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Departamento de Engenharia Mecânica

Engenharia Termotécnica

2o Ano

Electronica Analogica E Digital

Tema: Tipos de Díodos

Docente: Eng. Antonio Renato Carlos

Songo, Setembro de 2023


Departamento de Engenharia Mecânica

Engenharia Termotécnica

2o Ano

Electronica Analogica E Digital

Discente:

Ednilton Mondlane

Trabalho de caracter avaliativo


para disciplina de Electronica
Analogica E Digital lecionada
pelo Eng. Antonio Renato
Carlos, no Instituto Superior
Politecnico de Songo

Songo, Setembro de 2023


Lista de figuras

Figura 1: Simbologia do Díodo genérico ........................................................................................ 2


Figura 2: Estrutura das Regiões do díodo ....................................................................................... 3
Figura 3: Desvio do díodo real e ideal ............................................................................................ 4
Figura 4:Rectificador de onda completa "onda completa" ............................................................. 4
Figura 5: Tabela classificativa dos díodos mais comuns ................................................................ 5
Figura 6: Simbologia e curva característica de um díodo Zener .................................................... 6
Figura 7: Esquemas de idealização do díodo Zener........................................................................ 7
Figura 8: Esquema de estabilizacao com zener .............................................................................. 7
Figura 9:Formulas para analise Tensão variável, carga fixa; Tensão fixa, carga variável Tensão
variável, carga variável ................................................................................................................... 8
Figura 10: Esquema basicos de ligaçao de LED ............................................................................. 9
Figura 11: Diagrama de relação corrente e luz em um Foto díodo ............................................... 10
Figura 12: Curva característica do díodo Shottky........................................................................ 12
Figura 13: Díodo Pin e sua curva característica............................................................................ 16
Figura 14: Curva de carga e sinal usado em díodo varicap .......................................................... 17
Figura 15: Esquema interno e diagrama I-V do díodo Gunn ........................................................ 18
Figura 16: Esquema interno e diagrama I-V do díodo schockley ................................................ 19
Índice

Introdução ....................................................................................................................................... 1
Objectivos ....................................................................................................................................... 1
Objectivo geral ............................................................................................................................ 1
Objectivos específicos ................................................................................................................ 1
Metodologia .................................................................................................................................... 1
Díodo............................................................................................................................................... 2
Estrutura interna de um díodo “na forma genérica” ................................................................... 2
Operação do díodo genérico ........................................................................................................... 3
Aplicação do díodo genérico em esquemas de rectificação de sinal .......................................... 4
Classificação dos díodos ................................................................................................................. 5
Díodo de Zener ............................................................................................................................... 5
Características operacionais do Zener .................................................................................... 6
Circuito de aplicação de um díodo zener ................................................................................ 7
Díodo Emissor de Luz .................................................................................................................... 8
A Tensão e a Corrente no LED ................................................................................................... 9
Díodo Foto díodo ............................................................................................................................ 9
Foto díodo de junção PN (efeito fotovoltaico) ......................................................................... 10
Foto díodo de junção PN de avalanche (APD) (efeito foto condutivo) .................................... 10
Díodo de Barreira Schottky ...........................................................................................................11
Características e propriedades importantes dos díodos de barreira Schottky: ...............................11
Díodos de Corrente Constante ...................................................................................................... 12
Díodo Zener de Corrente Constante ..................................................................................... 12
Díodo Emissor de Luz (LED) de Corrente Constante .......................................................... 13
Conversores de Tensão.......................................................................................................... 13
Díodos de Recuperação em Degrau .............................................................................................. 13
Tipos de Díodos de Recuperação .............................................................................................. 14
Trade-Offs ............................................................................................................................. 14
Os Díodos de Retaguarda (Back Diodes) ................................................................................. 14
Polarização Reversa do díodo de retrocesso ................................................................................. 15
Tensão de Pico Reversa (PRV) ............................................................................................. 15
Tempo de Recuperação Reversa (Trr)................................................................................... 15
Díodo Pin ...................................................................................................................................... 15
Díodo varicap ................................................................................................................................ 16
Díodo Gunn................................................................................................................................... 17
Díodo SHOCKLEY ...................................................................................................................... 18
Referências Bibliográficas ............................................................................................................ 21
Introdução

