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A P R E S E N T A Ç A O ....................................................................................................... 9
i :
P R E F A C I O ............................................................................................................... II
-
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. PARTE I - A A N A T O M I A E A E S C U L T U R A D E N T A L ...................................................................13
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I
. . ...
C o n c e i t o e I m p o r t â n c i a Interdrsciplinar ............................................................................. 13
2 Caracteres Gerais dos Dentes ....................................................................................... 14
.
2.1. Conceito ecaracteres anatómicos ....................................................................................... 14
2.2. Funções e localização dos dentes ......................................................................................... I6
. .
2.3. D i r e a o n u m e r o e dimensão o e .................................................................................. 18

PARTE II- A E S C U L T U R A D E N T A L .................................................................................... 19

I O Desenho dos D e n t e s ............................................................................................... 19


1.1 Formas e dimensões ..................................................................................................... 21
.
2 M a t e r i a l e U s o d o I n s t r u m e n t a l para Escultura ...................................................................... 26
2.1. Tbcnicas e fases da escultura ............................................................................................. 31

.
PARTE III O S CARACTERESANAT~MICOSE A ESCULTURA D E N T A D O S G R U P O S D E N T A I S ................... 33

I
..
Incisivos Superiores ................................................................................................... 33
1.1 Caracteres anatómicos ............ 33
1.2 Incisivo central superior ................................................................................................. 33
1.3.Incisivo lateral superior .................................................................................................. 35
1.4 Exultura dos incisivos superiores ........................................................................................ 37
2. Incisivos Inferiores ................................................................................................... 38
2.1 Incisivo central inferior ................................................................................................. 38
2.2 Incisivo lateralsuperior ................................................................................................. 39
2.3 ~~~~l~~~ dos incisivosinferiores ........................................................................................ 41
3 Caninos Superior e I n f e r i o r .......................................................................................... 42
3.1
. .
Caracteres anaromicos ................................................................................................ 42
3.2 Caninosuperior ...................................................................................................... 42
3.3 Canino inferior ........................................................................................................ 44
3.4
. . .
Escultura dos caninos superior e inferior ................................................................................. 45
4 P r e Molares Superiores ............................................................................................. 46
4.1 Primeiro prb-molar superior ..................................................................................... ....... 46
4.2 Segundo pr6-molarsuperior ............................................................................................ 48
4.3 Escultura dos pré-molares superiores ................................................................................. 49
5 P r 6 Molares Inferiores .............................................................................................. 50
5.1 Primeiro pré-molar inferior ............................................................................................ 50
5.2 Segundo pre-molar inferior ............................................................................................. 51
5.3 Escultura dos prb-molares inferiores ................................................................................... 53
6 Molares S u p e r i o s e Inferiores ......................................................................................... 55
6.1 Primeiro molar superior ............................................................................................... 56
6.2 Segundo molar superior ................................................................................................ 57
6.3 Terceiro molar superior ................................................................................................ 58
6.4 Escultura dos molares superiores ....................................................................................... 58
6.5 Primeiro molar inferior ................................................................................................ 59
6.6 Segundo molar inferior ................................................................................................ 61
6.7 Terceiro molar inferior ................................................................................................. 62
6.8 Caracteres diferenciais entre molares superiores e inferiores .............................................................. 62
. .
6.9 Escultura dos Molares inferiores ........................................................................................ 63
A P R E s E N T A Ç Á O

0 ensino da Anatomia e Escultura Dental não pode limitar-se à apresentação dos variados e complexos
conhecimentos teóricos que. mais diretamente possam esclarecer a sua estrutura. constituição e forma. absolutamente
necessário ministrar aqueles conhecimentos dentro da prática requerida, relacionando-os com os propósitos da Anatomia e
Escultura Dental.
O estudante de Odontologia. nos seus primeiros passos. não deve limitar a sua ação a observação teórica,
paciente e conscienciosa; precisa também orientar seu estudo e análise a prática. de modo a obter pleno domínio no manejo
do instrumental.
O livro, que após vários ensaios, agora se completa. traz a vantagem de reunir orientação técnica e prática através
do desenvolvimento de metodologia adequada e de sintetizar conteúdos dispersos por variados manuais. que devem ser
observados e seguidos durante a escultura dental.
Como o estudante de Odontologia náo pode aprender apenas pela frequsncia as aulas e através de trabalhos
práticos. há necessidade de um livro onde se encontre exposta. com maior ou menor desenvolvimento, a matéria versada, a
fim de completar os seus conhecimentos com o que, por vezes, ficou por dizer nas aulas. fixar melhor o que se Ihes ensinou
e relembrar - quando, mais tarde for chamado a exercer suas funções profissionais.
Este livro tem. portanto, a finalidade de ser um guia, não só para o estudante que precisa habilitar-se. mas também
para profissionais da área.
Assim, graças ao plano de estudo que ora se propõe, este livro pretende duplo objetivo: proporcionar a aquisição
rápida de noções de Anatomia e Escultura Dental e facilitar a sua revisão.

Londrina, janeiro de 199 1

Odila Santiago Eugênio


U m a obra didática literária tal qual se apresenta Anatomia e Escultura Dental, da professora Odila Santiago
Eugenio, da Universidade Estadual de Londrina se desenvolve, basicamente. em razáo das dificuldades encontradas pelos
estudantes de Odontologia ao se depararem com disciplina tão especifica já nos primeiros momentos de seu caminho
universitário.
Esse livro é fruto da experiência da professora Odila ministrando aulas nas disciplinas da área de Anatomia
durante trinta anos.
Notando as dificuldades enfrenadas por estudantes e professores, a autora alia a teoria a aspectos páticos da
Anatomia enfatizando as técnicas da Escultura Denml, ressaltando assim. o conceito e a importância interdiscipiinar para a
atuaçáo dos profissionais de Odontologia desde o inicio de sua formação.
Anatomia e Escultura Dental desmca-se principalmente pela forma didática com que aborda a estrutura da arcada
dentiria expondo os caracteres gerais dos dentes, quanto aos seus aspectos anatômicos, suas funções e t a m b h sua
localização. diregáo, número e dimensão.
impecável n o ensino prático da escultura quando detalha formas e dimensões dos dentes em desenhos
cuidadosamente traçados para melhor identificar o correto material e uso do instrumental para desenvolver as técnicas de
esculpir dentes e o estudo de cada uma de suas fases.
A terceira parte esclarece ainda mais, as técnicas da Escultura Dental. Aqui são abordados os caracteres
anatômicos e a escultura dos grupos dentais, dividindo-os em incisivos superiores. incisivos inferiores, caninos superior e
inferior, pré-molares superiores. pré-molares inferiores, molares superiores e inferiores, enfocando todos os aspectos gerais
já tratados de forma especifica e direcionada, obedecendo a estrutura de cadagrupo e cada dente.
Anatomia e Escultura Dental não vem preencher as lacunas na literatura da área Odontol6gica. mas certamente
vem somar a outras obras que resulmram de experiéncias tão competentes quanto a da professora Odila no trabalho e
dedicação do ensino dessa matéria aos integrantes do curso de Odontologia.
Dessa forma, acredito que seu livro terá grande receptividade entre profissionais da área. uma vez que Ihes
garante acesso facilitado e compreensivo de conhecimentos tão indispensáveis h profissáo do odontólogo.
Como ex-aluno da professora Odila, conhecendo de perto seu trabalho. e hoje como professor na cadeira de
Ortodontia. nas Faculdades Integradas Norte do Paraná. UNOPAR. sinto-me honrado em indicar seu livro. compartilhando
com os demais profissionais. o meu entusiasmo por este trabalho que, ao meu ver. enriquece o acervo literário dos
acadêmicos de Odontologia.

Valtercides Alves M o r e i r a F i l h o

C.D.
L PARTE I ANATOMIA E ESCULTURA DENTAL

I. Conceito e Importância Interdisciplinar

A história da Anatomia Dental circunscreve-se às mesmas condições evolutivas da Biologia e da Anatomia


Humana. Percorre o mesmo itinerário e sofre os processos comuns da evolução e transformação de todas as ciências.
. ~
O que se sabe com exatidão é que em 1755, em Londres,]ohn Hunter - cirurgião e anatomista - fundou a cadeira
de Anatomia Dental, dando inicio efetivo ao estudo científico das estruturas funcionais do sistema dental e do aparelho
L

mastigador.
.~,
Diversos têm sido os conceitos formulados ao longo do tempo. compreendendo hoje a Anatomia Odontolbgica,
-. um dos mais importantes ramos da Anatomia. humana e comparada.
Em seu sentido etmologico, a Anatomia Odontoiógica corresponde a:

a n a t o m e = ação de cortar. dissecaqão;


odonto = dente; e,
logos = Estudo:

ou seja, a ciência de dissecar, de dividir os dentes e estudar a estrutura e as relações do sistema dental e do
aparelho mastigador.
Nesse sentido. Figún e Garino explicam que "a Anatomia Dental enfoca, como ramo da Biologia , o estudo e a
organizaçoo do dente, como entidade isolada e como integrante do sistema dental e do aparelho mostigador" '.
Asseveram. também, esses autores, que embora "a Anatomia oparente ser uma ciência descritiva, estdtica, a Anatomia
dental frequentemente escapa de tal preceito, diante da necessidade de explicar, com o conhecimento do mecanismo dos fenômenos
em que ela intervem, qual é a razáo da existência da estrutura do dente".
Isso explica e justifica a importância multidisciplinar que tem a Anatomia Dental pelo seu objeto, ou seja, o estudo
do dente. quer em sua forma isolada ou constitutiva do sistema dental.
C o m profunda inter-relaqão disciplinar. concorre simultaneamente com outros ramos da Odontologia, situando-
se conforme mostra a Figura I.

Microanatomia
FormasZo dar Ertruturar
T

L*plica@o anatomica dar diferentes relacÕer entre or denter.com rintomatologia.e*olu~áoe


pmgn6rticor diwrrar.
Radiologia A Para fins de diagn6rrica e utilim@o de tecnologia adequada

1 Ortodontia / k ~ a a de produzir o alinhamento normal dor dentes


r fins I
Próterer Para finr de reconrtrucão do arco dental e rua rignificacão ertetica e funcionai.virando a repori@o de
dentes ausentes.
Cirurgia +Para fins de reconhecimento e decirlo do tipo e tecnica de anerteria e ria de abordagem dar
estruturas dentais
Dentirtica T Para finr de rertaruação dor dentes
A
I LOdontologia Legal 1 b ~ p l i c a ç ã dor
o conhecimentar odontológicor à rervico da j u r t i p 1
.~ -
Figura I Da anatomia dental e rua inter-relaçáo disciplinar

( i ) FIGUN. M.E. 8 GARINO, RR Anatomia Odontoiógica Funcional e Aplicada. Trad. de Carlor Landucci. Hélio
ANATOMIA E ESCULTURA DENTAL

Sob quaisquer aspectos - biológico ou clínico - o conhecimento e estudo da Anatomia Dental é primordial e se
constitui como parámetro e embasamento para as manobras realizadas pelo odontólogo; ou. como asseverou Della Serra: "a
Anatomia dental oferece, o qualquer ramo da Odontalogio Clinico, detolhes moiores ou menares, porém, todos fundamentais na
verdadeiro base de uma ciência essencial e imprescindivelpara os que tém consciência do sua responsabilidade social e profissional" '.
A o lado dos estudos de Anatomia e Moríologia Dental, as técnicas e metodos de Escultura Dental tiveram seu
inicio efetivo. As pesquisas e atividades da Escultura Dental também relacionam-se direramente a Anatomia Dental como a
Dentistica Restauradora. Sua importância de grande reconhecimento no passado. e cada vez mais na atualidade. residiu no
reconhecimento das caracteristicas morfológicas e anátomo-funcionais dos dentes, visando a sua adaptação as condições
individuais.
Sob o aspecto técnico-cientifico a Escultura Dental evoluiu da simples escultura a escultura funcional utilizada em
nossos dias, com bases maiores e mais seguras do conh:ecimento do dente e de suas caracteristicas fisico-químicas.

2. Caracteres Gerais d o s Dentes

-
2. I Conceito e caracteres anatômicos

Diversos têm sido os conceitos formulados sobre os dentes; porém, todos os estudiosos são unânimes em admiti-
10s como um órgáo, devido a sua constituição, na qual participam tecidos diferenciados.
Entre as definições e conceitos concorrentes de moríologistas. anatomistas. histologistas. embriologistas. zoólogos
e filósofos naturalistas, a que melhor e mais atualizada se apresenta é a de Figún e Garino: "brgõos duros, pequenos, de cor
branca amarelado, dispostos em forma de arco em ambos os moxilares que compóem em seu conjunto o sistema dental" 3.
D e igual forma, poder-se-ia definir o dente como órgáo o u massa dura de tecidos calcificados, de coloração
esbranquiçada. fixado nas cavidades alveolares das maxilas e mandíbula, dispondo-se em fileiras.
Essa concreção dura que guarnece as maxilas do homem e de outros animais, quando desligado de sua cavidade
alveolar, apresenta três porções distintas. conforme dispõe a Figura 2.

