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Manual de Matemática Básica

Curso de Matemática

DIRECÇÃO DO ENSINO À DISTÂNCIA


Universidade Save
Manual de Matemática Básica
2

Curso de Matemática

DIRECÇÃO DO ENSINO À DISTÂNCIA


UNIVERSIDADE SAVE
3

Índice
FICHA TÉCNICA ..................................................................................................................... 6
DIREITOS DE AUTOR .......................................................................................................... 7
APRESENTAÇÃO DO AUTOR ............................................................................................ 8
APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA DE ENSINO.......................................................... 10
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ...................................................................................... 11
ASPECTOS METODOLÓGICOS ...................................................................................... 12
AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 14
I. NOÇÃO DE NÚMERO REAL E DO SEU MÓDULO .............................................. 15
1.1. Apresentação da unidade de estudo ...................................................................... 15
1.2. Desenvolvimento dos conteúdos ............................................................................. 16
1.2.1. Noção do número real ...................................................................................... 16
1.2.2. Módulo do número real ................................................................................... 16
1.2.3. Propriedades do módulo de um número real ................................................ 17
1.2.4. Interpretação Geométrica do módulo ou valor absoluto de um número real18
1.2.5. Resumo da unidade de estudos ....................................................................... 19
1.2.6. Actividades para a verificação da aprendizagem ......................................... 20
1.2.7. Bibliografia complementar ............................................................................. 20
II. GENERALIDADES SOBRE O ESTUDO DE FUNÇÕES ........................................ 21
2.1. Apresentação da unidade de estudos ........................................................................ 21
2.2. Desenvolvimento dos conteúdos................................................................................. 22
2.2.1. Função real de variável real ................................................................................ 22
2.2.1.1. Conceito de função ............................................................................................ 22
2.2. 1.2. Estudo da paridade de funções ....................................................................... 24
2.2.1.3. Tipos de funções elementares ........................................................................... 27
2.2.1.4. Funções algébricas ............................................................................................ 27
2.3. Classificação das funções algébricas ......................................................................... 28
2.3.1. Funções polinomiais ............................................................................................. 28
2.3.2.Função algébrica racional fracionária ................................................................ 28
2.3.3 Função algébrica irracional ................................................................................. 29
2.3.4. Função potência ................................................................................................... 29
2.4. Funções transcendentais............................................................................................. 31
2.4.1. Função exponencial .............................................................................................. 31
2.4.2. Função logarítmica .............................................................................................. 32
2.4.2.1.Propriedades da função logarítmica ................................................................ 32
2.4.2.2. Casos especiais da função logarítmica ............................................................ 33
2.5. Domínio de uma função real de variável real x ........................................................ 33
4

2.5.1. Domínio de funções algébricas ............................................................................ 34


2.5.2. Domínio das funções transcendentais ................................................................ 36
a) Função exponencial.............................................................................................. 36
b) Função logarítmica .............................................................................................. 36
2.7. Funções injectivas, sobrejectivas e bijectivas ....................................................... 37
2.7.1. Funções injectivas .................................................................................................... 37
2.7.2. Funções sobrejectivas....................................................................................... 39
2.7.3. Funções bijectivas............................................................................................. 39
2.8. Funções inversas.......................................................................................................... 39
2.9. Funções periódicas ...................................................................................................... 41
2.10. Resumo da unidade de estudos ................................................................................ 42
2.11.Verificação da aprendizagem.................................................................................... 43
2.12. Bibliografia complementar ...................................................................................... 43
III. GRÁFICOS DAS PRINCIPAIS FUNÇÕES ELEMENTARES NO PLANO ...... 44
3.1. Apresentação da unidade de estudo .......................................................................... 44
3.2. Desenvolvimento dos conteúdos................................................................................. 45
3.2.1. Gráfico da função constante ........................................................................... 45
3.2.2. Gráfico da função identidade .......................................................................... 45
3.2.3. Gráfico da função quadrática ......................................................................... 46
3.2.4. Gráfico da função exponencial ....................................................................... 46
3.2.5. Gráfico da função logarítmica ........................................................................ 47
3.2.6. Resumo da unidade .......................................................................................... 47
3.2.7. Verificação da aprendizagem.......................................................................... 48
3.2.8. Bibliografia complementar ............................................................................ 48
IV: LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE GRÁFICOS .................................................... 49
4.1. Apresentação da unidade de estudo .......................................................................... 49
4.2. Desenvolvimento dos conteúdos................................................................................. 50
4.2.1. Estudo completo de uma função ......................................................................... 50
V. CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS DE FUNÇÕES ......................................................... 53
5.1. Função modular .......................................................................................................... 53
5.2. Gráfico de funções modulares.................................................................................... 54
5.3. Resumo da unidade ..................................................................................................... 56
5.4. Actividades para a verificação da aprendizagem .................................................... 57
5.5. Bibliografia complementar ..................................................................................... 58
VI. INEQUAÇÕES ................................................................................................................ 59
6.1. Apresentação da unidade de estudo .......................................................................... 59
6.2. Desenvolvimento dos conteúdos................................................................................. 60
5

6.2.1. Inequações lineares .......................................................................................... 60


6.2.2. Resolução analítica ........................................................................................... 60
6.2.3. Resolução gráfica ............................................................................................. 61
6.2.4. Inequações polinomiais de grau superior ...................................................... 62
6.2.5. Inequações do tipo 𝒑(𝒙)𝑸(𝒙) ≤ 𝟎, 𝒐𝒖 𝒑(𝒙)𝑸(𝒙) ≥ 𝟎 ................................... 63
6.2.6. Inequações modulares ..................................................................................... 63
6.2.7. Equações modulares ........................................................................................ 64
6.2.8. Inequações modulares ..................................................................................... 65
6.2.9. Resumo da unidade .......................................................................................... 67
6.2.10. Verificação da aprendizagem ...................................................................... 67
6.2.11. Bibliografia complementar .......................................................................... 68
VII. FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS ............................................................................ 69
7.1. Apresentação da unidade ........................................................................................... 69
7.2. Desenvolvimento dos conteúdos................................................................................. 70
7.2.1. Função 𝒇𝒙 = 𝑠𝑒𝑛𝑥 ............................................................................................ 71
7.2.1.1. Determinação do período da função 𝒇(𝒙) = 𝒔𝒆𝒏𝒙.................................... 71
7.2.1.2. Estudo da Monotonia........................................................................................ 72
7.2.1.3. Relação entre graus e radianos. Seno de ângulos especiais ........................... 73
7.3. Gráfico da função 𝒇𝒙 = 𝒔𝒆𝒏𝒙 ................................................................................ 73
7.3. Função 𝒇𝒙 = 𝒄𝒐𝒔𝒙 ....................................................................................................... 75
7.4. Função 𝒇𝒙 = 𝒕𝒈𝒙 ........................................................................................................ 77
7.5. Função 𝒇𝒙 = 𝒄𝒕𝒈𝒙 ...................................................................................................... 78
7.6. Resumo da unidade ..................................................................................................... 79
7.7. Verificação da aprendizagem..................................................................................... 80
7.8. Bibliografia .................................................................................................................. 80
8. PALAVRAS DE FECHO ................................................................................................ 80
9. BIBLIOGRAFIA GERAL ............................................................................................ 81
6

FICHA TÉCNICA

Autoria: Alberto Marcos Halar


Revisão:
-Científica: Sebastião Matimule
-Linguística: Tomás António Gomes
-Em EAD: Maria Verónica Mapatse
Desenho Instruccional:
Maquetização:
Edição:

Editora (UniSave)

Título: Manual de Matemática Básica para o ensino superior no âmbito do Ensino à Distância.

Publicação: 2022
Data:
7

DIREITOS DE AUTOR

Este módulo não deve ser reproduzido para fins comerciais. Caso haja necessidade de reprodução,
deverá ser mantida a referência à Universidade Save (EaD) e ao seu Autor.

Universidade Save
Parcela nº 76
Sede-Chongoene
Moçambique
8

APRESENTAÇÃO DO AUTOR

APRESENTAÇÃO DO AUTOR
Alberto Marcos Halar: Doutorado em Ciências de Educação-
Especializado em Física e sua Didáctica, pela “Pädagogische
Hochschule Ludwigsburg” na Alemanha (Prof. Dr. Paed), Mestre em
Ciências de Educação, ensino de Física e Licenciado em Ensino de
Matemática e Física, pela Universidade Pedagógica-Moçambique.
Investigador e Docente na UniSave, então Universidade Pedagógica,
nos cursos de graduação e Pós-graduação. Ingressou na Universidade
Pedagógica para o exercício da actividade lectiva em 2005, depois de
uma passagem pela Universidade São Tomás de Moçambique-Delegação de Xai-Xai. Desde o ano
de 2021 o autor deste Manual assume o cargo de Director da Faculdade de Ciências Naturais e
Exactas, na Universidade Save, abreviadamente designada por UniSave. Desde o longínquo ano de
1996, ano em que iniciou a sua actividade lectiva no ensino Primário, tem vindo a trabalhar com as
disciplinas de Matemática e Física nas suas variadas estratificações e em todos os regimes de
aprendizagem (regular, pós-laboral) e respectivas modalidades (Ensino à distância, presencial e
semi-presencial). No ensino superior leccionou, entre outras, as cadeiras de Álgebra Linear 1 e 2,
Cálculo Iinfinitesimal, Equações Diferenciais em Rn, Cálculo Integral em R e em Rn, Matemáticas
1 e 2 para os físicos, Matemática para cursos técnicos, Estatística e probabilidade, Física Moderna,
Oscilações, Óptica e Ondas, Termodinâmica, Mecânica Quântica, Didáctica de Física, Métodos de
Estudo, Iniciação à Investigação Científica e Eelectrodinâmica Clássica para os cursos de
graduação. Para os programas de pós-graduação, o autor leccionou os módulos de Métodos de
Ensino e Inovação Pedagógica, Estatísticas Básica e Educacional.
O autor tem como áreas de interesse: 1) O ensino baseado na pesquisa; 1.1 As pré-concepções dos
alunos em relação a Física; 1.2. Cunho cultural das pré-concepções em relação a Física; 2)
instrumentos musicais da tradição moçambicana e o ensino da Física; 3) Construção de
instrumentos instrucionais. O autor já publicou 9 artigos científicos e é autor de 4 livros de ensino.
No decorrer da sua acção lectiva, o autor desenvolveu notável interesse e amor por estas áreas, facto
que se consubstancia pela partilha na elaboração deste instrumento de trabalho, que servirá de
fundamento básico para a inserção do estudante do Ensino a distância (EAD) no mundo da
Matemática básica.
9

Revisto Por : Sebastião Jordão Matimule, professor de Matemática e Física, formado pela Faculdade
de Educação da UEM e licenciado e Mestrado pela Universidade Pedagógica em ensino de
Matemática e Doutorando em Gestão de Empresas pela USTM, lecciona a disciplina de
Matemática desde 1985, nos cursos de Agricultura , Mecanização e Contabilidade e Administração
no Instituto Agrário de Chókwè , Instituto Médio Comercial de Chókwè e Cursos Superiores de
Contabilidade e Auditoria, Economia Agrária, Gestão dos Recursos Humanos e Administração
Pública, Gestão Aduaneira e Gestão Pública e Autárquica respectivamente na Escola Superior de
Gestão, Instituto Superior Politécnico de Gaza, Escola Superior de Negócio e Empreendedorismo
de Chibuto e Universidade Save; e, actualmente, desempenha as funções de Chefe do Departamento
de Pós Graduação na Faculdade de Economia e Administração na Universidade Save.
10

APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA DE ENSINO

A Universidade Save abreviadamente designada por (UniSave) é uma Instituição de Ensino


Superior que tem como missão formar quadros superiores de qualidade que contribuam de forma
criativa para um desenvolvimento económico, sócio-cultural e sustentável do país.
A visão da UniSave circunscreve-se na sua pretensão de ser uma Instituição do Ensino Superior de
excelência e qualidade no processo de ensino e aprendizagem, investigação científica e extensão a
nível nacional, regional e internacional.
Uma das preocupações primárias da UniSave centra-se na qualidade de ensino, investigação,
extensão e gestão, cujo sucesso encontra-se intimamente ligado à constituição, não apenas de um
corpo docente competente e profissional com responsabilidades, direitos e funções claramente
definidas nas normas de funcionamento, como também na formação de um cidadão crítico à altura
de acompanhar o nível de desenvolvimento do mundo e sua técnica de forma activa.
É neste sentido que se faz necessário um instrumento que acompanhe a actividade lectiva do
estudante do EAD ao mesmo tempo que busca trazer lhe novas abordagens acadêmico-cientificas
em relação à Matemática.
O EAD é uma metodologia moderna e activa de ensino que busca proporcionar formação a todo o
cidadão, independentemente do lugar onde se encontra, contribuindo para o aumento do acesso e
oportunidades de crescimento científico e profissional dos interessados.
11

APRESENTAÇÃO DO MANUAL

Caro estudante do ensino à distância!


BEM VINDO AO MANUAL DE MATEMÁTICA BÁSICA.

O QUE FOI PREPARADO PARA SI NESTE MANUAL:


• Com o estudo da Matemática básica que vai iniciar, pretende-se a criação de bases
matemáticas sólidas para o curso de Matemática, tais como: conceitos de “número, da
função e sua representação gráfica, de inequações”, entre outros, fundamentais para a
representação matemática de muitos fenómenos e realidades da natureza.

• O Manual visa dotar os futuros técnicos superiores de habilidades no ramo da Matemática


nesta modalidade à distância.

• O módulo está estruturado em sete unidades temáticas que se complementam mutuamente,


nomeadamente:

(1) Noção do número real e do seu módulo;


(2) Generalidades sobre o estudo de funções;
(3) Gráficos das principais funções elementares no plano xy;
(4) Leitura e interpretação de gráficos;
(5) Construção de gráficos de funções;
(6) Inequações;
(7) Funções trigonométricas.

• Cada unidade tem exercícios resolvidos em forma de exemplos e já mesmo na parte terminal da
unidade apresenta alguns exercícios propostos. Além da apresentação dos conteúdos, de forma
detalhada e pormenorizada ao longo da unidade, faz-se no fim desta, um resumo que
corresponde a matéria abordada que serviria para a consolidação da lição apreendida. Visando
complementar a aprendizagem, consta de cada unidade a bibliografia básica usada na construção
dos conteúdos temáticos correspondentes.
12

ASPECTOS METODOLÓGICOS

Como proceder durante contacto com o manual?

1º PASSO
Leitura cuidadosa da informação contida neste documento e em outras referências
bibliográficas orientadas em cada uma das unidades temáticas apresentadas de modo a
certificar-se de ter compreendido a actividade apresentada

2º PASSO
O estudante precisa resolver os exercícios recomendados tantas vezes quantas forem
possíveis, confrontando cada passo da sua resolução com a proposta apresentada neste
manual.

3º PASSO
De seguida deverá, de forma autónoma, criar outros exercícios semelhantes e certificar-se
de que conseguiu garantir alguma aprendizagem sobre o assunto. Havendo alguma
necessidade de leituras complementares que conduzam ao entendimento do exercício
resolvido, pode fazê-lo buscando sempre questionar se as informações colhidas na literatura
são relevantes para a abordagem do assunto ou resolução do problema.

4º PASSO
Resolver os exercícios propostos.
Em caso de dúvidas emergentes, poderá recorrer primeiro à colegas do grupo, depois a
outros colegas mais distantes e caso as dúvidas persistam, poderá contactar o tutor de
especialidade ou outro especialista da área.

ATENÇÃO!
Entre outros procedimentos que lhe possam interessar, aconselha-se a aprendizagem baseada em
equipas (TBL, team based learning) para que se consiga lograr o sucesso desejado na sua
aprendizagem. Este método é muito importante na medida em que, entre outros elementos, garante
a discussão entre os elementos da equipa, o que pode, de certo modo, activar mais conhecimento
escondido.
13

O estudante pode consultar outros manuais disponíveis na internet (apenas documentos no formato
pdf.). Não se aconselha a consulta de documentos que provenham de wikipédia, dada a sua
vulnerabilidade. Se usar livros de outros autores ou parte deles na elaboração de algum trabalho
deverá citá-los e indicar estes livros na bibliografia final do seu trabalho.
14

AVALIAÇÃO

A avaliação visa proporcionar informação sobre o desempenho do estudante nas lições e não só,
como também estimular-lhe a rever alguns aspectos abordados ao longo do módulo.

