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Fundamentos
e Processos
de Uma Sociologia de Acção
O Planeamento em Ciências Sociais
r Prin tipia
Título
Fundamentos e Processos <i Uma Socio[ogia de A c ç h - O Pfaneamentoem ClêncinF Socislis
Autora
Isabel Carvalho Cuena
COWrigbt
O PRINCIPIA, Publicagões Universitárias e Científicas
Cascais, Outubro, 2002 - 2.= edigào
-e-
Xis e h,
Ida.
==@o-
Tipografia Pem
JSBN 972-89M-85-8
Depbaro k& 184135/02
Isabel Carvalho Guerra
Professora do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa
Fundamentos e Processos
de Uma Sociologia de Acção
O Planeamento em Ciências Sociais
'
PARTE i ................................. ...................................................................... 7
Introdugiio .................................................................................................................. 9
1. Genese e campo da sociologia de intervenc;áo ................................................10
1.1. Uma origem histórica sem integraçào: da clínica etnológica
ã intervenqiào social ................................................................................10
1.2. Antecedentes de uma sociologia de intervençso - entre a clínica
individual e a intervenção política .......................................................13
2 . A intervençào sociológica na actualidade ...................................................... 16
.
1. Organizafio da equipa de avriliaçiio: auto-avali:icio e :ivaliliçrio externa .... 175
2. Históriri d:i av:iliaçio: evoluçào dos paradigmas de :ivaliaçPo ..................... 177
F~rnclarnentose Processos de Umn Sociologia cle Acçdo
ANEXOS
.
1 DOCUMENTOS DE UM PROJECTO ................................................................ 209
.
2 EXEMPLOS DE APOIO AO PRÉ-DIAGNÓSTICOE AO DIAGNOSTICO ...... 713
.
3 PROGRAMA PRÁTICO ......................................................................................223
BIBLIOGRAFIA .................................................................................
...,... .243
~NDICE....................................................................................................... 251
"'Scidn.s tis sncihlrrptiti srini~:irnrii iliirn ( l i a r J r i
nau Ir 0 q ~ w S ~ + L I Sr r í ~ l ~ ; ~ pl lr~~ cl ~c r~ i i ~~n v~ trt r n
efcitn srici:il. 7.r)dn D snciiilrigri r t w r , cit.uigjri (Ir*
ver ai;. su:ts pt!~qiiisssn~nclific*nrcm:t wxmic-cf:irlc.
Por ~fclrfisclr qu:ilçlut+rsocfiilr>gorlririnit;t ;I iclcia
clt* aniiclnnça sncE:il."
IA&my Ilc.%sl
Hoje, como aliris ontem, não tem sentido opor uma sociologia acaclernica
a uma socioIogia de intewençso e, embora esta dicocomia tenha origem no per-
curso histórico d o desenvolvimento da sociologia, a realidacle tem vindo a de-
monstrar a real coexistCncia cTessas climens6es com 3 presença cada vez maior
de sociólogos "de terreno" nos mais variados campos profissionais. Apesar drstg
crescente cumplicidade, cada vez mais próxima, a frase de R&my Hess (1983)
acima citada tem presente um determinado "obiecto* para a profissão de soci6-
logo - o desejo tlr influenciar a mudança social.
A mudança social está na própria raiz da produçào tio saber sociojó~ico,
ontle qiialqiier objec~ose movimenta num quadro de compreensáo das &*i-
micas societais, no hic et nzrnc da produ~àode uma sociedade por ela própria.
O desejo de participar activamente nestes processos de mudança social transfor-
ma-se muitas vezes numa reflexfio mais aprofundada sobre os conteijdos e as
formas que pode aclq u irir urna socioJogiu de infen>e~cào.
2.1. U- orígem história sem b w a ? dínica
efnowgka 5 h t e -1
A dicmomia sociologia 'abstrartaiisociolo~ 'do terreno" tem (>riRfm
rn própria caminhada histórica desta déncia ao longo de um percursr> paralelrl,
'gm intqm@o. qw d&
i muito cedo separou o f i h filosóficoe o filào intcr.
& soriolo'gia. 9 3 s origens desta disciplina encontra-se sempre \atente
m e confronto entre uma sociolo@ade a b c d o e uma sociologia de terreno
accionou também diferentes diqmsitívos rnetodol6p;icos.
Há mesmo quem encontre as raizes do desacordo dos s~cihlogoscon-
temprim~ na oposigão. exigente dede o sécuto XK. entre uma socidogia
f i l d f i c a e u m %sociologia.
L de campo que op6s Leplav a Durkheirn. Wo seu
Iibm G e n e da Smidogia de Tnlenmçáo. Antoine Savovel procura mostrar
que a L s r i ~ Z dde
L a inten-en@o se elaborou desde o século XIX tomando cor-
pnum conbnro de pesquisas e pressuponos do conhecimento mais prhximos
d3 empiria do que da absmcçào.
*<wndo ecte autor. há muito nos confrontamos com uma sociologia
a-fla. produto do trabalho filoGfico. que procura atribuir uma inteligibi-
lidade aos dados. aparentemeare incoerentes. que se deparam na realidade
crrjs!. a b ~ m e'Uge o %parar. isolar elementos. relacioná-los e tenrar
eri,cmtrar uma ínteii~ibilidadepara o conjunto social. É fundamentalmente
um ~olw~ e p m r a da I6e;ica social subjacente à vivência
de p b ~ e t de
em mniunto-
e
>!as d d e o s6mlo 'M que se desenvolve uma sociologia de campo
que d o se arrmciou a uma cociologia de intmencào. A socio\ogÍa de campo
dscrel-e e m a s e i a 45 fOm (costumes, usosl tradi~òes,leis. funcio-
namento de <grupse inginiiçòec). connniindo tipologias atntPésde um ob-
cprnc5o cuidsdosa d3 fom3 como se apresenum os fenbmenos sociais.
início. em erncr!opia hkulos SSI1.~7711). Q método surge através de u m
P 1 1 1 ~I I ~ ~ I I ~Initwlr
:IS I I I I I ~ ~ : I I I C : Ita, II, ~ nprol i d:i Inirgra~3on:i nova *r>ciedgde
rtiic-rNcntc*, hl:ii,q i i i i i : t vtbz, 11 xcjciolo~~l:i rle tcrrcno í. sensível a eqieí apelos.
cIcl,riiq:indo-stl sol~rr <Iircbrtbnli*r nu pchrcs, 0% - "tlcsinseritln;*. nq 'clasw
-
prri~rjs:is" cb. tltb novo, :iss\irnt*iii:iI 3 nirg:i mnrnl qiicvincviiav~~mcnte acornpn-
niig cst:i intrsn*rlnq-;lt~ soc~c~lOgii*:i.
A s rr.insforiii:iciii..* S ~ K - / : I / Sin(Iu~jcl:~s pcI<>sproccssns ((C' ind~rqtriali~:ici~ r
rle iirh;inix:i~Aov4n mnstnr novrs rn:inifc.sraq'ks sociais (muii;is clela3 t l e ~ q n h e -
cid:i?;:itC cni9o) t* fc*ni>mcnos rir ''~lrsintcgmqAo" social, originados pcla rnudan-
C:I d:is soc-icdnrlcs runiis p:lni BS S O C ~ L * < ~ ~ I <urhaniis ~CR c pcla ernergCncia d e novas
fornms Jr rrnlxillio, o qoc n;lo sc f;lz sem confliios.
A priincin~rsnd:i nnicrir:in:c coin inipnctc. nas cicncias sociais C a Esola
de Cliicngo (fiind:itln chrn 18911 c, postrriormenie, a IJniversidade dc Colúrnhia.
em Novn lorqur. As <hi:iscicln<les tem processos de crescimento demr>gr,fico
ext ~".~orçlin:irios ccirií 1 ~ 1 n s u~ n ~ :imcns:i
~ ctjvcrsiclfidc cultunl, fruta de imi,qmntec;
dv rotlrii; ns cintris dn glolxr c com iiinii grnnclc divmidacle cle 1ingua.s. coqrurncs
e moclr~sde vida.
A pohrczl cle Chic-npo, oii tlr Nova lorque, [orna-se rnrsmo num elemento
piihl icitfirio pnn reinrtnr nlunos: " Em NOM lorquc, os proh1mn.q dn pihwza.
da mmdicidude, t h intcmprmnça, r l a Jaltd d~ h iginíc e dar in/li&ucim sociais
dqqraJrrn/~.~ con~?ecrmo sfraforma mais rdgrida. A cidade é. po& o l&ynttjHo
nurimtl ~ l acl3?'tcia,~ociur'".
Este 'lai~onití>riosocial" drhni<*:i-sesobre uma diversi&de de prohkmbl~,
pr(xtinndo as metodologias mais apropriadas. como outron, apon nos p+
rnfirdios do s í i ~ i l oXX , dois tipos de entendimento do processo de conheLjmrn~~,
h C ~ I ; F ~por
T) Rfimy Flrsi;, 1983, optis sitris, p. 80.
~~socindos adu:~ metoclologiíis diferentes, ifio desenvolver-se separadamente e
err:io na h:ise cle nietodolopias e percursos que aintla hoje n5o eRà0 suficiente-
mente inregmdos: o processo estatistico e o processo & "inrervencjto social"1.
O procpSso estatístico C fnito da preocupacão de organizaçòes filantrbpi-
c ~ se. do próprio Estado, que prociiram conhecer 0s novos fenórnenos sociais
promovendo estudos e pesquisas vários que apresentam uma preocupa@o de
base cientificaR,na intenç.?~ cle organizar racionalizar as jnformaçòes, tle forma
n que seianl passíveis de entendimento. Essa racionalizaçào parecia necessitar de
inF ~ r m a ç à eobjectivas
~ de base estatística consideradas mais neutras, dando ori-
:em a uma sociolo~iaempirica com hase quantitativa, muito disrnnte da etnolo-
:ia, que tinha, sobretiido, funclamentaçao na ohserua~àoqualitativa.
sempre dcclsnd:i.
vam-lhr: esse pendor pragmdrico, pese mIbor.1 a necessidade. -
de articular teoria e acç3o.
Kort Lewin irá ter uma influencia tlecisiva para a ~ e s 9 ~ ~ e~e " - ~ ~ ~
consicier:ido, por muitos, o seu 'ifundador", Emhon b3peads n3 din'micn de
pnipo, a pcsgoisa-accão de K. k w i n assenta numa ~ O V ~ P P Copn???Lrrn
~O
Homem e da sociedade. A "pesquisa activaw supõe que o agente de
seir capaz tle fixar os objectivos para OS quais um RmPO Se e que
decisòes e
gnipo possa chegar a um domínio cada vez maior sobre 3s
seu devir. Considera-se que a mudança é fruto do próprio grupo. que, atrfi\'&
da acçiio, "descobre"/investip a base da dinâmica social. e 0 s obiecti~~os do seu
próprio comportamento. A sua morte em 1947 n5o lhe permitiu fazer sair a s
concepçòrs da pesquisa-acção do contexto do grupo, mas mesmo tendo subes-
timado os aspectos institucionais e ideológicos da pfitica social, I.ewin influen-
I
ciou 3s p~ític:~s da intervenção sociológica mostrando a intima ligaçào entre
mudança e intervenqiid?
Ainda hoje, as dinâmicas de grupo s5o u m aspecto fundamentnl do traba-
lho em qualquer siniação de intervençjo sociológica; mesmo quando nfio s3o o
seu b ~ f d - ~ Crnnmente a sociologia de intervenqio pode tlispensgr o conhecimento
das tscnicas de dinimica de grupoll.
Na Europa, e sobreriido em Franca, assiste-se a ulil;~corrente çríticri
sociologia d e intemen~ânque se desenvolve principalmente no?;esblhrlecimen-
'Os de s:lúde e de ensino e que, mais tarde, apoiou o movimento sindic;il e
' T o m ! a o e Learin firanm :i a r ronhecidos os fiind:imenios clns dinimic:is íIe pmpo3: lidr-
nnC3:i.s. mnfliios. mniunicafio, etr. Tentou-se fazer sair a fcorin do hl~octri>riopitrici n rp:tli<llcly
s < ~ i : c~ ln -din9m1n de pmpo" itirgoit o seu campo de ionhecimcnrns r de inren.cn~8o.H:i inuiiic-
ric c n*ersid:i-
d < i ~ i i i i i i i ~sorinis.
s t. n3o nrçessarianlente apenas no planeaint.nto,.
Reqlracionar Uma Tco*fada A C G ~ ~
1I ~ : ~ l ghnje?
r. análise dos fundamentos Lima uteotjada acdo" implica
I!
r> ,,,fiindo questionamenfoda prática científica nas siias diferentes dimensfies
I .
- -
C'trr c,i~trnclair próximas da realidade quoridiana c)o gmp<i com o qual tnba-
,L , c ,or~qc-umac pala\raschaw nesse contexto. Este processo, que decorre
C medida das ~
l-g-~g
-.L.- ~ do educador,
k q a lia a experiência e a acção. ji que as
n1r&ndrJ
.4 relacào entre o sujeito e a smiedade é realizada na acqio de pesquisa
o prmesro de consciencialização permire clarificar o seu lugar no mun-
d r ~iidmridade individual), assjm como os seus grupos de referência e de penen-
1
0 tich?idadccofc-aiva e mesmo "identidade de classe").
J
-
Boudon e o individualismo metodolólgi~~
!kluito pr6ximo de uma perspectiva que privilegia o actor e as suas 16~i-
e t~rraiégiajndj\-jduais. mas muiro longe de uma a q à o de terreno, encon-
!mmm b y m i m J ~ ~ ~ Esre
d mtor, . de uma longa constniqào lógica,
~ natrdvés
~ ~ ~ do que hoje se apelida de "individualismo rnetodoló-
w ~ ' R 0 !5 princípios
t i C - e que aqqenta na defesa de que o objecto da sociologia se deverá centrar
r.e,
93 " l m ~ r c e n ~ à ~ dinâmicas de relação entre 05 actores. Criticando os gran-
de+ ?andigmas, Boudon pretende que o obiecto socio16gic0, mais do que
'"dizer a mudança a longo termo, visa entender a lógica de mudança nos
<!'!erna\ de jnieraccdo restritos para serem abordados" e de-
C
enfk que o ohircto de estudo da sociologia é o estudo dos sistemas de inte-
ta^^^^^ ( Rrjudon. 1979).
F~rndammtose Processos de 3~cforogia
ae A C Ç ~
Ele é talvez o mais radical dos autores que aqui referenciamos, p~qhr
a supremacia da Iógi;ica da racionalidade do actor e, decorrente desta opcàn, ,
irnpn;incUi da análise sociol6e;ica do senso comum que permitirã dar
dessa rniionalidade. Os t& postulados do intlividualismo metodológico menam
ser resumidos da seguinte forma:
i.
kiti
'i
,
Is,ip~*(luL considere sini~lltaneamenteas características dos sistemas c l r inte-
:is suhjrctividades dos agentes do "individualismo metodológico".
r.lc4-i
o n a preocupfi~àode se afastar de uma an5lise de cariz mais psi-
1 3 ~ ~ d rem
&i$i.'o. rclfirm3ndo que o seu inteies.ie d o é o suieito jntljvidual, mas a forma
,te s r articula com o social permitindo-lhe explicar os fenómenos globais.
~e um:i forma simplista, poder-se-ia afirmar que, pam Boudon, a análise
Jinnrnismos sociais passaria pela identificaçiio dos grupos em presenqa, dos
,,,, cr>nflitos,consensos e estratégias.
' v*r.
d ~ s eautor, i ~ ~ 1663). O Mltndo dos Empregados
f+nómpno ~ t i m r m t(Seili!.
'~Ercrtlhrio (1965), A Soci~daden l o q i r ~(1970)
~ h c O A C ~ Oe ~a Sistpma (1977)-
Eslc tmio base sal,rptudo7 nas obras Fenóm~noBurocrcifico ( 1963) e O Acmr e u
Tfi't~ma
1, I 977 1.
c-
O actor nno existe fora do sistema que lhe define a Iiberdnde c 3 r,icion:~-
lidade que pode usar na sua 3 ~ ~ 2Mas0 . o sistema nà0 existe s e n h pel0 3Cror. L.
único ente que lhe pode dar vida e mudar-lhe o sentido. É: na justaposic:io dr..;!l<
duas 169icas que nascem os consmnaimentos da acfio orginiz:ida que o nosso
trabalho põe em evidência"'.
Podefiamos resumir desta forma os postulados hísicos d:i *teoria rI:i :rc-
Ç ~ O de
" Crotier:
I
I - uma concepqgo de "sistema de acçjo concreto" b:isc:xtla na an:ilise si?;;.-
I
micn e que implica o reconheciniento d:i coersncia dos elemento5 de tini si';tt.m:i r
1
o facto de que a alteraçào de um das elementos alierzio coniuntci d o ~í5teni;i.Yo
entanro, como em qualquer teoria dos sistemas. defende que os .~isteni:~s tZni niz-
canisrnos integradores que coexistem o m tensòes e contncliçOer. Assini. tomri-5e
impomnte conhecer Q I imiar de contncIi(.òes e dotar os ?;istt.m.~stie um minimp L!e
r,ipacidades de rnanutenç50;
- Postula a interdepcndência e n hlerarquhc50 tios rlenientc~sni;!.;
recusa a priorid:lde do económico ou dos v;ilores sohrt. :i5 rcd:tntrs dimc.ns(yi; i!q,l
- E -
Cmlicr Mirhpl r Fne<[lwrp,~ ~ h .
rr. P:iri%, ~ d Sruil,
. 1077; p, 9. 'lrd' L' 1, ~ c r t i m t * L\>w,nlinin. ,I<,:,rct:, c
. r.
