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Luanda, 2022
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Índice
Advertência .................................................................................................................................................. 4
Introdução .................................................................................................................................................... 5
5. Fontes de pesquisa................................................................................................................................. 21
5.1. Biblioteca tradicional ............................................................................................................................ 21
5.2. Biblioteca virtual ................................................................................................................................... 24
2
9.5.5. Autor-instituição ............................................................................................................................ 37
9.5.6. Obras sem autor ............................................................................................................................. 37
9.6. Diversos tipos de obras quanto a natureza ........................................................................................ 38
9.6.1. Coletânea (referência de parte da obra) ..................................................................................... 38
9.6.2. Dicionários de especialidade ....................................................................................................... 38
9.6.3. Artigos de revista ........................................................................................................................... 39
9.6.4. Artigos de jornais ........................................................................................................................... 39
9.6.5. Monografias, dissertações e teses................................................................................................ 39
9.6.6. Legislação ........................................................................................................................................ 40
9.6.7. Documentos do Magistério da Igreja Católica ......................................................................... 40
9.6.8. Documentos eletrónicos ............................................................................................................... 40
9.7. Abreviaturas na lista das referências bibliográficas......................................................................... 40
9.8. Outras abreviaturas ............................................................................................................................... 41
12. Principais elementos da estrutura do trabalho científico (monografia, dissertação, teses) .......... 56
Referências ................................................................................................................................................. 59
3
Apêndice 2: Dicas para elaboração do Trabalho Universitário (TU) .................................................... 72
Advertência
4
Introdução
5
esperança. Alguns países como o Reino Unido, a China, a Rússia, a Alemanha, EUA,
com o trabalho dos seus investigadores, conseguiram encontrar uma vacina para o
Covid-19. Portanto, tudo isto prova o quão importante é aprender a investigar através
do método científico.
Estes apontamentos foram elaborados pensando essencialmente nos alunos dos cursos
de licenciatura, que algo titubeante sonham com a obtenção de uma formação superior
sólida, e visam fornecer um conjunto de técnicas, procedimentos e estratégias de
realização de trabalhos de investigação científica no contexto universitário.
Estes apontamentos não deverão dispensar os alunos de consultarem outros materiais
de metodologia de investigação científica disponíveis nas bibliotecas. Não se tratando
de um trabalho acabado, esperamos receber o contributo de todos e de cada um no
intuito de melhorarmos estes apontamentos.
Este manual constitui uma primeira parte da unidade curricular de metodologia de
investigação científica. Contém elementos que poderão ajudar os estudantes a
estruturar o trabalho escrito universitário com uma base científica. As várias unidades
escalonadas aqui procuram oferecer regras, técnicas e estratégias de elaboração de
trabalhos científicos consistentes e que cumprem os padrões internacionais.
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1. A missão da universidade
i. ensino: a graduação (1º ciclo da formação universitária), com quatro a cinco anos, é
uma sequência do ensino médio. O principal propósito da graduação (licenciatura)
que consiste em aprofundar os conhecimentos adquiridos no ensino não superior e
dotar os alunos de outros conhecimentos e competências profissionais para
desenvolverem através de um ramo do saber (pedagogia, direito, medicina geral,
medicina dentária, fisioterapia, psicologia, línguas e administração, engenharia,
sociologia, antropologia, história, enfermagem, nutrição, contabilidade e auditoria,
gestão e contabilidade, gestão e marketing, gestão de recursos humanos, ciências da
comunicação, jornalismo, cinema, economia, etc.) uma atividade útil em prol da
sociedade. Esta fase de estudos exige um aprofundamento rigoroso das várias
unidades curriculares que são lecionadas e, nalguns cursos, termina com a defesa de
uma monografia que nada mais é senão a investigação e discussão de uma questão de
interesse científico, atual, cuja solução representa um avanço para a ciência.
ii. a investigação: embora seja importante iniciar os alunos dos cursos de licenciatura
na pesquisa científica de qualidade, o domínio da investigação está mais virado para
os cursos de pós-graduação: lato sensu (MBA e outras pós-graduações) e stricto sensu
(mestrado e doutoramento).
7
no sentido de proporcionar os destinatários oportunidades ímpares de
aperfeiçoamento profissional apesar de não conferir qualquer tipo de título ou grau
académico. O MBA pode ser considerado lato sensu ou stricto sensu. Depende da
legislação de cada País. Em Angola o MBA está valorizado no sentido lato sensu ou seja
não confere título nem grau académico.
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ideias, conceitos, técnicas, instrumentos e estratégias eficazes para a realização de uma
investigação científica que produza conhecimento novo e inovador. De modo
específico, pretende-se que os estudantes sejam capazes de dominar os vários
conceitos de metodologia científica, os diferentes tipos de conhecimento, aprendam a
usar a biblioteca física e virtual, a fazer citações diretas e indiretas, a usar as fichas
bibliográficas e fichas de conteúdo, a elaborar as referências bibliográficas, a identificar
os diferentes tipos de trabalhos académicos, a dominar os passos a dar na elaboração
do trabalho científico, saber fazer uma pesquisa científica, dominar os vários métodos
e técnicas de investigação científica, aplicar os princípios éticos na investigação
científica entre outros.
Assim, este trabalho que agora apresentamos está estruturado em cinco capítulos.... O
primeiro capítulo aborda ...
2. Importância da investigação
9
ü Quais são os fatores de sucesso escolar no 1º ano da universidade na perspetiva
de professores e alunos?
ü Quais são os fatores associados ao grau de stress dos estudantes que perderam
o emprego devido a pandemia do covid-19?
ü Que razões levam os alunos do 1º ano da universidade a cabularem nos exames?
ü Será que há uma censura de tipo ideológica nos programas da TPA?
ü Quais são os níveis de motivação dos funcionários da empresa A em pleno
período de pandemia da covid-19?
ü Quais são as consequências legais do facto das mulheres grávidas serem
discriminadas no processo de seleção de novos funcionários numa empresa?
