Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2. Código Deontológico
O Código Deontológico da Organização Portuguesa de Psicólogos é composto por
princípios gerais e princípios específicos.
Princípios gerais:
• Princípio A. Respeito pela dignidade e direitos da pessoa
• Princípio B. Competência
• Princípio C. Responsabilidade
• Princípio D. Integridade
• Princípio E. Beneficência e Não-maleficência
Princípios específicos:
• 1. Consentimento Informado
• 2. Privacidade e Confidencialidade
• 3. Relações Profissionais
• 4. Avaliação Psicológica
• 5. Prática e Intervenção Psicológicas
• 6. Ensino, Formação e Supervisão Psicológicas
• 7. Investigação
• 8. Declarações Públicas
Princípio A. Respeito pela dignidade e direitos da pessoa:
• Os/as psicólogos/as devem respeitar as decisões e os direitos da pessoa, desde
que estes sejam enquadrados num exercício de racionalidade e de respeito pelo
outro. Nesta perspetiva, não devem fazer distinções entre os seus clientes por
outros critérios que não os relacionados com os problemas e/ou questões
apresentadas, e devem, com a sua intervenção, promover o exercício da
autonomia dos clientes.
Princípio B. Competência:
• Os/as psicólogos/as têm como obrigação exercer a sua atividade de acordo com
os pressupostos técnicos e científicos da profissão, a partir de uma formação
pessoal adequada e de uma constante atualização profissional, de forma a
atingir os objetivos da intervenção psicológica. De outro modo, acresce a
possibilidade de prejudicar o cliente e de contribuir para o descrédito da
profissão.
Princípio C. Responsabilidade:
• Os/as psicólogos/as devem ter consciência das consequências que o seu trabalho
pode ter junto das pessoas, da profissão e da sociedade em geral. Devem
contribuir para os bons resultados do exercício da sua atividade nestas
diferentes dimensões e assumir a responsabilidade pela mesma. Devem saber
avaliar o nível de fragilidade dos seus clientes, pautar as suas intervenções pelo
respeito absoluto da decorrente vulnerabilidade, e promover e dignificar a sua
atividade.
Princípio D. Integridade:
• Os/as psicólogos/as devem ser fiéis aos princípios de atuação da profissão
promovendo-os de uma forma ativa. Devem prevenir e evitar os conflitos de
interesse e, quando estes surgem, devem contribuir para a sua resolução,
atuando sempre de acordo com as suas obrigações profissionais.
Princípio E. Beneficência e Não-maleficência:
• Os/as psicólogos/as devem ajudar o seu cliente a promover e a proteger os seus
legítimos interesses. Não devem intervir de modo a prejudicá-lo ou a causar-lhe
qualquer tipo de dano, quer por ações, quer por omissão.
1. Consentimento Informado:
• Os/as psicólogos/as respeitam a autonomia e autodeterminação das pessoas com
quem estabelecem relações profissionais, de acordo com o princípio geral de
respeito pela sua dignidade e direitos. Desta forma, aceitam as suas opiniões e
decisões, e todas as características decorrentes da sua afirmação pessoal, desde
que integradas num quadro de respeito por si próprio e pelos outros. Nesse
contexto, entende-se por consentimento informado a escolha de participação
voluntária do cliente num ato psicológico, após ser-lhe dada informação sobre a
natureza e curso previsível desse mesmo ato, os seus honorários (quando
aplicável), a confidencialidade da informação dela decorrente, bem como os
limites éticos e legais da mesma.
• Esse consentimento significa que é reconhecida à pessoa a capacidade de
consentir, que esta foi informada apropriadamente quanto à natureza da relação
profissional, e que expressou o seu acordo livremente. A autonomia e
autodeterminação do cliente significam, ainda, o seu direito geral de iniciar e de
interromper ou terminar, em qualquer momento, a relação profissional com o/a
psicólogo/a. Do mesmo modo, o processo de obtenção do consentimento
informado é interpretado como instrumental na construção de uma relação de
confiança com o cliente. Constitui-se, por isso, também, como uma forma de
corresponder ao exposto pelo princípio da beneficência e não maleficência,
potenciando os resultados da intervenção psicológica.
• 1.1. Consentimento informado.
• 1.2. Processo de obtenção de consentimento informado.
• 1.3. Participação voluntária.
• 1.4. Limites da autodeterminação.
• 1.5. Situações agudas.
• 1.6. Imposições determinadas por um processo legal.
• 1.7. Registo de Informação.
2. Privacidade e Confidencialidade:
• Os/as psicólogos/as têm a obrigação de assegurar a manutenção da privacidade e
confidencialidade de toda a informação a respeito do seu cliente, obtida direta ou
indiretamente, incluindo a existência da própria relação, e de conhecer as
situações específicas em que a confidencialidade apresenta algumas limitações
éticas ou legais.
• 2.1. Informação do Cliente.
• 2.2. Privacidade dos Registos.
• 2.3. Utilização posterior dos registos.
• 2.4. Acesso do Cliente à Informação sobre si Próprio.
• 2.5. Clientes Organizacionais.
• 2.6. Interrupção ou conclusão da intervenção.
• 2.7. Autorização para divulgar informação.
• 2.8. Limites da Confidencialidade.
• 2.9. Comunicação de informação confidencial.
• 2.10. Trabalho em Equipa.
• 2.11. Casos especiais
• 2.12. Meios Informáticos
• 2.13. Situações didáticas e formativas
• 2.14. Situações Legais
• 2.15. Defesa Legal do/a Psicólogo/a
3. Relações Profissionais:
• O exercício da Psicologia tem uma finalidade humana e social, com objetivos
que envolvem o bem-estar, a saúde, a qualidade de vida e a plenitude do
desenvolvimento das pessoas. Os/as psicólogos/as não são os únicos que
perseguem estes objetivos, sendo conveniente, e mesmo necessário em alguns
casos, a colaboração com outros profissionais, sem prejuízo das competências e
saberes de cada um. Os/as psicólogos/as respeitam as relações profissionais,
competência específica, deveres e responsabilidades de colegas e outros
profissionais. Paralelamente, os/as psicólogos/as constituem-se como primeiros
responsáveis pela excelência do desempenho profissional, auxiliando os colegas
na prossecução desse objetivo.
• 3.1. Promover a boa prática da Psicologia.
• 3.2. Encaminhamento de clientes.
• 3.3. Autonomia profissional.
• 3.4. Cooperação institucional.
• 3.5. Integridade profissional.
• 3.6. Respeito de competências.
• 3.7. Revogado.
• 3.8. Responsabilidade profissional.
4. Avaliação Psicológica:
• A avaliação psicológica corresponde a um processo compreensivo (abrangendo
áreas relacionadas com o pedido de avaliação e os problemas identificados) e
diversificado (recorrendo potencialmente a vários interlocutores pode assumir
distintos objetivos, reconhece diferentes tipos de informações, considera
variados resultados). Pretende, igualmente, ser um processo justo (reconhecendo
e não penalizando diferenças relativas a grupos minoritários, incluindo pessoas
com deficiências físicas, sensoriais, linguísticas ou outras fragilidades, a menos
que sejam estas variáveis a mensurar e considerando as consequências dos
resultados). A avaliação psicológica concretiza-se através do recurso a
protocolos válidos e deve responder a necessidades objetivas de informação,
salvaguardando o respeito pela privacidade da pessoa.
• 4.1. Natureza da avaliação psicológica.
• 4.2. Competência específica.
• 4.3. Utilização apropriada.
• 4.4. Consentimento informado para a avaliação.
• 4.5. Materiais de avaliação, sua protecção e segurança.
• 4.6. Instrumentos.
• 4.7. Dimensões da interpretação.
