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Modelos de intervenção assistenciais e centrados no trauma; ™
• Atuações clínicas individuais diante de impactos massivos com
dinâmicas coletivas;
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Pouca ação preventiva;
• Escassa sensibilidade cultural;
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Pouca influência do psicossocial nas decisões políticas e
organizacionais.
Grandes problemas a priorizar
• Destacam-se três grandes grupos de problemas psicossociais que sempre
devem ser levados em conta em situações de desastres e emergências: ™
• medo e a aflição, como consequência das perdas e danos e/ou pelo temor
da recorrência da situação traumática;
• Transtornos psicopatológicos ou doenças psiquiátricas evidentes;
Desordem social, violência e consumo de substâncias que viciam.
• Isto inclui atos de vandalismo e de delinquência, rebeliões, demandas
exageradas, abuso sexual, violência intrafamiliar, etc.
Do acima exposto derivam-se três mensagens:
• Não pensemos somente na psicopatologia, mas também na ampla gama de
problemas de alto conteúdo social;
• A necessidade de ampliação do campo de competência dos profissionais
da saúde mental;
• Os problemas psicossociais podem e devem ter assistência — em grande
proporção — por pessoal não especializado.
Etapas nas atuações psicossociais em situações de
emergência
• Em caso de desastres naturais, delimitam-se quatro grandes etapas, para
efeitos práticos, o que nos permite saber o que ocorre aproximadamente em
cada momento e também o que fazer. Em cada período damos ênfase à
dinâmica psicossocial que se desenvolve, tratando de esquematizar e
simplificar o fundamental: ™
• Período prévio ou pré-crítico;
• Período crítico ou da emergência propriamente dita;
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Período pós-crítico;
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Período de recuperação.
• A etapa prévia pode ser mais ou menos prolongada, de acordo com o tipo
de desastre. No entanto, em qualquer caso é vital desenvolver um plano
preventivo que reduza a vulnerabilidade da população.
• O período crítico também é variável quanto à duração e características,
dependendo do tipo de evento e de sua magnitude.
• Nesse momento, o fundamental para a população é sua segurança pessoal e
familiar e a satisfação de suas necessidades básicas e de sobrevivência.
• A etapa pós-crítica se dá num período de 15 a 30 dias após o evento. Na
maior parte das ocasiões, os grupos de ajuda externa e a mobilização das
organizações nacionais intervêm nessa etapa do desastre. Nesses
momentos são trabalhados os processos de intervenção em crise e
atendimento a casos com manifestações psíquicas, inclusive com pessoal
qualificado.
• É importante iniciar o mais cedo possível a preparação para a etapa de
recuperação, em que o setor da saúde e as diferentes instituições nacionais
terão que enfrentar com seus próprios recursos as tarefas normais, além
daquela que corresponde à recuperação psicossocial do desastre.
• As crises devem deixar como consequência um crescimento pessoal e o
fortalecimento dos mecanismos individuais e grupais de se enfrentar o
problema, bem como o fortalecimento da rede de apoio social.
Saúde mental do paciente em aconselhamento
• O Plantão Psicológico e as políticas de saúde mental
• O Plantão Psicológico é pensado e praticado, basicamente, como um
modo de acolher e responder a demandas por ajuda psicológica. Isso
significa colocar à disposição da clientela que o procura um tempo e um
espaço de escuta abertos à diversidade e à pluralidade dessas demandas.
• Diferentemente da triagem que, grosso modo, visa avaliar a adequação
entre o serviço que se presta e a demanda do cliente, no Plantão
Psicológico trata-se, sempre, de responder à demanda, embora haja
momentos e ocasiões em que ela não possa ser atendida no âmbito do
Serviço de Aconselhamento Psicológico (SAP)
• Embora o Plantão Psicológico tenha, a priori, alguns desdobramentos
previstos em sua rotina - tais como início de uma psicoterapia, retornos,
encaminhamentos -, levando em consideração aquilo que o cliente
compreende como sendo a sua necessidade no momento e aquilo que o
serviço em questão pode, adequadamente, oferecer.
• A ponderação sobre este aspecto fundamental - responder à diversidade de
demandas, sem, contudo, poder atendê-las todas - faz pensar no quanto
um serviço de Plantão Psicológico não pode e não deve se tomar como
auto-suficiente.
• Este serviço só pode ser concebido numa relação de solidariedade com os
recursos pessoais da clientela, com os recursos coletivos das comunidades
e, finalmente, com os recursos institucionais das esferas pública e privada
disponíveis na sociedade.
• Propor-se a responder à diversidade e às singularidades das demandas por
ajuda psicológica que se constelam na prática de plantão só é possível
quando essa prática estabelece os laços de solidariedade, as alianças, as
trocas que permitem contar com o apoio de âmbitos mais amplos do que
aqueles que um serviço universitário pode abranger.
• Nas últimas décadas tem-se observado um aumento de clientes em busca
para este tipo de serviços, boa parte deles com experiências emocionais e
condições de vida que requerem cuidados intensos, coincide com a
progressiva degradação da situação socioeconômica da população de
média e baixa renda e a concomitante desarticulação e descaracterização
dos serviços públicos de saúde mental na grande São Paulo.
• O Plantão Psicológico comporta-se como uma porta de entrada para o Serviço de
Aconselhamento Psicológico: uma porta de entrada suficientemente ampla para
que se possa ter contato com a pluralidade dos modos através dos quais a
clientela abre e tematiza seu sofrimento, bem como encaminha um pedido de
ajuda.
Aconselhamento com famílias
• Os serviços de apoio a famílias têm já um percurso e uma história
consideráveis (Manalo & Meezan, 2000).
• De acordo com a definição de Hoagwood (2005), os serviços focados na
família incorporam uma grande variedade de intervenções
disponibilizadas às famílias, ou por elas dinamizadas, relativamente aos
cuidados proporcionados às crianças.
Risco
• O conceito de risco tem-se revestido na literatura de alguma ambiguidade,
sofrendo diversas alterações e assumindo significados e conotações
diferentes ao longo do tempo (Hillesheim & Cruz, 2008). Consideremos,
o risco como a probabilidade de ocorrência de desajustamento futuro
(Werner & Smith, 1992), assumindo que o mesmo é melhor percebido
num contínuo (Rutter, 2005).
• As crianças e jovens em risco são aqueles em suas trajetórias é possível
identificar um conjunto de fatores de natureza constitucional e/ou
ambiental que aumentam a probabilidade de desajustamento ou
aparecimento de perturbações futuras (Werner & Smith, 1992).
• Pelo contrário, crianças e jovens em perigo são aqueles que estão
expostos a situações que podem afetar, no imediato, de forma séria e
grave, a sua integridade física e/ou psicológica.
• As intervenções terapêuticas multifamiliares, originárias do campo do
tratamento da doença mental (Asen, 2002), têm sido adaptadas a outros
contextos e proliferado sob a forma de intervenções psicoeducativas
familiares em grupo (Hughes, 1994; Murray-Swank & Dixon, 2004). Os
programas de educação parental e treino de competências parentais ou
familiares (Bunting, 2004) partilham muitos dos princípios da terapia
multifamiliar, com maior ênfase ora no ensino e treino de competências
ora na partilha de experiências e no suporte emocional e social. Regra
geral estas intervenções têm efeitos positivos adicionais ao nível da
redução do isolamento das famílias e stress parental.