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O conceito de metodologia científica remete-nos para análise de dois termos:
metodologia e ciência. A palavra metodologia é de origem grega Methodos
(methà+odon) e significa: caminho para chegar a um fim. Ciência significa
conhecimento, e pode designar “o conjunto de conhecimentos precisos e
metodicamente ordenados em relação a determinado domínio do saber” (Rampazzo,
2004, p. 13).
Metodologia científica é o conjunto de técnicas, regras e procedimentos estratégicos,
rigorosos, devidamente sistematizados, que orientam e facilitam a pesquisa e a
elaboração de trabalhos científicos.
Segundo Rampazzo (2004, p. 13) a metodologia científica pode ser entendida também
como “aquela disciplina que ensina o ‘caminho’, quer dizer, as normas técnicas que
devem ser seguidas na pesquisa científica”.
A investigação científica pode ainda ser definido como “um processo sistemático que
assenta na colheita de dados observáveis e verificáveis, retirados do mundo empírico,
isto é, do mundo que é acessível aos nossos sentidos, tendo em vista descrever,
explicar, predizer ou controlar fenómenos” (Fortin, Côté & Filion, 2009, p. 4).
O processo de investigação “consiste em examinar fenómenos com vista a obter
respostas a questões determinadas que se deseja aprofundar. A investigação científica
distingue-se de outros tipos de aquisição de conhecimentos pelo seu carácter
sistemático e rigoroso” (Fortin, Côté & Filion, 2009, p. 4).
Podemos ainda dizer que “a pesquisa é uma atividade de investigação capaz de
oferecer (e, portanto, de produzir) um conhecimento novo a respeito de uma área ou de
um fenómeno, sistematizando-o em relação ao que já se sabe a respeito da área ou
fenómeno” (Rampazzo, 2004, p. 14).
4. Tipos de conhecimento
Segundo o dicionário francês Le Nouveau Petit Robert (1993), conhecer é apreender pelo
espírito, ter presente no espírito (um objeto de pensamento que identificamos e que
consideramos real); é poder afirmar a existência de algo.
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De acordo o Dicionário de Língua Portuguesa (2013), podemos definir o conhecimento
como sendo a faculdade de conhecer, a relação direta que se toma de alguma coisa,
noção, informação, a experiência, o domínio teórico e/ou prático de determinada área.
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D. “Conteúdo do conhecimento no sentido B. Muito frequente, sobretudo no
plural: os conhecimentos humanos, etc.” (Lalande, 1999, p. 193).
Para Kant, o conhecimento “não é fruto nem do sujeito nem do objeto, mas síntese da
ação combinada do sujeito e do objeto” (Mondin, 2003, p. 202).
Popular/
empírico
Científico
Tipos de Filosóifico
conhecimento
Teológico
13
Figura 1 - Tipos de conhecimento
14
que interessam a reflexão humana, iluminada pela razão, e em busca das causas mais
profundas, indo além dos dados próximos e experimentáveis” (Rampazzo, 2004, p. 22)
(grifos do autor).
A filosofia é a ciência que estuda as causas últimas das coisas, ela procura descobrir o
sentido último de tudo por meio da razão. Segundo Rampazzo (2004), “se as ciências
procuram descobrir como agem as realidades materiais, a filosofia tem como objectivo
descobrir o porquê de tudo” (p. 22). Assim, a análise filosófica interessa-se por uma
variedade de problemas em que se destacam os seguintes:
Problemas filosóficos
i) Cosmologia Estuda o mundo físico.
ii) Gnoseologia ou teoria do Estuda o conhecimento.
conhecimento
iii) Antropologia (está subdivide-se Estuda o homem (Quem é o homem? Para quê existimos? Qual
em antropologia cultural e é a finalidade da existência humana?).
antropologia filosófica)
iv) Metafísica ou ontologia (estuda o Estuda o ser e a realidade
ser e a realidade)
v) Ética (o bem e o mal moral) Analisa e reflete o problema do bem e do mal.
vi) Política (organização da polis) Trata de questões relacionadas com a organização da cidade
“polis”.
vii) Pedagogia (educação) Procura analisar tudo o que pode tornar o processo de ensino e
aprendizagem uma mais valia para o aprendente.
viii) Linguística Estuda a linguagem.
ix) Estética Estuda o belo, a natureza e a criatividade na arte.
x) Lógica (subdivide-se em lógica Estuda a formação do conceito, o raciocínio lógico e a
formal e lógica material) argumentação.
xi) Filosofia da Religião Estuda o problema de Deus e das religiões no mundo.
xii) História da filosofia Procura estudar as várias correntes ou escolas filosóficas que
foram surgindo ao longo dos tempos e o seu impacto no
pensamento e no desenvolvimento das sociedades.
Sociologia Sem ser propriamente uma ciência filosófica, a sociologia ajuda
a perceber a vida em sociedade e analisar os factos e fenómenos
sociais.
15
A filosofia estuda todas estas questões supramencionadas através do método racional,
indo até às causas últimas. É uma reflexão que vai além das conceções das tradições
culturais, da fé e crenças e do saber científico. Por isso, a filosofia é a mãe de todas as
ciências. Pois, ela se ocupa de todo o conhecimento e de todas as ciências e procura
ultrapassá-las no alcance da sua reflexão. Em suma, o conhecimento filosófico ocupa-
se de tudo por meio do método racional. A filosofia é a ciência dos porquês, ela procura
indagar o princípio e o fim último de todas as coisas.
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e à vida em sociedade. Vivemos e nos movemos em torno da fé. As nossas culturas
apresentam-se como um conjunto de costumes, tradições e crenças. Acredita-se no
feitiço, no poder de bênção e maldição dos mais velhos e dos mortos (antepassados).
Outrossim, acredita-se nas pessoas, nos negócios, nos contratos e não só. A boa fé é
justamente um dos princípios estruturantes do direito. E a falta dela pode indiciar a
prática de um crime. Por exemplo: agir de má fé num contrato de compra e venda ou
num contrato-promessa. Dar o dito pelo não dito.