Oclusal Borda Livre

( colos: Clínico (I)


Anatarnico (2)

-
Figura 2 Dor caracteres gerais dor dentes

(2) DELLA SERRA. O. Anatomia Dental. 2' ed., Ed. Cientifica. Rio de Janeiro. 1959. p. XVIII.
(3) FIGUN. M. E. 8 GARINO. R. R. op. cic.. p. 236.
ANATOMIA E ESCULTURA DENTAL

Essas porções indicadas na Figura 2, são portanto, definidas como:


a) Coroa: é a porção visivel do dente. quando implantado no alvéolo. coberta por esmalte. de forma cúbica;
b) Raiz: é a porção do dente que se acha fixada no alvéolo. revestida por um tecido duro e amarelado, o cemento; e.
c) Colo: é a porção entre a coroa e a raiz. na linha que separa o esmalte da coroa, o cemento da raiz.

- -
A Figura 3 - primeiro molar inferior evidencia que os dentes são comparáveis a um prisma, que vale dizer, pode
r
ser dividido em dois. O prisma superior ( I ) corresponde a coroa e. o inferior (2), à raiz. O número 3 indica a linha de
demarcação dos tecidos periféricos - esmalte (coroa) e cemento (raiz) - o u seja. o colo, que além de estabelecer
características individuais. é a porção que sofre sensiveis modificações de um para outro dente.

I I
Figura 3 -Primeiro molar inferior e a forma denral

Quanto a localização. faces e contornos de cada dente relacionados aos demais no arco dentirio. há uma
nomenclatura especifica de grande importância que deve ser conhecida, compreendendo:
Face vestibular C/): -5 a face do dente voltada para o vestíbulo. ou seja. para o espaço compreendido entre os
lábios. bochechas e arcos denrários.
Face lingual (L ou P): é a que esti voltada para a cavidade bucal propriamente dita. em contato com a lingua
Nos dentes superiores pode ser chamada palatina, lembrando o pálato.
Face rnesial (M): é a que esti mais próxima a linha mediana, ou seja. a linha imaginária que divide o indivíduo em
duas porções. uma direita e ouua esquerda.
Face distal (D): é a oposta a mesial. mais distante da linha mediana. As faces mesial e distal são chamadas no
conjunto de proximais.
Face oclusal (0): é a face do dente que se toca com a do dente antagonista quando se fecha a boca (oclusão
dentiria).
Face c e w i c a l (C): a oposta à oclusal. É uma face virtual situada entre a coroa e a raiz. e que só se torna real
quando seccionamos o dente transversalmente na região do colo.
Cúspides: proeminência ou ponta de esmalte de forma piramidal situada na face oclusal dos caninos, prb-molares
e molares.
B o r d a ou aresta: é o limite entre duas faces contiguas ou a intercessão de dois planos que formam um ângulo
diedro (Ex.: borda mésio lingual).
-
Angulo: e o ponto de encontro de três faces ângulo triedro (Ex: ângulo mésio-linguo-oclusal).
Sulco p r i n c i p a l ou Intercuspídico: é um sulco de sentido mésio-distal. ponto de convergência dos planos
inclinados oclusais das cúspides. separando-as.
a
- ANATOMIA E ESCULTURA DENTAL

Sir!c~>r r c i n d a r ~ oz ,. a c c < ~ o r i oãera!mente


. situado sobre as cúspides, mais ou menos paralelos as arestas axial
.. .- ,

C r i i i a o u r r b o r d o marginal. cmin6ncla de esmalte. cilindróide. de direção vestibulo-lingual nas faces oclusais


: : . ..,... . .* . ?.c, c i - > ~ i 135 ~nciSi~os
e caninos. próximas das bordas livres das faces proximais (mesial e disral).
F o ~ r u l ae;:-...;io siruada nas faces oclusais dos pré-molares e molares. triangulares. quadrilátera ou irregular; na
.+--- ...i; 1 7 2 %;u':c~ i:,nct?atr c no errrecruzamento dos sulcos principais e acessórios.

2.2 F u n ç ó e s e L o c a l i z a ç ã o d o s D e n t e s
2.2. I - Funções
isolado ou em conjunto, integrando o sistema dental e o aparelho mastigador, os dentes possuem especificamente
quavo funções distintas:

Talvez, seja esta a função mais importante dos dentes. que segundo Ranvier (Della Serra, 1959) os dentes "são
deninados a dilaceeror, reter. cortar, perfurar, esmagar, moer ou triturar os alimentos. funcionando como intermediários indispensáveis
entre os substâncias alimentares e os órgãos da nutrição" l
Na açáo de mastigação, cada dente tem uma funçáo diferente. em conformidade com a sua morfologia.
Classicamente. porem, pode-se observar que pata cortar são usados os incisivos; para rasgar. os caninos e, para moer ou
-
triturar, os molares e pré-molares. A Figura 4 Os dentes na agão de mastigação -, faz quatro impomntes indicações. A
primeira, referente i ação dos primeiros molares em oclusão cúspide comcúspide; o ponto 4.1 mostra o momento em que é
produzida a ação de cortar. Na Figura 5 o molar inferior com deslocamento lingual. mostra a ação de corte em 5.1, onde se
pode ver cuspide do inferior sobre a oclusão do superior com efeito de fricção em 5.2 - vestibular do inferior sobre a
oclusal do superior - e da açáo de esmagamento em 5.3, localizado entre as superfícies oclusais. ou seja: espaço triturante.
Na Figura 6 - Incisivos em oclusão borda a borda. observa-se a ação de corte em 6.1. Finalmente, na Figura 7 -
Ação dos Incisivos na masrigaçáo. pode-se ver que o inferior se desloca para cima e para trás e percorre a face lingual do
superior. produzindo o efeito de corte em 7.1; no entanto. entre a face lingual do superior e a vestibular do inferior ocorre
o efeito de fricção em 7.2.

Figura 4 - 0 s dentes na acáa de -


Figura 5 A c h molar no ato da
martiuacáo mastigatio

borda a borda
(4) DELM S E R M . O.. op. cor. p.
A N A T O M I A E ESCULTURA D E N T A L

Há. ainda. que se considerar os movimentos da mandibula, que determinam as posições nas relações de contatos
dos dentes c o m seus antagonistas que favorecem diversas e diferentes ações mastigatórias, conforme demonstra o Quadro I.

1 DENTES 1 RELAÇÃO 1 AÇÃO MASTIGATÓRIA 1


Relação borda a borda dos inferiores com os superiores Corte
(encontrando-se a mandibula propulsionada e lateralirada)

1 INCISIVOS
Relaçáo de anragonisnio entre a borda incisal e parte da face Corte e n w a borda cortante e a lace
lingual do superior
V dos incisivos inferiores com a face lingual dos incisivos
superior Fricção entre parte da face vestibular
inferior com a face lingual do superior

~ e l a ~ ã ;borda a borda dos inferiores com os superiores Corte


(encontrando-se a mandibula propulsionada e iateralizada)
Corte entre a borda cortante e a face
lingual do superior
CANINOS Relaçáo de antagonismo entre a borda incisal e parte da face
V dos incisivos inferiores com a face lingual dos incisivos
superiores Fricção entre parte da face vestibular
inferior com a face lingual do superior

Relação cilspide a cúspide dos dentes antagonistas. atrav6s dos Corte


v6rticer ou por arestas longitudinais

Com a mandibula elevada. as cúspides vestibulares inferiores Fricçáo


deslizam sobre as vertentes triturantes das cuspides
vestibulares superiores. as vertentes triturantes das cúspides
linguais inferiores deslizam em relação As cúspides palatinas
MOLARES E
(lado ativo da mastigaçáo)
PRÉ-MOLARES
A cúspide vestibular inferior relaciona-se com a vertente
Fricção
triturante lingual das cúspides linguais do superior (lado
passivo da mastigação)

Com a redução do espaço compreendido entre os sulcos Esmagamento


oclusais

Quadro I - Poric6er dor denrer nas rela~óescom seus anragonisrar e ar conrequenter qber martigat6tiis

b) F u n ç õ e s F o n é t i c a s :

A função fonética desempenhada pelos dentes compreende duas formas, que são de vital importância para a
pronúncia: (a) e m conjunto, agindo c o m o p a r t e integrante da cavidade bucal. similar a u m a caixa de ressonlncia,
modificando-se para a produção d e sons: (b) individualmente, c o m o elementos passlvos e m r e l a ç l o A Ilngua e lábios na
articulação do som. D e forma geral. a auséncia dos dentes traz conseqüente alteração d e pronúncia e t i m b r e de v o z

c) F u n ç ã o E s t é t i c a :

Juntamente c o m os maxilares. os dentes integram a armação o n d e se encontram apoiadas as partes moles da face
e sáo, portanto, responsáveis pela posiQo adotada pela musculatura facial. Indireta e diretamente participam dos traços
faciais que configuram o caráter e a personalidade; além de fornecerem o equilíbrio e a conservação das dimensões da parte
inferior da face o u dimensão vertical da face e imprimem a ela o que se denomina "facies".
A ausência total o u parcial dos dentes pode provocar e desencadear deformações de menor o u maior grau, tais
como: adelgaçamento da face p o r depressáo das paredes bucais; queda dos lábios; aparecimento de novos sulcos.
principalmente de direção irradiada nos labios e comissuras. aprofundamento dos sulcos normais. em especifico dos
nasogenianos.

d) Função de preservação:

A par das três funções já descritas, os dentes. por sua forma, têm ainda a função de evitar deslocamentos e
manter a integração dos tecidos paradentários.

Quanto a localização. os dentes encontram-se fixados sobre as cristas maxilares - ossos pré-maxilares, maxilar e
mandibula -, posicionando-se em fileiras continuas deixando ou não espaços vazios (diastemas) entre eles.

2.2.3 - Direção, N ú m e r o e Dimensão dos Dentes


2.3.1 - Direção:
Duas direções se fazem presentes nos dentes. em seu aspecto geral: direção absoluta e relativa. A primeira é
aquela apresentada pelo dente quando observado isoladamente. A segunda, direção relativa, 6 a que oferece o dente. quando
visto em sua relação com outras estruturas vizinhas, podendo apresentar diversos graus de inclinação em variadas direções.

2.3.2 - Número
C o m relação ao número de dentes na espécie humana. ele é de vinte para a dentição de leite ou decidua e trinta e
dois para a permanente.

2.3.3 - Dimensão:
Variam, ainda, em sua dimensão conforme a idade, sexo e raça. D e forma geral. observa-se que:

a) os dentes permanentes são mais volumosos que os de leite o u deciduos;


b) os dentes femininos são menos volumosos que os masculinos;
c) nas raças em que predomina o maciço facial, os dentes apresentam-se mais volumosos;
d) nas raças náo civilizadas apresentam-se mais volumosos;
e) entre os grupos dentais d o arco humano pode ser constatado em relação a dimensáo:

e. I) os molares são os dentes mais volumosos;


e.2) os incisivos centrais inferiores são os menos volumosos d o arco dental;
e.3) os dentes incisivos superiores são mais volumosos que os inferiores;
e.4) entre os incisivos superiores. os centrais são mais volumosos que os laterais e entre os incisivos inferiores
os laterais sáo mais volumosos que os centrais;
e.5) entre os caninos, o superior é mais volumoso que o inferior;
e.6) os pré-molares superiores decrescem de volume no sentido mésio-dista1 e os inferiores crescem no
mesmo sentido;
e.7) os molares decrescem no sentido mesiodistal - o último molar é o menor d o grupo;
e.8) o terceiro molar e o mais volumoso entre indivíduos de raça negra, australianos, pigmeus. etc.
PARTE II A E S C U L T U R A DENTAL

T e m - s e observado. com o decorrer do tempo. que a aprendizagem da escultura dental desperta nos estudantes
de Odontologia, o entusiasmo em conhecer náo só a morfoiogia dental, como também, a necessidade de adquirir habilidades
eficientes para reproduzir as porçóes destruidas de uma peça dental.
N o inicio há, como em qualquer atividade manual, dificuldades maiores ou menores para transformar um pequeno
bloco de cera em algo semelhante a um dente. N o entanto, com a prática intensiva e o estudo perseverante, e possível para
qualquer indivíduo a aquisigo de significativa habilidade manual.

