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Fabius Bonnet

Cálculo Diferencial e Integral II

Sobral

2021

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SUMÁRIO

UNIDADE 1: DIFERENCIAIS E DERIVADAS ..............................................................7


1.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................7
1.2 O PROBLEMA DA TANGENTE .........................................................................8
1.3 DIFERENCIAIS DE LEIBNIZ..............................................................................8
1.4 FUNÇÕES DERIVADAS ................................................................................... 10
1.5 TABELA DE FUNÇÕES DERIVADAS............................................................... 11
UNIDADE 2: INTEGRAIS........................................................................................... 13
2.1 ÁREAS DOS POLÍGONOS.............................................................................. 13
2.2 ÁREA DO CÍRCULO ATRAVÉS DE INFINITÉSIMOS....................................... 14
2.3 INTEGRAL DE LEIBNIZ.................................................................................... 16
UNIDADE 3: FUNÇÕES PRIMITIVAS........................................................................ 19
3.1 AS FUNÇÕES PRIMITIVA E DERIVADA........................................................ 19
3.2 DIFERENCIAL DA FUNÇÃO: dy ..................................................................... 20
3.3 TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO INFINITESIMAL......................... 20
3.4 INTEGRAIS IMEDIATAS................................................................................. 21
UNIDADE 4: APLICAÇÕES DE INTEGRAIS............................................................. 23
4.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 23
4.2 INTEGRAL DEFINIDA..................................................................................... 23
4.3 INTEGRAL INDEFINIDA ................................................................................... 24
4.4 CÁLCULO DA INTEGRAL INDEFINIDA............................................................ 25
4.5 APLICAÇÃO NO CÁLCULO DA ÁREA ........................................................... 26

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UNIDADE 1: DIFERENCIAIS E DERIVADAS.
1.1 INTRODUÇÃO

Historicamente o CÁLCULO INFINITESIMAL nasceu no século XVII nos


trabalhos do matemático inglês NEWTON e do matemático e filosofo alemão
LEIBNIZ. Esse ramo da matemática surgiu desses dois problemas
geométricos:

1) O PROBLEMA da TANGENTE, que fez surgir o CÁLCULO


DIFERENCIAL;

2) O PROBLEMA da ÁREA, que fez surgir o CÁLCULO INTEGRAL.

Essas duas partes formavam o Cálculo Infinitesimal, nome usado nas


universidades até 1960. Atualmente os cursos universitários chamam essa
parte da matemática de Cálculo Diferencial e Integral ou separadamente de
Cálculo 1 e Cálculo 2 respectivamente. De modo resumido, podemos dizer
que o Cálculo 2 estuda:

1) O conceito de INTEGRAL inventado por LEIBNIZ para resolver o


problema da área;

2) As INTEGRAIS DE FUNÇÕES do problema da tangente através de


diferenciais;

3) O TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO, descoberto por Newton e


Leibniz, o qual mostra que a integral e a diferencial de uma função são
operações inversas.

Para que você possa compreender os detalhes desses três pontos, é


preciso conhecer os conceitos de função, diferencial, limite e derivada de
uma função, os quais foram estudados no Cálculo 1, por isso nesta unidade
farei uma breve revisão.

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1.2 O PROBLEMA DA TANGENTE
No século XVII, havia problemas em astronomia, ótica e balística
relacionados a reta tangente a uma curva. Modernamente o PROBLEMA DA
TANGENTE seria o seguinte: Dada uma função y=f(x) pede-se para encontrar
a inclinação da reta tangente ao gráfico da função num ponto dado A(x0 ; y0).
Isso era um grande desafio, porque para traçar uma reta precisamos de dois
pontos A e B ou de um ponto A e um ângulo. O problema da tangente dá o
ponto e pede justamente aquilo que precisamos para traçar a reta tangente: o
ângulo de inclinação. Como calcular a inclinação se nem conseguimos traçar
a reta tangente?