• 4.8. Comunicação dos resultados.
• 4.9. Fundamentação dos pareceres.
• 4.10. Relatórios psicológicos.
• 4.11. Relações profissionais.
5. Prática e Intervenção Psicológicas:
• Para além dos métodos e técnicas utilizados, a prática e intervenção psicológicas
têm em conta os vários modelos teóricos disponíveis e os vários princípios
associados a um exercício cientificamente informado, rigoroso e responsável da
Psicologia, nomeadamente, princípios como a beneficência e não-maleficência
ou a competência específica. A prática e intervenção psicológicas concretizam-
se salvaguardando ainda o respeito pelas diferenças individuais e o
consentimento informado.
• 5.1. Evidência científica.
• 5.2. Formação.
• 5.3. Consentimento informado na prática e intervenção.
• 5.4. Preocupações de isenção e objectividade na intervenção.
• 5.5. Não discriminação.
• 5.6. Minorias culturais.
• 5.7. Conflitos de interesse.
• 5.8. Relações múltiplas.
• 5.9. Relações românticas ou sexuais.
• 5.10. Publicitação profissional.
• 5.11. Instalações.
• 5.12. Intervenção à distância.
• 5.13. Honorários.
• 5.14. Conclusão da intervenção.
6. Ensino, Formação e Supervisão Psicológicas:
• O ensino, formação e supervisão em Psicologia respeitam as regras do presente
Código Deontológico. Este Código deve ser objeto de ampla difusão nos
diferentes contextos e graus de ensino da Psicologia.
• 6.1. Ensino da Psicologia.
• 6.2. Programas.
• 6.3. Especialização e actualização.
• 6.4. Supervisão.
• 6.5. Responsabilidade na supervisão.
• 6.6. Consentimento informado.
• 6.7. Relações múltiplas.
• 6.8. Aplicação do Código Deontológico.
• 6.9. Reflexão sobre questões éticas.
7. Investigação:
• No contexto da investigação científica pode acontecer que o desejo legítimo de
querer saber mais e de aumentar os conhecimentos entrem em conflito com
valores humanos e sociais também eles legítimos. Isto é especialmente
pertinente uma vez que são os/as psicólogos/as que procuram o participante,
pelo que o respeito pela autonomia se assume como o princípio central. Os/as
psicólogos/as, enquanto investigadores, têm em conta o princípio geral da
beneficência e não-maleficência, que os levam a colocar em primeiro lugar o
bem-estar dos participantes nas investigações, e o princípio geral da
responsabilidade social no sentido da produção e comunicação de conhecimento
científico válido e suscetível de melhorar o bem-estar das pessoas.
• 7.1. Não causar danos.
• 7.2. Avaliação de potenciais riscos.
• 7.3. Participação voluntária.
• 7.4. Participação informada.
• 7.5. Capacidade de consentimento.
• 7.6. Anonimato e confidencialidade de dados recolhidos.
• 7.7. Uso do engano em investigação.
• 7.8. Esclarecimento pós-investigação.
• 7.9. Investigação com animais.
• 7.10. Integridade científica.
• 7.11. Apresentação de resultados verdadeiros.
• 7.12. Comunicação de resultados das investigações de forma adequada para a
comunidade científica e o público em geral.
• 7.13. Crédito autoral de ideias e trabalho nos termos devidos.
• 7.14. Responsabilidade por equipas de investigação.
8. Declarações Públicas:
• As declarações públicas prestadas nos mais diversos âmbitos, incluindo
programas de rádio e televisão, artigos em jornais ou revistas, conferências e
internet, devem pautar-se no mais estrito respeito das regras deontológicas da
profissão. Na difusão pública dos conhecimentos da Psicologia devem ser
considerados os princípios da competência específica, privacidade e
confidencialidade, respeito pela dignidade da pessoa, integridade, beneficência e
não-maleficência.
• 8.1. Rigor.
• 8.2. Competência e Especificidade.
• 8.3. Responsabilidade.
• 8.4. Casos particulares.
Caso prático:
• Matilde Leal é psicóloga, formada na área clínica há 8 anos. Sempre exerceu em
contexto de clínica privada, estando presentemente numa clínica que abriu com
outro sócio psicólogo há dois anos. Sérgio Gouveia é um dos clientes de
Matilde, tendo o seu processo terapêutico iniciado há um ano e meio.
Concomitantemente com o processo terapêutico, a relação de Sérgio com a sua
mulher, Alice Gouveia, tem vindo a deteriorar-se, de tal forma que, há 6 meses
atrás, estiveram separados por dois meses. No entanto, neste momento coabitam
e desenvolvem a maior parte da sua vida conjugal normal. Durante os últimos 3
meses, durante as sessões, Matilde tem notado em Sérgio um aumento de
agressividade verbal no seu discurso relativamente à sua mulher. Por várias
vezes, Sérgio descreveu fantasias de violência levada a cabo contra a sua esposa,
apesar de sempre ter assegurado a Matilde que não executou nem tem intenções
de executar qualquer ato violento. Matilde não se sente muito segura sobre as
intenções e veracidade das afirmações de Sérgio relativamente a este assunto.
Num dia em que sabia que o marido não tinha consulta, Alícia esperou Matilde à
saída do seu consultório e revelou-lhe o seu receio de ser vítima de violência por
parte de Sérgio. De seguida, perguntou a Matilde qual a opinião dela.
• Princípios deontológicos em causa:
• 2.1. Informação do Cliente. No início da relação profissional, e sempre que
se justificar, é discutida com o cliente a confidencialidade e as suas
limitações.
• 2.8. Limites da Confidencialidade. O cliente e outros com quem os/as
psicólogos/as mantenham uma relação profissional (ex., entidade
empregadora, colegas, pessoal auxiliar, voluntários, serviços com quem
prossigam uma articulação interinstitucional) são informados e esclarecidos
sobre a natureza da confidencialidade e as suas limitações éticas e legais. A
não manutenção da confidencialidade pode justificar-se sempre que se
considere existir uma situação de perigo para o cliente ou para terceiros que
possa ameaçar de uma forma grave a sua integridade física ou psíquica —
perigo de vida, perigo de dano significativo, ou qualquer forma de maus-
tratos a menores de idade ou adultos particularmente indefesos, em razão de
idade, deficiência, doença ou outras condições de vulnerabilidade.
• 2.9. Comunicação de informação confidencial. A informação confidencial é
transmitida apenas a quem se considerar de direito e imprescindível para
uma intervenção adequada e atempada face à situação em causa. O cliente é
informado sobre a partilha de informação confidencial antes desta ocorrer,
exceto em situações onde tal seja manifestamente impossível, pretendendo
minimizar-se os danos que a quebra de confidencialidade poderá causar na
relação profissional.
• 3.2. Encaminhamento de clientes. Os/as psicólogos/as indicam os serviços
de outros colegas sempre que não tenham competência ou manifestem
impossibilidade de assumir a intervenção, devendo, nesse caso, e com o
consentimento informado do cliente ou do seu representante legal, facultar
os elementos necessários ao bom acompanhamento do caso.
• 5.7. Conflitos de interesse. Os/as psicólogos/as devem prevenir e evitar
eventuais conflitos de interesse.
• 6.7. Relações múltiplas. Os docentes, formadores, supervisores ou
orientadores não se envolvem em relações românticas ou sexuais com os
estudantes, formandos, supervisandos ou estagiários com os quais possam
ser uma autoridade em termos avaliativos. Do mesmo modo, devem evitar
outro tipo de relações que possam diminuir a objetividade do processo de
avaliação.
3. Psicoterapia
Significado e etimologia da palavra psicoterapia: gregos psiché (alma) e terapia.
