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SOCIEDADE PSICANALÍTICA ÍBERO-AMERICANA

CRMP – CÂMARA DE REGISTRO E MONITORAMENTO PROFISSIONAL

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL

Preâmbulo

Um código de ética fixa normas que regulam os comportamentos das pessoas dentro de uma
empresa ou organização. Apesar de a ética não ser coactiva (não implica penas legais), o código de ética
supõe uma normativa interna de cumprimento obrigatório.
As normas mencionadas nos códigos de ética podem estar vinculadas às normas legais (por exemplo,
discriminar é um crime punido por lei). O principal objetivo destes códigos consiste em manter uma
linha de comportamento uniforme entre todos os integrantes de uma empresa ou instituição.
Ética profissional é o conjunto de normas éticas que formam a consciência do profissional e
representam imperativos de sua conduta. Ética é uma palavra de origem grega (éthos), que significa
“propriedade do caráter”. Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é proceder bem, é não
prejudicar o próximo. Ser ético é cumprir os valores estabelecidos pela sociedade em que se vive. O
indivíduo que tem ética profissional cumpre com todas as atividades de sua profissão,
seguindo os princípios determinados pela sociedade e pelo seu grupo de trabalho. Cada
profissão tem o seu próprio código de ética, que pode variar ligeiramente, graças a
diferentes áreas de atuação. No entanto, há elementos da ética profissional que são
universais e por isso aplicáveis a qualquer atividade profissional, como a honestidade,
responsabilidade, competência e etc.

Portanto, nas linhas a seguir você encontrará todas as normas e diretrizes éticas
que devem ser seguidas no exercício de seu trabalho analítico.

Fica, pois, instituído o Código de Ética Profissional do Psicanalista, para ser observado
e seguido obrigatoriamente por todos os psicanalistas filiados a Sociedade Psicanalítica
Ibero-Americana, articulado nos artigos e preceitos seguintes:

Capítulo I

Dos Princípios Fundamentais:


Art. 1 - Considera-se Psicanalista, com direito ao exercício da profissão, aquele que teve sua formação
psicanalítica, obedecendo os critérios mínimos da análise didática, supervisão clínica e formação teórica,
nos termos estatutários e do regimento interno.

Art. 2 - O Psicanalista, atendendo aos princípios da formação psicanalítica, tem como


responsabilidade, contribuir para promover, preservar e facilitar a recuperação do equilíbrio psíquico dos
seres humanos

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Art. 3 - O Psicanalista fundamentará sua atuação na responsabilidade da manutenção dos
ensinamentos da Psicanálise, buscando o contínuo aprimoramento profissional e contribuindo para o
desenvolvimento da Técnica e Teoria Psicanalítica.

Art. 4 - O Psicanalista deve agir de modo criterioso e transformador, de acordo com os padrões
socioculturais do meio em que estiver inserido, priorizando sempre a subjetividade do ser e optando pela
supervisão clínica sempre que perceber a estase do processo analítico, sem a clara justificativa do mesmo.

Art. 5 - O Psicanalista pautará sua atuação seguindo as recomendações normativas estatutárias e


regimentais e deste Código de Ética, primando sempre pela transparência de sua conduta profissional
perante seu analisando e a coletividade.

Art. 6º - O Psicanalista deve abster-se de atos que impliquem na automatização e na mercantilização


da Psicanálise e, combatê-los quando praticados por outrem.

Art. 7º - É vedado ao psicanalista:

I. Utilizar-se de concorrência desleal, de tabelas de honorários inferiores aos preços vigentes,


apenas para angariar clientela.

II. Receber ou pagar remuneração que não correspondam a serviços efetivos e licitamente
prestados.

III. Anunciar a prestação de serviços que não sejam de sua área de competência profissional, bem
como insinuar garantias de cura aos seus pacientes, a seus parentes ou responsáveis por estes.

IV. Usar títulos que não possua, como por exemplo, apresentar-se ou anunciar-se através da mídia
ou de outro meio como cartão de visita ou de inscrição em jalecos como doutor, pois o
psicanalista não é doutor, a não ser que tenha um título de doutor concedido por uma
instituição acadêmica ou tenha feito um curso de doutorado específico ou noutra área de
formação universitária.

V. Anunciar ou aceitar realizar tratamentos especializados para os quais não esteja habilitado.

VI. Fornecer informações ou detalhes acerca dos casos de pacientes sob seu tratamento ou
cuidados profissionais.

VII. Desviar para seus consultórios particulares pacientes que esteja atendendo em clínicas ou em
instituições públicas ou privadas.

