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grego choléra, através do
termo latino cholera. "Mordexim" é proveniente dos
termos concanis modaxi e modxi, que significam "quebrantamento".
Cólera é uma infeção do intestino delgado por algumas estirpes
das bactérias Vibrio cholerae. Os sintomas podem variar entre nenhum,
moderados ou graves. O sintoma clássico é a grande quantidade
de diarreia aquosa com duração de alguns dias. Podem também
ocorrer vómitos e cãibras musculares. A diarreia pode ser de tal forma grave
que em poucas horas provoca grave desidratação e distúrbio eletrolítico. Isto
pode levar a que os olhos se afundem nas órbitas, à diminuição de elasticidade
da pele e ao enrugamento das mãos e dos pés. A desidratação pode ainda
provocar a coloração azulada da pele. A manifestação de sintomas tem início
entre duas horas e cinco dias após a infeção.
AGENTE ETIOLÓGICO
O agente etiológico, V. cholerae, sorogrupos O1 e O139, é um bacilo Gram-
negativo, aeróbio, curto, curvo e móvel que produz enterotoxina, uma proteína
que induz a hipersecreção de uma solução eletrolítica isotônica pela mucosa
do intestino delgado. Os seres humanos são o único reservatório natural
conhecido para V. cholerae. Após penetrarem a camada de muco, esses
organismos colonizam o revestimento epitelial do intestino e secretam a toxina
da cólera. Esses organismos não invadem a parede intestinal; assim, nenhum
ou poucos leucócitos são encontrados nas fezes.
Tanto o El Tor como os biótipos clássicos de V. cholerae O1 podem causar
doença grave. Mas infecção leve ou assintomática é muito mais comum com o
biotipo El Tor predominante e com os sorogrupos não O1 e não O139 do V.
cholerae.
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA CÓLERA
Casos de cólera em África em tendência ascendente
Os casos de cólera notificados em África em Janeiro deste ano excederam em
30% o número total de infecções no continente em 2022, uma tendência
ascendente “preocupante” exacerbada pelos conflitos e fenómenos climáticos,
alertou ontem a OMS, citada pela Efe.~
Com surtos activos desde o início de 2023 em dez países, África registou cerca
de 26 mil casos e 660 mortes, só em Janeiro, de acordo com a OMS, enquanto
quase 80 mil casos e 1.863 mortes foram detectados em 15 países no ano
passado. Em países como a Etiópia, Somália e Quénia, os surtos foram
agravados pela seca devastadora no Corno de África, a pior dos últimos 40
anos, que forçou a deslocação maciça da população e dificultou o acesso à
água e ao saneamento.
Contudo, o país mais duramente atingido foi o Malawi, onde um surto
declarado em Março se tornou o "mais mortal” da sua história, com 40.284
casos e 1.316 mortes até à data, de acordo com os últimos dados do Ministério
da Saúde do país, citados pela OMS. "Se a tendência actual de rápido
crescimento continuar, poderá ultrapassar o número de casos registados em
2021, o pior ano de cólera de África em quase uma década”, advertiu a OMS.
Além disso, a taxa de mortalidade da doença no continente é quase de 3%,
acima do limiar de 1% estabelecido pela organização.
A multiplicação de casos a nível mundial, com 18 países afectados, colocou
"grande pressão” sobre a disponibilidade de vacinas a nível mundial, disse a
OMS, forçando o grupo que gere o stock internacional (OMS, Médicos Sem
Fronteiras, Federação Internacional da Cruz Vermelha e Unicef) a reduzir, em
Outubro passado, as doses administradas, de duas para uma.
HISTÓRIA DO CÓLERA
A cólera sempre esteve associada à Índia e o primeiro registro remete ao ano
de 1503, descrito no livro Lendas da Índia, de Gaspar Corrêa, em que aparece
como uma doença que “provocava vômitos, sede de água, estômago
ressecado, cãibras musculares, olhos turvos”.
A primeira pandemia aconteceu entre 1817 e 1823, indo do Vale do Rio
Ganges ao norte da África e outras regiões da Ásia.
Após invadir a Pérsia, os russos levaram a doença para a Europa que,
consequentos russos levaram a doença para a Europa que,
consequentemente, difundiram a doença para vários países da América.
O médico sanitarista inglês John Snow (não o mesmo Jon Snow de Game of
Thrones) foi o responsável por manter a Inglaterra “livre” da doença na metade
do século XIX ao perceber que a cólera era causada pelo consumo de água
contaminada com fezes humanas.
A região Nordeste do Brasil registrou mais de 150 mil casos na década de
1990.
Em 1974, Portugal teve um surto com mais de 1 600 casos.
Em 2015, a organização Médicos Sem Fronteiras tratou 35 500 pessoas com a
doença.
A OMS estima que exista de 1,4 a 4,3 milhões de casos de cólera no mundo e
que de 28 mil a 142 mil pessoas morram devido à doença todos os anos.