I. O Desenho dos Dentes

Atualmente. para o ensino da escultura dental. utiliza-se placas metilicas com o desenho recortado do dente a ser
esculpido. não havendo necessidade de se quadricular o bloco para fazer o esboço do dente. Contudo, conforme salienta
Cantisano "a prática do desenho é tão necessária ò aprendizagem da Anatomia Dental como a própria escultura" 5. Assim. pode-se
considerar o desenho como instrumento de apoio na memorização dos detalhes anatômicos de cada dente e de igual forma,
contribui para o desenvolvimento da habilidade manual.
De forma geral. a instrução necessária para quadricular o bloco e desenhar o esboço do dente, exige metodologia
correta. Para a ampliação e confecção do desenho. podem ser utilizados três métodos, em conformidade com a varia60 da
habilidade manual:

a) Quadriculado:

Escreve Cantisano que 'para se obter uma omplioçõo perfeita pelo processo do quadriculado, deve-se ter, antes de tudo,
a otençõo voltada para a exatidão das medidas de cada quadrado ou retõngulo traçado sobre o desenho. que podem ser,
rigomsamene uniformes para que nõo se obtenho uma ampliação defeituosa em conseqüência de imperfeições do quadriwlado e
não por culpa do executor"
A sequência para execução do quadriculado. obtém-se da seguinte forma:

( I ) pega-se o desenho de um dente e o inscreve-se dentro de uma figura geométrica (quadrado ou retinguio), de
acordo com as suas proporçSes;
(2) divide-se a figura geométrica. em quadrados. na medida desejada para a ampliação. Quanto mais quadrados
forem desenhados, mais fácil será a ampliaç5o;
(3) toma-se um papel em branco e traça-se nele uma figura semelhante a quadriculada sobre o desenho, variando
-
a dimensão dos quadrados de acordo com o aumento que se pretende obter igual ao desenho. uma. duas o u mais vezes o
seu tamanho;
(4) para facilitar o trabalho através de pontos de referências, pode-se numerar as linhas de ambas as figuras
geométricas, no sentido horizontal e vertical (Figura 8).

b) Diagonais:

A Figura 9 evidencia este segundo método. simplificação do primeiro. já analisado. que se diferencia apenas, em
relação à execução do desenho, exigindo melhor habilidade do desenhista. pois. é dividido em apenas oito partes, sem
pontos de referência.

(5) CANTISANO. WALDEMAR Escultura Dental. Ed. Biblor, Rio delaneiro. 1963. p. 12
(6) CANTISANO. WALDEMAR, op. cic. p. 13.
A ESCULTURA D E N T A L

c) Cruz:

Este último método utilizado no desenho de dentes é semelhante ao da Figura 9 e caracteriza-se também por
-L
exigir melhores habilidades do desenhista. D e igual forma. não apresenta pontos de referência e é dividido em quatro partes -
iguais. conforme mostra a Figura 10. ~

-
Figura 8 Metodo quadriculado para ampliaçáo do desenho Figura 9 - Meroda dar diagonais para ampiiaçáo do desenho
de dentes de dentes

I 1

Figura I O - Merodo da cruz pam ampliação do desenha de


dentes
A ESCULTURA DENTAL

I. I - Formas e Dimensões:
-
.~ O s elementos anatômicos de cada dente constituem instrumentos suficientes para a determinaçio de suas formas
e dimensões exatas.
,
Sobre a forma dental, Figún e Garino escrevem que "sempre dentro do terreno do normal, é ememomente vorióvel" '.
Em 1815, Madame Schimmellpennick estabeleceu três formas para o contorno da face junto com duas outras
I complementares, ou seja: quadrada. ovóide. triangular, em paralelogramo e circular. Em 1907, León Willians desprezou as
duas f o r m s ccomplementares (em paralelognmo e circular) e adotou as três iniciais, considerando-as fundamentais e
L
facilmente reconheciveis nas faces vestibulares dos incisivos centrais (Figún e Garino, 1989).
Explicam os autores antecitados que 'iupostomente existe relação entre o formo dos dentes anteriores e posteriores. Os
individuos com incisivos nos quois predomina o diâmetro longitudinal da coroa, possuem pré-molares e molares com idênticos
corocter;sticas; suos cúspides são de grande olturo com plonos inclinodos próximos da vertical, o que se relaciono com uma tendéncio
ao predominio dos movimentos mandibulores reolizodos noplano vertiwl. Os individuos com incisivos quadrados possuem pré-molores

F\R
e molares mois curtos, com cúspides de pouco olturo, plonos inclinodos cuspideos próximos do horizontal e tendéncio oos movimentos
mandibulores segundo o referido plano" '.
Possivelmente, a melhor classificafio dos tipos de formas dentais. é salientada p o r Crespi (Figún e
Garino, 1989 9). considerando quatro formas fundamentais, conforme explicita a Figura I 1.

com Base Maior com Base Maior

A B C D

Pmximal de
Pmximal de Vestibular de Vestibular de
Pr6-Molar
Molar Inferior Canino Inferior Molar Superior
Superior

Figura II - Formar fundamentais dar coroar dor dentes. segundo clarrifica~ãode Crespi. R.A
Vê-se pela Figura I I que "a" corresponde a forma quadrangular; "b". trapezoidal com base maior cenical; "c",
trapezoidal com base maior oclusal; "d". ovoidal. Segundo os autores Figún e Garino, as letras que acompanham as linhas
pontilhadas indicam o tipo de face da forma fundamental que participa da integração da coroa.
Notadamente. não existem diferenças entre os dentes integrantes de um mesmo grupo em relação à forma.
. Assim. a descrição de um dente de cada grupo é suficiente para a indicação de sua forma geométrica.

(7) FlGÚN, M.E & GARINO. R.E.. op. cit.. p. 247. Ed. Medica Panameecan - SP Trad. - 3' ED - 1989
- ~
(8) Id.. Ibid.. p. 247.
(9) Id.. Ibid.. p. 248
A ESCULTURA D E N T A L
-
Como exemplo. tomando-se o incisivo superior (Figura 12). temos: .

I I

-
Figura 12 Forma geornbtrica do incisivo superior "
1

- Porgbes: coronária e radicular.


- Raiz: representada por uma pirâmidede base quadrangular. com vértice voltado para apical. .
- Base c o m q u a t r o lados: vestibular, mesial, lingual e distal.
-
Coroa: que se enquadra em um prisma com faces triangulares, orientando-se para mesial e distal, com três .
lados: cervical. mais curto; vestibular e lingual; mesial e distal.
- Faces
restantes: vestibular e lingual, maiores que se juntam na borda incisal; e cervical. que se confunde
com a base da pirâmide radicular.

Da mesma forma, pode-se tomar como referência o canino inferior (Figura 13 "). observando-se: ..
- Porgão radicular:semelhante à dos incisivos.
- Coroa: dividida em duas porç9es: a maior, que abrange 314 do volume coronário, encontra-se diretamente ..

Figura I 3 - Foma pambtrica do canina inferior

(10) Id.. Ibid.. p. 277.


( I I) ld., Ibid.. p. 277.

--~
A ESCULTURA D E N T A L

relacionada com a pirâmide radicular e tem a forma de um prisma de faces trapezóides voltadas para as proximais. Destas
faces. duas correspondem as faces livres. vestibular e lingual. que sáo convergentes para a incisal; duas são virtuais. uma
cervical, fusionando-se com a raiz e outra menor, oposta a anterior, que se une com a pirâmide incisal. A outra porçáo.
menor, é uma pirâmide deslocada para a incisal. com base retangular e grande predomínio do diâmetro mésiodistal. de altura
pequena e com vértice correspondente a posiç5o d o bordo cortante.

C o m relação aos dentes d o grupo pré-molar. observa-se pelo pré-molar inferior (Figura 14), que:
- Raiz: tem forma piramidal.
- Coroa: apresenta duas porções. A maior, é um prisma quadrangular. com faces correspondentes i vestibular.
mesial, lingual e disml. Nela. as duas bases são uma cervical (unida a porção radicular) e outra oclusal. na qual se apoia a
porção menor. que é integrada por duas pirsmides quadrangulares de bases amplas e altura pequena. representando cada
uma as cúspides vestibular e lingual.

Por fim, o grupo dos molares, tomando-se como exemplo o molar inferior, onde pode-se inferir:
- F o r m a : disposição similar a dos pré-molares embora de maior complexidade.
- Raiz: apresenta múltipla porção radicular, com duas pirâmides de base retangular. uma que se dispõe na mesial e
outra na disml para os molares inferiores e três para os d o arco superior: mesial. dista1 e lingual.
- Coroa: apresenta na porção ocusal, três. quatro ou cinco pirâmides d o tipo das que foram descritas para os
pré-molares. em conformidade com o arco a que pertençam (Figura 15).

Analisadas as formas dos dentes em seus aspectos gerais, cumpre ainda observar as formas geométricas das faces
denrárias, considerando-se que, especificamente. s e n o estudadas formas e dimensões na parte III deste livro.
C o m base nas descrições j6 elaboradas por diversos autores. pode-se verificar de acordo com a posição dos
dentes - superior e inferior -,e de suas faces - vestibular, lingual. proximais e oclusal -, as formas geométricas que Ihes são
correspondentes.

-
Figura. I 4 Fama gmm6ctiu do pr6- -
Figura 15 F a m a gmmbcrica do molar
molar inferior'' inferior "

(12) Id.. Ibid.. p. 277.


(I 3) ld., Ibid.. p. 277.
A ESCULTURA D E N T A L

As tabelas I e 2 indicam com maior clareza as formas geomhtricas existentes. segundo Figún e Garlno 12.

1 DENTE FACES

INCISIVO CENTRAL TRAP~IO TRIANGULO TRIANGULO TRIANGULO


E LATERAL ESCALENO ACUTANGULO ACUTANGULO ACUTANGULO

CANINO

I' MOLAR PENTAGONO PENTAGONO TRAPEZ~IDE


ASSIM~~RICO

2- PR~-MOLAR PENTAGONO PENTAGONO TRAP~IO


ESCALENO

I' MOLAR TRAP~IO TRAP~IO TRAP~IO


ESCALENO ESCALENO ESCALENO

I 2mM0LAR
TRAP~IO
ESCALENO
TRAP~IO
ESCALENO
TRAPÉZIO
ESCALENO
TRAPEZOIDAL
TOMBOIDAL
TRIANGULAR

Tabela i -Formar g e o d w l w dar hcer dentdrirr tuptiawr

DENTE FACES
1
INCISIVO CENTRAL TRAP~IO
IS~SCELES

INCISIVO LATERAL TRAP~IO TRIÁNULO TRAP~IO


ESCALENO ESCALENO ESCALENO

CANINO H ~ G O N O

TRAP~IO TRAP~IO TRAPÉZIO TRAP~~IDE


MOLARES ESCALENO ESCALENO ESCALENO ESCALENO

-
Tabela 2 Fomar gearnemur das faces denanas inferiores

(14) Id.. Ibid.. p. 318.


A ESCULTURA DENTAL
L

L De igual modo, as dimensóes dos dentes são varidveis conforme sexo. raça e fatores diversos. hereditários ou
- não. Em sua media geral. os dentes permanentes apresentam conforme a Tabela 3, as seguintes cifras medias consideradas
em milímetros.
Convbm. finalmente. observar como muito bem afirma Maneillier. que "os formos dentários, como os formos de
todos os outros órgão$ diferem de um indivíduo o outro. Ha voriedodes de formos dentários como há voriedodes de formo de noriz,
de boca, de olhos ou de orelhos (...). Nóo 6 romente o volume, mos sobretudo os dimensões relativos de codo pone que determinom o
I
tipo dos dentes" ''.

-
Tabela 3 Dlmenrber dor dentes permanentes '' "

r
DimensõeslDentes

Arco SuperiorlEspecificações IC IL C I'PM 2'PM I' M 2" M 3' M

Comprimento da Coroa 9.0 9.5 I 1,0 8.5 8.0

1 Comprimento da Raiz

Diâmetro Mbsio-Distal

Dilmetro Mhsio-Disd C e r v a
12,5

5.0

3) ,
14,O

5,s

4.0 1
16.0

7,O

5,s j
14.0

7,O

51
14,s

7,O

5.0
14.0

I 1,0

9,O
13,O

10,5

8.0

DiâmerroVestíbulo Lingual
I
6.0 6.5 7.5 8.0
I
8.0 10.5 ' 10.0

DiâmecroVestibulo Lingual Cervical 5,3 5,s 7.0 7.0 7,O 9.0 9.0

Curvatura Cervical Mesial 3,O 3.0 2.5 !.O 1 .O

i Curvatura Cervical Disml l

-
Tabela 4 Dimenrõer dor denrer permanentes " "

(15) MARSEILUER E. Ler Dentes Humainer: Morphologie. Gauthier-Villan, Paris. 1958, p. 35-36.
(16) As dimensões do 3- Molar não f o n m registradas porque trata-se de um dente muito varikel. náo somente em rela@o A forma. como tambhm no que
se rebre L dimenrlo e nilmero. É. arrim, um dente que regnde totalmente e não 6 requer colocado em pr6rere. Quanto rua exultura. pode-re erecut6-10.
diminuindo-se ar dirnensder relacionadas ao 2' Molar. apenas panfixaqáo dor dedher anari)mlcos.
(17) ISHIKIRIAMA. A K i M et sl. Manual de Desenho e Escultura Denol. 2' ed.. Baum. Depanamento de Dentinica. FOBUSP. 1983. 62 p. (Dimenróer
obtidas do IC ao 2- M).
(18) ld, lbid, p. 33.
(19) ISHIKIRIAMA. A K I M . op. c i r p. 10.54 (dimenr6er obudas do IC ao 2' M)
A ESCULTURA D E N T A L

2. Material e Uso do Instrumental para Escultura

Usualmente. considera-se como material básico e indispensável para a execução de qualquer escultura dental dos
dentes permanentes. a cera. a lâmpada para álcool e instrumentos para cera, como o Le Cron, espátula no 7 e Hollemback.
São. portanto, todos eles instrumentos simples. de Mcil aquisiçáo e de uso corrente na clínica odontológica.
a) C e r a p a r a escultura. adquirida em casas de artigos odontológicos, é encontrada sob tamanhos diversos. U m
deles. em pequenos blocos de forma paralelepipédica. com 37 milimetros de altura e base quadrada de aresta 15mm x
15mm. Outros, destinados a escultuns de maior porte, também encontrados sob a forma paralelepipédica. com 247mm de
altura e base quadrada aresta 87mm x 87mm (Figura 16).
b) Lâmpada para álcool: uma pequena Iamparina a álcool, com pavio bem visível e sem contato da chama com
o combustivel. também encontrada em casa especializadas (Figura 17).
c) I n s t r u m e n t o s p a r a cera: espátulas de finalidade especifica. compreendendo: (a) E s p ó t u b L e Cron: com duas
extremidades diferentes, uma com lâmina. destinada ao corte da cera. E, a outra, curva. para esculturação das faces linguais
dos incisivos e caninos; (b) E s p ó t u b no7. com a finalidade de derreter e acrescentar cera. Utilizada tabém na escultura de
sulcos; c) G p ó t u l o Hollenbock, utilizada para esculpir sulcos e planos inclinados das cúspides (Figura 18).

