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SIEPA- Educação Profissional


Curso: Técnico em Enfermagem
Módulo: Noções de Administração em Unidades de
Enfermagem

Noções de Administração em
Unidades de Enfermagem

Belém-PA
2

Por que estudar administração?


Na enfermagem, os enfermeiros, realizam um trabalho, para pessoas, com e através de
pessoas, eles não atuam isoladamente, trabalham com auxiliares e técnicos de
enfermagem e, portanto tem que estruturar o trabalho, através de ações hierarquizadas
distribuídas segundo graus de complexidade. Assim, cabe ao enfermeiro garantir a
unidade e organização desse trabalho coletivo, planejar e desenvolver novos processos,
métodos e instrumentos (QUEIROZ; SALUM, 1994; WALDOW, 1998) Além disso, o
mercado profissional espera do enfermeiro uma capacidade para trabalhar com conflitos,
enfrentar problemas, negociar, dialogar, argumentar, propor e alcançar mudanças, com
estratégias que o aproximem da equipe e do cliente contribuindo para a qualidade do
cuidado (LUNARDI e LUNARDI, 1996). E para realizar este trabalho a enfermagem se
operacionaliza por diferentes processos de trabalho sendo este a transformação de um
objeto determinado em um produto determinado, por meio da intervenção do ser humano
que, para fazê-lo, emprega instrumentos. Ou seja, o trabalho é algo que o ser humano faz
intencionalmente e conscientemente, com o objetivo de produzir algum produto ou serviço
que tenha valor para o próprio ser humano (2). Para entender melhor o que é processo de
trabalho, é preciso considerar os seus componentes: objeto, agentes, instrumentos,
finalidades, métodos e produtos(3).

Objeto é aquilo sobre o que se trabalha, ou seja, algo que provem diretamente da
natureza, que sofreu ou não modificação decorrente de outros processos de trabalho, e
que contem em si a potencialidade do produto ou serviço em que irá ser transformado
pela ação do ser humano. Assim, a matéria observada ou manipulada sem a finalidade de
ser transformada, não é um objeto de trabalho porque não é contemplada com essa
intenção. Já a aproximação desse material na perspectiva do trabalho enseja uma série
de vislumbres do que ele poderá vir a ser e, assim, se constitui num objeto de trabalho.
Pode-se dizer que o objeto de trabalho do ensino são os indivíduos que querem aprender
algo. Eles são observados pelos envolvidos nesse processo de trabalho como alguém
que vai aprender alguma coisa e será transformado por esse aprendizado.

Agentes são os seres humanos que transformam a natureza, ou seja, são aqueles que,
tomando o objeto de trabalho e nele fazendo intervenções, são capazes de alterá-lo,
produzindo um artefato ou um serviço. O agente necessariamente tem a intenção de
transformar a natureza em algo que para ele tem um especial significado. Por isso e para
isso desenvolve suas ações, até obter a transformação desejada. O agente é aquele que
realiza o trabalho. Ele pode ser concomitantemente o produtor e consumidor daquele
trabalho ou pode produzir um bem ou serviço para outrem consumir. Quando o ser
humano produz para o outro ser humano consumir, estará ingressando no mercado de
trocas, em que o seu trabalho adquire um valor que lhe permitirá trocá-lo pelos produtos
dos trabalhos dos outros homens, ou acumular essa possibilidade.

Para alterar a natureza, o ser humano emprega instrumentos. Às vezes esses


instrumentos são os prolongamentos das próprias mãos, como uma enfermeira que
emprega uma agulha e seringa para aplicar uma injeção intramuscular. Mas nem sempre
os instrumentos são tangíveis, isto é, nem sempre se pode experimentá-los pelos órgãos
dos sentidos. Por exemplo, uma enfermeira que aplica uma injeção também utiliza, como
instrumentos, seus conhecimentos sobre Anatomia, Fisiologia, Farmacologia,
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Microbiologia, Ética, Comunicação, Psicologia, Semiologia e Semiotécnica de


Enfermagem, entre outros. Instrumentos não são, portanto, apenas os artefatos físicos de
que se utiliza, mas também os conhecimentos, habilidades e atitudes combinados de
maneira peculiar, voltados a uma necessidade específica que aquele sujeito e situação
singular apresentam, que determina como será feito esse trabalho. O produto do trabalho
de um ser humano pode ser o instrumento de trabalho de outro ser humano ou dele
próprio em momentos diferentes. Por exemplo, a seringa foi o produto do trabalho de
vários profissionais e, depois de confeccionada, esterilizada e acondicionada, é
instrumento de trabalho do enfermeiro.

A finalidade do trabalho é a razão pela qual ele é feito. Ela vai ao encontro da
necessidade que o fez acontecer e que dá significado à sua existência. Se algo é feito
sem a consciência da necessidade humana que o gerou, não é trabalho. Mesmo quando
o trabalho é parcelado, ainda assim, algum grau de consciência sobre o trabalho está
presente. Por exemplo, quando o profissional de enfermagem faz uma das operações de
preparo ou desinfecção de material empregado numa retirada de pontos, está atendendo
à finalidade de prover material para o cuidado a ser prestado, mesmo que não processe
integralmente o material até deixá-lo pronto para o novo uso, ou que não faça, ele
mesmo, a retirada de pontos. Às vezes as finalidades são compartilhadas por trabalhos
diferentes e é isto que dá o sentido de se trabalhar em equipe. O trabalho em saúde, por
ser muito complexo e atender a necessidades vitais literalmente, é compartilhado por
vários agentes. Em alguns momentos, os instrumentos de trabalho são os mesmos para
diferentes profissionais, a finalidade é a mesma e o objeto a ser transformado pode até
ser o mesmo, mas diferentes sempre são os métodos.

Os métodos de trabalho são ações organizadas de maneira a atender à finalidade,


executadas pelos agentes sobre os objetos de trabalho, empregando instrumentos
selecionados, de forma a produzir o bem ou serviço que se deseja obter. Não se trata
apenas da execução de movimentos padronizados numa sequência pré-definida por
outrem, mas sim de uma ação inteligente, planejada e controlada, voltada para um objeto
específico, que deverá produzir um resultado previamente imaginado pelo agente. O
enfermeiro emprega vários métodos para, por exemplo, assistir um cliente. A
Sistematização da Assistência de Enfermagem, na qual o enfermeiro lê as necessidades
que o cliente apresenta, emite um julgamento sobre o que é necessário providenciar,
planeja o que vai ser feito, executa ou delega essas ações e avalia seus resultados, é um
dos métodos de trabalho que são empregados para assistir.

Finalmente, os produtos de um trabalho podem ser bens tangíveis, ou seja,


artefatos, elementos materiais que se pode apreciar com os órgãos dos sentidos, ou
serviços, que não têm a concretude de um bem, mas são percebidos pelo efeito que
causam.

O processo de trabalho Assistir ou cuidar em Enfermagem tem como objeto o


cuidado demandado por indivíduos, famílias, grupos sociais, comunidades e
coletividades. Algumas pessoas entendem que o objeto de trabalho é o corpo biológico
desses indivíduos, mas a Enfermagem é uma ciência e uma prática que se faz a partir do
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reconhecimento de que o ser humano demanda cuidados de natureza física, psicológica,


social e espiritual durante toda a vida, que são providos por seus profissionais.

Os agentes desse cuidado autorizados legalmente a praticá-lo em nosso país são o


enfermeiro, o técnico de enfermagem, o auxiliar de enfermagem e a parteira. Outras
pessoas podem cuidar de seres humanos que demandam cuidados, com a mesma
finalidade promover, manter e recuperar a saúde, mas não estarão fazendo o processo de
trabalho assistir em Enfermagem porque, para isso, é preciso dominar seus instrumentos
e métodos, o que apenas os profissionais de enfermagem, em graus de complexidade
diferentes, são capazes de fazer. Esses instrumentos são os conhecimentos, habilidades
e atitudes que compõem o assistir em enfermagem, mais os materiais, os equipamentos,
o espaço físico e todas as condições materiais necessárias para o cuidado se efetivar.

As organizações/instituições/empresas desenvolvem processos de trabalho, ou seja,


transformam objetos através de meios e instrumentos, tendo em vista a finalidade da
organização/instituição/empresa. No início dos tempos estas organizações eram
pequenas com estruturas simples e fáceis de serem controladas. Entretanto com a
evolução da sociedade as organizações cresceram e ganharam uma dimensão tal que
exigiu a criação de uma disciplina que ―desse‖ conta de pensar, discutir e viabilizar a
estruturação dessas instituições.
Estas organizações/instituições/empresas são compostas por recursos ―não humanos‖
(físicos, materiais, financeiros, tecnológicos, mercadológicos e outros) e pessoas, que
para trabalharem em conjunto, tendo em vista a finalidade do serviço, necessitam que sua
prática seja estruturada, através da definição de planos de ação, de objetivos, da
condução dos recursos e da estruturação formal do desenvolvimento das atividades, ou
seja, elas necessitam da ADMINISTRAÇÃO (CHIAVENATO, 1993;KWASNICKA, 1991;
PARK, 1997).
Além disso, se você reparar bem a administração é necessário toda vez que duas
ou mais pessoas interagem para alcançar certo objetivo, assim a administração não está
presente apenas nas grandes empresas, mas por exemplo em famílias, clubes,
organizações públicas, ONGs, igrejas, entre outras. Assim pode-se concluir que a
administração é necessária em todas as organizações sendo universal, uma vez que seu
corpo de conhecimentos pode ser aplicado em todos os níveis de uma organização e por
todas as áreas de conhecimento (MEGGINSON; MOSLEY; PIETRI, 1998).

Principais Objetivos da Administração


Objetivos são alvos que se busca atingir, todos nós possuímos objetivos, eles são
as molas propulsoras que impulsionam as nossas vidas.
As organizações também possuem objetivos, e são eles que alicerçam o trabalho,
na medida em que determinam a estrutura das instituições, as atividades e a distribuição
dos recursos humanos nas diversas tarefas.
A administração possui dois objetivos principais: Eficiência e Eficácia.
- Alcançar a eficiência – se refere aos meios, os métodos, processos, regras e
regulamentos sobre como as coisas devem ser feitas na empresa a fim de que os
recursos sejam adequadamente utilizados. Uma organização eficiente é aquela que utiliza
racionalmente seus recursos
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- Alcançar a eficácia – se refere aos fins, os objetivos e resultados a serem alcançados


pela empresa, significa a capacidade de realizar um objetivo ou resolver um problema,
capacidade de se chegar aos resultados.