A avaliação do Módulo de Matemática Básica consistirá em dois testes e um exame final escritos,
no contexto da avaliação sumativa. Serão avaliadas neste módulo, não apenas actividades das horas
de contacto (presencial e/ou virtual) como também actividades do estudo independente do
estudante, no contexto da avaliação formativa.

Algumas das avaliações previstas neste módulo poderão acontecer nos Centros de Recursos mas
pelo menos uma será realizada na sede da Universidade e/ou Extensão. De igual modo, o Exame
final deverá ser realizado no Centro de Recurso mais próximo, ou em local a ser indicado pelo
Director do Curso. O calendário das avaliações será dado a conhecer ao estudante logo no início do
Semestre.
15

UNIDADE I- NOÇÃO DE NÚMERO REAL E DO SEU MÓDULO

CARO ESTUDANTE!
É um grande prazer interagir consigo ao longo do processo do
estudo na disciplina de Matemática Básica Esta Unidade
temática visa discutir a noção do número real de modo a
aprimorar seus conhecimentos sem sair de casa, sem
abandonar suas actividades de rotina nem seu trabalho.
VOCÊ É CAPAZ, VAMOS DESCOBRIR O MUNDO DOS
NÚMEROS

1.1. Apresentação da unidade de estudo

Contextualização
Esta unidade faz uma abordagem clara sobre a noção do número real e do seu módulo. A unidade
está estruturada em tópicos e subtópicos. A noção do número real é vista com uma certa
transversalidade à medida que cobre todas as unidades subsequentes de forma integral. O mesmo
se dá em relação ao valor absoluto de um número real que, de forma indúvia, se consubstancia pela
sua importância inquestionável na construção de todas as unidades.
A unidade tem alguns exercícios resolvidos que servirão de inspiração para si. Faça o maior proveito
para, de seguida, olhar para os exercícios propostos. Atente à definição do módulo de um número e
aproveite perceber que o importante nisto tudo é o conteúdo do módulo e não a variável x como
muitas vezes erradamente se faz.
16

COMPETÊNCIAS PARA O ESTUDO DESTA UNIDADE:

CARO ESTUDANTE, nesta unidade vai desenvolver competências que lhe permitam:
• Definir correctamente o módulo de um número real qualquer;
• Aplicar o conceito do valor absoluto de um número real na determinação da distância entre
dois pontos;
• Desenvolver a capacidade de representação, leitura e interpretação da distância entre dois
números na recta real.

1.2. Desenvolvimento dos conteúdos

1.2.1. Noção do número real

1.2.2. Módulo do número real

Dado x ∈ R, o módulo ou valor absoluto de um número real x, designado por |x|, é definido como
 x, se x  0
se segue: x = 
− x, se x  0

Da lei acima, sobre a definição do módulo ou valor absoluto de um número, pode-se aferir que o
módulo de um número real x é igual:
• Ao número dado, se este número for não negativo, ou seja, maior ou igual a zero;
• Ao seu simétrico se o número dado for negativo;

Note-se que esta definição não tem a ver com a variável x de forma singularizada mas com todo o
conteúdo do módulo, como vejamos a seguir:
−(𝑥 + 𝑎), 𝑠𝑒 𝑥 + 𝑎 < 0
|𝑥 + 𝑎| = {
(𝑥 + 𝑎), 𝑠𝑒 𝑥 + 𝑎 ≥ 0
Olhando para o conteúdo do módulo, fica facilmente entendida a definição do módulo de um
número real qualquer.
Um erro frequente que os alunos têm cometido na definição do módulo de um número representado
como x + a vem indicado a seguir:
17

−(𝑥 + 𝑎), 𝑠𝑒 𝑥 < 0


|𝑥 + 𝑎| = { (erro típico de estudantes na definição do módulo de um número
(𝑥 + 𝑎), 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0
real).
Destas definições, pode-se olhar o módulo de um número real x como sendo o valor numérico do
número x sem o seu sinal.
Decorrente da definição acima, do módulo ou valor absoluto de um número real x, pode se deduzir
que x  x .

1.2.3. Propriedades do módulo de um número real

Sejam dados dois números reais x e y. Os módulos dos dois números satisfazem as propriedades
seguintes:
i) |𝑥 + 𝑦| ≤ |𝑥| + |𝑦| (O valor absoluto da soma algébrica de vários números reais não é superior
à soma dos valores absolutos dos componentes).
ii) |𝑥 − 𝑦| ≥ |𝑥| − |𝑦| (O valor absoluto da diferença não é inferior à diferença dos valores
absolutos dos componentes).
iii) |𝑥 ∗ 𝑦| = |𝑥| ∗ |𝑦| (O valor absoluto do produto de dois ou mais números é igual ao produto dos
valores absolutos dos números visados).
𝑥 |𝑥| x
iv) |𝑦| = |𝑦|, ,𝑦 ≠ 0 (No intervalo onde o quociente entre dois números esteja definido, o valor
y

absoluto do quociente é igual ao quociente dos valores absolutos do dividendo e do divisor).


As propriedades i) e ii) referem-se a sub-aditividade;
A propriedade iii) refere-se a multiplicação e;
A propriedade iv) refere-se a preservação da divisão, desde que o denominador seja diferente de
zero.
Estas propriedades podem ser facilmente demonstradas, como se pode ver abaixo:
Demonstremos a propriedade 1), que atesta que o valor absoluto da soma algébrica de vários
números reais não é superior a soma dos valores absolutos dos componentes, ou seja,
x+ y  x + y .

Demonstração da propriedade i)
Considere-se dois números reais x + y  0 , então
|𝑥 + 𝑦| =𝑥 + 𝑦
18

Por definição 𝑥 + 𝑦 ≤ |𝑥| +|𝑦| dado que x  x e y  y

Considere-se agora x + y  0 , então x + y = −( x + y) = (− x) + (− y)  x + y

Cqd.
Visando verificar a validade desta demonstração, pode-se usar números quaisquer, como por
exemplo:
Tomando os números -4 e 5, pela propriedade pretende-se demonstrar que
|−4 + 5| ≤ |−4| +|5|. Para melhor controlo vamos desenvolver a operação dada na direção
vertical, sentido de cima para baixo.

𝑎)|−4 + 5| b) |−2 − 5|
|−4 + 5| |−4| +|5| |−2 − 5| |−2| +|−5|
|1| 4+5 |−7| 2+5
1 9 7 7
1<9 7=7
|−4 + 5| <|−4| +|5| |−2 − 5| =|−2| +|−5|

1. x− y  x − y

Fazendo analogia ao raciocínio do exemplo anterior, procuremos demonstrar a propriedade número


2, ou seja,
Façamos x – y = z1, então x = y + z e segundo a propriedade precedente,
x = y+z  y + z = y + x− y
De onde,
x − y  x− y
Cqd.

1.2.4. Interpretação Geométrica do módulo ou valor absoluto de um número real

O módulo de um número real representa a distância entre dois pontos quaisquer, pelo que, é sempre
nunca negativo. Na recta real, o valor absoluto de um número real x é a distância entre o ponto x
dado e a origem. Como se pode notar, a mesma distância que se pode percorrer à direita da origem,
ou seja, no sentido positivo pode-se percorrer a esquerda da origem, ou seja, no sentido negativo.

Atenção a esta substituição x –


1
y=z
19

Pode se chamar a isto de simetrização do ponto x em relação à origem. Esta construção pode ser
a) 12,3 b) 0 1 d) − 5 + 2
c) −
3
e) − 5 + 2 f) - 10 g) - − 10 h) − 10 − 9

geometricamente representada como se segue:

Como se pode notar na representação geométrica, |x| corresponde a distância do ponto x ao ponto
0. Considere-se os números reais x e y associados aos pontos X e Y na recta real, então
|𝑥 − 𝑦| Corresponde à distância do ponto X ao ponto Y (cf. Fig. Abaixo).

Alguns exemplos
Os valores absolutos dos números dados abaixo são dados por:
a) |𝟑| = 𝟑 b) |−𝟑| = 𝟑 c) −|𝟑|= − 3 d) −|−𝟑| = −𝟑

1.2.5. Resumo da unidade de estudos

Módulo ou valor absoluto de um número real x, designado por |x|, é definido como:
 x, se x  0
x = e,
− x, se x  0

Representa a distância entre dois números quaisquer, pelo que, é sempre nunca
negativo.

Na recta real, o valor absoluto de um número real x é a distância entre o ponto x


dado e a origem.
20

1.2.6. Actividades para a verificação da aprendizagem

1. Calcule o valor dos seguintes valores absolutos:


2. Procure, em cada caso, determinar mentalmente o número real x, tal que:

𝑎) d (4, x) = 20 b) d ( x,0) = 2 c) d ( x,3) = 5 d) d ( x,−2) = 8

e) d ( x,−2) = 3 f) d (−x,−8) = 3 g) d (0, x ) = 4 h) d (4, x) = 0,31


1
d ( x, − ) =
1 2
d ( x, ) =
3 k) d (−1,5) = 0 l) d ( 2,2) = -2
i) 3 4 j) 5 2

3. Assinale as seguintes proposições com V ou F. Em cada caso encontre valores de a e b que


justifiquem a resposta dada.

a) a  0 b) a  0 c) − a  0 d) - a  0
a 0 a 0 −a 0 −a 0
e) f) g) h)
a 0 −a 0 a =a −a = a
i) j) k) l)
a =a − a = −a a = −a a = −a
m) n) o) p)
a = −a a+b = a + b
q) r)

4. Indique dois números cujo valor absoluto é igual a 5

1.2.7. Bibliografia complementar

Cuambe, V. A. J., & Uamusse, A. A. (2007). Matemática 12ª classe. Diname e Autores, Maputo.
Vuma, J. P., & Watchave, A. D. (2010). Matemática 12, 1a ed., Longman Moçambique, Maputo.
21

UNIDADE II- GENERALIDADES SOBRE O ESTUDO DE FUNÇÕES

CARO ESTUDANTE!
É um grande prazer interagir consigo ao longo do processo do
estudo na disciplina de Matemática Básica Esta Unidade
temática debruça-se sobre as GENERALIDADES SOBRE
O ESTUDO DE FUNÇÕES

VAMOS JUNTOS NESTA VIAGEM sem sair de casa, sem


abandonar suas actividades de rotina nem seu trabalho.

2.1. Contextualização

Esta unidade II debruça-se basicamente sobre generalidades de funções. Tal como a anterior, esta
unidade de estudos está estruturada em tópicos e subtópicos. O Conceito de função é extremamente
importante numa formação matemática qualquer dado buscar consolidar os conceitos de aplicação,
correspondência, relação, etc. Neste contexto, convida-se o estudante a buscar reunir energias que
lhe permitam entender a unidade.
Note-se que nem toda a aplicação é função, pelo que, a partir dos conteúdos temáticos desenvolvidos
nesta unidade, busque entender a relação existente entre aplicação e função. Atente igualmente aos
vários tipos de funções e procure ter a razão de ser. Entre outros elementos, nesta unidade poderá
aprender os seguintes elementos: estudo de paridade de funções, tipos de funções elementares e sua
classificação, domínio de uma função real de variável real, funções injectivas, sobrejectivas e
bijectivas, funções inversas e funções periódicas.
A unidade tem alguns exercícios resolvidos que servirão de trampolim para si. Faça o maior proveito
para, de seguida, olhar para os exercícios propostos. Não conseguindo entender algum conceito ou
havendo alguma necessidade de desenvolver o seu conhecimento, poderá consultar a bibliografia
complementar que consta desta unidade de estudos.
22

2.2. Competências
CARO ESTUDANTE, nesta unidade vai desenvolver competências que lhe permitam:
• Identificar funções a partir de aplicações dadas de forma generalizada;
• Reconhecer os diferentes tipos de funções reais;
• Representar graficamente todas as funções elementares;
• Desenvolver a capacidade de leitura e interpretação de funções.

2.3. Desenvolvimento dos conteúdos

2.3.1. Função real de variável real

2.3.1.1.Conceito de função

Sejam dados dois conjuntos A e B, como vem expresso abaixo

Considere-se uma aplicação f em que a cada elemento do conjunto A faz corresponder um elemento
do conjunto B. A aplicação acima referenciada, ou seja, f de A em B, simbolicamente representada
por f : A → B , chama-se função se constituir uma correspondência unívoca de A para B que com
a condição de que qualquer elemento x ∈ A possui uma imagem y ∈ B.
23

Das aplicações a), b), c), d), e) e f) definidas acima, apenas as definidas por a), d) e e) representam
funções. Note que nestas aplicações, para cada elemento x pertencente ao conjunto de partida (A),
existe um e só um elemento y do conjunto de chegada (B), tal que y = f (x). Matematicamente pode-
se denotar esta informação como: ∀ 𝑥 ∈ 𝐴 ∃! 𝑦 ∈ 𝐵.
Esta definição sugere que todos os elementos do conjunto de partida devem ter um correspondente
no conjunto de chegada como condição necessária e suficiente para que a aplicação dada seja
função. A lei f que a cada elemento x ∈ A faz corresponder um e apenas um elemento y ∈ B leva à
constituição do par (x, y) que se pode traduzir pela igualdade y = f (x). Nesta igualdade, x representa
a variável independente (ou argumento) da função f e y representa a variável dependente.
Na aplicação b), nem todos os elementos do conjunto de partida (A) foram tomados, o que mancha
e retira a possibilidade da aplicação b) ser função. Logo, a aplicação b) não é função. O elemento 3
da aplicação definida por c) tem 5 correspondentes no conjunto de chegada (3,6,9,12,15). Esta
realidade fere a definição de uma função. Logo c) não define função alguma.
Na aplicação f : A → B definida pela alínea f), há um elemento do conjunto de partida que dois
correspondentes no conjunto de chegada. Este facto fere a definição da função. Logo a aplica
f : A → B definida por f) não define uma função.

Cada membro que participa na constituição de um conjunto (de partida assim como de chegada)
chama-se elemento.
Nas funções, os elementos constituintes do conjunto de partida são chamados de objectos e o
conjunto de objectos que constituem o campo de definição da função, ou seja, o conjunto de todos
os objectos para os quais a função está definida recebe o nome de campo de definição ou domínio
da função. O domínio de uma função f : A → B representa-se por 𝐷𝑓.
Os elementos constituintes do conjunto de chegada são chamados de imagens e o conjunto de todas
as imagens é chamado de conjunto imagem. O conjunto das imagens que corresponde ao domínio
da função é chamado de contradomínio e representa-se por 𝐶𝐷𝑓 𝑜𝑢 𝐷´𝑓.
A substituição da variável real x nas funções dadas por um valor qualquer de R pode conduzir a um
elemento ainda de R. Se isto tomar lugar, a função em causa chama-se real de variável real x.
Chama-se função real de variável real toda a função de um subconjunto de R em R, ou seja, aquela
que transforma elementos de R em R.

Exemplo: Considere-se a expressão √𝑥 2 + 1 , Em que x seja uma variável real. Operando-se uma
substituição de x por qualquer elemento real, fica claro que o resultado será um valor ainda real. De
acordo com isto, esta função é real de variável real.
24

Diz-se que uma função está definida na forma explícita se esta se reduz à forma 𝑦 = 𝑓(𝑥). Em
contrapartida, se a função não estiver na forma 𝑓(𝑥, 𝑦) = 0, ou seja, se não está resolvida em ordem
a qualquer das variáveis, diz-se que está na forma implícita.