Díodos são componentes electrónicos fundamentais na electrónica e na engenharia Eles são


dispositivos de dois terminais que permitem o fluxo de corrente eléctrica em uma direcção
enquanto bloqueiam o fluxo na direcção oposta. Isso os torna componentes essenciais em uma
variedade de circuitos e aplicações. Os díodos têm uma ampla gama de funções, desde rectificar
corrente alternada (AC) em corrente contínua (DC) em fontes de alimentação até actuar como
interruptores de alta velocidade em circuitos de comutação. Além disso, os díodos são usados em
aplicações de detecção de luz, comunicações ópticas, geração de luz (como em LEDs),
reguladores de tensão e muito mais.

Objectivos

Objectivo geral
 Adquirir conhecimentos teóricos, práticos e operacionais sobre os díodos na aréia de
electrotecnia.

Objectivos específicos
 Conhecer a lógica aplicacional dos dispositivos semicondutores do tipo díodo;
 Descrever o funcionamento e aplicações dos diferentes tipos de díodos;
 Demostrar alguns exemplos operacionais de diferentes tipos de díodo.

Metodologia

Toda e qualquer classificação de pesquisa se fazem mediante algum critério. Assim, é usual a
classificação de pesquisas com base em seus objectivos gerais, podendo ser classificadas em três
grandes grupos: exploratória, descritiva e explicativa (Marina de Andrade Marconi, 2003)

O presente estudo caracteriza-se como descritivo e a investigação de cunho bibliográfico e


documental, utilizando assim múltiplas fontes de evidências, como documentos e bibliografias
(textos, artigos, relatórios entre outros) que deram uma base teórica as actividade desempenhadas
em laboratórios virtuais.

1
Díodo

São componente com 2 terminais fabricados com um cristal semicondutor “normalmente de


silício ou germânio”, internamente possuem uma junção divida entre duas partes, cada um
com dopagens diferentes e separadas por uma camada de depleção no meio delas, garantindo que
as duas áreas tenham características diferentes e sendo capaz de formar uma junção do tipo P-N,
que permite a passagem da corrente eléctrica somente em um sentido, onde o próprio símbolo
esquemático indica qual é a polaridade com a corrente fluindo do ânodo para o cátodo, assim
como mostra a imagem a seguir:

Figura 1: Simbologia do Díodo genérico

Fonte (Mattede, 2020)

Estrutura interna de um díodo “na forma genérica”

No processo de dopagem, um elemento estranho é adicionado ao silício formando duas regiões, a


região do tipo P, com portadores de carga positiva, e a região do tipo N, com portadores de carga
negativa, cada átomo do novo elemento substitui um átomo de silício na rede cristalina.

O silício nesta região é dopado com um elemento como o boro ou o alumínio, que possuem 3 ao
invés de 4 electrões na camada de valência externa, o electrão em falta cria buracos na estrutura
cristalina ao Invés de ter uma estrutura estável de 8 electrões, agora há alguns átomos possuem

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apenas 7 electrões em suas camadas externas, enquanto isso na região do tipo N o silício é
dopado com um elemento como antimónio ou fósforo que possuem 5 electrões em suas camadas
de valência externas, um a mais que a estrutura do cristal de silício precisa assim, 4 desses
electrões se juntam com os átomos de silício, enquanto o quinto se torna um electrão livre que
pode viajar de átomo a átomo gerando cargas negativas. Internamente o local onde as duas
regiões se encontram surge uma junção PN, onde os electrões livres na região do tipo N migram
e preenchem os buracos na região do tipo P, por causa das partículas carregadas se movendo, a
área próxima à junção na região do tipo P torna-se levemente carregada negativamente, enquanto
a área próxima à junção na região do tipo N fica levemente carregada positivamente.

Figura 2: Estrutura das Regiões do díodo

Fonte (Newark)

Operação do díodo genérico

Numa vertente idealizada o díodo actua como uma chave de polarização eléctrica, conduzido
sem quedas de tensão sempre que verificar polarização directa em seus terminais, permitindo que
ele seja aplicado como rectificador de corrente em meia onda e onda completa, diferente do que
e o idealizado os díodos gastam um pouco de energia para trabalhar e quando a corrente flui
através dele alguma potência sempre é dissipada em forma de calor Isto é percebido através de
uma queda de tensão de um valor que e definido pelo tipo e qualidade de material usado,
considerando aproximadamente 0.7V para díodos de silício e 0.3 para díodos de germânio.