A administração e a enfermagem
A profissão da enfermagem surgiu do desenvolvimento e evolução das práticas de saúde
no decorrer dos períodos históricos, as quais de forma instintiva foram os primeiros
movimentos de prestação do cuidado, que ganharam vida por meio de homens e
mulheres abnegados que cuidavam dos doentes, idosos e deficientes, firmando-se depois
entre os religiosos como um sacerdócio. No século XVI, a Enfermagem passa a ser vista
como uma atividade profissional institucionalizada e, no século XIX, como Enfermagem
moderna na Inglaterra, tendo a contribuição da American Nurse Association (ANA), que
definiu os seguintes padrões para a profissão:
• Educar para saúde.
• Cuidar dos problemas de saúde.
• Ter habilidades em prever doenças.
• O cuidado do paciente.
Essa visibilidade do século XIX ocorreu devido ao trabalho de Florence
Nightingale no período de guerra. Florence colocou em prática o que considerava uma
"boa enfermagem": alimentação adequada dos doentes; a limpeza e ventilação do
ambiente; troca de roupas de cama; a separação entre doentes e feridos; higiene,
privacidade e lazer dos pacientes. Essas ações destacaram sua capacidade
administrativa e organizacional.
Ao introduzir essas práticas, foi registrada uma queda importante na mortalidade
dos soldados feridos em combate, o que foi possível de ser observado a partir de sua
preocupação em organizar e manter registros estatísticos para documentar o que
ocorresse com a vida dos soldados.
Nos dias de hoje, o marco tradicional da administração aplicada a enfermagem, vem
sendo substituído por um novo marco progressista, através de concepções que passam
pela sensibilidade, criatividade, iniciativa, visão estratégica, participação, liderança
integrativa, caminhando para um referencial humanístico da administração das
organizações e dentre elas da enfermagem (ERDMANN, et al, 1994).
A administração é uma ciência multidisciplinar visto que os conhecimentos da mesma se
advêm e se aplica em diversas áreas, no qual a importância desta ciência nos serviços de
enfermagem também são preciosismos.

Por que estudar administração na enfermagem?


Antes de qualquer coisa por que toda enfermeira (o) é uma (um) administradora (o), de
sua própria vida e dos cuidados de seus pacientes. Assim ela (ele) tem que desenvolver a
capacidade de administração (KRON; GRAY, 1994).
A administração, conforme vocês viram, é uma ciência, ou seja, possui um corpo de
conhecimentos que lhe é próprio. O que nós na enfermagem fazemos é utilizar esse
corpo de conhecimentos aplicando-os da finalidade do nosso trabalho.
A administração em enfermagem é um instrumento ou meio de organização dos
serviços de enfermagem.
Conforme já foi discutido anteriormente a finalidade do nosso trabalho é o cuidar que
tanto no modelo individual como no de saúde coletiva, se operacionaliza por diferentes
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processos de trabalho: o de assistência à saúde; o de administração dessa assistência, o


de ensino e o de investigação científica (gerando o saber necessário à produção)
(ALMEIDA, et al. 1989; QUEIROZ; SALUM, 1996).

Exercício
1. A administração é necessária toda vez que duas ou mais pessoas interagem para
alcançar certo objetivo. Assim a administração não está presente apenas nas grandes
empresas, mas por exemplo em famílias, clubes, organizações públicas dentre outras.
Explique porque a administração é universal.
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2. Quais os cinco processos principais da administração?


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3. A enfermagem moderna, surgiu na segunda metade do século XIX, com Florence


Nightingale, sendo que seu início como profissão científica se deu juntamente com o
surgimento da administração como ciência. Assim, pode-se dizer que o trabalho da
enfermagem se organizou em três direções. De acordo como enunciado, enumere as
colunas com seus respectivos conceitos.

1. Organização do cuidado ao doente ( ) Através do treinamento e


2. Organização do ambiente desenvolvimento do pessoal
terapêutico ( ) Através da sistematização das
3. Organização da equipe de técnicas de enfermagem;
enfermagem, ( ) Através da discussão das condições
de trabalho e do meio ambiente;
Através da sistematização das técnicas
de enfermagem;

Serviço de enfermagem
O serviço de enfermagem é administrado pelo enfermeiro, ele planeja e organiza as
atividades da unidade juntamente com a sua equipe, que é constituída por técnicos e
auxiliares de enfermagem.
Para administrar, é necessário fazer a previsão de recursos materiais e humanos.
O técnico de enfermagem deve contribuir com o enfermeiro na previsão do material
necessário para executar os procedimentos sob sua competência e comunicá-lo quando
houver baixo estoque ou falta desses recursos na unidade. Deve cuidar também dos
materiais e equipamentos, protegendo-os contra possíveis danos e extravios.

Estrutura clássica do serviço de enfermagem hospitalar:


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A forma linear encontrada principalmente nos grandes hospitais, demonstra


estruturas organizacionais verticalizadas e centralizadas que também configuram o
Serviço de Enfermagem, uma vez que este reflete a mesma lógica estrutural instalada nas
instituições hospitalares. Isto porque, ―historicamente as enfermeiras têm adotado
princípios da Escola Científica e Clássica da Administração para gerenciarem o seu
trabalho, tendo em vista a estruturação e organização do Serviço de Enfermagem nas
instituições de saúde‖.
O enfermeiro está presente em todos os níveis de prestação de serviços a saúde,
desde a atenção básica até os serviços da mais alta complexidade; bem como atua no
ensino do pessoal de nível médio, técnico e nos cursos de graduação e pós -graduação
em enfermagem. Também tem divulgado sua produção técnico-cientÌfica, contribuindo
para elucidar a transformação dos processos assistenciais e para a construção de novos
conhecimentos sobre o cuidado de enfermagem em saúde.
A estrutura hierárquica do Serviço de Enfermagem nos hospitais, basicamente é
composta pelos seguintes profissionais: chefe do serviço, assistente da chefia,
supervisoras, enfermeiras chefe de unidades, técnicos de enfermagem, auxiliares de
enfermagem e secretárias, podendo ter algumas variações de cargos, dependendo da
instituição.
A chefia do Serviço de Enfermagem geralmente ocupa na instituição a posição de
Responsável Técnica (RT) nessa área específica, responsabilizando-se pelas ações de
enfermagem desenvolvidas no hospital inteiro, respondendo legalmente perante ao
Conselho Regional de Enfermagem (COREn) por todas as atividades técnicas e
administrativas.
Na maioria dos hospitais, a estrutura organizacional da enfermagem foi inspirada no
fayolismo, configurando uma estrutura rígida com centralização do poder decisório,
dificultando sobremaneira a operacionalização da resolução dos problemas ocorridos nos
setores de trabalho, uma vez que estes são passados por todos os níveis de chefia até
chegar à chefia geral do serviço.
Neste tipo de estrutura, a maioria das decisões não está coerente com a realidade,
visto que as pessoas detentoras do poder decisório estão situadas no ápice da cadeia
hierárquica, distante do contato com os trabalhadores e com as situações vivenciadas nos
setores.
A comunicação verticalizada e extremamente formal é outro fator que influencia de
forma significativa no funcionamento do Serviço de Enfermagem, quando está estruturado
de forma rígida. Na maioria das vezes, a comunicação se processa por um fluxo
descendente, onde as ordens partem de cima para baixo, quer dizer, da alta direção para
os funcionários. Já no sentido ascendente, nota-se que as informações, geralmente
essenciais ao processo decisório, muitas vezes se perdem ou são distorcidas, passando
por vários níveis hierárquicos.
Assim, a obstrução do fluxo de comunicação é notável, sendo que a demora na
tomada de decisão e as distorções nas informações fazem com que os trabalhadores não
tenham retorno imediato da resolução da maioria dos problemas levados à chefia geral do
Serviço.
Estruturação
 Diretoria de enfermagem,
 Gerentes de área,
 Coordenadores da assistência,
 Supervisores da assistência,
Técnicos e auxiliares de enfermagem

Figura I: quadro de departamento de enfermagem


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Fonte: google imagens.

Exercício

1. Para o enfermeiro administrar um serviço de saúde, é necessário fazer a previsão


de recursos materiais e humanos. O técnico de enfermagem contribui como membro da
equipe. Como o técnico de enfermagem contribui nesse caso?
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PRONTUÁRIO DO PACIENTE
HISTÓRICO
Hipócrates, no século 5 A.C., dizia que o registro médico deveria refletir exatamente o
curso da doença e indicar as suas possíveis causas. Seu registro era sempre feito em
ordem cronológica, ou seja, era um registro médico orientado ao tempo
SIGNIFICADO
A palavra prontuário deriva do latim promptuariu que significa lugar onde se guarda aquilo
que deve estar à mão, o que pode ser necessário a qualquer momento.
DEFINIÇÃO
A resolução CFM 1638/ 2002 define o prontuário como ―documento único constituído de
um conjunto de informações, sinais e imagens registradas, geradas a partir de fatos,
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acontecimentos e situações sobre a saúde do paciente e a assistência a ele prestada, de


caráter legal, sigiloso e científico, que possibilita a comunicação entre membros da equipe
multiprofissional e a continuidade da assistência prestada ao indivíduo‖

O prontuário tem valor legal?


Sim, Resolução CFM 1638/02: ―O prontuário é documento valioso para o paciente, para o
médico que o assiste e para as instituições de saúde, bem como para o ensino, a
pesquisa e os serviços públicos de saúde, além de instrumento de defesa legal‖.
Alguém pode ser penalizado por falhas no preenchimento do prontuário?
Sim, uma vez estabelecidas as regras e normas oficiais, elas devem ser seguidas como
qualquer outra lei. A não obediência constitui infração, passível de punição e de
penalidades de acordo com cada tipo de legislação, incluindo os processos éticos.

Qualquer um pode ter acesso ao prontuário?


Não. Além do paciente, somente os profissionais de saúde regulamentados que assistem
ao paciente e as pessoas autorizadas pelo estabelecimento. Entretanto, o acesso está
condicionado à guarda do sigilo.
O prontuário é do paciente ou do hospital?
Por lei, as informações pertencem ao paciente. O hospital é o responsável legal pela
guarda e conservação das informações, organizadas na forma do PUP (Prontuário Único
do Paciente).
Por que essas informações ficam no hospital?
Por Lei, e em benefício da segurança para o próprio paciente, os hospitais são os
encarregados de cuidar e conservar tudo que diz respeito à doença, comorbidades,
tratamentos e exames, para garantir que essas informações estejam sempre disponíveis,
todas as vezes em que forem requisitadas. Além disso, o prontuário contém informações
de natureza científica e jurídica que não podem ser perdidas.
Apesar de altamente recomendável, poucos pacientes conseguem organizar e manter
uma pasta completa sobre o seu caso. Como o paciente acessa o conteúdo das suas
informações se ficam no hospital? Sempre que precisar, o hospital é obrigado por lei a
fornecer ao paciente ou seu representante legal as informações necessárias contidas no
prontuário. O princípio do habeas data é a garantia constitucional de que o cidadão tem
direito após se e ao acesso de toda e qualquer informação a seu respeito.

Qual o tempo mínimo durante o qual o prontuário deve ser guardado?