2.2. 1.2. Estudo da paridade de funções

Para o estudo da paridade de funções vamos partir de casos identificados


Consideremos, por exemplo, as funções reais de variável real x definidas por:
𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0
𝑔(𝑥) = 𝑥 3 e 𝑓(𝑥) = |𝑥| = { ;
−𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 < 0

Façamos o esboço gráfico destas funções:

a) Figura1: Gráfico de 𝑔(𝑥) = 𝑥 3

Figura2: f(x) =|x|

Em qualquer um dos gráficos acima observa-se alguma simetria. Por um lado, pode-se notar que o
gráfico da função g(x) é simétrico em relação a origem do sistema de coordenadas (0, 0). Isto
significa que∀𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅 (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐺𝑓 → (−𝑥, −𝑦) ∈ 𝐺𝑓. Em relação ao gráfico da função g (x)
pode-se afirmar igualmente que ∀𝑥 ∈ 𝑅 𝑔(−𝑥) = −𝑔(𝑥). Uma função com este comportamento
diz-se ímpar.
Por outro lado, o gráfico da função f(x) é simétrico em relação ao eixo das ordenadas, ou seja,
∀𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅 (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐺𝑔 → (−𝑥, 𝑦) ∈ 𝐺𝑔. Para a função f(x), é válido afirmar que ∀𝑥, 𝑦 ∈
𝑅 𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥). Funções com este tipo de comportamento são pares.
25

Em resumo, uma função real de variável real x diz-se par se e somente se (sse)∀𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅 𝑓(−𝑥) =
𝑓(𝑥) e ímpar sse ∀𝑥 ∈ 𝑅 𝑔(−𝑥) = −𝑔(𝑥).

Exemplos de aplicação:
Estude as funções reais de variável real x, abaixo indicadas, quanto à paridade:
𝒂) 𝒇(𝒙) = 𝒙𝟐
x
𝒃) 𝒉(𝒙) =
⃒𝑥⃒ − 3

Passos do estudo:
Verifique primeiro se a função satisfaz as condições de uma função par, isto é, se ∀𝑥 ∈ 𝑅
g (− x) = g ( x)

Se esta condição for verificada, a função correspondente será par.


Caso não seja verificada esta condição continue verificando se a condição da imparidade se cumpre,
ou seja, ∀𝑥 ∈ 𝑅 𝑔(−𝑥) = −𝑔(𝑥). Não tendo sido cumprida a primeira condição, se esta última for
verificada, a função correspondente será impar.

𝒂) 𝒇(𝒙) = 𝒙𝟐
f(−𝑥) = (−𝑥)2 = 𝑥 2 .

Como se pode notar, 𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 , logo a função f é par. Significa que seu gráfico é
simétrico em relação ao eixo das ordenadas (0y)
R. A função real de variável real x definida por 𝒇(𝒙) = 𝒙𝟐 é par.

x
𝒃) 𝒉(𝒙) =
⃒𝑥⃒ − 3

(−x) −x
𝒉(−𝒙) = =
⃒ − 𝑥⃒ − 3 ⃒𝑥⃒ − 3

Verificação 1:
ℎ(−𝑥) ≠ ℎ(𝑥), logo a função ℎ(𝑥) não é par.
Verifiquemos agora se não tendo satisfeito a condição de funções pares poderá verificar a de funções
ímpares.

x −x
−𝒉(𝒙) = − ( )=
⃒𝑥⃒ − 3 ⃒𝑥⃒ − 3
26

Destas verificações, nota-se que h (−x) = −h (x), condição de uma função impar. Logo, a
função h(x) é í𝑚𝑝𝑎𝑟. Isto já prediz que o gráfico desta função é simétrico em relação à origem do
sistema cartesiano ortogonal (0, 0).
x
R: A função real de variável real x definida por 𝒉(𝒙) = é ímpar.
⃒𝑥⃒−3

Na secção seguinte iremos, com detalhes, construir o gráfico de uma função.


Atenção estudante: Não é por não ser par que deve se concluir que uma dada função seja ímpar. É
importante notar que algumas funções podem não verificar as duas condições. Equivale a afirmar
que algumas funções podem não ser pares nem ímpares.

Exemplo: Estude a função abaixo quanto à paridade:


𝑓(𝑥) = x + 5
𝑓(−𝑥) = (−x) + 5 = −x + 5
𝑓(𝑥) ≠ 𝑓 (−𝑥), logo, a função não é par; ou seja, é não par.
−𝑓(𝑥) = −(x + 5) = −x − 5
𝑓(−𝑥) ≠ −𝑓(𝑥), logo, a função 𝑓(𝑥) não é ímpar
Conclusão: A função 𝑓(𝑥) não é par nem ímpar.

Exercícios propostos:
1. Estude as seguintes funções quanto à paridade
a) 𝑥 = 𝑥 3
b) 𝑓(𝑥) = 2x + 4
c) 𝑥 = 𝑥 4 + 2
d) 𝑓(𝑥) = 2𝑥

2. Das funções abaixo indicadas, representadas pelos gráficos a), b) e c), indique, argumentando,
as que são pares, impares e as que não são pares nem ímpares.
27

b)

a) b) c)

2.2.1.3. Tipos de funções elementares

As funções elementares podem ser aproveitadas para representar vários fenómenos da natureza.
Estas funções podem ser definidas por fórmulas, algumas das quais contendo um número finito de
operações algébricas (adição, subtração, multiplicação e divisão, elevação a potência, a radiciação,
a logaritmação e a potenciação, operações com funções trigonométricas).
Em geral, as funções elementares classificam-se em algébricas e transcendentes.
2.2.1.4.Funções algébricas

De entre outras definições consideradas válidas vamos definir função algébrica como sendo toda a
função do tipo 𝑦 = 𝑓 (𝑥) que satisfaça uma equação da forma
𝑝0 (𝑥)𝑦 𝑛 + 𝑝1 (𝑥)𝑦 𝑛−1 + 𝑝2 (𝑥)𝑦 𝑛−2 + ⋯ + 𝑝𝑛−1 (𝑥)𝑦 + 𝑝𝑛 (𝑥) = 0. Na equação dada,
𝑝0 (𝑥), 𝑝1 (𝑥), 𝑝2 (𝑥) 𝑒 𝑝𝑛 (𝑥) são polinómios em x.
Esta equação não é estática podendo se reduzir em função do valor a atribuir ao valor de n. No
contexto, se n = 1, tem-se 𝑝0 (𝑥)𝑦 + 𝑝1 (𝑥) = 0, que de forma inequívoca define uma função
racional, desde que 𝑝0 (𝑥) não seja um polinómio nulo.
Uma função algébrica diz-se inteira se o polinómio 𝑝0 (𝑥) se reduzir a uma constante não nula.
𝑥2
Tomando em consideração a função 𝑦 = 4𝑥−2, a igualdade acima pode se escrever na forma

(4𝑥 − 2)𝑦 − 𝑥 2 = 0
Olhando para a estrutura da equação originalmente criada,
(𝑝0 (𝑥) = 4𝑥 − 2)), 𝑝1 (𝑥) = −𝑥 2 ). Operando uma substituição de x por valores concretos nota-se
que a equação conserva apenas os valores de y. Diz-se neste contexto que a equação
(4𝑥 − 2)𝑦 − 𝑥 2 = 0 define y como função implícita de x. Resolvendo a equação dada em ordem a
28

𝑥2
y obtém se, como é óbvio, 𝑦 = 4𝑥−2. Pode-se notar nesta operação que definiu-se o y como função

explícita de x.
Em resumo pode-se dizer que toda a equação do tipo 𝑓(𝑥 , 𝑦) = 0 define y como função implícita
de x.

2.3. Classificação das funções algébricas

As funções algébricas podem ser classificadas em:

2.3.1.Funções polinomiais

Nesta classe, estão as funções racionais inteiras, polinomiais ou polinómios. A forma genérica
destas funções é 𝑓 (𝑥) = 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + 𝑎𝑛−2 𝑥 𝑛−2 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 .
Na expressão polinomial acima 𝑎𝑛 , 𝑎𝑛−1, 𝑎𝑛−2, …, 𝑎0 são coeficientes do polinómio; n indica o grau
do polinómio dado. Os coeficientes são números reais e o n é um número inteiro.
Exemplos de expressões polinomiais:
a) 𝑓(𝑥) = 𝑎 (função constante). Esta função representa um polinómio de grau zero dado que o
coeficiente a está acoplado ao termo do grau 0, ou seja, 𝑓 (𝑥) = 𝑎𝑥 0 e todos os outros termos
são nulos. O domínio de uma função constante é o conjunto R.
b) 𝑓 (𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, 𝑐𝑜𝑚 𝑎 ≠ 0 (𝑓𝑢𝑛𝑐𝑎𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 𝑜𝑢 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑎𝑜 𝑎𝑓𝑖𝑚). Esta função representa,
como se pode notar, um polinómio de grau 1. O domínio da função linear é igualmente o
conjunto R.
c) 𝑓 (𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐om 𝑎 ≠ 0 (Polinómio de grau 2 ou do segundo grau). Esta função
polinomial está definida para todos os valores de x pertencentes ao conjunto R.
d) 𝑓 (𝑥) = 𝑎𝑥 3 +b𝑥 2 + 𝑐𝑥 + 𝑑, 𝑐𝑜𝑚 𝑎 ≠ 0 (função cúbica). A função cúbica é um polinómio do
grau 3 cujo domínio é o conjunto R.
Como se conseguiu notar, a função polinomial está definida em todo o domínio R.

2.3.2.Função algébrica racional fracionária

Contrariamente as funções algébricas polinomiais, as fraccionárias são expressas como quocientes


𝑝(𝑥)
de dois polinómios, ou seja, 𝑓 (𝑥) = 𝑞(𝑥) , com 𝑞(𝑥) ≠ 0.

No quociente dado acima, 𝑝(𝑥)𝑒 𝑝(𝑥)são polinómios de graus m e n respectivamente, como se


pode ver abaixo.
29

𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + 𝑎𝑛−2 𝑥 𝑛−2 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0


𝑓 (𝑥) =
𝑏𝑚 𝑥 𝑚 + 𝑏𝑥 𝑚−1 + 𝑏𝑚−2 𝑥 𝑚−2 + ⋯ + 𝑏𝑥 + 𝑏0
Exemplo:
2𝑥 3 + 18
𝑓 (𝑥) =
4𝑥 − 2

2.3.3 Função algébrica irracional

Uma função algébrica irracional será caracterizada pela presença de radicais. Na sua constituição
nota-se a existência de variáveis dentro de radicais.

3
Exemplo: 𝑓(𝑥) = √2𝑥, ℎ(𝑥) = √𝑥 3 − 3𝑥 2 − 𝑥 + 3
A presença de incógnitas ou radicais dentro do radical faz com que funções irracionais sejam
diferentes das racionais, dado que aquelas não apresentavam o sinal radical.

2.3.4.Função potência

Diz-se função potência a toda função do tipo 𝑔(𝑥) = 𝑥 𝑛 , o contrário da função exponencial. Na
função dada acima, definida por 𝑔(𝑥) = 𝑥 𝑛 , n é um número natural.
Enquanto na função exponencial a variável ocupava o lugar do expoente, na função potência o
expoente é uma constante.
Visando facilitar a compreensão, para o caso de potência, vamos adoptar a forma 𝑦 = 𝑎𝑛 . Para as
potências são válidas algumas propriedades básicas que passamos a citar:
1. 𝑎𝑛 ∗ 𝑎𝑚 = 𝑎𝑛+𝑚 . (Produto de potências com a mesma base e expoentes diferentes)
O produto de duas ou mais potências com a mesma base e expoentes diferentes é igual a uma nova
potência em que se mantém a base e se adiciona os expoentes.
2. 𝑎𝑛 ∗ 𝑏 𝑛 = (𝑎𝑏)𝑛 (Produto de potências com bases diferentes e expoentes iguais).
O Produto de potências com bases diferentes e expoentes iguais é igual a uma nova potência em
que se multiplicam as bases e se mantém o expoente.
𝑎𝑛
3. = 𝑎𝑛−𝑚 . (Quociente de potências com bases iguais e expoentes diferentes).
𝑎𝑚

No quociente de duas potências com a mesma base mantém-se a base e subtraem-se os expoentes.
𝑎𝑚 𝑎
4. = (𝑏)𝑚 . (Quociente de potências com bases diferentes e expoentes iguais).
𝑏𝑚

No quociente de duas potências com bases diferentes e expoentes iguais, divide-se as bases e
mantém-se o expoente.
30

5. (𝑎𝑛 )𝑚 = 𝑎𝑛∗𝑚 (Potência de uma potência)

2.3.4.1. Casos específicos da potência em função do expoente


Dependendo dos casos, a potência pode ser de expoente nulo, igual a unidade, negativo, inteiro ou
fraccionário.

A) Potência de expoente nulo


Toda a potência de expoente nulo reduz-se à unidade, desde que a base não seja igual a zero.
Exemplos:
𝑎)1000 = 1;
e) 54 ∗ 5−4 = 54−4 = 50 = 1

B) Potência de expoente igual a unidade


Toda a potência de expoente igual a unidade tem como resultado a base.
Exemplos:
𝑎) 𝑎1 = 𝑎
1 1
𝑏) ( )1 =
2 2

C) Potência de expoente negativo


Uma potência de expoente negativo é igual ao seu inverso
1
a) 𝑎−1 = 𝑎1
1
b) 2−4 = (24 )
3 1
c) (5)−2 = 3
( )2
5

Na divisão de duas fracções pode-se manter os termos da primeira fracção, transformar a divisão
numa multiplicação e inverter os termos da segunda fracção. Nisto vale, continuando:
3 1 5 5
(5)−2 = 3 = 1*(3)2=(3)2.
( )2
5

Conclusão: Quando a base é fraccionária e o expoente negativo, é só inverter os termos da fracção


e atribuir ao expoente o sinal positivo.
Note-se que no denominador o expoente perde o seu sinal negativo.
Como se pode notar, potência de expoente inteiro é trivial, ou seja, dispensa explicação. Neste
contexto podemos seguir para as potências de expoente fraccionário.
31

D) Potência de expoente fraccionário


Toda a potência de expoente fraccionário pode-se transformar numa fracção nos moldes seguintes:

𝑝
𝑞
𝑎 𝑞 = √𝑎𝑝
Se o expoente for negativo segue-se o raciocínio do número anterior (potência de expoente
negativo).
Em resumo, pode-se propor a seguinte classificação das funções algébricas:

Explicitas Racionais Inteiras


Funções Algébricas { { {
implicitas Irracionais Fraccionárias

2.4. Funções transcendentais

O capítulo anterior debruçou-se sobre funções algébricas. As funções elementares que não sejam
algébricas dizem-se transcendentes. Entre elas estão as funções exponenciais, logarítmicas e
trigonométricas.

2.4.1. Função exponencial

Função exponencial é toda a função 𝑓que transforma elementos do conjunto R em elementos do


conjunto R positivo, ou seja, 𝑢𝑚𝑎 𝑓𝑢𝑛çã𝑜 𝑑𝑜 𝑡𝑖𝑝𝑜 𝑓: 𝑅 → 𝑅 + . De forma explícita esta função é
definida por 𝑓(𝑥) = 𝑎 𝑥 , Com a positivo e diferente de 1.
A figura abaixo mostra gráficos de uma variedade de funções exponenciais, de acordo com o tipo
e/ou natureza de base.

Figure 3: Gráficos de uma função exponencial


de acordo com a natureza da base.
32

Como se disse antes, é possível ler no gráfico que o domínio da função exponencial é o conjunto de
todos os números reais e o contradomínio é o conjunto de todos os números reais positivos.
A base (a) de uma função exponencial é positiva e maior que 1 mas oferece diferenças claras em
dois intervalos que estão explicitamente exibidos na figura acima.
Para 𝑎 < 1, 𝑎 função exponencial é estritamente decrescente em todo o seu domínio e para
𝑎 > 1 crescente em todo o domínio ou campo de sua definição. A função exponencial é que
apresenta maior variação em todo o seu domínio. (Cresce ou decresce de forma abrupta).

