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2022
1
Índice
Advertência.................................................................................................................................................. 4
Introdução.................................................................................................................................................... 5
2
5.5. Diversos tipos de obras quanto ao autor.................................................................................................42
5.5.1. Obras de um só autor.....................................................................................................................42
5.5.2. Obras de dois autores.....................................................................................................................43
5.5.3. Obras de três ou mais autores........................................................................................................43
5.5.5. Autor-instituição.............................................................................................................................43
5.5.6. Obras sem autor..............................................................................................................................44
5.6. Diversos tipos de obras quanto a natureza..............................................................................................44
5.6.1. Coletânea (referência de parte da obra)........................................................................................44
5.6.2. Dicionários de especialidade...........................................................................................................45
5.6.3. Artigos de revista............................................................................................................................45
5.6.4. Artigos de jornais............................................................................................................................46
5.6.5. Monografias, dissertações e teses...................................................................................................46
5.6.6. Legislação........................................................................................................................................47
5.6.7. Documentos do Magistério da Igreja Católica..............................................................................47
5.6.8. Documentos eletrónicos..................................................................................................................47
5.7. Abreviaturas na lista das referências bibliográficas...............................................................................48
5.8. Outras abreviaturas.................................................................................................................................48
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REFERÊNCIAS......................................................................................................................................... 70
Advertência
4
Introdução
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pouco da missão da universidade. O conhecimento profundo da natureza e da
sua função social ajuda a perceber a pertinência da investigação científica.
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CAPÍTULO 1: A MISSÃO DA UNIVERSIDADE
1.1.O ensino
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Contudo, salienta-se que não é objetivo central formar investigadores na fase de
graduação mesmo se toda a formação universitária constitui um forte incentivo à
investigação. Por esse motivo muitos cursos não têm trabalho científico de
conclusão do curso. No mestrado e doutoramento, como veremos, a orientação é
claramente investigativa. Nenhum destes cursos é concluído sem a elaboração
cuidada de uma dissertação ou tese que deve ser defendida publicamente.
Na Europa, com a reforma de Bolonha, a maior parte dos cursos de licenciatura
tem a duração de três anos. Com mais dois anos obtém-se o mestrado. O curso
corrido de cinco anos leva a obtenção de um mestrado integrado. Neste formato
de Bolonha o aluno emerge como o principal protagonista da sua formação. O
professor assume um papel de guia, orientador ou facilitador.
1.2.A investigação
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geralmente aos licenciados. O mestrado está dirigido àqueles estudantes que
pretendam aumentar o seu nível de conhecimentos numa área concreta, aos
estudantes que tencionam e demonstram capacidades para dedicar-se à ciência e
outros que almejam altos cargos de liderança em instituições públicas, privadas
e público-privadas e não só.
O doutoramento (3º ciclo da formação universitária), a 2ª e última etapa da pós-
graduação stricto sensu forma pesquisadores de alto nível de qualidade. O
doutoramento conclui-se com a elaboração de uma tese que deve ser uma
investigação original que contribui para o avanço do tratamento de uma
questão/problema numa área de conhecimento. Este nível de estudos prepara
para a docência, a investigação e atuação no seu campo específico de formação
com elevado grau de autonomia. O doutoramento também prepara para o
exercício de altos cargos de gestão, mormente, no domínio académico.
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imediatamente, às vezes em contexto de sala de aulas. Investigamos para dar um
novo sentido à realidade. A investigação permite-nos descobrir a nossa
ignorância e as possibilidades de criar um mundo novo a partir de um novo olhar
sobre a realidade através dos métodos científicos.
A investigação serve essencialmente para levantar problemas e resolver
problemas. Consolidar o nosso conhecimento. Obter informações. Compreender
factos ou fenómenos. A investigação científica é uma condição de
desenvolvimento para as sociedades, pois nenhum corpo social, nem mesmo a
tecnologia evolui qualitativamente sem transformações provocadas pela ciência
e a inovação.
De um modo geral, a investigação começa com a escolha de um tema
delimitado, leitura de materiais relacionados com o tema escolhido, com o
delineamento dos objetivos gerais e específicos, e com o levantamento de um
problema de investigação:
O que é? quem? para quê? Por que? Como? Quais? Que? Será que?). Por
exemplo:
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Cada uma destas questões pode constituir um projeto de investigação ambicioso
no nível da graduação ou pós-graduação, e a respetiva resposta ajudará
certamente a resolver um problema da sociedade. Nesta perspetiva, quem
aproveita mais o trabalho de investigação científica é toda a sociedade,
nomeadamente, o Estado, as universidades, as empresas, as famílias entre
outros.
Podemos afirmar que Angola tem dado passos importantes em prol de uma
investigação que dê respostas aos inúmeros problemas que surgem na sociedade
angolana e no mundo. A investigação nas nossas universidades tem melhorado
nos últimos anos. Já temos muitos académicos a investigar e a publicar
conhecimento científico.
Os desafios da investigação nas universidades angolanas passam pela
valorização do trabalho científico e dos investigadores através da criação de
políticas eficazes de financiamento da investigação científica. Outro desafio
passa pela criação de revistas académicas em todas as faculdades ou
departamentos das instituições de ensino superior onde os professores poderiam
publicar os seus artigos com regularidade. Outrossim, a investigação em Angola
irá aumentar na medida em que surgirem mais cursos de pós-graduação stricto
sensu, mestrado e doutoramentos.
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Metodologia científica é o conjunto de técnicas, regras e procedimentos
estratégicos, rigorosos, devidamente sistematizados, que orientam e facilitam a
pesquisa e a elaboração de trabalhos científicos.