Pode-se também afirmar que a fé está presente de alguma maneira na ciência, pois,
muitos cientistas avançam para determinados projetos de investigação acreditando
numa ideia que a priori não se pode comprovar... mas às vezes, graças a fé, os mesmos
projetos atingem níveis de sucesso inesperados. Num projeto de investigação sobre as
dificuldades de aprendizagem de computadores, Gomes (2010) escreve o seguinte:
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4.4. Conhecimento científico
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v. Sistemático: conhecimento organizado, ordenado, consistente e coerente nos
seus elementos, os quais formam uma totalidade coerente e integrada num
sistema mais amplo;
vi. Metódico: conhecimento obtido através de procedimentos e estratégias fiáveis,
mediante planos metodológicos rigorosos;
vii. Comunicável: conhecimento claro e preciso na sua significação, reconhecido e
aceite pela comunidade científica;
viii. Analítico: procura ir além das aparências, procura entrar na complexidade e na
globalidade dos fenómenos; e
ix. Cumulativo: conhecimento que se ensaia, constrói e estrutura a partir dos
conhecimentos científicos anteriores (p. 18).
Alves (2012), por seu lado, fala das seguintes caraterísticas do conhecimento científico:
i. Clareza: exposição clara e simples;
ii. Objetividade: evitar afirmações sem fundamentos;
iii. Consistência lógica: argumentação lógica;
iv. Economia: evitar material e informações desnecessárias, que não sustentam a
argumentação;
v. Evidência: as afirmações devem ser fundamentadas;
vi. Originalidade: inovação.
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através de instrumentos, técnicas e estratégias científicas apropriadas. Pode-se
escolher um grupo de crianças desnutridas (grupo de experimento) e um grupo de
crianças nutridas (grupo de controlo). O teste consistiria em nutrir o grupo de
experimento e ver se o seu rendimento aumenta, se aproxima ou iguala o rendimento
do grupo de controlo. Portanto, graças a um procedimento dedutivo através do teste
de hipóteses se poderia confirmar ou infirmar aquela teoria.
Teorias/leis
Teste
Método Hipóteses
dedutivo
Observação
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Realidade
sensível
indutivo
gerais sensorial
Construção do
conhecimento
5. Fontes de pesquisa
21
destinados para a consulta dos utentes. Os utentes no contexto universitário são
normalmente os alunos e os professores, mas em âmbito mais alargado incluem os
funcionários públicos e privados e outras pessoas ou entidades interessadas.
Para além da biblioteca geral da universidade cada faculdade pode ter a sua biblioteca
específica ou setorial, com material bibliográfico próprio dos cursos que leciona. Deste
modo, a cada faculdade ou escola corresponde uma biblioteca: biblioteca da faculdade
de economia, biblioteca da faculdade de direito, biblioteca da faculdade de psicologia,
biblioteca da faculdade de educação, biblioteca da faculdade de medicina, biblioteca
da faculdade de ciências humanas, etc.
A biblioteca comporta vários espaços que importa conhecer para facilitar o acesso aos
seus serviços. Dentre estes espaços merecem destaque:
a) A sala de depósito. É a sala onde ficam armazenados através das várias estantes
os livros e material afim devidamente ordenados e catalogados. De salientar
22
que os livros só vão para o depósito depois de passarem pela sala de tratamento
e catalogação das obras.
b) Sala de catálogo. Nesta sala encontramos o catálogo por autor, título, assunto,
editora, ano, etc. Através do catálogo o estudante pesquisa o material
bibliográfico de que necessita para o seu estudo e/ou investigação. Este
catálogo pode ser consultado online em muitas bibliotecas do mundo.
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g) Zona ou sala de lazer. A biblioteca pode também ter uma zona de lazer destinada
para fumadores e outros utentes que queiram descontrair um pouco ou dar um
intervalo no seu trabalho de estudo e investigação. Este espaço pode também
oferecer serviços mínimos de bar.
Uso da biblioteca
• Leitura. Podemos usar a biblioteca para ler material diverso até de forma
descontraída sem perturbar o silêncio dos demais utentes.
• Estudo. Refere-se ao estudo aprofundado de material de interesse académico,
estudo das unidades curriculares, preparação de exames, etc.
• Investigação. Esta talvez seja a utilização mais comum da biblioteca. Afinal, o
aparato bibliográfico da biblioteca permite percorrer vários autores para
construção do conhecimento.
• Consultas rápidas. Um dos serviços prestados pela biblioteca é colocar à
disposição dos utentes informações atualizadas sobre o mundo,
particularmente, Angola, através dos jornais e revistas que devem ser
consultados com brevidade.
• Empréstimo de livros. A biblioteca normalmente empresta livros aos estudantes
e professores. Em muitos contextos universitários por falta de segurança
jurídica evita-se o empréstimo de livros aos estudantes.
• Serviço de cópias. Por último, a biblioteca pode sempre oferecer aos seus utentes
um serviço personalizado de cópias. Pois, estes sempre que o desejarem têm à
sua disposição várias máquinas copiadoras para reproduzir material
bibliográfico do seu interesse sem ultrapassar o número de páginas exigível por
causa dos direitos autorais.
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tradicionalistas da realidade procurando nas diversas fases da história trazer novos
modus vivendi e de interpretação que acabam por influenciar e desafiar a nossa maneira
habitual de ver e refletir a realidade. O surgimento dos computadores, smartphone e da
internet criaram um novo mundo no que a indústria livresca diz respeito. Através de
um computador ou smartphone ligados à internet podemos ter acesso a milhares de
documentos digitais úteis para desenvolver qualquer tipo de projeto investigativo.
Acresce-se ainda o facto de muitas universidades pelo mundo estabelecerem
protocolos ou contratos com empresas detentoras de grandes bases de dados ou
repertórios com vários livros e revistas científicas de top que podem ser consultados
em tempo real pelos professores e alunos.