2.4.2. Função logarítmica

Seja dado um elemento 𝑦 𝑑𝑒 𝑅, 𝑠𝑒 existe algum expoente 𝑥 𝑟𝑒𝑎𝑙 tal que 𝑦 = 𝑎 𝑥 , então é único
(prova-se aqui o teorema de unicidade). O expoente x desta função exponencial define a função
logaritmo. 𝑥 = log 𝑎 𝑦. A função logaritmo aparece então como inversa da função exponencial.
Formalmente, pode-se definir a função logarítmica como sendo 𝑓 −1 = 𝑅 + 𝑒𝑚 𝑅., exprimindo esta
realidade em ordem a y fica 𝑦 = log 𝑎 𝑥, com a ≠ 1. Note que o logaritmando não pode, nem deve
tomar o valor zero.
Geometricamente, a função logarítmica pode ser representado conforme ilustrado na figura abaixo.

Figure 4: Gráficos de várias funções logarítmicas de acordo com a natureza da base.

2.4.2.1.Propriedades da função logarítmica

a) Mudança de base
Caso a base fornecida não seja viável para o alcance dos objectivos preconizados, pode-se operar
alguma mudança para uma outra base, nos seguintes moldes: Escolha-se e fixe-se, a título de
exemplo, uma nova base b.
33

log 𝑏 𝑥
log 𝑎 𝑥 =
log 𝑏 𝑎

Exemplos de aplicação
Fazendo a mudança de base (2) para a base 3 na função logarítmica abaixo, teríamos
log 3 𝑥
log 2 𝑥 =
log 3 2

b) Logaritmo da raiz
Pode-se fazer alguma transformação da função radical visando facilitar o desenvolvimento da
operação proposta.
1
𝑛 1
log 𝑎 √𝑥 = log 𝑎 𝑥 𝑛 = 𝑛 log 𝑎 𝑥 (inclui o logaritmo de potência);

c) Logaritmo da base e da unidade


O logaritmo de um número na base desse mesmo número é igual a esse número dado, ou seja,
log 𝑎 𝑎 = 1;
d) Logaritmo do produto
O logaritmo do produto é igual a soma dos logaritmos dos logartimandos na base dada, ou seja,
log 𝑎 𝑥𝑦 = log 𝑎 𝑥 +log 𝑎 𝑦, Ɐ x,y ϵ R

e) Logaritmo do quociente
O logaritmo do quociente é igual a diferença dos logaritmos dos logartimandos, ou seja,
𝑥
log 𝑎 𝑦 = log 𝑎 𝑥 − log 𝑎 𝑦 .

2.4.2.2.Casos especiais da função logarítmica

• Se o valor da base for igual ao número de Neper, (a = e), o logaritmo correspondente chama-se
logaritmo natural ou logaritmo Neperiano.
• Se o valor da base for igual a 10 (a = 10), o logaritmo correspondente chama-se logaritmo
decimal.

2.5. Domínio de uma função real de variável real x

Domínio de uma função é, por definição, o conjunto de todos os valores do conjunto de partida para
os quais a função tem significado, ou seja, está definida. Para isso, é necessário que, ainda que de
34

forma genérica e criteriosa, se faça a definição das condições básicas para a existência das funções
definidas em R:

2.5.1. Domínio de funções algébricas

Entre outras funções definidas como válidas, serão estudados domínios das seguintes funções
algébricas:

a) Funções algébricas polinomiais


Toda a função polinomial está definida para todos os valores de x pertencentes ao conjunto R.
Exemplo: As funções 𝑓(𝑥) = 𝑥 − 1, 𝑔(𝑥) = 𝑥 2 + 1; ℎ(𝑥) = 𝑥 3 − 𝑥 2 − 𝑥 + 1 = 0 estão definidas
para todo o valor de x pertencente ao domínio R.

b) Funções algébricas racionais


A condição para que as funções algébricas racionais existam é que o denominador seja diferente de
Zero.

Exemplo: Calcule o domínio das funções abaixo


x
𝑓(𝑥) =
𝑥−1
Como muito bem se disse na condição, o denominador deve ser diferente de zero para que uma
função racional esteja definida, pelo que,
𝑥−1≠0→𝑥 ≠1
Df: {𝑥𝜖𝑅 ⃥𝑥 = 1}
Isto significa que a função f(x) está definida para todos os valores de R exceptuando no valor x =
1. É óbvio que seja assim, porque para x = 1 o denominador toma o valor 0 criando uma
descontinuidade para a função, ou seja, no valor x = 0 a função não está definida.
Exemplo 2:
x
𝑓(𝑥) = 2
𝑥 +1
O denominador desta função não admite raízes reais, pelo que, nunca se anula para todo o x real,
pelo que a função está definida para todo o x pertencente a R.
Df: 𝑥𝜖𝑅 .
35

Exemplo 3:
x−4
𝑔(𝑥) =
𝑥3 − 𝑥2 − 𝑥 + 1
Procuremos averiguar se algum valor de x existe que consiga anular o denominador. A esta resposta
pode-se chegar resolvendo a equação correspondente. Para resumirmos podemos dizer logo que não
precisamos destes valores, ou seja, no lugar de igualdade na equação correspondente vamos colocar
o sinal de diferente.
𝑥 3 − 𝑥 2 − 𝑥 + 1 ≠ 0 ↔ 𝑥 2 (𝑥 − 1) − (𝑥 − 1) ≠ 0 ↔ (𝑥 2 − 1)(𝑥 − 1) ≠ 0
Um produto de dois factores se anula se pelo menos um dos dois for igual a zero, ou seja,
𝑥2 − 1 ≠ 0 ∨ 𝑥 − 1 ≠ 0 ↔ 𝑥 ≠ − ± 1 ∨ 𝑥 ≠ 1
Equivale a afirmar que para os valores de 𝑥 = ±1, o denominador se anula. Nestes, a função não
existe, pelo que,
Dg:{𝑥𝜖𝑅 ⃥𝑥 = ±1}
A função g (x) está definida para todos os valores de x mas em 𝑥 = ±1 não existe.

c) Funções algébricas irracionais


Estas funções tem sido caracterizadas por possuírem a variável sob o sinal do radical. Por se tratarem
de funções reais, a variável, ou seja, o radicando deve ser não negativo, ou seja, maior ou igual a
zero.
Exemplo 1:
Achar o domínio das seguintes funções algébricas irracionais
𝑓(𝑥) = √𝑥 + 1
𝑥 − 1 ≥ 0 ↔ 𝑥 ≥1
Esta função só poderá estar definida em R se o x não tomar valores inferiores que 1.
Df: {𝑥𝜖𝑅: 𝑥 ≥ 1}

Exemplo 2:

𝑔(𝑥) = √𝑥 2 + 1

𝑥2 + 1 ≥ 0
Está claro que esta expressão se mantém sempre positiva para todo o x real. Logo temos como
domínio ou campo de definição da função, o conjunto de todos os valores de x pertencentes a R.
36

2.5.2. Domínio das funções transcendentais

a) Função exponencial

A função exponencial está definida para todo o valor de x pertencente ao conjunto R. Note que a
base da função exponencial deve ser positiva mas não pode tomar o valor 1.
1
Exemplo: As funções reais de variável real x definidas por 𝑓(𝑥) = 2𝑥 ; 𝑔(𝑥) = (2)𝑥 estão definidas

para todo o x real.

b) Função logarítmica

Contrariamente à função exponencial, a função logarítmica tem algumas restrições no campo da


sua existência.
A condição para que esta função exista é que a base, tal como se referiu na função exponencial, seja
sempre positiva mas não tome nunca o valor 1, por um lado e por outro lado o logaritmando deve
ser sempre positivo.

Exemplo 1
Determine o domínio das seguintes funções logarítmicas:
g(x)= log 2 𝑥
𝑥˃0

Exemplo 2
ℎ(𝑥) = log 2 (𝑥 2 − 1)
𝑥 2 − 1 ˃ 0 ↔ (𝑥 − 1)(𝑥 + 1) ˃ 0
O produto de dois factores é positivo se e somente se (sse):
a) Os dois forem positivos ou se ambos forem negativos, ou seja,
(𝑥 − 1) ˃ 0 ˄ (𝑥 + 1) ˃ 0 ↔ 𝑥 ˃ 1 ˄ 𝑥 ˃ − 1
Sol1: 𝑥 ˃ 1
𝑥 − 1 ˂ 0˄ 𝑥 + 1 ˂ 0 ↔ 𝑥 ˂ 1˄ x ˂ − 1
Sol2: 𝑥 ˂ 1
Sol: final: 𝑥 ˂ 1 ⋃𝑥 ˃ 1.
Quer dizer que esta função h (x) só existe para valores de x pertencentes a R exceptuando o valor 1
(um).
37

2.7. Funções injectivas, sobrejectivas e bijectivas

2.7.1. Funções injectivas

Seja dada uma função𝑓(𝑥).A função dada diz-se sobrejectiva se o conjunto imagem for igual ao
contradomínio, ou seja, se para todo o elemento do contradomínio existe um e apenas um elemento
de a que satisfaça a condição 𝑓(𝑎) = 𝑏.
Diz-se que uma função 𝑓: 𝐴 → 𝐵é injectiva se para quaisquer elementos x1 e x2 de um dado conjunto
de partida A, x1≠x2 → 𝑓( x1 ) ≠ 𝑓( x 2 ) ou seja, distintos objectos correspondem a distintas

imagens. Olhando para a igualdade dos termos, a função é injectiva, se𝑓 ( x1 ) = 𝑓 ( x 2 ) → 𝑥1 =

𝑥2 , ou seja, imagens iguais devem corresponder a objectos também iguais.


Exemplos
1. Verifique analiticamente se a função 𝑓(𝑥) = 2𝑥 + 3 é ou não injectiva
Para todo x1 e x2 do conjunto dos números reais, tem-se, de acordo com a condição de funções
injectivas:

𝑓 ( x1 ) = 𝑓 ( x 2 ) ↔ 2x1+3 =2x2 +3↔ 2x1 =2x2 ↔2(x1 - x2 )=0

Um produto de dois factores é igual a zero se pelo menos um for igual a zero. Neste caso, o 2 é
diferente de zero. Isto significa que o segundo factor deve ser impreterivelmente igual a zero, ou
seja, x1 - x2 = 0 ↔ x1 = x2. Logo, a função dada é injectiva.

3x−2
2. Averigue a função 𝑓(𝑥) = 2𝑥+1quanto a injectividade
3𝑥1 − 2 3𝑥2 − 2
𝑓 ( x1 ) = 𝑓 ( x 2 ) ↔ =
2𝑥1 + 1 2𝑥2 + 1
(2𝑥1 + 1) ∗ (3𝑥2 − 2) = (3𝑥1 − 2) ∗ (2𝑥2 + 1) =↔ 6𝑥1 𝑥2 − 4𝑥1 + 3𝑥2 − 2
= 6𝑥1 ∗ 𝑥2 + 3𝑥1 − 4𝑥2 − 2 ↔ −4𝑥1 + 3𝑥2 = +3𝑥1 − 4𝑥2
↔ −4𝑥1 − 3𝑥1 = −4𝑥2 − 3𝑥2 ↔ −7𝑥1 = −7𝑥2 ↔ 𝑥1 = 𝑥2
3x−2
Logo, a função dada, definida por 𝑓(𝑥) = 2𝑥+1 é injectiva.

Geometricamente uma função diz-se injectiva se qualquer recta horizontal interceptar o gráfico da
função dada em apenas um ponto.
Exemplo: As funções lineares e exponenciais (cf. Fig. 5.e 6), são injectivas dado que seus gráficos
são interceptados em apenas um ponto por qualquer recta horizontal.
38

Figure 5: Gráfico de uma função linear. Esta função é um exemplo de uma função injectora.

Figure 6: Gráfico de uma função exponencial. Outro exemplo de uma função injectiva.
Se uma recta horizontal qualquer intersecta o gráfico em pelo menos dois pontos, a função
correspondente não é injectiva (cf. Fig. 7).

Figure 7: Gráfico de uma função quadrática. Este gráfico é intersectado duas vezes por qualquer
recta horizontal, logo não pode ser injectiva.
39

2.7.2. Funções sobrejectivas

Seja dada uma função f: A→ B. A função 𝑓(𝑥) diz-se sobrejectiva se para todo o y ϵ
B, existe pelo menos um x ϵ A tal que 𝑓(𝑥) = 𝑦.
Entende-se por função sobrejectiva ainda aquela em que o conjunto imagem é igual ao
contradomínio da função.

Exemplos de funções sobrejectivas


f g h
A B C D E F

-1. .1 2. .3 3. .3
3. .9 1. .2 2. .2
2. .4 3. .4 4. .4
4. . 16 -1.

Exemplo. Toda a função linear (função afim) do tipo 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏 é sobrejectiva

2.7.3. Funções bijectivas

Uma função real de variável real diz-se bijectiva se for injectiva e sobrejectiva simultaneamente.
Como exemplo de funções bijectivas pode-se tomar a função afim, 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏. Esta função é
injectiva mas ao mesmo tempo é sobrejectiva, logo ela é bijectiva.
2.8. Funções inversas

Seja dada uma função 𝑓(𝑥)bijectiva de A em B, 𝑓: 𝐴 → 𝐵, definida no conjunto dos números reais.
𝑥: → 𝑦 = 𝑓(𝑥),
A informação acima sugere que 𝑓(𝐴) = 𝐵, este facto ocorre, claro, se o contradomínio coincide
com o conjunto de chegada, o que está evidente nesta aplicação, ou seja, a cada elemento y de B
corresponde um e apenas um elemento x de A, tal que 𝑓(𝑥) = 𝑦.
Chama-se função inversa de 𝑓(𝑥) e representa-se por f(x)-1 a função unívoca 𝑦 → 𝑥 estabelecida
entre o conjunto B e A, ou seja, a função que representa o oposto da função 𝑓(𝑥).
Por outras palavras, seja f: A→ B, em que f(a) = b, então a função inversa de f é dada por
f-1: B → A, tal que f(b) = a.
Note-se que nem toda a função é inversível. Para que uma função admita inversa no seu domínio é
necessário que ela seja injectiva e sobrejectiva simultaneamente, ou seja, bijectiva.
Determinação da inversa de uma função.
40

Dada uma função 𝑓(𝑥), sua inversa pode ser facilmente determinada bastando trocar o valor de y
por x na expressão dada e resolver de seguida em ordem a y.

Exemplo:
Determine a inversa das seguintes funções:
a) 𝑓(𝑥) = 2𝑥 − 4
𝑦 = 2𝑥 − 4.
Como se disse antes, troca-se a ordem das variáveis e resolve-se a expressão em ordem a y, sendo:
𝑥+4
𝑥 = 2𝑦 − 4 ↔ 2𝑦 − 4 = 𝑥 ↔ 2𝑦 = 𝑥 + 4 ↔ 𝑦 = . Este último resultado corresponde a função
2
x+4
inversa de 𝑦 = 2𝑥 − 4, ou seja, 𝑦 −1 = f −1 (x) = .
2

b) 𝑦 = 23𝑥−7 ↔ 𝑥 = 23𝑦−7 ↔ 23𝑦−7 = 𝑥 ↔ 3𝑦 − 7 = log 2 𝑥 ↔ 3𝑦 = 7 + log 2 𝑥 ↔ 𝑦 =


7+log2 𝑥 7+log2 𝑥
. Este resultado expressa a função inversa de y, ou seja, 𝑦 −1 =
3 3

❖ A inversa de uma função exponencial é logarítmica


7+log2 𝑥
c) 𝑦 = 3
7+log2 𝑥 7+log2 𝑦
𝑦= ↔𝑥= ↔ 3𝑥 = 7 + log 2 𝑦 ↔ 3𝑥 − 7 = log 2 𝑦 ↔ 𝑦 = 23𝑥−7 , que é a inversa
3 3

da função dada, ou seja, 𝑦 −1 = 23𝑥−7


❖ A inversa da função logarítmica é uma função exponencial.
❖ Uma outra lição pode-se extrair deste desenvolvimento: A inversa de uma inversa é a própria
função.
3𝑠𝑒𝑛(2𝑥−7) 1
d) 𝑦 = − 8, no intervalo igual a 4do seu comprimento de onda. No intervalo dado a
4

função acima é bijectiva e, como tal, tem inversa.

