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Sofia Soares

Pensamento Teórico e Conceção da Prática


1-A Ação dos profissionais e a prática reflexiva. Teorias de ação. Conhecimento explicito e
conhecimento tácito:
A prática reflexiva/Donald Schon-estuda a forma como os “bons “profissionais agem
(profissionais reflexivos).
• Teorias explicitas (escritas nos livros; teorias profissionais; conhecimento formal; teoria
da virgínia e as da vinculação)
• Teorias tácitas (conhecimento da ação; realmente usadas)
Para sabermos se estamos a usar as teorias explicitas ou tácitas, temos de realizar uma
reflexão: antes da ação/durante a ação e refletir sobre a ação e se quisermos obter
conhecimento faz-se a reflexão sobre a reflexão. • Uma base bem definida de conhecimento
• Poder e autoridade sobre o treino e o ensino
• Registo
As teorias são formadas por conceitos • Serviço altruísta
• Código de ética
A Enfermagem Disciplina e Profissão • Socialização prolongada
• Autonomia

Disciplina: Profissão:

Para ser profissão tem de ser uma disciplina e ter um objeto de conhecimento específico
“Prestar um serviço muito valorizado socialmente e que só as pessoas daquela profissão
prestam, dado que só elas sabem fazer o que os membros da profissão fazem, sustentado num
corpo de conhecimento.”
Se enfermagem não é uma ciência, então não é uma profissão. Se é uma ciência, tem a
possibilidade de ser uma profissão.
Florence N. iniciou o processo de profissionalização de enfermagem, dado que o
conhecimento levou a novas práticas.
O que caracteriza os membros de uma profissão é a exclusividade cognitiva, a tomada de
decisão cuja matéria-prima é conhecimento formal da disciplina, produzido pela profissão.
Ser profissão implica produzir e usar conhecimento científico, foco da disciplina.
Os Enfermeiros são trabalhadores do conhecimento, trabalham com o conhecimento formal.
Não há profissão sem ciência → os trabalhadores utilizam com matéria-prima o conhecimento
→exclusividade cognitiva
Condições inerentes ao processo de profissionalização (Freidson 1980)

Fechamento social
Monopólio sobre o mercado dos serviços que presta →são sustentados por um corpo de
saberes de natureza técnico-científica e exotérica
Monopólio da legitimidade de definir o seu campo de exercícios e autoridade (medicina
adquire-se na universidade de medicina)
Monopólio da seleção e formação dos praticantes

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(…)Imagem que falta colocar aqui dia (03-10-2023)


2- Conceitos metaparadigmáticos de Enfermagem: A pessoa.O conhecimento que os enfermei-
ros usam na ação profissional:
Elementos do profissionalismo:

• Altruísmo (O enfermeiro decide sempre em função do interesse da pessoa cliente dos


cuidados; Para tal o enfermeiro tem de perguntar à ação (A prática reflexiva/Donald
Schon), se realmente é de se tomar aquela decisão-A essência do profissionalismo, em
que o melhor interesse é para as pessoas cuidadas/cliente e não o interesse próprio, é a
regra), os profissionais fazem, mas não é só por si;
• Responsabilidade (Com as pessoas cuidadas/família - honrando a relação enfer-
meiro/cliente de cuidados; para com a sociedade – atendendo às necessidade de saúde
da comunidade; para com a profissão – seguindo o código de ética);
• Excelência (Compromisso com a aprendizagem ao longo da vida e com a superação das
“expectativas comuns” - O enfermeiro apresenta como bem maior o seu conhecimento
formal, devemos proceder a uma autoformação ao longo da vida);
• Obrigação/Dever (Aceitação gratuita do compromisso de serviço (suportando riscos ine-
vitáveis no cuidado e defendendo o melhor cuidado: ex- infeções associadas aos cuida-
dos de saúde);
• Honra e integridade (Respeito consistente pelos mais altos padrões de comportamento
e reclusa em violar os próprios códigos pessoais ou profissionais);
• Respeito pelos outros (Incluindo pessoas cuidadas, familiares e pelos profissionais com
quem trabalhamos);

Características de uma profissão:

• Ser uma disciplina do conhecimento (conhecimentos exotéricos “conhecimento que


está fora e independente da experiência de uma pessoa”);
• Ter uma ordem profissional, que fazem o controlo dos pares e sancionamento jurídico;
• As ordens garantem que os seus membros cumprem os seus deveres sociais;

O que caracteriza os membros de uma profissão é a Ser profissão implica produzir e usar
exclusividade cognitiva, é a tomada de decisão (cuja
conhecimento científico (foco da disciplina, os
matéria-prima é conhecimento formal da disciplina,
enf. são trabalhadores do conhecimento).
produzido pela profissão).