Figura 16 -Tipos de cera para


escultura
INCISIVO INCISIVO CANINO 2"
CENTRAL LATERAL SUPERIOR PRE-MOLAR

OL
SUt?DIREITO INF. DIREITO DIREITO INF.DIREITO

VOL .VL v

I
PRE-MOLAR
- I" MOLAR
SUPERIOR
l 0 MOLAR
INFERIOR
SUE DIREITO DIREITO DIREITO

VDL.Mv vCL
D dM D
D

-
Figura I 9 -Jogode placar rnerAlicar utlliradu para escultura dental
A ESCULTURA D E N T A L
-

Dentre as maneiras corretas do eswdance ou profissional segurar a espátula. Canrisano propõe as seguintes:

L
a) E m forma de caneta ou lápis:

Segundo explica o autor. "o instrumento é mantido como se fosse uma caneta, entre o polegar, o indicador e o médio
(Figura 20). O apoio sobre o bloco de cera se consegue pelos dedos médio ou anular" (Figura 21).

-
Figura 10 Maneira de segurar a espbuila em forma de caneu ou
Ibpis (segundo Contirono)

I ----L
I

Figura 21 - Forma de apoio quando da udliratáo da espbwla em


forma de caneu ou Idpis (segundo bntisono)

b) E m forma de faca

L
Essa maneira de segurar a espátula. além de ser mais conhecida, 6 tambkm a mais empregada e arsemelha-se ao
que se emprega ao descascar uma fruta com a áca. Explica Cantisano que "o cabo do instrumento é mantido na palma da mõo e

(22) Id.. Ibid. p. 10.


H.A ESCULTURA D E N T A L
seguro pelos dedos: indicador. médio, anular e rninimo, enquanto o polegor procura apoiar-se no bloco de cero" " (Figuras 22 e 23).
Aconselha tambbm esse autor, o seu uso ao des~star-semaiores quantidades de cera. onde não são exigidas minijcias e
pormenores.
H6 que se observar. no entanto. que o uso do instrumento. qualquer que seja, imporá sempre a maneia correm
de manuseio para um trabalho eficiente. r6pido e de melhor precisão.
Compreende-se, assim. que todo estudante o u profissional que se habilite a executar uma escultura deverb
prescindir de conhecimentos específicos não r 6 da escultura dental. como também. da anatomia dental.

Figura 22 -Maneira de segurar a eipiwla em


fama de faca (regundo O h n o )

-
Figura 23 Fama de a p i a quando da
utilimcáo da ereicula em forma de faca

-
(23)Id.. Ibid. p. 10-1 1.
-
I
A ESCULTURA D E N T A L
L 1
I

2.1 - Técnica e Fases da Escultura Dental


A escultura dental, conforme já se observou anteriormente. prescinde não apenas de metodologia adequada. que
vai desde o manuseio correto do instrumental, como também, de técnica que são aprimoradas cotidianamente pela prática e
experiência que se acumulam.
Muitos profissionais têm utilizado e adotado para a escultura dental, a técnica clássica. Especificamente para o seu
aprendizado. muitos deles fizeram pequenas modificações. suprimindo algumas fases, aprimorando outras, mas sempre com
o objetivo de facilitar o trabalho e o seu aprendizado, tornando a escultura dental mais prática e rápida.
Ishikiriama et al.. do Departamento de Dentistica da Faculdade de Odontologia de Bauru. também adotam a teoria
clássica de escultura, embora suprimindo as fases iniciais, aprimorando as últimas e imprimindo destacada ênfase aos detalhes
finais. Explicam esses autores que "o aluna receberá o bloco de cera numa fase mais adiantada, que não exige até esse ponto
nenhum conhecimento teórico ou prático de anatomia dental, e possibilita a ele dedicar um maior tempo de atenç5o aos detalhes e a
exercicios naquelas fases essenciais do exukura" ".
Afirmam tambem esses autores que "essa sistemática de ensino proporciona uma economia de tempo,especialmente
pela supressão doquelos fases de preparo do bloco antes de iniciar a escultura propriamente dita do dente. Assim, o ensina desta
Disciplino torno-se moir objetivo e, conseqüentemente, possibilita um melhor aproveitamento por pane do aluno':
Pode-se observar. no entanto, pela experiência didática ou por aquela. resultante da clinica odontológica, que a
opção mais conveniente resulta do estabelecimento de cinco fases para a escultura dental de quase todos os dentes, como
adiante se demonstrará.
Ishikiriama et al., por exemplo. consideram que "o número de fases para o escultura dos dentes de uma hemi-arcada
superior e de uma hemi-orcada inferior, excetuand*se os terceiros molares, é variável, dependendo das caracreristicas do grupo dental
considerado" O quadro I1mostra as fases utilizadas para a escultura dos grupos dentais. segundo Ishikiriama et al.

FASES DENTES ETAPAS IATIVIDADES

Fase do Paralelismo Incisivos e Caninos Já efetuada previamente

Inicio da execução. O profissional executa


essa fase.visando dar formas geombtrica
pr6ximas As definitivas

Acabamento Final Essa 6 a última fase. onde se conclui o


trabalho, dando formas anatômicas nam'nis e
definitivas

Fase do Panlelismo Dentes Posteriores Já efetuada previamente. Por6m.deverb ser


feito desenho sobre os lados vestibular e
mesial de suas respectivas faces,como
orientaçio das fases seguintes: recortes dos
contornos vestibular. lingual. mesial e dista1
da coroa.acima das breas de maior diametm

Recorte Esquemático

Acabamento
Idem As atividades dos dentes anteriores

Esta fase pode ser precedida por fases


I
intermediárias. tantas quantas forem as
cúspides presentes nos pr6-molares e
molares, consequentes A complexidade das
fases oclusais

-
Quadro 2 Farer da Escultura dar grupos dentais 26

(24) ISHIKIRIAMA. A. et al.. ap. cir. p. 3.


(25) Id., Ibid.. p. 4.
(26) Id.. Ibid.. p. 4.
A ESCULTURA D E N T A L

N a verdade. as fases utilizadas na execução da escultura dos grupos dentais. analisados sob seu objetivo último de
alcançar um melhor acabamento. com menor tempo e maior praticidade, traduzem uma semelhança entre as técnicas
utilizadas com maior ou menor número de fases.
As fases que usualmente são utilizadas e que através da observação didática. conduzem a conclusão de que melhor
se adaptam i r necessidades d o aprendizado eficiente, impondo um melhor conhecimento anat8mico inclusive. podem ser
assim sintetizadas:

Fase I - Desenho no bloco de cera dos perfis das faces Mesial e Distal. através da utilização de placas metAlicas.

Fase 2 - Recorte e remoção da cera até os limites d o perfil traçado nas duas faces.

-
Fase 3 Desenho dos perfis das faces Vestibular e Lingual nas outras faces d o bloco de cera.

-
Fase 4 Recorte e remoção da cera até os limites d o perfil traçado.

Fase 5 - Acabamento, reproduzindo os acidentes anatòmicos de cada uma das faces. envolvendo, detalhes de
arredondamento, inclinação, achatamento ou aplainamento. etc...

~
Há que se observar, entretanto, que cada grupo dental por suas particularidades, exige um detalhamento maior e.
por isso, toda e qualquer descrição dessas fases de escultura deve ser rigorosamente minuciosa. Assim, a melhor forma de -,I
se obter um resultadoadequado às exigências anatòmicas será atravbs do estudo e análise individual dos dentes de cada
grupodentário. Esse estudo 6 procedido na Parte III - O s caracteres anatômicos e a escultura dos grupos dentais deste
livro.
-. :
-,
PARTE III O S CARACTERES ANATOMICOS E A ESCULTURA D E N T A L

N o s capítulos anteriores observou-se. de forma geral. os caracteres anat6micos. funçoes. localizaçáo, direçáo.
número e dimensóes dos dentes. D e igual forma. procedeu-se ao estudo da Escultura Dental em seus diversos aspectos.
Assim. a abordagem do presente capitulo direciona-se aos aspectos particulares e especificas dos grupos dentais.
Todos os conceitos explicativos que correspondem aos limites entre as diversas faces de um dente. foram
suficientemente esclarecidos e analisados.
Há. portanto, de se observar o que explicam Figún e Garino. ou seja: "os dentes apresentam uma série de
característicos comuns para as dentições (...). Há de se entender que, qxistindo diferentes tipos de apresentação de um mesmo dente,'
a descrição deve referir-se a sua forma mais frequente" '.

I. Incisivos Superiores

I. I - Caracteres anatõmicos

Conforme salienta Della Serra "os dentes incisivos, também chamados, cuneiformes ou espatulados, são peças situadas
na parte mediana dos arcos dentais. A denominação advém da palavra latina "incidere" que significa "cortar, e que bem caracteriza a
função exercido por esses dentes"
Sob o aspecto anatômico podem ser considerados dentes unirradiculares. que se constituem filogeneticamente
por dois cones acolados por suas bases. Sáo quatro os incisivos superiores: dois de cada lado da linha mediana - incisivo
central e lateral.

1.2 - Incisivo Central Superior

Observando-se quaisquer dos incisivos (em especifico, o superior), pode-se enconvar todos os elementos de um
dente bivuspidado, com cinco Faces distintas (Figura 24).

Figura 14 - Faces da coroa do incisivo cenrral superior

A) C o r o a : Conforme explica Della Serra. a forma geral da coroa dos incisivos é de uma cunha em prisma
triangular, adaptada para a especial funçáo de cortar alimentos, como já se assinalou, assumindo por isso. uma fisionomia
toda especial. Assevera ainda este autor que. õ disposiçáa cuneiforme da coroa, é conseqüência da otrofio do lobo linguol, com
desenvohimento quose exclusivo da porção vestibular. Tal fato determina uma obliqüidade muito pronunciada da face lingual

(27) FlGÚN, M.E e GARIO. R.R.. op. cir., p. 278.


L (28) DELLA SERRA. O.. op. cir. p. 99.
OS CARACTERES ANATOMICOSE A ESCULTURA DENTAL

transformando sua superfiue em uma simples borda".


I. Face Vestibular: é, sem dúvida, a maior das seis faces. Convexa no terço cervical e plana nos dois terços
incisais. Tem de diâmetro horizontal (eixo transversal ou mésiodistal) 9 mm e de diámetro vertical (cérvico-incisal). 10 mm.
Suas bordas proximais apresentam como caracteristica a borda mesial mais longa e menos convexa que a distal; porquanto,
o ingulo distal é mais arredondado e menos agudo que o mesial, e este quase reto. Para efeitos diddticos. pode-se, portanto,
assinalar as caracteristicas de cada uma dessas bordas, considerando:
- b o r d a incisal, que corresponde a base maior do trapézio. representada pela incisal. que se direciona de mesial
para distal e de baixo para cima. Conforme explicam Figurn e Garino, 'o dente recém-erupcianado mostra duas chanfraduras que
delimitam os três lóbulos vestibulares de desenvoh.imento" ''. Essa disposição é a que os autores franceses denominam "flor de
lírio". O Quadro 3 indica. de forma simplificada, o tamanho desses lóbulos.

1 SENTIDO TAMANHO 1
I
Merio-Dirtal Dirtal maior e central menor

Longitudinal Central mais longo. em conrequència da dispositão do colo.


porquanto o dirtal 6 ligeiramente menor que o merial

Vertibulo-Lingual De tamanho equivalente. com o lóbulo central mais destacado para


vestibular e.o mesial e o dista1 mais proeminente para lingual.
devido à prerenca das cristas marginais

Quadro 3 -Dor sencidor e umanhos dar I4bular da borda inciral do dente incisivo central rupenor

- b o r d a cervical, conforme a linha do colo (convexa para apical). com raio de curvatura na vertente mesial de
diâmetro menor, de convexidade voltada para a raiz, mais curta e mais inclinada, favorecendo para que a parte mais elevada
do colo esteja mais perto da mesial.
- bordas mesial e distal, convexas e inclinadas de'12 a 15" em relaqáo ao eixo vertical da face; sendo, a mesial
mais longa que a distal, devido a posição superior do Zngulo distal-incisal.