-
Reeptaciona+ Uma Teoria da Accrlo
~ ~<(CPP mnsistir
I
~ J enr3o I na ~
pr0Cur.i ~ de ,.eRul.iCòei
~ ou formas rs-
tn~T~tr:~i< qii' prixla L
I; Pln Roi~clon,8 jndcterjninnr30 iem duas fontes, uma ohjenivn c outnl sul>irctiv,~.4 primvin
~ 6 ~ 6'qii;~ndo
m 3 nin,rern d o sisrema d tsl que deirn. pelo menos a alguns :irtores inclui<Ior nesse
sisfernn, um;]i~oionorni:~ que pode fizer escolhas entre opc6es c o n t n i a d ~ s ~A . inderermina~3~
~ ~ " h j d t i nrrsithn do kicio de qric :ir decisòes dos actores -u!tri p:iss:im, siniulrnnsnmrn~r.1.i inrrn-
e ;i%ciplcicla<les d e :inrcrip:iqin dnr oh~ewaclorcs~. \ p r h u i l o n e 13oiirriciud. BIrtifi*nflin
Cntf<lii~ dc 5orioiqqi, Paris, PI 'F, 198.2. pp. 160-163.
interrogando o senticio soci;il ch
r.icionalidndes p'<iprinSq s f
C'on.srnngimenfo%
235, os
4"' f' c
de Iio*'
e indi~.i<lufil
colecriva
qiiest30,nt.ldolfigica lnfii'inipomnfe 6 3 ('e mo * cSC:IP(lr a [ ~ Ptfig05
,
*
A teoria da ~ C Ç ~cqiit.
Q austcnta a anblise estrarlígica nasceu tlns neccssj-
1 dacles e contin,gcnciss tlos processos de intervrn~gosociolfi,pica, srnclo 0 protlu-
to de um çonfronrn conrinilo entre os dados tio terreno e os problem:is que
colocam a siia an:ílise e inferpretaçào, repousando, antes cle mais, num rnt!totlo,
numa heurístici. que tem irnplicacòes em rrGs planos separados e solid5rios: a) O
do raciocínio;b) o das técnicas de invest3gação e c) o da utüização dos
resultados para a acqão (Friedherg, 1994).
L0
Estarnos num3 epoc;r em que se assume daramenrr que ;rs expIica~&s cla c i h c i a s 5 p6dem
ser parciais, pesque repouçjm sobre métodos de obsetvado e de e x p i m m t a $ o que mortam o
fml cm diferentes dominios. e domínio em diferentes niwis de intepneo. A quesrh da pai;sa-
Rem rle um nivel p;in outro, na realidade e no conhecimrnto que tenrriinus ter. eaá cwidiciofmda
P Ç ! Q ~ ~ i t ~ n s i i i ç tericos
is e técnicos de que dispnmw para efemiar -es recortes.
perturbe a sua serenidade, O co-
hmmo com
de 4 U e *lha' de "j p ê m colectiva
3 ~ ~ 3 0 - desde o seu financi,*
pOblico, 6
nhecimel'ltO Um ,ii dc trabslho que o recolhem a panjr
mente 9 exec~fio,QO' equipq
6 "jndr iim X ' f O publicive'y divu'gnrlo"Ire Os seus parçc
rnhllhos de Um público mlis a13r~ado*
ou iguais,ou
Nestesentido, 3 ci*ncin deve ter divulg~~ão pfihlica e, como refere Ro;iven-
Sous3 Ssnros9rm uma eficiicia rspecifica,"P'9ue a ~""ii~*o :,terna \ma
não é epistemologicarnente assumida, ,I,
[iRldM] da social da ciência
exerce-se sem quslquer controlo público, n.jo é submetida aQ teste público da
critic;i dentro e fom comunidade científica e, por isso, é facilmente apropriada
por quem detém poder polltico e social para a fazer valer a seu hvor" ( 1989, p, 47)
É por isso que, sendo o conceito de pdtica científicu um conceito amhj-
guo, a n o ~ à ode prática tem, também, um cargcter equívoco. Traduz, simulbnea-
mente. n a c d o do profissional na modificaçiio do meio envolvcnte, da realjdade
aue o rodeia e da realidade a modificar (M.Legranand e outros, 1995).
L
~ 1 hj
6 pouco, a tese dominante nos meios científicos (Althousser, T. Her-
ben, etc.) era a da necessidade de uma estrita independência entre a acção e o
trabalho teórico. A ligaçào h prfitica era considerada um compromisso condená-
vel no campo polltico tnas também epistemológico, em nome da niptura bache-
lardiana (Levy. 1995).
,.
'lu po'iiico i'eolõpic~. do científico,
da rçspusl.i quep éi ydau ordem
mas ir u n ~ ~do~
irim:!
formill:idns e h:j
[Ir qii* c <ir
uiio repetidas: p;,
.;
,.;, .c L i
-
w
. .-.
- --__I-
-
, ~ ~ S ~ G A Ç Ã O - A C ~PARA
à O PENSAR -
0 MUNDO TEMOS DE NOS DISTANCIAR
ou DE MERGI-JIHKRNELE?
I -.içc:io
O pl;incnmpni<i
:lsodil ;]C~O
ciQnci:is so~i:ii.; C 111113 t11t*hd01t)gi3d ~ inW'~tip;i~à~.
.
dt. c»nlirccr :i inrenç3o de pro!Fcic:lr mi1d:w':i . q ( ~ i a \ ,
6 lini f;icto qile ns nieroclolopi:is que ?;c" iicwoircm d:i i n v r s t i g a q : ~ o - a ~ ~ f i ~ ~
e~rj,,eniers;is num cinipci conceptu~l nietotlológico ainda :iI~oronhisn, t.ecn.
Iirint\o uii,:, gcin<\e\.arird;~dcde posiuns re<iric:is e cpisrernolAgic:is.
~ o i n opodem ent3o ser clefinitlas 11s iticío<lnlo~i:isde invt.stig1q5o-ac~~~~~7
QU31 a sil:l rrl:içào com a pesqitisa rr:idiçionnl? Que tipos de "famílias" de inves-
tig:icrio-aicio vst;io disponireis? Ç90 estls :is inierro~n~òes deste capítulo,
i ile unifio. Neste conresro. n8o p:irrce necessário simplificar o que í. complexo e
drveiiic~scansidrrnr qiie a inclcfinicào deste conct.ito bz pane de um percurso
histíirico ainda [n rsanienie por rln ri ficar. de\*cndo-se,nesta ctap:, histófica, pre-
simir :i roniplrsitlade r a amhisilidnde dcr;tn nocfio.
Fst;~
s ~lt*t?~iiqiiC'sc!-ids.nr.i:iiii qiic :i In\.cstig:iç:io-:ic'c~omio ççinst ituP tanto uma
tr.{.nic;i rt~~*cill~:i113 infiiri~i:iq:iciqii:ln to uma nova aproximaqão da investiga-
Jcb
- C LI,, prtxsw~(>
r-q>ntinii:itIoc nki pontii:il, influenckmdotodo o percurso de
lfl~-t*~rig:~($~~:
- Implica qiie 0 5 gnilx>s 'obicrtos" do conlircimento se constituam como
. I L .
CIOC O (lecinienro;
'~l(~*itn~'' ~
- O rril ponto p:initl;i n:io 6 iim:i teoria e LIIII qiiotlro de hipoteses, mas
''m:i iim prohlein;r. tima pr.iticl real e «)ncret:i:
\i~iia~:~o.
Tmfnrnr~rto d~ infomação 0 s ei.ws inclivldii:iis n h i
jnterrs~arnsrn:in cnqu;intçi
0 s c:c;isc>a inclivirlii;~is pncliJm
ser fontes s ~ i t ' i c j t n rde
~~
I
moIhi&
~presentiitivo?; de um:r conlierimenrn
popu 1ac:lo
Ji,??encit~ dc ! i ~ ~ f l ; i Cintimi~tl
h par1 uma l i k f l a c ù o s ~ i o p o l í ~ i c a ,
k'.
e*. I'
.
4 . q , tn + c n d S~T ~ ~ ~ ~ < . ~ ~n # L:J~3
~
. i; d if~renresmoda ljdades, ir;\ inscrewr-
<-% n:'-:L
..
v,L,vjmznro Jr in\t.i;lipetido-acc30 tentando aliar intenpendf> c ciencia.
- q3
;.il,d mnis trirdc. 3 in\~stigac;io-acqào\:li recolher inform;tgòes por
- pnnfiintlamennra remlhn e a inter-
+,-l ~ : l +w ~ u m l a d n . r e c ~ r r r à c i ? n c i a
--,!'
-*:a-.*.
j3 ~;nin*% r. por <litrrn. recorre 30 desenvolvimento de disciplinas e
L
-, lc .' h--
rin-f!c+~mnic4 .%rnnild,1983,clinic-ns tnnrl?it.r, 1971 nu intcwericio-
-.-.+< ?qL**.
m ~ s m e x c 3 . KDAS
~ ORETAÇOES CONVERGENTES
E DIVERGENTES DA PESQUISA-AC~O
S-4 BIRWOGRWW AUERlrGLWUA E FRANCESA
AWUACAOE A C ~ O
%W*TT ,L t :*#F\7T! c ; r ~ l f r i ' f.fl'R4L
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- A jntenrencfio psiccissocioló~i~a
ea nfici0-3nSlise, qlle se inserein
Kiin Lrnrin, Loureau e I~p3~qfltle:
- oscontribiiros da sociologin dinicll aiiiericana ( A l i n ~ k ie Paulo Freire):
- AS inrcn.encionistas da sociologia d:is organiza~desde Yiche[
tentgtivas
C ~ z i e r da sociologia dos movimentos sociais de Alain Touciine.
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inr,pstig<l@" - ~ x p l i a ~ei oavaliacão de uma s i h l a ~ á o - Conhecimento pr'dtico i13 din5mica(I., ac,-iri
- obter genernli7~veisa mndes e da 1nui1ança I
i conjuntos da populac4io - mter conliecimentos gplic.ivciq a nm
- Desenvolver e dernonstra~teorias concretos para melhorrir tima qiiuaqdo
insatisfaq?ic~
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I Escdita do - Iderirjficado a pafiir de sima~iwsdiversas - Iclenrific:ido nopdqxiomeiumcaun .
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I i>mbimm da - Interesses pesso~isdo invc.ririprador Siiua~àeprohlernaiílt~ntific;irl:i;i p n i r d~
fni~rstlgaçdo - Consulta a oUKro5 inves~igaclorcse peritos iimil sefiex;ln sobre ri pr~tirx
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C Fmmuluçâ.0 ma i Mipó~eic-sdefinidas Ipani j ~ ~ t l n i l i.; , c,, rlrftnikilric
1 pobldtico e rani:i rlecum do tr,ihnlhri e Intlu71íkill3it'l~
I da andlise do - Refrrênria a u m revisào
/ W l m ao investigador um conhe
II do pmhl~tnac para que
no Sguimento IOgico rP r' h :
rihqen*~ç.~ri ~ u T ~ K ~ ~
1 ~cumulíitlossnhrt. o ;i
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, Wpbfeses de
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As hipdtews clc. investi
' ~ n i ' ~ s ~ f 2 él
aç~oq3ecficas e opemcion:iis eçpecrfiaspksivel nil P ~" J ~ ~
, rqnrjdtads Ikvt'm qer veiific:tclas nu ~ ~ p ~ ~ ~ l p n ~ ; l G ~ o
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- fir15vcis FH)UC~Fnuine
Ijrfinlr~o do pribhlcm:l r <!ifi0liin lr"'
i l'il-iratr'nt, tenrin
,--- __ i c(~ntro111
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pr;~pr1c3
- O colcaivo
I
adquirida P fmmente
~entralidve!
Quadro 3
COMPARAÇÃO D A D ~ N S A O
NORMAWA DOS PAWWTGMAS
CARTESMO E SISTEMICO segundo Lessaid-Hébe~.1984
I
i
- i3is~urc;od o metodo; pmr.w I-H-D:tmrin - Tmn;i p m l dm r i d r r m í l ~ituniaf
; cln i
das pmhhilid:ides
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IrihirflFid.ide.
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ohP*
.profi*lomJ
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. ,mp& i w ~ g ' f l rC
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do sW
~~istt5íl;~
sujeitos que são çrtqeao
Ifi~trinal i n v e s l i p ~ \ oirà0 CrilIsidmdaF
- O lni&prtnf 6 tiln prt wromo c~uacror
,i,+,mdo djWC?lMi' na pririn
I
- O invciitipd~rabre-se I priiiim
I
(o funcicin31) e 3 0 5 prnfi?;<i<inniç;
-~~V~~~~S!E~~>T-CO~LW~VTS~ i
I
I
- C;irjtrer ~ ne ! mlidiz.!dn r h ~ d o
ipctnin?n~i;ir d i c a i . aplicihilidacle das
crincluPim a otsmc siw:rcixc)
RexnCm de d m r n m r m
1
It~dm ao priililmn
r cmfrt~sde m n k t m m ~ r i s - t t w a s ~
r
lkfinidn das tYtiivek e
' r s u k l ~ i n t m t oda$suar r e l a ~ k s
I
e'ou das hip61e.es f:m~rnrtln~.&id~ nfqtnctrruc 1
PlzniFimdn de um pmlecto :
Iamc iqm. mio5 de acciia,
--L
Esyignrnenrafio mm:
Recolha de dados quantitati\-os
3prP-teste e rii,s-t-te)
L
Rtmlha de dqdm qualimtivos ---
I
.4ni;Ii.w e inierpremcjri
dos muJiactos. conclusão
C Q ~ ~
Q h ~a invmtipçio-ac~ào
s , confronta-se com a ciên~iatradicional,
nào somente com 0 s seus métodos e critérios de cientificidade mas, sobretudo,
com 3 fumacomo os utiliza e manipula. Utilira a análise sistémia. defendendo
a h ~ w l d i ~ i ~ h ~os f lmétodos
~d~d q u~ í t b * ~ e~ uma abordagem global.
Ftrir&ma?r(ic P procfl-
mnfmto, levnnta-ce a g
dn3mo,
c L
(IP uma
uectio de aher
. .
Sociologia dt? Acçijo
qaefit7alidade-qatribuir 5 invcitiga:a.
firPndo uma rnbli<ccrítica 3 cientlf1cidaiie
escolhas, dos
i
7 ~e f n m ~ conhecimento.
s de ~
rmx da bibliografia existente sobre investigado-acçào permire
an;íline
&nlifiar & fin31i&der e funçòes (Barl>ier, 1991 1:
funçóes de investigação
~ iimestigagd~sobre um continuam que vai do
simando a a a b t y d d &
o*wgdor ingénuo ao investigador, R. B. Tremhlay7 define os principais mo-
menrns de r d a a actividade de investigacão - descriqZo do real; explicacão
do 4:controlo do real. Estes monientos - que poderíamos apelidar de fun-
ciyc nu 3ctilVidades específicas de investigaçào - caracterizam-se, na atitude cien-
rífia. por urna tendência de reducào da arnbiguidade dos conceitos (ao nível da
&do). das hipóteses (ao nivel da explicaao) e das proposfç6es (ao nível do
mntrolob. enqu3ntQ que na \.ida quotidiana o observador descreve, explica e
m~Rfdaas mas hipóteses por aproximaçòes sucessivas.
-'prerentamos o quadro Proposto por R. B. Tremblay (Figura 4) para re-
.
Tndicion3rmenlef atribui-sc pesquisa fundamenid\ a fundo de conir~lo
<
. .
h i ~ n e * r V - ~ P ~ Q ~ ~ QO Sque
, feito por via da çypirimenrsc~o ESt7 p e s 4 ~ b
r r
,
?-
, h,,,bmci~r:il;is*~~i:i-sca um mfdelo de "snlxirpelo snherm,À pesqiiisa aplica-
I., c,iiipc~ iri:i c.nr..io. :ilnlTcs~h:i~licaCào tçrn icn de descolol,rnasfeitas pela pcs-
C
cltiis;I fllmlniiienf:il. 0 .hdp?~fio corlfroh prdtico dos ncontpcfmpn/oc, foRl (no
lp,, c no C)~P:IC<~) uma hin~:ioIieurbtica e de in\?estipac50.
P m C A
REAL
CO~0i.O
W E R T h.íF%TAL
-
t
I ~ L I C P I C I \DO
O REAL
.APROXTYÇJ~Q 4
- OPERACIONALIZA@O P R E C I S .D.L~
~~
LONCETT;D REWRENIII.~~ENPI RICAS
A descrição, a expllcaqão e a compreensão
h r flln@o de com~reensio'
[eva a a s s ~ ~ lima
!ipode an$ia
Agrupamas na hfiqáo de descriqão aquilo a que alguns autores &a-
mam diagnóstico: enunciaçào de uma problern5t icn, esnitlo aval i:itivo, esplfl-
nçio e anfilise de uma experiência, analise tlo pedido na ~nfiliseinstitucionfil-
O qce caracterita a drscriflo em investigaçào-acç;io é a situacio do seu o1~iecto- ~
uma simação problemática concreta, vivida nas suas dimensões espgciw i
* t e m m i s 'naturais" pelo investigador e 0s actores implicados. o que
uma análise do meio, a descricio da situaq$o-prob[eina,a jdentifiçndo
~'"'~ci~nantesdo sisteina de acçào, etc.
pusi~50de ~aniciapela descriçgo é fundamenta[par, impedir r mns-
de um
"0 ,
controlados f de intemendo com base em conhrcjm~n~os
"'lrnente Renerali~iiveisa partir do senso comum.
alriidri"-
Quando um i "Vestigador
afirma t u como prodiizir um nlo(lrlp
de acçso, a iuncio
df
ou e\plic,@o?
e tenta< pela obsen.ac& r :i oF.ri~n~-
lcil
-
C't.Klo
-,,
' ~ 1 1 0 < uljlib
-
'n-e", c ou
o que se passa nuni d ~ m ~ ~ ' *
Wf 3 um i m o "*% 1<)X73p. 3%
qUi im(l~~i,Os mr q
m s t m ~ l ~em
(ào <{r .*- '
'nkndt r-, ponu~ncsrnns miiiio ,y]ilcliirnri. -
ciii ( ~ l n ~ + '
--i
-----.
----.