O enf. é responsável por dois tipos de ações independente (ações que realizamos ao mobilizar
conhecimento da nossa disciplina) e interdependente (ações que realizamos sob a prescrição de
outra classe profissional).
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Espaço de saúde: Multi profissionalidade vs. Mono disciplinaridade


Na Multi profissionalidade (Enf., médicos, técnicos de radiologia, técnicos de análises...)
tipicamente utiliza-se uma Mono disciplinaridade (Medicina – conhecimento e tratamento de
doença).

Se um enfermeiro cumprir o seu mandato social, levando os seus conhecimentos para


responder às respostas humanas, para além apenas do conhecimento médico, vamos dar uma
resposta multidisciplinar e multiprofissional, tal como o desejado.

Conceito de pessoa segundo os ” Padrões de Qualidade dos cuidados de Enfermagem”

O conceito de pessoa é um dos conceitos metaparadigmáticos de enfermagem

• A pessoa é um ser social e agente intencional de comportamentos baseados nos valores,


crenças e nos desejos da natureza individual, o que torna cada pessoa num ser único, com
dignidade própria e direito de se autodeterminar.
• Os comportamentos da pessoa são influenciados pelo meio ambiente no qual ela vive e
se desenvolve. Toda a pessoa interage com o ambiente: modifica-o e sofre a influência dele
durante todo o processo de procura incessante do equilíbrio e da harmonia.
• Na medida em que cada pessoa, na procura de melhores níveis de saúde, desenvolve pro-
cessos intencionais baseados nos valores, crenças e desejos da sua natureza individual,
podemos atingir um entendimento no qual cada um de nós vivencia um projeto de saúde.
• A pessoa pode-se sentir saudável quando transforma e integra alterações da sua vida quo-
tidiana no seu projeto de vida, podendo não ser feita a mesma apreciação desse estado
pelo próprio e pelos outros.
• A pessoa é também centro de processos não intencionais. As funções fisiológicas, en-
quanto processos não intencionais, são fatores importantes no processo de procura inces-
sante do melhor equilíbrio.
• Apesar de se tratar de processos não intencionais, as funções fisiológicas são influenciadas
pela condição psicológica das pessoas e, por sua vez, esta é influenciada pelo bem-estar e
conforto físico. Esta inter-relação torna clara a unicidade e individualidade de cada pessoa;
assim sendo, a pessoa tem de ser encarada como ser uno e indivisível (Padrões de Quali-
dade dos Cuidados de Enfermagem, OEnf,).
• O exercício profissional da enfermagem centra-se na relação interpessoal de um
enfermeiro e uma pessoa ou de um enfermeiro e um grupo de pessoas (família ou
comunidades).

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• Quer a pessoa enfermeiro, quer as pessoas clientes dos cuidados de enfermagem,


possuem quadros de valores, crenças e desejos da natureza individual.
• No âmbito do exercício profissional, o enfermeiro distingue-se pela formação e
experiência que lhe permite compreender e respeitar o outro numa perspetiva
multicultural, num quadro, onde procura abster-se de juízos de valor relativamente à
pessoa cliente de cuidados de enfermagem.
• A relação terapêutica promovida no âmbito do exercício profissional de enfermagem
caracteriza-se pela parceria estabelecida com o cliente, no respeito pelas suas
capacidades e na valorização do seu papel (Por isso é que o enfermeiro não faz nada sem
validar com a pessoa; perguntar se a pessoa aceita aquele cuidado).

Enunciados descritivos:

Aspetos do mandato social da profissão de enfermagem

Procuramos sempre uma maior satisfação e promoção da saúde:

• A satisfação do cliente: Na procura permanente da excelência no exercício do profissio-


nal, o enf. persegue os mais elevados níveis de satisfação dos clientes.
• A promoção da saúde: Na procura permanente da excelência no exercício profissional,
o enf. ajuda os clientes a alcançarem o máximo de potencial de saúde e bem-estar.