Este novo cenário global trouxe consequências muito positivas para os investigadores
que não precisam deslocar-se, programar viagens para o exterior do país, gastar soma
avultadas com a compra de livros. Apesar de nem todos os alunos e professores
possuírem recursos financeiros para a aquisição de um computador ou smartphone
ligados à internet parece evidente que hoje o conhecimento está mais ao dispor de
todos do que no passado, não importando o espaço físico ou geográfico nem o
momento de consulta das obras.
Se o conhecimento está à disposição de todos, não é menos verdade que muitos utentes
(estudantes e pesquisadores) não conseguem encontrar o material bibliográfico que
procuram para o seu trabalho. Na verdade, a pesquisa exige uma certa
iniciação/aprendizagem que conduz os alunos a descobrir as fontes de pesquisa e dos
documentos importantes para o seu trabalho de investigação. E a falta desta iniciação
ou a falta de conhecimento e domínio das fontes bibliográficas acarreta consequências
negativas que se podem traduzir numa pesquisa científica menos conseguida. Por
outro lado, é fundamental ter algum cuidado com a seleção do material bibliográfico
numa pesquisa científica. Nem tudo serve para a nossa pesquisa científica. Devemos
selecionar os autores de referência da área, os artigos e os livros mais recentes sobre a
temática que estamos a tratar. Uma estratégia seguida por muitos autores no intuito
de tornar a bibliografia da sua investigação de reconhecido valor consubstancia-se na
tomada de decisão de utilizar só e apenas obras de Revistas indexadas.
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6. Citações no trabalho científico
Citação direta
curta
Citação direta
Citação direta
longa
Citação
Citação indireta
por paráfrse
Citação indireta
Citação indireta
por condensação
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A citação direta ocorre quando transcrevemos para o nosso trabalho científico um
texto retirado da obra de um autor sem alterar as suas caraterísticas originais. Quanto
a extensão a citação pode ser curta ou longa.
De acordo com as normas da APA (7ª edição), a citação direta curta deve ter menos de
40 palavras e fica inserida no texto entre aspas duplas, com a indicação da fonte. Com
um número de 40 ou mais palavras a citação é considerada como citação direta longa.
“É inserida em parágrafo próprio (em bloco) e em espaço simples de entrelinhamento,
com recuo de 4 cm da margem esquerda, com letra menor que a do texto, sem aspas,
com a indicação da fonte de onde foi retirada.” (Cornelsen, 2012, p. 43)
27
Exemplo de citação direta longa
Segundo Cornelsen (2012), a citação indireta pode ser apresentada de duas formas: por
paráfrase e por condensação.
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A citação indireta por paráfrase permite expressar a ideia do autor mantendo a citação
praticamente com o mesmo número de palavras que o original. Normalmente, ocorre
quando se transforma uma citação direta curta em citação indireta.
A citação indireta por condensação acontece quando se extrai de uma obra com várias
páginas, parágrafos ou frases uma ou mais ideias por meio de uma síntese. Se é comum
fazer-se a citação indireta por paráfrase com textos mais curtos na citação indireta por
condensação usamos textos mais longos.
Quer na citação indireta por paráfrase quer na citação indireta por condensação pode-
se citar vários autores que referem a(s) mesma(s) ideia(s) no(s) seu(s) trabalho(s). Para
conseguir fazer esse tipo ligação entre os autores é necessário ler e interpretar
convenientemente os vários autores para perceber em que aspetos ou ideias eles
coincidem.
Para além das citações de acabamos de ver (citação direta e indireta) pode-se também
colocar no trabalho científico citação de citação.
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trabalho científico uma informação ou ideia que um outro autor citou na sua obra
fazemos uma citação de citação.
A citação de citação pode ser direta (curta ou longa) e pode ser indireta (por paráfrase
ou por condensação).
Porém, aconselha-se a evitar esse tipo de citações porque retiram alguma qualidade ao
trabalho científico na medida em que acabamos por citar obras que não lemos e, às
vezes, nem conhecemos, não tendo uma perceção mais aprofundada das ideias do
autor e do contexto da obra citada. O melhor será sempre consultar a obra original e
citá-la diretamente. Sobretudo em trabalhos de mestrado e doutoramento desencoraja-
se a utilização de citação de citação.
Exemplo:
Fernandes (2001a, 2001b, 2001c, 2001d) considera que...
Ou
Fernandes (2001c) afirma que...
30
Fisicamente, uma ficha, no contexto da metodologia de investigação, é um pedaço de
papel ou de cartolina, de formato retangular, destinado ao registo, armazenagem e
manuseamento de informações.
Na atividade académica usamos dois tipos de fichas: a ficha bibliográfica e a ficha de
conteúdo.
- A ficha bibliográfica serve para registar as referências bibliográficas de uma obra:
Autor, ano, título da obra (edição se não for a 1ª), cidade, editora.
- A ficha de conteúdo serve para escrever o conteúdo de uma obra que seja do interesse
do nosso estudo ou investigação. O conteúdo pode ser uma citação ou uma referência
(paráfrase).
Hoje as fichas ou ficheiros são guardados também no computador.
31
Fernandes, S. A. (2001). O insucesso escolar. In E. L. Pires, A. S.
Fernandes & J. Formosinho (Ed.), A construção social da educação
escolar (3ª ed., pp. 187-213). Porto: Asa.
8. Plágio e autoplágio
O autoplágio por sua vez traduz-se na reprodução no trabalho científico de uma ideia
ou texto já publicado pelo próprio autor numa obra anterior sem a devida referência a
esta mesma obra.
32
Quer o plágio quer o autoplágio constituem uma fraude académica grave estando em
rota de colisão com os princípios da ética na investigação científica e rutura total com
os padrões internacionais de qualidade. Isto quer dizer que um trabalho feito no
âmbito universitário, plagiado, não tem qualidade e nem tem nenhum valor científico.
Se for uma monografia, uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutoramento
pode haver lugar para anulação do trabalho por fraude.