Para achar a inversa de funções como esta é necessário e suficiente que o estudante conheça na
íntegra as particularidades de uma função assim como a ligação dos termos à respectiva função.
Neste caso concreto teríamos, obedecendo a nossa estratégia:
3𝑠𝑒𝑛(2𝑦 − 7) 3𝑠𝑒𝑛(2𝑦 − 7)
𝑥= −8 ↔ 𝑥+8= ↔ 4(𝑥 + 8) = 3𝑠𝑒𝑛(2𝑦 − 7) ↔ 4𝑥 + 32
4 4
4𝑥 + 32 4𝑥 + 32
= 3𝑠𝑒𝑛(2𝑦 − 7) ↔ = 𝑠𝑒𝑛(2𝑦 − 7) ↔ 2𝑦 − 7 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 ( )
3 3
4𝑥 + 32
↔ 2𝑦 = 7 + 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 ( )↔
3
41

4𝑥+32
7 + 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 ( )
3
𝑦 −1 =
2
❖ Trabalho de estudo independente: Encontre a inversa desta função inversa. Não te esqueças
que a inversa de uma inversa é a própria função. Significa que o estudante deverá ter como
resposta do pedido, a função dada em d).

2.9. Funções periódicas

Seja dada uma função real de variável real x. A função 𝑓(𝑥) diz-se periódica se satisfizer a condição
𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑥 + 𝑇), para Ɐ 𝑥 𝜖 𝑅. No caso, T representa o período da função que por sinal deve ser o
menor número que satisfaz a condição dada. Como exemplo de funções periódicas pode-se tomar
as funções senx, cosx, cujos gráficos são respectivamente

Figure 8: Gráfico da função f(x) = senx.

Figure 9: Gráfico da função f(x) = cosx.

As funções senx e cosx representadas pelos gráficos acima são periódicas, dado que existe um
tempo mínimo necessário para que ela percorra, a cada ciclo, uma distância chamada /comprimento
da onda. Para as duas funções o período corresponde a 2π.
42

2.10. Resumo da unidade de estudos

Uma aplicação f : A → B , chama-se função se constituir uma correspondência unívoca de


A para B que com a condição de que qualquer elemento x ∈ A possui uma imagem y ∈ B.

Uma função f (x) é par se verificar a condição 𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥), ∀𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅. O gráfico da
função f (x) é simétrico em relação ao eixo das ordenadas.

A função f (x) é impar se verificar a condição 𝑓(−𝑥) = −𝑓(𝑥), ∀𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅. O gráfico de


uma função ímpar é simétrico em relação a origem do sistema de coordenadas.
As funções classificam-se em algébricas e transcendentes. As algébricas podem ser
polinomiais, racionais (inteiras ou fraccionárias), irracionais e função potência.

Dizem-se transcendentes as funções elementares que não algébricas (exponenciais,


logarítmicas e trigonométricas.

Uma função 𝑓: 𝐴 → 𝐵 é injectora se para quaisquer elementos x1 e x2 de um dado conjunto


de partida A, x1 ≠x2 → 𝑓(𝑥1) ≠ 𝑓(𝑥2). Desta desigualdade decorre que se 𝑓(𝑥1) =
𝑓(𝑥2) → 𝑥1 = 𝑥2 . Ou seja, imagens iguais devem corresponder a objectos também iguais.
A função 𝑓(𝑥) diz-se sobrejectora se o conjunto imagem for igual ao contradomínio, ou
seja, se para todo o elemento do contradomínio existe um e apenas um elemento de a que
satisfaça a condição𝑓(𝑎) = 𝑏.
Uma função que é injectora e sobrejectora simultaneamente diz-se bijectora.
43

2.11.Verificação da aprendizagem

A. Determine o domínio das seguintes funções:


a) 𝑦 = 2𝑥 − 9
b) 𝑦 = √2𝑥 − 9
c) 𝑦 = √𝑥 2 − 5𝑥 + 6
√2𝑥−9
d) 𝑦 = 2𝑥−6

B. Encontre as inversas das seguintes funções:


a) 𝑦 = 32𝑥−7
b) 𝑦 = 3𝑥 − 12

C. Dê exemplos de 3 funções algébricas e 3 de funções transcendentais


D. Em que consiste a diferença entre funções injectivas e sobrejectivas?
E. Dê três exemplos de funções injectivas, 3 de funções sobrejectivas e 2 de funções bijectivas.
𝜋
F. Encontre o período das funções 𝑦 = 𝑠𝑒𝑛( 2 𝑥 − 12) e 𝑦 = 𝑐𝑜𝑠(𝜋𝑥 − 1)

2.12. Bibliografia complementar

Cuambe, V. A. J., & Uamusse, A. A. (2007). Matemática 12ª classe. Diname e Autores, Maputo.
Vuma, J. P., & Watchave, A. D. (2010). Matemática 12, 1a ed., Longman Moçambique, Maputo.
Vuma, P. J., & Cherinda. M. (2010). Matemática Pré- universitário. Novo currículo do Ensino
secundário, Longman Mocambique.
Aubyn, A. St., Figuereido, M. C., Loura, L., Ribeiro, L., & Viegas F. (2004). Funções reais de
variável real. Grupo de Matemática da Universidade Técnica de Lisboa.
Luiz, C. J. (2007/08). Generalidades sobre funções Reais de Variável Real. Departamento de
Matemática. Escola Superior de Tecnologia de Setúbal.
44

UNIDADE III- GRÁFICOS DAS PRINCIPAIS FUNÇÕES ELEMENTARES NO PLANO

CARO ESTUDANTE!
É um grande prazer interagir consigo ao longo do processo do estudo na
disciplina de Matemática Básica. Nesta unidade, temos a oportunidade
de identificar e reconhecer os gráficos das principais funções elementares
como complemento das unidades anteriores

PRONTOS?

3.1. Contextualização

A capacidade de identificar e reconhecer os gráficos das principais funções elementares é, sem


dúvidas, o complemento das unidades anteriores. Caro estudante, esta unidade fornece resposta a
esta preocupação, na medida em que é nela que estão inseridos os gráficos das principais funções
elementares.
Os gráficos estão apresentados de acordo com a sua classificação, do mais simples ao mais
complexo. Fora da pura apresentação dos gráficos, coloca-se nesta unidade um desafio ao estudante
para trazer novas situações de funções aqui não abordadas. Para isso, o estudante pode recorrer à
bibliografia complementar avançada no final desta unidade.
Para garantir uma boa exercitação da matéria, esta unidade apresenta alguns exercícios resolvidos
que servirão de trampolim para si. Faça o maior proveito para de seguida olhar para os exercícios
propostos. O trabalho em equipa pode melhorar o nível das discussões, concorrendo deste modo
para a percepção da matéria. Se mesmo com a actividade em grupo a dúvida persiste, pode contactar
elementos doutros grupos e se ainda persistir contacte o docente da disciplina.
45

3.2. Competências
CARO ESTUDANTE, até ao final desta unidade terá desenvolvido as seguintes competências:
• Reconhecer os diferentes tipos de gráficos;
• Representar os gráficos das principais funções elementares;
• Distinguir funções pares das ímpares e das não pares nem ímpares.

3.3. Desenvolvimento dos conteúdos

Antes de se olhar para o gráfico propriamente dito na sua forma geométrica, é importante e
necessário avançar a sua respectiva definição.
Entende-se por gráfico de uma função f num certo domínio D, ao conjunto de pares ordenados
definido por: 𝐺𝑓 = {(𝑥, 𝑓(𝑥)); 𝑥 ∈ 𝐷. Note-se que 𝐺𝑓 ⊂ 𝑅𝑥𝑅, 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎, 𝑅 2 . De um modo geral,
dada a aplicação 𝑓: 𝐴 → 𝐵, Pode-se chamar gráfico da função 𝑓 ao subconjunto de A x B definido
por 𝐺𝑓 = {(𝑥, 𝑓(𝑥)); 𝑥 ∈ 𝐴.
Do pressuposto de que o conjunto dos números reais R é geometricamente entendido como o
conjunto dos pontos de uma recta, decorre que gráfico de uma função real de variável real qualquer
pode ser representado como um subconjunto do plano.

3.2.1. Gráfico da função constante

Se a expressão designatória de uma função real for uma constante, ou seja, 𝑓(𝑥) = 𝑐, o gráfico da
função correspondente é uma linha horizontal que intersecta o eixo das ordenadas no valor da
constante dada, ou seja, no ponto (0 , c).

Figure 10: Gráfico de uma função constante. Este é um caso genérico em que a constante C
representa qualquer número real.

3.2.2. Gráfico da função identidade

No caso em que a expressão designatória de uma função real de variável real x é um polinómio de
grau não superior a 1, o gráfico desta função é uma recta não vertical.
46

Como exemplo elucidativo deste caso tem-se a função identidade cuja interpretação geométrica é a
bissectriz do primeiro e terceiro quadrantes, ou seja, a recta que passa pelos pontos (0 , 0) e (1 , 1 ).

Figure 11: Gráfico da função identidade.

3.2.3. Gráfico da função quadrática

Se o grau da expressão designatória de uma função real de variável real x for igual a 2, o gráfico
desta função é uma parábola.

Figure 12: Gráfico da função quadrática. Neste caso, os valores de a e de b são iguais nulos. Trata-
se de uma função do tipoℎ (𝑥) = 𝑎𝑥 2 .

3.2.4. Gráfico da função exponencial

Quando a base da função é uma constante, origina-se a chamada função exponencial(𝑎 𝑥 ). A função
exponencial faz parte das funções transcendentes mais frequentemente usadas.
47

b)
a)
Figura13: Gráfico de uma função exponencial de base
qualquer (a). Neste exemplo tomou-se em conta várias bases (cf. o gráfico). No caso especial em
que a base é e o gráfico toma o aspecto descrito pela figura (b).
3.2.5. Gráfico da função logarítmica

A inversa da função exponencial é uma função logarítmica cuja representação gráfica vem a seguir.

Figura14: Gráfico de uma função logarítmica. Como se pode notar, esta função corresponde a uma
𝜋
rotação da função exponencial em 2 .

3.2.6. Resumo da unidade

Entre os gráficos das principais funções estão os das seguintes funções


48

3.2.7. Verificação da aprendizagem

Identifique o tipo de função que corresponde a cada um dos seguintes gráficos:

3.2.8. Bibliografia complementar

Cuambe, V. A. J., & Uamusse, A. A. (2007). Matemática 12ª classe. Diname e Autores, Maputo.
Vuma, J. P., & Watchave, A. D. (2010). Matemática 12, 1a ed., Longman Moçambique, Maputo.
Vuma, P. J., & Cherinda. M. (2010). Matemática Pré- universitário. Novo currículo do Ensino
secundário, Longman Moçambique.
49

UNIDADE IV: LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE GRÁFICOS

CARO ESTUDANTE!
É um grande prazer interagir consigo ao longo do processo do
estudo na disciplina de Matemática Básica. Esta Unidade
Temática visa consolidar o entendimento em relação ao estudo
de gráficos

VAMOS A ISSO!

4.1. Contextualização

Na secção anterior aprendeu a reconhecer os gráficos das principais funções elementares. Nesta
presente unidade, vai ter que marcar mais um passo. Terá de construir o entendimento em relação
ao estudo completo de cada uma delas. O estudo de cada função depende necessariamente da
natureza desta, dai que umas podem ter zeros e outras não, umas podem ter assimptotas e outras
não, etc.
Nesta secção, os gráficos estão apresentados, do mais simples ao mais complexo. O desafio que se
impõe ao estudante é, preparar o próximo passo que diz respeito à representação gráfica de qualquer
tipo de função. Tentaremos de tudo fazer para apresentarmos todos os elementos básicos para a
interpretação integral de funções.
O apelo continua apontando para um trabalho em equipa. Aproveite-se dos exercícios resolvidos
para desenvolver a sua criatividade em relação aos próximos passos.
50

4.2. Competências

CARO ESTUDANTE, nesta unidade vai desenvolver competências que lhe permitam:
• Ler i interpretar gráficos de diferentes funções reais;
• Encontrar o estudo completo das principais funções elementares.

4.3. Desenvolvimento dos conteúdos

4.3.1. Estudo completo de uma função

O estudo completo de uma função visa munir o estudante do ensino à distância de uma ferramenta
que lhe permita construir e interpretar, de forma fiel, todo o tipo de gráficos, a partir dos elementares
até aos complexos.
Atente, de forma exemplar, ao estudo completo das seguintes funções.
𝑓(𝑥) = 𝑥 2 − 5𝑥 + 6

a) Zeros da função𝑓(𝑥) = 0, ou seja, os valores por onde o gráfico intersecta o eixo das abscissas.
𝑓(𝑥) = 0 ↔ 𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 0 ↔ Há tantas formas de resolver equações quadráticas mas a mais
simples e elementar passa pelo uso da forma resolvente (Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐) e
−𝑏±√𝑏 2 −4𝑎𝑐
X1,2 = 2𝑎
5±√25−4∗1∗6 5±1
X1,2 = =
2∗1 2

X1 = 3 ˄ X2 = 2
b) Ordenada na origem𝑓(0), ou seja, valor onde a função intersecta o eixo das ordenadas. Pode-
se afirmar também que ordenada na origem é o valor que a função toma quando o valor de x for
igual a zero.
𝑓(0) = 6

x1 + x 2 −𝑏 5
c) Coordenadas do vértice: 𝒙𝒗 = xv = = 2𝑎 = 2 = 2,5
2
−∆ 1
𝒚𝒗 = = = 0,25
4𝑎 4
V(2,5; 0,25)
51

d) Assimptotas
Esta função está definida em todo o domínio R, pelo que, não tem assimptotas.
e) Extremos da função: Os extremos são determinados num ponto em que a derivada da primeira
ordem é nula.
df d(𝑥 2 − 5𝑥 + 6) df
= = 2𝑥 − 5 = 0 ↔ 2𝑥 − 5 = 0 ↔ 𝑥 = 2,5
dx dx dx

f) Estudo dos intervalos de variação da função e monotonia:


X -ꝏ; 2,5 2,5 2,5; ꝏ
df - 0 +
dx
f(x) = 𝑥 2 − 5𝑥 + 6 29
4

g) Estudo da concavidade da função


Para este ponto deve-se olhar para a segunda derivada
df
= 2𝑥 − 5 (Primeira derivada)
dx

d2 f
=2
dx 2
A segunda derivada é positiva, logo o gráfico correspondente tem a concavidade voltada para cima.

h) Representação gráfica
52
53

UNIDADE V-CONSTRUÇÃO DE GRÁFICOS DE FUNÇÕES

CARO ESTUDANTE!
É um grande prazer interagir consigo ao longo do processo do
estudo na disciplina de Matemática Básica. Nesta Unidade
vamos aprender sobre a construção de gráficos de funções.

Contextualização

Na secção anterior, aprendeu a ler e a interpretar os gráficos das principais funções elementares.
Nesta presente unidade, vai ter que marcar mais um passo. Terá de construir, com entendimento, os
gráficos das principais funções elementares. Como é óbvio, a construção gráfica de cada função
depende necessariamente da natureza desta, dai que umas podem ter zeros e outras não, umas podem
ter assimptotas e outras não, etc. Em decorrência disso, aconselha-se que esteja muito atento à
unidade anterior.
Nesta Unidade, tal como vimos na anterior, os gráficos estarão apresentados, do mais simples ao
mais complexo. A medida visa desenvolver no estudante uma motivação que lhe permita fazer o
trabalho sem limitações de grande relevo em relação à representação gráfica de qualquer tipo de
função. Tentaremos de tudo fazer para que isto seja possível.
O apelo continua apontando para um trabalho em equipa. Aproveite-se dos exercícios resolvidos
para desenvolver a sua criatividade em relação aos próximos passos.

5.1. Competências
CARO ESTUDANTE, depois de tanto ler funções que, por sinal, já vinham construídas, nesta
unidade vai desenvolver competências que lhe permitam:

• A construí-las de forma independente.


• A Identificar caminhos mais simples para a construção de quaisquer funções reais de
variável real x.
54

5.1. Função modular

Na primeira unidade deste módulo, definimos o módulo do número real x com recurso a duas
 x, se x  0
sentenças, x = 
− x, se x  0
Na presente sessão, interessa olhar para a função modular ou função módulo.
Chama-se função modular toda a função definida por
𝑓: 𝑅 → 𝑅
𝑥 → |x|
O domínio desta função é o conjunto dos números reais, ou seja, 𝐷(𝑓) = 𝑅 e o respectivo conjunto
imagem o conjunto 𝑅 + , 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎, 𝐼𝑚(𝑓) = 𝑅 + .