Que conhecimento mobilizam os Enfermeiros para a tomada de decisão clínica?

Cada disciplina tem um objetivo e objeto de estudo (objeto-área sobre a qual se tomam deci-
sões, na medicina são as doenças por exemplo, na enfermagem é o utente)

3) Padrões de conhecimento em enfermagem, tipos de conhecimentos que os enfermeiros mo-


bilizam para a decisão clínica.

Para além do conhecimento científico, os enfermeiros usam outros conhecimentos

Empírico/ Sociopolít
Estético Pessoal Ético
Cientifico ico

Empírico/Cientifico: Ciência de enfermagem. O conhecimento dos factos empíricos sistemati-


camente organizados em explanações teóricas referentes aos fenómenos de saúde e doença.

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Pessoal: O uso terapêutico do self-eu (crenças). Educação, senso comum. É através do conheci-
mento do próprio self que a pessoa é capaz de conhecer outro ser humano como pessoa-É um
processo dinâmico de tornar-se num todo consciente de si reconhecendo o outro na sua im-
portância e totalidade.

Estético: A arte da enfermagem. Manifesta-se nos processos de interação entre o profissional


enfermeiro e o individuo cuidado. É a compreensão do significado numa experiência subjetiva,
única e particular. Profissão que tem como veículo de transmissão de cuidados a relação.

Ético: Conhecimento moral da enfermagem, caracterizado por um entendimento que perpassa


a base de códigos de ética, normas e condutas. Este padrão tem como norte a responsabili-
dade, o julgamento sobre o que é bom ou não, o que deve ou não ser realizado.

Sociopolítico: Importante dominar este conhecimento, para poder ter uma decisão politica-
mente informada, fazer a defesa dos direitos dos cidadãos (empoderamento da pessoa).

→“As desigualdades em saúde obrigam-nos a argumentar a necessidade de que todos os en-


fermeiros tenham competência política das enfermeiras como parte fundamental do seu com-
promisso profissional.”-Alberdi 

Influenciar a decisão política

Segundo a OMS, necessitamos de enfermeiros para atuar (/influenciar as políticas) nestas


áreas:

➢ Alterações climáticas; maior ameaça a saúde da humanidade


➢ Tornar a saúde mais justa; combater a pobreza
➢ Combater as doenças infeciosas
➢ Manter as crianças e adolescentes; seguros
➢ Proteger as pessoas dos produtos perigosos (p.ex: sal)
➢ Cuidados em locais de crise e conflito
➢ Proteger os medicamentos que nos protegem-combater a resistência antimicrobiana
(gerir a utilização e desperdício adequado dos medicamentos)
➢ Investir nos profissionais que defendem a nossa saúde
➢ Preparar contra epidemias
➢ Melhorar o acesso a medicamentos
➢ Manter cuidados de saúde limpos
➢ Aproveitar as novas tecnologias (monitorizar)
➢ Conquistar a confiança dos cuidados

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• Os enfermeiros são o maior grupo profissional da saúde a nível mundial-cerca de 27.9 mi-
lhões
• Apenas um número reduzido de enfermeiras são politicamente ativas
• O número dos que participam está a retroceder

Porque é que temos poucos enfermeiros na política?

• Questões de género;
• Representação social da profissão-estereótipos;
• Carácter submisso da profissão-visão tradicional e paternalista (sem saber e sem po-
der), subvalorização;
• Identidade profissional; unidade profissional e noção de corpo frágil (respeito pelos pa-
res);
• Desconfiança geral dos enfermeiros relativamente aos políticos e processos políticos;
• As enfermeiras são frequentemente consideradas como apocalípticas;
• Falta de conhecimentos e competências necessários para a participação na política de
saúde;

O triplo impacto da enfermagem

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Prática clínica centrada na


pessoa (baseado na
evidencia
interprofissional/colaborativ
os

Intervenção política Formação/Enfermeiros Investigação

Liderança

Qual o objeto de estudo da ciência

• Ciência – “conhecimento” ou “saber” a que se acede por um método


• A ciência estuda a realidade e produz um acerbo de conhecimentos
• Ocupa-se da realidade
• Quando falamos de ciência falamos de um conjunto de ciências
• Processo para aceder ao conhecimento
• Uma ciência é sempre um corpo de conhecimento porque se baseia num método cien-
tífico, que por se basearem nos métodos de experimentação e validação se encontram
submetidos a um reconhecimento universal
• Ciência é a atividade a que se dedicam os investigadores (um produto; um sistema de
produção)
• A ciência de enfermagem é uma ciência nova
• Uma disciplina do conhecimento tem um objeto, uma linguagem, uma história, um
corpo de profissionais

Atributos das disciplinas (King e Brownell,1976)

A ciência de enfermagem procura desenvolver conhecimento para a prática

Qual o objeto de estudo de enfermagem?