VIII. Acumpliciar-se, por qualquer forma ou meio, com aqueles que exerçam ilegalmente a ciência
psicanalítica, utilizando-se de práticas místicas ou religiosas de qualquer natureza como
orações, rezas, mantras, imposição de mãos, etc.

IX. Realizar métodos de atendimento ou práticas ditas terapêuticas que não se alicerçam nos
fundamentos e técnicas psicanalíticos.

X. Praticar quaisquer atos de concorrência desleal para com os colegas.

XI. Deixar-se explorar, assalariando-se por valor não condizente com a sua categoria profissional.

XII. Permitir que exerça atividade psicanalítica em consultório ou clínica sob sua direção ou
responsabilidade, a indivíduos que não tenham comprovada a sua formação psicanalítica e

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não estejam devidamente credenciados por uma Sociedade Psicanalítica séria e ética para o
exercício laborativo da profissão, mesmo que possua diploma ou certificado de formação.

XIII. Abandonar tratamento iniciado, salvo por motivos relevantes.

XIV. Renunciar assistência à paciente, sem prévia justificação.

XV. Cobrar adiantado, por qualquer tipo de assistência, sem antes examinar sua capacidade
pessoal para executar o tratamento,

XVI. Indicar ou executar tratamento ou terapias desnecessárias, objetivando apenas segurar o


paciente por interesse meramente financeiro.

Art. 8º - O psicanalista tem o dever de informar aos seus pacientes acerca da responsabilidade e
consequência de certas terapias ditas alternativas devendo sempre recusar atender pessoas cujos
sintomas sejam atípicos ao tratamento psicanalítico.

Art. 9º - O psicanalista tem o direito e o dever de exercer a profissão com exata compreensão de
sua responsabilidade perante a sociedade, sem preocupação de ordem política, religiosa, racial ou
social, bem como, tem o direito de receber remuneração pelo trabalho clínico que executa e que
constitui o seu meio normal de subsistência

Capítulo II
Das Relações Profissionais:

Art. 10º - Nas relações profissionais, o Psicanalista deve:

I. Firmar-se sempre no respeito mútuo, na liberdade e independência profissional no trato com


colegas e outros profissionais da saúde.
II. Buscar o trabalho multidisciplinar quando se tratar de quadros clínicos , tais como estruturas
psicóticas e outros, que assim o requeiram, solicitando serviços e encaminhando para
avaliações de outros profissionais, sejam médicos-psiquiatras, neurologistas, fisioterapeutas,
terapeutas ocupacionais, etc.

III. Em caráter de prestação de serviços multidisciplinar, com prévia autorização do analisando


ou de familiar responsável, quando houver o prejuízo do juízo de valores do analisando,
transmitir somente o que for essencialmente necessário ao conhecimento do outro
profissional envolvido no tratamento, primando sempre pela manutenção máxima e possível
do sigilo profissional.
IV. Ser solidário e participativo quando solicitado por outro profissional, mantendo as limitações
de sua atuação profissional, visando sempre a recuperação ou busca do equilíbrio psíquico do
paciente em comum.

V. Ser solidário no atendimento psicanalítico de colegas, mantendo, na medida do possível as


condições para o bom andamento do processo analítico.
VI. O Psicanalista sempre se portará favoravelmente quanto aos colegas de profissão, mesmo os
de outras Sociedades, e no caso de não poder falar bem de um colega, deve permanecer em
silencio.
VII. O psicanalista deve ter para com os seus colegas a consideração, o apreço e a solidariedade
que refletem a harmonia da classe e lhes aumentam o conceito público.

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VIII. O Psicanalista nunca desacreditará ao médico, valorizando sempre o seu trabalho, não tendo,
contudo, que aceitar os seus diagnósticos, quando acontecer de estarem estes equivocados.

Art. 11º - Se dois ou mais psicanalistas forem solicitados para atenderem a uma mesma pessoa, todos
poderão trabalhar, em regime de Junta Psicanalítica, executando uma assistência profissional harmoniosa.

Art. 12º - O especialista solicitado por um colega, para orientar ou auxiliar determinado tratamento,
tem que considerar o paciente como permanecendo sob o cuidado daquele colega, cumprindo-lhe apenas
realizar o trabalho específico para o qual foi solicitado.

Capítulo III
Do Sigilo Profissional
Art. 13º - O psicanalista está obrigado pela Ética e pela Lei a guardar respeito e Sigilo Absoluto sobre
fatos, documentos e situações que tenha conhecimento profissional, por haver visto, encontrado,
diagnosticado ou deduzido no nobre exercício da clínica psicanalítica.