5.2. Gráfico de funções modulares

 x, se x  0
O gráfico da função modular x =  pode ser construído respeitando as sentenças dadas.
− x, se x  0

Fora desta função que representa a mais elementar das funções modulares, pode-se ter funções do
tipo:𝑓(𝑥) = 𝑓(|𝑥|) e ℎ(𝑥) = |𝑓(𝑥)|

a) Gráfico da função modular do tipo 𝑓(𝑥) = 𝑓(|𝑥|)


𝑓(𝑥) = |𝑥|2 − 4|𝑥| + 3
Olhando para a definição do módulo de um número, a função f(x) pode ser escrita na forma
55

𝑓(𝑥) = { 𝑥 2 − 4𝑥 + 3, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0 ↔ {𝑥 2 − 4𝑥 + 3, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0
(−𝑥)2 − (−𝑥) + 3, 𝑠𝑒 𝑥 < 0 𝑥 2 + 𝑥 + 3, 𝑠𝑒 𝑥 < 0
Resolvidas as equações quadráticas correspondentes nota-se que para 𝑥 ≥ 0, a equação dada admite
as raízes 1 e 3 e para 𝑥 < 0 a equação correspondente admite as raízes -3 e -1.
Na sequência disto, pode-se esboçar o gráfico da função atendendo que a ordenada na origem para
ambos casos é a mesma, igual a 3.

Note-se que cada sentença só faz sentido no intervalo indicado na definição da função
❖ O gráfico da função modular do tipo 𝑓(𝑥) = 𝑓(|𝑥|) é simétrico em relação ao eixo das
ordenadas.
❖ O gráfico da função modular deste tipo pode ser obtido do gráfico da função f(x) bastando para
isso fazer uma reflexão desta em relação ao eixo das ordenadas.

b) Gráfico da funcão modular do tipo ℎ(𝑥) = |𝑓(𝑥)|


ℎ(𝑥) = |𝑥 2 − 4𝑥 + 3|. Da definição do módulo decorre que

𝑓(𝑥) = { 𝑥 2 − 4𝑥 + 3, 𝑠𝑒 𝑥 2 − 4𝑥 + 3 ≥ 0 Fazendo o desenvolvimento destas condições


−(𝑥 2 − 4𝑥 + 3), 𝑠𝑒 𝑥 2 − 4𝑥 + 3 < 0
teremos:

𝑥 2 − 4𝑥 + 3, 𝑠𝑒 𝑥 < 0
𝑓(𝑥) = {
−𝑥 2 + 4𝑥 − 3, 𝑠𝑒 1 < 𝑥 < 3
𝑥 2 − 4𝑥 + 3, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0
O esboço gráfico que corresponde a esta função é dado pela figura abaixo.
56

Recorde-se que o módulo de um número é nunca negativo. É por esta razão que o gráfico da função
não toma valores negativos de y.
❖ O gráfico da função modular pode ser obtido do gráfico da funçãoℎ(𝑥) devendo-se para isso
efetuar uma reflexão do gráfico em torno do eixo das abscissas.
❖ A operação avançada aqui equivale a construir o gráfico da funçãoℎ(𝑥) e reflectir a parte
que encontrar abaixo de zero, ou seja, negativa do gráfico, simetricamente em relação ao
eixo das abcissas.

5.3. Resumo da unidade

Leitura e interpretação de uma função corresponde à identificação dos elementos


básicos que caracterizam uma função. O Estudo completo de uma função dá, de
forma teórica, a previsão da situação estrutural da função em causa. Não te
esqueças que para a situação real do gráfico deves desenvolver o domínio sobre
todos os elementos possíveis de uma função correspondente como os zeros da
função, ordenada na origem, coordenadas do vértice, assimptotas, intervalos de
variação da função, estudo de concavidade, paridade, estudo de monotonia. Esta
capacidade permite desenvolver uma habilidade na construção de gráficos,
bastando para tal um pouco de atenção.
Para o caso de gráficos de funções modulares interessa bastante a observação da
definição básica da função mãe respeitando o domínio correspondente. Lembre-se
que as funções modulares podem ser de dois tipos básicos: do tipo 𝑓(𝑥) = 𝑓(|𝑥|)
ℎ(𝑥) = |𝑓(𝑥)|. Os dois tipos levam a gráficos diferentes.
57

5.4. Actividades para a verificação da aprendizagem

1. Completa a tabela sobre as coordenadas de pontos do gráfico da função f (x) = |x|


X -3 -2 -1 -0,5 0 0,5 1 2 3
f(x)

a) Utilizando os dados da tabela, represente o gráfico de f.


b) Indique o domínio Df da função
c) Qual é o seu contradomínio
d) A resposta a alínea anterior significa que módulo de x é nunca…
e) Represente, a cores diferentes, no mesmo S.C. O. Da alínea b os gráficos de g (x) = x e de h (x)
= -x
f) Qual é o intervalo em que os gráficos de f e de g coincidem?
g) Qual é o intervalo em que os gráficos de f e de h coincidem

2. A partir do gráfico de f (x) = |x| do exercício anterior, resolva:


a) x = 4 b) x = 0 c) x = −3 d) x  4 e) x = 3 f) x  2 g) x  0 h) x  −2
h) x  2 j) x  5

3. Complete a tabela sobre as coordenadas dos pontos do gráfico da função

f ( x) = x − 2
X -3 -2 -1 -0,5 0 1 2 3
Y

a) A partir da tabela, represente o gráfico de f


b) Indique o domínio da função
c) Qual é o contradomínio da função?
d) Para que valores de p a equação x − 2 = p
tem uma única solução? Qual é o valor dessa
solução?
e) x−2 = p
F) Para que valores de p a equação tem duas soluções diferentes?
f)
Para que valores de p a equação é impossível?

4. Na figura a baixo, está representado o gráfico da função f ( x ) = 2 x − 6 , cujo módulo seria


definido pela função g ( x) = 2 x − 6
58

f
0 3 x

-6
a) A partir do gráfico complete:

(1,....)  f  (1,....)  g
(0,....)  f  (0,....)  g
(−1,....)  f  (−1,....)  g

b)
Para que valores de x a função é positiva?
c) g ( x) = 2 x − 6
Assinale a vermelho os pontos de f que pertencerão ao gráfico de
d)
Para que valores de x a função f é negativa?

e) Esboce a vermelho o gráfico da função g

5. A resolução gráfica da equação − x = 5 mostrou que a solução é x = 5 ou x = -5. Procure agora


encontrar a solução, sem recorrer ao método gráfico, das seguintes equações:
7
a) − x = 5 b) 2 x − 5 = 7 c) 3 − 2 x = 5 d) 3x + = −1
3

5.5. Bibliografia complementar

Cuambe, V. A. J., & Uamusse, A. A. (2007). Matemática 12ª classe. Diname e Autores, Maputo.
Vuma, J. P., & Watchave, A. D. (2010). Matemática 12, 1a ed., Longman Moçambique, Maputo.
59

UNIDADE- VI. INEQUAÇÕES

CARO ESTUDANTE!
É um grande prazer interagir consigo ao longo do processo do
estudo na disciplina de Matemática Básica. Nesta Unidade
temática, vamos aprender sobre as INEQUAÇÕES.

Contextualização

Nas classes anteriores, certamente que te familiarizaste com o conceito de equação. Este conceito
foi válido até na resolução, ou seja, na determinação dos zeros de função, facto que te garantiu uma
boa construção de gráficos. Como deves saber quando uma função intersecta o eixo das abcissas
cria lá os chamados zeros de função cuja determinação não dispensa o conceito de equação. A
característica principal era o sinal de igualdade indicando que os dois membros em análise deviam
ser iguais.
Nesta presente unidade, vai ter que marcar mais um passo em frente com a introdução de
inequações. Contrariamente ao caso anterior, nesta unidade, ou seja, nas inequações, o sinal que vai
ligar os dois membros será uma desigualdade. Entra em cena a comparação dos membros visados
mostrando-se que um destes é menor ou maior que o outro. A resolução de inequações precisa, em
larga escala de um conhecimento sólido sobre equações, embora a exigência nas inequações seja
maior.
O apelo continua apontando para um trabalho em equipa. Aproveite-se dos exercícios resolvidos
para desenvolver a sua criatividade em relação aos próximos passos.

6.1. Apresentação da unidade de estudo

Caro estudante, esta unidade vai se debruçar sobre inequações. Dada a natureza da unidade, serão
trazidas em alguns casos, como no caso de funções modulares, algumas equações visando reduzir
o peso e complexidade da temática. Na resolução de inequações, prioriza-se duas formas básicas:
a resolução analítica e a resolução gráfica, podendo ambas levar a mesma solução. Serão tratados
60

nesta unidade, inequações de todos os tipos começando pelas mais elementares até as mais
complexas.
Recorde-se que o produto de dois factores é positivo se os dois tiverem o mesmo sinal. O produto
é negativo se os factores tiverem sinais contrários.
Esta unidade apresenta alguns exercícios resolvidos que servirão de trampolim para si. Faça o maior
proveito para que de seguida consiga desenvolver, sem fraqueza os exercícios propostos que visam
verificar a aprendizagem do estudante.

Competências
Caro estudante! Nesta presente unidade vai desenvolver competências que lhe permitam:
• Diferenciar inequação da equação
• Aplicar diferentes caminhos na busca de soluções de uma inequação

6.2. Desenvolvimento dos conteúdos

6.2.1. Inequações lineares

Considera-se inequação linear toda a desigualdade do tipo 𝑎𝑥 ± 𝑏 ≥ 0 ou 𝑎𝑥 ± 𝑏 ≤ 0


A resolução de inequações lineares pode se efectivar de maneira muito simples, bastando recordar
os procedimentos para a resolução de equações lineares.
A resolução pode ser analítica ou gráfica.

6.2.2. Resolução analítica

Diz-se analítica a resolução baseada única e exclusivamente em busca de soluções com recurso à
expressões analíticas. Nesta fase, não se pode recorrer, por exemplo a métodos gráficos, sob o risco
de deixar de ser resolução analítica.
Exemplo:
Encontre a solução das seguintes inequações:
a) 𝟐𝒙 − 𝟖 ≤ 𝟒
Como se pode ver, está em causa a comparação de duas funções pelo sinal de menor ou igual.
Resolver uma desigualdade significa encontrar o valor da variável que satisfaça a condição dada.
Procuremos então este valor.
𝟐𝒙 − 𝟖 ≤ 𝟒 ↔ 𝟐𝒙 ≤ 𝟏𝟐 ↔ 𝒙 ≤ 𝟔
Para que a desigualdade acima se verifique é necessário que o valor de x seja não superior a 6.
61

b) 𝒙 − 𝟒 ≤ 𝟒
𝒙−𝟒≥𝟐↔𝒙≥𝟔

6.2.3. Resolução gráfica

Resolver uma inequação graficamente significa efectuar a comparação das duas funções dadas na
forma geométrica.
Para o efeito, deve-se representar graficamente as funções constantes da inequação e de seguida ver
em que parte do domínio a condição dada se verifica. Ex. Resolva graficamente a inequação dada
pela alínea a), ou seja, 𝟐𝒙 − 𝟖 ≤ 𝟒.

Geometricamente, deve-se considerar duas funções f e g, sendo 𝑓(𝑥) = 2𝑥 − 8 e 𝑔(𝑥) = 4


Façamos a representação gráfica das duas funções:

𝒈(𝒙) = 𝟒
y

4 6
x

𝒇(𝒙) = 𝟐𝒙 − 𝟖

-8

Note que o exercício busca todos os valores do domínio onde a função f(x) seja não superior que a
função g.
É óbvio que para podermos conhecer o intervalo onde se regista a desigualdade entre as duas
funções, primeiro devemos ter o ponto onde as duas funções são iguais. Esse valor será dado pelo
ponto de intersecção entre as duas funções.
𝑓(𝑥) = 𝑔(𝑥) → 2𝑥 − 8 = 4 ↔ 𝑥 = 6.
Significa que as duas funções são iguais no valor de 𝑥 = 6.
Se no valor de 𝑥 = 6 as duas funções são iguais, sendo elas concorrentes nota-se que para valores
de x inferiores e superiores a 6, elas tem comportamentos diferentes. A questão do fundo, que será
62

a nossa resposta é ver em qual desses intervalos f não é superior a g. Não ser superior significa
menor ou igual.
A função f é não superior, ou seja, é menor ou igual a g em todo o domínio onde esta função está
abaixo da função g, em termos geométricos, ou seja, de menos infinito até 6 inclusive.
Matematicamente,
𝟐𝒙 − 𝟖 ≤ 𝟒 ↔ 𝒙 ∈ ]−∞, 𝟔].
Esta solução pode ser igualmente representada na recta de Euler.

6.2.4. Inequações polinomiais de grau superior

Para este caso tomaremos como exemplo inequações do segundo grau, dado que o comportamento
é similar. O essencial neste caso é saber resolver a equação correspondente.
Exemplo: Resolva analiticamente a seguinte inequação quadrática, dada por 𝑥 2 − 5𝑥 + 6 < 0
Há várias estratégias para a resolução da equação correspondente. Como esta matéria foi
densamente tratada em níveis anteriores, vamo-nos interessar unicamente pelo resultado final, que
neste caso servirá como ponto de partida. 𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 0 ↔ 𝑥 = 2 𝑜𝑢 𝑥 = 3
Analiticamente, melhor estratégia depois de determinadas as raízes da equação correspondente é
factorizar a função dada. Neste caso 𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = (𝑥 − 2)(𝑥 − 3)
(𝑥 − 2)(𝑥 − 3) < 0
O produto de dois factores é negativo se os factores dados tiverem sinais contrários, ou seja,
(𝑥 − 2) < 0 𝑒 (𝑥 − 3) > 0 𝑜𝑢 (𝑥 − 2) > 0 𝑒 (𝑥 − 3) < 0
(𝑥 − 2) < 0 𝑒 (𝑥 − 3) > 0 ↔ 𝑥 < 2 𝑒 𝑥 > 3 𝑜𝑢 𝑥 > 2 𝑒 𝑥 < 3 ↔
𝑥 < 2 𝑒 𝑥 > 3 𝑜𝑢 2 < 𝑥 < 3
Sol: {𝑥 ∈ 𝑅: 2 < 𝑥 < 3}
Estes procedimentos podem ser igualmente visualizados na recta real, dependendo das facilidades
de cada um.
O método gráfico talvez seja o mais simples e prático para a resolução deste tipo de inequações,
bastando para tal obedecer os passos tomados na resolução das inequações lineares.
63

Depois é só ver para que valores do domínio R, a função quadrática é menor que zero. Esta resposta
é óbvia. Olhando para o gráfico vê-se logo que o gráfico está abaixo de zero para os valores de x
entre 2 e 3.

𝒑(𝒙) 𝒑(𝒙)
6.2.5. Inequações do tipo 𝑸(𝒙) ≤ 𝟎, 𝒐𝒖 ≥𝟎
𝑸(𝒙)

Para estes casos é importante a observância do domínio de existência da função dada. De recordar
que o denominador não deve ser nunca igual a zero.
Exemplo: Resolva as seguintes inequações
𝟏
𝒂) >1
𝒙
Como se pode notar, a probabilidade de se cometer erros é maior. Muitos podem achar que a
resolução desta inequação passa por transferir o x para o segundo membro, facto que não
corresponde a verdade. Assim fazendo cometer-se ia um grande erro. Bem-feita a análise pode-se
𝒑(𝒙)
notar que está-se perante uma inequação do tipo > 0. A grande preocupação agora é, a partir
𝑸(𝒙)

do exercício buscar-se chegar à forma sugerida. Temos então:

1 1 1−𝑥
>1↔𝑥−1>0↔ > 0 . Já se alcançou a forma sugerida, que faz parte de um tipo de
𝑥 𝑥

inequações.
O quociente entre duas funções só será positivo se as duas tiverem o mesmo sinal, ou seja,
1−𝑥
> 0 ↔ 1 − 𝑥 > 0 𝑒 𝑥 > 0 𝑜𝑢 1 − 𝑥 < 0 𝑒 𝑥 < 0 𝑒 𝑥 ≠
𝑥

0 (𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖𝑐𝑎𝑜 𝑑𝑜 𝑑𝑜𝑚í𝑛𝑖𝑜 𝑑𝑒 𝑒𝑥𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎. ) ↔ −𝑥 > −1 𝑒 𝑥 > 0 𝑜𝑢 − 𝑥 < −1 𝑒 𝑥 < 0 ↔


𝑥 < 1 𝑒 𝑥 > 0 𝑜𝑢 𝑥 > 1 𝑒 𝑥 < 0 e 𝑥 ≠ 0
Sol: {𝑥 ∈ 𝑅: 0 < 𝑥 < 1}.