Nesta senda de ideias, temos vindo a insistir e apelar os alunos universitários, nas salas
de aulas, para que tenham uma atitude de respeito pelo pensamento e obra de outros
autores. Não temos o direito de nos apropriarmos daquilo que não nos pertence.
A Declaração dos Direitos do Homem, no seu artigo 27º, n.º 2 defende que “todos têm
direito à proteção dos interesses morais e materiais ligados a qualquer produção
científica, literária ou artística da sua autoria”. Portanto, em nome dos direitos do autor
fica vedada toda e qualquer tentativa de plágio e autoplágio.
De acordo com a Unesco (1991), “todo indivíduo pode (...) reivindicar o
reconhecimento da sua qualidade de autor de uma dada obra, por exemplo em caso
de plágio, se um terceiro se atribuir indevidamente a paternidade” (p. 32).
Autor (Apelido, nomes), ano, título e subtítulo, número do volume (obras com vários
volumes) (número de edição caso não seja a 1ª). Cidade de edição: Editora.
Exemplo:
33
Azevedo, M. (2008). Teses, relatórios e trabalhos escolares: Sugestões para estruturação da
escrita (6ª ed.). Lisboa: Universidade Católica Editora.
Para a elaboração de qualquer bibliografia deve-se ter em conta duas regras básicas:
a ordem e a coerência:
a) Ordem
A bibliografia segue a ordem alfabética. Esta regra é muito importante porque ajuda a
localizar facilmente o(s) autor(es) das obras nas referências bibliográficas. Aqui
também é mister recordar que nenhum autor deve estar na bibliografia sem ter sido
citado ao longo do texto ou trabalho de investigação.
Exemplo:
Bastos, L. R. et al. (2013). Manual para a elaboração de projetos e relatórios de pesquisas, teses,
dissertações e monografias (6ª ed.). Rio de Janeiro: LTC.
Bell, J. (1997). Como realizar um projecto de investigação: Um guia para a pesquisa em ciências
sociais e da educação. Lisboa: Gradiva.
Cornelsen, J. M. (2012). Escrever... com normas: Guia prático para elaboração de trabalhos
técnico-científicos. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.
b) Coerência
De acordo com esta regra da coerência devemos seguir o mesmo padrão para todas as
referências bibliográficas.
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Exemplo de uma bibliografia incoerente:
Cornelsen, J. M. Escrever... com normas: Guia prático para elaboração de trabalhos técnico-
científicos. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2012.
Estas referências não respeitam a regra da coerência porque os nomes algumas vezes
aprecem com maiúsculas e outras vezes com minúsculas. Seguindo as Normas da
APA, o correto é escrever o sobrenome do autor com minúsculas, exceto obviamente
a primeira letra do sobrenome (Ex. Fernando). Os títulos e subtítulos umas vezes
aparecem com letras normais, outras vezes com o itálico e outras ainda com o negrito.
Seguindo as Normas da APA, o correto é escrever o título e subtítulo em itálico e sem
aspas.
9.3. Grafia
• Autor: sobrenome em minúsculas e o(s) nome(s) abreviados (e.g. Afonso, S. D.)
• Título e subtítulo: em itálico
• Demais elementos: em escrita corrente (cursivo)
Exemplo:
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9.4. Interpontuação
Citação no final
Almeida, L., & Freire, T. (2007). Metodologia de investigação em psicologia e educação (4ª
ed.). Braga: Psiquilíbrios edições.
36
Alba, N., & Porlán, R. (2017). Capítulo 2: La metodologia de enseñanza. In R. Porlán,
J. Vázquez, E. Solís, R. M. Del Pozo, J. A. Pineda, O. Duarte, ... J. A. Herrera
Martín (Coords.), Enseñanza universitaria (pp. 37-53). Madrid: Morata.
Bourdieu, P., & Passeron, J.-C. (1964). Les héritiers: Les étudients et la culture. Paris:
Éditions de Minuit.
Quivy, R., & Campenhoudt, L. (2003). Manual de investigação em ciências sociais. Lisboa:
Gradiva.
Gauthier, C. et al. (2013). Enseignement explicite et réussite des élèves: La gestion des
apprentissages. Québec: ERPI.
Abreu, M. V. et al. (1983). Da prevenção do insucesso escolar ao desenvolvimento
interpessoal. Revista Portuguesa de Pedagogia, 17, 143-170.
9.5.5. Autor-instituição
Ministério do Ensino Superior (Angola). (2015). Quadro actual de legalidade dos cursos de
graduação ministrados nas instituições do ensino superior públicas e privadas. Luanda:
Centro de Documentação e Informação do Ministério do Ensino Superior.
37
9.6. Diversos tipos de obras quanto a natureza
b) neste tipo de obras fica em itálico o título da obra maior e não o título do capítulo ou
parte da obra que podemos também chamar de obra menor.
Exemplo:
38
Petot, J.-M. (2001). Insucesso (neurose de). In R. Doron & F. Parot (Dir.), Dicionário de
Psicologia (p. 428) (Gabinete de Tradução da Climepsi Editores, Trad.). Lisboa:
Climepsi.
Soares, M. N. (1990, Dezembro 23). Comunicado aos eleitores. O Público, pp. 1-3, 7, 32.
Cortez, R. J. V. (2020). O papel do psicólogo nos cuidados paliativos: Uma revisão sistemática.
Universidade do Porto – Faculdade de Medicina, Porto, Portugal.
Tumbula, S. H. (2010). Culturas organizacionais e liderança nas escolas: A direção por valores
em estudo de caso. (Tese de Mestrado). Universidade Católica Portuguesa –
Faculdade de Educação e Psicologia, Lisboa, Portugal.
39
Trigo, M. L. (2012). Preparação académica, estatuto sociocultural, abordagens à aprendizagem
e envolvimento académico: Fatores de um modelo explicativo do rendimento académico
no primeiro ano da universidade. (Tese de Doutoramento). Universidade do Minho
- Instituto de Educação, Braga, Portugal.
