da face utilizados
na aplicação de toxina botulínica tipo A

A neurotoxina pode ser utilizada de diferentes maneiras para a aplicação em vários tipos de
protocolos. Com isso, a fim de modelo didático será exposto nesta apostila a elaboração de um
protocolo que visa o tratamento das rugas presentes no terço superior da face. No entanto,
regiões como o terço médio e inferior da face e colo também podem receber a intervenção da
toxina botulínica.

T1. Músculos do terço superior da face para a aplicação de


neurotoxina

T2. Músculo frontal

O músculo frontal atua como levantador das sobrancelhas e tem sua origem na gálea
aponeurótica próximo a sutura coronal, ficando inserido na pele no nível dos supercílios e suas
fibras se cruzam com as fibras dos músculos prócero, corrugador e orbicular dos olhos.
Ademais, não tem inserção óssea e possui dois ventres verticais. No entanto, há relatos
anatômicos que descrevem o músculo com apenas uma porção. (MESKI, 2012; FAGIEN,
1999).

T2. Glabela

A glabela é conhecida com sendo uma região da face que acomoda os músculos prócerus e
corrugador dos supercílios. Ela está localizada entre as duas sobrancelhas, e sua contração é
relacionada aos seguintes sentimentos: preocupação, cansaço, frustração, irritação, raiva e
cansaço. Na realização da contração do músculo corrugador do supercílio a sobrancelha é
movida medialmente e para baixo. Além disso, é responsável pela formação das rugas verticais
e glabelares. Possui a sua origem na margem medial e supraorbital do osso frontal e sua
inserção é na porção medial do supercílio. Devido a isso, é possível observar uma ondulação
na pele durante a sua contração. Já o prócero é bastante fino, estreito e superficial. Ele é
responsável por abaixar medialmente as sobrancelhas produzindo rugas transversais acima do
ápice nasal. Possui sua origem no periósteo do osso nasal e inserção na pele na região medial
da fonte. Ademais, é o responsável pela formação das rugas horizontais e sobre o ápice nasal.
(MESKI, 2012; FINN JC et al, 2003; KNIZE, 2000; GOODMAN, 1998).

T2. Região periocular

118
O músculo orbicular dos olhos está situado abaixo da pele da pálpebra e ao se contrair fecha
os olhos. Além disso, é um músculo largo e possui função de esfíncter com abundantes
inserções cutâneas. A sua origem óssea é próxima ao canto medial do olho e o segmento
medial do músculo atua como depressor do supercílio medial. Já a porção superior atua como
adutor do supercílio. Lateralmente ele atua como depressor lateral do supercílio e é o
responsável pela formação dos famosos pés-de-galinha. Por fim, as fibras laterais inferiores
estão curvadas medialmente, com isso, o músculo torna-se um elevador acessório da
bochecha por isso, se o tratamento da toxina for realizado com altas doses pode ocasionar o
achatamento da região malar durante o sorriso (MESKI, 2012).

T1. Realização da marcação dos pontos de aplicação de


toxina botulínica tipo A na região superior da face

Os pontos para marcação de aplicação da neurotoxina no músculo frontal devem ser


realizados ao longo das linhas transversais da fronte. Normalmente são utilizados 1 ou 2
unidades por pontos na área da contração muscular. Além disso, a aplicação deve ser
realizada 2 centímetros acima das sobrancelhas, para que as fibras inferiores do músculo
frontal não sejam atingidas e mantenham a elevação das sobrancelhas, evitando a ausência
total de expressão na fronte. Ademais, em pacientes que apresentam ptose de sobrancelha ou
ptose da pálpebra superior o ideal é fazer a aplicação 3 centímetros acima das sobrancelhas e
em determinados casos o ideal é não tratar o músculo frontal. (CARRUTHERS, A.;
CARRUTHERS, J., 2001)

Os locais de aplicação nos músculos corrugadores normalmente são dois: um na porção


medial, na qual o músculo possui mais força e na região de inserção da pele. Nos homens é
utilizado doses que variam de 4 a 12 unidades no ponto medial do músculo corrugador e 2 a 8
unidades no ponto lateral, próximo a inserção na pele. Já nas mulheres, o indicado é utilizar de
4 a 8 unidades nos pontos mediais e de 2 a 6 unidades nos pontos laterais. (MESKI, 2012)

Na região periorbicular conhecida comumente com “pés-de-galinha”, a metodologia indicada é


realizar a marcação de 2 a 5 pontos, aplicando em cada de 2 a 4 unidades de toxina. A
localização dos pontos ideais para aplicação é realizada pedindo ao paciente para que sorria
forçadamente ao máximo. A inoculação da neurotoxina é realizada nas áreas com formação de
rugas, variando entre 1 a 2 centímetros lateralmente à margem óssea orbital evitando com
isso, a difusão para os músculos reto-laterais e consequente estrabismo e displopia. As
demais, deve-se tomar bastante cuidado para evitar a formação de hematomas uma vez que, a
aplicação deve ser bem superficial e intradérmica. Por fim, a aplicação deve ser realizada
abaixo do arco zigomático, evitando os músculos levantadores do lábio superior que quando

119
atingidos podem ocasionar ptose do lábio (FLYNN, 2003; SCHAFFNER; KREYDEN; 2002;
LOWE et al, 2002).

1. Para facilitar a marcação dos pontos é importante pedir ao paciente que faça
determinadas expressões faciais.Olhar para cima: Este movimento irá facilitar a
formação das rugas do músculo frontal.

2. Fazer cara de bravo: Este movimento irá facilitar a formação das rugas situadas no
músculo frontal e na região da glabela.

3. Sorrir com força: Este movimento irá facilitar a formação das rugas periorbiculares e
nasais.

[atenção]

A marcação dos pontos deve ser realizada em cima da ruga, respeitando o halo de dispersão
da nerotoxina e a anatomia. Essa marcação é feita com caneta apropriada para tal finalidade
ou lápis de olho usado em maquiagens de cor branco ou preto.

Figura 52. paciente realizando contração do músculo frontal para expor as rugas faciais.

Fonte: FERREIRA et al, 2009. (modificada)

Figura 53. paciente realizando contração da glabela para exibição das rugas.

120
Fonte: ALMEIDA et al, 2010. (modificada)

Figura 54. paciente realizando contração dos músculos da face para exibição das rugas
periorbiculares e nasais.

Fonte: ALMEIDA, et al, 2010. (modificada)

T2. Metodologia

1. O paciente deve receber uma explicação breve sobre o método de aplicação e as


sensações que ele pode ter durante o tratamento.

2. Tirar fotos da região a ser tratada. Neste caso as fotos devem ser realizadas com o
paciente realizando as feições de sorriso forçado, olhando para cima e braveza.