Parágrafo Único - Deve o psicanalista empenhar-se no sentido de estender aos seus auxiliares a mesma
obrigação de guardar segredos colhidos no exercício de suas atividades.

Art. 14º - O psicanalista não revelará como testemunha, fatos que tenha tomado conhecimento no
exercício de sua profissão, mas intimado a depor é obrigado a comparecer perante a Autoridade para
declarar que está preso ao segredo profissional.

Art. 15º - O psicanalista pode considerar-se desobrigado da guarda do sigilo profissional no caso de
autorização por escrito do paciente.

Art. 16º - É admissível a quebra do sigilo profissional nos seguintes casos:

I. Quando constituir perigo para a comunidade.

II. Nos casos de crime quando houver um inocente condenado e o paciente culpado, não se
apresentar à justiça, apesar das orientações e solicitações do Psicanalista.

III. No caso de intensão inarredável do paciente da prática de ato agressivo ou violento contra a
vida de outrem, apesar de apelo do Psicanalista na tentativa de dissuadi-lo de tal intensão.

IV. O Psicanalista está impedido de divulgar, em particular ou em público, quaisquer informes


que tenham origem nas palavras dos pacientes, mesmo que estes tenham dito que os mesmos
não eram segredáveis;

V. O Psicanalista não deve informar a outro profissional, mesmo que seja também Psicanalista,
sobre qualquer referência a respeito de paciente e de seu estado de saúde, sem que haja
autorização por escrito do mesmo, salvo no caso de trabalho clínico multidisciplinar;

VI. Constitui conduta antiética fazer menção do nome de pacientes, mesmo quando apresentando
casos clínicos, a não ser que estes tenham autorizado por escrito, e sempre que o Psicanalista
apresentar um caso clínico em alguma atividade acadêmica (palestra, aula, conferência,
congresso, etc.) o fará sob pseudônimo;

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VII. Constitui conduta antiética comentar sobre pacientes, mesmo com pessoas de sua intimidade,
como esposa, filhos, etc.;

VIII. Constitui conduta antiética grave comentar casos de pacientes com outros pacientes mesmo
com a intenção de encorajá-los;

IX. O Psicanalista se tiver por costume de fazer anotações das sessões, está obrigado a ter cuidado
absoluto garantindo que ninguém delas tome conhecimento, sendo de bom alvitre que anote
sob certas condições ou adote um pseudônimo para os pacientes (na ficha);

Art. 17º - O Psicanalista tem o dever de comunicar ao seu respectivo Departamento de Relações Éticas
Profissionais toda e qualquer informação sobre colegas da SPI que esteja infringindo quaisquer princípios
éticos ou se conduzindo aleivosamente;

Art. 18º - Em caso de solicitação policial ou judicial na qual a autoridade peça informação sobre
alguma fala ou fato conhecido de qualquer paciente, vivo ou morto, o Psicanalista só poderá informar,
após consultar o Conselho Diretor da SPI e ao paciente, se vivo, e mesmo assim se tal informação trouxer
benefício para o paciente ou sua família;

Art. 19º - Mesmo em caso de pressão da autoridade para que seja revelado algum conteúdo que não
venha beneficiar ao paciente ou sua família, o Psicanalista deverá permanecer em silencio em nome da
ética profissional.

Capitulo IV
Da Atribuição Ética Institucional

Art.20º - São atribuições do Departamento de Relações Éticas Profissionais, sobre os


Psicanalistas associados a SPI:

I. O Departamento citado no “caput” deste artigo está obrigado a instaurar sindicância


sobre qualquer denúncia feita contra Psicanalistas associados, tanto por colegas ou
terceiros, sendo tais sindicâncias constituídas de no mínimo três Psicanalistas no gozo
de suas prerrogativas;

II. As sindicâncias assim instauradas para apuração de denúncias contra Psicanalistas, o


serão por ato escrito do Diretor do respectivo Departamento;

III. O prazo dado à Comissão de Sindicância para averiguação será de 30 (trinta) dias,
prorrogáveis igualmente por escrito, desde que solicitado pelo relator, por mais 30
(trinta) dias;

IV. A comissão de Sindicância terá um relator nomeado pelo Diretor do Departamento,


dentre os componentes da Comissão em questão;

V. A Comissão de Sindicância terá que reunir todas as informações possíveis, ouvir


testemunhas, etc., e, sobretudo, tomar o depoimento do Psicanalista denunciado;