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Figura 3: Desvio do díodo real e ideal

Fonte (Mattede, 2020)

Aplicação do díodo genérico em esquemas de rectificação de sinal

Uma das aplicações mais comuns e frequentes do díodo é o esquema de rectificação em onda
completa representado na figura a seguir, um arranjo de quatro díodos semicondutores
conectados em uma configuração específica que permite a rectificação completa de uma tensão
CA. O princípio de funcionamento pode ser dividido em:

 Fase 1 - D1 e D3 Conduzem: Quando a tensão de entrada CA é positiva na metade


superior do ciclo, os díodos D1 e D3 ficam polarizados directamente, permitindo que a
corrente flua através deles. Nesse momento, D2 e D4 estão polarizados inversamente e
não conduzem.
 Fase 2 - D2 e D4 Conduzem: Quando a tensão de entrada CA se inverte e se torna
negativa na metade inferior do ciclo, os díodos D2 e D4 conduzem, enquanto D1 e D3
ficam inversamente polarizados.

Figura 4:Rectificador de onda completa "onda completa"

Fonte (Edmedilton, Edmilson, Edmundo, Edna, & Ednilton, 2023)


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Classificação dos díodos
Devido ao crescimento exponencial do sector electrotécnico e a crescente necessidade de fabricar
dispositivos microcontroladores mas eficientes, os semicondutores, díodo em particular tem tido
algumas alterações que serão destacadas no decorrer desse trabalho:

Figura 5: Tabela classificativa dos díodos mais comuns

Fonte (Mattede, 2020)

Díodo de Zener

É um dispositivo semicondutor projectado para operar na chamada região de ruptura reversa,


onde ele mantém uma tensão constante entre seus terminais, independentemente da corrente que
flui através dele. Essa característica de tensão constante é chamada de tensão Zener que é usado
como reguladores de tensão em seus terminais, mesmo quando a tensão de entrada vária.

A figura mostra o símbolo esquemático de um díodo Zener, a linha lembra a letra z, de Zener.
Variando o nível de dopagem de um díodo de silício, um fabricante pode produzir díodos Zener
com tensões de ruptura de cerca de 2 V até 200 V. Esses díodos podem operar em qualquer uma
das três regiões: directa, de fuga e de ruptura, na região directa, ele começa a conduzir próximo
de 0,7 V, exactamente como um díodo de silício comum. Na região de fuga (entre 0 e a ruptura) a
corrente nele é pequena e reversa. Num díodo Zener, a ruptura apresenta a curva do joelho muito
acentuada, seguida de uma linha quase vertical em corrente, a tensão é quase constante,
aproximadamente igual a Vz, sobre a maior parte da região de ruptura. As folhas de dados
geralmente especificam o valor de Vz em uma corrente particular de teste.

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Figura 6: Simbologia e curva característica de um díodo Zener

Fonte (Corradi, 2016)

O díodo zener operando reversamente, mantém o valor da tensão máxima entre os seus terminais
em um valor constante, chamada de tensão do díodo zener. Porém, se o díodo zener for
polarizado de forma directa, ele irá se comportar como um díodo rectificador comum.

Características operacionais do Zener

Quando trabalhamos com o díodo zener, devemos levar em consideração alguns parâmetros
como por exemplo, a sua tensão de regulagem, a corrente mínima e a corrente máxima de
operação.

 A tensão de regulagem do díodo zener é a tensão que permanecerá praticamente


constante durante todo o tempo em que o díodo estiver em operação.
 A corrente mínima é a capaz de garantir com que o díodo zener esteja operando
corretamente, ou seja, valores abaixo da corrente mínima fazem com que o componente
não tenha a capacidade de entregar a sua principal característica, que é regulador de
tensão.
 A corrente máxima do díodo zener é o valor máximo de corrente que o díodo zener pode
suportar, e este valor de corrente não poderá ser ultrapassado. Caso isto aconteça, o
componente será danificado.