A lei determina o mínimo de 20 anos a contar do último registro lançado no prontuário
(resolução CFM 1639).
Qual a importância do preenchimento adequado do prontuário?
O prontuário é o principal documento de provas judiciais na área da saúde. Os dados
anotados devem refletir a veracidade dos fatos. Para isso é necessário que as
informações tenham sua autenticidade reconhecida, ou seja, o prontuário deve estar
devidamente preenchido, datado e assinado.
A ausência desses elementos demonstra MÁ QUALIDADE da documentação. A
consequência é que essa distorção compromete a qualidade da assistência prestada ao
paciente, uma vez que torna impossível demonstrar a conformidade com as Boas Práticas
Clínicas, das quais a própria documentação faz parte.
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Uma distorção grave, mas frequentemente encontrada é a falta de identificação do


paciente em documentos evolutivos, a exemplo da folha azul (formulário F-35.28) com o
cabeçalho em branco.
Quem define o conteúdo do prontuário?
A Comissão de Revisão do Prontuário (CRP) é a instância oficial que define localmente o
conteúdo e os dados necessários segundo as Boas Práticas Clínicas e para atender
àqueles que a legislação determina. Sua existência é determinada pela Resolução CFM
n. 1638, que a torna obrigatória desde 2002, embora alguns hospitais já tivessem criado
essa comissão antes da lei, como o HAJ, por exemplo.
Como a CRP define o que é necessário anotar ou guardar no prontuário?
Através de dois mecanismos: a) Análise do processo visando a melhoria contínua da
documentação; b) Obrigação de atender a normas superiores; c) Mediante provocação ou
solicitação dos usuários ou da Diretoria.
O estudo sistemático, procurando modernizar o prontuário para cumprir da melhor
maneira possível as suas funções, costuma levar a melhorias que geralmente antecipam
as exigências legais. Pode ser mediante iniciativa das equipes assistentes, mediante
comunicado à CRP ou por atitude proativa da própria comissão.
Em ambos os casos a CRP não precisa esperar pressões externas para agir. Pode adotar
uma agenda positiva, pesquisando, colhendo, acatando e analisando sugestões de
melhorias. Foi o que aconteceu com o prontuário do HAJ em duas ocasiões, quando
sofreu duas grandes evoluções decorrentes da análise de processo de qualidade, o que
propiciou economizar espaço de arquivo, agilizar o arquivamento de documentos e
facilitou encontrar a informação, além de viabilizar a informatização e ainda aumentar o
controle de carga e perda de prontuários.

Quais as competências da CRP?


Assegurar a responsabilidade do preenchimento, guarda e manuseio dos
prontuários, mantendo o controle contínuo da qualidade do prontuário, com base nas
normas adotadas, como indica a própria denominação. As ações da CRP são estritas à
instituição da qual faz parte e deve manter estreita relação com a Comissão de Ética
Médica da unidade, com a qual deverão ser discutidos os resultados das avaliações
realizadas.
Qual o papel da CEM (Comissão de Ética Médica) e o que ela tem a ver com o
Prontuário?
A obrigatoriedade de manter prontuário para cada paciente é um dispositivo do
Código de Ética (Capítulo X) e implica no seu preenchimento correto. O não cumprimento
constitui infração ética, passível de processo ético. A CEM é uma extensão do CRM,
responsável pelo trabalho preventivo junto aos médicos dos grandes hospitais e também
pelas sindicâncias frente a indícios de infração ao Código. Além disso, a Resolução CFM
1638 determina que a CRP e a CEM atuem em conjunto na questão da qualidade do
prontuário.
A quem cabe a reponsabilidade pelo preenchimento correto do prontuário?
a) A responsabilidade primária é de quem executou o ato ou a observação a ser
registrada, ou seja, o profissional assistente e demais profissionais que compartilham da
assistência; alguns atos são de caráter exclusivo, como o diagnóstico de doenças, que é
um ato exclusivo do profissional médico
Além do prontuário físico e do eletrônico, existe algum outro tipo de prontuário?
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Não, mas existem formas diferentes de organizar o conteúdo (documentos) dentro no


prontuário: não estruturado (livre) ou estruturado. O tipo não estruturado é muito parecido
com os processos judiciais, em que os documentos mais novos são arquivados por cima
dos mais antigos, ao longo do processo, numa linha de tempo em que ninguém escreve
nada, apenas se arquiva cada documento com o texto já pronto. Este tipo de prontuário
exige numeração sequencial de todas as folhas dos documentos, carimbo com data e
assinatura, para assegurar a autenticidade.
Como se organiza um prontuário estruturado?
Os documentos médicos são de natureza variada, com vários tipos de laudos e de
relatórios diferentes. Além disso, os prontuários contêm anotações evolutivas
diversificadas, muitas em formato livre.
Daí a necessidade de estruturar os documentos numa sequência definida, classificados
de acordo com sua natureza e arquivados em blocos, com endereço definido, para
facilitar o arquivamento correto e agilizar o acesso às informações.
Qual a vantagem de organizar os dados usando formulários?
A mesma vantagem de montar os blocos. À medida em que o tempo passa, a quantidade
e a diversidade de informações cria um emaranhado difícil de destrinchar. Ou seja, pouco
adianta o esforço para registrar, se fica difícil de achar e recuperar a informação.
Os formulários ajudam a organizar e agilizar os dados porque são padronizados. Assim,
cada documento fonte pode ser o lugar único onde todos vão anotar o que é pedido e da
mesma maneira. Fica muito mais fácil, para todos os interessados, procurar e encontrar.
Para que um dado se transforme numa informação, é necessário que: a) tenha relevância
(dados não importantes são como entulhos); b) seja padronizado; c) seja facilmente
resgatável e prontamente acessível.

A TI (Tecnologia da Informação) trouxe uma luz ao mostrar que não basta anotar e
guardar um dado. É importante poder resgatá-lo quando precisar.
Para isso, os bancos de dados são estruturados em forma de telas e campos numerados,
para facilitar registrar os dados, processar com rapidez, guardar e também resgatar. Só
assim é que os programas e os sistemas informatizados funcionam.
Conclusão: os formulários são para o prontuário o que as telas são para a informática. Na
informática médica, eles podem ser desenvolvidos simultaneamente. É assim que o
prontuário físico evolui para um prontuário eletrônico.

Exercício

1. Quais são as penalidades que o profissional de enfermagem está sujeito se


cometer falhas no preenchimento do prontuário?
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2. Qual a importância do preenchimento adequado do prontuário?


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3. O que é o Prontuário Único do Paciente?


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REGISTROS DE ENFERMAGEM
Registros ou anotações de enfermagem consistem na forma de comunicação escrita de
informações pertinentes ao cliente e aos seus cuidados. Entende-se que os registros são
elementos imprescindíveis no processo de cuidado humano visto que, quando redigidos
de maneira que retratam a realidade a ser documentada, possibilitam à comunicação
permanente, podendo destinar-se a diversos fins (pesquisas, auditorias, processos
jurídicos, planejamento e outros).
A comunicação representa uma troca de informação e compreensão entre as pessoas,
com o objetivo de transmitir fatos, pensamentos e valores. É um processo humano de
emissão e recepção de mensagens, no qual existem dois meios de transmissão: o verbal
e o não-verbal. O verbal contempla a linguagem falada e escrita, enquanto os gestos, as
expressões corporais e o toque fazem parte da forma não-verbal.
As anotações efetuadas pela enfermagem consistem no mais importante instrumento de
prova da qualidade da atuação da enfermagem com informações inerentes ao cuidado do
cliente, é indiscutível a necessidade de registros adequados e freqüentes no prontuário do
paciente. A adequação das anotações, embora seja de difícil definição, pode ser
entendida como o registro exato ou aquele que mais se aproxima da realidade em que o
fato ocorreu e/ou foi percebido.
Do ponto de vista gerencial/administrativo, outra área inerente à atuação do
enfermeiro, os registros de enfermagem completos consistem em um dos mais
importantes indicadores de qualidade.
Nesse âmbito, com o propósito de planejar, executar e avaliar continuamente a
atuação da sua equipe e do cuidado por ela prestada, o gerente ou líder deve pautar a
sua atuação em dados e fatos que, na maioria das vezes, são extraídos dos registros no
prontuário do cliente.

Aspectos legais dos Registros de Enfermagem


Os Registros de Enfermagem, além de garantir a comunicação efetiva entre a equipe de
saúde, fornecem respaldo legal e, consequentemente, segurança, pois constituem o único
documento que relata todas as ações da enfermagem junto ao paciente. Uma ação
incorreta do profissional poderá ter implicações éticas e/ou cíveis e/ou criminais. Pela
legislação vigente, todo profissional de enfermagem que causar dano ao paciente
responderá por suas ações, inclusive tendo o dever de indenizá-lo. Para que possa se
defender de possíveis acusações poderá utilizar seus registros como meio de prova.
Fundamentos legais das Anotações de Enfermagem:
• Art. 5º, inciso X– Constituição Federal • Lei 7.498/86, regulamentada pelo Decreto
94.406/87, que dispõe sobre o exercício da Enfermagem • Resolução COFEN 311/07 –
13

Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem • Arts. 186, 927, 951 – Código Civil •
Art. 18, inciso II – Código Penal • Lei 8.078/90 – Código de Defesa do Consumidor • Lei
Estadual 10.241/98 (SP) – Direito do Usuário.

Constituição Federal
"Art. 5º (...)
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação;"
Lei nº 7.498/86 (dispõe sobre o exercício da Enfermagem)
Cabe ao enfermeiro:
"Art. 11 (...)
I – privativamente (...) c) planejamento, organização, execução e avaliação dos serviços
de assistência de enfermagem; (...) i) consulta de enfermagem; j) prescrição da
assistência de enfermagem;" Decreto nº 94.406/87.
Cabe ao técnico de enfermagem:
"Art. 10 (...)
II – executar atividades de assistência de enfermagem, excetuadas as privativas do
enfermeiro e as referidas no art. 9º deste Decreto;"

Cabe ao auxiliar de enfermagem:


"Art. 11 (...)
II – observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível de sua qualificação;
III – executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de outras
atividades de enfermagem (...)"

Resolução COFEN 311/07 – Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem "Direitos


Art. 1º Exercer a Enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado segundo os
pressupostos e princípios legais, éticos e dos direitos humanos. Art. 2º Aprimorar seus
conhecimentos técnicos, científicos e culturais que dão sustentação a sua prática
profissional.
Exercício

1. Porque documentação de enfermagem, inserida no prontuário do paciente, é


importante.
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2. O que cabe ao técnico de enfermagem realizar, de acordo com os aspectos legais


dos Registros de Enfermagem?
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3. O prontuário do paciente deve ser padronizado, organizado e conciso, referente ao


registro dos cuidados prestados ao paciente por todos os profissionais envolvidos na
assistência. Para que isso o ocorra as informações contidas nele devem estar:
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Anotações de Enfermagem
As Anotações de Enfermagem fornecem dados que irão subsidiar o enfermeiro no
estabelecimento do plano de cuidados/prescrição; suporte para análise reflexiva dos
cuidados ministrados, respectivas respostas do paciente e resultados esperados e
desenvolvimento da Evolução de Enfermagem.
Assim, a Anotação de Enfermagem é fundamental para o desenvolvimento da
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), pois é fonte de informações
essenciais para assegurar a continuidade da assistência. Contribui, ainda, para a
identificação das alterações do estado e das condições do paciente, favorecendo a
detecção de novos problemas, a avaliação dos cuidados prescritos e, por fim,
possibilitando a comparação das respostas do paciente aos cuidados prestados.
(CIANCIARULLO et al, 2001).
Algumas regras são importantes para a elaboração das Anotações de Enfermagem,
dentre as quais:
• Devem ser legíveis, completas, claras, concisas, objetivas, pontuais e cronológicas; •
Devem ser precedidas de data e hora, conter assinatura e identificação do profissional ao
final de cada registro; • Não conter rasuras, entrelinhas, linhas em branco ou espaços; •
Conter observações efetuadas, cuidados prestados, sejam eles os já padronizados, de
rotina e específicos; • Devem, ainda, constar das respostas do paciente frente aos
cuidados prescritos pelo enfermeiro, intercorrências, sinais e sintomas observados; •
Devem ser registradas após o cuidado prestado, orientação fornecida ou informação
obtida; • Devem priorizar a descrição de características, como tamanho mensurado (cm,
mm, etc.), quantidade (ml, l, etc.), coloração e forma; • Não conter termos que deem
conotação de valor (bem, mal, muito, pouco, etc.); • Conter apenas abreviaturas previstas
em literatura; • Devem ser referentes aos dados simples, que não requeiram maior
aprofundamento científico.
Não é correto, por exemplo, o técnico ou auxiliar de enfermagem anotar dados referentes
ao exame físico do paciente, como abdome distendido, timpânico; pupilas isocóricas, etc.,
visto que, para a obtenção destes dados, é necessário ter realizado o exame físico prévio,
que constitui ação privativa do enfermeiro.