Cura ou tratamento da alma. “Cura da alma” em contraposição à “cura do corpo”.
Caracterizado pela ênfase na mudança e em desenvolvimentos significativos na
compreensão clínica e psicopatológica das afeções psiquiátricas mais comuns.
Processo que tem por objetivo final a mudança de atitudes, crenças e comportamentos.
Diversas conceções sobre a (melhor) forma de alcançar a mudança.
Controvérsia entre escolas e sistemas de pensamento:
• Conceitos teórico-clínicos de base.
• Abordagens de tratamento do sofrimento psíquico.
• Investigação sobre o processo terapêutico.
Debate sobre a eficácia:
• Terapêutica, mediada pela avaliação dos resultados do tratamento.
• Alívio sintomático.
• Melhoria do bem-estar subjetivo do paciente.
Fatores de mudança próprios a cada modelo terapêutico → a investigação empírica tem
identificado diferentes técnicas, etc.
Fatores comuns às diferentes abordagens terapêuticas:
• Têm um papel significativo na mudança clínica do paciente.
• Importância de serem investigados.
Processos estruturais e processais:
• Interação entre o terapeuta e um paciente (pelo menos).
• Espaço (estrutura) onde o paciente expõe o seu problema e ocorre a interação
entre ambos.
Investigação sobre fatores comuns:
• Conhecidas mais de 400 abordagens diferentes que refletem outros tantos
modelos.
• Descritos em mais de 10000 livros.
• Muito maior número de artigos científicos produzidos e divulgados entre a
comunidade científica.
Princípios orientadores e técnicas diferentes dos modelos teóricos: não são estes
elementos os principais responsáveis pela mudança terapêutica.
Fatores comuns: qualidades inerentes a uma relação interpessoal construtiva (e.g., a
validação, a autorrevelação e a aceitação).
Fatores comuns às diferentes abordagens psicoterapêuticas (Grencavage &
Norcross, 1990):
Categoria Comunalidades
Características do paciente Expectativas positivas / esperança / fé.
Níveis de sofrimento significativo.
Atitude ativa de procura de ajuda.
Características do terapeuta É empático.
Cultiva e corresponde às expectativas do
paciente.
Tem postura atenta.
Dedica atenção ao paciente.
Processo de mudança Oportunidade para catarse.
Aquisição e prática de novos
comportamentos e competências.
Fornecer o racional teórico.
Promover insight.
Aprendizagem emocional e interpessoal.
Estrutura do tratamento Uso de técnicas.
Foco no mundo interno (questões
emocionais).
Adesão e seguimento de uma teoria.
Setting de “cura”.
Relação terapêutica Desenvolvimento de uma aliança terapêutica.
Envolvimento.
Transferência.
Níveis de fatores comuns (Castonguay, 1993):
Nível Descrição Exemplos
Primeiro Aspetos globais da terapia que não Promover o insight e a
nível são específicos de nenhuma consciencialização.
abordagem. Experiências corretivas.
Oportunidade de expressar emoções.
Aquisição do sentimento de ser capaz
e de mestria.
Segundo Fatores interpessoais e sociais e que Contexto terapêutico.
nível auxiliam o tratamento. Aliança terapêutico.
Terceiro Fatores que influenciam os Expectativas do paciente em relação
nível resultados, mas que não são à terapia.
estratégias terapêuticas nem se Envolvimento do trabalho do
referem a fatores interpessoais. paciente no trabalho terapêutico.
Setting:
• O ambiente físico no qual decorre a psicoterapia (Leal, 2000, 2008).
• Ambiente onde se aliam as constantes de tempo e lugar, o papel do par
terapêutico e os objetivos que pretendem atingir.
• Um “espaço mental” que permite manter os papéis e a ética sem depender do
ambiente físico, do local.
• Elemento dinâmico, presente em todos os modelos, que interage no processo
como outras variáveis (p. ex., as variáveis do paciente ou do terapeuta).
4. Escuta ativa
Principais técnicas:
• Questionamento.
• Reflexão.
• Reformulação.
• Clarificação.
• Auto-revelação.
• Confrontação.
• Silêncio.
• Exploração.
• Reestruturação.
• Interpretação.
• Generalização.
• Focagem.
• Ecoar.
• Provocação.
• Racionalização.
• A informação à medida ou esclarecimento.
Fases da entrevista:
1. Início:
• Pôr a pessoa à vontade, estabelecer limites, empatizar, ouvir
compassivamente.
• Directivo:
• “O que é que o traz à consulta?”
• “Em que posso ajudar?”
• “Fale-me do que o tem preocupado?”
• “Com que outros assuntos se tem vindo a preocupar?”
• Não directivo:
• “Por onde começamos?”
• “Por onde quer começar?”
• Se vem referenciado de outro técnico de saúde:
• “O Dr. X falou-me que o preocupa (xxx) mas eu gostava de ouvir nas
suas próprias palavras”
2. Decurso da entrevista:
• Tornar-se um aliado.
• Explicar processos anteriores.
• Mostrar interesse, profissionalismo.
• Procurar acordo com a teoria do paciente.
• Técnicas:
• Questionamento; reflexão; clarificação; confrontação; auto-revelação;
silêncio; exploração; re-estruturação ; interpretação; humor;
generalização; ecoar; provocação; esclarecimento
3. Término:
• Dar ao paciente/cliente/utente a sensação de:
• Ter sido compreendido e respeitado.
• Ter transmitido a informação pertinente a um ouvinte empático.
• Permitir perguntas
• Planos futuros.
• Marcar nova sessão/referenciar:
• Estabelecer o contrato terapêutico (se for o caso).
• Dar indicações acerca de como obter ajuda.
• Informar (em caso de continuidade):
• Preços.
• Confidencialidade.
• Supervisão.
• Duração das sessões e política em caso de faltas.
• Disponibilidade no intervalo das sessões.
Técnicas de escuta ativa:
• São fórmulas facilitadoras, por um lado, da obtenção de informação útil, por
outro, do estabelecimento e aprofundamento da relação entre entrevistador e
entrevistado.
• Por um lado procuram conteúdos, por outro, preocupam-se especialmente com o
alimentar da relação.
• Na prática, são intervenções, formas de dizer do entrevistador que pretendem
produzir um efeito específico na qualidade e quantidade do discurso dos
entrevistados.
• É uma sequência verbal que transmite mais do que informação. Transmite uma
posição e uma representação de factos, impressões, e acontecimentos sobre os
quais o entrevistado discorre.
• As técnicas de escuta ativa não têm filiação teórica.
• Atitude não directiva:
• Encorajar o entrevistado a falar livre e abertamente sobre o que quiser e o
que lhe interessar.
• Técnicas: silêncio, paráfrase ou reflexão de sentido ou conteúdo,
clarificação, sumarização.
• Atitude directiva:
• Técnicas: interpretação, questionamento, confrontação e validação de
sentimentos.
Questionamento:
• Questionar é no essencial, fazer perguntas.
• A função é aumentar a informação sobre o entrevistado ou, pelo menos, reduzir
os níveis de incerteza.
• As perguntas devem ser feitas de uma forma pouco directa.
• Cuidados:
• A sucessão de perguntas diretas gera uma atitude passiva da parte do
respondente que, após ter dado as respostas, fica à espera de novas questões.
• Para se aceder a dimensões da personalidade do sujeito é necessária a
interação para que tal se verifique e que se dê espaço ao entrevistado
(perceber se é tranquilo, ansioso, extrovertido,…).
• As perguntas devem ter uma formulação aberta permitindo que o próprio
sujeito escolha a direção que mais lhe interessa e convém.
Reflexão:
• A ideia central é fazer compreender ao entrevistado que não só se percebe o que
ele comunica como se está a pensar no assunto.
