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Curso de Matemática
Curso de Matemática
Índice
FICHA TÉCNICA ..................................................................................................................... 6
DIREITOS DE AUTOR .......................................................................................................... 7
APRESENTAÇÃO DO AUTOR ............................................................................................ 8
APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA DE ENSINO.......................................................... 10
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ...................................................................................... 11
ASPECTOS METODOLÓGICOS ...................................................................................... 12
AVALIAÇÃO ......................................................................................................................... 14
I. NOÇÃO DE NÚMERO REAL E DO SEU MÓDULO .............................................. 15
1.1. Apresentação da unidade de estudo ...................................................................... 15
1.2. Desenvolvimento dos conteúdos ............................................................................. 16
1.2.1. Noção do número real ...................................................................................... 16
1.2.2. Módulo do número real ................................................................................... 16
1.2.3. Propriedades do módulo de um número real ................................................ 17
1.2.4. Interpretação Geométrica do módulo ou valor absoluto de um número real18
1.2.5. Resumo da unidade de estudos ....................................................................... 19
1.2.6. Actividades para a verificação da aprendizagem ......................................... 20
1.2.7. Bibliografia complementar ............................................................................. 20
II. GENERALIDADES SOBRE O ESTUDO DE FUNÇÕES ........................................ 21
2.1. Apresentação da unidade de estudos ........................................................................ 21
2.2. Desenvolvimento dos conteúdos................................................................................. 22
2.2.1. Função real de variável real ................................................................................ 22
2.2.1.1. Conceito de função ............................................................................................ 22
2.2. 1.2. Estudo da paridade de funções ....................................................................... 24
2.2.1.3. Tipos de funções elementares ........................................................................... 27
2.2.1.4. Funções algébricas ............................................................................................ 27
2.3. Classificação das funções algébricas ......................................................................... 28
2.3.1. Funções polinomiais ............................................................................................. 28
2.3.2.Função algébrica racional fracionária ................................................................ 28
2.3.3 Função algébrica irracional ................................................................................. 29
2.3.4. Função potência ................................................................................................... 29
2.4. Funções transcendentais............................................................................................. 31
2.4.1. Função exponencial .............................................................................................. 31
2.4.2. Função logarítmica .............................................................................................. 32
2.4.2.1.Propriedades da função logarítmica ................................................................ 32
2.4.2.2. Casos especiais da função logarítmica ............................................................ 33
2.5. Domínio de uma função real de variável real x ........................................................ 33
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FICHA TÉCNICA
Editora (UniSave)
Título: Manual de Matemática Básica para o ensino superior no âmbito do Ensino à Distância.
Publicação: 2022
Data:
7
DIREITOS DE AUTOR
Este módulo não deve ser reproduzido para fins comerciais. Caso haja necessidade de reprodução,
deverá ser mantida a referência à Universidade Save (EaD) e ao seu Autor.
Universidade Save
Parcela nº 76
Sede-Chongoene
Moçambique
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APRESENTAÇÃO DO AUTOR
APRESENTAÇÃO DO AUTOR
Alberto Marcos Halar: Doutorado em Ciências de Educação-
Especializado em Física e sua Didáctica, pela “Pädagogische
Hochschule Ludwigsburg” na Alemanha (Prof. Dr. Paed), Mestre em
Ciências de Educação, ensino de Física e Licenciado em Ensino de
Matemática e Física, pela Universidade Pedagógica-Moçambique.
Investigador e Docente na UniSave, então Universidade Pedagógica,
nos cursos de graduação e Pós-graduação. Ingressou na Universidade
Pedagógica para o exercício da actividade lectiva em 2005, depois de
uma passagem pela Universidade São Tomás de Moçambique-Delegação de Xai-Xai. Desde o ano
de 2021 o autor deste Manual assume o cargo de Director da Faculdade de Ciências Naturais e
Exactas, na Universidade Save, abreviadamente designada por UniSave. Desde o longínquo ano de
1996, ano em que iniciou a sua actividade lectiva no ensino Primário, tem vindo a trabalhar com as
disciplinas de Matemática e Física nas suas variadas estratificações e em todos os regimes de
aprendizagem (regular, pós-laboral) e respectivas modalidades (Ensino à distância, presencial e
semi-presencial). No ensino superior leccionou, entre outras, as cadeiras de Álgebra Linear 1 e 2,
Cálculo Iinfinitesimal, Equações Diferenciais em Rn, Cálculo Integral em R e em Rn, Matemáticas
1 e 2 para os físicos, Matemática para cursos técnicos, Estatística e probabilidade, Física Moderna,
Oscilações, Óptica e Ondas, Termodinâmica, Mecânica Quântica, Didáctica de Física, Métodos de
Estudo, Iniciação à Investigação Científica e Eelectrodinâmica Clássica para os cursos de
graduação. Para os programas de pós-graduação, o autor leccionou os módulos de Métodos de
Ensino e Inovação Pedagógica, Estatísticas Básica e Educacional.
O autor tem como áreas de interesse: 1) O ensino baseado na pesquisa; 1.1 As pré-concepções dos
alunos em relação a Física; 1.2. Cunho cultural das pré-concepções em relação a Física; 2)
instrumentos musicais da tradição moçambicana e o ensino da Física; 3) Construção de
instrumentos instrucionais. O autor já publicou 9 artigos científicos e é autor de 4 livros de ensino.
No decorrer da sua acção lectiva, o autor desenvolveu notável interesse e amor por estas áreas, facto
que se consubstancia pela partilha na elaboração deste instrumento de trabalho, que servirá de
fundamento básico para a inserção do estudante do Ensino a distância (EAD) no mundo da
Matemática básica.
9
Revisto Por : Sebastião Jordão Matimule, professor de Matemática e Física, formado pela Faculdade
de Educação da UEM e licenciado e Mestrado pela Universidade Pedagógica em ensino de
Matemática e Doutorando em Gestão de Empresas pela USTM, lecciona a disciplina de
Matemática desde 1985, nos cursos de Agricultura , Mecanização e Contabilidade e Administração
no Instituto Agrário de Chókwè , Instituto Médio Comercial de Chókwè e Cursos Superiores de
Contabilidade e Auditoria, Economia Agrária, Gestão dos Recursos Humanos e Administração
Pública, Gestão Aduaneira e Gestão Pública e Autárquica respectivamente na Escola Superior de
Gestão, Instituto Superior Politécnico de Gaza, Escola Superior de Negócio e Empreendedorismo
de Chibuto e Universidade Save; e, actualmente, desempenha as funções de Chefe do Departamento
de Pós Graduação na Faculdade de Economia e Administração na Universidade Save.
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APRESENTAÇÃO DO MANUAL
• Cada unidade tem exercícios resolvidos em forma de exemplos e já mesmo na parte terminal da
unidade apresenta alguns exercícios propostos. Além da apresentação dos conteúdos, de forma
detalhada e pormenorizada ao longo da unidade, faz-se no fim desta, um resumo que
corresponde a matéria abordada que serviria para a consolidação da lição apreendida. Visando
complementar a aprendizagem, consta de cada unidade a bibliografia básica usada na construção
dos conteúdos temáticos correspondentes.
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ASPECTOS METODOLÓGICOS
1º PASSO
Leitura cuidadosa da informação contida neste documento e em outras referências
bibliográficas orientadas em cada uma das unidades temáticas apresentadas de modo a
certificar-se de ter compreendido a actividade apresentada
2º PASSO
O estudante precisa resolver os exercícios recomendados tantas vezes quantas forem
possíveis, confrontando cada passo da sua resolução com a proposta apresentada neste
manual.
3º PASSO
De seguida deverá, de forma autónoma, criar outros exercícios semelhantes e certificar-se
de que conseguiu garantir alguma aprendizagem sobre o assunto. Havendo alguma
necessidade de leituras complementares que conduzam ao entendimento do exercício
resolvido, pode fazê-lo buscando sempre questionar se as informações colhidas na literatura
são relevantes para a abordagem do assunto ou resolução do problema.
4º PASSO
Resolver os exercícios propostos.
Em caso de dúvidas emergentes, poderá recorrer primeiro à colegas do grupo, depois a
outros colegas mais distantes e caso as dúvidas persistam, poderá contactar o tutor de
especialidade ou outro especialista da área.
ATENÇÃO!
Entre outros procedimentos que lhe possam interessar, aconselha-se a aprendizagem baseada em
equipas (TBL, team based learning) para que se consiga lograr o sucesso desejado na sua
aprendizagem. Este método é muito importante na medida em que, entre outros elementos, garante
a discussão entre os elementos da equipa, o que pode, de certo modo, activar mais conhecimento
escondido.
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O estudante pode consultar outros manuais disponíveis na internet (apenas documentos no formato
pdf.). Não se aconselha a consulta de documentos que provenham de wikipédia, dada a sua
vulnerabilidade. Se usar livros de outros autores ou parte deles na elaboração de algum trabalho
deverá citá-los e indicar estes livros na bibliografia final do seu trabalho.
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AVALIAÇÃO
A avaliação visa proporcionar informação sobre o desempenho do estudante nas lições e não só,
como também estimular-lhe a rever alguns aspectos abordados ao longo do módulo.
A avaliação do Módulo de Matemática Básica consistirá em dois testes e um exame final escritos,
no contexto da avaliação sumativa. Serão avaliadas neste módulo, não apenas actividades das horas
de contacto (presencial e/ou virtual) como também actividades do estudo independente do
estudante, no contexto da avaliação formativa.
Algumas das avaliações previstas neste módulo poderão acontecer nos Centros de Recursos mas
pelo menos uma será realizada na sede da Universidade e/ou Extensão. De igual modo, o Exame
final deverá ser realizado no Centro de Recurso mais próximo, ou em local a ser indicado pelo
Director do Curso. O calendário das avaliações será dado a conhecer ao estudante logo no início do
Semestre.
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CARO ESTUDANTE!
É um grande prazer interagir consigo ao longo do processo do
estudo na disciplina de Matemática Básica Esta Unidade
temática visa discutir a noção do número real de modo a
aprimorar seus conhecimentos sem sair de casa, sem
abandonar suas actividades de rotina nem seu trabalho.
VOCÊ É CAPAZ, VAMOS DESCOBRIR O MUNDO DOS
NÚMEROS
Contextualização
Esta unidade faz uma abordagem clara sobre a noção do número real e do seu módulo. A unidade
está estruturada em tópicos e subtópicos. A noção do número real é vista com uma certa
transversalidade à medida que cobre todas as unidades subsequentes de forma integral. O mesmo
se dá em relação ao valor absoluto de um número real que, de forma indúvia, se consubstancia pela
sua importância inquestionável na construção de todas as unidades.
A unidade tem alguns exercícios resolvidos que servirão de inspiração para si. Faça o maior proveito
para, de seguida, olhar para os exercícios propostos. Atente à definição do módulo de um número e
aproveite perceber que o importante nisto tudo é o conteúdo do módulo e não a variável x como
muitas vezes erradamente se faz.