3. Realizar as marcações baseando-se nas feições do paciente.

4. Higienizar as mãos e colocar luvas de procedimento.

5. Higienizar o local da aplicação com álcool 70% ou clorexidina com auxílio de gaze
estéril.

6. Acomodar o paciente em uma maca apropriada para realização do procedimento.

121
7. Realizar a diluição da neutrotoxina.

8. Com uma o auxílio de uma gaze estéril embebida em álcool 70% ou clorexidina retirar
as marcações dos pontos e realizar a aplicação.

9. Realizar a aplicação da toxina na região que deseja tratar.

122
CAPÍTULO 4
Protocolo para aplicação de ácido hialurônico

T1. Princípios do ácido hialurônico na estética

O ácido hialurônico é um polissacarídeo encontrado em todos os tecidos do organismo como


componente da matriz extracelular. Possui grande capacidade de atrair e reter água,
promovendo turgor e elasticidade aos tecidos. Ademais, apresenta como importante vantagem
quando comparado a outros tipos de preenchedores o pequeno índice de complicações, devido
a sua característica de degradação natural e baixa imunogenicidade. Os potenciais problemas
associados a preenchimentos definitivos não encontrados no ácido hialurônico. Além disso, o
ácido referido pode ser removido facilmente do organismo utilizando hialuronidade (ALMEIDA;
ARAUJO; MARQUES, 2012).

Nos primórdios o ácido hialurônico era extraído da crista de galo. O produto apresentava risco
mínimo de reações alérgicas, mas com curta duração de efeito. No mesmo período surgiram os
primeiros implantes de ácido que não possuíam origem animal, esse fato ocorreu em meado de
1996. Desde então, o ácido hialurônico tornou-se a substância mais utilizada para a realização
de preenchimentos faciais, devido as suas particularidades e vantagens em relação a outros
produtos, como o colágeno (MONTEIRO, 2012).

A produção biotecnológica do ácido hialurônico ocorre por meio da fermentação bacteriana de


cepas não patogênicas para o homem, tais como: Streptococus equi ou Streptococus
zooepidermus. Esses organismos são unicelulares, não possuem secreção de clorofila e são
cultivados em meios de cultura riscos em açúcar e aminoácidos. Salientando que qualquer que
seja a fonte de obtenção, o produto é submetido a uma série de procedimentos químicos que
visam à obtenção do produto final, o hialuronato de sódio, com a menor concentração possível
de proteínas, sejam elas de origem animal ou bacteriana. Tais processos físicos e químicos
possuem várias fases distintas: tratamento pelo calor, alcalinização, proteólise, dissecação,
purificação, precipitação, diálise. Ao final desses processos é obtido o ácido hialurônico na
forma de um gel purificado (MONTEIRO, 2012).

Existem vários produtos para a realização de preenchimentos cutâneos no mercado e que são
classificados de acordo com a sua origem, duração e permanência no corpo do paciente. Entre
os não permanentes o ácido hialurônico é que o merece destaque.

Devido ao perfil de segurança, eficácia, versatilidade, facilidade de armazenamento e


satisfação dos resultados obtidos. Com isso, várias empresas comercializam o ácido
supracitado, porém, cada produto possui suas características, tais como: viscosidade,

123
elasticidade, concentração, quantidade e tipos de ligações cruzadas (crosslinking). Devido a
isso, cada produto deve ser analisado separadamente e a escolha do mesmo deve ser
realizada de acordo com as necessidades do paciente, como: tipo de pele (fina ou espessa),
sexo, local do tratamento, tipo de lesão (cicatrizes, rugas) (MONTEIRO, 2012).

Ademais, algumas particularidades primordiais devem ser analisadas pelo profissional como as
que estão listadas. (MONTEIRO, 2012).

Quadro 17. Características de um implante cutâneo dito como ideal.

Biocompatível, não antigênico, não tóxico, não carciogênico, não


CARACTERÍSTICAS
teratogênico, estéril, quimicamente inerte, não ser modificado por líquidos
DO MATERIAL
ou tecidos orgânicos.

Reprodutível, durável, seguro, sem migração, capacidade de resistir às


DESEMPENHO
tensões mecânicas.

TÉCNICA DE
Técnica simples, fácil aplicação.
APLICAÇÃO

OUTRAS Aprovado pelas autoridades sanitárias, formulação estável, facilitando o


INFORMAÇÕES transporte e o armazenamento, boa relação custo/benefício, reversível.

Fonte: (MONTEIRO, 2012).

De acordo com as qualidades supracitadas os preenchedores formulados por ácido hialurônico


são aqueles que se enquadram melhor nessas características, baseando-se no que está
exposto no quadro anterior.

Quadro 18. vantagens do ácido hialurônico quando comparado a implantes de colágeno.

COLÁGENO ACIDO HIALURÔNICO

Idêntica em todas as espécies e


COMPATIBILIDADE Espécie e tecido específico
tecidos

DURAÇÃO De 3 a 5 meses De 6 a 12 meses

ORIGEM Bovina ou humana Animal ou bacteriana

PADRÃO DE PERDA Perda de volume gradual Degradação isovolumétrica.

VISCOSIDADE Constante Dinâmica

TESTE PRÉ- Teste cutâneo duplo e


Não é necessário teste cutâneo
PROCEDIMENTO necessário

3% da população possui Menos de 0,4% da população tem


PREVALÊNCIA DE ALERGIA
alergia alergia

TRANSPORTE E
Refrigerado Temperatura ambiente
ARMAZENAMENTO

124
FONTE: (MONTEIRO, 2012).

T1. Técnicas de aplicação

Antes do tratamento a pele do paciente deve ser limpa, e qualquer vestígio de maquiagem ou
cosmético precisa ser removido, utilizando uma loção de limpeza facial. É recomendado
que o paciente não faça ingestão de anti-inflamatórios, acido acetilsalicílico (ASS), vitamina K e
ginko biloba pelo menos 3 a 4 dias antes do tratamento, pois eles podem aumentar o
sangramento e o edema no local da injeção. Se o paciente fizer uso crônico dessas
medicações o profissional deve tomar cuidado para não ocasionar a formação de hematomas
(MONTEIRO, 2012).

Cada técnica de aplicação do ácido possui suas particularidades, com isso elas são
empregadas de acordo com a necessidade do paciente. Cabendo ao profissional durante a
anamnese escolher qual técnica irá suprir as necessidades do procedimento, dentre as
técnicas realizadas comumente nas clínicas de estéticas são destacadas: técnica de puntura
seriada, técnica de injeções linear, técnica de aplicação em leque, técnica cruzada ou em
malha, técnica da samambaia.

T1. Técnica de puntura seriada

São aplicadas múltiplas injeções intradermicas ao longo do sulco ou da ruga. Essa técnica é
utilizada para o tratamento de acnes, pois a aplicação em linhas e sulcos geralmente é
traumática devido à multipunturas (MONTEIRO, 2012).