Segundo Rampazzo (2004, p. 13) a metodologia científica pode ser entendida
também como “aquela disciplina que ensina o ‘caminho’, quer dizer, as normas
técnicas que devem ser seguidas na pesquisa científica”.
A investigação científica pode ainda ser definido como “um processo
sistemático que assenta na colheita de dados observáveis e verificáveis, retirados
do mundo empírico, isto é, do mundo que é acessível aos nossos sentidos, tendo
em vista descrever, explicar, predizer ou controlar fenómenos” (Fortin, Côté &
Filion, 2009, p. 4).
O processo de investigação “consiste em examinar fenómenos com vista a obter
respostas a questões determinadas que se deseja aprofundar. A investigação
científica distingue-se de outros tipos de aquisição de conhecimentos pelo seu
carácter sistemático e rigoroso” (Fortin, Côté & Filion, 2009, p. 4).
Podemos ainda dizer que “a pesquisa é uma atividade de investigação capaz de
oferecer (e, portanto, de produzir) um conhecimento novo a respeito de uma área
ou de um fenómeno, sistematizando-o em relação ao que já se sabe a respeito da
área ou fenómeno” (Rampazzo, 2004, p. 14).
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Já de acordo com Lalande (1999), “conhecer e conhecimento designam, pois,
um género cujas espécies são constatar, compreender, perceber, conceber, etc.
Eles opõem-se a crer e a crença, não pela força da adesão, mas pelo fato de
estes dois últimos termos não implicarem necessariamente a ideia de verdade”
(p. 192).
O conhecimento é um conjunto de informações, saberes, habilidades e
competências adquiridos de forma espontânea, natural, e através de processos de
aprendizagem organizados e sistematizados por uma escola ou universidade.
O conhecimento pode resultar da interação dos homens entre si, da interação do
homem com o meio ambiente, da relação do homem com o transcendente e do
pensamento do próprio homem.
Para Lalande (1999), o conhecimento tem essencialmente quatro sentidos:
A. “Ato do pensamento que põe legitimante um objeto enquanto objeto, quer
se admita ou não uma parte de passividade neste conhecimento”
(Espinosa, Ética II apud Lalande, 1999, p. 193).
B. “Ato do pensamento que penetra e define o objeto do seu conhecimento.
O conhecimento perfeito de uma coisa é, neste sentido, aquele que,
subjetivamente considerado, não deixa nada obscuro ou confuso na coisa
conhecida; ou que, objetivamente considerado, não deixa fora dele nada
do que existe na realidade à qual se aplica” (Lalande, 1999, p. 193).
C. “Conteúdo do conhecimento no sentido A (pouco usado)” (Lalande, 1999,
p. 193).
D. “Conteúdo do conhecimento no sentido B. Muito frequente, sobretudo no
plural: os conhecimentos humanos, etc.” (Lalande, 1999, p. 193).
Lalande (1999), “distinguiria: 1º o ato de conhecer, subjetivo; 2º, o fato de
conhecer (relação entre o sujeito com o objeto); 3º, o resultado destacado por
abstração (objeto conhecido)” (p. 192). Não parece, refere o mesmo autor, que a
palavra conhecer seja utilizada alguma vez no sentido puramente subjetivo, pois,
conhecer implica sempre a relação do sujeito com o objeto, senão mesmo uma
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certa subordinação do primeiro em relação ao segundo. Neste sentido, ficam
apenas os sentidos 2º e 3º que correspondem respetivamente a A-B e C-D.
Para Kant, o conhecimento “não é fruto nem do sujeito nem do objeto, mas
síntese da ação combinada do sujeito e do objeto” (Mondin, 2003, p. 202).
O sujeito aproxima-se do objeto de várias formas usando vários caminhos: o
caminho empírico, o caminho da razão, o caminho da fé e o caminho da
experiência e verificação. Por isso, se fala em vários tipos de conhecimentos
como se pode ver na figura abaixo.
Tipos de
conhecimento
Popular/ empírico
Filosóifico
Teológico
Científico
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O conhecimento popular ou empírico é o conhecimento adquirido de forma
natural, a partir da vivência e da experiência quotidiana e que vai-se acumulando
ao longo dos anos e que permite às pessoas discernir e resolver determinados
problemas.
Se pensarmos nas nossas culturas africanas, de um modo geral, facilmente
poderemos encontrar exemplos de conhecimento popular ou empírico. Em
África muitas doenças que não são tratadas nos hospitais e com base na
medicina convencional moderna são tratadas pela medicina tradicional, não
convencional, “empírica”. Portanto, baseando-se numa certa tradição, em rituais
próprios da cultura, através de medicamentos naturais e outro tipo de
conhecimento empírico do mundo cultural africano, os médicos tradicionais
(sem formação médica universitária) conseguem curar certas doenças e afastar
certos perigos ou ameaças contra a comunidade.
O conhecimento empírico, “ametódico” e “assistemático”, usando as palavras de
Rampazzo (2004), embora de nível inferior ao conhecimento científico, ele não
deve ser ignorado, porque constitui a base do saber e é anterior à ciência. E
mais, o conhecimento empírico continua a ser uma fonte importante na
construção e desenvolvimento do conhecimento científico.
O conhecimento empírico passa a ser conhecimento científico quando se começa
a usar o método científico para verificar ou testar hipóteses provenientes da
experiência e do conhecimento empírico.
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em busca das causas mais profundas, indo além dos dados próximos e
experimentáveis” (Rampazzo, 2004, p. 22) (grifos do autor).