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CARO ESTUDANTE, nesta unidade vai desenvolver competências que lhe permitam:
• Definir correctamente o módulo de um número real qualquer;
• Aplicar o conceito do valor absoluto de um número real na determinação da distância entre
dois pontos;
• Desenvolver a capacidade de representação, leitura e interpretação da distância entre dois
números na recta real.
Dado x ∈ R, o módulo ou valor absoluto de um número real x, designado por |x|, é definido como
x, se x 0
se segue: x =
− x, se x 0
Da lei acima, sobre a definição do módulo ou valor absoluto de um número, pode-se aferir que o
módulo de um número real x é igual:
• Ao número dado, se este número for não negativo, ou seja, maior ou igual a zero;
• Ao seu simétrico se o número dado for negativo;
Note-se que esta definição não tem a ver com a variável x de forma singularizada mas com todo o
conteúdo do módulo, como vejamos a seguir:
−(𝑥 + 𝑎), 𝑠𝑒 𝑥 + 𝑎 < 0
|𝑥 + 𝑎| = {
(𝑥 + 𝑎), 𝑠𝑒 𝑥 + 𝑎 ≥ 0
Olhando para o conteúdo do módulo, fica facilmente entendida a definição do módulo de um
número real qualquer.
Um erro frequente que os alunos têm cometido na definição do módulo de um número representado
como x + a vem indicado a seguir:
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Sejam dados dois números reais x e y. Os módulos dos dois números satisfazem as propriedades
seguintes:
i) |𝑥 + 𝑦| ≤ |𝑥| + |𝑦| (O valor absoluto da soma algébrica de vários números reais não é superior
à soma dos valores absolutos dos componentes).
ii) |𝑥 − 𝑦| ≥ |𝑥| − |𝑦| (O valor absoluto da diferença não é inferior à diferença dos valores
absolutos dos componentes).
iii) |𝑥 ∗ 𝑦| = |𝑥| ∗ |𝑦| (O valor absoluto do produto de dois ou mais números é igual ao produto dos
valores absolutos dos números visados).
𝑥 |𝑥| x
iv) |𝑦| = |𝑦|, ,𝑦 ≠ 0 (No intervalo onde o quociente entre dois números esteja definido, o valor
y
Demonstração da propriedade i)
Considere-se dois números reais x + y 0 , então
|𝑥 + 𝑦| =𝑥 + 𝑦
18
Cqd.
Visando verificar a validade desta demonstração, pode-se usar números quaisquer, como por
exemplo:
Tomando os números -4 e 5, pela propriedade pretende-se demonstrar que
|−4 + 5| ≤ |−4| +|5|. Para melhor controlo vamos desenvolver a operação dada na direção
vertical, sentido de cima para baixo.
𝑎)|−4 + 5| b) |−2 − 5|
|−4 + 5| |−4| +|5| |−2 − 5| |−2| +|−5|
|1| 4+5 |−7| 2+5
1 9 7 7
1<9 7=7
|−4 + 5| <|−4| +|5| |−2 − 5| =|−2| +|−5|
1. x− y x − y
O módulo de um número real representa a distância entre dois pontos quaisquer, pelo que, é sempre
nunca negativo. Na recta real, o valor absoluto de um número real x é a distância entre o ponto x
dado e a origem. Como se pode notar, a mesma distância que se pode percorrer à direita da origem,
ou seja, no sentido positivo pode-se percorrer a esquerda da origem, ou seja, no sentido negativo.
Pode se chamar a isto de simetrização do ponto x em relação à origem. Esta construção pode ser
a) 12,3 b) 0 1 d) − 5 + 2
c) −
3
e) − 5 + 2 f) - 10 g) - − 10 h) − 10 − 9
Como se pode notar na representação geométrica, |x| corresponde a distância do ponto x ao ponto
0. Considere-se os números reais x e y associados aos pontos X e Y na recta real, então
|𝑥 − 𝑦| Corresponde à distância do ponto X ao ponto Y (cf. Fig. Abaixo).
Alguns exemplos
Os valores absolutos dos números dados abaixo são dados por:
a) |𝟑| = 𝟑 b) |−𝟑| = 𝟑 c) −|𝟑|= − 3 d) −|−𝟑| = −𝟑
Módulo ou valor absoluto de um número real x, designado por |x|, é definido como:
x, se x 0
x = e,
− x, se x 0
Representa a distância entre dois números quaisquer, pelo que, é sempre nunca
negativo.
a) a 0 b) a 0 c) − a 0 d) - a 0
a 0 a 0 −a 0 −a 0
e) f) g) h)
a 0 −a 0 a =a −a = a
i) j) k) l)
a =a − a = −a a = −a a = −a
m) n) o) p)
a = −a a+b = a + b
q) r)
Cuambe, V. A. J., & Uamusse, A. A. (2007). Matemática 12ª classe. Diname e Autores, Maputo.
Vuma, J. P., & Watchave, A. D. (2010). Matemática 12, 1a ed., Longman Moçambique, Maputo.
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CARO ESTUDANTE!
É um grande prazer interagir consigo ao longo do processo do
estudo na disciplina de Matemática Básica Esta Unidade
temática debruça-se sobre as GENERALIDADES SOBRE
O ESTUDO DE FUNÇÕES
2.1. Contextualização
Esta unidade II debruça-se basicamente sobre generalidades de funções. Tal como a anterior, esta
unidade de estudos está estruturada em tópicos e subtópicos. O Conceito de função é extremamente
importante numa formação matemática qualquer dado buscar consolidar os conceitos de aplicação,
correspondência, relação, etc. Neste contexto, convida-se o estudante a buscar reunir energias que
lhe permitam entender a unidade.
Note-se que nem toda a aplicação é função, pelo que, a partir dos conteúdos temáticos desenvolvidos
nesta unidade, busque entender a relação existente entre aplicação e função. Atente igualmente aos
vários tipos de funções e procure ter a razão de ser. Entre outros elementos, nesta unidade poderá
aprender os seguintes elementos: estudo de paridade de funções, tipos de funções elementares e sua
classificação, domínio de uma função real de variável real, funções injectivas, sobrejectivas e
bijectivas, funções inversas e funções periódicas.
A unidade tem alguns exercícios resolvidos que servirão de trampolim para si. Faça o maior proveito
para, de seguida, olhar para os exercícios propostos. Não conseguindo entender algum conceito ou
havendo alguma necessidade de desenvolver o seu conhecimento, poderá consultar a bibliografia
complementar que consta desta unidade de estudos.
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2.2. Competências
CARO ESTUDANTE, nesta unidade vai desenvolver competências que lhe permitam:
• Identificar funções a partir de aplicações dadas de forma generalizada;
• Reconhecer os diferentes tipos de funções reais;
• Representar graficamente todas as funções elementares;
• Desenvolver a capacidade de leitura e interpretação de funções.
2.3.1.1.Conceito de função
Considere-se uma aplicação f em que a cada elemento do conjunto A faz corresponder um elemento
do conjunto B. A aplicação acima referenciada, ou seja, f de A em B, simbolicamente representada
por f : A → B , chama-se função se constituir uma correspondência unívoca de A para B que com
a condição de que qualquer elemento x ∈ A possui uma imagem y ∈ B.
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Das aplicações a), b), c), d), e) e f) definidas acima, apenas as definidas por a), d) e e) representam
funções. Note que nestas aplicações, para cada elemento x pertencente ao conjunto de partida (A),
existe um e só um elemento y do conjunto de chegada (B), tal que y = f (x). Matematicamente pode-
se denotar esta informação como: ∀ 𝑥 ∈ 𝐴 ∃! 𝑦 ∈ 𝐵.
Esta definição sugere que todos os elementos do conjunto de partida devem ter um correspondente
no conjunto de chegada como condição necessária e suficiente para que a aplicação dada seja
função. A lei f que a cada elemento x ∈ A faz corresponder um e apenas um elemento y ∈ B leva à
constituição do par (x, y) que se pode traduzir pela igualdade y = f (x). Nesta igualdade, x representa
a variável independente (ou argumento) da função f e y representa a variável dependente.
Na aplicação b), nem todos os elementos do conjunto de partida (A) foram tomados, o que mancha
e retira a possibilidade da aplicação b) ser função. Logo, a aplicação b) não é função. O elemento 3
da aplicação definida por c) tem 5 correspondentes no conjunto de chegada (3,6,9,12,15). Esta
realidade fere a definição de uma função. Logo c) não define função alguma.
Na aplicação f : A → B definida pela alínea f), há um elemento do conjunto de partida que dois
correspondentes no conjunto de chegada. Este facto fere a definição da função. Logo a aplica
f : A → B definida por f) não define uma função.
Cada membro que participa na constituição de um conjunto (de partida assim como de chegada)
chama-se elemento.
Nas funções, os elementos constituintes do conjunto de partida são chamados de objectos e o
conjunto de objectos que constituem o campo de definição da função, ou seja, o conjunto de todos
os objectos para os quais a função está definida recebe o nome de campo de definição ou domínio
da função. O domínio de uma função f : A → B representa-se por 𝐷𝑓.
Os elementos constituintes do conjunto de chegada são chamados de imagens e o conjunto de todas
as imagens é chamado de conjunto imagem. O conjunto das imagens que corresponde ao domínio
da função é chamado de contradomínio e representa-se por 𝐶𝐷𝑓 𝑜𝑢 𝐷´𝑓.
A substituição da variável real x nas funções dadas por um valor qualquer de R pode conduzir a um
elemento ainda de R. Se isto tomar lugar, a função em causa chama-se real de variável real x.
Chama-se função real de variável real toda a função de um subconjunto de R em R, ou seja, aquela
que transforma elementos de R em R.
Exemplo: Considere-se a expressão √𝑥 2 + 1 , Em que x seja uma variável real. Operando-se uma
substituição de x por qualquer elemento real, fica claro que o resultado será um valor ainda real. De
acordo com isto, esta função é real de variável real.
24
Diz-se que uma função está definida na forma explícita se esta se reduz à forma 𝑦 = 𝑓(𝑥). Em
contrapartida, se a função não estiver na forma 𝑓(𝑥, 𝑦) = 0, ou seja, se não está resolvida em ordem
a qualquer das variáveis, diz-se que está na forma implícita.
Em qualquer um dos gráficos acima observa-se alguma simetria. Por um lado, pode-se notar que o
gráfico da função g(x) é simétrico em relação a origem do sistema de coordenadas (0, 0). Isto
significa que∀𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅 (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐺𝑓 → (−𝑥, −𝑦) ∈ 𝐺𝑓. Em relação ao gráfico da função g (x)
pode-se afirmar igualmente que ∀𝑥 ∈ 𝑅 𝑔(−𝑥) = −𝑔(𝑥). Uma função com este comportamento
diz-se ímpar.
Por outro lado, o gráfico da função f(x) é simétrico em relação ao eixo das ordenadas, ou seja,
∀𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅 (𝑥, 𝑦) ∈ 𝐺𝑔 → (−𝑥, 𝑦) ∈ 𝐺𝑔. Para a função f(x), é válido afirmar que ∀𝑥, 𝑦 ∈
𝑅 𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥). Funções com este tipo de comportamento são pares.