• É o ser humano (a quem se dirigem os cuidados de enfermagem)

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Alguns enfermeiros vêm o corpo como uma máquina capaz de se avariar!

Atributos das Disciplinas (King e Brownell,1976)

Um comunidade de investigadores, especialistas e Uma disciplina tem um modo de investigação


professores que compartilham uma parcela de sa-
beres
ou um determinado discurso intelectual
Uma disciplina é uma expressão da imaginação hu- Uma disciplina tem uma linguagem especializada
mana (A expressão de capacidade de criação hu- (sistema de símbolos)
mana num determinado território especializado)
Uma disciplina tem um domínio Uma disciplina tem um património de literatura e
artefactos e uma rede (comunicar a natureza do co-
nhecimento e da prática de enfermagem)
Uma disciplina tem uma tradição (História) Uma disciplina tem uma posição valorativa e afe-
tiva (o metaparadigma reflete as crenças partilha-
das)
Uma disciplina tem uma estrutura conceptual (for- Uma disciplina tem um sistema de ensino e uma
mada por ideias básicas, hipóteses, conceitos, prin- comunidade educativa
cípios, aceites como validades em cada momento)
Uma disciplina tem uma estrutura sintática (concei-
tos básicos ligados por relações entre eles)
Os enfermeiros não podem olhar para as pessoas como um conjunto de “pedaços”, há que per-
ceber como a pessoa se sente.

• Enfermagem é uma ciência de enfermagem como ciência humana


• É um disciplina orientada para a prática
• É uma disciplina de cuidado, centradas na relação enfermeiro-pessoa/cliente
• É uma disciplina orientada para a saúde e bem-estar (Não nos interessa a cura,
mas sim o bem-estar da pessoa)

Enfermagem como ciência humana

 Centra-se no ser humano como um todo


 Centra-se nas experiências de vida e significados que as pessoas lhe atribuem
 A ciência humana não separa a arte da ciência de enfermagem (a ciência é a
produção e a arte através da relação aplicamos a ciência de enfermagem)
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 A relação intersubjetiva é o modo de aceder aos significados das pessoas atri-


buem às situações saúde/doença e os processos de vida (o enfermeiro percebe
que q a pessoa vive de experiências e os seus significados, e é com os significa-
dos que o enfermeiro pode trabalhar)

Sobre o que é que os enfermeiros tomam decisões?

 Sobre as necessidades humanas básicas que as pessoas apresentam

Qual a perspetiva que os enfermeiros olham e trabalham com o ser humano?

• O que fazem os enfermeiros?


• Qual o alvo foco de atenção dos enfermeiros? (o ser humano e o seu ambi-
ente, com duas dimensões a intencional e não intencional- Função e a Pes-
soa)
• Que fenómenos da realidade interessam aos enfermeiros?

Meleis, 2005 afirma que → A perspetiva conceptual adotada pelos enfermeiros influ-
encia todo o processo de cuidados

Enfermagem Disciplina Profissão

Foco de atenção da disciplina de enfer- Estudo da resposta humana à do-


magem ença/problemas de saúde e aos proces-
sos de vida
Foco de atenção do enfermeiros no exer- Diagnósticos das respostas humanas à
cício da sua profissão doença e aos processos de vida a partir
do qual se viabiliza um processo de cui-
dados profissional em parceria com a
pessoa/cliente.
Processo de intervenção é baseado na relação interpessoal

 Enquanto disciplina a enfermagem tem como linguagem a CIPE

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A estrutura do conhecimento na Disciplina de Enfermagem Meleis (2010)

Metaparadigma (declaração de foco) -O que cabe


na enfermagem

Paradigmas das visões

Modelos conceptuais

Grandes Teorias

Teorias de médio alcance

Teorias práticas ou situacionais Formas de agir


concretas em situações especificas

 Como se organiza o conhecimento na Enfermagem

Paradigma da (: ser biopsicossocial, olhar como um todo, não há relações lineares

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Paradigma da transformação: não posso olhar por partes para a pessoa, a pessoa é
um todo, só posso ajudar a pessoa na função se eu conhecer o significado que a
pessoa atribui a essas alterações devidas à função.