A filosofia é a ciência que estuda as causas últimas das coisas, ela procura
descobrir o sentido último de tudo por meio da razão. Segundo Rampazzo
(2004), “se as ciências procuram descobrir como agem as realidades materiais, a
filosofia tem como objectivo descobrir o porquê de tudo” (p. 22). Assim, a
análise filosófica interessa-se por uma variedade de problemas em que se
destacam os seguintes:
Problemas filosóficos
i) Cosmologia Estuda o mundo físico.
ii) Gnoseologia ou teoria Estuda o conhecimento.
do conhecimento
iii) Antropologia (está Estuda o homem (Quem é o homem? Para quê
subdivide-se em existimos? Qual é a finalidade da existência
antropologia cultural e humana?).
antropologia filosófica)
iv) Metafísica ou Estuda o ser e a realidade
ontologia (estuda o ser e a
realidade)
v) Ética (o bem e o mal Analisa e reflete o problema do bem e do mal.
moral)
vi) Política (organização Trata de questões relacionadas com a
da polis) organização da cidade “polis”.
vii) Pedagogia (educação) Procura analisar tudo o que pode tornar o
processo de ensino e aprendizagem uma mais
valia para o aprendente.
viii) Linguística Estuda a linguagem.
ix) Estética Estuda o belo, a natureza e a criatividade na arte.
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x) Lógica (subdivide-se Estuda a formação do conceito, o raciocínio
em lógica formal e lógica lógico e a argumentação.
material)
xi) Filosofia da Religião Estuda o problema de Deus e das religiões no
mundo.
xii) História da filosofia Procura estudar as várias correntes ou escolas
filosóficas que foram surgindo ao longo dos
tempos e o seu impacto no pensamento e no
desenvolvimento das sociedades.
Sociologia Sem ser propriamente uma ciência filosófica, a
sociologia ajuda a perceber a vida em sociedade e
analisar os factos e fenómenos sociais.
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projeto de investigação sobre as dificuldades de aprendizagem de computadores,
Gomes (2010) escreve o seguinte:
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v. Sistemático: conhecimento organizado, ordenado, consistente e coerente
nos seus elementos, os quais formam uma totalidade coerente e integrada
num sistema mais amplo;
vi. Metódico: conhecimento obtido através de procedimentos e estratégias
fiáveis, mediante planos metodológicos rigorosos;
vii. Comunicável: conhecimento claro e preciso na sua significação,
reconhecido e aceite pela comunidade científica;
viii. Analítico: procura ir além das aparências, procura entrar na complexidade
e na globalidade dos fenómenos; e
ix. Cumulativo: conhecimento que se ensaia, constrói e estrutura a partir dos
conhecimentos científicos anteriores (p. 18).
Alves (2012), por seu lado, fala das seguintes caraterísticas do conhecimento
científico:
i. Clareza: exposição clara e simples;
ii. Objetividade: evitar afirmações sem fundamentos;
iii. Consistência lógica: argumentação lógica;
iv. Economia: evitar material e informações desnecessárias, que não
sustentam a argumentação;
v. Evidência: as afirmações devem ser fundamentadas;
vi. Originalidade: inovação.
Teorias/leis
Teste
Método Hipóteses
dedutivo
Observação
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é absorvido pelo sujeito cognoscere através dos sentidos. Trata-se de analisar a
realidade enquanto fenómeno para chegar às teorias. Usa-se muitas vezes o
método indutivo em estudos exploratórios e o que se pretende é explorar,
estudar o assunto em profundidade, e chegar às leis gerais ou teorias. Os dois
métodos podem ser utilizados separadamente ou em simultâneo. As opções
dependem do objeto e dos propósitos do estudo que se pretende desenvolver.
Realidade
sensível
indutivo
gerais sensorial
Construção do
conhecimento
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3.1. Biblioteca tradicional
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Para além da biblioteca geral da universidade cada faculdade pode ter a sua
biblioteca específica ou setorial, com material bibliográfico próprio dos cursos
que leciona. Deste modo, a cada faculdade ou escola corresponde uma
biblioteca: biblioteca da faculdade de economia, biblioteca da faculdade de
direito, biblioteca da faculdade de psicologia, biblioteca da faculdade de
educação, biblioteca da faculdade de medicina, biblioteca da faculdade de
ciências humanas, etc.
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d) Sala de leitura. Sala reservada aos estudantes e investigadores desejosos
de aprofundar determinadas matérias de interesse académico ou pessoal.
Neste espaço os utentes estão proibidos de conversar, atender o telefone
ou fazer qualquer tipo de ruído. O silêncio é a palavra de ordem. É
fundamental que respeitemos os outros que querem estudar e/ou
investigar. Em muitas bibliotecas, normalmente, esta sala é alcatifada,
justamente para evitar o barulho dos sapatos sobretudo sapatos de sola
seca e as socas.
g) Zona ou sala de lazer. A biblioteca pode também ter uma zona de lazer
destinada para fumadores e outros utentes que queiram descontrair um
pouco ou dar um intervalo no seu trabalho de estudo e investigação. Este
espaço pode também oferecer serviços mínimos de bar.
Uso da biblioteca
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• Leitura. Podemos usar a biblioteca para ler material diverso até de forma
descontraída sem perturbar o silêncio dos demais utentes. A leitura pode
ser simples, diagonal ou mais profunda dependendo dos objetivos
perseguidos pelo estudante em cada fase da sua vida académica.
• Estudo. Refere-se ao estudo aprofundado de material de interesse
académico, estudo das unidades curriculares, preparação de exames, etc.
Muitos estudantes costumam usar com frequência a biblioteca para a
preparação das suas avaliações. Contudo, sublinhamos que não é um bom
hábito acelerar ou aprofundar o estudo pessoal apenas na época das
avaliações. No entanto, é perigoso e muito arriscado preparar as
avaliações na véspera ou procrastinar, estando na base dos muitos
insucessos escolares dos alunos universitários, referimo-nos aqui
sobretudo aos alunos do 1º ano. Para ter sucesso na universidade é
necessário estudar os conteúdos lecionados pelos professores todos os
dias. O sucesso escolar constrói-se quotidianamente com suor e sacrifício,
não é fruto do mero ocaso.