25
Em resumo, uma função real de variável real x diz-se par se e somente se (sse)∀𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅 𝑓(−𝑥) =
𝑓(𝑥) e ímpar sse ∀𝑥 ∈ 𝑅 𝑔(−𝑥) = −𝑔(𝑥).
Exemplos de aplicação:
Estude as funções reais de variável real x, abaixo indicadas, quanto à paridade:
𝒂) 𝒇(𝒙) = 𝒙𝟐
x
𝒃) 𝒉(𝒙) =
⃒𝑥⃒ − 3
Passos do estudo:
Verifique primeiro se a função satisfaz as condições de uma função par, isto é, se ∀𝑥 ∈ 𝑅
g (− x) = g ( x)
𝒂) 𝒇(𝒙) = 𝒙𝟐
f(−𝑥) = (−𝑥)2 = 𝑥 2 .
Como se pode notar, 𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 , logo a função f é par. Significa que seu gráfico é
simétrico em relação ao eixo das ordenadas (0y)
R. A função real de variável real x definida por 𝒇(𝒙) = 𝒙𝟐 é par.
x
𝒃) 𝒉(𝒙) =
⃒𝑥⃒ − 3
(−x) −x
𝒉(−𝒙) = =
⃒ − 𝑥⃒ − 3 ⃒𝑥⃒ − 3
Verificação 1:
ℎ(−𝑥) ≠ ℎ(𝑥), logo a função ℎ(𝑥) não é par.
Verifiquemos agora se não tendo satisfeito a condição de funções pares poderá verificar a de funções
ímpares.
x −x
−𝒉(𝒙) = − ( )=
⃒𝑥⃒ − 3 ⃒𝑥⃒ − 3
26
Destas verificações, nota-se que h (−x) = −h (x), condição de uma função impar. Logo, a
função h(x) é í𝑚𝑝𝑎𝑟. Isto já prediz que o gráfico desta função é simétrico em relação à origem do
sistema cartesiano ortogonal (0, 0).
x
R: A função real de variável real x definida por 𝒉(𝒙) = é ímpar.
⃒𝑥⃒−3
Exercícios propostos:
1. Estude as seguintes funções quanto à paridade
a) 𝑥 = 𝑥 3
b) 𝑓(𝑥) = 2x + 4
c) 𝑥 = 𝑥 4 + 2
d) 𝑓(𝑥) = 2𝑥
2. Das funções abaixo indicadas, representadas pelos gráficos a), b) e c), indique, argumentando,
as que são pares, impares e as que não são pares nem ímpares.
27
b)
a) b) c)
As funções elementares podem ser aproveitadas para representar vários fenómenos da natureza.
Estas funções podem ser definidas por fórmulas, algumas das quais contendo um número finito de
operações algébricas (adição, subtração, multiplicação e divisão, elevação a potência, a radiciação,
a logaritmação e a potenciação, operações com funções trigonométricas).
Em geral, as funções elementares classificam-se em algébricas e transcendentes.
2.2.1.4.Funções algébricas
De entre outras definições consideradas válidas vamos definir função algébrica como sendo toda a
função do tipo 𝑦 = 𝑓 (𝑥) que satisfaça uma equação da forma
𝑝0 (𝑥)𝑦 𝑛 + 𝑝1 (𝑥)𝑦 𝑛−1 + 𝑝2 (𝑥)𝑦 𝑛−2 + ⋯ + 𝑝𝑛−1 (𝑥)𝑦 + 𝑝𝑛 (𝑥) = 0. Na equação dada,
𝑝0 (𝑥), 𝑝1 (𝑥), 𝑝2 (𝑥) 𝑒 𝑝𝑛 (𝑥) são polinómios em x.
Esta equação não é estática podendo se reduzir em função do valor a atribuir ao valor de n. No
contexto, se n = 1, tem-se 𝑝0 (𝑥)𝑦 + 𝑝1 (𝑥) = 0, que de forma inequívoca define uma função
racional, desde que 𝑝0 (𝑥) não seja um polinómio nulo.
Uma função algébrica diz-se inteira se o polinómio 𝑝0 (𝑥) se reduzir a uma constante não nula.
𝑥2
Tomando em consideração a função 𝑦 = 4𝑥−2, a igualdade acima pode se escrever na forma
(4𝑥 − 2)𝑦 − 𝑥 2 = 0
Olhando para a estrutura da equação originalmente criada,
(𝑝0 (𝑥) = 4𝑥 − 2)), 𝑝1 (𝑥) = −𝑥 2 ). Operando uma substituição de x por valores concretos nota-se
que a equação conserva apenas os valores de y. Diz-se neste contexto que a equação
(4𝑥 − 2)𝑦 − 𝑥 2 = 0 define y como função implícita de x. Resolvendo a equação dada em ordem a
28
𝑥2
y obtém se, como é óbvio, 𝑦 = 4𝑥−2. Pode-se notar nesta operação que definiu-se o y como função
explícita de x.
Em resumo pode-se dizer que toda a equação do tipo 𝑓(𝑥 , 𝑦) = 0 define y como função implícita
de x.
2.3.1.Funções polinomiais
Nesta classe, estão as funções racionais inteiras, polinomiais ou polinómios. A forma genérica
destas funções é 𝑓 (𝑥) = 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + 𝑎𝑛−2 𝑥 𝑛−2 + ⋯ + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 .
Na expressão polinomial acima 𝑎𝑛 , 𝑎𝑛−1, 𝑎𝑛−2, …, 𝑎0 são coeficientes do polinómio; n indica o grau
do polinómio dado. Os coeficientes são números reais e o n é um número inteiro.
Exemplos de expressões polinomiais:
a) 𝑓(𝑥) = 𝑎 (função constante). Esta função representa um polinómio de grau zero dado que o
coeficiente a está acoplado ao termo do grau 0, ou seja, 𝑓 (𝑥) = 𝑎𝑥 0 e todos os outros termos
são nulos. O domínio de uma função constante é o conjunto R.
b) 𝑓 (𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, 𝑐𝑜𝑚 𝑎 ≠ 0 (𝑓𝑢𝑛𝑐𝑎𝑜 𝑙𝑖𝑛𝑒𝑎𝑟 𝑜𝑢 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑎𝑜 𝑎𝑓𝑖𝑚). Esta função representa,
como se pode notar, um polinómio de grau 1. O domínio da função linear é igualmente o
conjunto R.
c) 𝑓 (𝑥) = 𝑎𝑥 2 + 𝑏𝑥 + 𝑐om 𝑎 ≠ 0 (Polinómio de grau 2 ou do segundo grau). Esta função
polinomial está definida para todos os valores de x pertencentes ao conjunto R.
d) 𝑓 (𝑥) = 𝑎𝑥 3 +b𝑥 2 + 𝑐𝑥 + 𝑑, 𝑐𝑜𝑚 𝑎 ≠ 0 (função cúbica). A função cúbica é um polinómio do
grau 3 cujo domínio é o conjunto R.
Como se conseguiu notar, a função polinomial está definida em todo o domínio R.
Uma função algébrica irracional será caracterizada pela presença de radicais. Na sua constituição
nota-se a existência de variáveis dentro de radicais.
3
Exemplo: 𝑓(𝑥) = √2𝑥, ℎ(𝑥) = √𝑥 3 − 3𝑥 2 − 𝑥 + 3
A presença de incógnitas ou radicais dentro do radical faz com que funções irracionais sejam
diferentes das racionais, dado que aquelas não apresentavam o sinal radical.
2.3.4.Função potência
Diz-se função potência a toda função do tipo 𝑔(𝑥) = 𝑥 𝑛 , o contrário da função exponencial. Na
função dada acima, definida por 𝑔(𝑥) = 𝑥 𝑛 , n é um número natural.
Enquanto na função exponencial a variável ocupava o lugar do expoente, na função potência o
expoente é uma constante.
Visando facilitar a compreensão, para o caso de potência, vamos adoptar a forma 𝑦 = 𝑎𝑛 . Para as
potências são válidas algumas propriedades básicas que passamos a citar:
1. 𝑎𝑛 ∗ 𝑎𝑚 = 𝑎𝑛+𝑚 . (Produto de potências com a mesma base e expoentes diferentes)
O produto de duas ou mais potências com a mesma base e expoentes diferentes é igual a uma nova
potência em que se mantém a base e se adiciona os expoentes.
2. 𝑎𝑛 ∗ 𝑏 𝑛 = (𝑎𝑏)𝑛 (Produto de potências com bases diferentes e expoentes iguais).
O Produto de potências com bases diferentes e expoentes iguais é igual a uma nova potência em
que se multiplicam as bases e se mantém o expoente.
𝑎𝑛
3. = 𝑎𝑛−𝑚 . (Quociente de potências com bases iguais e expoentes diferentes).
𝑎𝑚
No quociente de duas potências com a mesma base mantém-se a base e subtraem-se os expoentes.
𝑎𝑚 𝑎
4. = (𝑏)𝑚 . (Quociente de potências com bases diferentes e expoentes iguais).
𝑏𝑚
No quociente de duas potências com bases diferentes e expoentes iguais, divide-se as bases e
mantém-se o expoente.
30
Na divisão de duas fracções pode-se manter os termos da primeira fracção, transformar a divisão
numa multiplicação e inverter os termos da segunda fracção. Nisto vale, continuando:
3 1 5 5
(5)−2 = 3 = 1*(3)2=(3)2.
( )2
5
𝑝
𝑞
𝑎 𝑞 = √𝑎𝑝
Se o expoente for negativo segue-se o raciocínio do número anterior (potência de expoente
negativo).
Em resumo, pode-se propor a seguinte classificação das funções algébricas:
O capítulo anterior debruçou-se sobre funções algébricas. As funções elementares que não sejam
algébricas dizem-se transcendentes. Entre elas estão as funções exponenciais, logarítmicas e
trigonométricas.
Como se disse antes, é possível ler no gráfico que o domínio da função exponencial é o conjunto de
todos os números reais e o contradomínio é o conjunto de todos os números reais positivos.
A base (a) de uma função exponencial é positiva e maior que 1 mas oferece diferenças claras em
dois intervalos que estão explicitamente exibidos na figura acima.
Para 𝑎 < 1, 𝑎 função exponencial é estritamente decrescente em todo o seu domínio e para
𝑎 > 1 crescente em todo o domínio ou campo de sua definição. A função exponencial é que
apresenta maior variação em todo o seu domínio. (Cresce ou decresce de forma abrupta).
Seja dado um elemento 𝑦 𝑑𝑒 𝑅, 𝑠𝑒 existe algum expoente 𝑥 𝑟𝑒𝑎𝑙 tal que 𝑦 = 𝑎 𝑥 , então é único
(prova-se aqui o teorema de unicidade). O expoente x desta função exponencial define a função
logaritmo. 𝑥 = log 𝑎 𝑦. A função logaritmo aparece então como inversa da função exponencial.
Formalmente, pode-se definir a função logarítmica como sendo 𝑓 −1 = 𝑅 + 𝑒𝑚 𝑅., exprimindo esta
realidade em ordem a y fica 𝑦 = log 𝑎 𝑥, com a ≠ 1. Note que o logaritmando não pode, nem deve
tomar o valor zero.