1.3 DIFERENCIAIS DE LEIBNIZ

Para calcular a inclinação da reta tangente o matemático alemão LEIBNIZ


criou a ideia de DIFERENCIAL, como sendo um pequeníssimo aumento ou,
melhor, uma diferença infinitesimal numa variável. Ele representou essa
diferença pela letra d, por exemplo dx e dy. Modernamente usamos a letra ∆
para uma diferença entre dois valores que chamamos diferença finita. Veja
esses dois conceitos:

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Por exemplo, se um comprimento x passou de 4m para 7m então ∆x = 7 – 4
= 3m. Mas se passou para 4,00001m, então podemos dizer que temos dx =
0,00001m. Porém, a ideia de Leibniz é que dx seria ∆x ⇾ 0, portanto não seria
um valor fixo pequeno, um valor tão pequeno quanto quisermos. Recordemos
do Cálculo1 que esses dois símbolos diferença ∆x e diferencial dx estão
relacionados com as inclinações da RETA SECANTE e da RETA TANGENTE
ao gráfico da função y = f(x). Veja:

Na figura abaixo vemos que quando ∆x se aproxima de zero, os pontos Q1;


Q2; Q3;... se aproximam de P, e a reta secante se aproxima da reta tangente.
Por isso, os matemáticos definiram que: Sendo dado uma função y = f(x) a
inclinação da RETA TANGENTE ao gráfico é o LIMITE da inclinação da RETA
SECANTE. Em símbolos:

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1.4 FUNÇÕES DERIVADAS

Vimos que a inclinação da RETA TANGENTE ao gráfico da função y = f(x)


num ponto P é obtida pelo quociente das diferenciais dy/dx, e que essa
inclinação é definida pelo sendo o limite de ∆y/∆x. Veja:
A partir daí os matemáticos definiram uma nova função que dá a inclinação da
reta tangente em todos os pontos do gráfico da função dada y = f(x). Essa
nova função o matemático italiano do século XVIII, LAGRANGE, chamou de
FUNÇÃO DERIVADA e representou uma linha sobre a letra f ‘ Veja:

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Para entender o nome “função derivada” podemos fazer essa
comparação: a palavra ferro é a primitiva e ferreiro é a palavra derivada de
ferro. Desse modo equivalente temos:

· f(x) é a FUNÇÃO PRIMITIVA, isto é, a função que nos é dada e


temos o seu gráfico;

· f ’(x) é a FUNÇÃO DERIVADA, isto é, a função que é calculada pelo


limite da primitiva.

Atualmente sendo dada a função primitiva y = f(x) temos três maneiras de


representar a função DERIVADA de acordo com a conveniência do problema: f
’(x), y’ ou

1.5 TABELA DE FUNÇÕES DERIVADAS

No Cálculo 1 vimos que quando aplicamos a definição de FUNÇÃO


DERIVADA, nas funções básicas: linear, quadrática, exponencial, logarítmicas
e trigonométricas, isso permite conhecer a função derivada de cada uma
dessas funções. Assim como reconhecemos, qual é a chave de cada uma das
portas de nossa casa, precisamos nos habituar qual é a função derivada de
cada função básica. Para isso formamos uma TABELA DE FUNÇÕES
DERIVADAS.

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Agora recordemos do Cálculo 1 que usando essa TABELA e as REGRAS DE
DERIVAÇÕES abaixo podemos calcular a função derivada de qualquer função. A
seguir temos exemplos de cálculos de funções derivadas. As deficiências na
obtenção de derivadas impedem que o estudante compreenda a integral, que é o
objetivo do Cálculo 2.

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UNIDADE 2: INTEGRAIS

2.1 ÁREAS DOS POLÍGONOS

A ideia de INTEGRAL nasce no século XVII quando o matemático e


filósofo Leibniz tenta resolver o problema da área da região abaixo de uma
curva. Para compreender melhor esse problema precisamos relembrar a ideia
de área dos polígonos. Inicialmente vou mostrar a diferença entre ÁREA e
SUPERFÍCIE. Podemos dizer que a superfície é uma região que vemos,
enquanto a área é um número que mede a superfície. Por exemplo, abaixo
vemos quatro superfícies, mas não vemos nem sabemos suas áreas.
Para sabermos a área precisamos escolher uma superfície que é considerada
padrão e que será chamada de unidade de medida. A área da superfície será o
número de vez que a unidade cabe na superfície a ser medida. Portanto, a área
depende do tamanho da unidade. Por exemplo, para saber área do retângulo
verde, escolhi um quadradinho com lado medindo 1cm, que chamaremos de
centímetro quadrado e representamos assim cm². Como o cm² cabe 24 vezes
no retângulo, dizemos que a área do retângulo será 24cm².

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É importante perceber que superfícies com formas diferentes, podem ter a
mesma área. É isso que vemos ao lado: o triângulo pode ser transformado no
quadrado, portanto suas superfícies cabem a mesma quantidade de unidades.
Esse método de transformação de uma superfície é usado no cálculo de áreas
de figuras limitadas por curvas, que mostrarei no círculo.
No colégio vimos as fórmulas das áreas dos principais polígonos, por
exemplo, área do retângulo: . Lembremos que todo polígono pode ser
decomposto em triângulos, assim para calcular a sua área basta somar as
áreas dos seus triângulos.