9.6.6. Legislação
Jean Paul II (1988). Constitution apostolique Pastor bonus. In ASS (841-930), vol. 80.
Adelman, C. (1999). Answers in the tool box: Academic intensity, attendance patterns, and
bachelor's degree attainment. Washington, D.C.: Office of Education Research and
Improvements, U.S. Department of Education.
https://files.eric.ed.gov/fulltext/ED431363.pdf
Almeida, A., & Vieira, M. (2008). Insucesso escolar: O caso das transições para o ensino
superior. Actas do Congresso da Associação Portuguesa de Demografia (pp. 1-15).
https://slidex.tips/download/insucesso-escolar-o-caso-das-transioes-para-o-
ensino-superior-actas-do-congresso
40
Abreviaturas Partes de livros e outras
publicações
ed. edition (edição)
Nº Number (número)
41
Um diretor ou Dir. Dois ou mais Dirs.
sob direção diretores
de...
Exercícios práticos
1. Escolher um tema sugestivo e pertinente na sua área de formação.
2. Procurar na biblioteca física e em bases eletrónicas de dados obras relacionadas com
o tema escolhido.
3. Produto final: elaborar uma lista com as referências bibliográficas de 10 obras
relacionadas com o tema escolhido.
N.B. As referências bibliográficas deverão estar redigidas segundo as Normas da APA
da 7ª edição.
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vi) Respeitar o número de palavras pedido (Soares, 2001).
10.2. Recensão
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com rigor científico, cumprindo todos os requisitos (na forma e na matéria) e as etapas
de elaboração de uma investigação científica.
Os trabalhos das unidades curriculares são feitos individualmente ou em grupo.
Normalmente, são trabalhos de poucas páginas (1, 2, 3... 15 páginas no máximo), em
que o principal objetivo é incutir nos alunos um espírito e uma cultura de investigação
científica, onde o aluno emerge como protagonista da sua própria formação.
O estudante deve seguir as normas da metodologia científica, de um modo geral, e as
orientações do professor da unidade curricular.
a) Monografia
Características da monografia:
§ Trabalho escrito, sistemático e completo
§ Tema específico ou particular de um ramo do saber ou parte dela
§ Estudo pormenorizado e exaustivo, abordando vários aspetos e ângulos do
assunto em análise
§ Tratamento extenso em profundidade, mas não em alcance, nesse caso é
limitado
§ Utilização rigorosa dos procedimentos metodológicos
§ Contribuição significativa para a ciência (Markoni & Lakatos, 2003, p. 235).
b) Dissertação
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A dissertação de mestrado já é um pouco mais complexa que o trabalho de fim de
curso de licenciatura, não fosse pelo número de páginas. Sendo o mestrado orientado
para a especialização, a dissertação deve trazer alguma novidade científica. Neste
sentido, ela exige uma pesquisa mais profunda e rigorosa de revisão de literatura e
estudo empírico.
Normalmente, o estudante é acompanhado por um Professor Doutor que acompanha
todos os trabalhos de investigação e, no final, após a defesa, é comum os dois
publicarem um artigo científico conjunto sobre a mesma dissertação do mestrado.
c) Tese
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ou revistas científicas. É comum as universidades organizarem esse tipo de eventos
para partilhar o conhecimento que nelas se produz.
A comunicação normalmente tem a seguinte estrutura:
Introdução
Desenvolvimento
Conclusões
Referências bibliográficas
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pensar na utilidade social do tema, ver até que ponto o mesmo trará um avanço
ou novidades para aquele domínio científico. O grande objetivo de uma
investigação científica é levantar um problema (real e útil para o
desenvolvimento da sociedade) e procurar encontrar a solução correspondente.
A solução nem sempre é definitiva. O que se pretende com a investigação é ir
desvendando pouco a pouco uma realidade ou fenómeno complexo seja ele
muito ou pouco estudado.
§ O tema deverá estar ligado necessariamente a um domínio científico.
§ A escolha do tema pode ser uma das etapas mais difíceis da elaboração do
trabalho científico, mas é fundamental que desde o início da investigação
tenhamos um tema bem definido. Para isso, precisamos escolher bem as
palavras que constituem o tema. O tema deve ser curto, claro, conciso e concreto
(CCCC).
§ O tema torna-se claro quando a partir dele consegue-se vislumbrar a
problemática, os participantes do estudo e provavelmente o campo de estudo.
Por exemplo:
No sentido de tornar o tema ainda mais claro, precisa-se definir com clareza uma
pergunta de partida que pode desembocar em tantas outras questões de investigação
ou hipóteses, correspondendo cada uma delas a um objetivo específico de
investigação. A pergunta de partida ou o problema de investigação constitui o cerne
de uma investigação. Investiga-se para responder a perguntas que necessitam de uma
solução.
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Exemplo:
- Quais são os fatores que influenciam o insucesso escolar dos alunos no primeiro
ano da universidade em Angola?
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acontece corre-se o risco de alguns alunos ficarem sem orientadores porque
dependendo do ano e do número de estudantes nem sempre os orientadores (que só
podem ter 5 orientandos no máximo) são suficientes para que cada aluno consiga ter
o seu orientador.
É prática em algumas universidades africanas e europeias ser a própria instituição de
ensino superior a escolher o orientador. Neste caso, cada estudante pode indicar três
nomes por ordem de preferência para que a universidade indique o orientador tendo
em conta a área ou linhas de investigação de cada professor.
O orientador deve trabalhar com o aluno essencialmente os aspetos sobre a
problemática escolhida e sobre os aspetos técnicos que envolvem a metodologia do
trabalho científico. É importante referir isto porque muitos estudantes podem pensar
que o orientador é também o corretor do trabalho em termos de língua portuguesa, o
que não é verdade. Para as questões de correção do texto e outros aspetos gráficos cada
estudante deve procurar um amigo crítico (uma pessoa formada que lê e corrige o
trabalho) ou mesmo uma empresa para que se ocupe destes detalhes gráficos do
trabalho científico. Deste modo, aproveita-se melhor o tempo do orientador que deve
ser dedicado à leitura e compreensão das diferentes teses defendidas no trabalho,
discuti-las com o estudante, aprofundar a bibliografia quando for necessário, e ajustar
as questões técnicas e metodológicas da investigação.