T2. Técnicas de injeção linear retrógrada

A agulha é aplicada em um ângulo de cerca de 10º em relação a pele, imediatamente abaixo e


paralelo à ruga que será preenchida. Na proporção em que o produto é injetado, deve-se
mover a agulha para fora do sulco. Dessa forma, o gel ficará depositado ao longo da ruga
(MONTEIRO, 2012).

T2. Técnica de aplicação em leque

A agulha é inserida na periferia do local a ser preenchido, assim como é realizado com a
técnica de injeção linear retrógada, e é realizada a aplicação do produto ao longo do local a ser
preenchido. Após a agulha sair pelo orifício de entrada ela é reaplicada várias vezes no mesmo
orifício, mas em direções diferentes, como um leque. Essa técnica é recomenda principalmente
para preenchimentos dos cantos da boca e do nariz ( 2012).

T2. Técnica cruzada ou em malha

125
Essa técnica é bastante parecida com a técnica de leque, mas a agulha não entra e sai do
tecido várias vezes pelo mesmo orifício. Os locais das incisões ficam distantes certa de 1mm a
2mm entre si e as linhas são paralelas as da primeira aplicação. Em seguida, são realizadas
outras linhas perpendiculares as primeiras (MONTEIRO, 2012).

T2. Técnica da samambaia

Essa técnica é utilizada para dar firmeza à pele do que simplesmente preencher o sulco. O que
se observa, quando o preenchimento de um sulco largo é insuficiente para a técnica linear, é a
formação de outra depressão ao lado do que foi preenchido, surgindo à necessidade de cobrir
uma faixa mais larga. A agulha deve ser introduzida por baixo e pouco antes da linha do sulco,
de tal maneira que o traçado corre paralelamente à superfície e fazendo um ângulo de
aproximadamente 90º graus com a ruga. O ácido é injetado de modo retrógrado, e a maior
porção é depositada sob a prega principal (ODO, 2012).

T1. Posição da agulha

Nos sulcos muito superficiais e nos superficiais a introdução da agulha na derme é paralela à
epiderme. As cânulas finíssimas de 25G 0,5mm x 40mm são utilizadas com segurança e
podem fazer malhas na subderme paralela à derme. Essa técnica é indicada para enrugamento
da pele flácida, principalmente no lado do sulco nasogeniano. O ângulo de introdução da
agulha em sulcos médios, profundos e muito profundos e, é em média de 30º graus a 45º
graus, quando se usa uma agulha muito curta a posição é de 45º graus a 90º graus (ODO,
2012). Ademais, após a introduzir a agulha deve-se fazer o teste de lateralidade e profundidade
para se ter a certeza que agulha foi introduzida na profundidade correta.

T1. Cuidados durante a injeção

Apesar da dificuldade em aspirar antes de injetar o ácido hialurônico, é importante, sempre que
possível realizar. Principalmente quando o calibre da agulha é fino, para evitar a injeção
intravascular e complicação de necrose na asa nasal, cuja superfície corre a artéria alar da
angular. O local de risco mais elevado está situado junto ao triângulo superior entre o sulco e a
asa do nariz. Em outras posições não é necessário realizar a aspiração do produto. A
compressão da angular por injeção de implante com agulha mais calibrosa é tão importante
quanto embolização intra-arterial, devendo-se estudar o exato local da artéria, mesmo com
possibilidade de encontrar variações anatômicas imprevisíveis (ODO, 2012).

A pressão exercida pelo embolo da seringa deve ser cessado antes de retirar a agulha da pele.
Pois, o gel não para de fluir imediatamente o que pode ocasionar pequenas pápulas

126
superficiais de ácido hialurônico. Ademais, não devem fazer correções em excesso em áreas
de pele fina para não formar nódulos ou cordões visíveis (ODO, 2012).

T1. Cuidados e restrições para aplicação do produto

Alguns cuidados devem ser tomados pelo profissional durante o manuseio do ácido hialurônico
com a finalidade de manter suas características físicas, químicas e biológicas. Além de não
proporcionar malefícios aos pacientes, tais cuidados são (MONTEIRO, 2012):

» não reesterilizar o produto;

» não injetar intravascular;

» não utilizar em locais que existir doenças dermatológicas associadas, tais como: feridas
e inflamações;

» pacientes portadores de herpes devem tomar o remédio de costume antes do


procedimento para realização de profilaxia;

» pacientes que tomam anticoagulantes devem ter um atenção especial, pois possuem o
risco de apresentarem sangramentos e formação de hematomas;

» não misturar o ácido hialurônico com outras substâncias;

» avaliar as expectativas não realistas em pacientes com algum distúrbio depressivo ou


dismórfico corporal;

» o uso do ácido hialurônico deve ser evitado na região glabela devido aos diversos casos
e relatos na literatura de oclusão arterial terminal e amaurose.

T1. Cuidados após a aplicação

Após a aplicação é recomendado que o paciente não toque nem realize massagens na região.
Ademais, deve evitar exposição ao calor intenso por pelo menos duas semanas após o
tratamento (MONTEIRO, 2012).

T1. Preenchimento do sulco nasogeniano

As depressões encontradas em jovens nesta região são ocasionadas pela ação contínua do
sorriso. Com isso, a indicação é preencher o suco com pequena quantidade ácido, utilizando a
técnica linear retrograda ou de puntura seriada. Quanto mais superficial for a aplicação, menos
quantidade de ácido deve ser utilizado. Mas, existe o riso de formar um cordão ou apresentar

127
um fenômeno de Tyndall, que é identificado pela coloração azulada no local da injeção devido
a quantidade de ácido hialurônico exacerbada (ODO, 2012).

O sentido da aplicação da aplicação não produz diferença nos resultados, mas é indicado
iniciar o procedimento da extremidade do sulco para porção medial, onde a derme é mais
espessa e necessita de maior quantidade de material devido a profundidade. Ademais, o
profissional pode realizar uma combinação de técnicas para o tratamento de sulcos largos e
profundos. Nestes casos a escolha do produto deve ser por ácidos que apresentam
volumizadores ou um peso molecular maior. Quando volumizadores são utilizados pode-se
utilizar cânulas para facilitar o acesso e injeção do material (ODO, 2012).

Alguns pacientes reclamam do deslocamento que o ácido pode apresentar para o lado externo
da linha. Isso pode ocorre em tratamentos subdérmicos ou subcutâneos, sendo mais frequente
na linha do sorriso, havendo a formação de um novo sulco sobre o preenchedor injetado,
afastando o gel para os lados, elevando em excesso uma ou as duas bordas do sulco. Neste
caso o uso em associação com toxina botulínica é indicado para reverter o quadro, colocando a
toxina na inserção do músculo risório no músculo orbicular da boca. Com isso, o movimento do
sulco é suavizado. Essa técnica também pode ser usada em caso de contração constante do
músculo levantador do lábio superior, o esmo que corrige o sorriso gengival, com a intenção de
abrandar a profundidade da porção superior do sulco nasogeniano (ODO, 2012).