• Investigação. Esta talvez seja a utilização mais fina da biblioteca. Afinal,
o aparato bibliográfico da biblioteca permite percorrer vários autores para
construção do conhecimento. A ciência não nasce connosco, antes de nós
já muitos autores terão feitos ensaios e pesquisas sobre a problemática do
nosso estudo, ou, pelo menos, terão deixado algumas pistas que podem
interessar e engrossar o nosso trabalho. É neste sentido que se torna
crucial ler e procurar entender o pensamento dos autores que nos
antecederam. Porquê inventar a roda quando ela já existe? O melhor é
partir do que já existe em termos de ciência para construir o conhecimento
novo. A investigação deve ser um caminho que se faz com humildade, na
medida em que não sabemos nada e a descoberta na se faz com o
concurso do conhecimento produzido por outros cientistas. Investigar é
estar sempre a caminho, com os olhos bem abertos, para perceber o “real”
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e o “irreal” que mora na ciência de outros autores. Uma atitude de
fechamento e indiferença ao saber de outros paralisa e bloqueia a cadeia
de conhecimentos.
• Consultas rápidas. Um dos serviços prestados pela biblioteca é colocar à
disposição dos utentes informações atualizadas sobre o mundo,
particularmente, Angola, através dos jornais e revistas que devem ser
consultados com brevidade. Para além dos jornais podem ser consultados
rapidamente os dicionários, enciclopédias, revistas entre outros.
• Empréstimo de livros. A biblioteca normalmente empresta livros aos
estudantes e professores. Em muitos contextos universitários por falta de
segurança jurídica evita-se o empréstimo de livros aos estudantes.
• Serviço de cópias. Por último, a biblioteca pode sempre oferecer aos seus
utentes um serviço personalizado de cópias. Pois, estes sempre que o
desejarem têm à sua disposição várias máquinas copiadoras para
reproduzir material bibliográfico do seu interesse sem ultrapassar o
número de páginas exigível por causa dos direitos autorais.
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contratos com empresas detentoras de grandes bases de dados ou repertórios
com vários livros e revistas científicas de top que podem ser consultados em
tempo real pelos professores e alunos.
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As bibliotecas de um modo geral são lugares onde podemos encontrar o material
de precisamos para desenvolver um projeto de pesquisa. É lá onde se encontram
os livros e materiais afim que depois de selecionado de acordo com o tema da
nossa pesquisa fazer um levantamento bibliográfico.
Selecionado o material podemos elaborar as filhas bibliográficas e as fichas de
conteúdo. É nestas últimas que registamos a informação (textos ou ideias) útil
para a elaboração do trabalho científico. Assim, a citação acontece quando
utilizamos no nosso Trabalho Universitário ou Trabalho Científico textos e/ou
ideias extraídos da obra de um autor. Ela tem como principal objetivo enriquecer
a nossa investigação com argumentos de trabalhos já feitos na mesma área
temática por diferentes autores. As citações podem ser de duas formas: diretas e
indiretas conforme se pode ver na figura 1.
Citação direta
curta
Citação direta
Citação direta
longa
Citação
Citação indireta
por paráfrse
Citação indireta
Citação indireta
por condensação
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A citação direta ocorre quando transcrevemos para o nosso trabalho científico
um texto retirado da obra de um autor sem alterar as suas caraterísticas originais.
Quanto a extensão a citação pode ser curta ou longa.
De acordo com as normas da APA (7ª edição), a citação direta curta deve ter
menos de 40 palavras e fica inserida no texto entre aspas duplas, com a
indicação da fonte. Com um número de 40 ou mais palavras a citação é
considerada como citação direta longa. “É inserida em parágrafo próprio (em
bloco) e em espaço simples de entrelinhamento, com recuo de 4 cm da margem
esquerda, com letra menor que a do texto, sem aspas, com a indicação da fonte
de onde foi retirada.” (Cornelsen, 2012, p. 43)
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se apresenta e acrescentar, imediatamente após o erro, o termo sic entre
parênteses (Cornelsen, 2012, p. 43).
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citação indireta transcrevemos para o trabalho científico a(s) ideia(s) da obra de
um autor utilizando as nossas próprias palavras.
Não é fácil fazer uma citação indireta, porque, primeiro, temos de ler bem o
texto e o contexto do autor, interpretar as ideias do autor, tentar perceber quais
são realmente as ideias as suas, e só depois poderemos colocar as mesmas no
nosso trabalho científico. No entanto, a grande chamada de atenção que fazemos
aqui é a de que o citador nestes casos deve ser fiel ao pensamento ou às ideias
do autor contidos na sua obra sob pena de referir algo que o autor não disse. O
que seria um contrassenso ou desvirtuamento do pensamento do autor. Por isso,
todo cuidado é pouco ao fazer-se uma citação indireta.
A citação indireta por condensação acontece quando se extrai de uma obra com
várias páginas, parágrafos ou frases uma ou mais ideias por meio de uma
síntese. Se é comum fazer-se a citação indireta por paráfrase com textos mais
curtos na citação indireta por condensação usamos textos mais longos.
Quer na citação indireta por paráfrase quer na citação indireta por condensação
pode-se citar vários autores que referem a(s) mesma(s) ideia(s) no(s) seu(s)
trabalho(s). Para conseguir fazer esse tipo ligação entre os autores é necessário
ler e interpretar convenientemente os vários autores para perceber em que
aspetos ou ideias eles coincidem.