Por outro lado, é sempre possível e em qualquer momento pedir a substituição do
orientador por incompatibilidades de vária ordem (falta de tempo da parte do
orientador, falta de alinhamento entre estudante e orientador relativamente ao tema
escolhido e ao tipo de abordagem metodológica entre outros), assim como o orientador
também pode desistir do estudante pelos mesmos motivos ou outros. A Faculdade/
Departamento no âmbito da sua gestão dos trabalhos finais deverá estar preparada e
precavida para eventuais situações de conflito e desalinhamento através do seu
Regulamento de Elaboração dos Trabalhos Finais ou do seu Conselho Científico.
Uma última palavra sobre o orientador, este exerce um grande papel no
desenvolvimento do trabalho final, mas o verdadeiro artífice do trabalho final é o
estudante. Por mais que argumentemos o contrário, o estudante é insubstituível e o
sucesso da realização de todo o processo de investigação e da redação do trabalho final
dependem grandemente do seu envolvimento intelectual e emocional. Salvo situações
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estranhas em que o orientador se transforma num grande obstáculo ao avanço do
trabalho científico do estudante porque não o acompanha, não lê atempadamente os
materiais que lhe são enviados pelo estuante, retarda a aprovação dos instrumentos
de recolha de dados, enfim, quando o professor não se predispõe a dar um feedback
regular e frequente ao estudante relativamente às matérias relacionas com o trabalho
científico de fim de curso. Este comportamento do orientador para além de configurar
falta de profissionalismo é também anti-ético e contraproducente para o estudante a
comunidade científica local e universal.
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É recomendável que nesta fase de levantamento bibliográfico o estudante faça uma
lista com diferentes obras (desde livros, artigos científicos, etc.) ou organize um
ficheiro (fichas bibliográficas) por autor, tema, título ou assunto que permita ter uma
visão a la longue das prováveis obras necessárias para a elaboração do trabalho de
investigação. Quanto mais extensa for esta lista/ ficheiro melhor, pois, deste modo,
poder-se-á aos poucos ir selecionando o material crucial da pesquisa usando a técnica
do parafuso ou a técnica do funil. Apesar da largueza do funil convém, desde o início,
não perder tempo a recolher e alistar material que dificilmente será útil para o
trabalho. A regra de ouro é não perder tempo com aquilo que não serve ou não servirá
os interesses e objetivos da pesquisa.
Uma vez que nos certificamos de que existe material suficiente para a realização da
investigação de que nos propomos podemos avançar para a elaboração do projeto da
pesquisa, que se apresenta como uma espécie de relatório de viabilidade e
exequibilidade da pesquisa em perspetiva.
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Estrutura do projeto de investigação científica
i. Filiação institucional
ii. Identificação pessoal
iii. o tema,
iv. a pergunta de partida e outras questões de investigação ou hipóteses,
v. os objetivos gerais e específicos,
vi. o referencial teórico ou revisão de literatura
vii. Metodologia
viii. o campo de estudo,
ix. a população, a amostra e os informantes do estudo,
x. os resultados esperados e
xi. O esquema/ sumário provisório do trabalho
xii. o cronograma de atividades
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Em algumas universidades após a elaboração do projecto de investigação este é
submetido ao comité de ética para uma avaliação e validação dos aspectos e/ou
critérios éticos da investigação, sobretudo quando o estudo envolve seres humanos.
Existe um protocolo de ética que deve ser cuidadosamente seguido pelo investigador.
Está é a fase mais dura, mas também a mais emocionante e criativa do trabalho
científico. Trata-se de recolher todo o conteúdo disponível e de interesse relevante para
a investigação. Por outro lado, esta fase permite montar ou adaptar os instrumentos
de recolha de dados e sua aplicação no campo.
Esta fase do processo de investigação exige muita organização, domínio das técnicas
de leitura, interpretação, resumos e capacidade de análise de conteúdos da parte do
investigador. É fundamental saber selecionar e relacionar o material bibliográfico para
o trabalho científico. Normalmente, encontramos muitos materiais em bibliotecas e
várias bases de dados digitais, o que obriga o pesquisador a fazer uma triagem de
todos esses materiais selecionando aqueles que mais interessam à pesquisa e que
ajudam a responder a questão de partida. Todo cuidado é pouco porque,
tendencialmente, sobretudo quando não se tem muita experiência em matéria de
investigação, o pesquisador pensa que deve aproveitar tudo. E isto não é possível. É
necessário descartar sempre alguns materiais do leque de conteúdos encontrados.
Para a organização dos elementos bibliográficos recolhidos pode-se usar as fichas
bibliográficas e as fichas de conteúdo ou armazenar todo o material no computador.
A experiência diz-nos que nem sempre será possível colocar imediatamente todo o
conteúdo no computador, por isso, as fichas ou cadernos de apontamentos são sempre
instrumentos úteis para o registo de informação bibliográfica.
Quando bem feita a recolha de material bibliográfico conduz a elaboração da revisão
de literatura ou enquadramento teórico da investigação.