------
,,piri~o", ou seia, ensaiar ligações entre 03 fencirnenos, colocar em relacâo va-
ri5vei~ de fmma a entender o que se passa. Este 'colocar em relação" obriga a
,,, ni\fel de ahsiracçao e permite a formulaFso de hipóteses (ou modelos
liiporétio'i para a análise sistémica). Os modelos, constmídos com supone da
estão associados 2 expiicaq3a em investigaC20-acCão.
A ex~Hmi6gonào recolhe unanimitlade entre as teóricos da inves-
i i g a c d ~ - a ~ c Aà ~I .~ f i scriticam-na pela sua relação com as anslises positivistas
bareadac em relacfies de causalidades lineares. Na invegigaqão-acçi, o interes-
sam nào apenas as relações causais externas, mas também o significado face aos
das pessoas implicadas. Segundo Tremhlay, 6 costume falar-se entâo de
explinca~ quando se referencia interpretaçòes relativas a uma teoria geral, e de
compreensào quando nos referimos a uma situação particular.
Na Figura 5 temos as diferentes funçòes da investigação-acção. Esta tipolo-
gia retoma as propostas de Tremblay: de investigaçio; íle comunica~âo/implicaCjo
e de mudança.
Figura 5
TIPOLOGIA DAS FUNÇÓES DE INVESTIGAGO
POSS~VEXS
PARA A PESQUTSA-ACÇ&
realizac10 pelo confronto entre essas descricio
xiológi~Oe ' I
O conrrolo Pra
c e OS te^
sultados d"ccF~ Sem esse controlo nio ha
l.rp\icafi o e i nterpcetaç'10 mas a ela esta ligada, em permadncia,,
redução da ciência,
P -
acnializaCâo diagnóstico
accâo vis:\ sempre a acc50, embora possa procunr
A investigd@O- -
moLOGIA DE PESQUISA-AC~O
FORMA
1
nos pontos de vihm epistemol6~icoe ideoldgico, e tal rnmo qiinlqurr
nBo 6 gratuita e desinteressada; ela im-
oulnm e t ~ d ~ f o p3i ainvesti~a~fio-flc~J0
,
queo investipdor se s i n ~ face aos c!ivcrs<~s
gnipos envolvidos,
iiniadr alp~resnum campo de plaçfiea de poder,
como tem sido afirmado ao longo clestns reflexhes, as posturas do inves-
tipdor,tinten.ent~r n50 sào todas de base deciaional cientificn, mas r c w s a m ,
em 1 3 % ~medida, no m m ~ oprofissional onde (por opçgo ou par acaso) se esta
e em emlhas corno ddadio deste mundoi1.
fivzjiI~-* 9 &
iicr q
que' dizer a elaboracio Urri
c~L, =,,itx-imeflIo q F- (chámamos-jhepemlmente "co"cej'of1, mas ta mhi.,
0@d3.
,~iniuntCcle 'CltC, ,3c2>es-(t3mbemchmmadas 'hipb'e"~") clestinad
\-c -Fn,p~pdgde5-
,
as a e,-
?t"!d fl n',m,flsmentosm -se que a ciência e OS conceitos que
Fm lu@'. reco"hece
'stentes, mas constituem o seu prod
' sieic30 "30 Ilie .à0 p"-e"l-
5 m ~ r n Imy.
3 uto*
-4 intraigc.i~
zidendg uni3 teCIri~aç*q~
é CQn-
(vemtin!? theoqrl, quer dizer,
qqila e continuada de conceitos, propriedades e relacCes
irmn e ! 3 \ ~ 3 ~proge-
j~ -
lij3 nqS inhmilçMs recolhidas em terreno empirico (~rounded) atra-
5!%!:?menk: L
I-+$ i!e fominc di1-ems(inquéritos. entrelrist3s, etc.), mas a partir das quais
~entiqli elnhonm 2s suas teorias.
Eni terceiro lupr. 3 ~ ~ w s ~ @ Ç ~ o -parte~ c Ç sempre
~Q do terreno (o campo
do ra!) que inicia s prohlematização e pretende voltar a o terreno para a resolu-
@c d e pmMenias identificados. A rela<ão entre teoria (já concebida e, pelo
mmc. pminirnentc orpnizndn a partir de problemas semelhantes) e terreno
+.f umea&++.:
~ ~ ~ ~ ~ P mas
mcmos o sse ~ ~ u ~ c i o odea m
o s €que foiiiia
difercnie.
whremdo. pelo Pewno histórico dos iniciadores e pela S M 3pli-
cZd0 3 C ~ ~ L > O -
'cnncretos - eniPresa, saúde, ensino, desenvo]vjmento l 0 ~ 3 l .efc*
0 5 eixos em
que d i s t i n ~ e podem
m ser identificados:
um "meta-sistema". OU seja, uma orgdnizaçào unificadade intcrac-
@oentre sistema de investi~aG0e um sistema de acqio. ~e facto, p;in enten-
é
:i in\Tesfig~a~-aqào preciso compreender o todoH, ou seja, a orp:aniz;ido
das intencçfies entre as partes, mas também cada parte na sua identidade prC,pd.i.
Assim, a invesu~Qeac@o é uIE4 171etodologiaambiòosa que conter
S ingredientes da investig;l@o e, mais ainda, os ingredientes da acyao. O
~ M ~ O 0s
Como qkialquer análise sisttrnic3, descric50 (explicafio) das panes depende do todo qilc.
13
PROFISSIONAL
do sociólogo é definido, desde logo, através do apoio aos actores sociais na eluci-
I
da@o dos campos de força e das dinâmicas de sistemas coinplexos.
I
A pafiir dos anos 60 e até agora, segue-se um período. "rico em desenvohi-
mentes para a disciplina, mas cheio de mal entendidosp, em qiie os soci6lopos
I
I
hesitam pennte o reconhecimento da sua utilidade social face a dois tioos de
procura que consideram ser radicalmente diferentes: a intervenção em accòes de
I
~ ~ a\lcrou-sc xesrcconreno de
"'.
r l L
ir"'aiho ri'nrific0y a p r o c social
~ o h i m y n r ~- , de de$m
r n c o m e ~,:10
~ ~iniimen
~ ~ ~ "e os profiwion7iq c.ldíl ":li'
h .- L iC
r~cnnstrCio e a anlmacao dos hairror, modemizrCin
,-35[05- de naessidades, a fragilidade das perifefias, empresas,
,,,qlig
iiispn'80 dos excluidos* a socia'iza~20 P ~ familia
B m",*cfin~ suciã 1 e político, a
""'
pdric;is licais. a
.,,
*Ia ercola,a renovayáo
e dOs adulton, o r~senvdvimento local e o
,.
etc., etc*-. constiCuemcampos profisdonais que apelam pmfisFionak
zmpV%Q*
como consultores, formadores .. I
'E;
a
'"I'
ânciaS
torno de que Procura social ,,
animadores, gestotes, etc.
~~tmhirr~ formas de prolir-
1icaçòes Weratórias?Qual o estado de reflexão sobre o
O'' e
ile novas Pririçar profissionais e a identidade dos ociaioaosi , relacia
q ~ c i o l ~ gei aas sociedades confemporâneas e as suas crises? Na divenida
,,fltre 3
L C -
da5formas p r ~ f i ~ g i eo *as ~ ~ tensaes
~s que separam e ligam simulbneamente
as 6iferentes componentes o da sociologia, a especificidadedo
I do saci61~~o do planeamento?
paPf
~ ~ assiste-se
j e 2 generaliza~àode um 'estado de crisen sociedades
,tais e as suas im~licalóes,com Q ressurgimento das situaçaes de injustica
e de desigualdade social! desencadeiam uma pmCUTa diversificada de
menra capaZedde gerir realidades complexas. Numa sociedade que se pretende
.,oi na] e culta, a procura de profissionais e de conhecimentos capazes de lidar
aunienta. Pretende-se compe@rl~ias
operatórias fiáveis, teori-
com os
justificadas, e não apenas meras manipulaçòes do social sem efeito
ririco, a medi0 e longo Prazo.
I'
O campo profissional da sociologia continua a interrogar-se, mas os questio-
nam,,los contêm novos elementos. Por um lado, a importância crescente da nú-
mero de diplomados não permite a todos o exercício da profissào de ensino/
investiRafào,por 0 ~ lado, ~ o0desenvolvimento anárquico de múltiplas profissòes
de iniervenção social - desde o trabalhador socid "clássico" 3 engenharia social,
pssando c~nsultwrrse outros interventorcs - arrisca-se a genr
confus.o na especifici&de do papel do S O C ~ Ó ~ Onos
~ O contextos sociais.
As mudanças sociais trazem consigo, t~mbém,m u d a n ~ a snas perspectivas
profiss~onais, nomeadamente dos p'ofissi~n~~
OS a~ ,
sociedade
gerae ral,inter ogam-se a ia do conhecimento sociolfi8ic~na reso'u-
estão
fio de problemas concretos. Enquanto que na pesquisa Os
nados para transmitir problemátjcas, métodos de pesquisa, formas de co'ocar Os
~ t o / > o ~ ~ ~ profissional
l ~campo , exige, crescentemente! um conhecimento
3flivo e comprometido.
de campos profissionais de interve ' ~Para
j ~
vas exigeflcias os
Surgem,ricarem
no gU in<ervireW "v"iiarem
P explicjtareiYl estruturas sociais
,*,
e x p ~ i ~ a t i vde
~s
fenómenos~ ' proporem
entre 0s princfpios da 'lia formaFao
de mudanCal
edido "iUchrs 2s tem de responder, os soQ&
acad&ni~ae 0 P
i,gos pprbsiooais sabem 4
ie a disciplina nâ0 dispòe de receitas de acqio,
professores e investigadores, para que aprofun
pam OS seus colegas$
dcm o valor operativo de mfrodas e problemádcas socialW o s -
Assirre-se a uma preoapaqã~"aflifes~d de evitar a WPtura entre uma sacio-
iugio fii."dam,cniai e uma $oc~o~Q)@de a~'icaçàot na medida em que cada um
doi parceiros tem mais npcesridade do oUWO do que desconfiança. Mas desenvai
,I, o çentimenro
de que 3 imagem social da sociologia nào
ser apenas propriedade de meia dúzia de investigadores e de que é preciso evitar
mpturas entre as diferentes c~mponentesdo fazer-socioI~gia.Este sentimentoé
reforçado pela clara vontade dos profissionais, Sem lugar nas universidades ,
centros de pesquisa, de participarem no trabalho científico com a noçao, por um
lado, de que têm algo a dizer acerca das suas experisncia de t m n q de contac-
t o ~ ~ ~ ~ p o p ~ ~ a ~ ã o q u e c o n h equeos
c e m ~investigadorese,
elh~~d~ poroutro 1
I
que, sobretudo Porrupal, a inexisréncia cle uma i n v e s t i p ~ 3sis'embrirn
~
actividade con.*anke de invesriplçfio qile
'i'nci;is ,
sociais I r v a os professores i! nivers~t:irlos
a]iino(; inforniaçòessobre a rrs\ida<le nncions],e nào "penas e x e m ~ l i f i ~ ~ ~
wrmit:l Fnnqrnitir
, ,,receitas pr6-fabricadas7mal Fundamentadas,
procet;sos sociais e 'ambçrn da
q dos S O C ~ ~ noI ~ W riabaalhoé
$30 jnswficien~e-: rofundidadee da inrervencá0 ,~~ciolodicamenre informada
.
a do diagnbstico em P e n t e saberes teorror e nberes o ~ e i l t 6 , ~ ~ '
d dqr
C
permnncnrcr idgs r das formas de colaboraqão entre soció:
,
L
fica (até rneaclos dos anos 80) e entrando, finalmente, depois desse periodo, na
constiniiçào dos sociólogos como grupo profissional (a partir de meados de 80).
A história recente da sociologia em Portugal, e a distância geraciona!
que separa os pioneiros dos mais jovens, está talvez na origem daquilo a que o
autor chama c~-existênciade dois modelos de cuirura profissional de sociól~ R O S
- cuirurade dirsocia@aentre cihcia e profissào e cultura de asqociadoentre
uma e outra, que tende agora a ser dominante. I m.
Quadro 5
h) dispersâo ccll~tifa
RELAÇAo COM AS TEORIAS Drias versões: Insuurnmtalidade p d u t i v a das teo-
a) reoricismo rias (na prorlziçào de conlie~irnmt~
--
Qiinltdade cieniifim + ~rpacidade
Qualidade cienlífim
PREocUPAÇOES DEONTOL~GICAS
t6cnir-a + wsnomaWlidade
-- social
ATITUDE COM QUE SE PROCURA Fuga h profisionalização I'rocii ra d3 profissiomli~ç30
-4 UCENÇIATURA {iiniversitiria ou citlm-universitlsial
I
~
PROFISSIONAL~ZAGOA QUEM SE!
ATRIRU1 O PRINQPAZ ENCARGO DE
C ~ N ~ U W D E F ~ N IOS
O N A I S
R PAP~IS
Aos uempregad~r~",
aos "outm~"
Distanciarnenro
Aos prbprios sociólo~os
~n~eressdempenhmlenlo
I
P R E K U P ~ r ; r \COM
~ O
ASSOCIKTIVISMO PROFISSIONAL
Duas vers&S: Combinaçiio do ensino-
a) teoricis~~ de saberes tei,ncui,
h) pntici~tn m e ~ ~ o l d ~ i ce ropenitiirios
is -
Declinante Emergente
P m e NDO~MODELO CUL'KTRAL
9 " s---
" ~--i ~ PORTLIGCTESES
~~~~i;
F ~ w : Cosra, António Firmino da. &A Cultura profissj~n~! dos ~oci6[o~~s"os..
h~A S~cioio~ia
1990. pp. 25/49.
dpPofl!,Rtrp.TQna nmRcm do ~ e Acras~ do 1~Congresso
~ de / ~0ciolo~ia.
~ F ~ R ~ ~ ~ ~ ~ ~
OS Profissionais, 0 s conhecimentOs,
refle~'qO"Ohre
0,
*,,
flovos camQ
6 ainda in~ipiente,mas apela desde j i a
pflm Os indispen-dvel3 aberture do mercado de trabalho
m ~ r c i t ~neces~;írios
os
uinn de c'asse realidade anda mais rapidamente do que os
De hcro, e corno quase sempre' OS utensflios de suporte a esse conheci
do conhecimento % hoje divulga nas escolas à,
e 'éc"ic" que a s"cio'ugia
menro, os
clar.lmenre insiificienreipqrfi diversidade de campos ~ ~ o ~ i s s i ~quen ase
i sapre-
rápido alargamento é Uma necessidade imperiosa.
sentam aos sociólogos e o Seu
A, prãlicas profission~iscoi~cam0 s socj6lW's em concorri.ncia no mo-
sobre a fiabilidade e a validade das suas práticas
mente em que se interrogam L
e também das
teorias. A ciência já n20 6 Uma Justificaçãoda intervengo
- pede-se-lhe uma tripla prova (Boutinet, 1985):
---------
-
profis~jo de sociólogo* situa-la no do saber-fazer que vai da inter-
"
v e n ~ ã O- aveli3ção sociológica face a domínios definidos pela procur;l, ou pedidos
,, ou "OVOS clientes institucionais" (Sainsaulieu, 1995, p. 21).
1;'
~~~~ limite, todos 0s profissionais de sociologia (com excepção tio
I:.i~io,
,o níiiilial-ti que se dedica ao ensino) se socorrem tia pesquisa-acção. Do
pau
,Rdo da i n t e ~ e n ~o2 sociólogo
~, deve ser capaz de realizar inquedtos mas tam-
bém abo~dfi$Fns ao ferreno onde deve praticar urna infewenção com os actores
e 25 suas CUlrurast accionar dispositivos de análise que lhe permitam eniender e
,Rir sobre 0 s sistemas d e acção.
são as instâncias públicas - nacionais ou internacionais - que fazem abrir
.,
no1o campos ~rofissionaismuito especialmente ao nível do planeainento r cln
de intervenções públicas (OU privadas) na tentativa de 'medif a eficácia
dos investimentos sempre escassos. "Do lado da avaliação, é pedido ao sociólogo
Q,, os diferentes efeitos sociais e cultunis de uma determinada política
, de uma acção de reforma. Ele deve entiio praticar a difícil arte de restitui~àode
inquirições como fonte de apreciação de factos observados I...] "ainda" é pedido
30s sociólogos, pelos organismos de planeamento, que construam uma leitura so-
cial das transformações econ6micasn (Sainsaulieu, 1995, p. 20).
A nova profissâo de sociblogo repousa sobre o domínio de uma dupla matriz
de saberes operatdrios e científicos, ancorada na capacidade de intcracção com os
agentes sociais, num contexto dinamizado por uma crescente procura profissional.
O quadro seguinte reproduz o modo s g u n d o o qual Bruyne3 situa os mo-
dos de investigaqão da pesquisa-acção e o papel do investigador nos vários tipos
de pesquisa. Serve apenas pan verificar as clivagcns existentes e os pontos de
ruptura, ja que, face 5s inrerpenetracòe~dos modelos, estas dicotomhs $30 subs-
critas por muito poucos e acredita-se que a posicào do sociólogo depende, em
larga medida, d o contexto da pesqiiisa e do objecto da intervenção-acqão.