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Exemplo de citação indireta por paráfrase
Toda investigação começa sempre com o levantamento de um problema
(Almeida & Freire, 2007).
Para além das citações de acabamos de ver (citação direta e indireta) pode-se
também colocar no trabalho científico citação de citação.
A citação de citação pode ser direta (curta ou longa) e pode ser indireta (por
paráfrase ou por condensação).
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Porém, aconselha-se a evitar esse tipo de citações porque retiram alguma
qualidade ao trabalho científico na medida em que acabamos por citar obras que
não lemos e, às vezes, nem conhecemos, não tendo uma perceção mais
aprofundada das ideias do autor e do contexto da obra citada. O melhor será
sempre consultar a obra original e citá-la diretamente. Sobretudo em trabalhos
de mestrado e doutoramento desencoraja-se a utilização de citação de citação.
Exemplo:
Fernandes (2001a, 2001b, 2001c, 2001d) considera que...
Ou
Fernandes (2001c) afirma que...
36
- A ficha de conteúdo serve para escrever o conteúdo de uma obra que seja do
interesse do nosso estudo ou investigação. O conteúdo pode ser uma citação ou
uma referência (paráfrase).
Hoje as fichas ou ficheiros são guardados também no computador.
37
4.9. Tipologia de fichas bibliográficas
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Quer o plágio quer o autoplágio constituem uma fraude académica grave
estando em rota de colisão com os princípios da ética na investigação científica
e rutura total com os padrões internacionais de qualidade. Isto quer dizer que um
trabalho feito no âmbito universitário “plagiado” não tem qualidade e não tem
nenhum valor científico. O trabalho de fim de curso (monografia, dissertação,
tese) plagiado tem como consequência a anulação do trabalho por fraude e
desonestidade intelectual.
A Declaração dos Direitos do Homem, no seu artigo 27º, n.º 2 defende que
“todos têm direito à proteção dos interesses morais e materiais ligados a
qualquer produção científica, literária ou artística da sua autoria”. Portanto, em
nome dos direitos do autor fica vedada toda e qualquer tentativa de plágio e
autoplágio.
De acordo com a Unesco (1991), “todo indivíduo pode (...) reivindicar o
reconhecimento da sua qualidade de autor de uma dada obra, por exemplo em
caso de plágio, se um terceiro se atribuir indevidamente a paternidade” 1 (p. 32).
1
Ver também a Lei dos Direitos de Autor, art.º 31º e 32º.
39
Autor (Apelido, nomes), ano, título e subtítulo, número do volume (obras com
vários volumes) (número de edição caso não seja a 1ª). Cidade de edição:
Editora.
Exemplo:
a) Ordem
Exemplo:
40
Bell, J. (1997). Como realizar um projecto de investigação: Um guia para a
pesquisa em ciências sociais e da educação. Lisboa: Gradiva.
b) Coerência
De acordo com esta regra da coerência devemos seguir o mesmo padrão para
todas as referências bibliográficas.
41
Normas da APA, o correto é escrever o sobrenome do autor com minúsculas,
exceto obviamente a primeira letra do sobrenome (Ex. Fernando). Os títulos e
subtítulos umas vezes aparecem com letras normais, outras vezes com o itálico e
outras ainda com o negrito. Seguindo as Normas da APA, o correto é escrever o
título e subtítulo em itálico e sem aspas.
5.3. Grafia
• Autor: sobrenome em minúsculas e o(s) nome(s) abreviados (e.g. Afonso,
S. D.)
• Título e subtítulo: em itálico
• Demais elementos: em escrita corrente (cursivo)
Exemplo:
5.4. Interpontuação
Citação no final
Bourdieu, P., & Passeron, J.-C. (1964). Les héritiers: Les étudients et la culture.
Paris: Éditions de Minuit.
43
5.5.3. Obras de três ou mais autores
5.5.5. Autor-instituição
44
A coletânea é das obras mais complexas na elaboração de referências
bibliográficas. Uma coletânea contém várias obras menores que podem
corresponder a um capítulo ou um artigo, sendo que cada um deles tem o(s)
seu(s) próprio(s) autor(es). Ao elaborar esse tipo de referência devemos ter em
conta:
b) neste tipo de obras fica em itálico o título da obra maior e não o título do
capítulo ou parte da obra que podemos também chamar de obra menor.
Exemplo:
45
Carvalho, A. D. (2006). Dicionário de filosofia da educação. Porto: Porto
Editora.
Petot, J.-M. (2001). Insucesso (neurose de). In R. Doron & F. Parot (Dir.),
Dicionário de Psicologia (p. 428) (Gabinete de Tradução da Climepsi
Editores, Trad.). Lisboa: Climepsi.
46
Tumbula, S. H. (2010). Culturas organizacionais e liderança nas escolas: A
direção por valores em estudo de caso. (Tese de Mestrado). Universidade
Católica Portuguesa – Faculdade de Educação e Psicologia, Lisboa,
Portugal.
5.6.6. Legislação
47
Vatican II (1967). Constituição dogmática Lumen Gentium. In Concile
oecuménique Vatican II. Constitutions, Décrets, Déclarations. Paris:
Centurion.
Almeida, A., & Vieira, M. (2008). Insucesso escolar: O caso das transições para
o ensino superior. Actas do Congresso da Associação Portuguesa de
Demografia (pp. 1-15). https://slidex.tips/download/insucesso-escolar-o-
caso-das-transioes-para-o-ensino-superior-actas-do-congresso
48
Vol. Volume [como em Vol. 4]
Vols. Volumes [como em Vols. 1-4]
Nº Number (número)
Pt. Part (parte)
Rel. Tec. Technical Report (relatório
técnico)
Supl. Supplement (suplemento)
49
CAPÍTULO 6: TIPOLOGIA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS
6.1. Resumo
O resumo “é a contracção de um texto, mantendo a ordem de sequência das suas
ideias e o sistema de enunciação, reformulando o discurso e salvaguardando
uma rigorosa objectividade” (Soares, 2001, p. 11).