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Para um procedimento de verificação de defeitos ou numa análise preliminar, podemos
aproximar a ruptura como uma região vertical. Portanto, a tensão é constante mesmo que a
corrente varie, o que equivale a desprezar a resistência do Zener, o díodo na região de ruptura é
como uma bateria. Num circuito, isso significa que você pode substituir mentalmente um díodo
Zener por uma fonte de tensão de valor Vz' desde que o díodo Zener opere na região de ruptura.

A segunda aproximação de um díodo Zener. Uma resistência Zener (relativamente pequena) fica
em série com uma bateria ideal. Essa resistência produz uma queda de tensão igual ao produto da
corrente e da resistência.

Figura 7: Esquemas de idealização do díodo Zener

Fonte (Rocha, 2012)

Circuito de aplicação de um díodo zener

Figura 8: Esquema de estabilizacao com zener

Fonte (037, 2017)

Normalmente os projectos de regulador consistem em determinar o valor de RS, a partir dos


seguintes dados: tensão VZ (que será a tensão na carga) e a corrente IZmáx, variação no valor da
tensão de entrada VIN, variação no valor da carga RL. Ou Ainda, no projecto de reguladores de

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tensão, as seguintes circunstâncias podem ocorrer: carga fixa e fonte variável; carga variável e
fonte fixa; carga variável e fonte variável, Com base nas três circunstâncias nas quais podem ser
empregados reguladores.

Figura 9:Formulas para analise Tensão variável, carga fixa; Tensão fixa, carga variável
Tensão variável, carga variável

Díodo Emissor de Luz

LED do inglês Light Emitting Diode é um dispositivo semicondutor que emite luz quando uma
corrente eléctrica passa por ele, é uma versão específica de díodo que converte energia eléctrica
em energia luminosa de forma eficiente, a principal característica dos LEDs é sua eficiência
energética, longa vida útil e a capacidade de emitir luz em várias cores. Isso ocorre porque a
medida que electrões e lacunas se movem através da junção PN, eles eventualmente se
encontram na região da junção.

Quando um electrão encontra um buraco, ocorre a recombinação electrónica. Nesse processo, a


energia potencial dos electrões é convertida em energia na forma de fótons de luz, os fótons de
luz emitidos durante a recombinação electrónica possuem uma energia específica determinada
pelo material do LED. Isso significa que a cor da luz emitida depende do material semicondutor
utilizado. Por exemplo, LEDs de arseneto de gálio emitem luz infravermelha, enquanto LEDs de
nitreto de gálio emitem luz visível, incluindo cores como vermelho, verde e azul.

Os LEDs são conhecidos por sua capacidade de resposta rápida, tornando-os ideais para
aplicações em que é necessária uma activação instantânea da luz, como em flashes de câmeras e
displays de LED em electrónicos. Devido a essas vantagens, os LEDs desempenham um papel
importante em nossa vida quotidiana.

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A Tensão e a Corrente no LED

O resistor da Figura tem a função de limitar a corrente, para evitar que seja excedido ao valor
máximo nominal do díodo. Como o resistor tem uma tensão nodal Vs no lado esquerdo e uma
tensão nodal VD no lado direito, a tensão no resistor é a diferença entre essas duas tensões. Com
a lei de Ohm, a corrente em Série é:

𝑉𝑠 − 𝑉𝐷
𝑆=
Rs

Figura 10: Esquema basicos de ligaçao de LED

Fonte (Mattede, 2020)

Para a maioria dos LEDs disponíveis comercialmente, a queda de tensão típica é de 1,5a 2,5V
para correntes entre 10 e 50 mA. A queda de tensão exata depende da corrente no LED, da cor,
da tolerância etc.

Díodo Foto díodo


É um dispositivo semicondutor que converte a luz incidente em corrente eléctrica ou tensão
eléctrica. Ele é amplamente utilizado em aplicações de detecção de luz e é uma das formas mais
comuns de detectores de luz usadas em electrónica e optoelectrónica, são especialmente úteis
quando se deseja medir a intensidade luminosa, detectar a presença de luz ou mesmo para
comunicações ópticas sua operação é baseada no efeito fotovoltaico ou no efeito foto condutivo,
dependendo do tipo de Foto díodo.