Geometricamente, a função logarítmica pode ser representado conforme ilustrado na figura abaixo.
a) Mudança de base
Caso a base fornecida não seja viável para o alcance dos objectivos preconizados, pode-se operar
alguma mudança para uma outra base, nos seguintes moldes: Escolha-se e fixe-se, a título de
exemplo, uma nova base b.
33
log 𝑏 𝑥
log 𝑎 𝑥 =
log 𝑏 𝑎
Exemplos de aplicação
Fazendo a mudança de base (2) para a base 3 na função logarítmica abaixo, teríamos
log 3 𝑥
log 2 𝑥 =
log 3 2
b) Logaritmo da raiz
Pode-se fazer alguma transformação da função radical visando facilitar o desenvolvimento da
operação proposta.
1
𝑛 1
log 𝑎 √𝑥 = log 𝑎 𝑥 𝑛 = 𝑛 log 𝑎 𝑥 (inclui o logaritmo de potência);
e) Logaritmo do quociente
O logaritmo do quociente é igual a diferença dos logaritmos dos logartimandos, ou seja,
𝑥
log 𝑎 𝑦 = log 𝑎 𝑥 − log 𝑎 𝑦 .
• Se o valor da base for igual ao número de Neper, (a = e), o logaritmo correspondente chama-se
logaritmo natural ou logaritmo Neperiano.
• Se o valor da base for igual a 10 (a = 10), o logaritmo correspondente chama-se logaritmo
decimal.
Domínio de uma função é, por definição, o conjunto de todos os valores do conjunto de partida para
os quais a função tem significado, ou seja, está definida. Para isso, é necessário que, ainda que de
34
forma genérica e criteriosa, se faça a definição das condições básicas para a existência das funções
definidas em R:
Entre outras funções definidas como válidas, serão estudados domínios das seguintes funções
algébricas:
Exemplo 3:
x−4
𝑔(𝑥) =
𝑥3 − 𝑥2 − 𝑥 + 1
Procuremos averiguar se algum valor de x existe que consiga anular o denominador. A esta resposta
pode-se chegar resolvendo a equação correspondente. Para resumirmos podemos dizer logo que não
precisamos destes valores, ou seja, no lugar de igualdade na equação correspondente vamos colocar
o sinal de diferente.
𝑥 3 − 𝑥 2 − 𝑥 + 1 ≠ 0 ↔ 𝑥 2 (𝑥 − 1) − (𝑥 − 1) ≠ 0 ↔ (𝑥 2 − 1)(𝑥 − 1) ≠ 0
Um produto de dois factores se anula se pelo menos um dos dois for igual a zero, ou seja,
𝑥2 − 1 ≠ 0 ∨ 𝑥 − 1 ≠ 0 ↔ 𝑥 ≠ − ± 1 ∨ 𝑥 ≠ 1
Equivale a afirmar que para os valores de 𝑥 = ±1, o denominador se anula. Nestes, a função não
existe, pelo que,
Dg:{𝑥𝜖𝑅 ⃥𝑥 = ±1}
A função g (x) está definida para todos os valores de x mas em 𝑥 = ±1 não existe.
Exemplo 2:
𝑔(𝑥) = √𝑥 2 + 1
𝑥2 + 1 ≥ 0
Está claro que esta expressão se mantém sempre positiva para todo o x real. Logo temos como
domínio ou campo de definição da função, o conjunto de todos os valores de x pertencentes a R.
36
a) Função exponencial
A função exponencial está definida para todo o valor de x pertencente ao conjunto R. Note que a
base da função exponencial deve ser positiva mas não pode tomar o valor 1.
1
Exemplo: As funções reais de variável real x definidas por 𝑓(𝑥) = 2𝑥 ; 𝑔(𝑥) = (2)𝑥 estão definidas
b) Função logarítmica
Exemplo 1
Determine o domínio das seguintes funções logarítmicas:
g(x)= log 2 𝑥
𝑥˃0
Exemplo 2
ℎ(𝑥) = log 2 (𝑥 2 − 1)
𝑥 2 − 1 ˃ 0 ↔ (𝑥 − 1)(𝑥 + 1) ˃ 0
O produto de dois factores é positivo se e somente se (sse):
a) Os dois forem positivos ou se ambos forem negativos, ou seja,
(𝑥 − 1) ˃ 0 ˄ (𝑥 + 1) ˃ 0 ↔ 𝑥 ˃ 1 ˄ 𝑥 ˃ − 1
Sol1: 𝑥 ˃ 1
𝑥 − 1 ˂ 0˄ 𝑥 + 1 ˂ 0 ↔ 𝑥 ˂ 1˄ x ˂ − 1
Sol2: 𝑥 ˂ 1
Sol: final: 𝑥 ˂ 1 ⋃𝑥 ˃ 1.
Quer dizer que esta função h (x) só existe para valores de x pertencentes a R exceptuando o valor 1
(um).
37
Seja dada uma função𝑓(𝑥).A função dada diz-se sobrejectiva se o conjunto imagem for igual ao
contradomínio, ou seja, se para todo o elemento do contradomínio existe um e apenas um elemento
de a que satisfaça a condição 𝑓(𝑎) = 𝑏.
Diz-se que uma função 𝑓: 𝐴 → 𝐵é injectiva se para quaisquer elementos x1 e x2 de um dado conjunto
de partida A, x1≠x2 → 𝑓( x1 ) ≠ 𝑓( x 2 ) ou seja, distintos objectos correspondem a distintas
Um produto de dois factores é igual a zero se pelo menos um for igual a zero. Neste caso, o 2 é
diferente de zero. Isto significa que o segundo factor deve ser impreterivelmente igual a zero, ou
seja, x1 - x2 = 0 ↔ x1 = x2. Logo, a função dada é injectiva.
3x−2
2. Averigue a função 𝑓(𝑥) = 2𝑥+1quanto a injectividade
3𝑥1 − 2 3𝑥2 − 2
𝑓 ( x1 ) = 𝑓 ( x 2 ) ↔ =
2𝑥1 + 1 2𝑥2 + 1
(2𝑥1 + 1) ∗ (3𝑥2 − 2) = (3𝑥1 − 2) ∗ (2𝑥2 + 1) =↔ 6𝑥1 𝑥2 − 4𝑥1 + 3𝑥2 − 2
= 6𝑥1 ∗ 𝑥2 + 3𝑥1 − 4𝑥2 − 2 ↔ −4𝑥1 + 3𝑥2 = +3𝑥1 − 4𝑥2
↔ −4𝑥1 − 3𝑥1 = −4𝑥2 − 3𝑥2 ↔ −7𝑥1 = −7𝑥2 ↔ 𝑥1 = 𝑥2
3x−2
Logo, a função dada, definida por 𝑓(𝑥) = 2𝑥+1 é injectiva.
Geometricamente uma função diz-se injectiva se qualquer recta horizontal interceptar o gráfico da
função dada em apenas um ponto.
Exemplo: As funções lineares e exponenciais (cf. Fig. 5.e 6), são injectivas dado que seus gráficos
são interceptados em apenas um ponto por qualquer recta horizontal.
38
Figure 5: Gráfico de uma função linear. Esta função é um exemplo de uma função injectora.
Figure 6: Gráfico de uma função exponencial. Outro exemplo de uma função injectiva.
Se uma recta horizontal qualquer intersecta o gráfico em pelo menos dois pontos, a função
correspondente não é injectiva (cf. Fig. 7).
Figure 7: Gráfico de uma função quadrática. Este gráfico é intersectado duas vezes por qualquer
recta horizontal, logo não pode ser injectiva.
39
Seja dada uma função f: A→ B. A função 𝑓(𝑥) diz-se sobrejectiva se para todo o y ϵ
B, existe pelo menos um x ϵ A tal que 𝑓(𝑥) = 𝑦.
Entende-se por função sobrejectiva ainda aquela em que o conjunto imagem é igual ao
contradomínio da função.
-1. .1 2. .3 3. .3
3. .9 1. .2 2. .2
2. .4 3. .4 4. .4
4. . 16 -1.
Uma função real de variável real diz-se bijectiva se for injectiva e sobrejectiva simultaneamente.
Como exemplo de funções bijectivas pode-se tomar a função afim, 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏. Esta função é
injectiva mas ao mesmo tempo é sobrejectiva, logo ela é bijectiva.
2.8. Funções inversas
Seja dada uma função 𝑓(𝑥)bijectiva de A em B, 𝑓: 𝐴 → 𝐵, definida no conjunto dos números reais.
𝑥: → 𝑦 = 𝑓(𝑥),
A informação acima sugere que 𝑓(𝐴) = 𝐵, este facto ocorre, claro, se o contradomínio coincide
com o conjunto de chegada, o que está evidente nesta aplicação, ou seja, a cada elemento y de B
corresponde um e apenas um elemento x de A, tal que 𝑓(𝑥) = 𝑦.
Chama-se função inversa de 𝑓(𝑥) e representa-se por f(x)-1 a função unívoca 𝑦 → 𝑥 estabelecida
entre o conjunto B e A, ou seja, a função que representa o oposto da função 𝑓(𝑥).
Por outras palavras, seja f: A→ B, em que f(a) = b, então a função inversa de f é dada por
f-1: B → A, tal que f(b) = a.
Note-se que nem toda a função é inversível. Para que uma função admita inversa no seu domínio é
necessário que ela seja injectiva e sobrejectiva simultaneamente, ou seja, bijectiva.
Determinação da inversa de uma função.
40
Dada uma função 𝑓(𝑥), sua inversa pode ser facilmente determinada bastando trocar o valor de y
por x na expressão dada e resolver de seguida em ordem a y.
Exemplo:
Determine a inversa das seguintes funções:
a) 𝑓(𝑥) = 2𝑥 − 4
𝑦 = 2𝑥 − 4.
Como se disse antes, troca-se a ordem das variáveis e resolve-se a expressão em ordem a y, sendo:
𝑥+4
𝑥 = 2𝑦 − 4 ↔ 2𝑦 − 4 = 𝑥 ↔ 2𝑦 = 𝑥 + 4 ↔ 𝑦 = . Este último resultado corresponde a função
2
x+4
inversa de 𝑦 = 2𝑥 − 4, ou seja, 𝑦 −1 = f −1 (x) = .
2
Para achar a inversa de funções como esta é necessário e suficiente que o estudante conheça na
íntegra as particularidades de uma função assim como a ligação dos termos à respectiva função.
Neste caso concreto teríamos, obedecendo a nossa estratégia:
3𝑠𝑒𝑛(2𝑦 − 7) 3𝑠𝑒𝑛(2𝑦 − 7)
𝑥= −8 ↔ 𝑥+8= ↔ 4(𝑥 + 8) = 3𝑠𝑒𝑛(2𝑦 − 7) ↔ 4𝑥 + 32
4 4
4𝑥 + 32 4𝑥 + 32
= 3𝑠𝑒𝑛(2𝑦 − 7) ↔ = 𝑠𝑒𝑛(2𝑦 − 7) ↔ 2𝑦 − 7 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 ( )
3 3
4𝑥 + 32
↔ 2𝑦 = 7 + 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 ( )↔
3
41
4𝑥+32
7 + 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛 ( )
3
𝑦 −1 =
2
❖ Trabalho de estudo independente: Encontre a inversa desta função inversa. Não te esqueças
que a inversa de uma inversa é a própria função. Significa que o estudante deverá ter como
resposta do pedido, a função dada em d).