O resumo é também a apresentação concisa, do conteúdo de um artigo, livro,
etc., a qual, precedida de sua referência bibliográfica, visa esclarecer o leitor
sobre a conveniência de consultar o texto original (Dicionário de Língua
Portuguesa, 1999, p. 1757).
6.2. Recensão
a) Monografia
Características da monografia:
Trabalho escrito, sistemático e completo
Tema específico ou particular de um ramo do saber ou parte dela
Estudo pormenorizado e exaustivo, abordando vários aspetos e ângulos do
assunto em análise
Tratamento extenso em profundidade, mas não em alcance, nesse caso é
limitado
Utilização rigorosa dos procedimentos metodológicos
Contribuição significativa para a ciência (Markoni & Lakatos, 2003, p.
235).
b) Dissertação
52
científica. Neste sentido, ela exige uma pesquisa mais profunda e rigorosa de
revisão de literatura e estudo empírico.
Normalmente, o estudante é acompanhado por um Professor Doutor que
acompanha todos os trabalhos de investigação e, no final, após a defesa, é
comum os dois publicarem um artigo científico conjunto sobre a mesma
dissertação do mestrado.
c) Tese
53
Trata-se de informações apresentadas em conferências, congressos, simpósios,
seminários internacionais ou não e que podem ser publicadas posteriormente em
atas ou revistas científicas. É comum as universidades organizarem esse tipo de
eventos para partilhar o conhecimento que nelas se produz.
A comunicação normalmente tem a seguinte estrutura:
Introdução
Desenvolvimento
Conclusões
Referências bibliográficas
54
CAPÍTULO 7. ETAPAS DA ELABORAÇÃO DO TRABALHO
CIENTÍFICO (MONOGRAFIA, DISSERTAÇÃO, TESES)
7.1. Escolha do tema
Por exemplo:
55
perceção dos professores e alunos.
No sentido de tornar o tema ainda mais claro, precisa-se definir com clareza uma
pergunta de partida que pode desembocar em tantas outras questões de
investigação ou hipóteses, correspondendo cada uma delas a um objetivo
específico de investigação. A pergunta de partida ou o problema de investigação
constitui o cerne de uma investigação. Investiga-se para responder a perguntas
que necessitam de uma solução.
Exemplo:
56
identificar os avanços, sombras, lacunas e recuos na investigação de um
determinado tema.
57
indique o orientador tendo em conta a área ou linhas de investigação de cada
professor.
O orientador deve trabalhar com o aluno essencialmente os aspetos sobre a
problemática escolhida e sobre os aspetos técnicos que envolvem a metodologia
do trabalho científico. É importante referir isto porque muitos estudantes podem
pensar que o orientador é também o corretor do trabalho em termos de língua
portuguesa, o que não é verdade. Para as questões de correção do texto e outros
aspetos gráficos cada estudante deve procurar um amigo crítico (uma pessoa
formada que lê e corrige o trabalho) ou mesmo uma empresa para que se ocupe
destes detalhes gráficos do trabalho científico. Deste modo, aproveita-se melhor
o tempo do orientador que deve ser dedicado à leitura e compreensão das
diferentes teses defendidas no trabalho, discuti-las com o estudante, aprofundar
a bibliografia quando for necessário, e ajustar as questões técnicas e
metodológicas da investigação.
Por outro lado, é sempre possível e em qualquer momento pedir a substituição
do orientador por incompatibilidades de vária ordem (falta de tempo da parte do
orientador, falta de alinhamento entre estudante e orientador relativamente ao
tema escolhido e ao tipo de abordagem metodológica entre outros), assim como
o orientador também pode desistir do estudante pelos mesmos motivos ou
outros. A Faculdade/ Departamento no âmbito da sua gestão dos trabalhos finais
deverá estar preparada e precavida para eventuais situações de conflito e
desalinhamento através do seu Regulamento de Elaboração dos Trabalhos Finais
ou do seu Conselho Científico.
Uma última palavra sobre o orientador, este exerce um grande papel no
desenvolvimento do trabalho final, mas o verdadeiro artífice do trabalho final é
o estudante. Por mais que argumentemos o contrário, o estudante é insubstituível
e o sucesso da realização de todo o processo de investigação e da redação do
trabalho final dependem grandemente do seu envolvimento intelectual e
emocional. Salvo situações estranhas em que o orientador se transforma num
58
grande obstáculo ao avanço do trabalho científico do estudante porque não o
acompanha, não lê atempadamente os materiais que lhe são enviados pelo
estuante, retarda a aprovação dos instrumentos de recolha de dados, enfim,
quando o professor não se predispõe a dar um feedback regular e frequente ao
estudante relativamente às matérias relacionas com o trabalho científico de fim
de curso. Este comportamento do orientador para além de configurar falta de
profissionalismo é também anti-ético e contraproducente para o estudante a
comunidade científica local e universal.
60
ou não podem ser alcançados, ou quando a necessidade do projeto
deixar de existir. Um projeto também poderá ser encerrado se o
cliente (cliente, patrocinador ou financiador) desejar encerrá-lo.