Mas e m aproximação dos olhares não se faz sem riscos e parece necessá-
no. Corno lembra Legrand (1975), definir Lima epistemologia a montante desta
diversidade de p c u r a s sociais e elaborar uma deontologia da intervenção socio-
lógica. O autor cita ~ ~ segundo
~ 1o qual
, "urna epistemologia hem consmiída
mcfi ajudar o sociólogo !o arehpomrpam a sua profississ3lo aquilo a que L. ~ e m a i l l y
Quadro 6
I
~ f n a l i d ddcr
? ExpticaçiJo da mudanp Avaliaç5o ch r n ~ ~ d a nep Conhecimento e pfirica
pesquisa interpretação musal da dinimica
Ftmnu&dò da Hi@teews explícitas Hipfiteses explícitas
probldtfca
V a M s POUCO numerosas,
expwdmais
POUCO~ U M C ~ S ~ S , Niirnmosas,
seleccionadas i;eleccionad;is não seleccionadas
e nio provmdas e provocadas e provocadas
TrnCnmerdo Não mfiivo Reactivri
F Q ~ w : B ~ n citado
e por G y n e e ourros, 19R7. Reaajvo
i
undopn>fissi~nale esteiam#comparativamente com os seus colegas france-
do
$5
' smo ingleses, muito ~ o problemas
mais P ~ G x ~ dos s reais e quotidianos4.
si2 esse facto, aliado a uma linguagem globalizante de explicitado dos
T31Jre~
ien6menoswciais, que tem trazidocamhCm para os mas5 media uma significati-
a,i prese*Ç2I de comentadores de formaçào sociológica.
~ q ívocos
u de Uma Prúr ica ProJssional
1
quer um discurso ~estionárioacritico, quer um discurso de
530,
dílica alternativa.
técnico de planeamento exige-se o entendimento do sistema e dos
,subsistemas, das suas lógicas e contradiçòes e a capacidade transmitir
informa@opan que Q s decisores e actores tenham conhecimento dos constran-
imentos, potencialidades e objectivos a médio prazo, tornando-se susceptiveis
F
de conduziro sislema. AO técnico de planeamento compete, ainda, ensaiar estra-
~ , confronto, de gestão de conflitos capazes de suscitar
kgi,, de c o n c e r t a ~ ã de
;iprendizagemde normas comuns a gnipos de valores diferentes.
rês tragos parecem caracterizar o exercício cla profissão de planearnen-
to: i) um horizonte d e trabalho a mSdio e longo prazo; ii) a capacidade de ter
uni pensamento sistémico e globalizante; e iiil o ser capaz de accionar proces-
sos panicipativos e n3o burocr5ticos. De forma mais específica, deve ser capaz
de organizar a informação - de forma descritiva, explicativa e interpretativa -
e de ter controlo metodológico para acompanhar o desenho e a execuqào de
projectos com base cien tifica e niirn contexto participado, bem como desenhar,
ammpanhar, executar e divulgar programas participados de avaliaçao de pro-
iectos de desenvolvimento.
contra essa vis30 qiie C preciso rcrlefinir n
ideia cle desenvnlvimento como umri associaç~a,
~ 1 3 0s 0 cia deniwnciu e do crescimcntn mas, mais
profiinclamente aincla, de unln hrranyn crilturaf e
de proiectos rle fiiruro I...]. I l a v c r i maior dene-
g a d o cla lil?ercC:rcle dcmocfiticn rio que a conde-
m ~ i i ocle uma maioria dos seros humanos a 1730
poderem ser sujeitos da sua prfipria história?"
( Alain T o u m i n ~ O, Qiie E .a C I P ~ C K I19941 T~C~C~?
I
O planeamento, como qua \quer metodologia de pesquisa-acçso, exige
fomns de irnplica@o dos actores nos processos de conhecimento e de acçio.
I
~ s t participaçào
l n.lo é apenas um postulado ideolbgico das metodologias de
psquisa-acçào, t urna exigencin funcional dos próprios processos, pela simples
nz.?ode que a resoluq5o de problemas exige o accionamento de recursos (ma-
teriais, mas tarnl~ernculturais e simbólicos) e estes e s t h geralmente na mão de
uni leque diversificado de actores.
Esta necessária "socializaqào da sociologia7'é, simultaneamente, génese e
resultado de um processo de empoumment' que deriva da procura de novos
I
O ~ w i c e l ode pmpau'fntcnt nao tem rradu@a em ~ O R U ~ U mas
~ J , signWca, Se Q induzi~mos
i krra. hC!pa,jdnde de udn um panhar poderm;dito dp orirra forma. o emwvrment significaum
prwfsso de apmprirdo individiia] e colectiva do social. Nesre crpirulo usamos o termo sem
OZmdu2ir.h
ra o , o livro de Fridman. John. Emp@uer-
aprofundar o dFsenvo[vimcnfo do c o n ~ ~ i lver
"" '"O PolÍtica dp Despnv&men[o A llernali~o,Lishon, Ceka Editores 1996-
t
i Emcrgncia de democracia ~a*icipa''va
I
moderniclldewm ViM<lo
A 3 ser ~aracterizzdapelos processos mundii.
a profundas mutaçòeS so-
lizaçãoda economia,
ciais, ~ ( ~ a R~l ~ b a~ l i z a~ ~d"conomia
g ~~ ~ humaa profunda alteração do
vindo a interrogar a democracia e 0s processos
~ ~ ~ ~ ~ l ~ ~que~ ~ i d ê n c i a
exercicioda c a d a t i a na sociedade moderna e, muito especialmente, a funcào
da esfera pública ao nível do que tradicionalmente foi 0 seu papel nos mecanis-
i n ~ de
s reglaçâo social2.
0 s processos de globalizagào das economias não parecem ter sido acom-
panlndos de uma correspondente articulaçào de esferas políticas; no entanto,
essa mundializaçâo provocou ume profunda alteraçâo no entendimento dos
Est&$-naq-() e uma profunda aiteraçâo nas funções do Estado. Essa alte-
ncào só pode ser entendida no contexto deste aprofundamento da internaciona-
lizaçiio e na instabilidade crescente do funcionamento de mercados e sociedades.
Se, por um lado, as empresas, através de um poderoso jogo de alianças.
tendem a constihiir gignrescas estruturas oligopolíticas i escala munclial e fon do
confrol~ dos Estados nacionais. também se verifica uma nova alianca entre essas
empresas e os Esrados 'locais". "O facro novo é que os Estados e as empresas*pela
mundialização entre outra!: razòes, entrarain numa tlinâmica nova de aliança [-,I*
A
tese é que este facto novo é subtil: a empresa está a tornar-se a
oV~~WA ~overnaCàoda economia mundial com o apoio dos Esados 'locais'"'
deQ
f'ct~j imudialipacào das economias vai exigir novas aliancas entre
empresas, e Ec;r~d
. . ''9 que altera profundamente a lógica de funcionamento e de
legirlmidude de e de outros. empreras &,rerudo ar internacionrii
mn' 1
imponante nwt l l e r ~ a mundiais
d~~ adqiiirem um, lepirimi dade pr&i-
ma autrnra akihuícla Estadas ,p kUtm el
as exigem aos ~ s ~ i ~ ' "
A =rise do Estado-Providência e as novas funqões do Estado
df '@
nuni&de~. E513 c~ncel>ciQse c o n f h uma crítica à sociedade mo-
r.; ' ,,,&
:,.. ~ w murna gmflde crencd na capacidade dos indivíduos ( 0 s actores
^nn3, ~ r frnm
l
v. lecrjvos). das ovsniza~i>ese das instiniiròe, de rcinvenra-
í, dr;:J~fiI ou
capazes de inventar novos campos de exercício democrático.
.; ! r~ e (- -
+ . .;e apn esramos habituados ao exercício de uma dmwracja repre-
!
i por que hoje se clama e o r e f o r ~
de~uma democracia paaici-
r 4 3 1
.t3- Corno afirma Boaventura Sousa Santos,procuramos 'outras formas mais
r-
i f3fT
; cornpkx3. ,de democracia' capazes de lidar com a complexidade da sociedade
?i
. I
,
I
s viver e de lidar com o social. "A reno-
I com 3 dfitysidade das f ~ m i a de
i zcíua.
l
12~30
da ieoria demociárica assenta. a n k s de mais. na formulaqio de rritérjos
- . F3rticipacjo polífic2 que
2
confinem esta ao acto de votar. Implica, pois,
, ,niculano entre democracia representativa e democracia participativa"
ísanrnc, 1 9 4 . p. 233)-
Çlamque isso pressupõe que procuremos um outro modelo de desenvof-
,*cnro que não re reduza a um conjunto de prescrições técnicas, mas que
acn~mamscoma urna ideologia que, coma tal, tem uma certa coersncia mora].
9o ~emvolvirnentosignifica alguma coisa deve ser a çiara melhoria das con-
d~& de vida, sohrenido dos exc~uídss,e isso exige um Esnda consciente, não
$emic+onirio,e também assente em instituiçòes de democracia panicipada.
Pan que tal articulaç5o seja possivel é, conrudo, necessário que o campo
do polirico seja radicalmente redefinido e ampliado. A teoria política liberal
[nmformouo político numa dimensão w ~ n z a d ea especializada da prática social
-fco~finou-oaos políticos. Hoje, a abordagem do e n i p o ~ ~ ~ m que m t -4 ftmda-
M Q l na procura de um outro modelo de desenv~luirnento - coloca a ê-nfsse na
au!mmia da tomada de decisão de comunidades organizadas. Assim, a mp-
'mmt político parece exigir o emporuennmt socinl.
Pretende-se que, na sua forma mais simples, a cidadania seja um conjunto
de direitose de obngaCdes que envolvem todos os membros vimais de uma
'mwidade política. sem olhar a género, idade, emicidade, níveis de educa@o.
qualquer outro critefio que possa ser utilizado para ~srfingiruma
moiça m m s á v e l e excluir cidadjos do exercício, sem barreiras de direitos
a'it'c~~e der?eresc ~ i c o s .
trm
A ~ O C M C6 o~ regime que reconhece os indivíduos e as colectividades
' '"itm e a sua mzào <Ie 6 , assim, o reconhecimento do outro e a
- .- .
'- . . L
u---,+ - + - - L..
- 2
interesses diversificados se clarifiquem.
Neste contexto, a intervenç:~~ social estd intiiflamrnte :irt icui:itt:l rr im ;i
estratégia de a«ores, chamando a atençio para O facto de O csp;iqii ~in:i:il
.W4& ewiw
f l & m ~ r a ~ cP k1l ~ 4 p hi
, h l n d o linmr EImio ptngw-ivo
ri prrispns
/
F
Modo c o n v w n i e
1
r*dmrrn pml
I
-
, rexpliíxen dm objmivm - mlhor cc~nhccimeniodm 1 - tbxplonflo dos oniextos,
S;, ~ 4 x - dP
4 ~ ~ : - d odo mciozmliimtc, meios de que sc dis* I inicttsws. cstmtegias dos
,hj.n%oc&~ i mnitxichmcntc das mnrliç- - prrrrim de px~ihilitl:idi~ itr.towl;
I rnaterinis de i m h i h o mais t:inLiin%?s 1 - idrntifimda das
- dçfini~odc saiuçiics ccrnvergi-ncias e nbjec-tivns
- daennimç;lo das priofidadrs - identificado dos recursos
- definir1~1da!! pssllrilldadm
- subrni%~inaos parceiros
Face 3 escolha das
prioridades
- r.vcntualmente repariieo
<Iasmponsahilid3de%das
sutrop2raçiks
"
1
r.
?. narhirr. 1')91, pp. 254-256.
dc &tl \iistfirico*o [erni(i "(i:trli~ip:l~fiO" 5Ll:i.; ori~!~~~,,
nPllm iclU
I
decishes, nas acches e na continin :iv:ilindo de io<loo pi.c>iccl(>(li. :i<c:i<iI'sic*
r. .
rincluind{) aqrii 0 s prf)f--'cSsosde idcnii<latlc individu:il, mci;il r rcgion:i[)
w p v f l ~ hlopgr,
~ ProccssfJ de CCIn~trucfiotios mecanismos de comuni-
(a, efl
F'rmancnte entre= 0 s v5rios iictores implicados no procpsso planes-
, ?iznir> inr~iiiodo squi 3Penfis 3s qucstfies das rrtles tle comunicaq$o. mas
lLml+m 3 5 que.crBes do podet).
- *O panenariado [.. I
é n cooperuc4« ~ o n t ~ ~ [ uentre
; i l 0 s múltiplos pir~.~*irc"
locais em torno de projectos comuns ou con\.t.rgpnt.ntes - ~ > ~ r n i icoonlcnilr
rc
1
i
iniciativas numa perspectiva de coniunro difiçando ysplçm ele solitl:iriei~:~~~~ (luL'
congreg:im 05 actores locais nuinn I6gics hofizonol de rrcun\iec.cimc.nt~ n ~ ú t m L>'
i1 de comunicacào'' (António Nójroa);
i - "panenariado uiri processo pelo qual rlois ou
e :igcnle.;. Jc n:iii~fr?-~
conscrnando a suz espedficidnClr, ppòein :icrinlr; rr;ilii:ir qil.ll*
qLiyrçois'i?nllin d;itlo tempo. qiie é maior do que :i sonin :iccsi,q cl\lc ":L"
i P * ' frrfr
~ ~~ 6 ~s ~q~~ I'e~diilinm
~ ~
i(i impli k;i ri>ctjs '
hent.ficios' c Jordi Esrivi]li
de panena fiado estabelece entre 0s que e5rào implicadas
Jf F'ntli.n~i<iA WIGIO
com fim de tnrar
~iniR c~mplexasque podefiamser consjdendas
~
I'
p1rt
um dos parceir~sl como sendo do Seu clomjn io de competbnn (*hu sgth ),
t Nestas dcfini~*s eçlao presentes duas condjcùes de esc1belecimento do
I
. ' F ,tlten;irj:id~:o acordo expresso e a existência de ~ ~comnní~Pari
C 1
i v
'1~ , e duas condiçfies se estabrlefarn i. necess$do o reconhecimento
. ,
j
m
S d l sua com~lementahdade,num Contexto ele consen.ado da funcjo
P
l
,Fcifiatle n d a um, bem como a necessictade de consenso sobre 0 s obieakos
.rios. independentemente de possíveis kneíicios, ;issim como dc di\ferP,encias
. w 1 7 ~ ourros domínios de actividade.
Em gemi cita-se [rés e ~ ~ m e n tque
o s deve-eniser reridos pnm a d d n i d o afia-
lí~a c fec~indado conceito de parceria. Tra T;I-setle um p r m e w de ela bnc~o e
apl iacão de estm t9gias económicas e sociais. h s e processo é V O I U ~ G H ~u,
ninguém I5 esti oI3rig:ido nem lhe C imposta a presença por nenhuma aurofi-
tiide. E um processo decisional que implica algum poder de cxrc.uç;io. Yesw
wntido, poder-se-h defini r concertar20 como um processo voluni5do e decisional
de elaboraç2o c accionamento de estnteprias e políticas econúrnicas e w h i z no
qull panicipam diferentes actores económicas e sociais e o Estado.
Sendo uma forma tle panicipado, o partenariado tem como corolirio a
cri*ncia de um compromisso face 3s decis6es toniaclas e nas quais se toma parte.
Como sublinha Çlaus Offe (1981), a ccinc~Çaoirnplia um m m p de ac-
M ; \,fjjf*
~ ~ ; ~ c + t * j ~ ; ~ - ~tlitjtb
t: tj\ I W O ~ ~ ~ ~I C
~ O~~ ~~I~WI~~;~~;;~
I *v
clivers~ls poilrrls ~li*ft'ntlimiii ;I t ! i * l f * i ~ ~ ' ft l t~v~iiitl t1<,nli<., itli,,ni $4
1 3 1-3,,
,'
ponir, paflicl;i ih<!opf)nifi tlr c h r * ~ : ? ;
~ I !$ : %~I ,~ ~ I I I ~ ( ~ , -
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pcnqamento <*volui*ionist:ip:ir:i I tni pcin.i:irnfmniri w ~ l i :i%
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romn inctana.; L* imprc*virívcir. N(ssfi< r ~t !i6%l[
l i <[i?inc-cirtl+zl
L
IJ!~.,,
n 1 ~ : i - qcatla
~ vez m:iis ibm antecipar para contralar o r1,tliro r, ,
xr)il;tt,l li':
<Ic mttdanca (o qiir (. qlic esd a rni~il;ii') tt rt!l:ií-irind-Ir,* t b n l v \i, <,," ,i, r
pretendem Lima perspectiw mais ric.nrific.a rns:ii:im o < * n ~ l l i a < l ~,),,, ~~.~,,,
modancu numa tcoriíl geral da \iisifiri:i, rcni:intlo ~xplic~iiar (,.i~ a n < l ~ + ~
cSa historiciclacle.
O desejo cle qiialyutir lir~ciblc~gr) ir íntcrvir n(rçs:i mtirI:inc.:i, itlr:ncifirJrr>,21
clinPrnicas clo sisrrma e o s scnticlos da ;tcclo c prcvcntlo a ur>ndt.i~firi da ;ic<.irip3
ohiec-tivos colectiv~menteassiimidos c coniciiii:ilizado~.Vcja-5e. p f ~ ia~(5iv.i ,
implicado entre mudança srrcial, teci ri:^ dris sistcrna.; e planearncnto,
%\o 3 W O ~ U do ~ ~ sisrcma
O social. as suíls niptuns c mtid:inras, que v b r r h t v
e refazer a Histtíria. C3 sentido dessa Iijst(-jri:r i. ct-insfruíclnncj di;la-clia dt: dtciwj?
quotidianas nos miil tiplos espaq~stle ac~;l«, Nesse sentido, r, entcndirnefifrlhL
dinamitas dos sis~ç.m;isde accac~cic~nstjtuio ccJrne dn trahjlyr wciol;igi~r~.
Se nos situarmos no campo da intervençiio sociolfigicg, ~ ~ f l e i t a ~
si~tf!llla'torna-se central, servindo para modc]izar as varj$ueis cntfo!lridahc ".
limitar o campo quer da ínvcsii~aç20,quer da intcrvrnqão. concelxA-.;e .
os fen1"
I
nNi.5 de ~ ~ ~ ~e, cshreludo.
a ~ i oa indefinicso que um delerminado pernirco
hi~;tcíricçioriginou.
30 ent:inro* de forma sintética, O planeamento pode ser entendido como
iimfl forma encaEjr o h n ~ b n 3 m e n t o3, o ~ a n i z a ç 3 oe a cvo]ufio
de um univer-
so de acçio e cios seus componentes, socorrendo-se da teona genl dos sistema.;'.
ex-linião soviética foi, talvez, u primeiro pais 3 ensaiar de forma alarga-
dn os processos de pjanearnento, sendo bem conhecidos 0 s famosos planos ouin-
quenais qiic estnitunvam as várias áreas de desenvolvimento, pese emhorn o 1
- cem'..