Seja dada uma função real de variável real x. A função 𝑓(𝑥) diz-se periódica se satisfizer a condição
𝑓(𝑥) = 𝑓(𝑥 + 𝑇), para Ɐ 𝑥 𝜖 𝑅. No caso, T representa o período da função que por sinal deve ser o
menor número que satisfaz a condição dada. Como exemplo de funções periódicas pode-se tomar
as funções senx, cosx, cujos gráficos são respectivamente
As funções senx e cosx representadas pelos gráficos acima são periódicas, dado que existe um
tempo mínimo necessário para que ela percorra, a cada ciclo, uma distância chamada /comprimento
da onda. Para as duas funções o período corresponde a 2π.
42
Uma função f (x) é par se verificar a condição 𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥), ∀𝑥, 𝑦 ∈ 𝑅. O gráfico da
função f (x) é simétrico em relação ao eixo das ordenadas.
2.11.Verificação da aprendizagem
Cuambe, V. A. J., & Uamusse, A. A. (2007). Matemática 12ª classe. Diname e Autores, Maputo.
Vuma, J. P., & Watchave, A. D. (2010). Matemática 12, 1a ed., Longman Moçambique, Maputo.
Vuma, P. J., & Cherinda. M. (2010). Matemática Pré- universitário. Novo currículo do Ensino
secundário, Longman Mocambique.
Aubyn, A. St., Figuereido, M. C., Loura, L., Ribeiro, L., & Viegas F. (2004). Funções reais de
variável real. Grupo de Matemática da Universidade Técnica de Lisboa.
Luiz, C. J. (2007/08). Generalidades sobre funções Reais de Variável Real. Departamento de
Matemática. Escola Superior de Tecnologia de Setúbal.
44
CARO ESTUDANTE!
É um grande prazer interagir consigo ao longo do processo do estudo na
disciplina de Matemática Básica. Nesta unidade, temos a oportunidade
de identificar e reconhecer os gráficos das principais funções elementares
como complemento das unidades anteriores
PRONTOS?
3.1. Contextualização
3.2. Competências
CARO ESTUDANTE, até ao final desta unidade terá desenvolvido as seguintes competências:
• Reconhecer os diferentes tipos de gráficos;
• Representar os gráficos das principais funções elementares;
• Distinguir funções pares das ímpares e das não pares nem ímpares.
Antes de se olhar para o gráfico propriamente dito na sua forma geométrica, é importante e
necessário avançar a sua respectiva definição.
Entende-se por gráfico de uma função f num certo domínio D, ao conjunto de pares ordenados
definido por: 𝐺𝑓 = {(𝑥, 𝑓(𝑥)); 𝑥 ∈ 𝐷. Note-se que 𝐺𝑓 ⊂ 𝑅𝑥𝑅, 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎, 𝑅 2 . De um modo geral,
dada a aplicação 𝑓: 𝐴 → 𝐵, Pode-se chamar gráfico da função 𝑓 ao subconjunto de A x B definido
por 𝐺𝑓 = {(𝑥, 𝑓(𝑥)); 𝑥 ∈ 𝐴.
Do pressuposto de que o conjunto dos números reais R é geometricamente entendido como o
conjunto dos pontos de uma recta, decorre que gráfico de uma função real de variável real qualquer
pode ser representado como um subconjunto do plano.
Se a expressão designatória de uma função real for uma constante, ou seja, 𝑓(𝑥) = 𝑐, o gráfico da
função correspondente é uma linha horizontal que intersecta o eixo das ordenadas no valor da
constante dada, ou seja, no ponto (0 , c).
Figure 10: Gráfico de uma função constante. Este é um caso genérico em que a constante C
representa qualquer número real.
No caso em que a expressão designatória de uma função real de variável real x é um polinómio de
grau não superior a 1, o gráfico desta função é uma recta não vertical.
46
Como exemplo elucidativo deste caso tem-se a função identidade cuja interpretação geométrica é a
bissectriz do primeiro e terceiro quadrantes, ou seja, a recta que passa pelos pontos (0 , 0) e (1 , 1 ).
Se o grau da expressão designatória de uma função real de variável real x for igual a 2, o gráfico
desta função é uma parábola.
Figure 12: Gráfico da função quadrática. Neste caso, os valores de a e de b são iguais nulos. Trata-
se de uma função do tipoℎ (𝑥) = 𝑎𝑥 2 .
Quando a base da função é uma constante, origina-se a chamada função exponencial(𝑎 𝑥 ). A função
exponencial faz parte das funções transcendentes mais frequentemente usadas.
47
b)
a)
Figura13: Gráfico de uma função exponencial de base
qualquer (a). Neste exemplo tomou-se em conta várias bases (cf. o gráfico). No caso especial em
que a base é e o gráfico toma o aspecto descrito pela figura (b).
3.2.5. Gráfico da função logarítmica
A inversa da função exponencial é uma função logarítmica cuja representação gráfica vem a seguir.
Figura14: Gráfico de uma função logarítmica. Como se pode notar, esta função corresponde a uma
𝜋
rotação da função exponencial em 2 .
Cuambe, V. A. J., & Uamusse, A. A. (2007). Matemática 12ª classe. Diname e Autores, Maputo.
Vuma, J. P., & Watchave, A. D. (2010). Matemática 12, 1a ed., Longman Moçambique, Maputo.
Vuma, P. J., & Cherinda. M. (2010). Matemática Pré- universitário. Novo currículo do Ensino
secundário, Longman Moçambique.
49
CARO ESTUDANTE!
É um grande prazer interagir consigo ao longo do processo do
estudo na disciplina de Matemática Básica. Esta Unidade
Temática visa consolidar o entendimento em relação ao estudo
de gráficos
VAMOS A ISSO!
4.1. Contextualização
Na secção anterior aprendeu a reconhecer os gráficos das principais funções elementares. Nesta
presente unidade, vai ter que marcar mais um passo. Terá de construir o entendimento em relação
ao estudo completo de cada uma delas. O estudo de cada função depende necessariamente da
natureza desta, dai que umas podem ter zeros e outras não, umas podem ter assimptotas e outras
não, etc.
Nesta secção, os gráficos estão apresentados, do mais simples ao mais complexo. O desafio que se
impõe ao estudante é, preparar o próximo passo que diz respeito à representação gráfica de qualquer
tipo de função. Tentaremos de tudo fazer para apresentarmos todos os elementos básicos para a
interpretação integral de funções.
O apelo continua apontando para um trabalho em equipa. Aproveite-se dos exercícios resolvidos
para desenvolver a sua criatividade em relação aos próximos passos.
50
4.2. Competências
CARO ESTUDANTE, nesta unidade vai desenvolver competências que lhe permitam:
• Ler i interpretar gráficos de diferentes funções reais;
• Encontrar o estudo completo das principais funções elementares.
O estudo completo de uma função visa munir o estudante do ensino à distância de uma ferramenta
que lhe permita construir e interpretar, de forma fiel, todo o tipo de gráficos, a partir dos elementares
até aos complexos.
Atente, de forma exemplar, ao estudo completo das seguintes funções.
𝑓(𝑥) = 𝑥 2 − 5𝑥 + 6
a) Zeros da função𝑓(𝑥) = 0, ou seja, os valores por onde o gráfico intersecta o eixo das abscissas.
𝑓(𝑥) = 0 ↔ 𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 0 ↔ Há tantas formas de resolver equações quadráticas mas a mais
simples e elementar passa pelo uso da forma resolvente (Δ = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐) e
−𝑏±√𝑏 2 −4𝑎𝑐
X1,2 = 2𝑎
5±√25−4∗1∗6 5±1
X1,2 = =
2∗1 2
X1 = 3 ˄ X2 = 2
b) Ordenada na origem𝑓(0), ou seja, valor onde a função intersecta o eixo das ordenadas. Pode-
se afirmar também que ordenada na origem é o valor que a função toma quando o valor de x for
igual a zero.
𝑓(0) = 6
x1 + x 2 −𝑏 5
c) Coordenadas do vértice: 𝒙𝒗 = xv = = 2𝑎 = 2 = 2,5
2
−∆ 1
𝒚𝒗 = = = 0,25
4𝑎 4
V(2,5; 0,25)
51
d) Assimptotas
Esta função está definida em todo o domínio R, pelo que, não tem assimptotas.
e) Extremos da função: Os extremos são determinados num ponto em que a derivada da primeira
ordem é nula.
df d(𝑥 2 − 5𝑥 + 6) df
= = 2𝑥 − 5 = 0 ↔ 2𝑥 − 5 = 0 ↔ 𝑥 = 2,5
dx dx dx
d2 f
=2
dx 2
A segunda derivada é positiva, logo o gráfico correspondente tem a concavidade voltada para cima.
h) Representação gráfica
52
53
CARO ESTUDANTE!
É um grande prazer interagir consigo ao longo do processo do
estudo na disciplina de Matemática Básica. Nesta Unidade
vamos aprender sobre a construção de gráficos de funções.
Contextualização
Na secção anterior, aprendeu a ler e a interpretar os gráficos das principais funções elementares.
Nesta presente unidade, vai ter que marcar mais um passo. Terá de construir, com entendimento, os
gráficos das principais funções elementares. Como é óbvio, a construção gráfica de cada função
depende necessariamente da natureza desta, dai que umas podem ter zeros e outras não, umas podem
ter assimptotas e outras não, etc. Em decorrência disso, aconselha-se que esteja muito atento à
unidade anterior.
Nesta Unidade, tal como vimos na anterior, os gráficos estarão apresentados, do mais simples ao
mais complexo. A medida visa desenvolver no estudante uma motivação que lhe permita fazer o
trabalho sem limitações de grande relevo em relação à representação gráfica de qualquer tipo de
função. Tentaremos de tudo fazer para que isto seja possível.
O apelo continua apontando para um trabalho em equipa. Aproveite-se dos exercícios resolvidos
para desenvolver a sua criatividade em relação aos próximos passos.
5.1. Competências
CARO ESTUDANTE, depois de tanto ler funções que, por sinal, já vinham construídas, nesta
unidade vai desenvolver competências que lhe permitam:
Na primeira unidade deste módulo, definimos o módulo do número real x com recurso a duas
x, se x 0
sentenças, x =
− x, se x 0
Na presente sessão, interessa olhar para a função modular ou função módulo.
Chama-se função modular toda a função definida por
𝑓: 𝑅 → 𝑅
𝑥 → |x|
O domínio desta função é o conjunto dos números reais, ou seja, 𝐷(𝑓) = 𝑅 e o respectivo conjunto
imagem o conjunto 𝑅 + , 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎, 𝐼𝑚(𝑓) = 𝑅 + .
x, se x 0
O gráfico da função modular x = pode ser construído respeitando as sentenças dadas.