Temporário não significa necessariamente de curta duração. O
termo se refere ao engajamento do projeto e à sua longevidade. O
termo temporário normalmente não se aplica ao produto, serviço ou
resultado criado pelo projeto; a maioria dos projetos é empreendida
para criar um resultado duradouro. Por exemplo, um projeto de
construção de um monumento nacional criará um resultado que
deverá durar séculos. Os projetos também podem ter impactos
sociais, econômicos e ambientais que terão duração mais longa que
os projetos propriamente ditos (p. 1).
i. Filiação institucional
ii. Identificação pessoal
iii. o tema,
iv. a pergunta de partida e outras questões de investigação ou hipóteses,
v. os objetivos gerais e específicos,
vi. o referencial teórico ou revisão de literatura
vii. Metodologia
viii. o campo de estudo,
ix. a população, a amostra e os informantes do estudo,
x. os resultados esperados e
xi. O esquema/ sumário provisório do trabalho
xii. o cronograma de atividades
61
Ocasionalmente, o projeto da monografia de licenciatura poderá ser
apresentado e defendido publicamente pelo investigador, diante dos
colegas e do professor de seminário de fim de curso, fundamentalmente,
Numa tese de doutoramento a defesa do projeto torna-se obrigatória e
condiciona a continuidade dos estudos de doutoramento,
O projecto do trabalho científico é sempre provisório, contingente,
instável e alterável a qualquer momento, fruto das leituras e outras
novidades que possam surgir ao longo da investigação.
7.6. Aprovação do projeto de investigação pelo Comité de Ética da
Instituição de Ensino Superior
Está é a fase mais dura, mas também a mais emocionante e criativa do trabalho
científico. Trata-se de recolher todo o conteúdo disponível e de interesse
relevante para a investigação. Por outro lado, esta fase permite montar ou
adaptar os instrumentos de recolha de dados e sua aplicação no campo.
Esta fase do processo de investigação exige muita organização, domínio das
técnicas de leitura, interpretação, resumos e capacidade de análise de conteúdos
da parte do investigador. É fundamental saber selecionar e relacionar o material
bibliográfico para o trabalho científico. Normalmente, encontramos muitos
materiais em bibliotecas e várias bases de dados digitais, o que obriga o
62
pesquisador a fazer uma triagem de todos esses materiais selecionando aqueles
que mais interessam à pesquisa e que ajudam a responder a questão de partida.
Todo cuidado é pouco porque, tendencialmente, sobretudo quando não se tem
muita experiência em matéria de investigação, o pesquisador pensa que deve
aproveitar tudo. E isto não é possível. É necessário descartar sempre alguns
materiais do leque de conteúdos encontrados.
Para a organização dos elementos bibliográficos recolhidos pode-se usar as
fichas bibliográficas e as fichas de conteúdo ou armazenar todo o material no
computador. A experiência diz-nos que nem sempre será possível colocar
imediatamente todo o conteúdo no computador, por isso, as fichas ou cadernos
de apontamentos são sempre instrumentos úteis para o registo de informação
bibliográfica.
Quando bem feita a recolha de material bibliográfico conduz a elaboração da
revisão de literatura ou enquadramento teórico da investigação.
63
metodologia quantitativa e da metodologia qualitativa. Em cada uma das três
metodologias aqui apresentadas o investigador deverá decidir, com a ajuda do
seu orientador, que instrumentos de recolha de dados serão mais pertinentes,
úteis e eficazes para responder as questões de investigação levantadas.
64
Depois de recolher os dados e armazena-los no computador ou pen drive vem a
etapa do tratamento dos dados. Este tratamento depende da metodologia usada
para o estudo. É muito comum usar-se o SPSS para a organização e tratamento
dos dados quantitativos e o MAXQDA e o Nvivo e também o Excel, para o
tratamento de dados qualitativos. Seja qual for a metodologia e software
utilizados no tratamento de dados empíricos o mais importante é nunca perder
de vista os objetivos ou as questões de investigação que orientam toda a
pesquisa. Portanto, os dados devem ser apresentados na sua forma original,
conforme foram coletados, categorizados e discutidos em função da revisão de
literatura efetuada, antes de retirar as conclusões que daí se depreendem.
65
Parte pré-textual – capa (sem paginação), folha de rosto, termo de compromisso,
dedicatória, agradecimentos, resumo, abstract, índice, lista de tabelas, lista de
figuras, siglas e abreviaturas. Aqui a numeração das páginas é romana e começa
com a folha de rosto (i).
Parte textual – começa com a introdução e termina com a conclusão da pesquisa
e as referências bibliográficas. A numeração é árabe (1) e vai até a última página
das referências bibliográficas. Nesta parte do trabalho encontramos a revisão de
literatura ou enquadramento teórico, a metodologia de investigação, os
resultados, a discussão dos resultados e as conclusões.
Parte pós-textual –apêndices (elaborado pelo próprio autor) e anexos (elaborado
por terceiros). Os apêndices e anexos não devem conter número de páginas.
67
3. Os benefícios aos participantes foram superiores a algum risco potencial ou
desconforto real que eles experimentaram? Os benefícios para a sociedade foram
maiores do que o risco para os participantes?
4. Algum tipo de coerção ou influência danosa foi utilizada no recrutamento dos
participantes? Eles tiveram o direito de recusar-se a participar ou de desistir sem
qualquer punição?
5. Os participantes foram enganados de algum modo? Eles estavam totalmente
cientes de que estavam participando de um estudo, e compreenderam a
finalidade e a natureza do estudo?
6. Os procedimentos de consentimento informado utilizados para todos os
participantes foram apropriados? Se não, as razões foram válidas e justificáveis?
7. Foram tomadas medidas válidas para proteger a privacidade dos
participantes? Como foi mantida a confidencialidade? Foi obtido um certificado
de confidencialidade – e, se não, deveria ter sido obtido algum?