- e snnlmrnrr 4quilo que ce apelida hoit. de planeamento cíttal&pico
-4 n ~ d c do
z alanarnenrn rradicional comecou a ser cunres~ad;ijs nl . ,L
.
plano e um C Orirangimento
~ de "ccòedenados de foma funcifma 1- tqr!irn z f - 4 - ,-.
diferentes tipos de derisf*s
p"'"' 'Irna
r .
iinca c-L
'sci%!rJ.f. 9,-
im4i . . difrnntr5 <iKjsm assotiad~s 60 e a 4'7'6,
3 ~~mad dea t!ecisG
I
1 I-I
?
fLintla
.
A pnsiagem
k
(10planeamento B metodol«gi;i de proiecro constitui um"r%
.Frn
- d;i :~n;i<i rrtninir.nm-sr eni h~rnodo scguiiinre qursrionnnientci: O que ique
ra:i 3 mtid~r?Porqiir e9.i :I mii<llr? Em que srntitlo pretendenios qiie inild?
Pocleriicis !;I t ;i niilc!:intb:~?
Pt*lcninq. pois. fiilnr de pn~it~ros. cm inten-t'nt<lrio st1~3inl.niini:i enornic diwr-
sitkidv de cimp<w e nivrt s<~-i:ii.;:pn\ii*.tos Jc in';tiriii(fwsm p ~ r ~ l -de~ disc.n~o!\.i- ~.:
mmto tlr cnmiiniil:itlcs lociis. prniccto.: ?;iicirt:ib.etc,. w f ~ n . n c i ; ~ n <sempre \~ dois
elzn~rnttn- iim d r forniii e olirrt~rlc rcintvfido - cntcndklos co,no iiciin \nn!:idc
~n1fl~i\:i(ciU dp ~~lplnli 5 ~ ' C t i ) ~p ~: l) ~ nii,Jar
i cl:iificir o s ~ l i<Irsa~ ~ i~i i i lo~ n ( X
T ~ i i ~ i i nIqíhl
c cnnsitlcni qii:i[rc~foriii:is Jr 0 s inLli\.itiiios ~~~..st;irt.iii
prcsen-
tcs silieiRW hi~lfiricosno d ~ ~ p n \ . ~ sl( ~\ c ~. e it ~~r i .~
c ~F~~~~
~ ~ ~nilFcis
~ ~
a.
por
clt' c»nsi<lrcidos <IL~;IT~<> níyeis de proie<,ro:
- A ausência de l'r~jwtoW S W ~ I G, g , uni ni\.ll neq;\ti\.o 9"'
'"'Ii i i'111 rccli:ilnrnri>dii riiicito sij13rc:i
- 'O pro'ccto indi\.idu.,,it~,IC~c*l
* r .
F,, ,,ddi""'>t*
h t m ele cm rc.formiil,i(.i,,
intenc8o tle Lim:i rranhform:,
tle's:~ t r ; i n ~ f o r m : ~Icn-
~fi~
;,,iirianclo aspr:iticas"'". As cmrlfic,s
"3 inedicl:~em 41" ''limil ~ ~ ~ ~ i ~ l ~
sociolopi:i t!:ls cmoci)e.stíl
tal como as identiil:itle$, niis suas cxprcs-
A possjhi]idatle tle inclividuajizaqgo dos motlos <ic
:, indivhluflis 011 c0Iec[ivfls.
~5turio<Ir
;,iil no mniina ciMdj17pfijdrdç(I" ~ r u ~ i e d 2 d; eI~~ N "6 ~oi>iectn
ckmonstnd a capaci tl:i<le tie de-
~ g ; ~hejarnente
i
muitos inse.~tigsdorc
eirio dos nctow em toda. c sociedades, apesar da diferente valorizado <ia
jndil~iclua]jdadee da diversidade CIOS ~ ~ n ~ t n n g i m edas
n t ~situaq6e.s
s socjetais~.
NO entanto, 0s pmjcctos s30 rambbm colectiws, de grupo, de classe,
na&. e o enrendimento dos projector colecthros 6 funtiamrntal pAra 3 compreen-
I
i
1
4 ilctualização das metodolopias de píaneamento permitiu que a riietodo-
lopia de proiecto fosse integrando sucessi~:arnenteduas oiitras metodoloEi:is <it.
rnh2jho - as meroclologins iig:~tl;isi particip:içio e as metodoloains l i ~ c 4 l ~ ~
pesquisa-gccào'4,de que hlámos em c:ipitulm anteriores. Nào se podentlo consi-
demr hoie a existencin de uma "metodologia participatlva de projecto" ~ f i -
óenrrmcnte coerente e integrada, poder-se-i, no ennnro, dizer que :I iiit.i<xlolopi:i
de ~ r ~ i e ccontém
to já em si OS ingredieirres necessirios p.1c r8 ser u m mt.tc~i!d(~-
212 ~aflicipsdae cientificamente fundanirn
,
''ia qual for a sua fil<)sofia imy>leinrntrc:io,3 meior~illoei;i de proircrri
prerinr'e s i m u ' ' ' i n e a m ~ ~ obter
c criiil>~ciie drs rrcjo-
i ~ ~ i ~ os ronr~xros
~ ;lItcr;ir
c i a ~ i ~ i r n i ~mitoc!oiogil prsqiijs,,-,,
6 c~ao.Assini, procun-se:
') A pP'aiurao
nome3dammte: saber 'obre C ~ ~ W X sociais
~ O S gerais e especmm~.
- Idtniifjcac:
v' , 'iifer'ntrs
'I' diismudr
?rriadc promfJve, ' ' ~ ~ l>,yrnrcs
~ ~ ~ n n.1,t ~sirii,iCfics
L
~ C &
r"l [liir
I C
a ~ima i nça
. ?
PmQucio dc informacàom processo junta o contiecimeiito (10:; hcriis
T
- -\i,:íl ise <!:itiin9mic:1 clos processos em r
clusa, Processo que se associa 2
r,,Llltc.ic~ do.; r;:iheri'. ou 4 relacào entre 0 s factos;
-P F C ~ Udt.
C rcpf'esent:l@es
~ ~ relativas 3 contluçq dn mudq
c O L nqa possi~ftl,
pr<*-eSi;O 3ssfJci:1 a pesqui~~-ac(.do
e que se constitui em si mesmo como
rt.rirlrad~dn iiietr>tiologia de projecto.
ii) O desenvolvimento do partenariado e da 'acqgo contramal*- a
c l a d f i c a ~ ãdos
~ actores e do seu poder, nomeadamente:
- ~~!entifics:?csodos diferentes actores, dos seus projectos e poderes;
- ~splicitnc3odos interesses, estratégias e recursos dos actores.
iii) A representaçào do que dwe ser a orohi~ãode uma sociedade
ou de um fenómeno especifico
-4 nirtodologia de projecto 6 sempre uma antecipação do que deve ser a
socjr<ladeo11t!nin tlimensào social específica e, nesse sentido, pode ser enfendi-
da como um:i metodologia de procuni de consensos.
r Conjug;~r:I diversid;ide
1 Aiirnentar s c:~p:~cid;idrlonf de p ~ I ' ~ p W t i ~ : l ~ ~ " i t ~ n t e ~
R
'Ir c~lnjirriii~en~o do meio r
$Io!iVydriosXCrWeS ~ 0 ~ i i i i ~
1 rVcLrr5o.i disponRreis para intervir
cFe inrrrv ir sobre
Nc.ccs~irl:~dr
1 Inicrvir n;ts ca~is;isdos prol>lenta~ OSpioblc.m:is e nic>sobre
de
Ct~nin3c~ii-jJ:itlc plrine;imento. a metodologia de projecto é:
- um ~ m r s 3 0permanente e continuo (mais do que um conjunto de
phnm e de proprnas de inten.eny5o. 6 urna mentalidade);
- J = Q ~ ~ p3r.i
; I o futuro, porque est9 intiniamente ligada à previsào;
- s i s W a . porque ahnnp a totalidaclr das insdncias que agem sobre o
pmhlernn:
- intaa- e de rcforn~uh@.rioconstante, adaptando-se a novos factos,
sofrendo al-sncoo e recuos. sendo uma técnica de coordena<;ãode v5rias activi-
. ~ . e re~~risos
d ~ ~ d epscons face 30s obiectivos
?
A CONSTRUÇÃO DE PROJECTOS
DE INTERVENÇAO
Introdução
O trabalho por projectos 6 , cada vez inais, uma forma cle conduçio de
;icçòes que parece ridaptada à intervençio na complexidade r na escassez cons-
tante de recursos. Quer se trate de accionar urna nova medida de política como
o renclimento núnirno ou a rede de educac;ào pré-escolar, quer se trate de reor-
ganizar irm serviço ou unia instituirio, ou de lanqar um programa de desenvol-
vililento local, a rnetodologia participativa de projecto emerge corno uma forma
eficaz e ;~ctiv;~tle o fazer.
No entanto, a boa vontade nào é suficiente para garantir o Cxito do projec-
to. E necessário iissegurar uma série de processos que viabilizem esse percurso.
Dito de outra forina, a metodologia participativa do projecto r20 é apenas um
processo intelectual, mas exige uma gestào eficaz verdadeiruinente coniplexa cuias
principais dimensòeb estiio presentes no diagrama que se apresenta a seguir'.
Gesso
de
projecto
Figuta 7
ESQUEMA GERAI DA IMETODOLOGIA DE PROJECXO
2. DEFINIÇAO DOS O B J E ~ V O S
Clarificaçiio das finslidades, dos objectivos gerais e objecl
4. PROGRAMAÇÀODAS ACTMDADES
Estabelecimento da8 actividades, distribuição de respon
lenclarizaçào dessas actividades.
1 29
Ftindam~ntose Processos de Cbna Sociolo~iude A c ~ d o
Figura H
PRINCIPAIS ETAPAS DO PROCESSO DE PLANEAMENTO
'--I
DIAGN6SnCO DA SITUAÇAO E
L I
'
4 1I
DEFWIÇAODE PBIORIDADES 0 I
R I
r* I
i
1 4
L FXAÇAO DE OBJECTIVOS C I
4 I
(3 1
Y I
E SELECÇÃO DE ESTRATEGLAS » I
4 o 1
M I
F
N
T
0
1
O conceito de necessidade tem sido utilizado em diversas acepcòes nem
sempre com a mesma interpretafio. A diversidade das formas de abordagem do
conceito não depende apenas do cumpo disciplinar que o utiliza, onde se con-
fronta uma dimensão mais colectiva na utilização sociol6gica e uma utilização
mais individual na concepção da psicologia e da psicologia social. A diversidade
parece residir, sobretudo, na sua cidequaçào aos grandes paradigmas de refersn-
tia de que este conceito é parte integ~ante.Assim, na terminologia marxista, o
conceito de necessidades é, sabretudo, utilizado p u d dar conta das condições
de reproduçào geradas pela exploração do homem num sistema produtivo alie-
nate. Nas teorias mais compreensivas, o essencial do conceito reside na satisfa-
-
rão individual ou colectiva - de carências e, na perspectiva mais funcionalista,
o conceito de necessidades 6 o motor de comportamentos ensaiados num jogo
de vencedores e vencido$.
O que é preciso reter é que o conhecimento das diniimicas sociais nào é
realizado de forma vaga e abstracta, mas é-o tendo em conta a detecção de
níveis de desajustamento, ou a deteççào de necessidades, e dos recursos que
pociem ser mobilizados. Esta forma de estruturar a recolha de informação é dife-
rente das simples monografiasou de pesquisas acadhicas vastas sobre as din3-
iilicaii sociais mas que são de difícil estrutura@o em funqio da intervenção.
Mas o diagnóstico nào é tlo-pouco um levantamento funcionalista e restri-
to de inclicadores de performance social, devettdo permitir a capacidade nào
apenas cle identificaçiio das necessidades, mas tambkm do sistema de ac@o que
:is produz e lhes dá um sentido sociologicamente pertinente.
I Em síntese, um diagnóstico pretende responder 2 questão: por onde passa
n satisfação das necessidades sociais num determinado sistema de acgio?
I
Níveis e fases de organiZa~50de!u m diagn6stico
No início de um processo de trabalho, o diagnóstico é um instrumento
essencial - e pr&vio- a qualquer desenho de projecto. Dependendo da fase do
133
~ z i ~ z d a m ee~Processos
~ t ~ s de Uma Sociologia de Acçao
Métodos de pré-diagnóstico'
Há u m grande diversidricle de rnerodologias utilizfiveis na realizaçlio de
pré-diagnóstico. As técnicas mais clissicas recorrerii fundamentaliliente a dois
tipos de recolha de inforinaçiio: a análise documental (de dirignósticos já exis-
' Ver ;hl~unsrxeinplos no :inrxci "Exeiiiplos tle Apr)io ,\o Pre-Di:mn<jsrtco e :to Dt:ignohrtco'.
A Cotzstndçcio de Projectos ele intenonç&
Fase de diagnóstico
As principais çaracterísticas c10 diagnóstico repousam no seu carácter sisté-
inico, interpretativo e prospectivo. A elaborario do diagnóstico rissenta na com-
preensào CIO carácter sistéinico du realidade (mesmo quando se faz um diagnóstico
parcelar) e envolve uma relaçrio d e causalidade linear numa priineira Fase (iden-
tificaçiio cios problemas e buas causalidacies) sendo inais global e integrado
nuiln segunda fase, quando o conhecimento das din9rnicns sociais surge de for-
ina inaís interactiva. O diagnóstico é, tainbém, iim instrumento de participação e
de conscientizaçào rlos actores intervenientes (aos vários níveis i5 citados) e nes-
se sent~dopode ser conside~idocoiilo F~zendoparte integrante do processo de
intervenção porque e um instnimento de interacgào e coinunicac;do entre acto-
res face à comprrensào cla realidade e à iclentificaçao de necessidrides.
Pela sua complexidade, o diagnóstico apela desde logo ao accionamento
de um conjunto alargacio cle .saberes por parte d o investigidor. Saberes científi-
cos certamente, inas tarilb61n saberes processuais, técnicos e humanos, apelando
:I capacicirides de diilogo e cle concertaçào, de re1:içiio e de gebtào de conflitos.
A i-ea1izaç:io d o di:ipnóstico é, por excelência, o accionamento de urna rnetodo-
logiu de pesquisa-ac$o r cle dinaniizaqio comunitária.
O conhecimento contido no diagnóstico é certamente inultidisciplinar, dada
a complexidade cias clinamicas sociais que exigem a presença d e equipas de
constihiiqJo diversificada orginizadas ern Funcào das áreas de 3cGo previsíveis.
O diagnóstico pretende definir as possíveis relaçòes causais integrando-as no
contexto econdmico, sockil, cultural e político clo local e da regiào. A sua finali-
clade é analisar de que forina as condiçòes presentes afectam ris condições de
vicia; logo, o conl~eciiuentocias din~ensòesqu~ilitativasé indispensável.
É ii11port:inte que o diagnóstico nào despreze os conhecimentos já existen-
tes, mesino que pouco bistematizados (recolli;~doçun~ental,consulta colectiva,
Finizd~jmentosa Processos de Utnu Sociolugku de A ~ c g . 2 ~
identificado;
- determinar a e a iniporthciri dos problemas e as suas causa-
lidades potenciais;
- identificar as quest6rs-cl~aveem torno rias quais se pode Formular a
intervengiào.
Nao interncriva
.Qumtion6nos e-i~rrtos Esua rknicn~utilizam uma Q u a e bempre intormdCAo
-Entrevi\tis a interlocutores grande divenidade cle esralas e qii~litdhtla- i d l o r e ~purepçòes,
opiniotia, lulgamentos ?obre a
privilrgiab>s niotlos de reiposta
4nilise de incidentes críticos iinponlnci~dos prohlew->
Queition.írio Delphl
pelo correio
brerdctiva
Reuniões publicas Litas té~nicasenvolvem gmpois Sol>reriidoqunirutiva <>piniòeSe
Fonins comunitiirtns gnndes ou pequeno%econi apreudfw* ole peritos PercePc;òes
TGcnicaa d e grupo nomuial diferentes graus de interaccio dos gnipos e expectauvis
Fntrevims de gnipoh focndas Cnnienros \obre ohlertivos e
.Processo DACUM
Elahor,(iio de ceninos
procedimento cln a c ~ à o
hitormdçao io~breJS causaltriades
Der'ihao iohre .is pnoridadçs
Andlí(icJ.
- E~pinha de peixe
Analise de c a u u
Estas tecnicsu utiliznin diversos
procediinenros de técnicas de
Factores de c~lJídltdadCe
predirposi$áo Conaequènrias se
e consequênctns gmpo, aplicam tCcnicds onalíricas. s neceswhde nào for \ari&feita
-- Analise
Mapds de sucesso
da árvore
produzem resultados em grbtlcos
p i n facilitar as decis6es nas
A informaqso pode ser anicuiada
coin «urr.is p a ~ estabeiecer
i
\v.ilio.~iode mcos diversas ehipu de AN. prioridades e criterins de
- Anilise
Andises de percurios inrervenwo
Quadro 11
ELEMENTOS-CHAVEDE TÉCNICAS DE GRUPO
PARA DIAGNÓSTICO
F~RUM ENTREVISTA
i
ESTRüTüRA GERAL Grande gnipo (podem Técnica de pequenos Entrevista a pequenos
wr i i t i h & s vánas grupai com inrerwnç&s gmpos com um conjunto
t&ruc.~\) lbmfladas rehtnro de
que5tionamentoâ.