Metaparadigma

Reúne maior consenso entre os teóricos dessa disciplina

A proposta de Fawcett 2005, diz que ao falar de enfermagem/definir, enfermagem há que


ter estes 4 conceitos (há que dizer o que são). Ambiente físico, biológico e cultural que a
pessoa vive e se desenvolve.

Seres Humanos

Saúde

Ambiente

Enfermagem

A proposta de Meleis, 2000

Cliente

Transições

Interação

Ambiente

Processo de Enfermagem

Terapêutica de enfermagem

Saúde

Meleis, afirma que ao descrever os conceitos


ali mencionados, estamos a descrever o que é enfermagem. Qual é o processo e terapêuticas
que os enfermeiros usam para tratar as pessoas.

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O domínio de enfermagem abrange tudo o que os enfermeiros expliquem (inclui a formação a


clínica, política, consultadoria, administração→ todos estes domínios têm de ser explicados
pelo metaparadigma). FREQUÊNCIA

Cliente

Transições
Alguém(uma pessoa,
família ou comunidade)
que é beneficiário de um Ambiente
serviço que é prestado Resultam em
pela enfermagem. modificações nas vidas,
saúde, relações e Relações e Interação
ambientes”. Conceptualizado em
sentido lato, envolvendo Processo de
a família, os grupos e enfermagem
comunidades com quem A enfermagem é um
o cliente interage e as processo de construção
condições de relações,
enfermagem como uma Um método eficiente de
físicas(naturais e organizar os processos
artificiais) e energias, relação e um processo
de interação . de pensamento para a
sob as quais vive e se tomada de decisões
desenvolve. clinicas e resolução de
problemas ao planear
cuidados.

Terapêuticas de enfermagem
Saúde
-“Ações realizadas em resposta a
um diagnostico de enfermagem,
com a finalidade de produzir um É um estado e simultaneamente
resultado” a representação mental sobre a
condição individual, o controlo
-O mesmo é dizer: as do sofrimento, o bem-estar
terapêuticas de enfermagem físico e o conforto emocional e
procuram o sentido e a espiritual.
intencionalidade colocada nas
intervenções de enfermagem

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Espera-se segundo Meleis , que o enfermeiro interaja (interação) com um ser humano em situ-
ação de saúde/doença (cliente de enfermagem), que é parte integrante do seu contexto socio-
cultural (ambiente), e que se encontra em algum tipo de transição ou antecipa uma transição
(transição); as interações enfermeiro-doente são organizadas em torno de algum objetivo (pro-
cesso de enfermagem, resolução de problemas, avaliação holística, ou ações de cuidados), e o
enfermeiro utiliza algumas ações (terapêuticas de enfermagem) para melhorar, criar ou facilitar
a saúde (saúde).

Escolas de pensamento em enfermagem(Conceções de enfermagem)

Resumo das principais conceções da disciplina de enfermagem

Florence Nighthingale

Qualquer resposta a pergunta “o que é enfermagem” tem de responder a estas 4 questões

Cuidados de enferma- Pessoa Saúde Ambiente Elementos-chave


gem
Serviço à humanidade Doente ou Ausência de doença e Fatores externos -Leis da vida e da
baseado na observa- com saúde, de capacidade para que afetam a pes- saúde
ção e na experiência que integra usar planeamento os soa e o seu pro- -Ambiente saudá-
que consiste em colo- o físico o seus recursos cesso da saúde: ar, vel
car a pessoa doente intelectual, água, luz, calor, hi- -Condições sani-
ou com saúde nas me- emocional, giene, tranquili- tárias adequadas
lhores condições pos- social e es- dade, dieta ade-
síveis afim que a natu- piritual quada
reza possa restaurar
ou preservar a saúde

Virgínia Henderson (1996)

➔ A função da enfermagem é “assistir o individuo, doente ou saudável, no desempenho


das atividades que contribuem para a sua saúde ou recuperação (ou uma morte tran-
quila), que ele realizaria sem auxílio se tivesse a força, a vontade ou os conhecimentos
necessários. E fazer isso de tal maneira que o ajuda a obter a independência tão rapi-
damente quanto possível”