• Pretende-se ir mais longe do que o mero esclarecimento do que foi dito, e chegar
a eventuais ligações a materiais implícitos ou latentes.
• Cuidados:
• Não é possível valorizar de forma reflexiva todas as sequências
comunicacionais do entrevistado e fazê-lo tornaria numa entrevista focal
quando se pretende que a primeira entrevista permita um conhecimento
alargado.
• Exemplos:
• “Hum, Hum... Despido de conteúdo mas facilitador do desenvolvimento do
discurso.”
• “É natural que queira mudar, de acordo com o que tem dito, o seu atual
trabalho não corresponde às suas expectativas.”
Reformulação:
• Reflexão de conteúdo ou paráfrase.
• Reformular é dizer de outra maneira o que se acabou de ouvir.
• Transmite-se que se percebeu de facto aquilo que o entrevistado disse ou quis
dizer.
• Serve para esclarecer e facilitar a compreensão do que foi sendo dito.
• Exemplos:
• Alguém que quer mudar de emprego e refere grandes explicações
minuciosas. “Tem, pois, uma série de razões para querer mudar de
emprego”.
Clarificação:
• Usada para tornar mais claro o que foi dito anteriormente.
• A clarificação faz-se com o apoio de algumas das técnicas (questionamento ou
reformulação).
• Destina-se a ajudar o entrevistado a compreender o que está a ser dito porque
nem sempre o próprio se apercebe do que vai dizendo.
• Exemplo:
• A pessoa que fala das razões para mudar de emprego.
• “ou seja, o seu actual emprego tornou-se insuportável!”
Ecoar:
• Pretende assinalar ao entrevistado o reconhecimento emocional, sintonia e
atenção do entrevistador. Dirige-se basicamente à relação.
• Pode ser a simples repetição de uma palavra ou de interrogação sobre qualquer
coisa que acabe de ser dita.
• Permite o vínculo relacional e também o retorno ao assunto quando o
entrevistado se desvia de um tema problemático.
Auto-revelação:
• Técnica que implica que o entrevistador fale de si mesmo mas com o objetivo de
facilitar a exposição do entrevistado.
• É útil usar parcimoniosamente dados da sua experiência e pode ser importante
que as auto-revelações se exprimam num registo afetivo e abstrato ao invés de
usar exemplos de factos concretos.
• Cuidados:
• Se a autorevelação não cumpre o objetivo, é um erro técnico. Significa que
entrevistador se distraiu, está centrado em si mesmo, pouco atento ou não
assumiu o papel que se propôs.
• Exemplos:
• “Percebo o seu desconforto por experiência própria”
• “Toda a gente já passou por situações em que se sente desconfortável ou
cansado”
Silêncio:
• Técnica que faz apelo à sensibilidade do entrevistador.
• Silêncio de inibição.
• Silêncio de passividade.
• Silêncio regressivo.
• Silêncio defensivo.
• Silêncio reflexivos.
Humor:
• Muito sofisticado e complexo.
• Destina-se a desdramatizar uma situação, a criar distanciamento em relação ao
problema e a tornar menos ansiogénico um assunto de difícil abordagem.
• Desdramatizar significa tirar carga emocional a uma narrativa que está saturada
de emoções, e não banalizar as situações ou problemáticas.
• Cuidados:
• O entrevistado sentir-se gozado ou considerar que não está a ser levado a
sério.
• Deve ser usada como técnica de recurso raro, em situações bem controladas
e entrevistadores experientes, tendo em conta os recursos disponíveis do
entrevistado, a sua plasticidade, ou rigidez.
5. Quadros teóricos
Quadros teóricos:
• Teorias, hipóteses e modelos que sustentam as práticas e intervenções em
psicologia clínica/psicoterapia.
• Diferem em relação ao objeto, objetivos e contextos.
• Conhecidos mais de 400 modelos com abordagens diferentes.
Resumo dos quadros teóricos:
Quadros teóricos Objetos Objetivos Contextos
Comportamental O sintoma O desaparecimento ou Clínica privada ou
substituição do institucional
sintoma (ansiedade, sexologia,
fobias,…)
Cognitivo A cognição Crenças, formas de Clínica privada e
reagir, novas clínica institucional
narrativas pessoais (depressão,
ansiedade,…)
Sistémico A comunicação A relação e a Clínica privada e
comunicação clínica institucional
centrada na família
Existencial O sujeito como um A forma como o Clínica privada
todo indivíduo se sente
Psicanalítico O intrapsíquico ou a O inconsciente Clínica privada
personalidade
Psicanálise:
• Aspetos teóricos:
• Assenta sobre as obras de Freud sobre: Teoria dos sonhos, teoria da
sexualidade e metapsicologia.
• Método que evidencia o significado inconsciente das palavras, das ações e
das produções imaginárias (sonhos, fantasmas, …).
• Proposta terapêutica:
1. Esclarecer progressivamente a dinâmica psicológica inconsciente do sujeito.
2. Reforço do Ego do sujeito na relação com o terapeuta.
3. Trazer ao nível consciente o que está recalcado e libertar energia útil à
maturação afetiva
• Objetivos:
• “Cura” através da transferência – projeção na pessoa do analista de
sentimentos irracionais ligados a situações de conflitos infantis com as
figuras parentais (internalizadas).
• Desenvolvimento terapêutico:
• Motor do tratamento: transferência.
• O paciente é conduzido a reproduzir na relação com o psicanalista, situações
antigas de conflito e frustrações arcaicas – neurose de transferência.
• Protocolo:
• Finalidade de fomentar a transferência e a instalação da neurose de
transferência: Setting + Processo.
• Setting: ordenado para conter o processo (uso do divã).
• Processo: método da associação livre – exprimir indiscriminadamente
todos os pensamentos de forma espontânea.
• Modalidades práticas:
• Sessões com uma duração e frequência fixas previamente combinadas (45
minutos, 3/4 vezes por semana, vários anos, 7 a 10 anos).
• O terapeuta mantém-se invisível – fora do ângulo de visão do paciente
(cadeira atrás da visão do paciente).
• A posição do paciente é deitado num longo sofá: o divã.
• Atitude do terapeuta:
• Neutralidade: psicanalista deve ser um espelho opaco que devolve apenas o
que lhe é mostrado.
• Atenção flutuante: estado mental de pré consciência que permite escutar
livremente, por oposição a uma atenção seletiva.
• Abstinência: evitar a exposição de posições ou problemáticas pessoais do
terapeuta.
• Indicações / contra-indicações:
• Inicialmente apenas indicado para a psicopatologia das neuroses (angústia,
fóbicas, obsessivas).
• Casos de estados-limite (borderline).
• Tradicionalmente menos indicado em psicoses.
• Contra-indicado na presença de problemas de natureza aguda ou que exigem
solução urgente.
PIP – Psicoterapia de Inspiração Psicanalítica:
• Aspetos teóricos:
• Mesmas referências teóricas que a psicanálise.
• Diferenças a nível técnico.
• Indicação para a psicanálise ou psicoterapia da responsabilidade do
terapeuta em função do paciente e do contexto de trabalho.
• Objetivos:
• Máximo benefício terapêutico: plasticidade técnica em função da situação
específica.
• Desenvolvimento terapêutico:
• Métodos mais simples orientados para a necessidade de eficácia mais
imediata.
• Controla-se e limita-se a transferência, centrada no material psíquico mais
significativo.
• Limita-se as regressões em pacientes mais frágeis ou muito rígidos.
• Modalidades práticas:
• Duração do processo mais curta (3/4 anos).
• Frequência semanal: 1/2 sessões.
• Posição face a face.
• Atitude do terapeuta:
• Atitude mais suave, ativa e centrada sobre o real (mesmo com a neutralidade
e abstinência).