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Foto díodo de junção PN (efeito fotovoltaico)

Neste modelo, quando a luz incide na junção PN do Foto díodo, os fótons da luz excitam os
electrões na região de valência para a região de condução, isso gera um fluxo de electrões ,
criando uma corrente eléctrica. Desta forma o Foto díodo é polarizado reversamente (aplicação
de uma tensão reversa), o que permite que essa corrente seja medida como uma resposta à luz
incidente.

Foto díodo de junção PN de avalanche (APD) (efeito foto condutivo)

Os APDs são projectados para amplificar ainda mais o sinal de saída do Foto díodo de junção PN
tradicional, quando a luz incide sobre um APD, os electrões gerados pela luz podem causar uma
avalanche de electrões adicionais por meio de um processo chamado de ionização por impacto o
que resulta em uma amplificação significativa da corrente de saída. Por serem sensíveis a
diferentes comprimentos de onda da luz, dependendo do material semicondutor usado na sua
fabricação eles têm aplicações em uma variedade de campos, incluindo fotografia, sensores de
luz ambiente em dispositivos electrónicos, sistemas de comunicação óptica, detecção de
infravermelho próximo, leitores de código de barras, entre outros.

Figura 11: Diagrama de relação corrente e luz em um Foto díodo

Fonte (https://tallerelectronica.com/Foto díodo/, 2023)

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Díodo de Barreira Schottky

Um díodo de barreira Schottky, também conhecido simplesmente como díodo Schottky, é um


dispositivo semicondutor que possui propriedades distintas em comparação com os díodos
semicondutores tradicionais de junção PN. A principal diferença é que os díodos Schottky não
têm uma junção PN; em vez disso, eles consistem em uma junção metal-semicondutor.

Características e propriedades importantes dos díodos de barreira Schottky


A junção do díodo Schottky é formada por um metal (geralmente tungstênio, platina, alumínio ou
outros metais) em contacto directo com um material semicondutor de tipo N (dopado com
electrões) ou tipo P (dopado com lacunas). Não há região de transição PN.

Tensão de Barreira Baixa: Um dos principais benefícios dos díodos Schottky é que eles têm
uma tensão de barreira directa muito mais baixa em comparação com os díodos de junção PN
tradicionais. Isso significa que eles têm uma queda de tensão menor quando conduzem, o que
resulta em menor dissipação de energia.

Alta Velocidade de Comutação: Os díodos Schottky são conhecidos por sua alta velocidade de
comutação, o que os torna ideais para aplicações de alta frequência, como rectificadores de
microondas.

Menor Recuperação Reversa: Diferentemente dos díodos de junção PN, os díodos Schottky
têm um tempo de recuperação reversa muito menor. Isso significa que eles podem alternar
rapidamente entre o estado de condução e o estado de bloqueio quando a polaridade da tensão é
revertida.

Baixa Corrente de Fuga Reversa: Os díodos Schottky têm uma corrente de fuga reversa menor
em comparação com os díodos de junção PN, tornando-os adequados para aplicações em que a
eficiência energética é importante.

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Figura 12: Curva característica do díodo Shottky

Fonte (J.A.Pomilio, 2014)

Os díodos Schottky são frequentemente usados em aplicações onde a eficiência, a velocidade e a


baixa queda de tensão são críticas. Exemplos incluem rectificadores em fontes de alimentação
comutadas, circuitos de protecção de sobre temperatura, díodos de protecção em circuitos
integrados, entre outros. É importante observar que, devido à sua baixa tensão de barreira directa,
os díodos Schottky não são adequados para aplicações em que é necessária uma alta rectificação
de tensão. Eles também podem ter uma corrente de fuga reversa maior do que os díodos de
junção PN em aplicações de alta tensão.

Díodos de Corrente Constante


Os díodos de corrente constante, também conhecidos como díodos de corrente constante (CCD -
Constant Current Diodes), são dispositivos semicondutores projectados para fornecer uma
corrente eléctrica constante através de um circuito, independentemente das variações na tensão
de entrada ou nas características do dispositivo. Eles são úteis em diversas aplicações onde a
manutenção de uma corrente constante é crítica. Existem diferentes tipos de díodos de corrente
constante, e vou abordar dois deles:

Díodo Zener de Corrente Constante


São díodos Zener modificados para operar como uma fonte de corrente constante, eles são
projectados com uma resistência interna bastante alta, de modo que, quando uma tensão acima da

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tensão Zener é aplicada inversamente, eles conduzem e mantêm uma corrente relativamente
constante, são usados em aplicações de referência de corrente e estabilização de corrente.