− x, se x 0
Fora desta função que representa a mais elementar das funções modulares, pode-se ter funções do
tipo:𝑓(𝑥) = 𝑓(|𝑥|) e ℎ(𝑥) = |𝑓(𝑥)|
𝑓(𝑥) = { 𝑥 2 − 4𝑥 + 3, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0 ↔ {𝑥 2 − 4𝑥 + 3, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0
(−𝑥)2 − (−𝑥) + 3, 𝑠𝑒 𝑥 < 0 𝑥 2 + 𝑥 + 3, 𝑠𝑒 𝑥 < 0
Resolvidas as equações quadráticas correspondentes nota-se que para 𝑥 ≥ 0, a equação dada admite
as raízes 1 e 3 e para 𝑥 < 0 a equação correspondente admite as raízes -3 e -1.
Na sequência disto, pode-se esboçar o gráfico da função atendendo que a ordenada na origem para
ambos casos é a mesma, igual a 3.
Note-se que cada sentença só faz sentido no intervalo indicado na definição da função
❖ O gráfico da função modular do tipo 𝑓(𝑥) = 𝑓(|𝑥|) é simétrico em relação ao eixo das
ordenadas.
❖ O gráfico da função modular deste tipo pode ser obtido do gráfico da função f(x) bastando para
isso fazer uma reflexão desta em relação ao eixo das ordenadas.
𝑥 2 − 4𝑥 + 3, 𝑠𝑒 𝑥 < 0
𝑓(𝑥) = {
−𝑥 2 + 4𝑥 − 3, 𝑠𝑒 1 < 𝑥 < 3
𝑥 2 − 4𝑥 + 3, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0
O esboço gráfico que corresponde a esta função é dado pela figura abaixo.
56
Recorde-se que o módulo de um número é nunca negativo. É por esta razão que o gráfico da função
não toma valores negativos de y.
❖ O gráfico da função modular pode ser obtido do gráfico da funçãoℎ(𝑥) devendo-se para isso
efetuar uma reflexão do gráfico em torno do eixo das abscissas.
❖ A operação avançada aqui equivale a construir o gráfico da funçãoℎ(𝑥) e reflectir a parte
que encontrar abaixo de zero, ou seja, negativa do gráfico, simetricamente em relação ao
eixo das abcissas.
f ( x) = x − 2
X -3 -2 -1 -0,5 0 1 2 3
Y
f
0 3 x
-6
a) A partir do gráfico complete:
(1,....) f (1,....) g
(0,....) f (0,....) g
(−1,....) f (−1,....) g
b)
Para que valores de x a função é positiva?
c) g ( x) = 2 x − 6
Assinale a vermelho os pontos de f que pertencerão ao gráfico de
d)
Para que valores de x a função f é negativa?
Cuambe, V. A. J., & Uamusse, A. A. (2007). Matemática 12ª classe. Diname e Autores, Maputo.
Vuma, J. P., & Watchave, A. D. (2010). Matemática 12, 1a ed., Longman Moçambique, Maputo.
59
CARO ESTUDANTE!
É um grande prazer interagir consigo ao longo do processo do
estudo na disciplina de Matemática Básica. Nesta Unidade
temática, vamos aprender sobre as INEQUAÇÕES.
Contextualização
Nas classes anteriores, certamente que te familiarizaste com o conceito de equação. Este conceito
foi válido até na resolução, ou seja, na determinação dos zeros de função, facto que te garantiu uma
boa construção de gráficos. Como deves saber quando uma função intersecta o eixo das abcissas
cria lá os chamados zeros de função cuja determinação não dispensa o conceito de equação. A
característica principal era o sinal de igualdade indicando que os dois membros em análise deviam
ser iguais.
Nesta presente unidade, vai ter que marcar mais um passo em frente com a introdução de
inequações. Contrariamente ao caso anterior, nesta unidade, ou seja, nas inequações, o sinal que vai
ligar os dois membros será uma desigualdade. Entra em cena a comparação dos membros visados
mostrando-se que um destes é menor ou maior que o outro. A resolução de inequações precisa, em
larga escala de um conhecimento sólido sobre equações, embora a exigência nas inequações seja
maior.
O apelo continua apontando para um trabalho em equipa. Aproveite-se dos exercícios resolvidos
para desenvolver a sua criatividade em relação aos próximos passos.
Caro estudante, esta unidade vai se debruçar sobre inequações. Dada a natureza da unidade, serão
trazidas em alguns casos, como no caso de funções modulares, algumas equações visando reduzir
o peso e complexidade da temática. Na resolução de inequações, prioriza-se duas formas básicas:
a resolução analítica e a resolução gráfica, podendo ambas levar a mesma solução. Serão tratados
60
nesta unidade, inequações de todos os tipos começando pelas mais elementares até as mais
complexas.
Recorde-se que o produto de dois factores é positivo se os dois tiverem o mesmo sinal. O produto
é negativo se os factores tiverem sinais contrários.
Esta unidade apresenta alguns exercícios resolvidos que servirão de trampolim para si. Faça o maior
proveito para que de seguida consiga desenvolver, sem fraqueza os exercícios propostos que visam
verificar a aprendizagem do estudante.
Competências
Caro estudante! Nesta presente unidade vai desenvolver competências que lhe permitam:
• Diferenciar inequação da equação
• Aplicar diferentes caminhos na busca de soluções de uma inequação
Diz-se analítica a resolução baseada única e exclusivamente em busca de soluções com recurso à
expressões analíticas. Nesta fase, não se pode recorrer, por exemplo a métodos gráficos, sob o risco
de deixar de ser resolução analítica.
Exemplo:
Encontre a solução das seguintes inequações:
a) 𝟐𝒙 − 𝟖 ≤ 𝟒
Como se pode ver, está em causa a comparação de duas funções pelo sinal de menor ou igual.
Resolver uma desigualdade significa encontrar o valor da variável que satisfaça a condição dada.
Procuremos então este valor.
𝟐𝒙 − 𝟖 ≤ 𝟒 ↔ 𝟐𝒙 ≤ 𝟏𝟐 ↔ 𝒙 ≤ 𝟔
Para que a desigualdade acima se verifique é necessário que o valor de x seja não superior a 6.
61
b) 𝒙 − 𝟒 ≤ 𝟒
𝒙−𝟒≥𝟐↔𝒙≥𝟔
Resolver uma inequação graficamente significa efectuar a comparação das duas funções dadas na
forma geométrica.
Para o efeito, deve-se representar graficamente as funções constantes da inequação e de seguida ver
em que parte do domínio a condição dada se verifica. Ex. Resolva graficamente a inequação dada
pela alínea a), ou seja, 𝟐𝒙 − 𝟖 ≤ 𝟒.
𝒈(𝒙) = 𝟒
y
4 6
x
𝒇(𝒙) = 𝟐𝒙 − 𝟖
-8
Note que o exercício busca todos os valores do domínio onde a função f(x) seja não superior que a
função g.
É óbvio que para podermos conhecer o intervalo onde se regista a desigualdade entre as duas
funções, primeiro devemos ter o ponto onde as duas funções são iguais. Esse valor será dado pelo
ponto de intersecção entre as duas funções.
𝑓(𝑥) = 𝑔(𝑥) → 2𝑥 − 8 = 4 ↔ 𝑥 = 6.
Significa que as duas funções são iguais no valor de 𝑥 = 6.
Se no valor de 𝑥 = 6 as duas funções são iguais, sendo elas concorrentes nota-se que para valores
de x inferiores e superiores a 6, elas tem comportamentos diferentes. A questão do fundo, que será
62
a nossa resposta é ver em qual desses intervalos f não é superior a g. Não ser superior significa
menor ou igual.
A função f é não superior, ou seja, é menor ou igual a g em todo o domínio onde esta função está
abaixo da função g, em termos geométricos, ou seja, de menos infinito até 6 inclusive.
Matematicamente,
𝟐𝒙 − 𝟖 ≤ 𝟒 ↔ 𝒙 ∈ ]−∞, 𝟔].
Esta solução pode ser igualmente representada na recta de Euler.
Para este caso tomaremos como exemplo inequações do segundo grau, dado que o comportamento
é similar. O essencial neste caso é saber resolver a equação correspondente.
Exemplo: Resolva analiticamente a seguinte inequação quadrática, dada por 𝑥 2 − 5𝑥 + 6 < 0
Há várias estratégias para a resolução da equação correspondente. Como esta matéria foi
densamente tratada em níveis anteriores, vamo-nos interessar unicamente pelo resultado final, que
neste caso servirá como ponto de partida. 𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = 0 ↔ 𝑥 = 2 𝑜𝑢 𝑥 = 3
Analiticamente, melhor estratégia depois de determinadas as raízes da equação correspondente é
factorizar a função dada. Neste caso 𝑥 2 − 5𝑥 + 6 = (𝑥 − 2)(𝑥 − 3)
(𝑥 − 2)(𝑥 − 3) < 0
O produto de dois factores é negativo se os factores dados tiverem sinais contrários, ou seja,
(𝑥 − 2) < 0 𝑒 (𝑥 − 3) > 0 𝑜𝑢 (𝑥 − 2) > 0 𝑒 (𝑥 − 3) < 0
(𝑥 − 2) < 0 𝑒 (𝑥 − 3) > 0 ↔ 𝑥 < 2 𝑒 𝑥 > 3 𝑜𝑢 𝑥 > 2 𝑒 𝑥 < 3 ↔
𝑥 < 2 𝑒 𝑥 > 3 𝑜𝑢 2 < 𝑥 < 3
Sol: {𝑥 ∈ 𝑅: 2 < 𝑥 < 3}
Estes procedimentos podem ser igualmente visualizados na recta real, dependendo das facilidades
de cada um.
O método gráfico talvez seja o mais simples e prático para a resolução deste tipo de inequações,
bastando para tal obedecer os passos tomados na resolução das inequações lineares.
63
Depois é só ver para que valores do domínio R, a função quadrática é menor que zero. Esta resposta
é óbvia. Olhando para o gráfico vê-se logo que o gráfico está abaixo de zero para os valores de x
entre 2 e 3.
𝒑(𝒙) 𝒑(𝒙)
6.2.5. Inequações do tipo 𝑸(𝒙) ≤ 𝟎, 𝒐𝒖 ≥𝟎
𝑸(𝒙)
Para estes casos é importante a observância do domínio de existência da função dada. De recordar
que o denominador não deve ser nunca igual a zero.
Exemplo: Resolva as seguintes inequações
𝟏
𝒂) >1
𝒙
Como se pode notar, a probabilidade de se cometer erros é maior. Muitos podem achar que a
resolução desta inequação passa por transferir o x para o segundo membro, facto que não
corresponde a verdade. Assim fazendo cometer-se ia um grande erro. Bem-feita a análise pode-se
𝒑(𝒙)
notar que está-se perante uma inequação do tipo > 0. A grande preocupação agora é, a partir
𝑸(𝒙)
1 1 1−𝑥
>1↔𝑥−1>0↔ > 0 . Já se alcançou a forma sugerida, que faz parte de um tipo de
𝑥 𝑥
inequações.