Em resumo, as Anotações de Enfermagem são registros de:

• Todos os cuidados prestados – incluem as prescrições de enfermagem e médicas


cumpridas, além dos cuidados de rotina, medidas de segurança adotadas,
encaminhamentos ou transferências de setor, entre outros;
• Sinais e sintomas – incluem os identificados através da simples observação e os
referidos pelo paciente. Importante destacar que os sinais vitais mensurados devem ser
15

registrados pontualmente, ou seja, os valores exatos aferidos, e não normotenso,


normocárdico, etc;
• Intercorrências – incluem os fatos ocorridos com o paciente e medidas adotadas; e
• Respostas dos pacientes às ações realizadas. O enfermeiro deve adotar estratégias
para desenvolver, na equipe, habilidades que garantam excelência das Anotações de
Enfermagem, assegurando uma assistência eficaz e isenta de riscos e danos ao paciente.
Outros itens são importantes para assegurar a responsabilidade profissional e a
legalidade dos registros no prontuário, dentre os quais a manutenção de impressos
próprios, rotinas e educação permanente aos profissionais.
Roteiro – O que anotar?
As Anotações de Enfermagem devem ser registradas em formulários/documentos, com
cabeçalho devidamente preenchido com os dados completos do paciente, de acordo com
os critérios estabelecidos na instituição. Admissão:
• Nome completo do paciente, data e hora da admissão; • Condições de chegada
(deambulando, em maca, cadeira de rodas, etc.); • Presença de acompanhante ou
responsável; • Condições de higiene; • Queixas relacionadas ao motivo da internação; •
Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional
(mensuração de sinais vitais, punção de acesso venoso, coleta de exames, elevação de
grades, etc.); • Orientações prestadas. Obs.: Poderão ser inclusos dados padronizados na
instituição ou informações coletadas de acordo com orientações. 13 Pré-operatório: •
Procedimentos realizados no pré-operatório, conforme prescrição ou rotina institucional
(banho, higiene oral, mensuração de sinais vitais, retirada e guarda de próteses, roupas
íntimas, presença e local de dispositivos – acesso venoso, sondas, local de tricotomia,
condições de pele, etc.); • Tempo de jejum; • Orientações prestadas; • Esvaziamento de
bexiga; • Administração de pré-anestésico; • Encaminhamento/transferência para o Centro
Cirúrgico. Obs.: O registro de antecedentes alérgicos poderá ser incluso nesta anotação,
conforme prescrição ou rotina institucional. Trans-operatório: • Recepção no Centro
Cirúrgico e encaminhamento à Sala Cirúrgica; • Orientações prestadas; •
Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional
(posicionamento do paciente, instalação e/ou retirada de eletrodos, monitor, placa de
bisturi e outros dispositivos – acesso venoso, sondas, etc.); • Composição da equipe
cirúrgica; • Dados do horário de início e término da cirurgia, conforme preconizado pela
Instituição; • Tipo de curativo e local; • Intercorrências durante o ato cirúrgico; •
Encaminhamento à RA (Recuperação Anestésica). Pós-operatório: • Posicionamento no
leito e instalação de equipamentos (monitores, grades no leito, etc.); • Sinais e sintomas
observados (cianose, palidez cutânea, dor, náuseas, vômitos, tremores, hipotensão, etc.);
• Características e local do curativo cirúrgico, conforme prescrição ou rotina institucional; •
Instalação e/ou retirada de dispositivos, conforme prescrição ou rotina institucional
(sondas, acesso venoso, etc.); • Orientações prestadas; • Encaminhamento/transferência
de unidade ou alta hospitalar.

Transferência de unidade/setor:
• Motivo da transferência; • Data e horário; • Setor de destino e forma de transporte; •
Procedimentos/cuidados realizados (punção de acesso venoso, instalação de oxigênio,
sinais vitais, etc.); • Condições (maca, cadeira de rodas); • Queixas. Alta: • Data e horário;
• Condições de saída (deambulando, maca ou cadeira de rodas); •
16

Procedimentos/cuidados realizados, conforme prescrição ou rotina institucional


(mensuração de sinais vitais, retirada de cateter venoso, etc.); • Orientações prestadas.
Obs.: Importante o registro real do horário de saída do paciente e se saiu acompanhado.
Óbito: • Assistência prestada durante a constatação; • Data e horário; • Identificação do
médico que constatou; • Comunicação do óbito ao setor responsável, conforme rotina
institucional; • Procedimentos pós-morte (higiene, tamponamento, etc.); •
Encaminhamento do corpo (forma, local, etc.). Importante relembrar que todos os
procedimentos e/ou cuidados prestados ao paciente, que devem ser registrados nas
Anotações de Enfermagem, quando realizados por profissionais de nível médio de
enfermagem (técnicos e auxiliares de enfermagem), deverão ser prescritos por
profissionais habilitados e capacitados (enfermeiro/médico) e/ou constar em manual de
rotina da instituição. 15 Dieta: • Indicar dieta oferecida (geral, leve, branda, pastosa,
hipossódica, para diabéticos, dieta por sonda); • Aceitação da dieta (total ou parcial); •
Dieta por sonda (quantidade da dieta e da hidratação, presença de refluxo gástrico); •
Dieta zero (cirurgia ou exames); • Necessidade de auxílio ou não; • Recusa – indicar o
motivo (disfagia, mastigação dolorosa, falta de apetite, náusea, etc.); • Sinais e sintomas
apresentados. Obs.: No caso de dietas administradas via sonda, importante citar os
cuidados prestados antes e após a administração, conforme prescrição (decúbito elevado,
lavagem após administração da dieta, etc.). Diurese: • Ausência/presença de diurese (se
sonda ou balanço hídrico, medir em ml); • Características (coloração, odor); • Presença de
anormalidades (hematúria, piúria, disúria, etc.); • Forma da eliminação (espontânea, via
uripen, sonda vesical de demora/ostomias urinárias). Evacuação: • Episódios (nos
respectivos horários); • Quantidade (pequena, média, grande); • Consistência (pastosa,
líquida, sem pastosa); • Via de eliminação (reto, ostomias); • Características (coloração,
odor, consistência, quantidade); • Queixas.

Administração de medicamentos:
Atenção: Somente a checagem do(s) item(ns) cumpridos(s) ou não, através de símbolos,
como /, pou, respectivamente, não cumpre(m) os requisitos legais de validação de um
documento, conforme mencionado no capítulo "Conceitos", por isso a importância de
registrar, por escrito, na Anotação de Enfermagem a administração ou não da medicação.
• Item(ns) da prescrição medicamentosa administrada(s); • Se injetável, também registrar
o local onde foi administrado: IM (glúteo, deltoide, vasto lateral, etc); EV (antebraço, dorso
da mão, região cefálica, membro inferior, etc), SC (abdome, região posterior do braço,
coxa, etc) e ID. Não esquecer de fazer referência se do lado esquerdo ou direto; • No
caso de administrar através de um dispositivo já existente, como intracath, duplo lumem,
acesso venoso periférico, injetor lateral do equipo ou outro, anotar por onde foi
administrado o medicamento endovenoso; • No caso de não administrar o medicamento,
apontar o motivo.

Anotações do pré-operatório
Exemplos de anotação da equipe de enfermagem Importante relembrar e acrescentar
que, ao final de cada Anotação de Enfermagem, após a identificação do profissional deve
ser inutilizado o espaço restante da linha (não deixar espaços em branco) e a próxima
anotação deverá ser registrada na linha subsequente.
17
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Anotações do pós-operatório
19

Os Registros de Enfermagem são itens fundamentais para a comprovação da aplicação


de uma assistência baseada em princípios técnicos científicos, sem os quais a
enfermagem deixaria de ser uma ciência, passando ao simples cuidar prestado sem
qualquer direcionamento, gerando resultados imprevistos e, possivelmente, nocivos ao
paciente.
Na busca da melhoria da qualidade da Assistência de Enfermagem, buscamos
constantemente proporcionar apoio ao profissional, visando ao aprimoramento na
aplicação dessa ciência, o que inclui os esclarecimentos diante de fatores que podem
gerar entendimentos inadequados.
Ao tratar do assunto Registros de Enfermagem, destacamos que uma das principais
interpretações distorcidas aplica-se à diferença entre Anotação de Enfermagem e
Evolução de Enfermagem. Diante disso, apresentamos resumidamente, as principais
diferenças entre esses registros:

Anotação Evolução
Dados brutos Dados analisados
Elaborada por toda equipe de
enfermagem (enfermeira, técnico e Elaborada apenas pelo enfermeiro
auxiliar de enfermagem)
Referente a um momento Referente ao período de 24h
Dados pontuais Dados processados e contextualizados
Registra uma observação Registra a reflexão e análise de dados
20

A profissão de enfermagem exige em saúde e tem como foco a excelência de


atendimento buscar o bem estar do cliente/paciente. A profissão exige do profissional de
enfermagem um perfil que agregue características que o capacite para exercer sua
profissão da melhor forma possível, como por exemplo:
 Agilidade
 Decisão assertiva;
 Criatividade;
 Agregação de valores à instituição;
 Ética.

Planos de cuidados
A etapa de planejamento refere-se ao estabelecimento das prioridades e objetivos de
atenção frente às duas primeiras etapas do processo de enfermagem. Cabe ao
enfermeiro assegurar o registro dos cuidados realizados ao cliente . Acrescenta-se que o
plano deve promover a comunicação entre os cuidadores, direcionar o cuidado e a
documentação, de ser utilizado para avaliar, pesquisar e para questões legais, e registrar
a necessidade de cuidados para reembolso dos convênios. (ALFARO-LEFEVRE, 2005).
Horta (1979, p. 65) complementa que o plano de cuidados ―é a determinação global da
assistência de enfermagem que o ser humano deve receber diante do diagnóstico
estabelecido‖. O plano de cuidados é a resultante da análise do diagnóstico de
enfermagem, examinando-se os problemas de enfermagem, as necessidades humanas
básicas afetadas e o grau de dependência do indivíduo, da família e da comunidade.
Timby (2001, p. 40) acrescenta que no planejamento ―a enfermeira prioriza os problemas
identificados, identifica resultados ou metas mensuráveis, seleciona intervenções
adequadas e documenta no plano de cuidados‖.
Entretanto, existem diversas classificações de intervenções de enfermagem, destaca-se:
a Classificação das Intervenções em Enfermagem (NIC), sendo esta elaborada pela North
American Nursing Diagnosis Association (NANDA) que está em consonância com a
taxonomia de diagnósticos de enfermagem.
Portanto, o enfermeiro estabelece as intervenções de enfermagem que serão prescritas
sob a forma de ações/cuidados de enfermagem, como estratégias de reunir as condições
que venham satisfazer as necessidades do indivíduo, da família e da comunidade.
Conclui-se que nesta fase, após a coleta de informações e da elaboração dos
diagnósticos de enfermagem é que serão identificadas as intervenções de enfermagem
que quando aplicadas buscarão resultados apropriados para a prevenção de
complicações. A manutenção, a recuperação e/ou a reabilitação da saúde do cliente, da
família e da comunidade.