• Indicações:
• Mais extensas do que na psicanálise: todas as neuroses, personalidade
borderline e psicoses (com reservas).
• Contra-indicações:
• Situações em que a aliança terapêutica seja impossível: e.g., personalidade
antissocial, QI muito baixo, perturbação da comunicação.
Psicoterapias breves:
• Ferenczi propôs quebrar a regra da abstinência através de uma “técnica ativa”
que intervinha no real para encurtar o trabalho terapêutico.
• Atualmente constituídas por maior ecletismo: origens psicanálise, humanismo,
existencialismo.
• Aspetos teóricos:
• Experiência emocional corretiva:
• Reviver emocional dos traumas antigos na relação com o terapeuta;
ênfase no aqui-e-agora.
• Foco:
• Material consciente ou inconsciente delimitado como área a ser
trabalhada no processo terapêutico.
• Técnicas: interpretação seletiva; atenção seletiva, “negligência”
seletiva.
• Crise:
• Período temporário de desorganização do funcionamento.
• Desenvolvimento terapêutico:
• A definição do problema emocional mais relevante por parte do cliente.
• A proposta de um foco psicológico pelo terapeuta em função da
problemática expressa.
• A adoção de intervenções terapêuticas adaptadas à situação.
• Modalidades práticas:
• Por vezes, tempo fixado no início ou número de sessões.
• Nem sempre é fixado o tempo e pode ser mais longo.
• Sessões de 50 minutos ou outro tempo fixado.
• Periodicidade das sessões variável.
• Atitude do terapeuta:
• Esclarecimento do tipo de contrato terapêutico.
• Atitude neutra e abstinente mas também ativa e confrontativa.
• Indicações:
• Estruturas neuróticas.
• Úteis em situações de crise.
• Modelo de trabalho em situações institucionais.
• Contra-indicações:
• Indivíduos de Ego muito frágil.
• Sujeitos que lidem mal com a perda, abandono e rejeição.
Humanismo:
• Principal autor: Carl Rogers.
• Aspetos teóricos:
• Assenta sobre a ideia de que um organismo é uma totalidade que interage
como um todo com o ambiente.
• O indivíduo tem o poder de dirigir-se a si próprio e reorganizar a sua
conceção do Ego.
• Dois conceitos fundamentais: tendência atualizante e regulação do
organismo:
• Tendência atualizante: força positiva de crescimento; tendência básica
para que impele todas as pessoas a atualizar, manter e desenvolver o seu
potencial experiencial.
• Regulação do organismo: todas as pessoas têm recursos para a
autocompreensão e para a modificação das suas atitudes e
comportamento.
• Conceito de experiência:
• Tudo o que se passa no organismo e está disponível à consciência.
• Processo terapêutico:
• Facilita a consciência de sentimentos reprimidos para que sejam
experienciados de forma plena e aceitável.
• Permite mudanças psicológicas e fisiológicas e um novo estado de
insight.
• Personalidade sadia – 3 características:
• Abertura à experiência: capacidade de se ouvir a si mesmo e aos outros;
capacidade de experienciar os acontecimentos sem se sentir ameaçado.
• Viver de modo existencial: capacidade de viver cada momento atual de
forma consciente, apreendendo exatamente a situação existencial
interna e externa.
• Ser um organismo confiante: capacidade de se fazer o que se sente
adequado, sem se submeter a guias exteriores ou decisões de
conveniência.
• Objetivos:
• Processo de mudança espontânea própria do cliente.
• Modificações relativamente estáveis na personalidade em várias dimensões:
• Maior estado de congruência: menos defensivo e mais aberto à
experiência.
• Perceções mais realistas, diferenciadas e objetivas.
• Maior flexibilização: sinónimo de maior criatividade, adaptabilidade e
capacidade de resolver problemas.
• Diminuição da tensão física e psíquica: maior acordo entre o Eu e o Eu
ideal.
• Aumento da consideração em relação a si próprio.
• Aumento da amplitude e variabilidade comportamental.
• Desenvolvimento terapêutico:
• Condições para o processo terapêutico:
• Que duas pessoas estejam em contato e produzam diferença no campo
experiencial uma da outra.
• Que o cliente esteja em estado de incongruência (vulnerabilidade e
ansiedade).
• Que o terapeuta experimente uma atenção positiva incondicional para
com o cliente.
• Que o terapeuta experimente uma compreensão empática do quadro de
referência interna do cliente.
• Que o cliente perceba as duas condições do terapeuta: atenção positiva
incondicional e compreensão empática.
• Modalidades práticas:
• Terapia centrada na pessoa – terapia individual.
• Frente a frente.
• Terapeuta com atitude de autenticidade e congruência.
• Sessões: semanal ou bissemanal.
• Técnicas interventivas: paráfrase, exploração.
• Aplicações e settings:
• Terapia de grupo genérico ou temático (e.g., grupos de pais, ex-
combatentes, etc) e de casal.
• Counselling.
• Acompanhamento individual ou grupal para fins de desenvolvimento
pessoal.
• Atitude do terapeuta:
• Ligado à confiança, respeito e centração no cliente.
• Atitude global investida na qualidade da relação estabelecida.
• Importância do presente.
• Indicações:
• Praticamente todas as situações.
• Integração de técnicas variadas (relaxamento, Gestalt, análise bioenergética,
etc).
Existencialismo:
• Principal autor: Binswander, Yalom.
• Aspetos teóricos:
• O que caracteriza a existência individual é o ser que se escolhe a si-mesmo
com autenticidade, construindo assim o seu destino, num processo dinâmico
de vir-a-ser.
• O indivíduo é um ser consciente, capaz de fazer escolhas livres e
intencionais, isto é, escolhas das quais resulta o sentido da sua existência.
• A autenticidade implica aceitar a condição humana tal como é vivida e
conseguir confrontar-se com a ansiedade e escolher o futuro, reduzindo a
culpabilidade existencial.
• A escolha é um processo central e inevitável na existência individual e a
liberdade de escolher-se envolve responsabilidade pela autoria do seu
destino e compromisso com o seu projeto.
• O projeto existencial é a união entre o passado, presente e futuro, a
continuidade compreensível das vivências, coerência interna do mundo
individual.
• Está presente em realizações significativas, quer ao nível dos sentimentos,
quer ao nível das realizações pessoais e profissionais.
• Objetivos:
• Facilitar ao indivíduo uma atitude mais autêntica em relação a si próprio.
• Promover uma abertura cada vez maior das perspetivas do indivíduo em
relação a si próprio e ao mundo.
• Clarificar como agir no futuro em novas direções.
• Facilitar o encontro do indivíduo com o significado da sua existência.
• Promover o confronto com e a superação da ansiedade que emerge dos
dados da existência.
• Desenvolvimento terapêutico:
• O foco é a realidade do outro, isto é, a experiência que ele tem do mundo.
• A relação existencial envolve estar-com e estar-para o cliente.
• Uso do método fenomenológico aplicado à existência.
• Técnicas de intervenção terapêutica:
• Utilizar a atitude fenomenológica na abordagem dos conteúdos temáticos.
• Confrontar com as limitações existenciais: auto-deceção/frustração; angústia
existencial; culpabilidade existencial, consequências das escolhas passadas e
futuras.
• Facilitar a exploração do mundo pessoal em relação às quatro dimensões da
existência (física, psicológica, social e espiritual).
• Facilitar a elucidação de significados, encorajando uma atitude de procura
focalizada em si próprio, com abertura à auto-descoberta para se encontrar.
• Características do encontro terapêutico:
• Coerência: comportamento mútuo de co-relação.
• Carácter fortuito: o encontro pode chegar no instante de forma imprevista
(acontece).
