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Lista 1 de exercícios Bioquímica 2 – Glicólise e gliconeogênese

1. Nove intermediários da glicólise são fosforilados. Explique a importância dessa fosforilação.

R= A fosforilação torna as "oses" aniônicas, isto é, a Glicose com carga negativa não consegue atravessar
passivamente a membrana plasmática. Portanto com a ajuda da fosforilação as biomoléculas ficam
aprisionadas dentro das células.

Cada um dos nove intermediários glicolíticos entre a glicose e o piruvato apresenta fosfato ligado. Os grupos
fosforila parecem ter três funções.
1. Corno a membrana plasmática geralmente não tem transportadores para açúcares fosforilados, os
intermediários glicolíticos fosforilados não podem sair da célula. Depois da fosforilação inicial, não é
necessária energia adicional para reter os intermediários fosforilados na célula, apesar da grande diferença
entre as suas concentrações intra e extracelulares.
2. Os grupos fosforila são componentes essenciais na conservação enzimática da energia metabólica. A
energia liberada na quebra das ligações de fosfoanidrido ( como aquelas do ATP) é parcialmente conservada
na formação de ésteres de fosfato, como glicose-6-fosfato. Compostos de fosfato de alta energia formados na
glicólise (1,3-bisfosfoglicerato e fosfoenolpiruvato) doam grupos fosforila ao ADP para formar ATP.
3. A energia de ligação resultante do acoplamento de grupos fosfato ao sítio ativo de enzimas reduz a energia
de ativação e aumenta a especificidade das reações enzimáticas. Os grupos fosfato do ADP, do ATP e dos
intermediários glicolíticos formam complexos com Mg2 +, e os sítios de ligação ao substrato de muitas
enzimas glicolíticas são específicos para esses complexos. A maior parte das enzimas da glicólise requer Mg2
+ para sua atividade.

2. Escreva equações bioquímicas equilibradas para todas as reações do catabolismo da glicose em duas
moléculas de gliceraldeído-3-fosfato (a fase preparatória da glicólise) incluindo a variação de energia livre
padrão para cada reação. Depois escreva a equação global ou líquida para a fase preparatória da glicólise.

R= Equação líquida: Glicose + 2ATP -+ 2 gliceraldeído-3-fosfato + 2ADP + 2H\ 1',.G'º = 2,1 kJ/mol.

Equação líquida: 2 gliceraldeído-3-fosfato + 4ADP + 2P,-+ 2 lactato + 2NAD'; 1',.G'º = - 114 kJ/mol.

3. No músculo esquelético em atividade, sob condições anaeróbias, o gliceraldeído-3-fosfato é convertido a


piruvato (a fase de pagamento da glicólise), e o piruvato é reduzido a lactato. Escreva as equações
equilibradas para todas as reações desse processo, com a variação de energia livre padrão para cada reação.
Depois escreva a equação global ou líquida para a fase de pagamento da glicólise (com o lactato como
produto final).
4. Produção de etanol em leveduras. As leveduras (S. cerevisiae), quando crescem anaerobiamente em meio
com glicose, convertem piruvato em acetaldeído, e então reduzem o acetaldeído em etanol usando elétrons do
NADH. Escreva a equação para a segunda reação.
R=
CH3CHO + NADH + H+ ~ CH3CH20 H + NAD+ K'eq = 1,45 X 1

5. Durante atividade intensa, a demanda por ATP no tecido muscular aumenta muito. Nos músculos das pernas
do coelho ou no músculo das asas do peru, o ATP é produzido quase exclusivamente por fermentação láctica.
O ATP é formado na fase de pagamento da glicólise por meio de duas reações, promovidas pela
fosfoglicerato-cinase e pela piruvato-cinase. Suponha que o músculo esquelético seja desprovido da lactato-
desidrogenase. Poderia ele desenvolver atividade física vigorosa, ou seja, gerar ATP em alta taxa pela
glicólise? Explique.
R=
Lactato desidrogenase é enzima clássica da classe das oxidorredutases, que catalisa oxidação
reversível do lactato a piruvato em presença de NAD+ e atua como doador ou aceptor de H+.
Lactato + NAD+ --Lactato desidrogenase--> Piruvato + NADH+ + H+LD esta presente no
citoplasma de todas as células do organismo. Rica no miocárdio, músculo esquelético,
rim e eritrócitos. Níveis teciduais de LD são 500x maiores que os encontrados no soro, e lesões
naqueles tecidos provocam elevações plasmáticas dessa enzima.O ponto central do problema é que
o NAD+ deve ser regenerado a partir do NADH para a glicólise continuar. Alguns tecidos, como o
músculo esquelético, obtém quase todo o ATP por meio da glicólise,mas são capazes de atuar
somente em exercícios não prolongados.Com intuito de produzir ATP em uma taxa elevada, o
NADH formado durante a glicólise deve ser oxidado. Na ausência de quantidade de oxigênio nos
tecidos, a lactato desidrogenase converte piruvato e NADH a lactato e NAD+.Na ausência dessa
enzima, NAD+ não pode ser regenerado e a produção glicolítica de ATP iria parar –e a atividade
muscular não poderia ser mantida. Não dá pra gerar atp em taxa alta pela glicólise. * LD é
requerida para reposição de NAD+ a partir do NADH formado.