O técnico de enfermagem atua junto com o enfermeiro em diversos segmentos da


assistência ao cliente, por isso deve ter conhecimento da existência da sistematização da
assistência de enfermagem (SAE) para poder contribuir na execução do plano de
cuidados de enfermagem, em conjunto com a equipe.

O PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM E SUAS FUNÇÕES

Cuidado e atenção: essas são duas palavras que sintetizam as funções básicas de
qualquer enfermeiro, independentemente de sua especialidade. São esses profissionais
21

que sabem, melhor que ninguém, como confortar e amparar um paciente nas condições
por ele apresentadas. Afinal, estar doente não requer somente cuidados à saúde física,
mas à emocional também, exigindo total sensibilização e carinho por parte dos
enfermeiros.
No entanto, embora todo profissional de enfermagem precise zelar e assistir os pacientes,
não cabe a todos realizar certas atividades específicas.
É nesse momento que entram os diferentes tipos de profissional de enfermagem. Todos
esses profissionais integram a equipe de saúde e promovem a saúde nos diferentes
ambientes de cuidado.
Confira quais são elas e suas atribuições!

ENFERMEIRO
O enfermeiro propriamente dito, é o profissional que está no alto da hierarquia de
enfermagem. Para exercer a profissão, é necessário diploma de curso superior com até 5
anos de duração.
Entre suas principais funções, que são privativas do enfermeiro, pode-se destacar:
 É responsável pelos cuidados que exigem maiores níveis de conhecimento
científico e técnico;
 Prescreve medicamentos estabelecidos na unidade de saúde;
 Prepara os pacientes para o atendimento médico;
 Cuida pessoalmente de pacientes que estejam em nível crítico de saúde, como os
internados em Unidades Intensivas de Tratamento (UTI);
 Realiza procedimentos nos pacientes (sondagem vesical, inserção de cateter
central de inserção periférica, sondagem gástrica, etc.);
 Avalia feridas e escolhe o tipo de curativo a ser utilizado;
 Realizar diagnósticos de enfermagem e prescrições de enfermagem;
 Prestação de assistência durante o parto.
No entanto o enfermeiro é responsável por questões administrativas também, como:
organização e direção dos serviços de enfermagem; supervisão geral dos auxiliares e
técnicos; controle de infecções hospitalares e danos ao atendimento; treinamento e
capacitação; participação de projetos arquitetônicos dentro de estabelecimentos de
saúde; contratação do pessoal de enfermagem.

TÉCNICO EM ENFERMAGEM
O próximo da hierarquia é o técnico em enfermagem. Para exercer a profissão, é
necessário Ensino Médio completo e diploma de curso técnico com duração de 2 anos.
Suas funções, embora tão importantes como a do enfermeiro, estão concentradas em
nível básico e médio de cuidados. Em outras palavras, são voltados para pacientes basais
ou em estágios semicríticos de saúde.
Esse profissional pode auxiliar no tratamento de pacientes na UTI ou no pós-operatório,
desde que supervisionados pelo enfermeiro. Ele assiste o enfermeiro no planejamento
das atividades de assistência em todos os níveis de complexidade.
 Preparar os pacientes para consultas, exames e tratamentos;
 Executar tratamentos prescritos;
 Prestar cuidados de higiene, conforto e alimentação;
 Zelar pela segurança do paciente;
 Executar atividades de desinfecção e esterilização.
22

Além disso, é de sua responsabilidade: aplicação de vacinas, realizar a higiene do


paciente e administrar medicamentos.

PARTEIRO(A)
Embora menos citado e conhecido, existem também os parteiros, sendo necessário curso
com diploma de no mínimo 2 anos para realizar sua profissão.
O parteiro está sempre acompanhado pelo enfermeiro obstetra (voltado à gravidez), de
forma que o parto ocorra corretamente e com todo o cuidado necessário. Além disso,
cabe ao parteiro prestar auxílio após o operatório, cuidando da mãe e do recém-nascido.

DOULA
A doula é a profissional que dá suporte físico, emocional e informativo para a mulher
antes, durante e após o trabalho de parto.
Durante a gravidez, a doula orienta o casal sobre as expectativas em relação ao parto e
ao pós-parto, e ajuda a mulher a se preparar para o trabalho de parto de diferentes
formas.
Durante o trabalho de parto, a doula é o elemento intermediário entre a equipe de saúde e
o casal. Ele ajuda a mulher a encontrar posições confortáveis, lidar com a dor e
compreender os termos e técnicas médicas utilizados, além de ajudar o pai a atuar nesse
momento.
Ela não é considerada uma profissional de enfermagem pois não executa nenhuma
cuidado médico e não cuida do recém-nascido. Suas ações são unicamente como
acompanhante da parturiente.

ÁREAS EM QUE ATUAM OS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM


Ao contrário do que muitos pensam, os profissionais de enfermagem podem atuar em
áreas diferentes da hospitalar e de clínicas. O papel do enfermeiro tem se expandido
também para áreas de auditoria, consultoria, pesquisa, ensino e gestão.

As áreas de atuação dos profissionais de enfermagem influem:

1. Hospitais, clínicas e laboratórios: todos os níveis de profissionais de enfermagem


trabalham na assistência direta aos pacientes em diferentes níveis de complexidade. O
enfermeiro pode atuar também no setor de gestão, educação continuada, controle de
infecção e saúde do trabalhador dentro dos hospitais;

2. Centros de Saúde: a equipe de enfermagem integra o Programa Saúde da Família,


que é realizado pelas Unidades Básicas de Saúde do SUS. Atuam em ações de de
prevenção, promoção e recuperação da saúde da família de forma integral e contínua;

3. Ensino e pesquisa: Os enfermeiros que optam por seguir a área acadêmica


dedicam-se a diferentes áreas de estudo. Podem atuar como professores de graduação e
pós-graduação, orientadores de pesquisa e participantes da equipe editorial de revistas
científicas;

4. Saúde do trabalhador: Os enfermeiros e técnicos podem se especializar na área de


enfermagem do trabalho, que tem o objetivo de prevenir e promover a saúde dos
23

funcionários no ambiente de trabalho. O profissional trabalha dentro das empresas,


avaliando riscos específicos e implementando programas de saúde para os trabalhadores;
5. Auditoria: O enfermeiro que atua na área de auditoria trabalha dentro ou fora do
hospital com controle de projetos, inspeção do uso de materiais e medicamentos, preparo
de hospitais para certificação de qualidade e controle de projetos;

6. Home care: O atendimento em domicílio é realizados pelos diferentes profissionais


de enfermagem, com o objetivo de fornecer o cuidado ao paciente na sua própria
residência. Podem atuar individualmente ou por empresas de home care.

Os profissionais de enfermagem estão diretamente interligados ao cotidiano


dos pacientes. Se não fossem esses funcionários de extrema capacidade e desenvoltura,
certamente o ambiente hospitalar não seria o mesmo, pois são eles que participam
diretamente na recuperação de cada vida que passa pelo hospital

O Técnico em enfermagem
O Técnico em Enfermagem é o profissional que atuará, em conjunto com o enfermeiro, na
prestação de cuidados aos pacientes em situações críticas e emergenciais, em todas as
unidades hospitalares como: Centro Obstétrico, Centro Cirúrgico, UTI e Sala de
Emergência. Este profissional é ainda responsável pelo apoio a tarefas administrativas,
como por exemplo, elaboração de escalas de trabalho.

 Campos de Atuação

Hospitais, clínicas, redes ambulatoriais, unidades básicas de saúde, consultórios médicos,


laboratórios de análises clínicas e unidades de diagnóstico, creches, spas, instituições de
ressocialização, abrigos, casa de repouso, dentre outros.
O mercado de trabalho para o técnico de enfermagem não é restrito apenas aos hospitais.
O profissional pode atuar em postos de saúde, laboratórios, spas, ambulatórios de
empresas, asilos, e com ―home care‖ (atendimento em domicílio). O profissional também
pode atuar na área da saúde ocupacional, como técnico em enfermagem do trabalho.
Para isso, o Ministério do Trabalho e Emprego exige uma formação especifica, que pode
ser feita com uma especialização.
Para ter uma ideia da necessidade do profissional no mercado, é ele quem realiza as
tarefas de rotina diariamente em um hospital, ações que foram programadas pelos
enfermeiros. Mas vale ressaltar que somente a pessoa que tem a qualificação no curso
técnico poderá exercer esse tipo de função, e nenhuma outra.
Também importante ressaltar a falta de profissionais no mercado de trabalho, a cada ano
milhares de vagas são para esta função, qual depende de pessoas qualificadas
profissionalmente e habilitadas pelo conselho de classe o COREN (conselho regional de
enfermagem).

As diversas habilidades e conhecimentos do profissional, permitem que o técnico em


Enfermagem trabalhe em diferentes lugares. Os hospitais e as clínicas de saúde são dois
exemplos. Mas também existem vagas em casas de repouso (uma boa opção para quem
busca se especializar na área geriátrica), nos postos de saúde, nos laboratórios de
análises clínicas (onde uma das principais responsabilidades do profissional é fazer a
24

coleta de materiais para exames), nas enfermarias das escolas, em indústrias, creches e
empresas em geral.
O mercado de trabalho para técnico em Enfermagem também possibilita ao profissional
trabalhar com uma empresa que ofereça serviços de home care. A prática consiste na
assistência e nos cuidados à saúde do paciente fora do hospital, ou seja, na casa de
quem contrata o serviço. O principal objetivo é oferecer serviços que contribuam para a
melhora da qualidade de vida do paciente. Nesse caso, o atendimento costuma ser
voltado a idosos, pessoas em fase de recuperação de cirurgias ou pessoas que precisam
de acompanhamento por algum outro motivo (como pacientes com câncer).
Além destas oportunidades, o profissional que conclui o curso técnico em Enfermagem
também pode optar por atuar de forma autônoma, oferecendo atendimento domiciliar
Exercício

1. Cites 3 campos de atuação do técnico de enfermagem.

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2. Sabemos que a administração em enfermagem está relacionada com as funções


de cada funcionário da equipe. Cabe ao técnico de enfermagem realizar anotações de
maneira correta no prontuário do paciente, dessa forma. Qual a importância das
anotações de enfermagem?
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3. Todo profissional de enfermagem precise zelar e assistir os pacientes, porém, não


cabe a todos realizar certas atividades específicas.
É nesse momento que entram os diferentes tipos de profissional de enfermagem. Cite
quais são esses profissionais e as funções deles.
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EQUIPE MULTIPROFISSIONAL — CONCEITO

Equipe Multiprofissional é a junção de esforços e interesse de um grupo de profissionais


que reconhecem a interdependência com os outros componentes e se identificam com um
trabalho de caráter cooperativo e não competitivo, com o fim de alcançar um objetivo
comum cuja atividade sincronizada e coordenada caracteriza um grupo estritamente
ligado"

O trabalho em equipe não significa portanto, a somação de indivíduos organizados para


uma tarefa comum, mas a integração de cada elemento que a compõe, atendendo às
peculiaridades grupais, emuma reunião de técnicos em várias especialidades
profissionais, desempenhando funções harmônicas numa verdadeira Inter
complementação.

— Vantagens do Trabalho em Equipe Multiprofissional

Da noção de interdependência a influência bilateral da conduta do grupo interprofissional,


surgem os resultados esperados de qualquer função em equipe: a ideia do sinergismo5.