• Liberdade de deixar o outro ser como é.
• Abertura a novas possibilidades.
• Modalidades práticas:
• Terapia individual.
• Face a face.
• Sessões de 50 minutos, podendo prolongar-se durante mais tempo em
função da necessidade do cliente.
• Indicações:
• A tónica no “si mesmo” torna a proposta terapêutica indicada para qualquer
situação.
Cognitivo-comportamental:
• Objeto de estudo da Psicologia:
• Deslocado a partir do mentalismo omnisciente (acessível apenas por
métodos introspetivos) para o comportamento acessível e observável.
• Assente sobre a ideia de que não seria necessário compreender todos os
detalhes da complexidade humana (e as razões subjetivas) para eliminar ou
alterar os comportamentos que os próprios consideram desadequados ou
injustificados.
Comportamental:
• Aspetos teóricos:
• Teoria do condicionamento clássico:
• Estímulo neutro pode ser condicionado no sentido de desencadear a
reação própria de um estímulo absoluto, quando estes dois estímulos
são apresentados de forma contígua algumas vezes.
• Teórica do condicionamento operante:
• Na presença de um estímulo discriminado executa-se um certo tipo de
respostas que, ao ser reforçada torna-se mais frequente. O oposto é a
punição.
• Teoria da aprendizagem – modelagem:
• Consiste em reforçar respostas cada vez mais aproximadas às desejadas.
• Conceitos utilizados:
• Reforço positivo e negativo.
• Punição.
• Generalização.
• Discriminação.
• Extinção.
• Imitação de modelos (aprendizagem social).
• Objetivos:
• Extinção ou substituição de sintomas.
• Mudança de comportamento.
• Aplicação em terapia do método experimental.
• Intervenção terapêutica:
• O objeto: o comportamento ou os processos próximos do comportamento
manifesto.
• Centrada no Aqui e Agora.
• Os comportamentos inadaptados são adquiridos por aprendizagem da
mesma forma que outros comportamentos.
• Objetivos terapêuticos: específicos e bem definidos.
• Privilegia o interesse da obtenção de apoio empírico para as técnicas e
métodos.
• Modalidades práticas:
• Dirigem-se ao que é sentido como sintomas (fobias, compulsões, …).
• Intervenções breves (20 sessões / 6 meses).
• Técnicas:
• Dessensibilização sistemática:
• Aprendizagem de relaxação.
• Hierarquização de situações ansiogénicas.
• Confrontação mental com cada um dos itens descritivos (do menos para
o mais ansiogénico).
• Confrontação com o real.
• Flooding (imersão):
• Exposição maciça a estímulos ansiogénicos com prevenção do
evitamento.
• Implosão:
• Confrontação em imaginação (imagens ou sons evocando a angustia).
• Aversão:
• Eliminar as condutas indesejáveis através da punição.
• Treino de autoafirmação (ou assetividade):
• Modificar comportamentos de incompetência social.
• Atitude do terapeuta:
• Mais diretivo e ativo que em qualquer outra terapia.
• Define com precisão e com o paciente o problema.
• Propõe uma hipótese de trabalho que serve simultaneamente de contrato e
de predição dos resultados.
• Centra-se no aqui e agora e tenta criar um clina relacional positivo.
• Tenta avaliar tão rigorosamente quanto possível os efeitos do processo
terapêutico.
• Indicações:
• Cada técnica pode ter indicações precisas.
• A dessensibilização sistemática para fobias / ansiedade.
• Técnicas aversivas destinadas a situações de adição.
• Treino de autoafirmação indicado em casos de timidez/inibição social.
Cognitivo:
• Aspetos teóricos:
• Considera que todos os sistemas vivos são:
• Autorreferenciais.
• Inerentemente adaptados ou adaptativos.
• Organizacionalmente fechados (tendem a manter a sua identidade).
• Estruturalmente determinados.
• Três terapias cognitivas:
• Terapia de construtos pessoais de Kelly.
• Terapia racional emotiva de Ellis.
• Terapia cognitiva da Beck.
• Terapia cognitiva de Beck:
• As cognições organizam-se em esquemas: padrões habituais da
abordagem do real – unidades próprias do funcionamento cognitivo.
• Estruturas ou proposições cognitivas + operações ou processos
cognitivos + produtos cognitivos.
• Disfuncionamento processual implica inferências arbitrárias; abstrações
seletivas; sobregeneralizações, magnificação/minimização;
personalização.
• Os disfuncionamentos originam pensamentos automáticos.
• Objetivos:
• Avaliação das estruturas, processos e produtos cognitivos com vista à
transformação das dimensões disfuncionais, a partir de:
• Estratégias cognitivas – restruturação do pensamento .
• Estratégias imagéticas – alteração das imagens distorcidas do cliente.
• Estratégias emocionais – aceitação das diferentes emoções.
• Estratégias comportamentais – confronto de novas aquisições com
novas e complexas situações.
• Modalidades práticas:
• Instrumentos diagnósticos: Beck Depression Inventory Ou Dysfuncional
Attitudes Scale.
• Primeira entrevista: recolher informação biográfica, informação sobre o
sintoma, avaliar o risco de suicídio, avaliar a motivação para a terapia,
feedback sobre o encontro.
• Processo terapêutico:
• Treino de tarefas de auto-registo.
• Uso de estratégias de ativação do comportamento.
• Treino de identificação de cognições.
• Focalização de crenças valorizadas.
• Preparação para o fim da terapia e prevenção de recaídas.
Sistémico / Familiar:
• Aspetos teóricos:
• Double bind:
• A comunicação comporta sempre múltiplas mensagens de diferentes
níveis em simultâneo.
• Homeostase familiar:
• A família é um sistema dinâmico. A intervenção num membro da
família pode provocar transformações no outro membro e na família
como um todo.
• Sistema:
• Todo complexo e organizado que agrupa diferentes funções e
atividades, mas mesmo assim pode ser reconhecido como uma unidade
relacionada com outros sistemas.
• Principio da totalidade: o todo reúne características próprias não
existentes em cada parte isoladamente (entidade nova).
• Objetivos:
• Modificação do sistema de interação no seio de uma família.
• Transformar o indivíduo membro da família (paciente).
• Através de mudanças no sistema familiar deve resultar alterações em todos
os membros da família → desaparecimento do sintoma indivíduo-problema.
• Intervenção terapêutica:
• Primeiro momento de confronto dos membros da família entre si, na
presença do terapeuta.
• Uma ação direta sobre as interações no seio da família após o
reconhecimento dos padrões de funcionamento e disfuncionamento.
• Reforço das competências da família no sentido de utilizar os seus próprios
recursos no confronto com novos problemas futuros.
• Modalidades práticas:
• De acordo com o quadro teórico de referência do terapeuta
• Técnicas muito ativas e confrontativas.
• Prescrições de tarefas e rituais.
• Role play, modelagens, “cadeira vazia” e genogramas familiares.
• Sessões de 1 hora, pelo menos 6 meses.
• 1 terapeuta ou co-terapia.
• Indicações:
• Dificuldades relacionais do casal.
• Alcoolismo.
• Prevenção primária em saúde mental.
• Fobias escolares.
• Anorexias.
Psicologia da Saúde
1. Introdução à Psicologia da Saúde
A saúde é:
• A ausência de patologia orgânica.
Vs.
• Um estado completo de bem-estar físico, social e espiritual e não apenas a mera
ausência de doença e enfermidade (OMS, 1946).
Experiências Controlo
anteriores de comportamental
sucesso percebido
Prática de
exercício
Personalidade de tipo A
(competitividade, impaciência, Doença cardíaca
hostilidade e raiva)
Profissionais de saúde
simpáticos e calorosos Melhor avaliação da
competência dos
serviços
Ambiente físico
cuidado e confortável
• Pesquisa Medline
• Termo:
biopsicossocial
• Campos: título e
resumo
• Anos: 1974 a 2001
• O modelo biomédico
continua dominante.