2.2 ÁREA DO CÍRCULO ATRAVÉS DE INFINITÉSIMOS

No século XVII o matemático e astrônomo KEPLER usou outro


método para calcular a ÁREA DO CÍRCULO. Kepler imaginou dividir o círculo
numa infinidade de triângulos bem finos, triângulo infinitesimais. Em seguida
calculou a área desses triângulos e finalmente somou, obtendo justamente a
fórmula da área do círculo obtida por Arquimedes no século III a.C. A figura

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abaixo mostra que juntos esses triângulos formam um polígono regular, e que
aumentando o número de lados, o polígono vai se aproximando do círculo.

Agora se cortarmos o último polígono e desenrolarmos teríamos vários


triângulos cuja soma das bases se aproximaria do comprimento da
circunferência 2πR. Veja:
Agora partindo essa figura no meio, poderíamos encaixar as duas metades, e
formar um quase retângulo, cuja base é a metade da circunferência πR, e a
altura é quase o raio R do círculo. Assim, o círculo poderia ser transformado em
um quase retângulo. Se o número de lados fosse o infinito a área do círculo
seria igual a área do retângulo, daí vem a palavra INFINITÉSIMO.

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Foi esse método dos infinitésimos geométricos que propiciou a resolução


dos problemas da área e da tangente e que culminou na criação do CÁLCULO
INFINITESIMAL.
2.3 INTEGRAL DE LEIBNIZ

Em símbolos modernos o PROBLEMA DA ÁREA era o seguinte:


Dada a equação de uma função qualquer se pede: calcular a área da região
abaixo do seu gráfico. Por exemplo, dada equação y = x² cujo gráfico é a
parábola, calcular a área da região S abaixo da parábola no intervalo 0 < x
<1. Note que a região S não é um polígono, pois é delimitada por uma curva e
isso gera o problema.

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Para resolver o problema, o matemático alemão LEIBNIZ, procedeu

assim: 1) dividiu a região em retângulos finíssimos;

2) calculou as áreas de cada retângulo;

3) e em seguida somou essas áreas.

Vemos que a soma dos retângulos não é exatamente S, mas a aproximação


melhora se alimentarmos o número de retângulos. Note que cada retângulo
tem a mesma base, que representamos por ∆x e as alturas são os valores de y
que vão aumentando. Veja:
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UNIDADE 3: FUNÇÕES PRIMITIVAS

3.1 AS FUNÇÕES PRIMITIVA E DERIVADA

Historicamente o Cálculo Infinitesimal surgiu de dois problemas


geométricos: Dada a equação de uma função y = f(x), pede-se: 1) a área
abaixo do gráfico; 2) a inclinação da tangente. Vimos que a área é dada pela
INTEGRAL DA FUNÇÃO e a reta tangente é dada pela FUNÇÃO DERIVADA.
Por exemplo, para a função y = x² teremos:
Portanto teremos:

· f(x) é a função que temos inicialmente e chamada de FUNÇÃO


PRIMITIVA;

· f ’(x) é a função que obtemos do limite e chamada de FUNÇÃO


DERIVADA.

· é a integral da função primitiva que corresponde a ÁREA

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3.2 DIFERENCIAL DA FUNÇÃO: dy

Vimos que as diferenciais de Leibniz são valores infinitesimais, de modo


que dx é um pequeníssimo acréscimo na variável x, enquanto dy um pequeno
acréscimo na função y. Além disso, sabemos que dy/dx é a inclinação da reta
tangente obtida pela função derivada f ’(x). Desse modo podemos obter a
DIEFERENCIAL DA FUNÇÃO dy, multiplicando a derivada por dx.

Derivada da função Diferencial da função


Como exemplo calculemos algumas diferenciais de funções dadas:

Se y = x² então = 2x assim dy = 2x.dx Se y = sen(x) então = cos(x)

assim dy = cos(x).dx

3.3 TEOREMA FUNDAMENTAL DO CÁLCULO INFINITESIMAL

Tanto Leibniz quanto Newton descobriram no século XVII que o problema de


calcular a inclinação da reta tangente ao gráfico de uma função estava
relacionado com o cálculo da área abaixo do gráfico dessa função. Além disso,
Newton e Leibniz, cada um ao seu modo, mostrou que a diferencial e a integral
eram operações inversas. No século XIX essa propriedade foi chamada de
Teorema Fundamental do Cálculo Infinitesimal.