Figura 55. Aplicação de ácido hialurônico no sulco nasogeniano.

Fonte: Freeconten <http://freecontent.lww.com/wp-content/uploads/2015/01/Small-Ch1-Nasolabial-Folds.pdf>


Acessado em: 1 de maio de 2016.

Figura 56. Na imagem A é possível o paciente do sexo masculino antes de receber o


preenchimento de ácido hialurônico no sulco nasogeniano. Em B é demonstrado o resultado
após a realização do procedimento.

128
Fonte: (ARSIWAlA, 2010)

T1. Preenchimento do sulco labiogeniano

A técnica mais comum utilizada neste tipo de preenchimento é a de leque com base de um
triângulo voltado para o lábio e dos lados direcionado para o sulco. A borda lábio deve estar
firme, com acabamento feito com preenchedor contornando os cantos labiais em forma de um
“V” a partir de 5mm a 8mm do ângulo da boca. Uma linha vertical e perpendicular de ácido que
passa no canto labial serve de ponte de reforço entre os braços do “V”. Com frequência, o
sulco labiogeniano termina em 2 depressões na margem mandibular junto ao mento,
acentuando o aspecto de “marionete” .O preenchimento da concavidade mandibular utilizando
a técnica em forma de “X” melhora o contorno facial e do sulco (ODO, 2012). Os sulcos
labiogenianos ficam mais evidentes quando o músculo depressor do ângulo da boca entra em
ação. O restante da massa malar, o platisma, todos em ptose, produz muita saliência na borda
do sulco. Nesse caso, é feita a técnica mista, com um ponto de toxina botulínica no músculo
depressor do ângulo da boca. A associação da técnica de Nerfertiti usando a toxina melhora
acentuadamente o preenchimento do sulco labiogeniano, não havendo necessidade de
volumizadores. Pois, podem ocasionar protusões, cordões e nódulos visíveis, devido a pouca
espessura do lábio inferior (ODO, 2012).

T1. Preenchimento labial

No passado a técnica de preenchimento do lábio era realizada com aplicação sob o contorno
dos lábios e discretamente sob a submocosa labial, no entanto, esse tipo de aplicação gerava
um aspecto de “bico de pato” que se tornou a preocupação das pessoas que buscavam esse
tipo de procedimento. Após diversas observações foi desenvolvida uma técnica que consiste
em injetar o ácido hialurônico dentro do músculo orbicular dos lábios. Com o objetivo de

129
recuperar o volume perdido com o avançar a idade ou intuito de aumentar e enaltecer os lábios
finos. Nas situações em que isso ainda não é suficiente, injetar o ácido na submucosa anterior
dos lábios também é indicado. Não obstante, cada paciente possui suas particularidades,
dessarte, cabe ao profissional adaptar a técnica as necessidades do paciente. O grande
diferencial para obter resultados satisfatórios é conhecer a anatomia lábia, os índices de
proporção da boca e sempre observar como está a função dentária (ANTÔNICO; ANTÔNICO,
2012).

T1. Preenchimento labial com microcânulas

Para a realização dessa técnica é necessário introduzir microcânulas através da pele do


paciente, além disso, não é preciso utilizar anestésicos desde que a agulha e a cânula sejam
de pequeno calibre. O procedimento começa realizando a incisão a 25mm de distância do
ápice do arco do cupido no lábio superior, utilizando uma agulha 26G ½, em seguida é
realizado a inserção da microcânula com as seguintes dimensões: 30G ½ com 25mm de
comprimento. É normal a presença de certa resistência na introdução do material devido às
traves fibróticas da derme, que após serem vencidas garantem o local adequado para
realização do preenchimento subdérmico (MUKAMA; BRAZ, 2011).

Essa técnica permite realizar de três diferentes tipos de tratamentos labiais, tais como:
definição do contorno, projeção e aumento do volume dos lábios. Quando o objetivo é melhorar
o contorno labial, o ideal é introduzir a microcânula entre a pele e o vermelhão dos lábios. Caso
a intenção seja melhorar o contorno, a cânula deve ficar entre a pele o vermelhão labial
realizando a retroinjeção linear do ácido hialurônico a partir do ápice do arco do cupido, da
região tratada até a região lateral do lábio. Por fim, se o objetivo do tratamento for a projeção
labial a cânula é acomodada no plano subdérmico, em direção à mucosa dos lábios, realizando
retroinjeções com o ácido hialurônico.

Para o tratamento do lábio inferior o orifício de entrada é realizado a 10mm de distância de


cada comissura labial com uma agulha 26G ½ e em seguida os mesmo passos realizados no
lábios superior devem ser repetidos (MUKAMA; BRAZ, 2011.).

O tratamento do contorno da região central do lábio inferior é realizado fazendo uma incisão a
25mm de distância do primeiro orifício e aplica-se o produto em retroinjeções. Caso o objetivo
do tratamento seja a correção da comissura labial, deve injetar o ácido hialurônico com
retroinjeções auxiliado por uma microcânula para formar uma base de 25mm de comprimento
de um triângulo invertido. Após isso, utilizando uma agulha 30G com uma incisão de 7mm de
distância da base horizontal, são realizados três pilares verticais de sustentação formados com
retroinjeções do produto. Aproveitando o mesmo orifício de entrada da cânula é possível tratar

130
rugas periorais, com a microcânula 30G realizando retroinjeções até a correção da ruga
(MUKAMA; BRAZ, 2011.)

Figura 57. Resultado de preenchimento lábial. Na imagem A é possível observar o lábio antes
do procedimento e na imagem B o resultado obtido após a realização da técnica supracitada.

Fonte: (MUKAMA; BRAZ, 2011.)

131
CAPÍTULO 5
Protocolo para realização de criolipólise

A criolipólise é uma técnica que foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade de


Harvard, os estudos foram liderados pelo Prof. Dr. Rox Anderson. Crio significa frio, é originário
do grego “Kryos”, “lipo” faz referência à gordura e por fim, “lise” é a denominação dada à
destruição celular, a junção desses verbetes originou a palavra criolipólise.

Em 2010, o Food and Drug Administration (FDA) autorizou o uso do procedimento supracitado
para a realização do tratamento nos flancos, com isso, outros protocolos surgiram para
aplicações em outras regiões do corpo, como o abdome que foi autorizado no ano de 2012 e
em 2014, o uso da criolipólise foi autorizado nas coxas. Além do FDA o Health Canadá e a
União Europeia, também acabaram por autorizar a realização da criolipólise. (BRIGHTMAN;
GERONEMUS, 2011; MAYORA et al, 2012;JALIAN; AVRAM, 2013; STEVENS et al, 2013;
BORGES; SCORZA, 2014). No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
autoriza a realização do procedimento, desde que o aparelho e as mantas possuem registro no
órgão.