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VI. A Comissão, depois de tomadas todas as providências como sindicância, fará um
relatório detalhado de todas as informações e constatações, opinando sobre a
culpabilidade ou isenção da mesma;

VII. A Comissão de Sindicância, encerrados os trabalhos de levantamento de dados e


depoimentos, terá 15 (quinze) dias para entregar, em forma de processo ou autos ao
Diretor do Departamento de Relações Éticas Profissionais;

VIII. De posse dos autos de sindicância, o Diretor do Departamento de Relações Éticas


Profissionais convocará uma reunião com todos os membros do mesmo, que apreciará
o relatório da Comissão de sindicância e tomará as seguintes medidas:

a. Em caso de improcedência das acusações feitas, aconselhará o Diretor do Departamento de


Relações Éticas o arquivamento da mesma;

b. Em caso de procedência das acusações, porém, não sendo as mesmas de natureza grave, o
Departamento poderá emitir um ofício ao Psicanalista com caráter de Moção de Censura;

c. No caso de procedência das acusações, e sendo as mesmas graves o bastante para demandar
punição suspensiva, o Departamento convocará uma reunião plenária para apreciar o mesmo
e sobre este deliberar;

d. O Departamento de Relações Éticas Profissionais, por decisão plenária tomada por maioria
simples de votos poderá tomar as seguintes deliberações:

1. Emitir advertência ao Psicanalista;


2. Suspender o Psicanalista do exercício profissional por um período de até 02 (dois) anos;
3. Estabelecer processo de reabilitação ao profissional que for suspenso do exercício da Psicanálise
por período igual ou superior a 01 (um) ano;

e. O Departamento de Relações Éticas Profissionais, por decisão plenária por maioria absoluta
de votos dos presentes, poderá excluir o Psicanalista do seu quadro de associados, impedindo-
o de clinicar definitivamente sob seus auspícios;

f. A convocação de que trata a letra “C” , será feita pelo Diretor do Departamento de Relações
Éticas Profissionais com o prazo de 30 (trinta) dias, mediante convocação por escrito a todos
os membros;

g. Na reunião plenária do Departamento será dado amplo direito de defesa ao Psicanalista objeto
da acusação;

h. A decisão do Departamento, nos casos de punição de suspensão temporária ou definitiva, será


tomada após 02 (duas) reuniões em que todos os trâmites sejam respeitados;

i. Caberá ao (s) acusado (s), recurso junto ao Conselho Diretor da SPI, que poderá confirmar ou
reformar as decisões tomadas pelo Departamento de Relações Éticas Profissionais;

j. Em caso de suspensão definitiva, com cassação do registro definitivo de Psicanalista, o


Departamento ou o Conselho Diretor da SPI, no caso de ter havido recurso, publicará a decisão
em jornal de circulação regional;

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k. Em todos os casos de punição disciplinar, será obedecido o critério de confidencialidade.

Capítulo V
Dos Direitos do Paciente

Art. 21º - São direitos do paciente:

I. Direito de escolher livremente o seu Psicanalista.

II. Direito de, em qualquer tempo, de modo unilateral, encerrar o tratamento, devendo,
entretanto, comunicar este fato ao seu analista com trinta dias de antecedência.

III. Direito de exigir o cumprimento do contrato analítico, quanto ao que diz respeito ao
número de análises combinadas.

IV. Direito de não aceitar mudanças de horários, ao capricho do Psicanalista.

V. Direito de falar ou ficar calado no tempo que lhe pertence durante a sessão de análise

VI. Direito a recibos pelos honorários pagos ao analista.

Capitulo VI
Responsabilidade Profissional
Art. 22º - O Psicanalista responde civil e criminalmente por atos profissionais danosos aos
pacientes, a que tenha dado causa por imperícia, incompetência, imprudência, negligência ou
infrações éticas.

Art. 23º - Deve o psicanalista assumir a responsabilidade dos próprios atos constituindo prática
desonesta atribuir indevidamente seus malogros a terceiros ou a circunstancias ocasionais.

Art. 24º - São absolutamente proibidas ao psicanalista a prática de quaisquer tipos de terapias
ou tratamentos que dê causa a motivações preconceituosas de natureza racial, social, de opção
política, sexual, religiosa ou de qualquer outro gênero.

Art. 25º - Somente deverá estabelecer-se com consultório o psicanalista que estiver devidamente
registrado e credenciado pela Sociedade Psicanalítica e tiver a posse do Alvará da Prefeitura e dos
demais documentos legais.

