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ESTADO DO RIO DE JANEIRO

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO


Rua XV Novembro nº 390 – Centro – Piraí - RJ

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Prezados alunos e alunas, olá!

É com muito prazer e carinho que retornamos aos nossos


encontros e atividades escolares, mesmo de forma virtual. Em
breve estaremos reunidos novamente em sala de aula para nossas
aulas e experiências normais.
Nós professores do Sétimo ano temos nos reunido
virtualmente e preparamos um material pedagógico inicial para que
possamos retomar os contatos e propostas futuras.
Neste reinicio das atividades, mais importante do que
trabalharmos conteúdos é saber que todos nossos alunos e
familiares estejam bem, com saúde física e mental. Nós
professores esperamos de coração que todas as famílias de Piraí
estejam bem!
Pensando neste retorno, priorizamos realizar um breve bate
papo sobre nossa atualidade e suas relações com o nosso
passado. Antes de começarmos conteúdos novos, faremos uma
breve reflexão sobre este delicado momento de pandemia que tanto
tem transformado nossas vidas.
Apresentamos um texto relacionado a crise da Gripe
Espanhola do início do século XX que assolou o mundo e suas
possíveis relações com nossa atualidade em relação ao
coronavírus.
Seguem algumas perguntas para serem respondidas na semana
que vem durante as aulas.
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Mitos que perduram sobre a ‘gripe espanhola’, a maior


pandemia da história recente
21.01.2018

Aquela que foi considerada a maior pandemia da história completa 100


anos, mas ainda não entendemos o mais básico
RICHARD GUNDERMAN

O auditório municipal de Oakland foi usado como hospital temporário.GETTY IMAGES.

Completa-se neste ano o centenário da grande pandemia de gripe de 1918. Acredita-


se que entre 50 e 100 milhões de pessoas morreram em decorrência dela, o que
representa nada menos do que 5% da população mundial da época. Houve 500
milhões de indivíduos contaminados pelo vírus.

Um fato especialmente destacável foi a predileção da doença por tirar a vida de jovens
adultos saudáveis, e não de crianças e idosos, que costumam ser os mais vulneráveis.
Há quem a tenha qualificado como a maior pandemia da história. A catástrofe foi
assunto de frequentes especulações ao longo dos últimos 100 anos. Os historiadores
e os cientistas propuseram numerosas hipóteses sobre a sua origem, alcance e
consequências.

No Brasil o vírus vitimou em 1919 Rodrigues Alves, quinto presidente da República, no


início de seu segundo mandato - ele não chegou a tomar posse. Por aqui estima-se
que a gripe espanhola tenha matado em torno de 30.000 pessoas, trazido ao país por
navios vindos de Portugal com doentes europeus.
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Se retificarmos as crenças detalhadas a seguir, poderemos entender melhor o que
realmente aconteceu e aprender a prevenir e mitigar catástrofes semelhantes no
futuro.

1. A pandemia começou na Espanha

Ninguém acredita que a chamada gripe espanhola tenha surgido na Espanha.

Possivelmente, a pandemia deve seu apelido à Primeira Guerra Mundial, que àquela
altura entrava em seu último ano. Os principais países beligerantes faziam o possível
para evitar qualquer estímulo moral aos seus inimigos, então na Alemanha, Áustria,
França, Reino Unido e Estados Unidos a informação sobre o alcance da doença foi
censurada. Já a Espanha, que era um país neutro no conflito, não precisava ocultá-la.
Isso produziu a falsa impressão de que esse país europeu foi o mais castigado. Na
verdade, a origem geográfica da gripe continua sendo motivo de debate, embora
diversas hipóteses apontem para o leste da Ásia, a Europa e inclusive o Kansas.

2. A pandemia resultou de um supervírus

A gripe de 1918 se propagou rapidamente e matou 25 milhões de pessoas nos seis


primeiros meses. Isto fez alguns temerem o fim da humanidade, além de alimentar por
muito tempo a ideia de que se tratava de uma cepa viral particularmente letal.

Entretanto, estudos mais recentes indicam que o vírus, embora mais mortífero que
outras cepas, não era basicamente diferente dos que causaram as epidemias de
outros anos. A alta taxa de mortalidade pode ser atribuída em grande medida à
aglomeração nos acampamentos militares e nos ambientes urbanos, bem como à má
qualidade da alimentação e às condições sanitárias precárias durante a guerra.

3. A terceira onda da pandemia foi a mais letal

Na verdade, a onda inicial de mortes pela gripe, na primeira metade de 1918, foi
relativamente pequena. Foi na segunda onda, de outubro a dezembro do mesmo ano,
que se registrou a maior taxa de mortalidade. A terceira fase, na primavera boreal de
1919, foi mais letal que a primeira, porém menos que a segunda.

Hoje em dia, os cientistas acreditam que o pronunciado aumento do número de


vítimas mortais na segunda fase foi consequência das condições que favoreceram a
proliferação de uma cepa mais mortífera. As pessoas com afecções mais leves
ficaram em casa, mas os pacientes mais graves se amontoavam em hospitais e
acampamentos, o que intensificou a transmissão de uma variedade mais letal do vírus.

4. O vírus matou a maioria das pessoas infectadas

A grande maioria de pessoas que contraíram a gripe em 1918 sobreviveu. Em geral,


as taxas nacionais de mortalidade dos infectados não superaram 20%. Entretanto,
esses índices variavam de um grupo para outro. Evidentemente, mesmo uma taxa de
mortalidade de 20% supera bastante a de uma gripe convencional, que mata menos
de 1% dos infectados.
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5. Os tratamentos da época eram pouco eficazes contra a doença

Durante a gripe de 1918 não existiam terapias antivirais específicas. Hoje em dia, as
coisas não mudaram muito, e a maioria dos tratamentos para a enfermidade se dirige
a aliviar os sintomas, em vez de curar a doença.

Uma hipótese propõe que muitas mortes por gripe poderiam na verdade ser atribuídas
à intoxicação por aspirina. Naquela época, as autoridades médicas recomendavam
altas doses desse medicamento, de até 30 gramas por dia. Atualmente, considera-se
que quatro gramas por dia são a maior dosagem segura. As doses excessivas de
aspirina podem provocar muitos dos sintomas da pandemia, incluindo as hemorragias.

No entanto, aparentemente a taxa de mortalidade era igualmente elevada em lugares


do mundo onde a aspirina não era de tão fácil acesso, então o debate continua.

6. A pandemia dominava o noticiário

Os funcionários dos serviços públicos de saúde, a polícia e os políticos tinham motivos


para minimizar a gravidade da gripe de 1918, o que fez com que ela atraísse menos a
atenção da imprensa. Havia o temor de que divulgá-la abertamente encorajasse os
inimigos em época de guerra, e além disso existia o interesse em preservar a ordem
pública e evitar o pânico.

Entretanto, as autoridades reagiram. No auge da pandemia, foram estabelecidas


quarentenas em muitas cidades. Algumas foram obrigadas a restringir os serviços
básicos, incluindo os da polícia e dos bombeiros.

7. A vacinação acabou com a pandemia

A vacinação contra a gripe tal como a conhecemos atualmente não era praticada em


1918 e, portanto, não desempenhou nenhum papel na extinção da pandemia.

Enfermeiras da Cruz Vermelha em Saint Louis (EUA), em outubro de 1918.GETTY IMAGES


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Além disso, é provável que o vírus, que mudava rapidamente, evoluísse com o tempo
para cepas menos letais. É algo previsto nos modelos de seleção natural. Como as
cepas altamente mortíferas acabam em muito pouco tempo com seu anfitrião, não
podem se propagar com tanta facilidade como as menos letais.

8. Os genes do vírus nunca foram sequenciados

Em 2005, os pesquisadores anunciaram ter determinado o sequenciamento genético


do vírus da gripe de 1918. Dois anos depois, observou-se que os macacos infectados
com o vírus apresentavam os mesmos sintomas observados durante a pandemia. Os
estudos indicam que os animais morreram quando seus sistemas imunológicos
reagiram excessivamente ao vírus. Atualmente, os cientistas acreditam que, em 1918,
uma reação excessiva do sistema imunológica similar a essa contribuiu para os altos
índices de mortalidade entre adultos jovens e de resto saudáveis.

CONCLUSÃO

A pandemia de 1918 oferece lições

É habitual que a cada poucas décadas ocorram epidemias graves de gripe. Os


especialistas acreditam que não é o caso de perguntar se haverá uma próxima, e sim
quando ela ocorrerá.

Embora pouca gente se recorde da grande pandemia de 1918, podemos continuar


aprendendo com ela – da importância de lavar as mãos e se vacinar até o potencial
dos medicamentos antivirais. Hoje em dia sabemos melhor como isolar e tratar um
grande número de pacientes doentes e agonizantes, e podemos receitar antibióticos,
os quais não existiam em 1918, para combater as infecções bacterianas secundárias.
Talvez a maior esperança resida em aprimorar a nutrição, as condições sanitárias e o
nível de vida, que melhoram a capacidade dos pacientes de resistirem à infecção.

No futuro próximo, as epidemias de gripe continuarão sendo um componente anual do


ritmo da existência humana. Como sociedade, só podemos esperar que tenhamos
aprendido suficientemente as lições da pandemia para dominar outra catástrofe
mundial como aquela.

Richard Gunderman é catedrático de Medicina, Artes Liberais e Filantropia da Universidade de Indiana.

HORA DA REFLEXÃO
Responda as propostas a seguir:

1). O que sua família tem feito para se cuidar e se proteger durante a Pandemia?

2). Cite duas ações positivas e duas ações negativas realizadas pelo Brasil no
combate a Pandemia do Coronavírus, o Covid-19?
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3). É possível que no futuro próximo aconteçam outras “ondas “ dessa pandemia.
Explique duas propostas que VOCÊ considera importantes para melhorarmos nossas
ações no combate a futuros vírus.

4). Naquela época não existiam remédios comprovadamente eficazes contra o vírus
da gripe espanhola, mas os médicos passaram a receitar doses muito altas de
Aspirina (até 30 gramas por dia quando a dose segura seriam 4 gramas diárias). Cite
uma possível consequência do uso indiscriminado da Aspirina no tratamento da gripe
espanhola.

5). No meio dessa pandemia qual meio de comunicação mais confiável para você? Na
década de 20 as pessoas foram devidamente informadas sobre essa epidemia no
país?

6). Baseando-se na nota n. 1, dê sua opinião sobre o fato da doença ter ficado
conhecida como "gripe espanhola":

7). Comente a nota 3, que mostra ter sido na segunda onda de contaminação que se
registrou a maior taxa de mortalidade.

8). Baseada na conclusão, podemos afirmar que aprendemos com a Pandemia de


1918? Por que?

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