6. A transformação de glicose a lactato nos miócitos libera apenas em torno de 7% da energia livre liberada
quando a glicose é completamente oxidada a CO 2 e H2O. Isso significa que a glicólise anaeróbia no músculo é
um desperdício de glicose? Explique.

R= Lactato é produto intermediário no metabolismo dos glicídios sendo produto final da glicose
anaeróbica.Na presença suficiente de oxigênio e moderada taxa de glicolise, o acido pirúvico entra
no ciclo deKrebs gerando CO2 e H2O. Em condições em que o acido pirúvico é produzido em
quantidade maior daque consiga utilizar, ou quando ocorre condição de anaerobiose, o ácido
pirúvico é convertido em ácidolático. Em condições normais, a maioria do lactato é produzida
pelos eritrócitos, mas em atividade física tbm,pela falta de oxigenação no musculo, quando
miócitos possuem [oxigênio] reduzida. Meio de gerar ATPem deficiência de o2. Devido ao fato do
lactato ser transformado em lactato, a glicose não é desperdiçada: piruvato pode seroxidado por
reações aeróbicas quando o2 é abundante. Alem disso, receptores glut 1,2 e 3 permitemao fígado e
ao cérebro absorverem glicose, independente dos níveis de insulina. Essas flexibilidades
metabólicas permitem ao organismo uma maior capacidade de se adaptar ao meioambiente.
Portanto, a glicólise anaeróbica não é um desperdício de glicose.

7. Adultos praticantes de exercício físico intenso requerem, para nutrição adequada, uma ingestão de cerca de
160g de carboidrato diariamente, mas apenas em torno de 20mg de niacina. Dado o papel da niacina na
glicólise, como você explica essa observação?

R= A niacina da dieta é usada para sintetizar NAD+. Oxidações envolvendo o NAD+ são parte de um
processo cíclico, com o NAD+ como carreador de elétrons (agente redutor); uma molécula de NAD+ pode
oxidar muitos milhares de moléculas de glicose, de modo que as necessidades dietéticas para a vitamina
precursora (niacina) são relativamente pequenas.
8. Qual é o custo (em equivalentes de ATP) de transformar glicose em piruvato pela via glicolítica e de este
voltar à glicose pela gliconeogênese?

R= Custo de 4 equivalentes/qmoleculas de ATP.

9. Por que é importante que a gliconeogênese não seja o inverso exato da glicólise?

R= A glicólise e a gliconeogênese são mutuamente reguladas alostericamente e por modificação


covalente (fosforilação), o que significa dizer que quando o fluxo de glicose por meio da glicólise
aumenta, o fluxo de piruvato em direção à glicose diminui, e vice-versa. Com isso, tem-se que a
operação simultânea de ambas as vias consome ATP sem realizar nenhum trabalho químico ou
biológico que seja útil para o organismo. Se fosse o exato inverso o processo seria energeticamente
inviável, altamente endergônica. Por causa de 3 reações com variação de energia livre bem
negativa.

10. O consumo de álcool (etanol), especialmente após períodos de atividade intensa ou depois de várias horas
sem comer, resulta em uma deficiência de glicose no sangue, uma condição conhecida como hipoglicemia. A
primeira etapa no metabolismo do etanol pelo fígado é a oxidação a acetaldeído, catalisada pela álcool-
desidrogenase hepática:

CH3CH2OH + NAD+ -> CH3CHO + NADH + H+

Explique como essa reação inibe a transformação de lactato em piruvato. Por que isso leva à hipoglicemia?

R= O consumo de álcool força a competição por NAD1 entre o metabolismo do etanol e a gliconeogênese.
O problema é uma combinação de exercício extenuante e falta de alimento, porque a esta altura o nível de
glicose no sangue já é baixo.

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