2. Face lingual: pouco menor que a vestibular. apresenta-se de forma convexa no terço cervical e cõncava nos
dois terços incisais. Com um modelado um pouco mais complexo. apresenta duas fortes cristas marginais - uma mesial e
-
uma distal que se enccntram n o terço cervical. formando um esporão o u cingulo. As vezes. esta junção não é bem
formada. deixando no ponto de união, uma cavidade denominada forame cego; outras vezes, o cingulo é dividido por dois ou
mais sulcos. Assim. a parção desta face, situada entre o cingulo e as cristas marginais. é ligeiramente cõncava. formando a
fossa lingual.
3. Face mesial: com um diâmetro horizontal equivalente a 7 mm e outro vertical. com IOmm. tem um silhueta
geral que pode se inscrever em um triângulo de base cervical. O colo apresenta a forma de um "V" de vértice arredondado.
e o modelado é ligeiramente convexo no geral, mais plano próximo a borda cervical.
4. Face distal: com uma silhueta semelhante a mesial, apenas um pouco menor (diâmetro equivalente a 9 mm),
tem um modelado mais acentuado. De forma geral, pode-se observar que a face mesial é mais longa e mais reta. conquanto a
distal é mais curta e mais convexa.
5. Face oclusal: comumente denominada "borda incisal", apresenta duas caracteristicas condizentes com a idade
do dente. ou seja: (a) nos dentes jovens ou com baixo desgaste, é incisal e cortante: (b) nos desgastados. ocorre uma
transformaçào: torna-se uma verdadeira face. de tamanho minirno. disposta inclinadamente para o lado distal ou mesial, em
conformidade com o dente examinado. Notadamente, mostra-se como um plano inclinado de vestibular (abaixo) para o
lingual (acima): a borda eleva-se de mesial para distal e descreve uma ampla curva, enquanto que na distal há uma diminuição
do raio de curvatura. que além de perceptivel faz com que o ângulo disto-incisal se evidencie arredondado. Apresenta, assim.
dois lados: vestibular-convexo e lingual-cõncavo. com suas maiores curvaturas na parte distal.

(19) FIGÚN. M.K e GARINO. R.R... op. c i t . p. 187.


OS CARACTERES A N A T ~ M I C O S E A ESCULTURA DENTAL
Ei
B) Raiz: curta e arredondada, tem a forma de um cone ligeiramente dilatado. Seu ápice é arredondado. com as
áces em "V'. mésio-lingual e disto-lingual. N o sentido mésio-dista1 o ápice da raiz pode ser visto inclinado para disml. e no
sentido sagital. fortemente inclinado para lingual.

1.3 - I n c i s i v o o Lateral Superior


Denominado igualmente de incisivo externo superior. pequeno incisivo ou segundo incisivo é. comparativamente
ao incisivo central de menor volume; com comprimento aproximado (0,sm m mais curto). Segundo Figún e Garino, "a
diferença reside na diminuiçõo dos diâmetros wansvenais: 2.6 m m menos no mésio-dista1 e I m m n6 vestíbul~lingual. Resulta,
portanto, um dente mais delgado"
A) Corox salienta Della Serra "que o dente incisivo lateral é um dos dentes mais variámis da dentadura humano" ".
N a verdade, a coroa d o incisivo lateral pode apresentar diferentes aspectos morfológicos - desde formas tipicas de dentes
bem constituidos até os daqueles com coroa simplesmente cdnica. reptiliana.
As formas tipicas possuem coroa cuneiforme, e na sua metade distal, tendem para a conformaçáo
lanceolada d o canino. E tal qual o incisivo central, apresenta cinco faces. respectivamente (Figura 25).

I I
Vestibular Ungual Mesial Distal Odusal

-
Figun 25 Faces da coma do incirno lateral superior

I. F a c e vestibular: de aspecto mais alongado, apresenta em relação ao incisivo central. um diâmetro vertical
menor correspondente a 8.8 m m e u m diâmetro horizontal de 6.4 mm. A diferença entre as bordas mesial e distal 6 bem
acentuada, tornando conseqüentemente a borda livre mais obliqua n o sentido mésio-distal. Por outro lado. a borda distal é
mais convexa. o ángulo mesial mais agudo e o distal mais arredondado.
2. F a c e lingual: apresenta em equivalência ao incisivo central, todos os detalhes mais acentuados, sendo o
forame cego mais frequente.
3. F a c e mesial: de forma triangular. possui bordas e ângulos arredondados. Em relação a face mesial d o incisivo
central é menor. com diâmetro equivalente a 8.8 m m e horizonml. igual a'6 mm.
4. F a c e d i s t d : mais convexa e mais curta. apresenta um diâmetro correspondente a 6.8 mm.
5. F a c e oclusal: semelhante a do incisivo central, nos dentes jovens e com leve desgaste. compreende uma borda
sobremontada por três denticulos; nos dentes desgastados a borda oclusal configura uma superficie quadrilátera e estreita,
obliquamente dirigida para cima e d o lado distal.

6) Raiz: nitidamente diferente do incisivo central, é mais longa. mais delgada e mais afilada; no sentido mésio-
distal é bastante aplanada. Entretanto. as duas faces da raiz (mesial e disral) são levemente convexas e frequentemente :
sulcadas, em especifico a face distal. Embora, com diversas semelhanças, os incisivos central e lateral superiores apresentam ~
(30) FIGUN. M.E. e GARINO. R.R. op cir.. p. 289.
(3 1) DELLA SERRA. O.. op. cit. p. I 16.
d e t e r m i n a d o s caracteres diferenciais q u e p o d e m s e r o b s e r v a d o s pela T a b e l a S. Esses c a r a c t e r e s diferenciais já -
resumidamente observados nas descrições realizadas. apresentam-se entrementes c o m o elementos de notória importancia
- i

na escultura dental, c o m o se verá a seguir.

INCISIVO CENTRAL SUPERIOR INCISIVO LATERAL SUPERIOR

COROAVISTA PELA FACEV

Silhueta trapezoidal. tendendo para o lanceolado.Aspecto


Silhueta quadrilátera ou trapezoidai, cuja altura e largura caniniforme.
$20 aproximadamente iguais.
Dimensáo verticai acentuadamente preponderante sobre
Dimensão vertical ligeiramente maior que a horizontal. a horizonml.

Pequena diferença de altura entre a borda merial e dista1 Grande diferença de altura entre a borda mesial e dista1

Borda oclusal ligeiramente obliqua para o lado distal. Borda livre acenruadamente inclinada para o lado disd.

Ángulo mesial quase reto. Ánguio mesial agudo.

Lóbulos aproximadamente iguais. Lóbulo dirtai mais destacado

Ângulo disml arredondado. Ângulo dirtal muito arredondado.

C O R O A V I S T A P E L A FACE L

Variacôes menores do cíngulo Detalhes do modelado muito mais evidentes. Cingulo


mais desenvolvido e mair baixo.

Forame cego menos frequente Forame cego muito frequente

COROAVISTA PELA FACE M


Facevestibular convexa no 113 cenical e retilínea nos 213 Face vestibular inteiramente convexa com acenruaçáo no
oclusais. 113 cervicai.

C O R O A V I S T A P E L A FAC.E D
Grande e relativamente poucó convexa Pequena e muito convexa

COROAVISTA PELA BORDA O


Retilinea e pouco oblíqua Muito obiiqua e com rudimentos de cúrpide mediana

ASPECTO D A R A I Z

Raiz cônica ou prirmático-triangular. Raiz achatada no sentido mésio-dista1


Curta e grossa Relativamente longa e afllada
Secção triangular Sec~ãoovalar.
Maior porcentagem de raizes retilínear (75%) Maior percentagem de raizes curvar (66.5%)
Número maior de forames acessórios Maior frequència dos forames acessórios.

-
Tabela 5 Caracteres diferenciais entre os dentes incisivos centrais e incisivos laterair" -t
.
--
(32) DELIA SERRA. O. op. cit., p. 121.
-
7

I
OS CARACTERES ANAT~MICOS E A ESCULTURA DENTAL I

-
i
-
1.4 Escultura dos Incisivos Superiores

Observadas as dimensóes medias contidas na Tabela 6. na escultura desses dentes utilizamos a mesma placa
.~
referente ao incisivo central superior, pois o perfil está em dimensáo exagerada, efetivando-se as modificações necessirias na
.~
fase de acabamento (Figura 26).
.-

Especificações Incisivo Central Superior Incisivo Lareni Superior

ComprimentoTotal 23.2 mm 21.9 rnm

Comprimento d a Coroa 10.5 mm 8.3 mm


. ~

Comprimento da Raiz 12.7 mm 13.6 mm

Tabela 6 - Dimenráer mediar dar incisivos rupenorer

Figura 26 - Fases da Escultura Dental dar incisivos superiores a

As fases de escultura dos dentes incisivos superiores. percorrem cinco passos fundamentais:

I. Desenha-se com o auxilio de uma placa metálica (Figura 26, 1 e 2). no bloco de cera, o perfil da face "M" e
oposta a ela com o mesmo desenho o perfil da face " D (Figura 26. 1 e 2).

(33) ADAPTAÇAO
DA TECNICA DE ESCULTURA DE MARSEILLIER.R (Ler Denu Humainer: Morpholade. Gaurhier-Villarr.Parir. 1958)
2. Retira-se a placa referida; remove-se a cera até atingir os limites d o perfil traçado nas duas faces (Figura 26. 3 e
4).
3. Desenha-se com o auxilio da mesma placa. nas outras faces d o bloco de cera, o perfil das faces "V" e "L".
procedendo da mesma forma realizada na face M e D (Figura 26.5 e 6).
4. Retira-se. novamente, a placa referida; remove-se a cera até atingir os limites d o perfil traçado nas duas faces
(Figura 26, 7 e 8).
5. Acabamento: C o m o auxilio de dentes humanos naturais ou através de desenhos. reproduz-se na cera os
acidentes anatõmicos de cada uma das faces (figura 26,9. 10. I I e 12):
- arredondamento dos ângulos e bordas;
- inclinação da face vestibular para lingual;
- desvio do ápice da raiz para distal;
- achatamento ou aplainamento da raiz dos incisivos laterais no sentido mésio-distal;
- arredondamento da face distal e d o ãngulo distal;
- inclinação da borda incisal de mesial para distal.

2. Incisivos Inferiores

-
2. I. Incisivo Central Inferior

Localizado lado a lado da linha mediana, em número de dois. são correspondentes aos superiores, conjugando-se
com eles. D e todos os incisivos é o menor. mais estreito e simétrico, de forma mais simples que os superiores, com coroa
aplainada n o sentido vestibulo-lingual e raiz aplainada no sentido mésio-distal.
N a boca, a sua situação compreende: (a) face vestibular da coroa virtualmente inclinada para o lado lingual; (b) raiz
inclinada para o lado de aproximadamente um grau. de posição quase vertical, com inclinação de três graus sobre a vertical
para o lado vestibular.
A Figura 27 - Faces do Incisivo Central Inferior, mostra esse dente visto em posição na boca.

Figura 27 - Facer do incisivo centnl inferior


Oclusal
~
A) Coroz de forma tipica de cinzel ou cunha - cuneiforme -,alonga-se no .-sentido vertical e estreita-se no sentido
. ~ . .
mesio-distal, comparando-se a um trapezóide muito alongado. Compreende (Figura 27) as seguintes faces:
,. ~ ~ ,. .
a. I) Face Vestibular: sua silhueta pode ser inscrita e m um trapezóide de base oclusal. A borda cervical é um
semicirculo. semelhante ao dos incisivos superiores. As bordas mesial e distal são quase retilineas e paralelas entre si. tendo
uma pequena divergência para o terço oclusal; a borda livre é quase horizontal e. n o desgaste apresenta uma obliquidade de
distal para mesial ao contrário dos incisivos superiores. Neste caso, a borda distal é mais longa que a mesial. O modelado
desta face é muito simples. convexa no terço cervical e plana nos dois terços restantes. O s sulcos mais atenuantes dividem a
face em três lobulos iguais. O diâmetro horizontal mesio-dista1 é equivalente a 5.4 m m e o vertical, 8.8 mm.
OS CARACTERES ANAT~MICOSE A ESCULTURA DENTAL

a.2) Face lingual: semelhante ao da face vestibular. é mais estreita e com a mesma altura. Os acidentes desta face
são o s mesmos que os da face lingual dos superiores. porém. o cíngulo e as cristas marginais se estendem sem nenhuma
demarcação. O modelo é suavemente demarcado. não existindo forame cego.
a.3) Faces Mesial e Distal: com silhuetas semelhantes, lembram as das faces proximais dos incisivos superiores.
mais simples e mais plainas.
a.4) B o r d a livre: cortante, mais simétrica que os incisivos superiores, apresenta uma obliquidade de distal para
mesial.

0) Raiz: curta e muito achatada no sentido mesio-distal, com a face vestibular ligeiramente mais larga que a lingual.
As faces mesial e distal são achatadas e percorridas por um sulco vertical. Seu ápice é quase vertical. com ligeira inclinação
para distal e lingual.
Com relasão as dimensões do dente incisivo central inferior. os diferentes autores apontam-nas em milímetros,
considerando-as máxima, média e mínima. conforme mostra o Quadro 3.