Sobre o assunto, assim se expressa DE FELICE (1976), "os pacientes consideram a


equipe como seu médico". E quanto ao grau de satisfação obtida pelo paciente com
relação ao trabalho de equipe, o autor citou SILVER, o qual observou que 94% dos
pacientes expressaram satisfação com a assistência combinada, considerando-a melhor
do que recebida por um médico somente e, S0% dos pacientes consideraram a
associação de um médico e um profissional afim de área de saúde, como uma tendência
inevitável na prática da medicina.

Evidenciado está, que o trabalho realizado por equipe multiprofissional constitui


importância relevante com as seguintes vantagens:

a) assegura a participação de toda a equipe através de um trabalho integrado;


b) propicia uma assistência mais condigna e humana ao paciente por meio da interação
multiprofissional;
c) centra as responsabilidades através do trabalho có-praticado;
d) fortalece as relações entre os profissionais, paciente e família para o alcance dos
objetivos;
e) aumenta o aproveitamento da capacidade profissional pela coesão do trabalho;
f) favorece o relacionamento interprofissional.
— Requisitos para um trabalho em equipe

Um constante interesse para alcançar os objetivos propostos deve nortear a equipe, onde
cada elemento necessita do trabalho do outro através de uma estreita colaboração. É
imprescindível que os participantes da equipe apresentem requisitos como sejam:

a) espírito de equipe — é o desejo de unir forças para obtenção do objetivo comum;


b) participação — acreditar e se esforçar para realizar alguma coisa;
c) intercomunicação — ocorre quando há um perfeito conhecimento e segurança no
campo específico de ação e, geral nas outras áreas;
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d) capacidade de assumir responsabilidade — é aceitação total do trabalho com um


esforço contínuo para bem desempenhar as funções;
e) satisfação — é o sentimento de segurança, de amplitude em fazer parte de um trabalho
que reflita satisfação íntima.

— Membros da Equipe Multiprofissional

A formação da equipe multiprofissional depende do trabalho a ser executado. No sistema


de saúde e na instituição hospitalar, apresenta a seguinte

a. Administrador Hospitalar
b. Médico
c. Enfermeiro
d. Téc. de Enfermagem
e. Assistência Social
f. Nutricionista
g. Psicólogo
h. Terapeuta
i. Farmacêutico
j. Odontólogo.

Roteiro de sistemática operacional para o trabalho de equipe multiprofissional


Para assegurar o necessário desenvolvimento do funcionamento da equipe, é
fundamental um roteiro para a orientação do trabalho, constando de:

a) Visita diária ao paciente — os membros da equipe determinam um horário para o


encontro diário a fim de precederem em conjunto a visita ao paciente. O prontuário é um
elemento utilizado pelo grupo, sendo que a abordagem ao paciente deve ser informal e as
queixas, observações e evolução da doença são registradas "a posteriori", na folha de
evolução clínica.
b) Análise e discussão da evolução do paciente — precede às prescrições, sendo uma
das fases mais importantes do trabalho, onde os elementos do grupo se inter-relacionam
para a determinação da assistência nas 24 horas.
c) Prescrições — cada membro da equipe, na área de sua competência, efetua a
prescrição do tratamento para o paciente. A prescrição é do conhecimento de todos,
sendo discutida e analisada pela equipe, evitando a superposição, tão comum, quando
feitas prescrições isoladas.
d) Plano de alta — um estudo prévio das necessidades do paciente para serem atendidas
no domicílio ou, até mesmo, no setor de Saúde Comunitária, é feito por cada elemento da
equipe. Dos resultados de reuniões de equipe surgem as orientações que são dirigidas ao
paciente e família.
e) Sessões de estudo — uma das grandes preocupações de todos os membros da equipe
é a necessidade de contínuos estudos a fim de atender às constantes solicitações do
método. No mínimo cada mês, a equipe apresenta ao corpo de saúde, em sessões de
estudos, os resultados obtidos em situações de pacientes com enfoques especiais raros
ou não, ou resultados do emprego de novas técnicas, etc.
27

Erros e danos ao paciente: uma questão a se discutir.


Diversos estudos sobre a segurança do paciente analisam os erros que acometem os
pacientes, e dividem em: erros que causam danos severos ao paciente, como a
incapacidade permanente, e os que causam danos leves, como a hospitalização
prolongada. Esses riscos não são uniformemente distribuídos, alguns clientes por
infelicidade, têm maior probabilidade de ser acometidos por erros do que outros, ou de
experimentarem vários eventos. Esses eventos não recair apenas ao paciente, mas
também aos seus familiares e acompanhantes, pois repercutam em insegurança,
ansiedade, danos e morte. Segundo Carvalho e Vieira (2002, p.261-262) ―[...] erros em
técnica e em procedimentos podem resultar em tragédia para pacientes e suas famílias.
Além disso, eles podem ter um efeito dramático na vida de profissionais de saúde
envolvidos na assistência a seus pacientes‖.

Atos de imprudência dentro de um serviço de saúde podem ter diversas origens e


consequências, pois eles podem ser: medicamentoso, quando ocorre dentro do processo,
da prescrição até a administração do fármaco. Erros de prescrição, que pode acontecer
por erro de cálculo na dose, via de administração, concentração, escolha errônea do
medicamento etc. Erro de preparação: fármaco fora da validade ou mistura com outra
droga que seja quimicamente e/ou fisicamente incompatíveis, diluição incorreta dentre
outras. Erro de administração: procedimento ou técnica inapropriada de administração de
medicamento, incluindo: via errada; via correta, porém em local errado. E evento adverso
da droga que pode ser de dois tipos: os causados por erros e os inerentes à droga. Os
causados por erros são chamados evitáveis, e os inerentes ao próprio medicamento, são
chamados de reações adversas (WACHTER, 2010; CARVALHO; VIEIRA, 2002).

PROTOCOLO DE SEGURANÇA DO PACIENTE


A política de segurança do paciente no Brasil e no mundo destaca a necessidade de
estimular os estabelecimentos de saúde a evitar possíveis erros através do planejamento,
organização, exercer corretamente as normas das instituições e o trabalho em conjunto
da equipe multiprofissional. Um dos principais motivos da ocorrência de falhas é a
operacionalização dos sistemas, que desviam as ações desses profissionais tornando o
exercício da assistência inadequado e como consequência, pode colocar a vida do
paciente em risco (WACHTER, 2013).
No Brasil, o Ministério da Saúde instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente
(PNSP) através da Portaria MS/GM nº 529, de 1° de abril de 2013 com a finalidade de
contribuir para a qualificação do cuidado a saúde em todas as instituições de saúde do
território nacional, sendo públicos ou privados, de acordo com a prioridade dada a
segurança do paciente conforme os estabelecimentos de saúde na agenda política dos
estados membros da ONU e na resolução aprovada pela 57ª Assembleia Mundial da
Saúde (BRASIL, 2014).
Em 2013, os protocolos básicos de segurança do paciente foram aprovados, instituído
pela portaria GM/MS nº 1.377, de 9 de julho de 2013 e a Portaria nº 2.095, de 24 de
setembro de 2013. Esses são: identificação do paciente, higienização das mãos,
protocolo de comunicação, segurança na prescrição uso e administração de
medicamentos, cirurgia segura, prevenção de úlcera por pressão e prevenção de quedas
(BRASIL, 2013).
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O protocolo de identificação do paciente tem como objetivo garantir a adequada


identificação dos pacientes com o intuito de reduzir os erros e assegurar o cuidado para a
pessoa a quem se destina. De acordo com este protocolo, os fatores de risco que podem
influenciar no processo de identificação seriam: o nível de consciência, mudança de leito,
setor e outras situações do ambiente. Para garantir uma correta identificação é preciso
que todos os profissionais de saúde participem no processo de identificação, admissão,
transferência ou recebimento de paciente de outra instituição, antes de realizar qualquer
procedimento, da administração de medicamentos e soluções. Esse tipo de identificação
deve ser feito por meio de pulseira, prontuário, etiqueta e a participação principalmente do
paciente e dos familiares durante a confirmação (BRASIL, 2013).

A higienização é uma das práticas mais comuns na prevenção de infecções em


relação aos cuidados de saúde. A Resolução da Diretoria Colegiada RDC n°. 50, de 21
de fevereiro de 2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde
(Anvisa/MS) preconiza normas e projetos físicos nos estabelecimentos de saúde a
necessidade lavatórios para a lavagem das mãos. Essas normativas funcionam para
enfatizar a importância da higienização das mãos como prevenção e controle de
infecções fazendo com que ocorra a redução da morbimortalidade e dos custos
relacionados ao tratamento de infecções (ANVISA, 2009).
Quando proceder à higienização das mãos:
1. Antes e após o contato com o paciente. 2. Antes e após a realização de procedimentos
assépticos. 3. Após contato com material biológico. 4. Após contato com o mobiliário e
equipamentos próximos ao paciente.
Higienização das mãos com água e sabão (Passo a Passo)
1. Molhe as mãos com água. 2. Aplique sabão. 3. Esfregue as palmas das mãos. 4.
Esfregue a palma da mão sobre o dorso da mão oposta com os dedos entrelaçados. 5.
Esfregue as palmas das mãos com os dedos entrelaçados. 6. Esfregue o dorso dos dedos
virados para a palma da mão oposta. 7. Envolva o polegar esquerdo com a palma e os
dedos da mão direita, realize movimentos circulares e vice-versa. 8. Esfregue as polpas
digitais e unhas contra a palma da mão oposta, com movimentos circulares. 9. Friccione
os punhos com movimentos circulares. 10. Enxágue com água. 11. Seque as mãos com
papel-toalha descartável e use o papel para fechar a torneira.

II. Higienização das mãos com fórmula à base de álcool


1. Posicione a mão em forma de concha e coloque o produto, em seguida espalhe-o por
toda a superfície das mãos. 2. Esfregue as palmas das mãos. 3. Esfregue a palma da
mão sobre o dorso da mão oposta com os dedos entrelaçados. 4. Esfregue as palmas das
mãos com os dedos entrelaçados. 5. Esfregue o dorso dos dedos virados para a palma da
mão oposta. 6. Envolva o polegar esquerdo com a palma e os dedos da mão direita,
realize movimentos circulares e vice-versa. 7. Esfregue as polpas digitais e unhas contra
a palma da mão oposta, com movimentos circulares. 8. Friccione os punhos com
movimentos circulares. 9. Espere que o produto seque naturalmente. Não utilize papel-
toalha.
Atenção!
1. Lave as mãos com água e sabão quando visivelmente sujas, contaminadas com
sangue ou outros fluidos corporais. 2. Use preferencialmente produtos para higienização
das mãos à base de álcool para antissepsia rotineira, se as mãos não estiverem
29

visivelmente sujas. 3. Lave as mãos com água e sabão, com antisséptico ou as higienize
com uma formulação alcoólica antes e após a realização de procedimentos. 4. Nunca use
simultaneamente produtos à base de álcool com sabão antisséptico. 5. O uso de luvas
não substitui a necessidade de higienização das mãos. 6. Na ausência de pia com água e
sabão, utilize solução à base de álcool. 7. Encoraje os pacientes e suas famílias a solicitar
que os profissionais higienizem as mãos. 8. Estimule os familiares e visitantes a higienizar
suas mãos, antes e após o contato com o paciente.