6.2.6. Inequações modulares

Dada a natureza complexa do capítulo, vamos fazer uma breve revisão das equações modulares
antes de entrarmos para as inequações correspondentes.
64

6.2.7. Equações modulares

Para a resolução de equações modulares pode-se tomar como base o conceito de distância entre dois
números quaisquer. Encontremos, por exemplo, o valor da variável real x para que a distância desta
ao número 4 seja igual a 20, ou seja, d (4, x) = 20 .

A distância entre dois números quaisquer é sempre nunca negativa e representa o valor absoluto do
percurso entre os dois números em alusão. No exemplo dado acima, como o segundo membro é
positivo, verifica-se a condição criada acima, pelo que, pode-se avançar com o resto da resolução
sem o menor problema:

Resolução: A expressão d (4, x) = 20 é equivalente a |𝑥 − 4| = 20, Pelo que, é válida a seguinte


resolução:

𝑥 − 4 = 20 𝑥 = 24
|𝑥 − 4| = 20 ↔ { ∪ ↔{ ∪
𝑥 − 4 = −20 𝑥 = −16
Verificação: Pode-se desenvolver apenas o membro com a variável achada e comparar-se o
resultado com o segundo membro da igualdade inicialmente dada, ou seja:

• 𝑥 = −16

|𝑥 − 4| = |−16 − 4| = |−20| = 20

• 𝑥 = 24

|𝑥 − 4| = |24 − 4| = |20| = 20

Como se pode notar, os dois resultados fazem parte do conjunto solução dado que satisfazem a
igualdade colocada. Quer dizer, segundo o enunciado que a distância de 4 ao ponto genérico x, ou
seja, d (4, x) toma o valor 20 se e somente se (SSE) a variável x tomar os valores -16 ou 24.

𝑑(𝑥, 9) = −12

Neste exercício, afirma-se que a distância entre os valores x e 9 é negativa. Esta afirmação fere a
definição da distância entre dois números ou valor absoluto de um número que, de forma
consensual, nunca é negativa. Logo este exercício não admite soluções reais, ou seja, a solução
deste exercício em R é dada pelo conjunto vazio, simbolicamente definido por (∅ 𝑜𝑢{ }. É o
mesmo que afirmar que não existe valor algum cuja distância entre este e 9 seja igual a -12.
65

Exemplo. Resolva analiticamente a equação 3 − 2 x = 5

Para calcular analiticamente 3 − 2 x = 5 pode-se fazer 3 – 2x = 5 ou 3 – 2x = -5

A resolução analítica da equação 3 − 2 x = 5 mostra que a solução é x = -1 ou x = 4. Agora compare


3 − 2 x com 5 para x <-1 e x > 4 e x  − 1;4 . Ilustre o seu resultado no eixo real.


−
-1 4

6.2.8. Inequações modulares

Tal como em sessões anteriores, pode-se ter inequações modulares do tipo |𝑥| < 𝑎 assim como
pode-se ter inequações do tipo |𝑥| > 𝑎. Fazendo o valor de 𝑎 > 0 e olhando para a resolução
gráfica, a solução da inequação modular |𝑥| < 𝑎 seria composta por todos os potos que estão no
interior do intervalo cujos extremos são a e a. Assim, |𝒙| < 𝑎 ↔ −𝑎 < 𝑥 < 𝑎.

Exemplo de aplicação:
a) |𝑥| < 3 ↔ −3 < 𝑥 < 3
Sol: {𝑥 ∈ 𝑅: −3 < 𝑥 < 3}
b) |𝑥 + 7| ≤ 2 ↔ −2 ≤ 𝑥 + 7 ≤ 2 ↔ −2 − 7 ≤ 𝑥 ≤ 2 − 7 ↔ −9 ≤ 𝑥 ≤ −5
c) |𝑥| < −1 A solução deste exercício é o conjunto vazio dado que como o módulo ou valor
absoluto de um número é nunca negativo, está claro que não pode ser nunca menor que um
número negativo.
d) |𝑥| > −9 A solução deste exercício é o conjunto R dada a natureza do módulo de um número.
Sendo ele nunca negativo fica claro que é superior que qualquer número negativo.

e) 2𝑥 − 7 + |𝑥 + 1| ≥ 0

 x + 1, x  −1
x +1 = 
− x − 1, x  −1
Primeiro:
Se x  −1:
2x − 7 + x + 1  0  2x − 7 + x + 1  0  x  2
Sol1 : x  R : x  −1   x  R : x  2  = x  R : x  2 
66

Segundo:
Se x  −1
2x − 7 + x + 1  0  2x − 7 − x − 1  0  x  8
Sol2 : x  R : x  −1   x  R : x  8  = x  R : x   
Solução final:
Sol final = S1  S2  S = x  R : x  2 

f) |𝟐𝒙 − 𝟔| − |𝒙| ≤ 𝟒 − 𝒙

2x − 6 − x  4 − x
2 x − 6, x  3  x, x  0
2x − 6 =   x =
− 2 x + 6, x  3 − x, x  0

0 3

2x − 6 -2x + 6 -2x + 6 2x - 6
x -x x x
2x − 6 − x -x + 6 -3x + 6 x-6

− x + 6, se x  0

2 x − 6 − x = − 3x + 6, se 0  x  3
 x − 6, se x  3

Primeiro:
Se x < 0:
− x + 6  4 − x  6  4 : Absurdo. Sol.1 = 
Para 0 < x < 3
− 3x + 6  4 − x  −2 x  −2  x  1
Sol2x  R : 0  x  3  x  R : x  1  = x  R : 1  x  3
Para x  3 :
x − 6  4 − x  2 x  10  x  5
Sol2 = x  R : x  3  x  R : x  5  = x  R : 3  x  5
Solução final:

Sol f = : x  R : 3  x  5  x  R : 1  x  3    = x  R : 1  x  5
67

6.2.9. Resumo da unidade

Diz-se inequação a uma expressão algébrica caracterizada por possuir um sinal de


desigualdade entre os seus termos. O sinal de desigualdade que liga os termos de
uma inequação podem ser do tipo (<, >, ≤ 𝑒 ≥).
A inequação diferencia-se da equação porque enquanto uma equação apresenta
sinal de igualdade entre os seus dois membros, a inequação apresenta o sinal de
desigualdade.
A solução, por exemplo, de uma equação podem ser valores isolados enquanto de
uma inequação é um conjunto de valores.
Como nas inequações, resolver uma inequação é encontrar o conjunto de soluções
que satisfaz a condição dada.

6.2.10. Verificação da aprendizagem

1. Resolva as equações modulares abaixo:


a) x =6 f) - x = 5
b) x = 15 g) - x = −5
c) x = 7,5 h) − x = −5
d) x =0 i) − x = 5
e) x = −5 j) 10x = 0

2. Usando a forma analítica encontre a solução das seguintes equações modulares:

7 2x 2 − 6 = 0 x −5x +6 = 0
2
3x + =1 f) k)
a) 3
2 x − 3 = −2 x − 3 4x + 3 = 2x + 3
− x −1 = 8 g) l)
b)
− − 5 x + 4 = −4 + 4 x m) 4 x + 3 + x − 3 = 2 x + 3
3x − 6 = −6 h)
c)
x 2 − 4x + 5 = 2
x2 − 3 = 1 i)
d)
x +6x +8 = 0
2
x 2 − 11 = 7 j)
e)
68

3. Determine, usando as formas de resolução de uma equação modular, os números reais x, tais
que:

𝑎) d (4, x) = 20
f) d (4, x) = 0,31
b) d ( x,0) = 2 1 1
d ( x, − ) =
g) 3 4
c) d ( x,3) = 5
2 3
d) d ( x,−2) = 8 d ( x, ) =
h) 5 2
e) d ( x,−2) = 3
i) d ( 2,2) = -2

4. Simplifique:
x+2
a) A = x − 3 − x − 3 b) B =
x+2
5. Resolva graficamente as equações:
a) x − 2 = 0 b) x − 2 = −4 c) x − 2 = 7

6. Resolva as seguintes inequações modulares:

a) 2x  1 i) x2 − x − 4  2 f) 2x + 3 + 4x + 3  2
b) b) 1  x + 5 j) 5 − 3x  1 g) 2 x + 1 + 4 − 3x  0
c) 5 x + 2  −2 h) 2 x + 3 + 2 x − 1  x + 2
1− x
k) 2
x 3
d) − 5
2
l) x + 2 − x + 2  0
e) 3 − x  3

7. Encontre a resolução gráfica das seguintes inequações:


x−2 3 x − 2  −4 x − 2  −3

6.2.11. Bibliografia complementar

Cuambe, V. A. J., & Uamusse, A. A. (2007). Matemática 12ª classe. Diname e Autores, Maputo.
Vuma, J. P., & Watchave, A. D. (2010). Matemática 12, 1a ed., Longman Moçambique, Maputo.
69

UNIDADE VII-FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

CARO ESTUDANTE!
É um grande prazer interagir consigo ao longo do processo do
estudo na disciplina de Matemática Básica. Nesta Unidade
temática que encerra o módulo vamos aprender sobre funções
trigonométricas.

Contextualização

Apesar de sua origem incerta, a trigonometria teve início principalmente devido aos problemas
gerados pela Astronomia, Agrimensura e Navegações, por volta do século IV ou V a.C., com os
egípcios e babilónios. A palavra trigonometria significa medida das partes de um triângulo. Mas
os gregos fizeram um estudo sistemático das relações entre ângulos - ou arcos - numa circunferência
e os comprimentos de suas cordas.
A "Trigonometria" era então baseada no estudo da relação entre um arco arbitrário e sua corda.
Hiparco escreve a respeito do cálculo de comprimentos das cordas. Apesar da corda de um arco não
ser o seno, uma vez conhecido o valor do seu comprimento, pode-se calcular o seno da metade do
arco, pois a metade do comprimento da corda dividido pelo comprimento do raio do círculo é
justamente esse valor. A unidade irá discutir com maior enfoque sobre quatro tipos de funções
trigonométricas (𝒇(𝒙) = 𝑠𝑒𝑛𝑥, 𝒇(𝒙) = 𝑐𝑜𝑠𝑥, 𝒇(𝒙) = 𝑡𝑔𝑥 e 𝒇(𝒙) = 𝑐𝑡𝑔(𝑥). Destas quatro funções
trigonométricas as primeiras duas podem gerar todas as outras. Por conta disso serão analisadas
com maior peso que as restantes.
A determinação dos ângulos em causa exige um conhecimento profundo das equações
trigonométricas.
Equação trigonométrica é aquela que envolve, pelo menos, uma razão trigonométrica. A incógnita
é um arco (ângulo) a ser determinado. Resolver uma equação trigonométrica significa achar o valor
de x que satisfaça a equação dada.
70

7.1. Apresentação da unidade

Caro estudante, esta unidade debruça-se sobre funções trigonométricas. A unidade irá discutir com
maior enfoque sobre quatro tipos de funções trigonométricas (𝒇(𝒙) = 𝑠𝑒𝑛𝑥, 𝒇(𝒙) = 𝑐𝑜𝑠𝑥, 𝒇(𝒙) =
𝑡𝑔𝑥 e 𝒇(𝒙) = 𝑐𝑡𝑔(𝑥). Destas quatro funções trigonométricas as primeiras duas podem gerar todas
as outras. Por conta disso serão analisadas com maior peso que as restantes.
Os passos dados na discussão de cada uma destas quatro funções, são, em si, uma forma de exercitar
o trabalho do estudante, pelo que, convêm rever isto como se estivesse perante exercícios de
aplicação. Havendo qualquer tipo de dúvida, pode se contactar qualquer outro elemento com
capacidades cognitivas que lhe permitam solucionar ou clarificar o problema.
A unidade apresenta contudo alguns exercícios proposto que servirão de base de análise da
percepção do estudante. Faça o maior proveito para que de seguida consiga desenvolver, sem
fraqueza as funções trigonométricas mas complexas.

Competências
CARO ESTUDANTE, até ao final desta unidade terá, desenvolvidas, as seguintes competências:
• Reconhecer os diferentes tipos de funções trigonométricas;
• Representar graficamente e identificar os zeros das principais funções trigonométricas;
• Distinguir funções trigonométricas pares das ímpares e identificar o período de cada uma
delas.

7.2. Desenvolvimento dos conteúdos

A palavra trigonometria vem do grego Tri (três) gono (ângulo) e metrien (medida), ou seja medida
de três ângulos.
Para uma discussão integral de funções trigonométricas vamos tomar como base o círculo
trigonométrico.
Círculo trigonométrico é um círculo com raio igual a unidade onde se podem definir as razoes
trigonométricas (senx, cosx, tagx, cotgx), fig 15.
71

Figure 15: Círculo trigonométrico. OP2 é o cateto adjacente, P2P o cateto oposto e OP a
hipotenusa

No Circulo trigonométrico acima consideremos o triângulo rectângulo OP2P. Este triângulo é


matéria-prima para a definição de todas as razões trigonométricas conhecidas. O lado OP é, como
dissemos antes a hipotenusa e tem raio igual a unidade

7.2.1. Função𝒇(𝒙) = 𝑠𝑒𝑛𝑥

O quociente entre o cateto oposto e a hipotenusa do triângulo rectângulo dado define a função senx,
𝑃𝑃2
ou seja, seno do ângulo dado. Neste caso teríamos: 𝑂𝑃 = 𝑠𝑒𝑛𝑥.

Desta construção pode-se denominar função senx a função 𝑓: 𝑅 → 𝑅 que associa a cada número
real x o número real OP1= senx, designadamente 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥

O seno varia no eixo das ordenadas, −1 ≤ 𝑠𝑒𝑛𝑥 ≤ 1, ou seja,𝑠𝑒𝑛𝑥 ∈ [−1, 1].


A função seno de x é positiva no primeiro e segundo quadrantes, sendo negativo no terceiro e quarto
quadrantes. Esta classificação equivale a afirmar que em toda a extensão do valor x está entre 0 e π
radianos, sua imagem no ciclo está acima do eixo das abcissas, de π a 2π, a imagem da função seno
está abaixo do eixo das abcissas. A função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥é periódica, com período igual a 2π, quer
dizer que dado um número real x qualquer, 𝑠𝑒𝑛𝑥 = 𝑠𝑒𝑛(𝑥 + 2π).

7.2.1.1.Determinação do período da função𝒇(𝒙) = 𝒔𝒆𝒏𝒙

Considere-se uma função genérica 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(𝑚𝑥)


O elemento m influencia, de forma muito directa, o período desta função. Neste contexto, na função
2𝜋
dada, o período é dado por 𝑇 = .
𝑚

Exemplo: Determine o período das seguintes funções:


a) 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥
72

b) 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(2𝑥)
𝑥
c) 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛 2

Resolução:
2𝜋
a) 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 = 𝑠𝑒𝑛1𝑥 ↔ 𝑇 = ↔ 𝑇 = 2𝜋
1
2𝜋
b) 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛2𝑥 ↔ 𝑇 = ↔𝑇=𝜋
2
𝑥 1 2𝜋
c) 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛 2 = 𝑠𝑒𝑛 (2 𝑥) ↔ 𝑇 = 1 ↔ 𝑇 = 4𝜋
2

7.2.1.2. Estudo da Monotonia

Em temos de monotonia, no primeiro quadrante, tomado no sentido positivo, a função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥
é crescente. Equivale a afirmar que percorrendo os valores de x o primeiro quadrante, no sentido
anti-horário, a ordenada desta função vai crescendo de zero a 1. (cf. Fig)

Figure 16: Comportamento da função f(x)= senx em termos de monotonia, no primeiro quadrante.
Os arcos constantes da figura são chamados de arcos notáveis.