Díodo Emissor de Luz (LED) de Corrente Constante


São projectados para fornecer uma corrente constante através de um LED, independentemente
das flutuações na tensão de alimentação, eles geralmente incluem um circuito de controle de
corrente interno, como um regulador de corrente constante ou um resistor de feedback, que ajusta
a tensão através do LED para manter a corrente constante, são amplamente usados em aplicações
de iluminação, displays e sinalização, onde é importante manter uma intensidade de luz
constante.

Conversores de Tensão
Em conversores DC-DC, os díodos de corrente constante podem ser usados para fornecer
corrente constante a um dispositivo ou carga, independentemente das flutuações na tensão de
entrada. Sensores de Corrente: Em circuitos de medição de corrente, os díodos de corrente
constante podem ser usados como referência de corrente para calibrar e medir a corrente em uma
carga. Fontes de Corrente: Eles podem ser usados como fontes de corrente em circuitos
electrónicos onde é necessário fornecer uma corrente constante a um componente específico.

Díodos de Recuperação em Degrau


Os díodos de recuperação em degrau, também conhecidos como díodos de recuperação rápida ou
díodos de comutação rápida, são um tipo especial de díodo semicondutor projectado para
comutar rapidamente de um estado de condução para um estado de bloqueio e vice-versa,
minimizando o tempo de recuperação reversa. Eles são usados em aplicações onde é necessária
uma comutação rápida e eficiente, especialmente em circuitos de alta frequência.

O tempo de recuperação em degrau (ou tempo de comutação reversa) é o tempo que um díodo
leva para passar do estado de condução para o estado de bloqueio após ter sido polarizado
reversamente, os díodos de recuperação em degrau são projectados para minimizar esse tempo,
tornando-os adequados para aplicações de alta frequência.

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Construção Especial: A construção de díodos de recuperação em degrau é diferente da dos
díodos padrão, eles têm uma região de transição PN optimizada para reduzir o tempo de
recuperação, além disso, podem incluir camadas adicionais de dopagem para melhorar o
desempenho de comutação.

Os díodos de recuperação em degrau são usados em aplicações onde a rápida comutação é


necessária, como rectificadores em circuitos de alta frequência, conversores DC-DC,
amplificadores de RF (rádio frequência) e circuitos de chaveamento, também são comuns em
aplicações de comutação de energia, como em fontes de alimentação chaveadas.

Tipos de Díodos de Recuperação

Existem vários tipos de díodos de recuperação em degrau, incluindo díodos de recuperação


rápida (Fast Recovery Diodes), díodos de recuperação ultra-rápida (Ultrafast Recovery Diodes) e
díodos Schottky, que são conhecidos por sua baixa recuperação reversa.

Trade-Offs

Embora os díodos de recuperação em degrau tenham um tempo de recuperação rápido, eles


podem ter uma queda de tensão directa um pouco maior em comparação com díodos comuns,
além disso, seu desempenho pode ser afectado por correntes de fuga reversa mais elevadas em
comparação com os díodos de recuperação lenta.

Os Díodos de Retaguarda (Back Diodes)

Os "díodos de retrocesso," também conhecidos como "díodos de protecção contra retrocesso" ou


"díodos de supressão de tensão reversa," são componentes electrónicos projectados para proteger
circuitos electrónicos contra picos de tensão reversa. Eles são usados principalmente em circuitos
nos quais dispositivos podem gerar picos de tensão quando desligados, como relés, solenóides e
bobinas.

Os díodos de retrocesso são conectados em paralelo com o dispositivo ou carga que pode gerar
picos de tensão reversa, quando o dispositivo é desligado e gera uma tensão reversa, o díodo de
retrocesso conduz, fornecendo um caminho de baixa resistência para a corrente, evitando que a
tensão reversa prejudique outros componentes do circuito.

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Polarização Reversa do díodo de retrocesso
Os díodos de retrocesso são polarizados reversamente na condição normal de operação, isso
significa que eles não conduzem quando a tensão está no sentido correto, mas conduzem quando
a tensão reversa é aplicada.