Capítulo VII
Dos Honorários do Analista

Art. 26º – Pela prestação de seus serviços profissionais o Psicanalista receberá Honorários,
cujos valores e forma de pagamento devem ser combinados entre o Psicanalista e seu paciente, ou
por sua secretária quando houver, devendo ser obedecida a seguinte postura:

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I. O Psicanalista deve cobrar por sessão valor compatível com o nível socioeconômica
da sua cidade ou região ou com a condição financeira do paciente.

II. O Psicanalista não pode usar o constrangimento do cheque pré-datado por sessões ainda
não realizadas.

III. O Psicanalista poderá cobrar as sessões por períodos mensais, desde que isto seja
previamente estabelecido no contrato analítico.

IV. Cabe ao Psicanalista propor o preço por sessão e/ou aceitar a contraproposta vinda do
paciente, nunca quando em níveis ridículos, abaixo do mínimo razoável.

Art. 27º - Só os profissionais legalmente habilitados para o exercício da profissão de psicanalista,


poderão cobrar honorários.

Art. 28º - O psicanalista se conduzirá com moderação na fixação de seus honorários, não devendo fazê-
lo, arbitrariamente, mas, tomando por base os seguintes elementos:

I. As condições em que a consulta, as sessões de análise ou tratamento foram prestados, tais como
horário, local de atendimento, distancia urgência, meio de Transportes, etc.;

II. Material e tempo despendido;

III. Qualidade do trabalho prestado e especialidade.

Art. 29º - O Psicanalista não deve pleitear Honorários:

I. Por serviços prestados a colega que exerça a profissão, exceto quando se tratar de análise ou
tratamento de longa duração.

II. Quando inicialmente for combinado que o atendimento será gratuito.

III. Quando o atendimento não tenha sido solicitado.

Art. 30º - É considerada conduta reprovável:

I. Atender gratuitamente as pessoas possuidoras de recursos financeiros;

II. Cobrar sem motivo justificado, honorários inferiores aos estabelecidos pela praxe do lugar.

Art. 31º - O psicanalista poderá estipular previamente seus honorários e fixá-los, combinando isto com
o paciente já desde a entrevista inicial, mas é censurável, incluir nesta cobrança quaisquer outras despesas
não contratadas ou acordadas com o paciente ou seus responsáveis,

Capitulo VIII
Relações Com a Justiça e Demais Poderes Constituídos

Art. 32º - Sempre que solicitado, o psicanalista deverá colaborar com a Justiça e com os demais Poderes
Públicos Constituídos, ressalvando-se, contudo, o seu compromisso com o sigilo profissional.

Art. 33º - Quando chamado a depor em juízo, o psicanalista deverá comparecer e dar a sua parcela de

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contribuição à justiça, desde que sua fala em depoimento tenha função esclarecedora quanto às condições
e competências mentais ou psíquicas da pessoa sobre quem lhe for perguntado.

Art. 34º - O psicanalista "não deverá", nem poderá ser perito de paciente seu, nem funcionar em perícias
de que seja parte pessoa de sua família, amigo íntimo ou outro colega psicanalista.

Art. 35º - Quando investido em função de perito, o psicanalista deverá exercer tal mister com absoluta
isenção limitando-se a exposição daquilo que tiver conhecimento através de exames, testes e observações
dos trabalhos científicos que lhe forem solicitados, ou já tenham sido realizados, não ultrapassando nunca
a esfera de suas atribuições e competência.

Art. 36º - O Psicanalista investido na função de perito deverá guardar o sigilo pericial.

Capítulo IX
Das Disposições Finais

Art. 37º – O Departamento de Relações Éticas Profissionais poderá baixar normas


complementares a este Código de Ética, sempre o fazendo através de Pareceres e em consonância
com o Conselho Diretor da SPI.

Art. 38º – O presente Código de Ética poderá ser alterado, no todo ou em parte, pela Assembleia
Geral Extraordinária da Sociedade Psicanalítica Ibero-Americana.

Art. 39º – Os casos omissos neste Código de Ética serão objeto de resolução do Conselho
Diretor da Sociedade Psicanalítica Ibero-Americana.

Art. 40º - O presente Código de Ética Psicanalítica entrará em vigor na data de sua aprovação
pelo plenário do Conselho Diretor da Sociedade Psicanalítica Ibero-Americana.

Observação: Este Código de Ética Profissional foi aprovado em reunião plenária do Conselho
Assembleia Geral realizada em 14/07/2016.

Dr. Manoel Dias de Oliveira


Presidente

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