Este crescimento da função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 verifica-se também no quarto quadrante, onde a ordenada
correspondente cresce de -1 a 0.
No segundo quadrante, ao variar o valor de x de -1 a 0, decresce a função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 de 1 para
0, facto que se repete no terceiro quadrante onde esta função continua a decrescer de 0 até -1.
Portanto, a função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 é crescente no primeiro e quarto quadrantes e decrescente no
segundo e terceiro quadrantes.
73

7.2.1.3.Relação entre graus e radianos. Seno de ângulos especiais

Table 1: Seno de Arcos notáveis.


x 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 x 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥
Graus Radianos Graus Radianos
0 0 0 180 𝜋 0
30 𝜋⁄6 1⁄2 210 7𝜋⁄6 −1⁄2
45 𝜋⁄4 √2⁄2 225 5𝜋⁄4
60 𝜋⁄3 √3⁄2 240 4 𝜋⁄3
90 𝜋/2 1 270 3𝜋⁄2 -1
120 2𝜋⁄3 300 5𝜋⁄3
135 3 𝜋⁄4 315 7𝜋⁄4
150 5𝜋⁄6 330 11𝜋⁄6
Estratégia de cálculo: 360 2𝜋 0

As imagens cujas ordenadas no círculo trigonométrico são simétricas possuem, em valor absoluto,
a mesma razão trigonométrica correspondente a função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥, diferindo-se apenas pelo
sinal. Veja o exemplo abaixo:

7.3. Gráfico da função 𝒇(𝒙) = 𝒔𝒆𝒏𝒙

A partir dos valores da tabela do seno dos arcos notáveis pode-se construir o gráfico da função
𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 respeitando os intervalos de variação do sinal e a monotonia da função, como vimos
em sessões anteriores. Para isso, pode-se construir a seguinte tabela:

i. Zeros da função
São zeros da função todos os valores de x que satisfazem a equação 𝑠𝑒𝑛𝑥 = 0 ↔ 𝑥 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛0 ↔
𝑥 = 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍.
74

ii. Seno de ângulos especiais


x 0 𝜋 𝜋 𝜋 𝜋 … 𝜋 3𝜋 2𝜋
6 4 3 2 2
𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 0 1 √2 √3 1 … 0 -1 0
2 2 2

iii. Intervalos de variação da função e extremos


Para questões de demonstração, vamos simplesmente trazer alguns pontos apenas. Mas note que
𝜋
para que a função seja máxima é necessário que 𝑠𝑒𝑛𝑥 = 1 ↔ 𝑥 = 2 + 2𝑘𝜋.
3𝜋
A função é mínima se 𝑠𝑒𝑛𝑥 = −1 ↔ 𝑥 = + 2𝑘𝜋.
2

x 0 → 𝜋 → 𝜋 → 3𝜋 → 2𝜋
2 2
𝑓(𝑥) 0 1 0 -1 0
= 𝑠𝑒𝑛𝑥
Extremos - máximo - mínimo -
𝜋 3𝜋
→ ( , 1) → ( , −1)
2 2

iv. Domínio e assimptotas:


A função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 está definida em todo o intervalo R, pelo que, não tem assimptotas.
v. Contra domínio da função
𝑦 ∈ [−1; 1]
vi. Paridade
A função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 é ímpar, ou seja, 𝑠𝑒𝑛(−𝑥) = −𝑠𝑒𝑛𝑥

vii. Representação gráfica

Figure 17: Gráfico da função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥.


75

O gráfico da função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 chama-se senoide. A senoide sugere a variação da função no seu
domínio.
A distância entre duas linhas horizontais que passam uma pela crista e outra pela vala ou cava
chama-se Amplitude da função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥.
Os extremos ou os pontos mais altos da função𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥são chamados de cristas e os mínimos
são chamados de vala ou cava.
A distância entre duas cristas ou cavas consecutivas chama-se comprimento de onda.

7.3. Função 𝒇(𝒙) = 𝒄𝒐𝒔𝒙

Dado um número x qualquer, definido em R, chama-se função cosseno de x a função 𝑓: 𝑅 → 𝑅 que


a cada número dado x, associa o número OP2 = cosx, ou seja, 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥.
Geometricamente pode-se definir a função cosseno a partir, por exemplo, da figura 15. Neste caso,
a função cosseno é definida pelo quociente entre o cateto adjacente e a hipotenusa, ou seja, 𝑐𝑜𝑠𝑥 =
𝑂𝑃2
.
𝑂𝑃

Contrariamente a função seno de x, a função𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥 varia no eixo das abscissas, entre os
valores menos um e um, ou seja, −1 ≤ 𝑐𝑜𝑠𝑥 ≤ 1.

i. Domínio da função: 𝐷𝑓: 𝑥 ∈ 𝑅

ii. Contradomínio da função: 𝐷, 𝑓: 𝑦 ∈ [−1; 1]

iii. Estudo da função quanto à paridade: 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥 é par, ou seja, cos(−𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥

𝜋
iv. Zeros da função𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥 → 𝑐𝑜𝑠𝑥 = 0 ↔ 𝑥 = 2 + 𝑘𝜋

v. Estudo da variação do sinal: A função𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥, de um ângulo qualquer é positiva


no primeiro e quarto quadrantes e negativa no segundo e terceiro quadrantes.
vi. Periodicidade
Quanto à periodicidade, a função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥 é periódica, com período igual a 2π, quer dizer que
dado um número real x qualquer, 𝑐𝑜𝑠𝑥 = 𝑐𝑜𝑠(𝑥 + 2π).
76

vii. Estudo do sinal da função


A função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥 é positiva no primeiro e quarto quadrantes. Em contra partida, a função
toma o sinal negativo no segundo e terceiro quadrantes.

viii. Intervalos de variação da função


Quanto à monotonia, a função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥 é decrescente no primeiro e segundo quadrantes e
crescente no terceiro e quarto quadrantes. No primeiro quadrante, percorrendo um ponto genérico t
qualquer os valores de x no sentido anti-horário, a ordenada desta função decresce de 1 a 0. Esta
situação continua no segundo quadrante onde a função continua a decrescer, de 0 a -1. A função
𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥no terceiro quadrante cresce de -1 a 0 e no quarto quadrante, continua crescendo saindo
de 0 para 1.(cf. Tabela k)

Table 2: Estudo da variação da função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥

x 0 → 𝜋 → 𝜋 → 3𝜋 → 2𝜋
2 2
𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥 1 0 -1 0 1
Extremos Máx mínimo → (𝜋, −1) Max
(0, 1) (2𝜋, 1)

ix. Representação gráfica da função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥


A função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥 está definida em todo o domínio R mas para o domínio escolhido para este
exercício, a função tem o seguinte aspecto, em termos gráficos:

Figure 18: Gráfico da função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥. 𝐸𝑠𝑡𝑎 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 é 𝑐ℎ𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜 − 𝑠𝑖𝑛𝑢𝑠ó𝑖𝑑𝑒

Cosseno de alguns arcos notáveis


Vamos recorrer ao círculo abaixo para a indicação dos cossenos de alguns valores notáveis.
77

Figure 19: Cossenos de alguns arcos notáveis.

X 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥


Graus Radianos
0 0 0 1
30 𝜋⁄6 1⁄2 √3⁄2
45 𝜋⁄4 √2⁄2 √2⁄2
60 𝜋⁄3 √3⁄2 1⁄2
90 𝜋/2 1 0
180 𝜋 0 -1
270 3𝜋⁄2 -1 0
360 2𝜋 0 1

A amplitude e o período da função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥 determinam-se de forma análoga a usada na função
𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥.

7.4. Função 𝒇(𝒙) = 𝒕𝒈𝒙


𝑠𝑒𝑛𝑥
Por definição 𝑡𝑔𝑥 = 𝑐𝑜𝑠𝑥

Significa que o conhecimento das funções trigonométricas seno e cosseno é de extrema importância
para a percepção da função𝑓(𝑥) = 𝑡𝑔𝑥.

Estudo da função

i. Domínio de existência
𝜋 𝜋
𝐷𝑓 = {𝑥 ∈ 𝑅: 𝑥 ≠ + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍 }, 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎, 𝐷𝑓: 𝑥 ∈ 𝑅 { + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
2 2
ii. Contradomínio: 𝐷, 𝑓: 𝑦 ∈ 𝑅
78

iii. Paridade: 𝑓(𝑥) = 𝑡𝑔𝑥 é uma função ímpar. Por definição uma função é ímpar se obedece à
lei f(-x) =-f(x). Neste caso, 𝑡𝑔(−𝑥) = −𝑡𝑔𝑥
iv. Periodicidade: A função 𝑓(𝑥) = 𝑡𝑔𝑥 é periódica com período T = 𝜋
v. Zeros da função: 𝑡𝑔𝑥 = 0 ↔ 𝑥 = 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍
vi. Estudo do sinal da função 𝑓(𝑥) = 𝑡𝑔𝑥: A função é positiva no primeiro e terceiro quadrantes
e é negativa no segundo e quarto quadrantes.
vii. Estudo da variação da função/ monotonia: A função𝑦 = 𝑡𝑔𝑥 é monotonamente crescente
em todo o seu domínio.

X 3𝜋 → −𝜋 → 𝜋 → 0 → 𝜋 𝜋
− −
2 2 2
𝑓(𝑥) = 𝑡𝑔𝑥 ꝏ 0 ꝏ 0 ꝏ 0

viii. Representação gráfica

Figure 20: Gráfico da função 𝑦 = 𝑡𝑔𝑥. Esta curva tem o nome de tangentoide
7.5. Função 𝒇(𝒙) = 𝒄𝒕𝒈𝒙
𝑐𝑜𝑠𝑥
Por definição 𝑐𝑡𝑔𝑥 = 𝑠𝑒𝑛𝑥.

Uma vez mais reitera-se a necessidade do domínio das funções trigonométricas seno e cosseno
visando garantir o domínio da função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑡𝑔𝑥.

Estudo da função

i. Domínio de existência
Por definição, o denominador de uma fracção deve ser diferente de zero para que a função exista.
Neste caso concreto,
𝐷𝑓 = {𝑥 ∈ 𝑅: 𝑠𝑒𝑛𝑥 ≠ 0 ↔ 𝑥 = 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍 }
79

ii. Contradomínio: 𝐷, 𝑓: 𝑦 ∈ 𝑅
iii. Paridade: 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑡𝑔𝑥 é uma função ímpar. Por definição, uma função é ímpar se obedece
a lei f(-x) =-f(x). Neste caso, 𝑐𝑡𝑔(−𝑥) = −𝑐𝑡𝑔𝑥 ∀𝑥 ∈ 𝐷𝑓
iv. Periodicidade: A função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑡𝑔𝑥 é periódica com período T = 𝜋. 𝑐𝑡𝑎𝑔(𝑥 + 𝑘𝜋) =
𝑐𝑡𝑔𝑥, ∀𝑥 ∈ 𝐷𝑓
𝜋
v. Zeros da função: 𝑐𝑡𝑔𝑥 = 0 ↔ 𝑥 = 2 + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍. Estes são todos os valores de x onde a

função se anula.
vi. Estudo do sinal da função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑡𝑔𝑥: A função 𝑦 = 𝑐𝑡𝑔𝑥é positiva no primeiro e terceiro
quadrantes e é negativa no segundo e quarto quadrantes.
vii. Estudo da variação da função/ monotonia: A função 𝑦 = 𝑐𝑡𝑔𝑥 é monotonamente
decrescente em todo o seu domínio e não tem extremos.

X 3𝜋 → −𝜋 → 𝜋 → 0 → 𝜋 → 𝜋
− −
2 2 2
𝑓(𝑥) = 𝑡𝑔𝑥 0 ꝏ 0 ꝏ 0 ꝏ

viii. Representação gráfica

Figure 21: Co-tangentóide- Gráfico da função cotangente. Para acomodar a função no espaço
possível a representação gráfica corresponde ao intervalo de menos pi a dois pi.

7.6. Resumo da unidade

A palavra trigonometria vem do grego Tri (três) gono (ângulo) e metrien (medida),
ou seja medida de três ângulos.
Círculo trigonométrico é um círculo com raio igual a unidade onde se podem definir
as razões trigonométricas (senx, cosx, tgx, ctgx).
Dado um triângulo rectângulo, chama-se 𝒇(𝒙) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 ao quociente entre o catecto
oposto e a hipotenusa. 𝒇(𝒙) = 𝑐𝑜𝑠𝑥 é o quociente entre o catecto adjacente e a
80

Exercícios propostos

a) Desenvolvimento do texto: tema e subtemas

7.7. Verificação da aprendizagem

1. Faça o estudo completo da função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛2𝑥


2. Encontre o período das funções 𝒇(𝒙) = 𝑠𝑒𝑛3𝑥 e de 𝒇(𝒙) = 𝑡𝑔𝑥
3. Estude as funções 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛2𝑥 e 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑡𝑔𝑥 quanto a paridade
4. Esboce graficamente as funções 𝒇(𝒙) = 𝑠𝑒𝑛2𝑥, 𝒇(𝒙) = 𝑐𝑜𝑠2𝑥, 𝒇(𝒙) = 𝑡𝑔2𝑥𝒇(𝒙) =
𝑐𝑡𝑔2𝑥.

7.8. Bibliografia

Cuambe, V. A. J., & Uamusse, A. A. (2007). Matemática 12ª classe. Diname e Autores, Maputo.
Vuma, J. P., & Watchave, A. D. (2010). Matemática 12, 1a ed., Longman Moçambique, Maputo.
Vuma, P. J., & Cherinda. M. (2010). Matemática Pré- universitária. Novo currículo do Ensino
secundário, Longman Moçambique.
Aubyn, A. St., Figuereido, M. C., Loura, L., Ribeiro, L., & Viegas F. (2004). Funções
trigonométricas. Grupo de Matemática da Universidade Técnica de Lisboa.
Sousa, J. M., & Galvez, A. L. (2017). Funções trigonométricas e suas aplicações no cálculo de
distâncias inacessíveis. Dissertação-ICMC-USP- Versão revisada.

8. PALAVRAS DE FECHO

Caro estudante do ensino superior e/ou candidato a este nível de ensino!


Este manual é para si, pelo que, use o de forma muito cuidada, para que lhe possa proporcionar os
melhores resultados na sua actividade lectiva. O manual oferece orientações didáctico-
metodológicas para a construção da matemática básica. A sua elaboração não impede o
aparecimento de novas ideias e/ou abordagens didáctico-metodológicas, pelo que, criticas,
aconselhamentos e ou sugestões são sempre bem vindos. Bom trabalho!
81

9. BIBLIOGRAFIA GERAL

Cuambe, V. A. J., & Uamusse, A. A. (2007). Matemática 12ª classe. Diname e Autores, Maputo.
Vuma, P. J., & Cherinda. M. (2010). Matemática Pré- universitária. Novo currículo do Ensino
secundário, Longman Moçambique.
Aubyn, A. St., Figuereido, M. C., Loura, L., Ribeiro, L., & Viegas F. (2004). Funções
trigonométricas. Grupo de Matemática da Universidade Técnica de Lisboa.
Aubyn, A. St., Figuereido, M. C., Loura, L., Ribeiro, L., & Viegas F. (2004). Funções reais de
variável real. Grupo de Matemática da Universidade Técnica de Lisboa.
Sousa, J. M., & Galvez, A. L. (2017). Funções trigonométricas e suas aplicações no cálculo de
distâncias inacessíveis. Dissertação-ICMC-USP- Versao revisada.
Luiz, C. J. (2007/08). Generalidades sobre funções Reais de Variável Real. Departamento de
Matemática. Escola Superior de Tecnologia de Setúbal.
Vuma, J. P., & Watchave, A. D. (2010). Matemática 12, 1a ed., Longman Moçambique, Maputo.

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