Intenção Comportamento
Atitude face ao
comportamento
Intenção Comportamento
Crenças comportamentais
X
Atitude
Avaliação de outcomes
comportamentais
• Norma subjetiva:
• Posicionamento percebido de outros significativos face ao comportamento.
• E.g., A maioria das pessoas importantes para mim acham que devo deixar
de fumar…
Discordo/Improvável -3 -2 -1 0 1 2 3 Concordo/Provável
Atitude face ao
comportamento
Intenção Comportamento
Norma
subjetiva
• TAR e TCP (modelos expectativa valor):
• Crenças normativas:
• Crenças sobre o grau em que outros significativos (referentes
importantes) aprovam ou desaprovam o comportamento.
• E.g., O seu melhor amigo acha que deve deixar de fumar no próximo
mês…
Discordo -3 -2 -1 0 1 2 3 Concordo
• Motivação para a norma:
• Grau em que o indivíduo se sente motivado para corresponder às
expectativas percebidas dos referentes.
• E.g., Geralmente, gosto de fazer o que o meu amigo acha que devo
fazer…
Discordo 1 2 3 4 5 6 7 Concordo
Crenças normativas
X Norma subjetiva
Motivação para a norma
Teoria do Comportamento planeado (Ajzen, 1987):
• Teoria da ação refletida + controlo comportamental percebido.
• Controlo comportamental percebido:
• Dificuldade percebida de pôr em prática o comportamento.
• E.g., Deixar de fumar no próximo mês é algo que…
Não controlo nada -3 -2 -1 0 1 2 3 Controlo totalmente
Atitude face ao
comportamento
Controlo
comportamental
percebido
strategies
Principles
Spirit
4. Stress
Stress:
• Estado interno de ativação emocional.
• Estado de alerta/inquietação.
• Pode melhorar ou piorar o desempenho.
Stress como causa de doença:
• Stress têm efeitos fisiológicos diretos:
• Aumento de lípidos.
• Aumento da pressão arterial.
• Supressão do sistema imunitário.
• Aumento da atividade hormonal.
• O stress tem efeitos nos hábitos de saúde:
• Aumento do consumo de substâncias.
• Piores hábitos alimentares.
• Piores hábitos de sono.
• O stress tem efeitos nos comportamentos de saúde:
• Pior adesão terapêutica.
• Atraso na procura de cuidados de saúde.
• Perfil de sintomas mais obscuro (mais complexo e difícil de interpretar,
atrasando o diagnostico e tratamento).
Dois “tipos” de stress:
• Eustress: positivo, estimulante, ativador, motivante, revigorante, produtivo;
nível ótimo de ativação.
• Distress: negativo, desgastante, improdutivo, desmotivante, paralisante.
Três perspetivas de stress:
• Stress como resposta.
• Stress como acontecimento de vida.
• Stress como resultado da interação entre indivíduo e ambiente.
Stress como resposta:
• Walter Cannon, 1932:
• Perceção de ameaça leva a ativação fisiológica, via sistema nervoso
simpático e sistema endócrino.
• Adaptativo a curto-prazo.
• Com consequências graves para saúde, se exposição a ameaças é prolongada
e o organismo não consegue “lutar” ou “fugir”.
• O que é prejudicial é não conseguir restabelecer níveis de ativação ótimos.
• Hans Selye, 1956, 1976:
• Salienta a padrão de reações fisiológicas comuns a todos os stressores.
• Sugere mecanismo fisiológico para a relação entre stress e doença.
• O prejudicial é estar permanentemente em estado de resistência.
• Algumas doenças de adaptação: cardiovasculares, mentais, metabólicas,
úlceras.
• Limitações:
• Stress percebido como uma resposta fisiológica, direta e automática face a
um estimulo → não se foca na dimensão psicológica da ativação; sem esta
dimensão não é possível distinguir entre os dois tipos de stress.
• Individuo tem papel passivo no processo → o corpo responde
automaticamente e o individuo não tem controlo sobre a resposta.
• Não são considerados fatores psicológicos ou sociais no processo.
Stress como acontecimento de vida (Holmes & Rahe, 1967):
• Acontecimentos de vida como indutores de stress.
• Quando o organismo se tem que adaptar ao ambiente é provável que surja stress.
• Social Readjustment Rating Scale – lista de acontecimentos de vida por ordem
decrescente de grau de ajustamento necessário.
• Pressuposto: quantos mais acontecimentos de vida, maior o stress, maior a
probabilidade de doença.
• Limitações:
• Experiências de vida podem interagir umas com as outras, compensando-se,
• Os acontecimentos de vida não podem ser vistos como objetivamente
stressantes (e.g., contacto com cobras pode ser altamente stressante para
certos indivíduos e para outros não).
Como explicar – trajetória do sofrimento psicológico no 1º ano apos o diagnostico
de cancro da mama (Henselmans et al., 2010)?
• Identificação de 4 grupo de indivíduos com respostas de stress / níveis de
ativação diferentes, mesmo passando pela mesmo tratamento.
Comportamentos de saúde.
Stress.
Identificação de sintomas.
Processos de coping.
Processos de adaptação à
doença.
Personalidade tipo A:
• Caracterizado por: competitividade, ambição, impaciência, irritabilidade,
hostilidades, “correr contra o tempo”, padrão de fala vigoroso.
• Aumenta a probabilidade de emergirem doenças cardiovasculares → principal
ingrediente: hostilidade (Miller et al., 1996).
• Porque existe esta associação entre as características e o aumento das doenças
cardiovasculares (Albery & Munafò, 2008)?
• Este tipo de pessoas tem um conjunto de crenças, cognições e
comportamentos baseados na zanga/raiva e elevados níveis de cinismo face
ao mundo e aos outros.
• Tal está associado a níveis de ativação fisiologicamente mais reativos
(pressão arterial, frequência cardíaca).
• Para além disso, estas pessoas, de uma forma geral, tem maior probabilidade
de terem menos recursos sociais que amorteçam efeitos do stress (tem
menos redes de apoio).
• Por fim, são pessoas que também têm maior probabilidade de se envolver
em comportamentos de risco (e.g., consumo de substâncias).
Personalidade tipo C:
• Caracterizado por: cooperativo, passivo, estoico, pouco assertivo,
autossacrificado, humor deprimido, reprime expressão de afeto negativo.
• Associado ao aumento da probabilidade de desenvolvimento de doenças
oncológicas (Shaffer et al., 1987).
• Porquê (Contrada & Goyal, 2004)?
• Os mecanismos explicativos desta associação são menos investigados.
• A principal explicação passa pelo facto de os indivíduos recorrerem mais a
estratégias de coping repressivo o que leva a um maior compromisso do
sistema imunitário.
Neuroticismo:
• Caracterizado por: afeto negativo, instabilidade emocional, ansiedade,
irritabilidade, humor depressivo, pessimismo, introspetivo, autoconceito
negativo.
• Está associado a perceções de saúde mais negativas e a mais queixas de saúde.
• Apresentam relações mais fracas com indicadores objetivos de saúde, por via de:
depressão, hostilidade e ansiedade.
Conscienciosidade:
• Caracterizado por: prudência, fiabilidade, organização, persistência,
autocontrolo, disciplina, foco em objetivos.
• Uma das dimensões que tem uma relação mais estável com a saúde (e.g., tem
sido demonstrado que indivíduos que demonstram ser mais conscienciosos
desde o inicio de vida vivem mais tempo que indivíduos que não o demonstram
desde pequenos).