O procedimento consiste no resfriamento localizado do tecido adiposo subcutâneo de forma


não invasiva com temperaturas que podem variar de -5ºC a -15ºC (essa medição é realizada
externamente). Esse resfriamento causa uma paniculite localizada, ocasionando morte dos
adipócitos e consequente diminuição do tecido adiposo subcutâneo localizado. O aparelho é
composto por manoplas que utilizam vácuo moderado para puxar uma prega composta de pele
e gordura para dentro do aplicador, posicionando-a entre as duas placas de resfriamento.
Esses painéis de arrefecimento realizam a extração do calor proporcionando uma intensa
redução da temperatura, ocasionando a morte das células de gordura (BORGES; SCORZA,
2014).

O resfriamento ocasiona uma resposta inflamatória denominada de paniculite que desencadeia


o fenômeno de apoptose. Essa lesão inflamatória pode ser observada histologicamente a partir
de do 2o dia perdurando até 30o dias após o procedimento. Ademais, o infiltrado inflamatório
torna-se mais denso e a paniculite lobular atinge seu pico máximo cerca de 14 dias após o
tratamento. Do 14o dias ao 30o dias o infiltrado inflamatório fica mais fagocitário e consistente.
Com isso, os macrófagos começam a envolver e a digerir os adipócitos que sofreram apoptose
como parte da resposta natural do organismo à lesão provocada pela criolipólise (PRECIADO;
ALLISON, 2008; BORGES; SCORZA, 2014).

A partir de 60o dias ao 120o dias, ocorre redução da inflamação, do tamanho e do número de
adipócitos. Além disso, ocorre um espessamento dos septos fibrosos, estes então podem

132
constituir-se no grande volume da camada subcutânea residual. Logo, o ápice da redução do
tecido adiposo é atingido e as analises dos resultados obtidos devem ser realizados através de
uma anamnese (PRECIADO; ALLISON, 2008; BORGES; SCORZA, 2014).

O grande diferencial da criolipólise quando comparado a outros procedimentos que visam a


eliminação de gordura localizada é a sua segurança e com pequenos efeitos adversos e
quando ocorrem não trazem sequelas ou complicações importantes, com resolução em um
curto espaço de tempo (KLEIN et al, 2012). No entanto, vale ressaltar que para o que foi citado
anteriormente ocorra é necessário utilizar aparelhos devidamente registrados na ANVISA e
utilizar mantas apropriadas para o procedimento e descartá-las após o uso.

Um dos pontos discutido demasiadamente é a segurança do método sobre o metabolismo da


gordura localizada após a morte das células de gordura. Pensava-se que como o adipócito é
destruído e fagocitado, a gordura poderia ser liberada para o sangue ocasionando alterações
no perfil lipídico dos pacientes. Não obstante, vários estudos demonstraram que não ocorreram
modificações significantes no perfil lipídico nem disfunções hepáticas (KLEIN et al, 2009;
COLEMAN ET al, 2009). Com isso, presume-se que a perda da gordura é feita gradualmente, o
que torna imperceptível a mensuração.

Ademais, a gordura fica sequestrada dentro da célula de gordura até ser digerida e eliminada
pela inflamação natural que ocorre sobre ação da paniculite devido a presença de macrófagos
ativos carregados de lipídios indica que os adipócitos fora eliminados por fagocitose. Ademais,
estudos realizados relatam que a cada ano cerca de 10% da gordura corporal é reciclada
através do pro processo de apotose das células de gordura, dessa forma, é bem provável que
as células eliminadas na criolipólise sigam as mesmas vias de metabolização naturais do
organismo (SPALDING et al, 2008).

T2. Metodologia

1. o paciente deve receber uma explicação breve sobre o método de aplicação e as


sensações que ele pode ter durante o tratamento;

2. tirar fotos da região a ser tratada;

3. fazer a medição da região com fita métrica e adipômetro.

[atenção]

O paciente deve ter prega superior a 1,5cm para a realização do procedimento.

[fim atenção]

4. higienizar as mãos e colocar luvas de procedimento;

133
5. higienizar o local da aplicação com álcool 70% ou clorexidina com auxílio de gaze
estéril;

6. acomodar o paciente em uma maca apropriada para realização do procedimento;

7. realize as marcações na área se for necessário;

8. proteja a região com uma membrana protetora de uso individual e descartável;

9. posicione as manoplas com as placas de resfriamento na região que será tratada;

10. o aparelho deve ficar em funcionamento por pelo menos 50 minutos;

11. após o término do tempo é recomendando massagear levemente a região

12. que ficou congelada;

Figura 58. paciente do sexo feminino de com 44 anos, antes da realização de criolipólise
apenas na coxa direita.

Fonte: (STEVENS; BACHElOR, 2015)

Figura 59. paciente do sexo feminino de com 44 anos, após 16 semanas da realização do
procedimento de criolipolise na coxa direita. Nesta imagem, é fácil observar a perca de gordura
localizada na coxa direita, quando comparada com a imagem anterior. Além disso, na coxa
esquerda, a qual não foi submetida ao procedimento, não é observado diferença na quantidade
de tecido adiposo nas imagens de antes e após o procedimento.

134
Fonte: (STEVENS; BACHElOR, 2015)

[saiba mais]

Hoje em dia, existem diversos modelos de equipamentos de criolipólise no mercado, temos que
ficar atentos com aqueles que não são liberados pela ANVISA, como já supracitados. Desse
modo, é importante sempre que for alugar o equipamento ou comprar ver as documentações
do mesmo.

DICA: Dê preferência para comprar a manta junto com a empresa em que for alugar o
equipamento, pois caso venha dar algum problema, durante o procedimento, a empresa que
alugou o equipamento para você não poderá colocar a culpa na manta.

Equipamento de criolipólise é mais comum que parece para dar problemas no sistema
operacional por isso, é importante que você tenha total domínio sobre a máquina quando for
usar, pois muitas vezes durante o procedimento você precisa fazer algumas alterações não
previstas. Assim, quando for fazer o treinamento do equipamento para sua utilização, não se
atente somente em ligar e desligar o aparelho, ou na aplicação e regras básicas de técnicas de
indicação, mas faço o representante te ensinar a limpar a mangueira para sair o gel da manta
que é sugado durante o procedimento e encher o reservatório do equipamento com água, por
exemplo.

[fim saiba mais]

Muitos modelos de equipamentos de criolipólise surgiram desde a primeira fabricação. Hoje


existem equipamentos com uma manopla, duas ou até quatro. Veja algumas marcas e modelos
bastante utilizados:

Figura 60. Criolipólise advice.

135
Fonte disponível em: http://servico.mercadolivre.com.br/MlB-667878832-locaco-de-aparelho-de-criolipolisecom-
anvisa-_JM. <Acesso em: 1 mai. 2016.