DiAmetroV-L
Máx. Coma

Quadm 3 - Dimenróer máximas, mediar e minimar da incisivo central inferior"

-
2.2 Incisivo Lateral Inferior

Dispostos lateralmente aos incisivos centrais, também em número de dois. Possui caracteres morfológicos
idênticos aos do incisivo central inferior. salvo na borda livre que é horizontal e apresenta o ângulo distal ligeiramente
arredondado. Este dente é maior que o incisivo central inferior, o inverso do que acontece no maxilar superior (Figun 28).

Vestibular Lingual Mesial Distal Oclusal

F i g u n 28 - Facer do incisivo lateral inferior

(34) Adapraeo dar indicações de Della Serra. O.. op. cir., p. 132
n
psCARACTERES ANAT~MICOSE A ESCULTURA DENTAL
A) Coroa. esta por@o é maior que a do incisivo central, embora conserve o mesmo formato cuneiforme.

a.1) Face Vestibular: convexa no sentido mesio-distai e larga próximo à borda oclusal. Tem forma trapemidal. A
partir d o terço cervical, n o entanto. essa face inclina-se visivelmente para o lado lingual. Entretanto, os sulcos de
desenvolvimento e os 16bulos são mais evidentes que no incisivo central.
a.2) Face Lingual: côncava nos terços incisal e mbdio; e. convexa n o terço cervical. onde se encontra a maior
convexidade dessa face. D e formato trapezoidal. apresenta as seguintes caracteristicas: base maior na borda incisal e menor
na borda cervical; e seus lados nas bordas mesial e distal.

A borda incisal, inclina-se da mesial para distal, formando ângulo agudo com a borda mesial e um pouco obtuso
com a borda distal. Observa-se, ainda, que a borda mesial e maior que a distal e a cervical, côncava em relação à incisal.

a.3) Faces Mesial e Distal: estas duas faces são convexas. de forma triangular. Sua base localiza-se na borda
cervical e seus lados nas bordas vestibular e lingual. Porquanto. a borda vestibular seja convexa. a lingual é côncava nos
terços incisal e médio e convexa n o terço cervical. A borda cervical apresenta-se convexa em relação ao ângulo incisal e a
maior convexidade entre essas faces encontra-se n o terço cervical.

6)Raiz: apresenta-se vertical no sentido vestibulo-lingual e um pouco inclinada no sentido distal. Em relação ao
incisivo central, o dente incisivo lateral inferior apresenta menor percentual de raizes retilineas.
As dimensóes do incisivo lateral inferior. acompanham tabela semelhante a do Incisivo Central Inferior conforme
indica o Quadro 4.

Máx. C o m a

Quadro 4 - Dimenróer mkimas. mediar e minimar do incisivo lateral inferiors

C o m relação às diferenças caracteriológicas entre os incisivos inferiores. Della Serra aponta seis caracteres
principais, que se traduzem na Tabela 7 - Caracteres Diferenciais entre os Incisivos Inferiores .

(35) Adaptação dar tabelar apresentada por Deita Serra. O.. op. cit. p. 127-128.
(36) Adaptação dar tabelas apresentadas por DELLA SERRA. O.. op.. cir. p. 127-128
OS CARACTERES A N A T ~ M I C O SE A ESCULTURA D E N T A L m
Incisivo Central

Menor, com sulcos pouco visiveis. pouco


I
Incisivo Lateral

Maior. com sulcos nítidos. mais cbncava e


~
convexa e alongada. alargada.

Face Lingual Com tubbrculo pouco desenvolvido; sem Com cingulo pouco desenvolvido: fossa
foiame cego e com cristas marginais lingual mais escavada: cristas marginais
pouco marcadas. mais salientes.

Borda Oclusal Retilinea e inclinada para baixo, do lado Dividida por uma cúspide mediana em
mesial. dois segmentos dos quais o mesial b o
maior.

Ângulo Distal

h g u l o Mesial
Reto ou agudo.mas vivo.

Obtuso nos dentes com determinado


I Muito arredondado e obtuso.

Reto ou obtuso.
desgaste

Face Distal Maior e mais convexa que a mesial. 1 Menor que a mesial. !
L I I I
Tabela 7 - Caracteres diferenciais enrre os dentes incisivos inferiores "

2.3 - Escultura dos Incisivos Inferiores


2.3.1 - Dimensões e m média:
I.C.I. I.L.I.
Comprimento T o t a l .........................20.6 m m ....................21.6 rnm
C o m p r i m e n t o da C o r o a ................... 8.7 rnm .................... 9,s m m
C o m p r i m e n t o da Raiz ...................... 1 1.9 rnm ................... 12.1 m m

Consideradas as dimensões especificadas dos incisivos inferiores, utilizamos o procedimento adotado na escultura
dos superiores, c o m placa metálica própria dos incisivos inferiores, procedendo i s ~ m o d i f i c a ç õ e snecessárias n a íase de
acabamento (Figura 29).
i I

I L
10 I2

-
Figun 29 Farer da Escultura Dental dor incisivos inferiores "

(37) ADAPTAÇÁODA TECNICA DE ESCULNRA DE MARSEILLIER. R (Ler Denu Hurndner: Morphologie. Gauthier-Villarr.Parir, 1958
Seguem-se as seguintes etapas de escultura:
I. Desenha-se rio bloco de cera. o perfil da face "M" e oposta a ela, com o mesmo desenho, o perfil da face " D
(Figura 29, 2).
2. Remove-se a cera até atingir os limites do perfil traçado nas duas faces (Figura 29, 3 e 4).
3. Desenha-se nas outras faces do bloco de cera os perfis das faces "V" e "C'. procedendo da mesma maneira da
face "M" e " D (Figura 29. 5 e 6).
4. Remove-se a cera até atingir os limites do perfil, traçado nas duas faces (Figura 29,7 e 8).
5. Acabamento: com o auxilio de desenhos ou de dentes humanos naturais. reproduzimos na cera os caracteres
anat6micos de cada uma das faces (Figura 29. 9, 10, I I e 12).

3. Caninos Superior e Inferior

3.1 - Caracteres anatòmicos:


Os caninos são dentes de raiz forte, em especifico, o superior. Devem sua denominação a palavra latina "canis"
(cio) pela sua semelhança com os dentes pontiagudos desse animal. Notadamente. destinam-se a cortar alimentos, funçáo
que exige um esforço mastigatorio maior e real, e que fica facilitada pela forma da coroa que atua como ponta aguçada no
dilaceramento dos alimentos.
D e forma geral, esses dentes r i o mais volumosos nos individuos do sexo masculino do que nos do sexo feminino.
Em número de quatro, dois para cada maxilar. implantados no osso maxilar superior e na mandibula, constituem-
se como dentes longos e resistentes. São definidos como caninos os dentes colocados no arco imediatamente por detrás
dos incisivos laterais e caracterizam-se por apresentar a borda oclusal com duas vertentes que determinam um vértice.
Explicam Figúm e Garino que "a forma da coroa do conino, em especial o superior, representa uma verdadeira transição
entre o incisivo lateral e o pré-molar, sobretudo pelo aumento do tamanho do lóbulo cérvic~lingualque, no pré-molar, se transforma
em cúsDidem

3.2. Canino Superior:

O canino superior é o mais longo de todos os dentes. Destaca-se dos dentes vizinhos pela sua coroa (face
-
vestibular) e pela sua raiz que forma uma saliência no osso maxilar. muito nítida i palpaçáo bossa ou iminência &nina.
Assevera Della Serra que o canino superior "é o primeiro a se articular com o asso maxilar superior, e o terceiro da
série superior. Além da sinonimia apresentada, os superiores ainda são conhecidos com o nome de dentes dos olhos, em virtude das
possíveis relações anatômicas entre elas e o conteúdos da órbita" 39.
Explica também o autor antecitado que "no sentido vestibulo-lingual a foce vestibular do canino é quase vertical, isto é, a
borda cervical cai a prumo sobre a borda oclusal. A raiz é fortemente inclinada para o lado palatino. formando um ângulo de
aprox~madamentevinte graus para a vehcal. No sentido mesiodistal, o conjunto do dente é inclinado para o lado distal, porém, a sua
raiz apresenta uma inclinação mais ocentuoda de cerca de quatro graus com a vehcal".

A) Coroa: de forma alargada (Figura 30)

Figura 30 -Faces do canino superior

(38) FIGÚN, M. E. &GARINO. R.R.. po.. cit. p. 294


(39) DELLA SERRA. O.. op.. cit. p. 138-139
a. I ) Face vestibular: sua silhueta pode ser comparada a uma ponta de lança. A borda cervical é em semicírculo e
- aos proximais são mais divergentes que nos incisivos. A borda mesial, ligeiramente convexa, representa mais ou menos três
quartos da altura total da coroa. A borda distal é mais convexa e mais curta que a mesial, representando dois terços da
altura total da coroa. A borda livre apresenta-se sob a forma de um "V" muito aberto. com braços desipais (arestas). 0
braço distal (aresta distal) é o mais longo. o que permite o desvio da cúspide para a mesial. Os ângulos são muito
-
arredondados. sendo o distal, mais alto e mais aberto que o mesial e convexo tanto no sentido vertical quanto horizontal. A
saliência mais acentuada está situada no terço cervical, como nos dentes incisivos. São também encontrados três lóbulos
(como nos dentes incisivos), porém mais acentuados, e os sulcos que os separam são mais nítidos, divergentes e ligeiramente
curvos. O lóbulos central termina em ponta formando a cúspide na borda livre. porquanto o distal, muito acentuado, parece
se destacar da coroa; o mesial e, assim. o menor dos três lóbulos.
a.2) Face lingual: de altura sensivelmente igual à face vestibular é, porém. mais estreita. Apresenta-se com duas
cristas marginais (mesial e distal) como nos incisivos. porém ao invés de fossa lingual apresenta uma crista mediana. como se
fosse um prolongamento do cíngulo até o ápice da cúspide. Pode-se dizer, então, que 6 convexa (crista mesial), côncava
(sulco mesial), convexa (crista central), côncava (sulco distal) e convexa (crista distal). A borda livre em "V" é uma replica da
borda livre da face vestibular.
a.3) Face mesial: apresenta caracteristirns semelhantes a dos incisivos. mas sua posição é mais oblíqua de baixo
para cima. É um pouco mais convexa próxima a borda livre, enquanto que a nível da borda cervical, esta face apresenta uma
ligeira depressáo. O "V" formado pelo colo é mais aberto que nos incisivos.
a.4) Face distal: menos alta que a mesial, apresenta um modelado mais acentuado. A convexidade inferior,
corresponde ao lobo distal da face vestibular e a depressão cervical e mais acentuada.
.-
a.5) B o r d a livre: a ponta da cúspide é arredondada nos dentes jovens e nos mais velhos apresenta-se como uma
face. mais ou menos longa. devido a usura.

8) Raiz: Pode-se dizer que o dente canino superior apresenta. entre todos os dentes humanos, a mais forte e
mais longa raiz. Sua secção é ovalar e as faces "V" e "C' sáo de altura sensivelmente iguais. A face "V" é mais larga que a "L".
enquanto as proximais sáo largas e achatadas, frequentemente percorridas por um ligeiro sulco vertical mais marcado na
porção mediana do que nas extremidades. Apresenta-se ainda inclinada para o palato e distal.
As dimensóes do canino superior pode ser avaliadas conforme o Quadro 5.
-
Máx. Cama

Quadm 5 - Dimenróer mbximar. mediar e minimar do canino superior w

(40) Adapracãa das tabelar apresentadas por DELLA SERRA, O.. op.. cir.. p. 140-141

-. .
OS CARACTERES ANATOMICOSE A ESCULTURA DENTAL

3.3 - Canino Inferior:


De volume menor que o canino superior. é o terceiro dente do arco inferior, de semelhança acentuada ao
superior. Apresenta-se, porém, mais achatado no sentido mesio-distal, com coroa mais alta e raiz mais curta (Figura 3 1).

Lingual Mesial Distal

Figura 3 I - ã c e r do canino infenar


A) Coroa: alongada. com desvio lingual, coincidindo o ápice da cúspide com o eixo da raiz.

a.1) Face vestibular: mais alongada, menos giobosa e mais alta. Sua borda livre é mais assimétrica. a porção
mesiai é mais curta. a dista] mais longa e mais oblíqua. A ponta da cúspide está desviada para mesial de forma mais nitida.
a.2) Face Lingual: constituída pelos mesmos elementos. que a do superior, porem mais atenuados e menos
visíveis. fusionados entre si. Não apresenta forame cego.
a.3) Faces Mesial e Distal: apresentam-se convexas no terço incisal e cóncavas nos terços médio e cervical os
detalhes são acentuados na face distal. D e forma triangular. com base na borda cervical e lados nas bordas vestibular e
lingual. Apresentam, ainda: borda vestibular convexa; lingual. plana ou levemente côncava nos terços incisal e médio. convexa
no terço cervical. A borda cervical é curvilinea e convexa relacionada ao èngulo incisal.