I questõeschave
10 ou menos
DESVANTAGENS
I I
1
1
1
1
i
I
1
'
Wi'RVTW GERAL Pequeno gmpti
de dibruss~occnir:ido
rni UK~L\
tn~encli\~uspara os
mesiuiib rebpundrntcs
iplicrdra
de grupo
.i umn situ;i)"i<i
G m p o ekctm5ndco
aniculidos ~ x > r
cr~iii~uwdo&
Mapa de conceitos
1 sniculndi,~wl:i r;it>;<ci'Ldc
de an~lia:irb;ib>s &r
I
1
conipuiidiires
dn, nrefis- Ccrdr ~<11LIe11rua. eUihC.- kiliclL~nle%<i3nCnrx Awliur r rsuhcln-er L)rarn\~iilvcruiii iiialiu
-zhi\.ç ou do que d e i r Ircer priciridadcti r ohtcr pnonhdes 6 c r J prolilcuiiis ' n>iiceptuil das pcrspvcrii~~r
c<inwnar>sface a e nccrissi&des ilo g m p ~
rieccs\icLides csistentrr.
'
I
D I M E N ~ OAPROXI-
M A D A W GRUPO
H i li1 C.erdliiirnir mriiois de 50.
iiia* it.111utilimdu nwi.r
Grr~liiiriirc#upa de 11iic1r~20 <>unlcnos
diiiiriwari. .W ciu men'w
iO ou iiieiiii~
, CONSIDUIAÇ~ES
SOBRE9 UNNWO
Pcnliis in<-.rrr&ldc>r dii h niaicirki L. pnvn em
prublenia 1:ilguns dçciwircs dcrrrminsb SrcJ
Seirirhdntc nu anterior Heierogciier>a.coiiii
capa~.id;irlepar2 niartisrdr
I licrrruyencci
I
i DE ANAUSE podem srr incluidusj pr<ibicm;itad hupriores c suhordinrdie I
r u niiiinria obs s i i u i q ~ s i I
'idrrós-chave rircIriia&s LLIWde ideias,prrihlemb Sriiirlhinre ao inicricir ideta:. r 1 M J ~de
cie fi>n~ sçqurncill pir~ gerJd»s pelr>srespondenies.
cada n~vrlde u:ihalh<i runscnso (ice L w w a iienh
Lisw&h
prqxciivis prioriliriir &i p i r <./I~.ws. <-<NII 2
inttlricçio normal d o
!
I ,deus c ~ t f i i n i ~ ~ c t ~ ~
KnJP
rlz~sft.n-c relalivti grau dc
indeprndencin indicndo
,
Lltn gnipo de pcrircrs Anonimalr>d i ~ s Cuinprr 3s regras iilt.~ud~I'ruduz yr~lidcqu?ntiil<dc Produr uni niapr \.isu:il de
I.I>R%#UC npiibnicnle rrijii,ndentes, ccnai&r~(';iii Drlplii rni cunoi capa(.» de & ideias. eawhclece c«njuni<id e concciio~ !
prrduzu 1iiveL5clt. tnhalli~>113s ireas de necessididrs Liiipn; prmiiie discu%iu prioridades. prrniiir 3 relicionadu~quc firiliwiii d /
r idrniiiicnr inrcf;<r; no ienilm, raz0cs de Fdcc 3 face &ir dai iniemç~iodo grupo na discussao, li~iGm&
ki-ilriirn~eprtduzeni <livergi.nrb h c e rrsiilt~du> & sondigetli. disrusio &h priundiides; c;ipaci&de de crinircilu IH8r
uiii gr5ficu. a cunsensm. o driiiiinnrdco Ç ciinuoli&; uiiu psson: i<ds.% a
nnunmsiu das re.,posrxh ~~nirxiase analises si,> 1
i '
1I 1
prriduziL~\kl<-logrupo. 1
DBVUUíOIS ' A anili* cbs kirefa* C precise uni rciiipo lungu O aiionimii, du* E neceswriu unui silu E n e m ~ ~UII~:I n ~ Si A ~ I
nJii 2 iio det2lh;rdJ coniir pm<'edinirntirs;
Ixrd i>> rrspwwlrnlcs iiPt>p d c scr rsp~.cialii;i&ir s o J i u w ~ as
, erpcciilv;i& r.soJiuwrt; .i>
I niiurns r~cnicir.p i d c n8o prrdi de rcspondrntes; miniido: requer urna idriis sàu pr«duzidm ideias s i i > prc~hizidas
funcionar iiiuitu k i n p r r s i u ruhtil pdrd orydnizdc"2o dos ripidnmrnte e &<i no rapidanientr e ndo no ie~iipi>.
I ccnora niiris de tr~h;illio: upruxinwr o grupo prixedimentus do gmpu tempo; o strw-ao dut I
E ùul um lidcr das m!dias muito driilhada respondcntes pode x r
i k i n vrinadu. e conirohda. distraída.
1 Fonte: Wiikins e hltshculdt, 1995. -.
'4 Cb,lsfrrrçuo rle Projectos de Interornyio
Figura 9
O TRIÂNGULO GREGO DA PROSPECTIVA
" Aig~inbautores. cornu Bertcinti de louurnel ou Gunnar Antlrrion. pensdui inrbino que .ia tnt%o-
rlologias prospcctiv.ts n.io podem ser con$rdrwdas rnreir.tiiiente cientitic;is tlatLs :ia c~cr~i,ris
liinia-
Frrndumentos e Processos de Uma Sociologia de Aeçcio
ter conhecido rivanços teóricos significativos (com excepçào das análises do jogo
de actores) e estào largamente difundiclas arravés de múltiplas ap1icac;Ges numa
diversidade de campos.
- planeamento estratégico;
- desenvolvimento de cenários;
- análise de impactes cruzados (cross-impactanalysls 1;
- roda do futuro e trend analysis.
I-' Pãvn 11111 aprof~indariiento&i aua utilizdçio ver Uelle Riith Witkins e James Altschuld, 1995,
optrs crttrs.
Estas inetodologirs t@insido utilizattas por \.drios centrns de estudo do ISCTE, nome:rdamente
no Centro de Estiidos Territorinis (CET)e Din3tnia.
Frtndamentos e Processos de Uma Sociologia de Acçao
pectivas referidas. Há mais de 20 anos que Michel Godet ocupa um lugar proe.
rninente no contexto das discussòes sobre as metociologias prospectivas, nomea
damente no contexto empresarial. A metodologia que propòe tem a vantagem
de estar ensaiada, criticada, avaliada e corrigida com mais de 15 anos de ensaios
sucessivos. A base dessa rnetodologia consiste, fundamentalmente, na recolha
quantitativa e qualitativa de informaçào de forma a identificar as varkáveis-chave
que estão na base das dinâmicas sociais.
As etapas do metodo
Em 1974, Michel Godet e lean-Claude Duperrin desenvolvem um conjunto
de programas informáticos para a análise de cenários que pode ser analisado na
figura seguinte.
Na sua versa0 mais sintética, a sua metodologia comporra três Fases: a a&-
Use estruturai, a estratégia de actores e a constnição & cenátios.
Análise estrutural
Vinda de muitas filia~òescia análise de sistemas, a análise estrutural é hoje
um dos utensílios mais utilizados, pese embora que s6 nos finais dos anos 60
algumas escolas a tenham generalizado.
Procurando deciErar domínios complexos e incertas para construir cenários,
interrogamo-nos sobre as hipóteses que permitirão diferenciá-los, quer dizer,
distinguir por entre as diversas variáveis do sistema de acçáo as tendências
pesídas e as variáveis que influenciam o sistema em análise.
Pôr em evidência as variáveis-chave, colocando as boas questões e não
negiicenciando nenhuma pista é o objectivo da analise estrutural que se inicia
pela construção de uma base de informaçòes. As boas questões são influencia-
das, por um lado, pelo quadro de referência da investigação e, por outro, pela
problemática a que se pretende dar resposta.
A análise estrutural visa, assim, identificar e realizar a descrição do sistema
da forma mais exaustiva possível, face à problemitica em questão. Responde
também à obrigaqio de tratar simultaneamente um número importante (por ve-
zes uma centena) de variáveis heterogéneas, quer quantitativas, quer qualitati-
vas, internas e externas.
A Constnrçao de Projectos de Intervenção
Figura 10
t CONSTRUÇÃO
DA BASE
Fonte: Michel Goder, Maniral de Prospeftw EshatpRlca: da A n t e c f ~ arioAcçio, Lisboa, D. Quixote, 1993.
Figura 11
i - detectar o funcionamento dos sistemas determinando as variáveis-chave
MÉTODO DOS C E N ~ I O SSEGUNDO GODET
j (tendências peradas e varigvris de ruptura);
:
i
- esboçar as evoluções do sistema.
MEIO GERAL
(vARI~VEISEXTERNAS) Para facilitar a análise, os autores elaboraram um soJiware informático,
chamudo de MICMAC (Matrice d' Impacts Croises, Multiplication Appliquée iiun
Ciassement), utilizado para tratar a matriz de análise estrutural. Este programa
I
consiste em elevar 2 potência a matrit construída a partir da base de dados e
Análtse estrutuni VARIkVEIS MOTRIZES elaborar um novo quadro de idu&nciase dependências considerando as rela-
mrtodo MICNAC
RETROSPECTNA SSrUi4çÀO ACTOAL
: ções indirectas. Salvo algumas excepções, constata-se que a partir de uma certa
mecanismos gemens de mudança potência, em geral sete a oito, as classificações ficam estáveis. Trata-se de um
Análise "
dos jogos projectos dtu actores programa de multiplicaçiio matricial aplicado 3 matriz estrutural que permite
de aaores estudar a difus80 dos impactes e hierarquizar as variáveis por ordem de motrici-
dade (em função das interacgòes identificadas) e por ordem de dependência (em
bídtodo MACTOR função da estrutura de iigação)16.
JWOS DE HIPÓTESES
O métdo MICMAC é utilizado, sobretudo, para reduzir a complexidade
P R O B A B ~ O SOBRE
S AS do sistema e detectar quais sã0 as variáveis-chave que seria necessário estudar
com prioridade. O seu objectivo é identificar as variáveis mais motrizes e mais
dependentes (as variáveis-chave) construindo uma tipologia das variáveis.
Analise CENÁRIOS Necessitando de um trabalho que geralmente se prolonga entre seis a
imrfológica 1. Encaminhamentos
Morphol 2. w g e m
oito meses, a análise estruturul desencadeia vários tipos de críticas, nomeada-
niente a de que implica muito trabalho para resultados mais ou menos eviden-
tes. No entanto, a experiência diz-nos que, para além de ser um utensílio de
Mémdos ESTRA~GIASALTERNATIVAS "arruma~ào"da informaçiio, é um excelente meio de comunicaqão e clarifica-
multknténos çào de conceitos e dinâmicas no seio da equipa de pesquisa, permitindo cons-
Nultipol rx
'I
d truir uma linguagem comum.
1
Fonte Michel Goder, Mantcal de Prospectita E'sfrat@rca.da Antecipaqüo ii Acgâo, Liaboa, D. Quixote, 1393. 4
Estratégia de actores
Em síntese, a análise estrutural é u m técnica de análise de sistemas que
inclui três etapas sucessivas: A análise estrutural coloca em evidência uma hierarquia de variáveis
- Identificar as componentes do sistema assim como a relaçào entre elas15; (motrizes e dependentes) facilitando a detecção das variáveis essenciais 2
.-d
' Há várias formas para 3 determinagão das varifiieis, podendo ser mais ou menos sofisticadas: ' '" Para uma análise critica do método, xssim como a apresentaçào de novas propostas, ver
ciesde r ecnica <\e consulia piriLos como o método de Deiplii oii 1rri:lr oinplesmente r i viriiveis 1 José Marba Castro Caldas e Margarida Perestrelo. Insrnrmenfos de Análise para o Método dos Cenários:
ein sessoes de bruin-stormitzg conaltuem ~oluçbessimples 1d I AnálLre Estnltrrral. Docilmente de Trnbalbo de DinBmia, Setembro de 1998
!
156 4
A clorrstruçGo de Projectos de Inteniençcio
Estratégia de actores
A análise estrutural coloca e m evidência uma hierarquia de variáveis
(motrizes e dependentes) kicilitando a detecção das variaveis essenciais à
' Rira uma ~ioálisecritica do método, ussim como para n apresfntacào de novas propostns, ver
Jo* hiarin Castro Caldns e Mnganda Feresttelo. Insh-irmenros de Análisepara o Método dos Cenários:
1 4núlise Estnrtlrral, Doritmenro de Trabalho de Dinãmia, Setembro de 1998
Frrndarnentos e Processos de U m a Sociologia de Acçcio
'- P.-F Ténière-Buchot, L'ABC drr Porrzair, Paris, Les Eclitions de L 'Orgmnkation, 1989
" Ver M. Godet, 1993, opw citz6.c.
'" Outros centros de invrstigmç;lo do ISCTE, como o Dinsrnia, trin também tral~alhacloconi estes *
progniinas.
1%
A Constn~çàode Projectos de Interverzção
Construção de cenários
Após a análise da situação e da dinrimica de actores coloca-se a questão
do sentido da mudança, isto é, du análise da evolução do sistema de acgào. Mais
uma vez dispomos de uma grande diversidade. de metodologias de constmyão
de cenários proviíveis. Geralmente, com a ajuda de métodos inspirados na "aná-
lise morfol6@ca", constrói-se diferentes cenários possíveis a partir da &ta das
"dimensòes de incerteza" previamente estabeolecidas. Face ao grande número de
cenrírios potencialmente possíveis, diferentes métodos de escolha, implicando
ou não probabilizaqio, podem ser utilizados.
A maioria destas t6cnicas recorre ao que se denomina "métodos de peri-
tos" e que tem como objectivo recolfier as estimativas por meio de ajuizamentos
de peritos, consultados sobre as probabilidades de acontecimento de determina-
dos cenários. Contrariamente às probabilidades ciássicas, estas nàb se relacio-
nam com frequências, mas com crençzas e a questão de base é a da identificação
da génese das crenças dos técnicos ou políticos.
Subjectivos por natureza, os niétodos de consulta de peritos levantam
um duplo problema - o da escolha dos peritos e o da significaçao dos dados
obtidos. Na maioria das situaçoes, escolhe-se os peritos em função da sua
capacidade para fornecer o tipo de informação, o que repousa em dois critérios-
-base - a sua experiência e o seu lugar no processo de decisão e face à natu-
reza das opini6e.s; a maioria dos métodos recorre por analogia ao que se chama
probabilidades subjectivas.
As técnicas de consulta de peritos têm vindo a ser aprofundadas metodo-
logicamente, sendo formalizadas num aumento sucessivo de complexidade. As-
sim, ao antigo método Deiphi sucederam-se numerosos utensílios, em particular
3t' Ver .i expliçit:iGlo crítica clesta uietodologia da "estrdtçgiade actores"em Perestrela, Margarida
ttCaldas, José M.O castro, .'Instrumenios de Amílise para L1rilizuc;io no Método dos Cenários I1 -
Estcitégln rle Acrores",in Dncirmentos de Ttahatho. n 17, Din~inia,2000.
e Processos de Iiinn Sociologzn de Acçrio
A~n~lurnento.~
A n a e de estratégias alternathras
Uma vei traçados os cen3rios 6 possível, aos que detêm c~paci&dede de
&o, defímir as opçòes estr~tégicasFace aos cendrios possíveis e desejáveis. A uYib
c20 de m & d o s de escolha para futuros incertos pade permitir cl:usificdr as difere
estrategias pretendidas em funçilo dos custos ou dt: vantagem comparativas.
gundo o critério de escolha pretendido (não correr riscos, maximfzar os resultada
finais, etc.1, a classificaçiio das diferentes estratkgias pode eventufilmenre inurlar. ,
Entre as técnicas para elaboraçào de estratégias, a técnica das Arvores de
pertingncia (pelomenos na sua dimensao qualitativa) pode ser um auxiliar precioso
para essas decisões, já que pennite identificar as acções associadas aos objectivos
estratégicos definidos a partir dos cenários.
"
-
É preciso considemr que rim sistema de quatro componentes, cada uin com quatro configura-
çòes, reprrsentn 4 x -r x 4 x i 256 po~sihilirlidesde c m f ) ~ n ~ ç ò eoti
s . "rspa('os murfologicos".
160
A Constncçùo de Projectos de Interve~zção
" Para apoiar este hise cle tral~dhopotlrr-se-á iiriluar inétodos de escdlia em fiituro inceno em
presenw de crrr6rios inúltiplos corrio, por exe~nplo,o Multipol.
FZifrdarnentose Processos de Utnn Sociol»,qia de ACG-cio
Como fazerv?
O início de qualquer projecto de planeamento exige a eiaborucio de um
pr6-diagnóstico r de um diagnóstico.
A elaboraçào do diagnóstico obtxlece 2s seguintes tarefas:
- XdentHcação dos problemas mais relevantes, tentando çar;icterizá-los
;itríiv@sde uma recolha exaustiva da documenmçrio exisrente ou bancando
mesmo técnicas tle recolha de informario caso esta nào exista.
- A caractefizaçlo &a si!uação de partida e a capacidade de análise da
c a d d a d e dos problemas obedecem % exi#ncia de um quadro & r e ~
ferência preparado para essa sítuugiio específica e a umu consulta alarga-
& aos ririos interlocutores.
- Uma vez icientificados e caracterizados os problemas, torna-se necessária
estabelecet prioridades, dacto que a intervenç.20 niio tem recursos para
envolver na ucçBu todos os problemas detec~~dos. Os problemris para a
acção r i o definidos pelo seu efeito motriz e as prioridades podem sctr
calculadas fazendo recurso às vhrias tecnicas ji referenciadas.
- No entanto, o início de um projecto exige tumMm u m anâllse cuidadoi;.
sa da esuategia de actores, dos seus consensos e eonflltos. Assim,
torna-se necessârio definir o sistema de acçio, identificar os actores pre-
sentes e iniciar um processo de pesquisa-acção que os implique.
Finalidades
As finalidades indicain a razào de ser de um projecto e a contribuição que
ele pode trazer aos problemas e 9s situaç6es que se torna necessário transformar.