Sabemos que a área abaixo da curva é dada pela integral da função, isto é, A =
∫f(x)dx. Agora uma fatia infinitesimal dessa área é o retângulo infinitesimal de
base dx e altura y. Essa fatia é a diferencial da área que representamos por , e
sua área é y.dx

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3.4 INTEGRAIS IMEDIATAS.

Recordemos que na escola, aprendemos primeiro a multiplicar e só depois a


dividir, isso porque a divisão é a operação inversa da multiplicação. Por
exemplo, para saber quanto é 32÷4, precisamos saber qual é o número Nx4 =
32. Portanto precisávamos primeiro memorizar a tabuada de multiplicar, para
depois decorar a tabuada de dividir. Isso é válido entre a derivação e a
integração, assim conhecendo a função derivada, sabemos qual era a sua
função primitiva. Isso permite formular uma tabela de integrais imediatas. Agora
usando duas REGRAS DE INTEGRAIS podemos obter as funções primitivas
de muitas integrais.

REGRA 1: A integral da soma de funções pode ser transformada na soma das


integrais das funções.

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REGRA 2: A integral de um número vezes a função, o número pode sair da
integral.
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UNIDADE 4: APLICAÇÕES DE INTEGRAIS

4.1 INTRODUÇÃO

As integrais como uma soma de infinitas parcelas infinitesimais tem


diversas aplicações nas ciências. Na matemática usamos as integrais para
calcular: 1) áreas de regiões limitadas por curvas; 2) volumes de sólidos obtido
por rotações; 3) comprimento de curvas definidas por funções. Na física
usamos as integrais para calcular: 1) o trabalho de uma força variável que
desloca um objeto; 2) o centro de gravidade de uma chapa; 3) a força
hidrostática. Aqui vamos nos restringir ao cálculo de área.

Para fazer as aplicações precisamos inicialmente distinguir dois tipos de


integrais:
4.2 INTEGRAL DEFINIDA

Vimos que a integral surgiu da tentativa de calcular a área de uma região


abaixo do gráfico de uma função. Vimos também que a área é dada pela
integral da função. Como a região é geralmente limitada a um intervalo a < x <
b, então passamos a chamá-la de integral definida indicando-se os extremos
do intervalo no próprio símbolo da integral.

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4.3 INTEGRAL INDEFINIDA

Nos exercícios vimos que temos a FUNÇÃO DERIVADA de uma função


f(x) desconhecida que era sua PRIMITIVA. Assim, pelo teorema fundamental
do cálculo, devemos integrar a derivada para obter a primitiva, isto é, ∫derivada
= primitiva. Em símbolos, isso foi representado assim:
Mas os exemplos abaixo mostram que essas funções quadráticas são
diferentes, porém têm a mesma derivada. Veja:

Essas funções primitivas são diferentes entre se apenas por um número, que é
chamado de CONSTANTE DE INTEGRAÇÃO. Portanto, temos uma família de
funções parecidas que satisfazem o teorema, mas não podemos definir qual
delas será a primitiva, por isso, a integral ∫2xdx será chamada de INDEFINIDA.

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Assim, o teorema fundamental do cálculo precisa acrescentar a constante de
integração que representamos por C ficando assim:

4.4 CÁLCULO DA INTEGRAL INDEFINIDA


A integral definida está relacionada com a integral indefinida através do
teorema fundamental, que permite calcular o NÚMERO usando a PRIMITIVA.
Isso, chamamos de segunda parte do teorema fundamental. Em símbolos ele
fica assim:
Portanto, para calcular uma integral definida precisamos primeiro conhecer
a sua função primitiva, que chamamos de calcular a integral. Em seguida
calculamos o valor da função primitiva nos limites de integração e subtraímos
esses valores.

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4.5 APLICAÇÃO NO CÁLCULO DA ÁREA

Já sabemos que o conceito de integral nasceu do problema da área: calcular a área


da região abaixo do gráfico de uma função. Vimos também que, o tipo de integral
usada é a integral definida no intervalo de integração, pois esse tipo calcula um
número.

Como exemplo vamos agora calcular o valor da área da região abaixo da parábola
de equação y = x², no intervalo 0 < x < 1.
RESOLUÇÃO

Sabemos que a fatia da área representada na figura anterior é a diferencial da área,


e será onde y = x². Também sabemos que a área será a integral definida nos
extremos do intervalo 0 < x < 1. Veja

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Agora vamos calcular a função primitiva pela tabela de integrais:

Agora vamos calcular o valor da função primitiva nos extremos do intervalo 0 < x <
1:

Agora
vamos usar o teorema fundamental na integral definida:
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