8. Os grupos vulneráveis foram incluídos na pesquisa? Se sim, foram tomadas
precauções especiais devido à vulnerabilidade deles?
9. Foram omitidos grupos na pesquisa sem uma justificativa racional, como
mulheres (ou homens) ou minorias?
68
Art. 32, n.º 2: “A lei estabelece as garantias efectivas contra a obtenção e a
utilização, abusivas ou contrárias à dignidade humana, de informações relativas
às pessoas e às famílias”.
Art. 36, n.º 1: “Todo o cidadão tem direito à liberdade física e à segurança
individual”.
Art. 36, n.º 2: “Ninguém pode ser privado da liberdade, excepto nos casos
previstos pela Constituição e pela lei”.
Art. 36, n.º 3: “O direito à liberdade física e à segurança individual envolve
ainda:
a) o direito de não ser sujeito a quaisquer formas de violência por
entidades públicas ou privadas; (...)
c) o direito de usufruir plenamente da sua integridade física e psíquica;
d) o direito à segurança e controlo sobre o próprio corpo;
e) o direito de não ser submetido a experiências médicas ou científicas
sem consentimento prévio, informado e devidamente fundamento”.
O trabalho científico produzido com rigor e ciência deve ser divulgado e deve
estar ao serviço da comunidade. Se entendermos que uma investigação procura
sempre resolver um problema ou responder uma questão que suscita dúvidas e
preocupações da parte da sociedade ou de uma organização, pessoa, entre
outros, o descobrimento da solução não pode ser ocultado. Imaginem, no
contexto da covid-19, descobrir uma vacina muito mais eficaz do que as que até
agora foram administradas e não comunicar esse resultado a toda comunidade.
Seria, no mínimo, irracional e sem sentido. Por este e outros motivos o
conhecimento científico deve ser partilhado com todos. A produção e a
comunicação de novos conhecimentos geram debates nos circuitos académicos e
69
é a partir daí que emergem novos investigadores e novas soluções para os
problemas suscitados pela sociedade complexa em que vivemos. As principais
vias de comunicação de conhecimento são os repertórios universitários onde são
colocados os trabalhos finais defendidos pelos estudantes, as bibliotecas, as
revistas científicas, os congressos, seminários ou colóquios, os jornais, entre
outros. Mais atrás debruçamo-nos sobre a tipologia dos trabalhos científicos que
são os meios privilegiados de transmissão e comunicação de conhecimentos.
70
REFERÊNCIAS
Eco, U. (2015). Como se faz uma tese em ciências humanas (A. F. Bastos & L.
Leitão, Trads.) (19ª ed.). Lisboa: Editorial Presença.
Fortin, M.-F., Côté, J., & Filion, F. (2009). Fundamentos e etapas do processo
de investigação (N. Salgueiro, Trad.). Lusodidacta.
71
Gomes, A. J. (2010). Dificuldades de aprendizagem de computadores:
Contributos para a sua compreensão e resolução, Tese de doutoramento.
Universidade de Coimbra: Faculdade de Ciências e Tecnologia –
Departamento de Engenharia Informática. Coimbra, Portugal.
Le Nouveau Petit Robert (1993). Paris : Dictionnaires Le Robert.
Novo Aurélio Século XXI: Dicionário de Língua Portuguesa (1999, 3ª ed. Rer. e
Ampl. ). Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
72
Torre, M. (2010). Metodologia do trabalho científico (Fascículo, inédito).
Luanda: Universidade Católica de Angola.
Traldi, M. C. & Dias, R. (2011). Monografia passo a passo (7ª ed. Rev. Amp.).
Campinas: Alínea.
Unesco (1991). ABC do direito de autor (W. Ramos, Trad.). Lisboa: Presença.
73
Apêndice 1: Dicas para elaboração do trabalho de fim de curso
Estrutura da monografia
A monografia pode ter a seguinte estrutura:
74
ii. Parte textual: Corpo do trabalho
Introdução
Parte I: Revisão de literatura
Parte II: Metodologia
Parte III: Resultados
Conclusão
Referências Bibliográficas
Para os alunos que optam por fazer apenas uma monografia de cariz teórico, não
precisam apresentar o trabalho de investigação com a estrutura que acabamos de
indicar. A monografia de cariz teórico poderá ter a seguinte estrutura:
75
76
CAPA
Por
(Nome do estudante)
77
Mês, Ano
78
ROSTO
79
Mês, Ano
Termo de compromisso
O estudante......................................................................................., abaixo
assinado, do curso de Licenciatura em......................................................,
matriculado na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica de
Angola, sob o nº.........................., declara que o conteúdo do Trabalho de
Conclusão do Curso intitulado (título da
monografia).........................................................................., é autêntico, original
e de sua autoria.
80
Dedicatória
81
Agradecimentos
82
Resumo (máximo 200 palavras)
83
Abstract
Key Words
84
ÍNDICE GERAL
Termo de
compromisso............................................................................................................
i
Agradecimentos
Dedicatória
Resumo....................................................................................................................
.................iv
Abstract
Índice de quadros
Índice de figuras
Abreviaturas
siglas..............................................................................................................viii
Introdução................................................................................................................
.................1
Parte I: Revisão de
literatura...................................................................................................4
1.
2.
3.
Parte II:
Metodologia.............................................................................................................
.25
85
1.
2.
3.
4.
Parte III:
Resultados...............................................................................................................
32
1.
2.
3.
4.
Conclusão................................................................................................................
................48
Referências
Bibliográficas.....................................................................................................50
86
Apêndice 2: Dicas para elaboração do Trabalho Universitário (TU)
Estrutura do TU
O TU pode ter a seguinte estrutura:
87
CAPA
88
Mês, Ano
ROSTO
89
Mês, Ano
90