CIRURGIA SEGURA
Este passo apresenta medidas para tornar o procedimento cirúrgico mais seguro e ajudar
a equipe de saúde a reduzir a possibilidade de ocorrência de danos ao paciente,
promovendo a realização do procedimento certo, no local e paciente corretos. A utilização
de uma ou de várias listas de verificação (check-list) traz inúmeras vantagens. Os
serviços devem elaborar suas listas específicas, dependendo da complexidade dos
procedimentos que são realizados.
Segundo dados de 56 países mostraram que no ano de 2004 houve um crescimento
anual no número de cirurgias com complicações na saúde pública. Sendo assim, muitos
casos podem ser evitados através da realização da cirurgia segura que tem como objetivo
definir padrões de segurança para ser aplicado em todos os países. O protocolo de
cirurgia segura visa procedimentos cirúrgicos adequados no local e no paciente correto
através de uma lista de verificação de cirurgia segura criada pela OMS (OMS, 2009).

Atenção!
1. A marcação cirúrgica deve ser clara e sem ambiguidade, devendo ser visível mesmo
após o paciente preparado e coberto. 2. O local é marcado em todos os casos que
envolvam lateralidade (direito/ esquerdo), múltiplas estruturas (dedos das mãos/pés,
lesões) ou múltiplos níveis (coluna vertebral). 3. Se houver recusa do paciente em
demarcar determinada região, ou o paciente não estiver orientado, a instituição deverá
adotar mecanismos que assegurem o local correto, a intervenção correta e o paciente
correto.
Comunicação efetiva entre a equipe multiprofissional é fundamental para segurança do
paciente, pois a troca de informações, estratégias e as metas alcançadas são necessárias
para interação das equipes e assim promover segurança para o paciente. A comunicação
não se refere só aos profissionais de saúde, mas também a família do paciente que
precisam estar informada sobre o estado clínico de seu parente explicando de maneira
clara e adequada para cada situação (HC-UFTM, 2014).
Medidas sugeridas
I – Passagem de plantão
1. Transmita informações sobre o paciente em ambiente tranquilo, livre de interrupções e
com tempo disponível para esclarecer as dúvidas do outro profissional. 2. Comunique as
condições do paciente, os medicamentos que utiliza, os resultados de exames, a previsão
do tratamento, as recomendações sobre os cuidados e as alterações significativas em sua
evolução. 3. Informe sobre os procedimentos realizados e, no caso de crianças, qual
familiar acompanhou sua realização. 4. Registre as informações em instrumento
padronizado na instituição para que a comunicação seja efetiva e segura.
II – Registro em prontuário
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1. Verifique se os formulários onde estão sendo realizados os registros são do paciente.


2. Coloque data e horário antes de iniciar o registro da informação. 3. Registre as
informações em local adequado, com letra legível e sem rasuras. 4. Faça uso apenas de
abreviaturas e siglas padronizadas, observando as que não devem ser utilizadas. 5.
Realize o registro de modo completo e objetivo, desprovido de impressões pessoais. 6.
Siga o roteiro de registro da informação estabelecido pela instituição. 7. Coloque a
identificação do profissional ao final de cada registro realizado.
Atenção!
1. Recomenda-se a padronização dos instrumentos para o registro das informações e dos
métodos de comunicação entre os profissionais. 2. A gravidade do paciente e a
complexidade dos cuidados favorecem a ocorrência de erros de omissão ou de distorção
da comunicação entre os profissionais, comprometendo, assim, a segurança do paciente.
3. O paciente tem o direito de conhecer os registros realizados em seu prontuário clínico.
4. As informações referentes às condições clínicas do paciente são restritas a ele próprio,
aos profissionais envolvidos e aos que são autorizados pelo paciente ou legalmente
estabelecidos. 5. As instituições definem a forma de identificação dos profissionais, que
normalmente incluem o nome completo, assinatura, categoria, registro profissional e
carimbo. 6. As prescrições verbais ou telefônicas só poderão ocorrer em situações de
emergência, cujo procedimento deve estar claramente definido pela instituição. Medidas
de segurança devem ser implementadas, como repetir em voz alta, de modo completo, a
informação dada pelo emissor, com documentação em formulário, prazo para a validação
da prescrição e conferência com outro profissional.

ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS SEGURAS


Os erros de medicação causam um grande número de mortes no mundo em decorrência
dos eventos adversos que ocorrem na assistência à saúde. Para reduzir as falhas na
medicação e os danos provocados ao paciente é primordial a identificação dos fatores de
erros para poder desenvolver ações e estratégias que possam prevenir tais ocorrências.
De acordo com o protocolo, para uma administração segura deve-se observar a ação, as
interações e os efeitos colaterais dos medicamentos. Nos casos de administração de
hemocomponentes a infusão só poderá ser feita após a identificação do paciente e a sua
compatibilidade com o produto.
A administração de fármacos e soluções por cateteres, sondas e seringas é prática de
enfermagem comum que pode ser desenvolvida em ambientes de atendimento à saúde.
A infusão de soluções em vias erradas, como soluções que deveriam ser administradas
em sondas enterais serem realizadas em cateteres intravenosos, devido a possibilidade
de conexão errada, é um evento frequente, porém pouco documentado, que pode causar
graves consequências e até a morte do paciente.
A capacitação, a orientação e o acompanhamento contínuo sobre os riscos à segurança
do paciente frente às conexões erradas devem ser destinados a todos os profissionais de
saúde.
Medidas Obrigatórias
1. Oriente os pacientes e familiares a não manusear os dispositivos, não devendo realizar
conexões ou desconexões, e que sempre solicitem a presença do profissional de
enfermagem. 2. Identifique cateteres arteriais, venosos, peridurais e intratecais com cores
diferentes para garantir o manuseio seguro. 3. Evite a utilização de injetores laterais nos
sistemas arteriais, venosos, peridurais e intratecais. 4. Realize a higienização das mãos
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antes de manipular os sistemas de infusão. 5. Realize a desinfecção das conexões de


cateteres com solução antisséptica alcoólica e gaze, por três vezes com movimentos
circulares, antes de desconectar os sistemas. 6. Verifique todos os dispositivos, desde a
inserção até a conexão, antes de realizar as reconexões, desconexões ou administração
de medicamentos e soluções. 7. Posicione os sistemas de infusão (equipos, buretas,
extensões) em diferentes sentidos, como os de infusão intravenosa posicionados para a
porção superior do leito, no sentido da cabeça do paciente, e sistemas de infusão de
dietas enterais em direção à porção inferior, no sentido dos pés. 8. Realize a passagem
de plantão entre turnos e entre unidades de internação com dupla checagem das
conexões dos dispositivos. 9. Padronize o uso de seringas específicas e sistemas de
infusão com conexão Luer Lock para administração de medicamentos por via oral ou por
sondas enterais. 10. Utilize somente equipos de cor azul para infusão de dietas enterais.
11. Identifique a bomba de infusão na qual a dieta está sendo administrada. 12. Lembre-
se de que toda a instituição deve fornecer capacitação para uso de novos dispositivos. 13.
Priorize a escolha de cateteres, sondas e seringas desenvolvidos com dispositivos que
previnam conexões incorretas e contribuam para a segurança do paciente. 14. Incentive o
paciente e seus familiares a participar da confirmação dos medicamentos e soluções que
serão administrados, a fim de assegurar a infusão correta durante os cuidados
domiciliares e nas instituições de saúde.

PREVENÇÃO DE QUEDA
A avaliação do risco de queda é intervenção essencial para a prevenção de quedas
(Chang et. al, 2004), sendo para isso importante a correta utilização da Escala de Quedas
de Morse (EQM).
O Enfermeiro visa diariamente a excelência no seu exercício profissional pelo que a
prevenção de complicações, nomeadamente a referente às quedas, é um dos seus focos
de atenção. Segundo a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE)
versão 2.0 (ICN, 2011, p.42) Cair é: ―realizar: descida de um corpo de um nível superior
para um nível inferior devido a desequilíbrio, desmaio ou incapacidade para sustentar
pesos e permanecer na vertical‖, que se traduz pelo ―evento ou episódio – Queda‖. Por
sua vez, de acordo com Saraiva (2008, p.29), a queda pode ainda ser compreendida
como ―um deslocamento não intencional do corpo para um nível inferior à posição inicial
com incapacidade de correção em tempo útil‖. Sendo as quedas uma preocupação
enquanto indicador da qualidade em saúde uma vez que são a segunda causa de morte
por acidente a nível mundial (OMS, 2012), os enfermeiros têm um papel fundamental na
formação e criação de ambientes seguros e normas que visem a sua prevenção.

Fatores de risco para ocorrência de queda:


1. Idade menor que 5 anos ou maior que 65 anos. 2. Agitação/confusão. 3. Déficit
sensitivo. 4. Distúrbios neurológicos. 5. Uso de sedativos. 6. Visão reduzida (glaucoma,
catarata). 7. Dificuldades de marcha. 8. Hiperatividade. 9. Mobiliário (berço, cama,
escadas, tapetes). 10. Riscos ambientais (iluminação inadequada, pisos escorregadios,
superfícies irregulares). 11. Calçado e vestuário não apropriado. 12. Bengalas ou
andadores não apropriados.
Medidas Obrigatórias
1. Identifique os pacientes de risco com a utilização de pulseiras de alerta. 2. Oriente os
profissionais e familiares a manter as grades da cama elevadas. 3. Oriente o paciente e
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acompanhante a solicitar ao profissional auxílio para a saída do leito ou poltrona. 4.


Oriente o acompanhante a não dormir com criança no colo. 5. Oriente o acompanhante a
avisar a equipe toda vez que for se ausentar do quarto. 6. Disponibilize equipamentos de
auxílio à marcha, quando necessário. 7. Crie ambiente físico que minimize o risco de
ocorrência de quedas, como barras de segurança nos banheiros, corrimões nas escadas,
utilização de fitas antiderrapantes, placas de informação. 8. Adeque os horários dos
medicamentos que possam causar sonolência. 9. Oriente a utilização de calçados com
sola antiderrapante e adequados ao formato dos pés. 10. Realize periodicamente
manutenção das camas, berços e grades. 11. Monitore e documente as intervenções
preventivas realizadas.
Atenção!
1. O uso de contenção mecânica, em caso de agitação ou confusão do paciente, deve
ser criteriosamente analisado, uma vez que requer a autorização de familiares, definição
de protocolos institucionais e utilização de equipamentos apropriados. 2. Oriente o
profissional de saúde a comunicar e registrar casos de queda, implementando medidas
necessárias para diminuir danos relacionados à sua ocorrência.

LESÃO POR PRESSÃO


A ocorrência de lesão por pressão em pacientes hospitalizados é um grande problema de
saúde, podendo acarretar desconforto físico para o paciente, aumento de custos no
tratamento, necessidade de cuidados intensivos de enfermagem, internação hospitalar
prolongada, aumento do risco para o desenvolvimento de complicações adicionais,
necessidade de cirurgia corretiva e efeitos na taxa de mortalidade
O instrumento de avaliação do risco mais extensivamente testado e utilizado é a escala
de Braden e, embora não tenha sido desenvolvida especificamente para pacientes
criticamente enfermos, apresenta especificidade e sensibilidade para essa população.
A escala de Braden fornece seis parâmetros para avaliação, pelas suas subescalas: 1-
percepção sensorial; 2- umidade; 3- atividade; 4- mobilidade; 5- nutrição; 6- fricção e
cisalhamento. Cada subescala tem pontuação que varia entre 1 e 4, com exceção do
domínio fricção e cisalhamento. A somatória total fica entre os valores 6 e 23.
Fatores de risco para lesão por pressão:
1. Grau de mobilidade alterado. 2. Incontinência urinária e/ou fecal. 3. Alterações da
sensibilidade cutânea. 4. Alterações do estado de consciência. 5. Presença de doença
vascular. 6. Estado nutricional alterado.