Na maioria dos casos, as finalidades estão definidas antes do diagnóstico e estão
incluídas em grandes domínios de intenção de políticas gerais das instituiçòes
públicaas ou privadas. Considera-se que há vantagens em ser-se preciso na orien-
tas50 principal de um projecto, sendo preferível escolher uma única, ou duas,
grandes finalidades.
Exemplo: Favorecer o nível cultural de urna populaçio;
Desenvolver a capacidade local de criação de emprego;
Promover o bem-estar geral e habitacional de uma populaçào.
Objectivos gerais
Os objectivos gerais descrevem grandes orientagões para as acg6es e sào
coerentes com as finalidades do projecto, descrevendo as grandes linhas de tra-
balho a seguir e não são, geralmente, expressos em termos operacionais, pelo
Fzlndamentos e Processos de Uma Sociologia de Acção
Objectivos específiços
Os objectivos específicos são objectivos que exprimem os resultados que
espera atingir e que detalham os objectivos gerais, funcionando como a sua opera*:
cionaliza@o. São formulados em termos operacionais, quantitativas ou qualitati-
vos, de forma a tornar possivel analisar a sua concretização, sendo frequentemente
considerados como metas". Distinguem-se dos objectivos gerais porque nâo indii
cum direcçòes a seguir, mas estádios a alcangar, e assim, são, geralmente, expres-
sas em termos mais descritivos de situações a concretizar.
É com base nestes objectivos que se procede à avaliação sumativa final, pelq
que se t o m necessírio pensar que devem ser formuhdos com clmza e precisào,
A formulação das objectivos específicos deve ter as seguintes características:
- Mào conter ambiguidades e ser clara;
- Ser precisa;
- Sempre que possível, os objectivos devem estar quantificados;
- Os objectivos podem ser quantitativos ou qualitativos (desde que sejam
passíveis de avaliação).
?' Há quem defina ainda os objectivos específicos como objecsvos operaciomis; no entanto,
Impentori e Girídes (13%) estabelecem uma distingão entre objectivo e meta (ou objectivo opera-
cioml), baseando-se na temporaiidade para a qual sào definidos Ascim, os objectivos específicos
sAo ddiddos pwa :i temporiltdade do prolecro ou programa de a c 8 o (entre quatro e seis anos),
dado considerar-se não ser possível iiiedir iinpucres de res~iltadosantes dessa teinpornlitlade, sendo
que os objectivos operncionais ou metss sào avaliados anuulmence Este cntendiinento itiipliea uma
alterapio nos próprios conteúdos de defini~iode uns e outros.
164
A Constn~çdode Projectos de Interwvzçao
Como fazei2j9
Porque os abjectivos interessam a um grande número de pessoas e porque
contêm dimensões cujos resultadas se desconhece, sendo largamente induti-
vas algumas das decisães, a sua definiçb é fruto de uma negociação Intensa e
permanente, ao nível da população implicada, dos decimres, dos técnicos, etc.
No início do projecto, os objectivos tendem geralmente a ser mais vagos e
muito abertos, mas à medida que a intervenção decorre e o diagnóstico se
afina, o projecto tende a definir os seus objectivos eom menos amplitude e
mais profundidade.
Os objectivos, para serem coerentes, devem obedecer a duas conciiqòes:
- Em primeiro lugar, decorrer das problemáticas identificadas no diagnosticoz6;
- Em segundo lugar, ser realistas, estando ancorados nos recursos identifica-
dos (existentes ou potenciais).
É fiecessário envolver todos na discussão e procurar metodologkas din%mi-
cas e ajusndas aos vários tipos de públicos e, sobretudo, não acreditar que
a batalha se resume a fazer os outros aceitarem o nosso proprio ponto de
vista. Assim, devem ser utilizadas metodologias que, numa primeira fase,
permitam 3 todos os interessados exprimirem as suas posiçào e proposta,
de forma a conseguir consensos. Podem ser utilizados os mesmos grupos
de trabalho ou fóruns de consulta organizados para o diagnóstico.
ESENVOLVA
de FTNALiDADES e OBJECWC)
a grelha proposta
Planeamento e estrafC@
O conceito de estrat&giaé hoje utilizada coa tantas dimensdes e com ta
tos conteódw que se torna Wcil defini-lo de forma u n í v ~ a Qual. a cela6
entre planeamento e estratégia? Q planeamento estratégico de que tsnto se fa
6 uma forma diferente de planearnenro?A estl.at6gia é um processo de planific
@o ou uma etapa da metoddogia de planeamento?
"Estratégia" é hoje uma palavra sem contefidos muito definidos. Iniçi;
mente de uso mlitsir, passou p r a o campo da gesanr e utiliza-se, hoje, se
grande pi-ecisào, naçaes tais corno "phneamento estrategico"', "auíílise estrate~
ca", "gestiio estrat&gican,"campos estrat6gioasn,sem que essas noçòes esteja
clarificadas". Um dos principais divulgadores do planeamento estratGgico, Mir
zeberg (19%), escreveu, depois de analisar a bibliografia sobre este assunto
procura da definiçào de eszratégia: "Praticamente nenhum livro s ~ b r planific
e
$80 ou sobre estrategia responde a esta questão",
t-IY mesmo quem afirme que hoje, n u m socirdade em tio p n d e e rápida muraçào, nâo
necessita de planeamento, mas de estratégia.
A Constric~àorle Projectos cle Iíztenerrção
A deAni@o de estratégias
"A etapa de selecção de estrategias: é u m das etapas fundamentais num
processo de planeamento" CImperatori e Giraldes, 1996). Imperatori e Giraldes
sonsiderm as seguintes fases na elaboraçiio das estratégias Cp. 87):
- Estabelecimento dos criterios de concepção das estratégias;
- Enumeração das m~)ciificaçQes neeessiirias;
- Esboço das estrategias potenciais;
- Escolha das mais realizáveis;
- Descric;ão detalhada das estratégias escolhidas;
- Estimativa dos custos das estratégjas;
- Avaliac;&oda adequação dos recursos futuros;
- Revisão das estra~égiase dos objectivos.
Como
- Uma vez estabelecidos os criterios que poderão levar à definição da es-
tratégia, a equipa de planeamento deve fazer uma listagem das estratégias
potenciais.
Esta listagem deve considerar estratégias possíveis e, portanto, ter desde
logo em conta a relacão dos recursos objectivos.
- Frequentemente, esta listagem de estratégias é realizada em "grupo de
peritos", iniciando-se com uma fase de brain-st~rmin$~ e seguindo-se de-
pois uma discussão detalhada do conteúda da estratégia - resultados mais
prováveis, potenciais efeitos perversos e benéficos, implicações nos recur-
sos disponíveis (técnicos, humanos e financeiros), adesão potencial d o
público-alvo, riscos da opção face a resultados ou conflitos potenciais, etc.
Deste confronto deve resultar, então, a opçâo pelas estratégias mais ade-
quadas e consensuais. A metodologia de selecção de estratégias pode
também recorrer a várias técnicas de tt-dbalho de grupo: quadro de pontua-
ção como para a hierarquia das necessidades, votação, etc.
- Uma vez realizada a opçâo por uma ou duas estratégias-chave, é necessa-
rio proceder à descriçiio detalhada rias estratégias escolhidas e propostas
de ajustamento organizativo e de gestão de custos. Parte-se do pressupos-
to de que se optou por estratégias realistas e, neste caso, torna-se neces-
sário apenas detalhá-las e verificar as suas implicações oganizativas e
logísticas ao nível, por exemplo, da composiç2o disciplinar das equipas,
da sua organização no terreno, das formas de registo e gestão, dos equi-
pamentos necessários, etc.
ia~ntinuaçii) -
~ ~ u m p n o j e e t o & h ~ ~ s t o & ~ d ú l e d u ~ ~ ~
pert-
a Iniciar o projecto pela sensihiiizaç?io de professores e nPla directamente
peb reforço das actividades com as criangbs (Iniciar a projecfa pelo se-
gundo niuel - professores>
- Estrarr!gL de apelo 5 psrtieiplisão de e8mturas existentes e legitimadas
pelo corpo d o c t e {a mwibilizaçáo do6 professores 4 realiwdu com base
wm?ianáiise defalhada e panieipacfa de neorssidades feita pelo centro de
farma$o de profeasom local).
Como fazer?
Para realizar um plano de attivícbdes rec-orde o &agndsüc~,08 objectivos e
as estrst.éHas e rdna a equipa para definir as acr$es possfveis, ckificbtieia ,
dede 1080 as objectivos específicos de cada uma desaâ aq6es.
Uma vez listasias, defina quem ir6 ser s sesponsA~e1Ipess@(s) ou btituiçbesl,
que rtcblr~ossei50 necess%nas e quem os d'fsposiibilizarA. Finalmente, orsni- .
ze um calendiirio de acg6es e e5tabeleça o plano de avaiiaq20. O plano de ',
acttvi&des deve 6er realizado anualmente e ctde deve ser feito um rekatório de *
i A AVALIAÇÃODE UM PROJECTO
certo desprezo pela avaliação quantitativa" Em Ivgar de assumir que cada piogma
nia era facilmente perceptível em termos de resultados, estes modelos defendiam
que os programas swiais (e outros) eram complexos e mobilizavam actividades e:
recufsas diferentes conforme os contextos sociais e geogdficos eram influenciadoi
por redes políticas, culturais e sociais. Assim, raramente se encontrava um p r o g a d
que pudesse ser repetido dada a diversidade dos contextos locais. Defendia-se a
import-ancia dos métdos narur~iistase qualitativas para entender os processos de;
funcionamento dos programas, que permitiam Informações em profundidade. J
No entanto, um excesso de localismo destes modelos foi impeditivo de u&
maior impacte público, fornecendo pouca credihilidade nas mformagòes e grand4
dificuldade de generalização.
' A primeira revista de avaliaçào, P Eualzration Revieu! inicioii-se em 1976 e seria o amuco cla
diventdade de pmpectiv:~~ presentes
Ficndamentos e Processos de Uma Sociologia de Acç~io de Um Projecto de Intervenção
A Ar~aliaç~lo
certo desprezo peli avaliação quantitativa-?.Em lugar de assumir que cada Como afirma House (1993, a evolução da profissão d e avaliador depen-
n u era facilmente perceptível em termos de resultados, estes moclelos defe de, em larga medida, da evoluçio das sociedades. Se se tornarem mais repressi-
que os programas sociais (e outros) eram complexos e mobilizavam activida vas, a avaliação terá tendência para se tornar um meio de controlo e ser utilizada
recufsos diferentes conforme os conternos sociais e geop1ficos eram inRuenci para fins repressivos, mas se o caminho for o do aprofundamento da democra-
por redes políticas, culturais e sociais. Assim, raramente se encontrava um púo cia, a avaliação deverá tornar-se num elemento impartante como meio de redis-
que pudesse ser repetido dada a diversidade dos conteaos locais. Defendia tribuição de recursos em Eunçiio de objectivos e de redistribuiçãodo poder atraves
imporrância dos métodos naturalistas e qualitativos para entender os processos da socialização da capacidade de deris3o.
funcionamento dos programas, que permitiam infUrmagões em profundidade. No final do século XX, os avatiadores reconhecem que, do ponto de vista
No entanto, um excesso de localismo destes modelos foi impeditívo de tebrico, a av~liaçàose tornou mais integrada mas suas componentes operacionais
maior impacte público, fornecendo pouca credibilidade nas informações e e evoluiu de uma dimensão monolítiça para uma dimensão pluralista Cmúltiplos
dificuldade de generalização. métodos, critérios, medidas, perspectivas, audihcias, interesses, etc.) e, politi-
camente, abandonaram as posições ingénuas de crença na neutralidade, dando-
A procura de uma "autonomia profissionaiizante": -se conta de que a avaliação tem efeitos políticos.
a avallasilo no final do secnlo XX Os avaliadores reconhecem também que, do ponto de vísta político, a
avaliação emerge como fonte de procura de novas dimens6es de legitimidade
No final dos anos 70, emergem tentativas de reconciliar os paradigmas por parte da esfera pública e, por vezes, de instituiçòes privadas.
antecedentes combinando elementos das vagas anteriores. Essa revisão de para- De alguma forma, considera-se que a emergncla da avalia@o como p15-
digma tinha coma gano de fundo a constatação de que as avaliag6es realizadap tica profissional decorre do avanço do capitalismo perante o enfrâquecimento
infiuenciavam muito pouco as decisks que eram tomadas com base em critérios das instituiçks de controlo e de regulaçào tradicional e face â emergifncia de
sociopolíticos, descu~andoos resultados das avaliaçoes cuidadosas e cientifiq- novas formas de legitimidade do Estado. Assim, o poder p~líticoprocura outras
mente bem fundamentadas. dimens6es de legitimção - entre as quais a ciencia -, sendo a avaliação um dos
Foi neste cantexto que os anos 80 viram crescer a tentativa de combinação. seus hstrumentos: "Aavaliação formal é, assim, uma nova forma de autoridade
dos paradigmas anteriores, aproximando actores e deeisores numa procura prag- . cultural, autoridade cultural essa manifestada na probabilidade de que as suas
mática d;i efidcia. Curiosamente, as criticas aos vários modelos de avaliação não descrições da realidade e os seus ajuizamentos de valores prevale~amcomo váli-
fazem esmorecer a sua importância pública e política; antes pelo conrrãrio, assisre- dos, dificuldade que 6 crescente nas sociedades com valores tão diversificadosn3.
-se % genemkaqão da obriptorieliadeda avaliagão na maioria das programas sociais . No campo profissiond, a avaliação opera numa sociedade altamente
e a uma exigência crescente de independência e de competência aos avaliadota. especializada e com uma crescente especializaçiío da mão-de-obra e emerge
A administraçào pública nacional, mas também os vários organismos i n t e ~ como uma ciência multidisciplinar lidando com diferentes tradições, que vêm
nacionais, não cessam de fazer crescer a obrigatoriedade da avaliagão científica das diferentes disciplinas que informam os avaliadores. Hoje legitimada, a avã-
na maioria dos programas europeus ou internacionais e abrem mercado a esta liação procura uma cultura profissional, o que exige que o seu quadro de
ãrea de intervenção. referência e as técnicas utilizadas sejam validados pela comunidade de pares
' A primeira revista de avnliaçào, a Euahcation Review, iniciou-se rtn 1976 e seria o arnuto da 3 House, Ernest R., Professional Er~alucirion.Social Impact and Political Consequences, Londres,
diversidade de perspectivas presentes
Sage. 1993.
180
e Processos rle Uma Sociologia de A q d o
f;zi~~clnmentos
3, A a v d h ~ i i op d c i p a t i v a
Encontramos, hoje, t&s origens diferentes na avaliação de projectos saci
Par um lado, a história dessa procura de eficácia que vem por via dos enco
dadores desde meados do século. Em segundo lugar, a "modernização"
olhar por via da "avaliaçãodas políticas piíblicas", que acrescenta a e s s ~
de eficácia a necessidade de transparencia e de reforço da democraticid
actividades públicas. Finalmefite, um terceiro desenvolvimento, muito
ngvas tecnicas, advém do d e s e n v o l ~ e n t oda "avaliação de impactes so
resultantes da crítica à "avaliação de imptctes ambientais" por esta descu
anáiise dos impactes sociais nos projectos ambientais.
É neste contesto de evolução de há já quase um século de práticas av
tivas no campo da aeçào social que se poderá dizer, de forma genérica, que
experiências de avalia@to actualmente existentes confrontam diferentes "g
g&s" on "paradigmas de avaliação" que vão da "avaliação tecnocrática" à, "
liação processualn e, finalmente, à "avaliação participativa" dos nossos dias.
A avaliação tecaocrática era concebida como um instrumento de a p k
cão sistemática, destinado a verificar o grau de coincidência (ou de desvio) dos
resultados face aos objectivos propostos e a eficiência na utilização das recu
disponíveis. Este tipo de avaliaçào, sendb de grande pragmatisrno e de maior
facilidade operacional, não se preocupava com os processos que permitiam ches
gar a esses objectivos. Era uma avaliaçào sobretudo orientada para os decisos
e largamente decidida "de cima para baixo", pelo que mereceu reludncia d?i
parte dos interventores.
A avaliaeo processual pretende contornar essa lacuna; mais do que de:
terminar o desvio entre objectivos pré-definidos e resultados, visa dotar o pro-
cesso de um dispositivo de auto-regulação alargada, tendo e m conta os
diversos tipos de actores implicados e o conjunto de vari9veis pedinentes, a '
I 8.3
Fundamentos e Processos de Uma Sociologia de Acção
PESQUISA AVALIAÇÃO
Motivaçào do investigador Curiosidade científica Soluçao de um problema
Oblectivos da investigiio Conclusões Decis6es
Papel tla explicaçiio Explicações leis, verdade íkscrições. valor
Autonomia do investigador Grande Fraca
Direcn
5. D e n n i ç ã o e funções da avaiiação
Avaliar é sempre comparar com um modelo - medir - e implica uma
finalidade operativa que visa corrigir ou melhorar. O padrào ou modelo a partir do
qual se avalia é, em última instância, um valor de referência que, numa situação de
Fitnciame?zt»se Processos cle Uma Sociologia ACCNO
Funqões da avaliação
Assim, a avaliaçào tem, pelo menos, quatro funcòes principais:
- de medida;
- de utensílio de apoio h tomada cle decisào;
- de processo de formaçào;
- de aprofundamento da democracia participativa.
- Ser confundida com O controlo administrativo que tem por fim verificar -
:Lconcord2ncia das acçòes com as normativas institucionais.
_ _ _ _ - _ - _ _ - _ _ _ _ _ _ _ _ _ - - - - ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - 4 - d - - - -
A A v A U A ~ OEXPERIMENTAWPELA INVESTIGAÇÃO
VANTAGENS: Objectividades.
Capacidade de generalizaçào.
Credibilidade pública.