Tensão de Pico Reversa (PRV)


a escolha de um díodo de retrocesso adequado deve considerar a tensão reversa máxima que ele
pode suportar (PRV), que deve ser maior do que a tensão máxima reversa esperada no circuito.

Tempo de Recuperação Reversa (Trr)


Os díodos de retrocesso também têm um tempo de recuperação reversa, que é o tempo que leva
para o díodo voltar ao estado de bloqueio após a tensão reversa ser removida. Em aplicações de
alta velocidade, é importante escolher díodos com tempos de recuperação curtos para evitar a
degradação do desempenho.

Díodo Pin

Um díodo PIN é um tipo especial de díodo semicondutor que possui três regiões distintas de
material semicondutor: uma região P (positiva), uma região I (intrínseca) e uma região N
(negativa). Cada uma dessas regiões tem características eléctricas específicas que tornam o díodo
PIN útil em aplicações particulares, a região P (positiva) é uma camada com excesso de
portadores de lacunas (lacunas são cargas positivas), a região I (intrínseca) é uma camada
semicondutora intrínseca, que não possui portadores de carga excessivos, a região N (negativa) é
uma camada com excesso de electrões (cargas negativas).

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Figura 13: Díodo Pin e sua curva característica

Fonte (Corradi, 2016)

Em questão ao seu principio de funcionamento, quando uma tensão directa é aplicada ao díodo
PIN (positivo na região P e negativo na região N), a camada intrínseca atua como uma barreira
que impede a difusão de portadores de carga através dela, quando uma tensão reversa é aplicada
(positivo na região N e negativo na região P), a camada intrínseca se expande e permite a
passagem de portadores de carga, uma das principais vantagens dos díodos PIN é a baixa
capacitância da junção reversa. Isso os torna ideais para aplicações de alta frequência, como
rectificadores de microondas e amplificadores de radiofrequência (RF).

Díodo varicap
O díodo varicap, também conhecido como díodo de capacidade variável ou díodo de junção PN
de capacitância variável, é um dispositivo semicondutor especializado projectado para controlar
a capacitância em um circuito electrónico de acordo com a tensão aplicada. Essa capacidade de
variar a capacitância torna os díodos varicap muito úteis em aplicações de sintonia e ajuste de
frequência, como em rádios, TVs, osciladores controlados por tensão (VCOs) e outros
dispositivos de comunicação e electrónicos, a variação de Capacitância com a Tensão, tem a
capacidade de variar sua capacitância em resposta à tensão reversa aplicada, quando uma tensão
inversa é aplicada ao díodo varicap, a região de junção PN se expande ou contrai, alterando
assim a capacitância do díodo. O símbolo esquemático de um díodo varicap é semelhante ao de
um díodo de junção PN comum, mas geralmente inclui um símbolo de capacitância variável,

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indicando sua capacidade de mudar de capacitância, eles são amplamente utilizados em circuitos
de sintonia, onde a capacitância variável é usada para ajustar a frequência de um oscilador ou
sintonizar uma estação de rádio, por exemplo, em um rádio, ao variar a tensão aplicada ao díodo
varicap, é possível ajustar a frequência de ressonância do circuito sintonizado, permitindo a
selecção de diferentes estações de rádio.

Os díodos varicap têm uma curva de capacitância versus tensão (C-V) que descreve como a
capacitância vária em função da tensão reversa aplicada, essa curva é especificada pelo
fabricante e é uma característica crítica para projectar circuitos que utilizam díodos varicap.

Figura 14: Curva de carga e sinal usado em díodo varicap

Fonte (Furlan, 2014)