Figura 61. Criolipólise Cool Shaping.

Fonte disponível em: <http://shira.com.vn/thon-gon-tieu-mo-s-line-vung-eo-bang-cool-shaping/>. Acesso em :1 mai.


2016>

136
Figura 62. Criolipólise da Fusiomed.

Fonte disponível em: <http://saudeetech.com.br/produto-MEdICINA-ESTETICA-Crioterapia-FusioMed-Criolipolise---


plataforma- Multifuncional---Biotec-Italia-versao-274-279.aspx>. Acesso em: 1 mai. 2016

137
Figura 63: Criolipólise Cooltech

Fonte disponível em: http://www.faceandbodysynergy.co.za/contact-us1/cooltech-fat-


freeze.html> Acessado em 15 de jun de 2016.

CAPÍTULO 6
Protocolo para realização de microagulhamento

O microagulhamento consiste em uma técnica que provoca microlesões na pele ocasionadas


por agulhas. Por meio dessas lesões fatores de crescimento são liberados pelo organismo,
estimulando a produção de colágeno e elastina (AUST et al, 2008). Em 1995, Orentreich foram
os primeiros a desenvolver trabalhos utilizando agulhas para promover a produção de colágeno
no tratamento de cicatrizes profundas. Camirand e Doucet no ano de 1996 utilizaram pistolas
de tatuagens para tratar cicatrizes. E por fim, Fernandes em 2005 desenvolveu um aparelho
que consiste em um rolo com agulhas, sendo que estas apresentam tamanhos variados. A
escolha do equipamento, ou seja, do tamanho das agulhas, será de acordo com o objetivo que
deseja alcançar.

Os tamanhos das agulhas utilizadas no microagulhamento variam de acordo com o tipo de


lesão que deseja causar, associada com o tratamento indicado. As agulhas de 0,25 mm a 0,5
mm causam uma injúria leve e são indicadas para tratamentos de rugas finas, melhoramento
do brilho e textura. Já as de 1,0 mm a 1,5 mm provocam injúria moderada e são destinadas ao
tratamento de flacidez cutânea, rugas médias e rejuvenescimento. Por fim, existem as de 2,0
mm e 2,5 mm, essas agulhas causam injúrias profundas e são utilizadas no tratamento de
cicatrizes deprimidas distensíveis, cicatrizes ondulatórias e retráteis (LIMA et al, 2013).
Ademais, o procedimento também é indicado para o tratamento de estrias.

138
O microagulhamento pode ser utilizado para facilitar a veiculação de ativos, proporcionando o
rejuvenescimento, melhor coloração, textura e brilho da pele. Ademais, é eficaz no tratamento
da flacidez e atenuação de rugas, pois proporciona a produção de colágeno. Também pode ser
usada para supressão de estrias recentes (LIMA et al, 2013).

As vantagens da IPC são inúmeras, tais como: produção de colágeno sem a remoção da
epiderme, o tempo de cicatrização é menor quando comparado a técnicas ablativas, a pele fica
mais espessa e resistente, diferente de procedimentos ablativos, a cicatrização do novo tecido
pode ser prejudicada devido a fatores fotoativos, ocasionando discromias na pele. Além disso,
é indicada para todos os fototipos de pele e possui baixo custo quando comparado a
procedimentos que envolvem tecnologias mais apuradas (LIMA et al, 2013).

No entanto, o microagulhamento possui contra indicações, tais como: pacientes com herpes
labial ativa, doenças crônicas de pele como a psoríase, distúrbios de coagulação, anomalias na
pele como verrugas, pintas e queimaduras solares (NAIR et al, 2014). É necessário ressaltar
que o microagulhamento é um procedimento que exige tempo para a total recuperação do
paciente. E o profissional responsável pelo procedimento necessita realizar uma avaliação
criteriosa, para evitar falsas expectativas quanto aos resultados esperados (LIMA et al, 2013).

T1. Metodologia

1. o paciente deve receber uma explicação breve sobre o método de aplicação e as


sensações que ele pode ter durante o tratamento;

2. tirar fotos da região a ser tratada;

3. higienizar as mãos e colocar luvas de procedimento;

4. higienizar o local da aplicação com álcool 70% ou clorexidina com auxílio de gaze
estéril;

5. acomodar o paciente em uma maca apropriada para realização do procedimento;

6. aplicar o anestésico tópico de acordo com as indicações do fabricante;

7. passar o rolo escolhido de acordo com a necessidade do paciente 10 vezes em cada


região com pressão moderada, realizando cruzamentos perpendiculares, verticais e
horizontais, até a formação de petequias seguido por eritrema;

8. após o fim do procedimento realizar a higienização no corpo do paciente.

[atenção]

139
O intervalo entre as sessões deve ser no mínimo de 30 dias, dessa forma, há tempo de ocorrer
a regeneração tecidual. Além disso, é interessante que seja preconizado a realização de no
mínimo três sessões para que os resultados esperados sejam alcançados.

[fim atenção]

Figura 64. Rosto do paciente após a realização do microagulhamento.

Fonte: SILVA, 2015.

Figura 65. Resultado de tratamento de microagulhamento. Imagem A. Fotografia do perfil


direito do paciente, mostrando em detalhes as cicatrizes de acnes próximas à região do osso
zigomático e bochecha. Imagem B. Foto do perfil direito mostrando o resultado do
procedimento após 20 dias do término do tratamento.

Fonte: SILVA, 2015.

Figura 66. Resultado de tratamento de microagulhamento. Imagem A. Fotografia do perfil


esquerdo do paciente, mostrando em detalhes as cicatrizes e acnes ativas próximas à região
140
do osso zigomático e bochecha. Imagem B. Foto do perfil esquerdo mostrando o resultado do
procedimento após 20 dias do término do tratamento.

Fonte: SILVA, 2015.

141
UNIDADE VI
RESPONSABILIDADE LEGAL DO(A)
FARMACÊUTICO(A) ESTETA

CAPÍTULO 1
Regulamentação da farmácia estética

T1. Origem da Farmácia Estética

A Farmácia Estética é uma especialidade do(a) farmacêutico(a) reconhecida pelo Conselho


Federal de Farmácia (CFF). O profissional habilitado nessa área utiliza comprovações
científicas para aplicar ou até mesmo desenvolver novos protocolos ou procedimentos
estéticos. Além disso, o profissional possui a capacidade de cuidar da saúde e bem-estar do
paciente promovendo em determinados casos o retorno da autoestima.