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Escolas das Necessidades: Virgínia Henderson e Dorothea Orem

Virgínia Henderson:

Cuidados de enferma- Pessoa Saúde Ambiente Elementos-chave


gem
Assistência à pessoa. Ser biológico, Capacidade de sa- Fatores externos -Integridade
Doente e/ou com sa- psicológico e so- tisfazer de forma que agem de forma -Dependência e
úde nas atividades que cial que tende independentes as positiva ou nega- independência na
não pode fazer ela para a indepen- 14 necessidades tiva satisfação das ne-
mesma por falta de dência (e de- fundamentais cessidades
força, vontade ou co- seja-a) na satis- -Necessidades
nhecimentos, afim de fação das suas fundamentais e
conservar ou restabe- 14 necessidades necessidades es-
lecer a sua indepen- fundamentais pecíficas
dência na satisfação
das necessidades fun-
damentais. Modos de
intervenção: substituir,
completar, ajustar, re-
forçar e aumentar
Escola de Pensamento (qual a conceção de enfermagem, e como a enfermagem é heterogénea,
porque há vários tipos de definições de enfermagem

Escola das Necessidades

Escola da interação

Escola dos resultados


inesperados

Escola do Ser humano unitário

Escola do Caring

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Escola da Interação (H.peplau)

Cuidados de enferma- Pessoa Saúde Ambiente Elementos-chave


gem
Relação interpessoal Sistema de

Escola dos Resultados Esperados ou Efeitos Desejados (Callista Roy)

A enfermagem é a arte e a ciência de facilitar a transição da saude e do bem-estar das


populações (Meleis)

Transições-Uma Teoria de Médio Alcance

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Cada pessoa vive a transição de forma diferente da outra; Propriedades da transição


(conhecimento que tenho acerca de ex:”se eu não conhecer a diabetes e os cuidados a ter, nunca
vou mudar).

Caso clínico:

“Qual a conceção de enfermagem que orienta a sua prática”?

O enfermeiro não se focou na transição que a família e pessoa estava a viver, não identificou
quias os processos de transição, não ajudou a pessoa a consciencializar-se da situação, não
preparou o regresso a casa,

Focou-se nos processos corporais e no autocuidado e que de alguma maneira pelos indicadores
que segue uma perspetiva de autocuidado de Dorothea orem, centra-se na identificação de
autocuidados, avalia e intervém no sentido de tornar a pessoa independente.

O enfermeiro, deve tomar as suas decisões em conhecimento e movê-lo para a prática, esta
família regressa a casa dependentes no autocuidado porque não foi feito um treinamento, nem
foi percebido se a família. Não foram avaliadas as condições da transição (condições que podem
dificultar ou facilitar), sabendo que tem risco moderado de queda o enfermeiro devia ter
averiguado as condições da casa, não avaliadas as condições sociais (possibilidade de colocar o
pai num centro de dia), não avaliada a relação com os familiares (ajudar a filha a trabalhar com
o marido, caso a solução seja levar o pai para casa), não avaliado o potencial da filha para tomar
conta do pai.

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Perguntas frequência Respostas


Porque é que a medicina e a enfermagem são Porque mobilizam os conhecimentos científicos
consideradas profissões com multiprofissionais e nas suas práticas
intelectuais de saúde?

Os enfermeiros são trabalhadores do conheci- Conceitos de profissão; conhecimentos exotéricos


mento: Comente e indeterminada; os enf tomam decisões
sustentadas; os tipos de conhecimento existentes
O que é enfermagem? Segundo Virgínia Hender- A função da enfermagem é “assistir o individuo,
son doente ou saudável, no desempenho das
atividades que contribuem para a sua saúde ou
recuperação (ou uma morte tranquila), que ele
realizaria sem auxílio se tivesse a força, a vontade
ou os conhecimentos necessários. E fazer isso de
tal maneira que o ajuda a obter a independência
tão rapidamente quanto possível”
As práticas de enfermagem são heterogéneas Modelos conceptuais que usamos são diferentes.
Quanto mais e diferentes perguntas eu faço à
realidade, obtenho respostas diferentes. O que
conseguimos saber da realidade, depende das
perguntas que fazemos.

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