Díodo Gunn
Os díodos Gunn, também conhecidos como díodos de impacto transitório (TRAPATT) ou díodos
de transferência de electrões de alta frequência (HEMT), são dispositivos semicondutores de
microondas usados em aplicações de alta frequência. Eles operam em uma faixa de frequência
muito alta, geralmente na ordem de gigahertz (GHz), e são conhecidos por sua capacidade de
gerar oscilações de frequência muito altas sem a necessidade de circuitos de oscilação externos.
Esses díodos Gunn operam com base no efeito Gunn, um fenômeno que ocorre em
semicondutores de alta mobilidade, como o arsenieto de gálio (GaAs), quando uma tensão
eléctrica é aplicada a um díodo Gunn acima de um determinado valor crítico (tensão de limiar),
ocorre uma avalanche electrónica na região de alta mobilidade do semicondutor essa avalanche
gera uma corrente eléctrica oscilante, criando uma oscilação de alta frequência na saída,
geralmente na faixa de 1 GHz a vários GHz, dependendo do material semicondutor e do projecto
do dispositivo. Para que os díodos Gunn funcionem adequadamente, eles são fabricados a partir
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de materiais semicondutores de alta mobilidade electrónica, como GaAs, que permite a
ocorrência do efeito Gunn, uma das características notáveis dos díodos Gunn é sua capacidade de
gerar oscilações por conta própria, sem a necessidade de circuitos de oscilação externos,
tornando-os úteis em aplicações de geradores de microondas e amplificadores de alta frequência,
limitando-se pela dependência sensível da temperatura e a necessidade de tensões de alimentação
relativamente altas para operação.

Figura 15: Esquema interno e diagrama I-V do díodo Gunn

Fonte: (Wendling, 2011)

Díodo SHOCKLEY
Um díodo Shockley é um dispositivo de dois terminais que tem dois estados estáveis: um de
bloqueio ou de alta impedância e de condução ou baixa impedância . Não se deve confundir com
o díodo de barreira Schottky. Está formado por quatro capas de semicondutor de tipo N e P,
dispostas alternadamente, este É um tipo de tiristor.

A característica Tensão-Corrente (V-I) mostra-se na figura que se segue. A região I é a região de


alta impedância e a III, a região de baixa impedância. Para passar do estado apagado ao de
condução, aumenta-se a tensão no díodo até atingir a tensão de comutação, denominada Vs. A
impedância do díodo desce bruscamente, fazendo que a corrente que o atravessa se incremente e
diminua a tensão, até atingir um novo equilíbrio na região III (Ponto B). Para voltar ao estado
apagado, diminui-se a corrente até a corrente de manutenção, denominada Ih. Nesse instante o
díodo aumenta seu impedância, reduzindo, ainda mais a corrente, enquanto aumenta a tensão em

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seus terminais, cruzando a região II, até que atinge o novo equilíbrio na região I (Ponto A). A
tensão inversa de avalanche é denominada Vrb

Figura 16: Esquema interno e diagrama I-V do díodo schockley

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Conclusão

Com o término do trabalho feito, foi possível verificar que a ponte de díodos é um recurso
essencial em sistemas de rectificação, desempenhando um papel crucial na conversão de corrente
alternada em corrente contínua. Essa configuração, composta por quatro díodos, é altamente
eficaz na rectificação de tanto os semiciclos positivos quanto os negativos da tensão de entrada
CA. No entanto, a influência dos díodos na nossa sociedade moderna vai além dessa aplicação
específica pois existem diversos tipos de díodos, cada um projectado com características únicas
para atender a uma ampla gama de aplicações. Os díodos Schottky que oferecem uma baixa
queda de tensão directa e são ideais em circuitos de comutação de alta frequência, os Zener que
são amplamente usados como reguladores de tensão em fontes de alimentação, garantindo que a
tensão de saída seja mantida constante dentro de uma ampla faixa de correntes de carga, além
disso, os LEDs têm revolucionado a indústria de iluminação, sendo fundamentais em
dispositivos de iluminação eficientes e economizadores de energia, como lâmpadas LED e telas
de dispositivos electrónicos os díodos têm um impacto significativo em nossa sociedade
moderna, proporcionando eficiência energética, estabilidade de tensão, capacidade de comutação
de alta velocidade e iluminação avançada. Eles estão presentes em uma ampla variedade de
dispositivos e sistemas, desde fontes de alimentação deelectrónicosaté iluminação urbana e
comunicações de alta velocidade. Como resultado, podemos afirmar que os diferentes tipos de
díodos desempenham um papel vital no desenvolvimento tecnológico e na melhoria da qualidade
de vida das pessoas em todo o mundo. Seu papel não é apenas eficaz, mas também essencial para
o funcionamento confiável de muitos dispositivos e sistemas em nossa sociedade moderna.

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