Os procedimentos estéticos que o(a) farmacêutico(a) esteta está autorizado(a) a realizar:

1. cosmeoterapia;

2. eletroterapia;

3. lontoforese;

4. laserterapia;

5. luz intensa pulsada;

6. peelings químicos e mecânicos;

7. radiofrequência;

8. sonoforese;

9. toxina botulínica;

10. preenchimentos dérmicos;

11. carboxiterapia;

12. intradermoterapia;

13. microagulhamento;

142
14. criolipólise;

T1. Resolução no 573 de 22 de maio de 2013

A resolução do Conselho Federal de Farmácia de no 573, do dia 22 de maio de 2013


reconheceu a farmácia estética com área de atuação dos farmacêuticos(as). No entanto, a
atuação do profissional era limitada a realização procedimentos não invasivos. Somente após a
resolução no 616 que procedimentos microinvasivos foram autorizados A seguir, é possível
analisar a resolução no 573 na integra por meio do link: <http://
www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/573.pdf>.

T1. Resolução no 616 de 25 de novembro de 2015

A resolução que regulamenta a realização de procedimentos microinvasivos pelos


farmacêuticos(as) estetas foi publicada no dia 25 de novembro de 2015. Abaixo é possível
analisar a resolução da integra através do link disponível: <http://transparencia.cff. org.br/wp-
content/uploads/2015/12/Resolu%C3%A7%C3%A3o-CFF-N%C2%BA-616-Est%C3%A9tica-
%C3%ADntegra.pdf>.

T1. Resolução no 645 de 27 de julho de 2017

Esta resolução do Conselho Federal de Farmácia publicada no dia 27 de julho de 2017,


identificada pelo número de 645, autorizou que os farmacêuticos estetas devidamente
regulamentados no seu conselho de classe, estavam autorizados a realizar os procedimentos
de Fio Lifting de Autosustentação e de Laserterapia Ablativa. Essa resolução pode ser
consultada na integrada através deste link: <
http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=04/08/2017&jornal=1&pagina=3
26&totalArquivos=328>

T1. Responsabilidade civil do(a) farmacêutico(a) esteta

A responsabilidade civil é definida como um direito de reparar um dano que uma pessoa causa
a outra. O causador do dano sofrido pode pedir na justiça reparação pelo malefício causado a
ele. Essa norma é baseada pelo princípio de que ninguém pode lesar o interesse ou direito de
outro indivíduo. Isto é descrito no art. 927 do Código Civil, que diz: “Aquele que, por ato ilícito
(arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. Já os artos 186 e 187
relatam (OLIVEIRA, 2008):

143
Art 186: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito (ANGHER, 2015).

Art 187: Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos pelo fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes (ANGHER, 2015).

Além disso, o parágrafo único do art. 927 do Código Civil relata que: “haverá obrigação de
reparar o dano independentemente de culpa”. Ou seja, a culpa não é um fator primordial do
código, essenciais são a conduta humana, o dano ou lesão realizada e vínculo de causalidade
entre a conduta e o dano (ANGHER, 2015).

Na responsabilidade civil a culpa é designada quando o executor do malefício não possuía a


intenção de provocá-lo, porém devido à imprudência, imperícia e negligência, causou um dano
e deve repará-lo.

A imprudência acontece devido à precipitação do profissional, quando por falta de medidas de


prevenção e atenção na realização de determinado procedimento, causa um dano ou lesão ao
paciente. A imprudência ocorre quando o(a) farmacêutico(a) esteta não possui prática ou
conhecimento teórico para a realização do procedimento. Já a imperícia acontece quando o
executor acredita que possui todos os conhecimentos teóricos e práticos para a execução do
tratamento, no entanto, ele não está preparado pela inexistência de conhecimento, aptidão,
capacidade e competência. Por fim, a negligência é definida quando o(a) farmacêutico(a)
esteta não toma os cuidados necessários, não assiste a realização do procedimento com a
devida cautela e diligência, agindo com total descuido (OLIVEIRA, 2008).

Quando a existência de um dos fatores supracitados for comprovada em algum procedimento


estético, fica caracterizada a culpa do agente. Ou seja, o(a) farmacêutico(a) deverá reparar o
malefício causado ao paciente, pois sem a intenção acabou por provocar um dano ou lesão.

Por outro lado, há a possibilidade da responsabilidade civil ser excluída quando a culpa pelo
malefício for do próprio paciente, a lesão adquirida ter sido ocasionada por terceiros, por caso
fortuito ou força maior e cláusula de não indenizar (OLIVEIRA, 2008).

Isto é, a culpa do paciente acontece quando o dano realizado for ocasionado pelo próprio
paciente. Exemplo: O(a) farmacêutico(a) esteta recomenda que o paciente não tome sol após o
CO2 fracionado ou peeling para evitar manchas, não obstante, o paciente não segue as
recomendações.

Terceiros causam algum tipo de maléfico ao paciente que compromete o tratamento. E caso
fortuito ou de força maior sucede quando procede de efeitos imprevistos ou inevitáveis. Esses
princípios estão listados no Código Civil, art. 393 (OLIVEIRA, 2008).
144
Art 393: O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caos
fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles
responsabilizado (ANGHER, 2015).

Parágrafo único do Art 393: O caso fortuito ou força maior verifica- se no fato
necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir (Angher, 2015).

No caso do farmacêutico (a) esteta o tipo de dano mais evidente que pode provocar é o dano
estético que lesa a beleza física do paciente, comprometendo a harmonia corporal. Este tipo de
lesão pode ser permanente, o que impossibilita a correção do malefício. Ademais, o dano
estético em muitos casos vem acompanhado de lesões morais ou materiais, por isso elas são
consideradas eventos complexos que devem ser analisadas não somente no âmbito estético,
mas também em relação à expectativa criada pelo procedimento que não foi correspondida
(OLIVEIRA, 2008).

A lesão estética no paciente provoca sofrimento, pois esse esperava uma alteração positiva da
sua aparência sem a modificação física maléfica. Não obstante, essa modificação ocasiona no
paciente uma dor moral, além de uma alteração física desagradável (OLIVEIRA, 2008).
Exemplos: cicatrizes, hipercromias, hipocromias, entre outros.

Com a publicação do Código de Defesa do Consumidor pela Lei no 8.078/1990 os profissionais


liberais da saúde e estabelecimentos que prestam serviço, tais como: clínicas, consultórios,
hospitais e laboratórios. Passaram a ser equiparados a prestadores de serviços da saúde. O
bimédico(a) prestador de serviços liberais é aquele que presta serviços diretamente ao
paciente no consultório. Já o prestador de serviços empresarial é aquele que presta serviços
em ambientes empresariais, tais como: clínicas, hospitais, laboratórios. O art. 14 § 4° relata a
responsabilidade civil desses profissionais (OLIVEIRA, 2008).

Art. 14. O fornecedor de serviços responde independentemente da


existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por
defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos (ANGHER, 2015).

§ 4o A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada


mediante a verificação da culpa (ANGHER, 2015).