6) Raiz: mais curta e um pouco mais achatada n o sentido mésio-distai. As faces proximais são sempre
percorridas por um sulco, mais demarcado ao centro que nas extremidades. Podemos encontrar, no entanto. caninos
inferiores com raiz bifida (dois ápices: um vestibular e um lingual). Sua inclinação é para lingual e distal.
As dimensóes do canino inferior podem ser consideradas de acordo com o Quadro 6 . Conquanto os caracteres

Diametro V-L
Máx. Coroa

Quadro 6 -Dimensões máximas. mediar e rninimar do canino inferior "

(41) Adaptação dar tabelar apresentadas por DELLA SERRA. O., op.. cir. p. 145-146
OS CARACTERES ANATOMICOSE A ESCULTURA D E N T A L

diferenciais entre os caninos superiores e inferiores sejam bem visíveis, conforme o estabelecido na Tabela 8.

Especificaçóes Canino Superior Canino Inferior

Coroa Sem desvio lingual Com desvio lingual. coincidindo o ápice da


cúspide com o eixo da raiz.

Face Vestibular Em forma de losango. com diimetro Em forma de penrágono. com diâmetro
mesio-disral semelhante ao inciso-cervical inciso-cervical maior que o mesio-disral,ou
e bordas proximais rnesio-disca1 menos seja: comprimento maior que a larguia: as
convergentes para o lado cervical. bordas proximais mesio-dista1 são mais
convergentes.em direção cervical.

Face Lingual Convexa do lado cervical,formando às Sem deralhes anat6micos visiveis


veres uma cúspide.

Face Mesial . Em formação de 8ngulo com a face mesial


da raiz.
Face mesial da coroa e raiz no mesmo
plano.

Face Proximais Lados iguais. formando um triângulo Lados desiguais,formando um triângulo


equiláterio is6sceles.

Raiz 1 C6nica e maior. Acharada mesio-disraimente e menor.

Tabela Li - Caracreres diferenrer entre os uninor ruperiorer e inferiores

3.4 - Escultura d o s C a n i n o s Superiores e Inferiores:


3.4.1. Dimensões em medi&

C.S. C.I.
i 1
C o m p r i m e n t o total .......................................28.8 m m .....................25,2 m m
C o m p r i m e n t o da c o r o a ................................ 9,4 m m .................... 9,9 m m
C o m p r i m e n t o d a raiz 16,4 m m ................... 15.3 m m

N a e s c u l t u r a d o s caninos. utilizamos a placa do canino s u p e r i o r d i r e i t o e p r o c e d e m o s às modificações


necessárias na fase d e acabamento. c o n f o r m e m o s t r a a Figura 32 (ver pógina 44) .
São trabalhadas as seguintes etapas da escultun:
I. Desenha-se n o b l o c o d e cera o perfil da face "M" e oposta a ela. c o m o m e s m o desenho. o perfil da face " D
(Figura 32, 2 ).
2. Remove-se a cera até atingir o s limites d o perfil traçado nas duas faces (Figura 32, 3 e 4)
3. Desenha-se nas outras faces d o b l o c o d e cera o s perfis das faces "V" e "C'. procedendo da mesma maneira
da face " M e "D" (Figura 32,5 e 6).
4. Remove-se a cera a t é atingir os limites d o perfil traçado nas duas faces (Figura 32. 7 e 8).
5. Acabamento: c o m o auxilio d o desenho o u d e dentes humanos naturais, reproduz-se na cera os caracteres
anatômicos d e cada face (Figura 32,9. 10, I I e 12).
N a escultura dos dentes caninos deve-se observar c o m a t e n ç i o a borda oclusal, pois ela d e t e r m i n a r i a que lado
pertence o dente esculpido (direito o u esquerdo) devido i inclinação das arestas mesial e dista1 (Figura 32, 10, I I e 12).

(41) Adaptaçáo dar indicaçãer de DELLA SERRA. O.. op.. c i t . p. 51-53


OS CARACTERES ANATÔMICOS E A ESCULTURA DENTAL
-

Figura 32 - Fases da Erculcura Denral dor caninos

4. Pré-molares Superiores

Os dentes pré-molares dão origem a uma série de dentes. com forma mais complicada que os dentes estudados
-

anteriormente. A finalidade desses dentes liga-se à trituraçáo do alimento, através do encontro da superfície inferior contra a
superior, em conseqüência da ação produzida pelos movimentos mandibulares. --

Localizados atrás dos caninos, são em número de quatro para cada arco e dois para cada um dos lados da linha
mediana.

4.1 - Primeiro Pré-Molar Superior:


C o m caracteres anatòmicos mais definidos e nitidos. o primeiro pré-molar superior situa-se n o hermi-arco
\

superior entre o canino e o segundo pré-molar (Figura 33).

A) Coroa: de forma achatada no sentido mesio-dista1 e irregularmente cubóide, apresenta cinco faces com as - -
seguintes características:

a.1) Face vestibular: de forma pentagonal, apresenta os mesmos caracteres da face vestibular dos caninos ~.:

superiores, apenas menos acentuados. com os seguintes detalhes: .


* convexa no sentido M-D e C-O; .,
* maior convexidade no terço cervical; -
* lóbulos separados por dois sulcos pouco acentuados;
* lóbulo mediano menor; - i

*face limitada pelas bordas mesial e distal, convexas e divergentes para oclusal; ~
(43) ADAPTAQO DA TECNICA DE ESCULTURA DE MARSEILLIER. R (Ler Denu Humaines: Morphologie. Gaulhier-Villarr.Panr. 1958).
i
OS CARACTERES ANATÔMICOS E A ESCULTURA DENTAL
rn

Figura 33 - Faces do primeiro pr6-molar superior


* borda oclusal dividida em dois segmentos;
* borda cervical curvilínea e côncava voltada para a borda oclusal
a.2) Face lingual: menor e com a mesma forma da face vestibular. apresenta a borda cervical semicircular, com
igual assimetria da borda livre, embora com modulado diferente. Convexa nos dois sentidos, em especifico. n o horizontal
onde se apresenta sob a forma de um semicirculo. N o sentido vertical a partir do quarto cervical. torna-se mais obliqua de
cima para baixo no sentido vestibular. É completamente lisa. não apresenta nenhum sulco, portanto. não é dividida em
lóbulos como a face vestibular.
a.3) Face mesial: quadrilátera. aiongada no sentido vestíbulo-lingual. convexa nas proximidades da borda oclusal
e acharada ou mesmo côncava junto ao colo. no sentido mesio-distal. É mais iarga que alta. destacando-se:
* borda cervical: e simplesmente um pouco côncava. Inclina-se ligeiramente no sentido vestibulo-lingual;
* borda vestibular: convexa no terço cervical;
*borda lingual: mais curta que a vestibular;
* borda
li;re: apresenta a forma de um acento circunflexo, com uma saliência próxima ao terço oclusal
correspondente a crista marginal mesial e uma depressão no terço cervical, representando a expansão de sulco inter-
radicular. .

a.4) Face distal:,com silhueta semelhante a da face mesial, ligeiramente mais curta. A bossa corresponde a crista
distal e a depressão é mais acentuada.
a.5) Face t r i t u r a n t e o u oclusal: formada por duas cúspides. bem salientes. uma vestibular e uma lingual. A
vestibular é maior e mais alta. Apresenta as seguintes bordas e modulados:
* borda vestibular: ligeiramente ondulada, com convexidade mais marcada no centro, correspondente aos
lobos da face vestibular;
*
borda lingual: menor que a vestibular. forma um semicirculo, sem ondulação porque a face lingual é lisa;
* borda mesial e distal: pouco convexas, menos retilineas, convergentes para lingual;
* modulados: a aresta transversal (borda livre) da cúspide vestibular forma uma linha ligeiramente ondulada com
convexidade marcada ao centro. N o conjunto. esta linha é menos convexa que a linha que representa a borda vestibular. A o
centro as duas linhas estio separadas por um espaço de I mm; nos lados elas se juntam e se continuam com as aresmr dar
cristas marginais. Tem a mesma disposição para a aresta transversal da cúspide lingual, porém a linha representando esta
aresra é um semicirculo e. a distância que ao centro a separa da linha da borda lingual é um pouco maior (1.5 mm). O espaço
compreendido entre as duas arestas transversais, vestibular e lingual, representa a face oclusal propriamente dira ou
funcional. As duas cúspides são muito salientes: a aresta axial da cúspide lingual se estende até a aresta axial da cúspide
vestibular. mas o conjunto destas duas arestas está ligeiramente desviado para o lado mesial. Isto equivale dizer que o vértice
distal de cada cúspide é um pouco maior que o vértice mesial. As duas cúspides são separadas por um profundo sulco. onde
a cúspide vestibular é um pouco maior que a lingual. pois o sulco não separa a face oclusal em duas partes rigorosamente
iguais, ele e s d situado um pouco mais práximo da borda lingual. O sulco é retilineo e termina em cada uma de suas
extremidades - mesial e distal, em uma fóssula - fóssula mesial -,próxima a borda mesial e. fóssula distal - próxima à borda
distal. As bordas mesial e distal são formadas por duas fortes cristas marginais (mesial e distal) que se reúnem lateralmente
às cúspidesvestibular e lingual.
OS CARACTERES ANATOMICOSE A ESCULTURA DENTAL

8) Raiz: quase sempre é bifida, constituída por duas raizes acoladas - uma vestibuiar e uma lingual. A vestibular é
ligeiramente maior. As duas raizes separadas por uma distância variável são sempre reunidas próximo ao bulbo radicular. Há.
também. um sulco profundo separando-as - o sulco inter-radicular. que se prolonga na coroa. onde se perde, ainda que o
dente apresente uma única raiz inclinada para palatino e distal.

4.2 - S e g u n d o Pré-Molar S u p e r i o r :
Com caracteres semelhantes aos do primeiro pré-molar tem, porem, tamanho mais reduzido. Localiza-se ao lado
mesial do primeiro molar e ao lado distal do primeiro pré-molar (Figura 34).

Figura 34 - Facer do segundo prh-molar superior

A) C o r o a : menor que a d o Primeiro Pré-Molar e com proeminências mais arredondadas, sua coroa é
irregularmente cuboidal achatada no sentido mesio-distal. A altura deste dente é menor. quer na parte radicular como na
coroa com cúspides da mesma altura. Suas faces apresentam as seguintes caracteristicas:

a.1) Face vestibular: mesma silhueta, um pouco mais baixa e um pouco mais estreita.
a.2) Face lingual: mesma forma e mesmo modelado. com altura igual a da face vestibular.
a.3) Faces proxirnais: quadriláteras. convexas próximo da borda livre e côncavas junto ao colo. são idênticas.
a.4) Face Oclusal: as duas cúspides tem o mesmo volume e a mesma altura, pois o sulco mesio-dista1 separa a
face oclusal em duas partes iguais. Com o dente em posição, a cúspide lingual parece um pouco mais baixa que a vestibular.

8) Raiz: quase sempre única. pouco mais longa, muito achatada no sentido mesio-distal. Nas faces proximais o
mesmo suico profundo que se perde na coroa.
Quanto aos caracteres diferenciais entre o primeiro e o segundo pré-molar superior, Cantisano" os enumerou
conforme mostra a Tabela 9, a qual se faz maiores indicaçses e algumas adaptações.

Especificações . primeiro Pré-Molar Segundo Pré-Molar


Coma Menor Maior.
Cúspides Duas:vestibular e 1ingual.A vestibular e maior e mais alta Duas:uma lingual e uma vestibular.com
que a lingual e une-se a lingual por uma ponte de aproximadamente a mesma altura e separadas por
esmalte. um sulco mesio-distal.

1
I
Vértices

Facevestibular
O vértice da cúspide vestibular coincide com o eixo da
raiz

Mais larga que a lingual.


O vértice está mais para o lado vesribular.

Menor que aface lingual.


II
I Convexidade Maior da face vestibular no sentido cérvico-oclusal. Menor.
i
( Raiz Maior percentagem de raizes bifurcadas (mais de 50%). Maior percentagem de raizes simples 1
Tabela 9 -Caracteres diferenciais entre or prb-molares superiores

(44) CANTISANO. W.. ap. cir.. p. 74-75

-- ~ ~.pp-....p-p. ~ .,

-
E A ESCULTURA DENTAL
OS CARACTERES ANAT~MICOS

4.3. - Escultura dos Pré-Molares Superiores

4.3.1 - Dimensões e m Média.


I" PMS. 2" PM.S
Comprimento total ............................. 21,2 mm .................. 21.4 m m
Comprimento da Coroa ..................... 7,9 mm .................. 7,3 m m
Comprimento da raiz .......................... 13.3 mm ................. 14,) mm

Na escultura dos pré-molares superiores utilizamos a placa metálica referente ao Primeiro Pré-Molar superior,
procedendo as modificações necessárias, uma vez que o Primeiro Pré-Molar apresenta duas raízes e o Segundo Pré-Molar
apenas uma raiz
I . Desenha-se no bloco de cera, o perfil da face "M" e oposta a ela com o mesmo desenho, o perfil da face "D".
sendo que para o segundo pré-molar não fazemos o desenho do corte separando em duas raízes. apenas desenhamos o
perfil externo da raiz (Figura 35.2).
2. Remove-se a cera. até atingir os limites do perfil traçado nas duas faces (Figura 35, 3 e 4).

r-
--

Figura 35 - Faces da Escultura Denral dor pré-molares superiores

3. Desenha-se nas outras faces do bloco de cera, os perfis das faces "V" e "C' . procedendo da mesma forma
como na face "M"e "L" (Figura 35. 5 e 6).