Medidas Obrigatórias
1. Avalie o risco do paciente para desenvolvimento de lesão por pressão na admissão em
qualquer serviço de saúde, realize reavaliações periódicas e utilize escalas específicas. 2.
Proteja a pele do paciente do excesso de umidade, ressecamento, fricção e cisalhamento.
3. Mantenha os lençóis secos, sem vincos e sem restos alimentares 4. Utilize dispositivos
de elevação (elevador, trapézio), rolamentos ou lençóis ao realizar a transferência do
paciente da cama para a maca, da cama para a poltrona, entre outras. 5. Hidrate a pele
do paciente com cremes à base de ácidos graxos essenciais. 6. Realize mudança de
decúbito conforme protocolos institucionais. 7. Incentive a mobilização precoce passiva
e/ou ativa, respeitando as condições clínicas do paciente. 8. Utilize superfícies de suporte
e alívio da carga mecânica para minimizar os efeitos do excesso de pressão causado pela
33

imobilidade, como o uso de almofadas, travesseiros ou coxins apropriados. 9. Providencie


colchão de poliuretano (colchão caixa de ovo) para o paciente acamado.

Atenção!
1. Não é recomendada a utilização de luvas com água em substituição aos dispositivos de
prevenção. 2. Havendo o aparecimento de lesão por pressão, deve-se repassar o caso ao
enfermeiro, o qual deverá tratá-las conforme protocolos institucionais, monitorando e
documentando sua evolução.

A UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA
A industrialização trouxe consigo, além da modernização, o avanço tecnológico e a
valorização da ciência em detrimento do homem e de seus valores. Os avanços
tecnológicos também ocorreram na área da saúde, com a introdução da informática e do
aparecimento de aparelhos modernos e sofisticados que trouxeram muitos benefícios e
rapidez na luta contra as doenças. Essa tecnologia moderna, criada pelo homem a
serviço do homem, tem contribuído em larga escala para a solução de problemas antes
insolúveis e que pode reverter em melhores condições de vida e saúde para o paciente.
Os dias atuais caracterizam-se por profundas e constantes mudanças, onde é
crescente e cada vez mais acelerada a inovação tecnológica, colocando à disposição dos
profissionais e usuários, os mais diversos tipos de tecnologia, tais como: tecnologias
educacionais, tecnologias gerenciais e tecnologias assistenciais.
Vivemos numa era tecnológica onde muitas vezes a concepção do termo
tecnologia tem sido utilizada de forma enfática, incisiva e determinante, porém equivocada
na nossa prática diária, uma vez que tem sido concebida, corriqueiramente, somente
como um produto ou equipamento. A temática tecnologia não deve ser tratada através de
uma concepção reducionista ou simplista, associada somente à máquinas. Entendemos
que a tecnologia compreende certos saberes constituídos para a geração e utilização de
produtos e para organizar as relações humanas (MEHRY E et al, 1997).
As tecnologias na área da saúde foram agrupadas por MEHRY et al (1997) em três
categorias a saber: a) Tecnologia dura: representada pelo material concreto como
equipamentos, mobiliário tipo permanente ou de consumo;
b) Tecnologia leve-dura: incluindo os saberes estruturados representados pelas
disciplinas que operam em saúde, a exemplo da clínica médica, odontológica,
epidemiológica, entre outras e;
c) Tecnologia leve: que se expressa como o processo de produção da comunicação, das
relações, de vínculos que conduzem ao encontro do usuário com necessidades de ações
de saúde. Acreditamos que as três categorias delineadas estão estreitamente interligadas
e presentes no agir da Enfermagem, embora nem sempre de modo transparente.
O limite entre a ciência e a tecnologia não é claramente definido, pois não podemos
imaginar a ciência sem a sua técnica; e como a ciência é incapaz de lidar com questões e
valores, nos diz o que pode ser feito, mas não o que deveria ser feito (MARSDEN, 1991).
Segundo NIETSCHE (2000), a ciência e a tecnologia são valores, muito mais que coisas
ou artefatos, ou mesmo saberes.

Pontos de atenção
1. Conheça as diferentes alternativas tecnológicas, auxiliando na escolha do equipamento
mais adequado. 2. Verifique e aplique as legislações pertinentes. 3. Conheça e siga os
34

protocolos específicos no uso e manuseio de cada equipamento. 4. Conheça as


condições de substituição, empréstimo, obsolescência e ou alocação do recurso
tecnológico. 5. Certifique-se de que possui habilidade e conhecimento técnico para o
manuseio do equipamento com segurança. 6. Em caso de falta do recurso tecnológico
necessário, o enfermeiro deve verificar se há alternativas. 7. Se o paciente referir alergia a
algum produto / conexão / tubo do equipamento, registre na ficha de atendimento ou no
prontuário e realize a substituição. 8. Na recusa do paciente em utilizar o equipamento,
explique os benefícios e indicações para o tratamento de saúde e identifique os motivos
para a rejeição. Se necessário o enfermeiro deve avaliar as condições do paciente, sua
opinião e a possibilidade de substituição do equipamento.

Softwares aplicados à Enfermagem


O desenvolvimento da ciência e a evolução da tecnologia modificaram intensamente
as atividades desempenhadas pelo homem. Para Drucker (2000), essa nova realidade
criou importante impacto nas sociedades e suas políticas e na forma como nos
relacionamos com o mundo. O crescimento constante do processo de globalização
contribuiu para essas modificações e os avanços da tecnologia da informação
possibilitaram o progresso dentro das diversas empresas para aqueles que pensam
digitalmente.
Para Gomes (1999), a tecnologia digital significa acesso à informação; dessa forma
seu valor não decorre de ela ser instrumento de um único profissional, ao contrário, sua
importância se acentua quando é compartilhada com todos no ambiente de trabalho.
Ter mentalidade digital, segundo a autora, implica em adotar uma atitude de
constante renovação. É preciso ter percepção de como as novidades que permeiam o
nosso redor criarão impactos, futuramente.
A autora ainda explica que pensar digitalmente não é somente ter acesso às
informações da rede eletrônica, mas também ser capaz de utilizar o conteúdo destas e
transformá-las em um valor ou benefício. As barreiras criadas pela presença de
hierarquia, cultura e nacionalidade são facilmente transpostas quando os indivíduos têm
acesso à informação e à comunicação em todos os níveis.
A enfermagem utiliza a informação como matéria-prima básica para desenvolver seu
trabalho. Segundo Évora (1995), para alcançarmos qualidade nas ações desempenhadas
pelos enfermeiros é necessário que saibamos receber, processar, interpretar, transmitir,
implementar e documentar as informações oriundas dos pacientes e das equipes de
enfermagem e multiprofissional.
Faz-se necessário ao enfermeiro compreender o que a tecnologia da informação
pode modificar no seu trabalho diário e também usufruir desta para criar novas
oportunidades e ocupar seu espaço frente aos processos de mudança.
Destarte concluímos que as ações desenvolvidas pelo enfermeiro encontram-se
intrinsecamente relacionadas ao processo de gerar e armazenar os dados obtidos junto
ao paciente, o que fomenta a percepção da necessidade de utilizar as aplicações do
computador em sua prática profissional.
Uma das formas de tecnologia que beneficiaria a equipe de enfermagem no que faz
no seu cotidiano, isto é, na assistência ao paciente, seria uma ferramenta computacional
desenvolvida com o critério de priorizar e facilitar a documentação dos procedimentos
realizados por estes profissionais, proporcionando segurança, clareza na interface,
acessibilidade fácil e conectada com as demais fontes geradoras de informação sobre o
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paciente. Certamente todas essas ações acontecerão de forma a otimizar o tempo do


profissional enfermeiro, para que possa voltar sua atenção para o paciente, e não para as
atividades burocráticas.
Para assegurar que aplicações inovadoras se insiram na prática profissional do
enfermeiro, é necessário que este participe ativamente do processo de informatização das
instituições onde atua. Para isto, é imperativo que o enfermeiro seja digital, buscando
adquirir amplos conhecimentos e domínios na área de informática, por meio de inúmeros
recursos, que se estendem desde a atualização através de literaturas específicas e da
rede de relacionamentos até a realização de cursos afins.
Dessa forma, concluímos que os benefícios advindos da tecnologia computacional
serão proporcionais ao conhecimento adquirido e acumulados pelos usuários sobre essa
questão. Conforme Pressman (1995), ―nas atividades de análises de sistemas é
importante que cliente e o desenvolvedor desempenhem um papel ativo‖. Enquanto o
primeiro tenta expressar suas necessidades e expectativas sobre função e desempenho
do software, o outro faz uma representação da informação dentro do projeto.
É essencial ressaltarmos que os enfermeiros idealizam usufruir a velocidade,
complexidade e ilimitadas aplicações que o computador e seus sistemas operacionais
oferecem. Para isso, é imprescindível a compreensão de que esta máquina, como
qualquer outra, precisa ser habilmente manejada, implementada, integrada ao seu
ambiente; seus prazos e orçamentos necessitam ser planejados e monitorados e suas
relações com as pessoas devem ser gerenciadas Portanto, é necessário administrar esse
recurso de maneira eficaz, para conseguirmos extrair todo o potencial que se esconde por
trás dos bits e processadores. Caso contrário, os computadores podem gerar frustrações
e perdas aos seus usuários.
Cabe ao enfermeiro inovar e implementar meios que permitam elevar a aquisição de
conhecimento sobre esta nova tecnologia e instrumentalizar-se para gerar visibilidade de
suas ações.
A inserção da informática na enfermagem, segundo Évora (1995), redundará na
melhoria da racionalidade organizacional, uma vez que suas ferramentas dinamizam o
planejamento das ações do enfermeiro, disponibilizando lhe meios para aplicar seu
conhecimento técnico-científico na assistência de enfermagem, em vez de aplicá-lo em
atividades administrativas, atingindo assim, o principal propósito desta profissão.
Complexo desafio de administrar seu tempo de modo que todas as suas tarefas sejam
realizadas integralmente e com qualidade, na prestação de assistência ao paciente.

Concordamos com Filho, Lunardi e Paulitsch (1997), quando apresentam:

[...]a prescrição de enfermagem computadorizada como uma forma de gerar


mudanças nas relações da equipe de enfermagem e multiprofissionais e
favorecendo que o saber e o fazer da enfermagem profissional, sejam
expressos de forma escrita. Apresentando-se como instrumento de
reaproximação do enfermeiro ao paciente, por meio do levantamento e
priorização dos problemas, elaboração e seleção de intervenções que farão
parte da prescrição de enfermagem, assegurando uma assistência planejada
e humanizada, conduzindo impactos na prática assistencial do enfermeiro,
repercutindo nas maneiras de administrar a assistir o paciente [...] (p. 63-69).
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Exercício

1. Como a equipe de enfermagem pode usar a tecnologia a seu favor?


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2. O que fomenta a necessidade de utilizar as aplicações do computador na prática


profissional de enfermagem?
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3. Quais os benefícios da prescrição de enfermagem computadorizada?


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