Logo, há a necessidade de provar que existiu culpa por parte do profissional. Não obstante, fica
implícita a possibilidade de inversão do ônus de prova devido à hipossuficiência do paciente
em relação ao profissional da saúde (CDC, Art 6o, inciso VIII) (OLIVEIRA, 2008).

Art. 6o: São direitos básicos do consumidor (ANGHER, 2015):

VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus


da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil

145
a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências (ANGHER, 2015).

Por fim, ressaltamos que é de extrema importância que o(a) farmacêutico(a) esteta consulte
um advogado especializado nesta área antes de começar a exercer sua profissão, para que as
dúvidas do âmbito jurídico sejam elucidadas. Ademais, as informações repassadas nesta
unidade são baseadas nas sanções empregadas aos médicos, tendo em vista que até o
presente momento não existem condutas específicas aos farmacêuticos(as) estetas.

T1. Documentação exigida e aspectos legais para abertura


de clínica de estética

O primeiro passo para abertura de uma clínica de estética é a contratação de um contador,


esse profissional está devidamente habilitado para elaborar os atos constitutivos da empresa,
além de auxiliar o(a) farmacêutico(a) esteta na escolha da forma do tipo de empresa que mais
se adequada para o projeto, no preenchimento dos formulários exigidos pelos órgãos que
realizam a inscrição de pessoas jurídicas e ceder informações sobre a legislação tributária
pertinente ao negócio (Sebrae, disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/Como-montar-um-centro-de-
est%C3%A9tica>. Acessado em: 7 jun. 2015).

Ademais, para legalizar uma clínica de estética faz-se necessário procurar os órgãos
governamentais específicos que regulamentam o funcionamento desses estabelecimentos. As
fases do registro empresarial são os seguintes (Sebrae, disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/Como-montar-um-centro- de-
est%C3%A9tica>. Acessado em: 7 jun. 2015):

1. Registrar a empresa nos órgãos.

› Junta comercial.

› Corpo de Bombeiros Militar.

› Secretária da Receita Federal (CNPJ).

› Secretária Estadual da Fazenda.

› Cadastramento na Caixa Econômica Federal no sistema “Conectividade Social –


INSS / FGTS.

› Cadastramento na prefeitura do município onde a empresa a clínica será sediada


para obtenção do alvará de funcionamento.

146
› Enquadramento na Entidade Sindical Patronal (a empresa ficará obrigada ao
recolhimento anual de Contribuição Sindical Patronal).

2. Visitar a prefeitura da cidade sede da clínica para fazer a consulta local.

3. Obter o alvará de licença sanitária e adequar às instalações físicas do imóvel de acordo


com as regulamentações do Código Sanitário. No âmbito federal a fiscalização das
normatizações do código de responsabilidade é da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), já na esfera estadual a responsabilidade é da Secretária Estadual e
da Secretária Municipal de Saúde.

4. Registrar a clínica no Conselho Regional de Farmácia responsável pela jurisdição do


estado no qual o empreendimento foi fundado.

O(a) farmacêutico(a) esteta também deve consultar as portarias municipais e estaduais que
fiscalizam e regularizam o setor de clínicas de estéticas na cidade e estado de origem. A
fiscalização federal é realizada pela ANVISA, e a seguir estão listadas algumas portarias
federais:

» Resolução no 5.186 de 20/11/2009: determinar, como medida de interesse sanitário, a


suspensão, em todo território nacional, de propagandas de equipamentos para
bronzeamento artificial PARADISO E DORATA, com registros vencidos junto à
ANVISA, veiculados pelo site, disponível em: <http://www.solare.com.br>.

» Resolução - RE no 5.185, de 20 de novembro de 2009. D.O.U no 222, de 20/11/2009:


determinar, como medida de interesse sanitário, a suspensão, em todo território
nacional, das propagandas do produto PLATAFORMA POWER PLATE, sem registro
junto à ANVISA, veiculadas pelo site, disponível em:< http://profisio.zip.net>.

» Resolução no 51, de 24/3/2003: classifica os aparelhos ativos, eletro estimuladores, para


utilização em educação física, embelezamento e correção estética na classe de risco II,
regra nove, conforme previsto pelo parágrafo único do art. 1 da RDC no 185, de
22/10/2001.

» Lei no 6.360, de 23/9/1976: dispõe sobre a vigilância sanitária de medicamentos, drogas,


cosméticos, saneantes e outros.

Para ter acesso a todas as portarias e leis que regem o campo da estética basta acessar o site
ANVISA e realizar as consultas de interesse. Disponível em: < http://portal.anvisa.
gov.br/wps/portal/anvisa/home>.

Além disso, toda empresa que presta serviços ou fornece algum tipo de produto precisam
observar e respeitar as regras que compõem o Código de Defesa do Consumidor (CDC), que

147
foi publicado em 11 de setembro de 1990, e regulariza as regras que compõe a relação entre
consumidor e fornecedores.

148
Para (não) Finalizar
A Farmácia Estética é uma área que está em constante atualização. Com isso, o profissional
que irá atuar nesse campo deve procurar realizar cursos presenciais e estágios para colocar
em prática os conhecimentos adquiridos na teoria. Pois, apenas a prática irá trazer segurança
e confiança na execução dos procedimentos. Ademais, a leitura de artigos científicos e livros
especializados irão fundamentar os conhecimentos adquiridos nesta apostila.

Quando o(a) farmacêutico(a) deixa os bastidores da saúde (laboratórios e farmácias) e passa a


ter um contato direito com o paciente, esse profissional adquire responsabilidades que antes
não faziam parte da sua rotina. Por isso, somente a vivência prática dos estágios e dos cursos
presenciais, que realizam atendimentos ao público, irão trazer a sensibilidade de como tratar
corretamente o paciente. Além de proporcionar que o(a) farmacêutico(a) tire dúvidas
especificas de como realizar determinado procedimento, porque infelizmente certas dúvidas de
caráter prático não podem ser elucidas apenas com teoria. Ou seja, somente após a realização
de atividades práticas o(a) farmacêutico(a) esteta estará pronto para ingressar definitivamente
no mercado da saúde estética.

149
Referências
ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 12810: Coleta de resíduos de serviço
de saúde. Rio de Janeiro, 1993.

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 12962: Inspeção, manutenção e


recarga em extintores de incêndio, 1994.

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 13853: Coletores para resíduos de
serviço de saúde perfurantes ou cortantes: requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro,
1997.

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 14652: Coletor transportador


rodoviário de resíduos de serviços de saúde. Rio de Janeiro, 2001.

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 7500: Símbolos de risco e manuseio
para o transporte e armazenamento de material. Rio de Janeiro, 2000.

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). NBR 9190: Sacos plásticos para
acondicionamento de lixo: requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2000.

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ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC No 306: Regulamento técnico para o
gerenciamento de resíduos de serviços da saúde, 2004.

150
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das mãos, 2007.

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