(45) ADAPTAÇAO DA TECNICA DE ESCULTURA DE MARSELLIER. R. (Ler Dents Humainer: Morphologie. Gauthier-Villarr. Paris. 1958
OS CARACTERES ANATÕMIcoS E A ESCULTURA DENTAL

4. Remove-se a cera ate atingir os limites d o perfil traçado nas duas faces (Figura 36. 7 e 8).
5. Face oclusal: Faz-se dois sulcos mais ou menos profundos no sentido vestibulo-lingual e outro n o sentido M-D, ;i
.
apenas demarcado, unindo os dois primeiros. Faz-se dois triângulos de base axial em cada um dos dois sulcos. retirando a
~.
cera aos poucos (Figura 36. 1 O e I I).
6. Acabamento: com o auxílio de desenhos ou dentes humanos naturais reproduzimos na cera, os caracteres .
anatômicos de cada face; dando-lhes o arredondamento dos ângulos e inclinaçáo das cúspides (Figura 36.9. 1 I e 12).

Para o Segundo Pré-Molar superior. começamos as modificações no traçado da face mesial - tanto relacionada a
coro;, onde as cúspides são da mesma altura. como em relação à raiz, que neste dente é Única. Por isso, desenha-se a raiz
sem separação e um pouco mais estreita. Quanto a face oclusal. o sulco mediano errara bem no centro dessa face e as i,
cúspides. portanto. deverão ser d o mesmo volume e altura.

5. Pré-molares Inferiores

5.1 - Primeiro Pré-Molar Inferior:

Explica Schwartz que "de todos os dentes humanos, o primeiro pré-molar inferior é morfologicomente o mais
intere~sante'~,
pais analisado em sua morfologia parece mais um dente de passagem dos unicuspidados para os bicuspidados,
L
pelo seu acentuado grau de atrofia da cúspide lingual. t, portanto, mais longo que os pre-molares superiores. com cúspides
menos pronunciadas e. sua forma, reproduz a d o canino inferior (Figura 36).
I 1

Vestibular Lingual Mesial Distal Oclural


I
Figura 36 - Faces do ptimeiro pré-molar inferior

A) C o r o a : conforme analisa Figún & Garino "a coma sofre, em relação aos superiores, uma diminuição de tomanho,
sobretudo, porque decresce o diâmetro vesti6ul~l;ngualque fico proporcional ao mesio-distar ". Compreende as seguintes faces:

a.1) F a c e vestibular: semelhante a d o canino inferior, porém menor, com borda livre mais arredondada e
inclinada para a face lingual. Apresenta as seguintes caracteristicas:
* forma pentagonal:
* convexa no sentido cervical-oclusal e mésio-distal. com maior convexidade n o terço cervical; -
* limitada por quatro bordas: oclusal em "V" invertido, ae aresras mesial e distal; mesial e distal. retilineas,
convergentes para cervical; mesial mais retilinea. menos inclinada e maior que a distal; cervical, curvilinea e de concavidade
~. .,
voltada para a borda oclusal. ..

a.2) Face lingual: bem pequena, quase a metade da altura da íace vestibular. devido ao pequeno tamanho da
cúspide lingual, que é apenas demarcada, semelhante ao cingulo d o canino. Apresenta-se convexa n o sentido vertical e
horizontal. ligeiramente inclinada para lingual.
-
(46) SCHWARR. J.R Pracrical Denlal Anatomy and Tooth Carving. Dent irernr os Inrerest Publirh. C o . New York. 1935.
(47) FIGÚN, MARIO EDUARDO B GARINO. RICARDO RODOLFO, op. ciL. p. 301.
SOC1[01Dt UIIIflCIIIII PIULISII 01 -
.~
tlSIWO RLIIiJIPI) ilB1~TITil-SliY1R1l
-,-. .----. .
OS CARACTERES ANAT~MICOS E A ESCULTURA DENTAL

-~ a.3) Faces proximais: a forma geral destas faces está compreendida entre a do canino e a dos outros dentes
4 . pre-molares. Tem as seguintes caracteristicas:

- *
forma trapezoidal, irregular;
* base maior vestibular. menor na lingual e lados cervical e oclusal:
. * convexas próximo às cristas marginais oclusais e côncavas pr6ximo ao colo;
* quatro bordas: oclusal. lingual, vestibular e cervical.
a.4) Face oclusal: apresenta duas cúspides: uma vestibular e uma lingual, bastante desproporcional. A cúspide
vestibular tem o dobro de largura e altura em relação à lingual. Esta diferença de volume das duas cúspides acarreta uma
-
obliquidade muito marcada (aproximadamente, 45%) da face oclusal. U m pequeno sulco sulco intercúspideo mesio-distal,
situado mais para lingual, separam as duas cúspides. Este sulco pode ser bem demarcado ou pouco profundo, parecendo que
as duas cúspides estão unidas por uma ponte de esmalte, terminando de cada lado (M e D) por duas fossetas - fóssulas
L

triangulares mesial e distal, que são delimitadas lateralmente pelas cristas marginais mesial e distal.

6)Raiz: achatada no sentido mesio-distal. apresenta as mesmas caracteristicas da raiz do canino inferior, sendo
menor e mais afilada, com sulco nas faces proximais. inclinada para distal.

5.2 - Segundo Pré-Molar Inferior


.
r É o mais forte de todos os pré-molares. Difere dos superiores pela forma cúbica de sua coroa que se assemelha a
dos molares. Frequentemente. apresenta três cúspides e às vezes somente duas (Figura 37).

A) C o r o a : mantém os traços gerais d o grupo dental do qual faz parte, excetuando-se apenas na sua face
triwrante, onde apresenta variaç6es devidas aos vestígios de sua primitiva molarização, conforme explica Della Serra ' e .

Vestibuhr Lingual Mesial Dista1 Oclural

Figura 37 - ácer do segundo prb-molar infeeor

a. I ) Face vestibular: maior que a do Primeiro Pre-Molar. A borda livre é mais arredondada que nos demais pré-
molares. Aqui. o lobo central ultrapassa as bordas mesial e distal. O conjunto do modelado é comparável ao do Primeiro
Pré-Molar Inferior.
a.2) Face lingual: menos alta e menos larga que a face vestibular. Sua borda livre pode se apresentar de duas
maneiras diferentes, caso a coroa possua duas ou três cúspides. N o caso de duas cúspides, a borda livre apresenta uma só
ponta pouco demarcada; e, no de v6s cúspides. a borda divide-se em duas ponms (a ponra mesial 6 ligeiramente mais larga
que a distal) por um pequeno sulco que vem da face oclusal e que se perde na face lingual. Esta face - lingual - e ligeiramente
convexa no sentido vertical e no horizontal; e inclinada de baixo para cima no sentido lingual.
a.3) Faces proximais: pouco mais largas que no primeiro pré-molar; são retangulark e convexas em seus terços
médio e oclusal e côncavos no cervical, mais acentuadamente por distal. Apresentam. respectivamente, quacro bordas: (a)
-. oclusal: côncava e inclinada de vestibular para lingual e mais acentuada para mesial; (b) vestibular e lingual: convexas e
nitidamente inclinadas para lingual; (c) cervical: côncava no sentido radicular. mais acentuada para mesial.
-~
. '.. : .'
(48) DELLA SERRA. O..op. cir. p. 116. : . ' " .
H,OS CARACTERES A N A T ~ M I C O SE A ESCULTURA D E N T A L
a.4) F a c e oclusal: n o conjunto, é oblíqua, de alto a baixo n o sentido vestibulo-lingual. u m pouco menos que n o
Primeiro Pré-Molar inferior. Pode ser formada de duas o u três cúspides, compreendendo:
~.
I) de duas cúspides: a cúspide maior e mais saliente é a vestibular. O sulco mesio-dista1 que separa as duas
cúspides é curvilíneo de concavidade vestibular e as fóssulas mesial e distal que o determina estáo situadas mais p r ó x i m o da
-
borda vestibular que da lingual. .-

2) de três cúspides: a ~ ú s ~ i d e v e s t i b u l ae r o sulco são iguais, mas a cúspide lingual está dividida e m duas
pequenas cúspides p o r u m pequeno sulco de direção ocluso -lingual que atravessa o sulco mesio-dista1 e vai se perder na I
:

face lingual. O conjunto dos dois sulcos, mesio-disml e ocluso-lingual assemelha-se a letra "Y".
Assim pode-se encontrar nesta face:
*três dspides: a maior é a vestibular ("V"). a média é a mesiolingual ("ML") e a m e n o r é a distolingual("DL");
',-
* as vezes, pode apresentar quatro cúspides devido a formação d o sulco e m H e as cúspides serão da mesma
altura. sendo a vestibularl ("V") e lingual ("C') maiores.
*dois sukos: o primeiro, de direção mesiodistal ("MD") apresenta dois ramos ligeiramente curvos, u m mesial e u m
distal, correspondente aos dois ramos d o "Y"; o segundo, de direçáo ocluso lingual ("OL") forma o r a m o vertical d o " Y
'duas fóssulas: uma mesial e uma distal situadas nas extremidades d o sulco "MD";
B) R a i z : mesma c o n f o r m a ç ã o que a d o P r i m e i r o P r é - m o l a r Inferior, apenas u m p o u c o maior, t a n t o e m
comprimento c o m o e m largura. As faces proximais da raiz geralmente não apresentam sulco.
O s caracteres diferenciais podem ser estabelecidos e definidos conforme mostra a Tabela 10.
"
Especificações Primeiro Pré-Molar Segundo Pré-Molar
VOLUME Menor Maior

1 COROA 1 Cilindróide 1 Cuboidal


I
FACE OCLUSAL Duas cúspides (74%) vesdbular e lingual. cúspide Duas (37%) ou três cúspides:duas linguais e uma
vestibular maior e mais alta que a lingual,vértice vestibular. com aproximadamente a mesma altura.vértice
coincidente com o eixo da raiz,linguai diminua. inclinado mais para vesu'bular.

I Forma triangular. base para vestibular. Forma arredondadq (mais ou menos circular).
I
I Muito inclinada para lingual. Pouco inclinada para lingual.
I
Sulcos secundários. raramente invadem a face lingual. Sulcos secunddrios frequentemente invadem a face
lingual.

Maior frequência de ponte de esmalte. Muito rara a ponte de esmalte.

FACEVESTIBULAR Mais larga que a lingual e com maior convexidade no Menor que a lingual e com menor convexidade.
sentido cérvico-oclusal.

RAIZ Conóide - achatada no sentido mesio dista1 Conoide -menos achatada no sentido mesio distal.

Simples - única (84.4%) retilinea,ápice para lingual (7,4";)Sirnples - única (97%),retillnea (38,595) curva a partir do
e para dista1 (21,3%) terco medi0 bara dista1 (30.4")

Sulcos radiculares profundos (M.D.) podendo dividir o Geralmente desprovida de sulcos


ápice (23%)

Tabela 10 - Caracreres diferenciais, entre os pré-molares inferiores 4g


OS CARACTERES A N A T ~ M I C O SE A ESCULTURA DENTAL

5.3 - Escultura dos Pré-Molares Inferiores:


5.3.1 - Dimensões e m média:

I"PM I 2" PM I
Comprimento total ...................................... 21.6 mm .................... 22,8 mm
Comprimento da coroa ....... .........
... 8,l..
mm......................
....... 7,7.m
. m
.
Comprimento da raiz ................................... 15.5 m m .................... 15.1 mm

N a escultura dos pré-molares inferiores utilizamos a placa metálica referente ao segundo pré-molar inferior,
procedendo as modificaçóes necessárias, na fase de acabamento.
I. Desenha-se no bloco de cera. o perfil da face "M" e oposta a ela com o mesmo desenho. o perfil da face "D"
(Figura 38,2)

-
Figura 38 Fases da Ercultura Dental dor prh-molares inferiores

2. Remove-se a cera até atingir os limites do perfil traçado nas duas faces (Figura 38.3 e 4).
3. Desenha-se nas outras faces do bloco de cera os perfis A s faces "V" e "L" procedendo da mesma maneira da
face "M" e "C' (Figura 38, 5 e 6).
4. Remove-se a cera até atingir os limites do perfil traçado nas duas faces (Figura 38. 7 e 8).
5. Face oclusal p a r a o P r i m e i r o Pré-Molar: faz-se dois sulcos mais ou menos profundos n o sentido
vestibulo-lingual e outro n o sentido mesio-distal. com convexidade lingual e mais próximo da borda lingual. apenas
demarcando e unindo os dois primeiros. Remove-se a cera aos poucos aò longo dos sulcos, formando planos inclinados para
axiai.
Para o Segundo Pré-Molar: além dos sulcos feitos para o Primeiro Pré-Molar faz-se um outro sulco de oclusal
para lingual, saindo do sulco mesio-distal. mais para disral(Fig. 38, 1 I e 12)

(50) ADAPTAÇÃO DA TÉNICA DE ESCULTURA DE MARSEILLIER. R. (Ler Dentr Hurnanines: Morphologie Gauthier-Villarr. Parir. 1958).

~.

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