O quociente entre duas funções só será positivo se as duas tiverem o mesmo sinal, ou seja,
1−𝑥
> 0 ↔ 1 − 𝑥 > 0 𝑒 𝑥 > 0 𝑜𝑢 1 − 𝑥 < 0 𝑒 𝑥 < 0 𝑒 𝑥 ≠
𝑥
Dada a natureza complexa do capítulo, vamos fazer uma breve revisão das equações modulares
antes de entrarmos para as inequações correspondentes.
64
Para a resolução de equações modulares pode-se tomar como base o conceito de distância entre dois
números quaisquer. Encontremos, por exemplo, o valor da variável real x para que a distância desta
ao número 4 seja igual a 20, ou seja, d (4, x) = 20 .
A distância entre dois números quaisquer é sempre nunca negativa e representa o valor absoluto do
percurso entre os dois números em alusão. No exemplo dado acima, como o segundo membro é
positivo, verifica-se a condição criada acima, pelo que, pode-se avançar com o resto da resolução
sem o menor problema:
𝑥 − 4 = 20 𝑥 = 24
|𝑥 − 4| = 20 ↔ { ∪ ↔{ ∪
𝑥 − 4 = −20 𝑥 = −16
Verificação: Pode-se desenvolver apenas o membro com a variável achada e comparar-se o
resultado com o segundo membro da igualdade inicialmente dada, ou seja:
• 𝑥 = −16
|𝑥 − 4| = |−16 − 4| = |−20| = 20
• 𝑥 = 24
|𝑥 − 4| = |24 − 4| = |20| = 20
Como se pode notar, os dois resultados fazem parte do conjunto solução dado que satisfazem a
igualdade colocada. Quer dizer, segundo o enunciado que a distância de 4 ao ponto genérico x, ou
seja, d (4, x) toma o valor 20 se e somente se (SSE) a variável x tomar os valores -16 ou 24.
𝑑(𝑥, 9) = −12
Neste exercício, afirma-se que a distância entre os valores x e 9 é negativa. Esta afirmação fere a
definição da distância entre dois números ou valor absoluto de um número que, de forma
consensual, nunca é negativa. Logo este exercício não admite soluções reais, ou seja, a solução
deste exercício em R é dada pelo conjunto vazio, simbolicamente definido por (∅ 𝑜𝑢{ }. É o
mesmo que afirmar que não existe valor algum cuja distância entre este e 9 seja igual a -12.
65
−
-1 4
Tal como em sessões anteriores, pode-se ter inequações modulares do tipo |𝑥| < 𝑎 assim como
pode-se ter inequações do tipo |𝑥| > 𝑎. Fazendo o valor de 𝑎 > 0 e olhando para a resolução
gráfica, a solução da inequação modular |𝑥| < 𝑎 seria composta por todos os potos que estão no
interior do intervalo cujos extremos são a e a. Assim, |𝒙| < 𝑎 ↔ −𝑎 < 𝑥 < 𝑎.
Exemplo de aplicação:
a) |𝑥| < 3 ↔ −3 < 𝑥 < 3
Sol: {𝑥 ∈ 𝑅: −3 < 𝑥 < 3}
b) |𝑥 + 7| ≤ 2 ↔ −2 ≤ 𝑥 + 7 ≤ 2 ↔ −2 − 7 ≤ 𝑥 ≤ 2 − 7 ↔ −9 ≤ 𝑥 ≤ −5
c) |𝑥| < −1 A solução deste exercício é o conjunto vazio dado que como o módulo ou valor
absoluto de um número é nunca negativo, está claro que não pode ser nunca menor que um
número negativo.
d) |𝑥| > −9 A solução deste exercício é o conjunto R dada a natureza do módulo de um número.
Sendo ele nunca negativo fica claro que é superior que qualquer número negativo.
e) 2𝑥 − 7 + |𝑥 + 1| ≥ 0
x + 1, x −1
x +1 =
− x − 1, x −1
Primeiro:
Se x −1:
2x − 7 + x + 1 0 2x − 7 + x + 1 0 x 2
Sol1 : x R : x −1 x R : x 2 = x R : x 2
66
Segundo:
Se x −1
2x − 7 + x + 1 0 2x − 7 − x − 1 0 x 8
Sol2 : x R : x −1 x R : x 8 = x R : x
Solução final:
Sol final = S1 S2 S = x R : x 2
f) |𝟐𝒙 − 𝟔| − |𝒙| ≤ 𝟒 − 𝒙
2x − 6 − x 4 − x
2 x − 6, x 3 x, x 0
2x − 6 = x =
− 2 x + 6, x 3 − x, x 0
0 3
2x − 6 -2x + 6 -2x + 6 2x - 6
x -x x x
2x − 6 − x -x + 6 -3x + 6 x-6
− x + 6, se x 0
2 x − 6 − x = − 3x + 6, se 0 x 3
x − 6, se x 3
Primeiro:
Se x < 0:
− x + 6 4 − x 6 4 : Absurdo. Sol.1 =
Para 0 < x < 3
− 3x + 6 4 − x −2 x −2 x 1
Sol2x R : 0 x 3 x R : x 1 = x R : 1 x 3
Para x 3 :
x − 6 4 − x 2 x 10 x 5
Sol2 = x R : x 3 x R : x 5 = x R : 3 x 5
Solução final:
Sol f = : x R : 3 x 5 x R : 1 x 3 = x R : 1 x 5
67
7 2x 2 − 6 = 0 x −5x +6 = 0
2
3x + =1 f) k)
a) 3
2 x − 3 = −2 x − 3 4x + 3 = 2x + 3
− x −1 = 8 g) l)
b)
− − 5 x + 4 = −4 + 4 x m) 4 x + 3 + x − 3 = 2 x + 3
3x − 6 = −6 h)
c)
x 2 − 4x + 5 = 2
x2 − 3 = 1 i)
d)
x +6x +8 = 0
2
x 2 − 11 = 7 j)
e)
68
3. Determine, usando as formas de resolução de uma equação modular, os números reais x, tais
que:
𝑎) d (4, x) = 20
f) d (4, x) = 0,31
b) d ( x,0) = 2 1 1
d ( x, − ) =
g) 3 4
c) d ( x,3) = 5
2 3
d) d ( x,−2) = 8 d ( x, ) =
h) 5 2
e) d ( x,−2) = 3
i) d ( 2,2) = -2
4. Simplifique:
x+2
a) A = x − 3 − x − 3 b) B =
x+2
5. Resolva graficamente as equações:
a) x − 2 = 0 b) x − 2 = −4 c) x − 2 = 7
a) 2x 1 i) x2 − x − 4 2 f) 2x + 3 + 4x + 3 2
b) b) 1 x + 5 j) 5 − 3x 1 g) 2 x + 1 + 4 − 3x 0
c) 5 x + 2 −2 h) 2 x + 3 + 2 x − 1 x + 2
1− x
k) 2
x 3
d) − 5
2
l) x + 2 − x + 2 0
e) 3 − x 3
Cuambe, V. A. J., & Uamusse, A. A. (2007). Matemática 12ª classe. Diname e Autores, Maputo.
Vuma, J. P., & Watchave, A. D. (2010). Matemática 12, 1a ed., Longman Moçambique, Maputo.
69
CARO ESTUDANTE!
É um grande prazer interagir consigo ao longo do processo do
estudo na disciplina de Matemática Básica. Nesta Unidade
temática que encerra o módulo vamos aprender sobre funções
trigonométricas.
Contextualização
Apesar de sua origem incerta, a trigonometria teve início principalmente devido aos problemas
gerados pela Astronomia, Agrimensura e Navegações, por volta do século IV ou V a.C., com os
egípcios e babilónios. A palavra trigonometria significa medida das partes de um triângulo. Mas
os gregos fizeram um estudo sistemático das relações entre ângulos - ou arcos - numa circunferência
e os comprimentos de suas cordas.
A "Trigonometria" era então baseada no estudo da relação entre um arco arbitrário e sua corda.
Hiparco escreve a respeito do cálculo de comprimentos das cordas. Apesar da corda de um arco não
ser o seno, uma vez conhecido o valor do seu comprimento, pode-se calcular o seno da metade do
arco, pois a metade do comprimento da corda dividido pelo comprimento do raio do círculo é
justamente esse valor. A unidade irá discutir com maior enfoque sobre quatro tipos de funções
trigonométricas (𝒇(𝒙) = 𝑠𝑒𝑛𝑥, 𝒇(𝒙) = 𝑐𝑜𝑠𝑥, 𝒇(𝒙) = 𝑡𝑔𝑥 e 𝒇(𝒙) = 𝑐𝑡𝑔(𝑥). Destas quatro funções
trigonométricas as primeiras duas podem gerar todas as outras. Por conta disso serão analisadas
com maior peso que as restantes.
A determinação dos ângulos em causa exige um conhecimento profundo das equações
trigonométricas.
Equação trigonométrica é aquela que envolve, pelo menos, uma razão trigonométrica. A incógnita
é um arco (ângulo) a ser determinado. Resolver uma equação trigonométrica significa achar o valor
de x que satisfaça a equação dada.
70
Caro estudante, esta unidade debruça-se sobre funções trigonométricas. A unidade irá discutir com
maior enfoque sobre quatro tipos de funções trigonométricas (𝒇(𝒙) = 𝑠𝑒𝑛𝑥, 𝒇(𝒙) = 𝑐𝑜𝑠𝑥, 𝒇(𝒙) =
𝑡𝑔𝑥 e 𝒇(𝒙) = 𝑐𝑡𝑔(𝑥). Destas quatro funções trigonométricas as primeiras duas podem gerar todas
as outras. Por conta disso serão analisadas com maior peso que as restantes.
Os passos dados na discussão de cada uma destas quatro funções, são, em si, uma forma de exercitar
o trabalho do estudante, pelo que, convêm rever isto como se estivesse perante exercícios de
aplicação. Havendo qualquer tipo de dúvida, pode se contactar qualquer outro elemento com
capacidades cognitivas que lhe permitam solucionar ou clarificar o problema.
A unidade apresenta contudo alguns exercícios proposto que servirão de base de análise da
percepção do estudante. Faça o maior proveito para que de seguida consiga desenvolver, sem
fraqueza as funções trigonométricas mas complexas.
Competências
CARO ESTUDANTE, até ao final desta unidade terá, desenvolvidas, as seguintes competências:
• Reconhecer os diferentes tipos de funções trigonométricas;
• Representar graficamente e identificar os zeros das principais funções trigonométricas;
• Distinguir funções trigonométricas pares das ímpares e identificar o período de cada uma
delas.
A palavra trigonometria vem do grego Tri (três) gono (ângulo) e metrien (medida), ou seja medida
de três ângulos.
Para uma discussão integral de funções trigonométricas vamos tomar como base o círculo
trigonométrico.
Círculo trigonométrico é um círculo com raio igual a unidade onde se podem definir as razoes
trigonométricas (senx, cosx, tagx, cotgx), fig 15.
71
Figure 15: Círculo trigonométrico. OP2 é o cateto adjacente, P2P o cateto oposto e OP a
hipotenusa
O quociente entre o cateto oposto e a hipotenusa do triângulo rectângulo dado define a função senx,
𝑃𝑃2
ou seja, seno do ângulo dado. Neste caso teríamos: 𝑂𝑃 = 𝑠𝑒𝑛𝑥.