• Está associada a (Friedman & Kern, 2014):
• Melhor saúde (indicadores objetivos de saúde).
• Melhor qualidade de vida.
• Menor risco de desenvolvimento de doenças (e.g., Alzeimer e outras
doenças degenerativas).
• Menor reporte de sintomas.
• Longevidade.
• Potenciais mecanismos que explicam esta associação (Friedman & Kern, 2014):
• Estilos de vida mais saudáveis.
• Escolha de ambientes/relações mais saudáveis.
• Associada a níveis educativos mais elevados e carreiras profissionais com
mais significado.
• Atenua efeitos (negativos) de outros traços de personalidade (e.g.,
neuroticismo).
• Redução de pequenos riscos diários (e.g., colocar sempre o cinto de
segurança).
A avaliação da personalidade é fundamental para adaptar a intervenção ao perfil de
personalidade do indivíduo.
Fatores sociocognitivos, Saúde e Doença:
Comportamentos de saúde.
Stress.
Identificação de sintomas.
Processos de coping.
Processos de adaptação à
doença.
Otimismo:
• 2 correntes de estudo: otimismo disposicional e otimismo irrealista ou
comparativo.
• Otimismo disposicional:
• Expectativa generalizada sobre futuro.
• Instrumento para medir otimismo disposicional: Life Orientation
Test_revised (LOT-R).
• Tipos de crenças:
• Crenças de estratégia: associação entre meios e fins (e.g., para não ter
doenças sexualmente transmissíveis tenho de usar preservativo)
• Crenças de capacidade: associação entre meios e capacidade do individuo
para fazer uso dos meios (e.g., eu sou – ou não – capaz de usar preservativo
sempre que tenho relações sexuais).
• Crenças de controlo: crença de ser – ou não – capaz de atingir o objetivo.
• As crenças de capacidade e de estratégia influenciam as crenças de controlo.
• Relacionado com o locus de controlo dos indivíduos.
• Locus de controlo:
External Internal
➢ I don´t know why bad things ➢ I cause my own grief.
keep happening to me. ➢ I can do something about this.
➢ There’s nothing I can do. ➢ It’s in my control.
➢ It’s out of my control. ➢ Why did I do this to myself?
➢ Why did they do this to me?
• Pessoas com maior locus de controlo externo têm pior saúde (maior taxa de
mortalidade, depressão e atraso na procura de cuidados de saúde).
• Pessoas com maior locus de controlo interno têm melhor saúde (mais
comportamentos de proteção sexual, comportamentos alimentares saudáveis e
realização de exercício físico).
• Mais facilmente restruturáveis do que perfis de personalidade.
• Instrumento para medir locus de controlo: Multidimensional Health Locus of
Control Scale (Wallston et al., 1994)
Autoeficácia:
• Origem: Teoria sociocognitiva (Bandura, 1997).
• “Sou capaz de fazer o que é preciso para conseguir os meus objetivos”.
• Determina:
• Comportamentos serão implementados para atingir determinados fins.
• O esforço que é investido na conquista de um objetivo.
• A persistência face a obstáculos.
Efeito Motivacional
• Dimensão presente em muitos modelos sociocognitivos.
• Forte preditor de:
• Intenção e motivação comportamental.
• Realização de comportamentos de saúde.
• Manutenção de estilos de vida saudável.
• Teoria sociocognitiva (Bandura, 2000):
Expectativas de resultados
(resultados físicos, sociais
e na autoavaliação)
Perceção de
Objetivos Comportamento
autoeficácia
Fatores socio-estruturais
percebidos (facilitadores e
impedimentos)
• Nos países com rendimento entre baixo e médio, o padrão tende a ir ao encontro
do padrão dos países de médio/alto rendimento.
• As DC não comunicáveis estão a deixar de ser as principais causas de morte
apenas nos países desenvolvidos.
• A proporção de DC entre crianças está a aumentar dramaticamente (e.g.,
diabetes tipo 2).
• O padrão da europa varia do padrão global uma vez que as duas principais
causas de morte são as doenças cardiovasculares e o cancro e só posteriormente
aparecem as doenças respiratórias.
• As pessoas com DC, quando trabalham têm menor probabilidade de meter dias
de baixa.
Doenças crónicas – Portugal:
• Carga global de doença → medida com DALY; 1 DALY corresponde a 1 ano
de vida saudável perdido; tem em conta a mortalidade e a incapacidade devido
às DC.
• As DC não comunicáveis são responsáveis por 85% dos anos de vida saudáveis
perdidos em Portugal.
• Diferenças individuais:
• Influência estados emocionais ou traços de personalidade (e.g.,
neuroticismo, personalidade do tipo A).
• Pessoas hipocondríacas.
• Características que aumentam a probabilidade de perceção de sintomas:
1. Ser doloroso ou disruptivo.
2. Ser novo.
3. Persistente.
4. Presença de doença crónica prévia.
Teoria da autorregulação da doença (Leventhal et al., 1984, 1997):
• Pressupostos:
• A identificação de uma doença põe em causa o equilíbrio físico e
psicológico de um indivíduo.
• É dado início a um processo de resolução de problemas com vista ao
restabelecimento do equilíbrio – autorregulação.
• Modelo cognitivo/afetivo = relação entre representações cognitivas de
doença e representações do impacto emocional da doença.
• Três etapas iterativas em processos de resolução de problemas:
• Interpretação:
• Dar significado ou sentido ao problema.
• Estímulo ou sinal de problema potencial:
1. Perceção de sinais e sintomas.
2. Mensagens sociais (e.g., receber
diagnóstico).
• Representação ou Cognições Doença:
• Temos em memória representações estereotípicas de doenças.
• Representações de doença permitem a interpretação de
sintomas.
• Os sintomas mais prototípicos são mais rapidamente auto-
diagnosticados (e.g., nódulo no peito).
• Modelos de senso comum:
• Origem: experiências pessoais ou vicariantes.
• Protótipos de doença:
Gripe SIDA
Corrimento nasal, febre, Perda de peso, gânglios
Identidade arrepios, espirros, membros inchados, febre, lesões na
doridos pele, pneumonia
Causa Vírus Vírus
Raramente são sérias ou a Má saúde a longo prazo,
Consequências
longo prazo morte, incerteza
Timeline 24h a 1 semana Meses a anos
Não existe; múltiplos
Cura Tempo e automedicação tratamentos para evitar
progressão
Toxicodependentes, qualquer
pessoa que tenha
Tipo de pessoa Qualquer
comportamentos sexuais de
risco
• Efeitos das representações de doença no coping com fadiga crónica:
Seleção dos
Processos de conteúdos e forma
desenvolvimento de disponibilização
da intervenção
Não adaptativo
Depressão, ansiedade, pânico, desesperança.
Adaptativo
Vulnerabilidade, tristeza, receio, nervosismo,
frustração, irritabilidade.
• Reconhecer emoções:
1. Atenção a sinais verbais e não-verbais de distress.
• Por vezes os pacientes podem dificultar esta tarefa:
• Tentam esconder as suas emoções ou por vergonha ou
porque não querem sobrecarregar o médico com as suas
emoções.
• Acham que medo e ansiedade é parte natural e integrante
da experiência de cancro e, portanto, não vale a pena falar
dela.
• Acham que não é da responsabilidade do médico lidar
com as suas emoções.
• Acham que falar das suas emoções não é importante para
o seu tratamento.
2. Dar espaço para que o distress seja alvo de conversa.
• Mostrar interesse genuíno.
• Procurar “colocar-se nos pés” do paciente.
• Não interromper.
• Questões abertas.
• Parafrasear/Refletir.
• Explorar emoções:
• Três técnicas de comunicação verbal: