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Trabalho sobre a loucura

No rio de janeiro, em 1944, um caso de um interno do Hospital


Pedro II chamou a atenção da médica Nise da Silveira. Ele estava
trancafiado em uma cela havia dois dias e ela correu para libertá-lo.
“Trata-se de um psicótico com alto grau de agressividade”, alegou o
profissional que mandou trancafiá-lo lá, “Ele só precisa ser tratado como
um ser humano!”, argumentou Nise. Isso retrata a forma em como o
papel da mulher mudou os tratamentos psiquiátricos no Brasil.
Mais do que se rebelar contra os maus-tratos a pacientes, Nise
transformou o setor de terapia ocupacional da unidade num ateliê de
pintura e modelagem, interagiu com esquizofrênicos por meio das artes
plásticas e encorajou os psicóticos a conviver com cães e gatos, aos quais
chamava de “coterapeutas”. “Nise da Silveira sempre atuou da forma mais
íntegra, humana e social possível, sendo um exemplo para nós,
psiquiatras”, diz o médico Antônio Geraldo da Silva, diretor da Associação
Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Sem diagnóstico precoce e terapia adequada, portadores de
doenças mentais estão sujeitos a mazelas que vão de incapacidade social a
mortalidade precoce. “Todos os transtornos, sem o devido tratamento,
oferecem riscos: 96% dos casos de suicídio estão relacionados a distúrbios
não tratados ou tratados incorretamente”, aponta Silva. “Quanto mais
tempo o indivíduo demora a receber atendimento, mais complexo se
torna o quadro e mais difícil a recuperação.”

O que mudou nos tratamentos psiquiátricos


Remédios
Antes: Os primeiros medicamentos começaram a ser desenvolvidos só na
década de 1950. Tinham muitos efeitos colaterais.

Depois: Nas últimas quatro décadas houve uma avalanche de fármacos


para depressão, bipolaridade, esquizofrenia…
Eletroconvulsoterapia
Antes: O antigo eletrochoque era empregado de maneira indiscriminada
(e sem anestesia) em pacientes considerados agressivos.

Depois: A técnica atual, feita com todo cuidado, é usada só em casos


mais graves de depressão e restrita ao ambiente de pesquisa.

Cirurgia
Antes: A lobotomia era uma técnica altamente invasiva que cortava as
conexões entre os lobos frontais e demais regiões do cérebro.

Depois: Abolida em 1955, foi substituída por remédios e psicoterapia.


Devido aos riscos, não é mais reconhecida pelos médicos.

Psicoterapia
Antes: O tratamento parecia mais uma lição de moral. Os pacientes
tinham de seguir rígidas normas, sob pena de punição.

Depois: É uma ferramenta de autoconhecimento. Há várias modalidades,


sempre indicadas para o controle dos transtornos.

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