Figura 12
MOMENTOS DE AVALIASAO
Nem sempre é chra a distinc;io que C feita entre tis :ir;ili;iqòes de objectivos, de resiiltados e .,
de iinpdcicres. Conside~d-seaqui: a avaliaçào de objeçtiros coiiio ;i ;ir;ili;i@o tios objecriutis do pro- .='
% 2
jrcto: a ava1i:rçio de resultados como a nv.iliução de rfeitos mio previstos.
A Az)altaçào de Um Projecto de Interuençào
"esse .uentido, a avaliafao de impactes estb muito próxima da avsliafão por objectivos.
Eilndumentos e Processos cle Utna Sociolocqlude Acçdo
a) Apreciação da adequação
O projectolprograma adequa-se ao contexto do problema e da sim
sobre o qual se pretende intervir? Trata-se de um projecto coerente na sua con
truçào interna?
b) Verificação da pertin2ncia
O projecto/programa é justificável no contexto das poiíticas e estratég
do organismo, serviço, etc.?
C ) Apreciação da eficácia
Em que medida os objectivos foram atingidos e as acções previstas fo
realizadas?A análise da eficácia ê particularmente importante quando h5 inte
se em comparar programas ou testar novas formas de intervenção, Numa ópti
global na avalia$ão da eficácia deve-se perguntar:
- se as necessidades (em termos de objectivos no início e no fim da for
r301 foram satisfeitas;
- se os meios utilizados foram adequados, pertinentes e suficientes;
- e se os beneficias (em termos de objectivos no fim) esperados fo
realizados.
A eficácia pode ser medida em termos quantitativos e qualitativos, pÓi
d) Apreciaçào da eficiência
Os resultados confrontadas com os recursos utilizados correspondem ao
seu emprego mais económico e satisfatório?
Os indicadores mais frequentemente utilizados çào:
- Objectivos atingidos
Recursos utilizados
- Actividades realizadas
Recursos utilizados
- Objectivos atingidos
Actividades realizadas
- Recursos utilizados
Recursos previstos
ANÁLISE DE CUSTO-BEFIEE~CIO:
- Custo total
Número de indivíduos abrangidos
- Custo total
Por tipo de acgões
Etc,
De forma gráfica, os arributos de eficâcia e eficiência podem ser analisa-
dos no gráfico seguinte:
Figura 13
ESQUEMA DE AN-E DA EFIC&CIA E DA EFIC&NCLA DAS ACÇÕES
Fonte: MÉthodologie pour I'Évuluation rx-post cles Progrnmmes Opiiationnels Financés par le FSE.
fi~ndamentose Processos de Uma Sociologia cie Acçào
e) Apreciacio da equidade
Hoje as pesquisas sobre a eficácia/o rendimento levam a uma reflexão
sobre a dimensào social dos investimentos, quer dizer, a equidade. Nos últimos
anos, o conceito de equidade entrou na avaliação dos organismos internacionais,
mesmo dos mais centrados nos aspectos económicos (Banco Mundial, por exem-
plo). A vontade de acompanhar a pesquisa do rendimento do investimento com
a justiça social explicaria o interesse crescente pelo conceito de equidade.
A equidade faz referência:
- à distribuição e à repartiçào dos recursos entre os indivíduos e os grupos;
- à noção de justiça social.
Os objectivos, a definição do grupo-alvo, a distribuigão dos recursos au-
mentaram a igualdade de oportunidades ou geraram (agravaram) novas desi-
gualdades?A equidade apela à igualdade de oportunidades, não apenas ao nível
do acesso a bens e serviços, mas tanibém ao nível da capacidade de cada um
para gerir as suas próprias oportunidades.
I?Apreciaçio do Jmpacte
Na apreciação do impacte deve-se procurar determinar em que medida se
obteve uma melhoria da situaçào. É semelhanteá eficácia, mas mais complexa,
dado o maior ntimero de factores InternedenteS.
i. EFICÁCIA
- cla ordem do pretendido;
- da relaçiio entre saídas (efeitos obsen7:idos) e entradas (efectivos o11
objectivos declarados).
A Aualfaçao de Um Projecto de Intervenção
2 -~CIÊNCXA
- de ordem programática;
- relação entre saídas (efeitos observados) e entradas em termos de recur-
sos mobilizados.
2.1. EFICIÊNCLA INTERNA (efeitos internos ao sistema)
i) de natureza quantitativa, se as saídas e entradas ssâo de natureza quan-
titativa;
Exemplo:
- relação entre o número de diplomados e as despesas de pessoal;
- relaçào entre o número de repetências e o pessoal de enquadramento.
t;irndamentos e Processos de Uma Soc~ologzade Acgdo
3. EQUIDADE
- de ordem da édca social;
- nível de oportunidades de aceder aos diferentes benefícios
sistema educativo.
3.1. EQUIDADE S~CIO-ECON~MVIICA DE ACESSO
Exemplo:
- número de inscritos por sexo, origem, naturalidade...
3.2. EQUIDADE DE CONFORTO PEDAGÓGICO
Exemplo:
- repartição dos estudantes nas instituiçòes de conforto pedal
cursos quantitativa e qualit;ativameníediferentes) segundo a idade, o
5 3 . EQUIDADE PEDAG~GICA
Exemplo:
- afasiamento uu pre-teste pars :kveriguur se entre o terqo su
terqo inferior de um grupo de idade determinada as distâncias se aprc
se distanciam com o tenipo.
A Ar~uliaçùode I/m Projecto de I~,itervençuo
' C, Nicholas T~ylore o~itros,1995, renum rlabor~rUIIYJ estmtuci hindamentada de uvuliaqAo dos
i t i i p ~ t e 'iociiiis
i (SL4 - Social Impuctz.L~essmenl).Ver Tdylor, C Nicholas, Bryan C. Hobson e C;<x>tlrich.
Coiin. S c ~ c r f i / . i ~ ~ e ~ . Theoty.
~ i n e n tPmce.Fs
~ G Tecbwiqires,N o v : ~%el3ndia,'i'nyior Baines & Assoriates, 1995
F~ttzdamentose Processos de Uma Soccrlogsa de Acçào
204
A Aualiaçiio de Um Projecto de Ivzteroençao
Como fazer?
Porquê avaliar?
Avaliar 8 apreciar e ajuizar de forma rigorosúa, lhgica e coerente, ó estado,
a evolução e os efeitos de problemas, accòes, dispositivos e organizaçães '
sobre os quais esramos a intervir. A quem poderi isso interessar? Quem
vai usar essas informaçbes?
I
Como avaliar?
Há duas características-base dos processos de ;ivaliaçiio; de resto, os m 6
todos sáo todas legitimas: devem ser dinâmicos e participados.
Uma avaliação dinâmica implica a programação ex-ante da avalia@o e a
constmçâo de utensílios de "avallaqào perminente", de forma a tornar-se
um instmmento de orientação das acgxs e de comunicaçiio entre os inter-
venientes. Ac@o e avaliagão estio intimamente ligadas.
Uma avaliaqão pavtl'cipada garante uma melhor ueilimç30 e eficácia e é
um insmmmto de dinwmizarao e de consciencializaqJ~.Torna-se neces-
srlrio associar quer os beneficlárim da acçio, quer os actores decisores e
financhdores.
Mas n&a se esquep de que um tal trabalho s6 pode ser realizado se f ~ r
baseado em informaçòes numerosas e fiáveis.
Concebida desta forma, a svaliaçâo 6 um instrumento fun&arnental de in-
vestiga@~-acçiio,de apoio 5 decisiio, de comunicaçio, sKm de um b t r u -
inento pedagógico fundamental.
(continuaqào)
DOCUMENTOSDE UM PROJECTO
resolvr r
3. ~ ~ i . nprimeira
a dos agrntrs ínrcressados na concepr&>*
identific;,~?~ n,
execuq3u e n o financi~mentndo prnjrct(7
dos r~yectirosglnhis e resultados eiptra&,\
o fin:didatl~~.
4. Defin i ~ ã tlas
5. Icjentificaçaa clos grupos a que o prcijccto se destina
6. Definiçzio gencric:i clris metodci2ogi;is :I utilizar
7 . Estimativa d;is principais contlici)ec que permitirão o exito do projçcin
R. Definido do Brnhito temporal e geogriifico e m que decorrer5 o projecto
D. PLANO DE AVALIAÇAO
O plano de avnliaçio deve conter:
1. Indicadores cle avaliaçso de execuçio e de impacte
2. E~tah~elecimento clos instruinentos cle avaliação
3. Clarificacio dos viirios parricip:intes da avaliaçào
4 . Calendirio da avali:iç5o
j,Estudo da forma de divulgaçào tios resulmdos <lii avaliaç80
EXEMPLOS DE APOIO AO
Prnccdinrentos:
O 1 Ap6s o levantamento dos potenciais interessatlos no projrcr<i,este%s:ifj
con~-ocndwpreviu mente. sendo-lhes indicada a ordcm tle r cihalhos e o pr»cc1%-
$0 de el:~bacàcrdr? cliagn6stico que se pretenrle stiguir;
I
I Fon:eí
,
I
1,il;t~gemdoqiie (Fontes Facro::
çon lieccrnas: 1
I
I
Pmrplíi?nenlos dn se,qrtnda mfl?iGo:
1) C ~ d nqual panilha a inforrnaçgo recolliida;
2) 0 sintetiza nos quadros os principais indicaclores (qGmtitaii-
vos e qualiiativos) fornecidos pelos presentes;
3 ) 0 gmpo clanfica0 s principais problemas/necessidades sobre quais
o proiecto i ~ incidir
i e divide-se em subgrupos, cada um com um ou dois desses
problemas, devendo traçar no máximo trCs objectivos centrais e três acçòes que
considere inovadoras nesse campo. Deve-se escrever em folhas de papel colori-
do com marcadores, reservando uma follra separada para cada objectivo (cor
verde) e uma folha separada para cada acqão-inovadora (cor azul).
4 ) O gmnde gnipo socializa a resultado. O animador coloca as folhas com
os objectivos e as acções inovadons (colndas com cola ou fita adesiva) no qu3-
dro anterior de síntese 2 frente dos problemas seleccionados - ou num novo
quadro onde assinalou os problemaslnecessidades detectados, enquanto os
suhgrupns mhalhamm.
5 ) I'ode-se ainda proceder à votaçâo dos prindpais ou princi-
pais inovadoras. A votaçào pode ser de braço no ar ou através de cola-
gem & autocolanres de cor (sào distribuídas três a cada um dos
pnicipantes e estes devem *votnrncolocando-as frente da nc@o que conside-
ram mais inovadora, podendo colocar os três autocolantes na acção que consi~le-
ram mais inovadora OU distribuí-!as conformeentenderem).
6) Panillia-se a informacio resultante da votação e os objecti-
1.0s das fases seguintes.
Grande parte projectos tem por Conkxto comunidades locais Um
:onhecimento tão exaustivo quanto pos~íiel dessas comunidades 6 uma base
indispensável para o projecto. Por isso. 6 indispensável a realizaqao de um e i u -
do prévio que organize, infapretativmenre, as vánas informaçòes disponíveis.
Esse estudo prévio - ou pé-diagnóstico, OU ainda diagnóstico inicial - irá sendo
à medida que se for clispondo de mais inclicacòes.
Come«. por oqnnizcrr um:I ficha por nctor com 0.7 se~lrinfes ele?neflfQs:
- nome d:i insiit~ii~?to/'do m o r e conracto;
- ohir~ivor;da institui@o/do iictor;
- cntiipo de i n l e ~ e n c izona
~ : geogrifip~, sectores de ailiv ida&, especifi-
cidatlr do ripo de inte~enqao
- inçios de intenrcnçio: humanos* materiais, financeiros
- re13q30 com outras estrut~ims
- rrsiimo das nccòes desencadeadas resultatlos
- esstratepias a curto I. meio termo
- W S S M <(O p ~ 0 i w t 0que rem conlacios
p~rmiic.umhérn. iecolhcr clrmeflki* para o diagnfisljco c
ti, wiifjcir <liqii<,-
njhilidade.i para apviar a inierven@o, 1
PROGRAMA PRÁTICO
Ffol&n,pn{o,~P P ~ o c ~ s sd~~ .Uma
~ SQC~~~
deQACÇ&
R~O
3.' fase - ~ c f d ~ ã
deoprionhdes
s dos- problemas. escolha pelo menos cinco
- Depois de ter resumido a l g ~mm~leramente
n. a $relhlha>.e rente embelecer
'mcrmo que nAo i , .
R. Organize um calendário
F~GIum ca1end:irio numa Tollia B pane usando um;i linlia chein (-1 ou
Lima cor par1 inclicar a dunc3o dns tnrefas que requerem tempo prolonpndo. e
uma linha traceiada (---) ou uma cor mais clara para as tarehs de prepsfl~5o.
(Veja exeinplo enl anexo.)
Verifique as tarefas estio realisticamente djstrjbuí~la!:no tempo; se fl:io*
faia a correcyào.
~ ~(.'?na
fifndd n p n tos c ~ r o c e . dc ~ $ . S [ I C ~ C , ~iaQ ~de
~ AGÇ~~O
PREENCHIMENTO DA FICHA 1
ITEM - Coloque toclos 0 s itens ~ohreOS quais vai ter despecas Ex
i
f
dores: monitores; telefone, etc.
' forma-
L . I .
1 PREENCHIMENTO DA FICHA 2
- coordenador
- Tecnicos/forrnadores
'Pessoaladministrativo
S E ~ ~ ~ ~ ~ f ~ n O
DESPESAS GERAIS DE ORGANIZAÇÀO E
' + S C i
ficha anterior*
TO^^^^ - Some 0 s custos dessas mhricr
' 'em o seu orçainenlo.
trcs mlunas 'tor:il: orça-
"h: Se fornecessário poderá d ~ d 0 ~ ~ ' ~
)
" e n t ~ dr,
proiecto/~rcamentodos p,lrceiros/ TO'"'-
i
i
ORÇAMENTO - FICHA '
.
N 1
ANO
Í
ANO
8.Vase - Avaliação do projecto
Pretende-se qiie neste momento inicie a org:inizaçào clíi avalhç3o para o
seli projecto, tendo como referência ns indicações que se scgniein.
PROJECTO
Desde jl ter6 de colocnr e, simultaneamente, responder às seguintes quest6es:
Porquê avaliar?
Avaliar C. apreciar e ajiiizar tle forma rigorosa, lógica e coerente, o estado,
a evoluç.io e os efeitos tle problemas, acçòes, dispositivos e organizaçóes sobre
as qusis estamos a. intenrir. A quem poderá isso interessar? Quem vai usar essas
inforrnaq6esl
Como avaliar?
[ AREAS PHORLE~UTICAS
' Icrin5itmdo tln quadro dc rrfergncia <Ia avalia601
j IrnR\T.JTENTI-S
1 Akitrrav;iUncàn
1 Avalia~.iaexterna
1 Fnr~nasrnísws de avaliaç30
Ir- /
TFMPORALIDADE
Fxdriie ; Dn - ~ o*?Ri ; EI:-~FI
f i - n n i c + E~-port
~
1 lntenctiva
I Dempcnho/Rcsii hados
An:ilises cpimp:itntivas
\ hn5lius bngirudlnais
] rie ci~>reruaq~n
P~IM~IS
p~xf7mcnrnqio
Y RC)DT..TQS
Kebrhrios
j F<irnin~;'iri
I Rc11niin.sdc dclxitr
I hrlas
1-Raub
----- dc darlryq
Adiipr:ic!r> (Ir- c a p P l
in r Prriricuf, n ri ~2 2 7
Pml)l~m~.< ~ ItJOf' ~ ' ~ J O orIr:iilri
g <In i Ant,
~ ~ I>iriu~ll.
irli ~ :
-. 3
hpn~\~c~Icc~,
s~' c(iii**r, p:ich:icclnktniir 0 s sctia
tlLI:i tlin scb~iiintr jndinl<lorrs
;l\~;lll:l(-;\th
N:I I"imfFlmc'oltrtm tastfio0 s rriil(rii>srle :ivaliaqfio <Irqiie f..il;~i~~ose qiie
rsl;ln n~wuinirlosn:i scbgiinrl:ir.riliin;i, Ptxlt* :icrPi;ccnt:i r oulros cririlriol;.
N;r Irwlrnfwi c í i l i i ~ ~ rqonstrii;i
rr indic;~clnrcsde w n l i:iç;lo.
N:i qirnr?rc crilir na c.x pl iciic como v:i i rcwllicr esses in<lintlorrs.
N;i clii(,iln ecill~nnrscrcbv:i qtirin v:ii cst:ir t~nvolvitinnrssn nv:i[is~90.P:lni-
in<istio pdnc(p\o tlp qiic iuma avnli:i<*Aop:~rticiprd:i.
N:, ,fp,TitI c o / i , ~cshibelcq:i
~r~ 0 nioniento cin que ~ irecolheri cxq infomfl~lu-
BIBLIOGRAFIA
GERAL
Introdugiio .................................................................................................................. 9
1. Genese e campo da sociologia de intervenc;áo ................................................10
1.1. Uma origem histórica sem integraçào: da clínica etnológica
ã intervenqiào social ................................................................................10
1.2. Antecedentes de uma sociologia de intervençso - entre a clínica
individual e a intervenção política .......................................................13
2 . A intervençào sociológica na actualidade ...................................................... 16
.
1. Organizafio da equipa de avriliaçiio: auto-avali:icio e :ivaliliçrio externa .... 175
2. Históriri d:i av:iliaçio: evoluçào dos paradigmas de :ivaliaçPo ..................... 177
F~rnclarnentose Processos de Umn Sociologia cle Acçdo
ANEXOS
.
1 DOCUMENTOS DE UM PROJECTO ................................................................ 209
.
2 EXEMPLOS DE APOIO AO PRÉ-DIAGNÓSTICOE AO DIAGNOSTICO ...... 713
.
3 PROGRAMA PRÁTICO ......................................................................................223
BIBLIOGRAFIA .................................................................................
...,... .243
~NDICE....................................................................................................... 251
-*os pi15rrtiiposiania&diW neste Ihrrode la-bcs
em de que agm w publica uma rcynda ediq80
I