Desta construção pode-se denominar função senx a função 𝑓: 𝑅 → 𝑅 que associa a cada número
real x o número real OP1= senx, designadamente 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥
b) 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛(2𝑥)
𝑥
c) 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛 2
Resolução:
2𝜋
a) 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 = 𝑠𝑒𝑛1𝑥 ↔ 𝑇 = ↔ 𝑇 = 2𝜋
1
2𝜋
b) 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛2𝑥 ↔ 𝑇 = ↔𝑇=𝜋
2
𝑥 1 2𝜋
c) 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛 2 = 𝑠𝑒𝑛 (2 𝑥) ↔ 𝑇 = 1 ↔ 𝑇 = 4𝜋
2
Em temos de monotonia, no primeiro quadrante, tomado no sentido positivo, a função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥
é crescente. Equivale a afirmar que percorrendo os valores de x o primeiro quadrante, no sentido
anti-horário, a ordenada desta função vai crescendo de zero a 1. (cf. Fig)
Figure 16: Comportamento da função f(x)= senx em termos de monotonia, no primeiro quadrante.
Os arcos constantes da figura são chamados de arcos notáveis.
Este crescimento da função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 verifica-se também no quarto quadrante, onde a ordenada
correspondente cresce de -1 a 0.
No segundo quadrante, ao variar o valor de x de -1 a 0, decresce a função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 de 1 para
0, facto que se repete no terceiro quadrante onde esta função continua a decrescer de 0 até -1.
Portanto, a função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 é crescente no primeiro e quarto quadrantes e decrescente no
segundo e terceiro quadrantes.
73
As imagens cujas ordenadas no círculo trigonométrico são simétricas possuem, em valor absoluto,
a mesma razão trigonométrica correspondente a função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥, diferindo-se apenas pelo
sinal. Veja o exemplo abaixo:
A partir dos valores da tabela do seno dos arcos notáveis pode-se construir o gráfico da função
𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 respeitando os intervalos de variação do sinal e a monotonia da função, como vimos
em sessões anteriores. Para isso, pode-se construir a seguinte tabela:
i. Zeros da função
São zeros da função todos os valores de x que satisfazem a equação 𝑠𝑒𝑛𝑥 = 0 ↔ 𝑥 = 𝑎𝑟𝑐𝑠𝑒𝑛0 ↔
𝑥 = 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍.
74
x 0 → 𝜋 → 𝜋 → 3𝜋 → 2𝜋
2 2
𝑓(𝑥) 0 1 0 -1 0
= 𝑠𝑒𝑛𝑥
Extremos - máximo - mínimo -
𝜋 3𝜋
→ ( , 1) → ( , −1)
2 2
O gráfico da função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 chama-se senoide. A senoide sugere a variação da função no seu
domínio.
A distância entre duas linhas horizontais que passam uma pela crista e outra pela vala ou cava
chama-se Amplitude da função 𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥.
Os extremos ou os pontos mais altos da função𝑓(𝑥) = 𝑠𝑒𝑛𝑥são chamados de cristas e os mínimos
são chamados de vala ou cava.
A distância entre duas cristas ou cavas consecutivas chama-se comprimento de onda.
Contrariamente a função seno de x, a função𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥 varia no eixo das abscissas, entre os
valores menos um e um, ou seja, −1 ≤ 𝑐𝑜𝑠𝑥 ≤ 1.
iii. Estudo da função quanto à paridade: 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥 é par, ou seja, cos(−𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥
𝜋
iv. Zeros da função𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥 → 𝑐𝑜𝑠𝑥 = 0 ↔ 𝑥 = 2 + 𝑘𝜋
x 0 → 𝜋 → 𝜋 → 3𝜋 → 2𝜋
2 2
𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥 1 0 -1 0 1
Extremos Máx mínimo → (𝜋, −1) Max
(0, 1) (2𝜋, 1)
Figure 18: Gráfico da função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥. 𝐸𝑠𝑡𝑎 𝑐𝑢𝑟𝑣𝑎 é 𝑐ℎ𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜 − 𝑠𝑖𝑛𝑢𝑠ó𝑖𝑑𝑒
A amplitude e o período da função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥 determinam-se de forma análoga a usada na função
𝑓(𝑥) = 𝑐𝑜𝑠𝑥.
Significa que o conhecimento das funções trigonométricas seno e cosseno é de extrema importância
para a percepção da função𝑓(𝑥) = 𝑡𝑔𝑥.
Estudo da função
i. Domínio de existência
𝜋 𝜋
𝐷𝑓 = {𝑥 ∈ 𝑅: 𝑥 ≠ + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍 }, 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎, 𝐷𝑓: 𝑥 ∈ 𝑅 { + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍}
2 2
ii. Contradomínio: 𝐷, 𝑓: 𝑦 ∈ 𝑅
78
iii. Paridade: 𝑓(𝑥) = 𝑡𝑔𝑥 é uma função ímpar. Por definição uma função é ímpar se obedece à
lei f(-x) =-f(x). Neste caso, 𝑡𝑔(−𝑥) = −𝑡𝑔𝑥
iv. Periodicidade: A função 𝑓(𝑥) = 𝑡𝑔𝑥 é periódica com período T = 𝜋
v. Zeros da função: 𝑡𝑔𝑥 = 0 ↔ 𝑥 = 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍
vi. Estudo do sinal da função 𝑓(𝑥) = 𝑡𝑔𝑥: A função é positiva no primeiro e terceiro quadrantes
e é negativa no segundo e quarto quadrantes.
vii. Estudo da variação da função/ monotonia: A função𝑦 = 𝑡𝑔𝑥 é monotonamente crescente
em todo o seu domínio.
X 3𝜋 → −𝜋 → 𝜋 → 0 → 𝜋 𝜋
− −
2 2 2
𝑓(𝑥) = 𝑡𝑔𝑥 ꝏ 0 ꝏ 0 ꝏ 0
Figure 20: Gráfico da função 𝑦 = 𝑡𝑔𝑥. Esta curva tem o nome de tangentoide
7.5. Função 𝒇(𝒙) = 𝒄𝒕𝒈𝒙
𝑐𝑜𝑠𝑥
Por definição 𝑐𝑡𝑔𝑥 = 𝑠𝑒𝑛𝑥.
Uma vez mais reitera-se a necessidade do domínio das funções trigonométricas seno e cosseno
visando garantir o domínio da função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑡𝑔𝑥.
Estudo da função
i. Domínio de existência
Por definição, o denominador de uma fracção deve ser diferente de zero para que a função exista.
Neste caso concreto,
𝐷𝑓 = {𝑥 ∈ 𝑅: 𝑠𝑒𝑛𝑥 ≠ 0 ↔ 𝑥 = 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍 }
79
ii. Contradomínio: 𝐷, 𝑓: 𝑦 ∈ 𝑅
iii. Paridade: 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑡𝑔𝑥 é uma função ímpar. Por definição, uma função é ímpar se obedece
a lei f(-x) =-f(x). Neste caso, 𝑐𝑡𝑔(−𝑥) = −𝑐𝑡𝑔𝑥 ∀𝑥 ∈ 𝐷𝑓
iv. Periodicidade: A função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑡𝑔𝑥 é periódica com período T = 𝜋. 𝑐𝑡𝑎𝑔(𝑥 + 𝑘𝜋) =
𝑐𝑡𝑔𝑥, ∀𝑥 ∈ 𝐷𝑓
𝜋
v. Zeros da função: 𝑐𝑡𝑔𝑥 = 0 ↔ 𝑥 = 2 + 𝑘𝜋, 𝑘 ∈ 𝑍. Estes são todos os valores de x onde a
função se anula.
vi. Estudo do sinal da função 𝑓(𝑥) = 𝑐𝑡𝑔𝑥: A função 𝑦 = 𝑐𝑡𝑔𝑥é positiva no primeiro e terceiro
quadrantes e é negativa no segundo e quarto quadrantes.
vii. Estudo da variação da função/ monotonia: A função 𝑦 = 𝑐𝑡𝑔𝑥 é monotonamente
decrescente em todo o seu domínio e não tem extremos.
X 3𝜋 → −𝜋 → 𝜋 → 0 → 𝜋 → 𝜋
− −
2 2 2
𝑓(𝑥) = 𝑡𝑔𝑥 0 ꝏ 0 ꝏ 0 ꝏ
Figure 21: Co-tangentóide- Gráfico da função cotangente. Para acomodar a função no espaço
possível a representação gráfica corresponde ao intervalo de menos pi a dois pi.
A palavra trigonometria vem do grego Tri (três) gono (ângulo) e metrien (medida),
ou seja medida de três ângulos.
Círculo trigonométrico é um círculo com raio igual a unidade onde se podem definir
as razões trigonométricas (senx, cosx, tgx, ctgx).
Dado um triângulo rectângulo, chama-se 𝒇(𝒙) = 𝑠𝑒𝑛𝑥 ao quociente entre o catecto
oposto e a hipotenusa. 𝒇(𝒙) = 𝑐𝑜𝑠𝑥 é o quociente entre o catecto adjacente e a
80
Exercícios propostos
7.8. Bibliografia
Cuambe, V. A. J., & Uamusse, A. A. (2007). Matemática 12ª classe. Diname e Autores, Maputo.
Vuma, J. P., & Watchave, A. D. (2010). Matemática 12, 1a ed., Longman Moçambique, Maputo.
Vuma, P. J., & Cherinda. M. (2010). Matemática Pré- universitária. Novo currículo do Ensino
secundário, Longman Moçambique.
Aubyn, A. St., Figuereido, M. C., Loura, L., Ribeiro, L., & Viegas F. (2004). Funções
trigonométricas. Grupo de Matemática da Universidade Técnica de Lisboa.
Sousa, J. M., & Galvez, A. L. (2017). Funções trigonométricas e suas aplicações no cálculo de
distâncias inacessíveis. Dissertação-ICMC-USP- Versão revisada.
8. PALAVRAS DE FECHO
9. BIBLIOGRAFIA GERAL
Cuambe, V. A. J., & Uamusse, A. A. (2007). Matemática 12ª classe. Diname e Autores, Maputo.
Vuma, P. J., & Cherinda. M. (2010). Matemática Pré- universitária. Novo currículo do Ensino
secundário, Longman Moçambique.
Aubyn, A. St., Figuereido, M. C., Loura, L., Ribeiro, L., & Viegas F. (2004). Funções
trigonométricas. Grupo de Matemática da Universidade Técnica de Lisboa.
Aubyn, A. St., Figuereido, M. C., Loura, L., Ribeiro, L., & Viegas F. (2004). Funções reais de
variável real. Grupo de Matemática da Universidade Técnica de Lisboa.
Sousa, J. M., & Galvez, A. L. (2017). Funções trigonométricas e suas aplicações no cálculo de
distâncias inacessíveis. Dissertação-ICMC-USP- Versao revisada.
Luiz, C. J. (2007/08). Generalidades sobre funções Reais de Variável Real. Departamento de
Matemática. Escola Superior de Tecnologia de Setúbal.
Vuma, J. P., & Watchave, A. D. (2010). Matemática 12, 1a ed., Longman Moçambique, Maputo.