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A elaboração de uma revisão de literatura ou referencial teórico e os objetivos da
pesquisa funcionam como uma espécie de bússola que orienta a construção de
instrumentos de recolha de dados que deverão auxiliar o pesquisador a recolher os
dados empíricos no campo de investigação. A seleção do instrumento de recolha de
dados depende dos objetivos da investigação, metodologia a usar e tipo de estudo. Se
a pesquisa for de natureza quantitativa utilizar-se-ão instrumentos de recolha de
dados tais como questionários, documentos diversos como mapas estatísticos entre
outros. Se a metodologia a usar for de natureza qualitativa os instrumentos poderão
ser a entrevista individual ou coletiva (focus group), a observação (direta e indireta,
participante ou não), a grelha de análise documental, filmagens, fotografias entre
outros. A metodologia mista será uma junção de instrumentos de recolha de dados da
metodologia quantitativa e da metodologia qualitativa. Em cada uma das três
metodologias aqui apresentadas o investigador deverá decidir, com a ajuda do seu
orientador, que instrumentos de recolha de dados serão mais pertinentes, úteis e
eficazes para responder as questões de investigação levantadas.
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participantes do estudo. Para que esta recolha seja feita adequadamente recomenda-
se a leitura de materiais sobre essa temática: recolha de dados com questionários,
realização de entrevistas, focus group, etc.
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12. Principais elementos da estrutura do trabalho científico (monografia,
dissertação, teses)
Introdução
Parte I: Enquadramento teórico
Parte II: Estudo empírico
1. Metodologia
2. Resultados e sua discussão
Conclusões
Referências bibliográficas
Art. 31, n.º 1: “A integridade moral, intelectual e física das pessoas é inviolável”.
Art. 31, n.º 2: “O Estado respeita e protege a pessoa e a dignidade humanas”.
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Art. 32, n.º 1: “A todos são reconhecidos os direitos à identidade pessoal, à capacidade
civil, à nacionalidade, ao bom-nome e reputação, à imagem, à palavra e à reserva de
intimidade da vida privada e familiar”.
Art. 32, n.º 2: “A lei estabelece as garantias efectivas contra a obtenção e a utilização,
abusivas ou contrárias à dignidade humana, de informações relativas às pessoas e às
famílias”.
Art. 36, n.º 1: “Todo o cidadão tem direito à liberdade física e à segurança individual”.
Art. 36, n.º 2: “Ninguém pode ser privado da liberdade, excepto nos casos previstos
pela Constituição e pela lei”.
Art. 36, n.º 3: “O direito à liberdade física e à segurança individual envolve ainda:
a) o direito de não ser sujeito a quaisquer formas de violência por entidades
públicas ou privadas; (...)
c) o direito de usufruir plenamente da sua integridade física e psíquica;
d) o direito à segurança e controlo sobre o próprio corpo;
e) o direito de não ser submetido a experiências médicas ou científicas sem
consentimento prévio, informado e devidamente fundamento”.
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estudantes, as bibliotecas, as revistas científicas, os congressos, seminários ou
colóquios, os jornais, entre outros.
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Referências
Bastos, L. R. et al. (2013). Manual para a elaboração de projetos e relatórios de pesquisas, teses,
dissertações e monografias (6ª ed.). Rio de Janeiro: LTC.
Bell, J. (1997). Como realizar um projecto de investigação: Um guia para a pesquisa em ciências
sociais e da educação. Lisboa: Gradiva.
Cornelsen, J. M. (2012). Escrever... com normas: Guia prático para elaboração de trabalhos
técnico-científicos. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra.
Eco, U. (2015). Como se faz uma tese em ciências humanas (A. F. Bastos & L. Leitão, Trads.)
(19ª ed.). Lisboa: Editorial Presença.
Fortin, M.-F., Côté, J. & Filion, F. (2009). Fundamentos e etapas do processo de investigação
(N. Salgueiro, Trad.). Loures: Lusodidacta.
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Markoni, M. A. & Lakatos, E. M. (2008). Técnicas de pesquisa: Planejamento e execução de
pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de
dados (7ª ed.). São Paulo: Atlas.
Novo Aurélio Século XXI: Dicionário de Língua Portuguesa (1999, 3ª ed. Rer. e Ampl. ). Rio
de Janeiro: Nova Fronteira.
Traldi, M. C. & Dias, R. (2011). Monografia passo a passo (7ª ed. Rev. Amp.). Campinas:
Alínea.
Unesco (1991). ABC do direito de autor (W. Ramos, Trad.). Lisboa: Presença.
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Apêndice 1: Dicas para elaboração do trabalho de fim de curso
Cada instituição de ensino superior determina o número de páginas que deverá ter a
monografia. No nosso entender a monografia poderá ter entre 30 (mínimo) a 50
(máximo) páginas em papel A4.
Tipo de letras a utilizar: Times New Roman ou Arial.
Tamanho das letras: 12.
As citações são feitas no interior do texto seguindo as normas da APA.
As citações curtas (menos de 40 palavras) devem ser incorporadas no texto e ficar entre
aspas; já as citações longas (até 40 ou mais palavras) ficam separadas do texto, em
linhas retraídas (2 cm), com espaço simples e não necessitam de aspas.
Estrutura da monografia
A monografia pode ter a seguinte estrutura:
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Referências Bibliográficas
Para os alunos que optam por fazer apenas uma monografia de cariz teórico, não
precisam apresentar o trabalho de investigação com a estrutura que acabamos de
indicar. A monografia de cariz teórico poderá ter a seguinte estrutura:
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CAPA
Por
(Nome do estudante)
Mês, Ano
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ROSTO
64
Mês, Ano
Termo de compromisso
65
Dedicatória
66
Agradecimentos
67
Resumo (máximo 200 palavras)
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Abstract
Key Words
69
ÍNDICE GERAL
Termo de compromisso............................................................................................................i
Agradecimentos
Dedicatória
Resumo.....................................................................................................................................iv
Abstract
Índice de quadros
Índice de figuras
Abreviaturas siglas..............................................................................................................viii
Introdução.................................................................................................................................1
1.
2.
3.
1.
2.
3.
4.
1.
2.
3.
4.
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Conclusão................................................................................................................................48
Referências Bibliográficas.....................................................................................................50
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Apêndice 2: Dicas para elaboração do Trabalho Universitário (TU)
Estrutura do TU
O TU pode ter a seguinte estrutura:
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CAPA
Mês, Ano
73
ROSTO
OO
Mês, Ano
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