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⁠Ética e Autocuidado na Prática Profissional

Algumas das orientações do Conselho Federal de Psicologia para a atuação de psicólogas(os)


em emergências e desastres

Esses pontos norteadores do Conselho Federal de Psicologia (CFP) destacam a importância


de uma abordagem sensível e ética por parte dos psicólogos que atuam em emergências.

Protagonismo dos afetados: Reconhecer e promover o papel central das pessoas afetadas pela
emergência em todo o processo de intervenção. Isso envolve não apenas ouvir suas vozes,
mas também capacitar e apoiar sua participação ativa na tomada de decisões e na busca por
soluções.
Respeito às singularidades das comunidades e suas formas tradicionais de sobrevivência:
Reconhecer que cada comunidade possui sua própria cultura, valores e formas de lidar com
adversidades. Os psicólogos devem respeitar e valorizar essas singularidades, integrando-se
de maneira sensível às práticas e crenças locais.
Desenvolvimento de redes de cuidado integradas, que valorizem diferentes conhecimentos e
envolvam diversos membros da comunidade: A intervenção psicológica em emergências não
deve ser isolada, mas sim integrada em uma rede ampla de cuidados que envolva
profissionais de saúde, líderes comunitários, organizações não governamentais e instituições
governamentais. É importante reconhecer e valorizar os diversos saberes presentes nessa
rede.
Exercer os princípios éticos da profissão: Em todas as ações e decisões, os psicólogos devem
pautar-se pelos princípios éticos da profissão, como o respeito à dignidade humana, a
autonomia, a justiça, a beneficência e a não maleficência. Isso inclui o respeito à
confidencialidade, o consentimento informado e a garantia de que as intervenções sejam
realizadas de maneira competente e responsável.
Posição crítica sobre a conjuntura política, posicionando-se de acordo com as urgências das
comunidades afetadas: Os psicólogos não devem ser neutros diante das questões políticas que
afetam as comunidades em emergência. Devem posicionar-se de maneira crítica e engajada,
buscando entender as causas estruturais das crises e trabalhando em conjunto com as
comunidades para promover mudanças sociais e políticas que contribuam para a superação
das emergências.

Importância do autocuidado para os profissionais de saúde mental:


Ao lidar com a destruição e sofrimento presentes em um desastre, é inevitável lidar com uma
carga considerável de estresse pessoal, que precisa ser trabalhado para que não cause danos
mais sérios. O estresse pode se manifestar de várias maneiras: aguda, crônica, cumulativa ou
traumática. Quando o quadro de estresse se torna cumulativo, ele pode evoluir para
síndromes e transtornos, sendo que comumente, em situações profissionais de estresse
cumulativo, encontramos a Síndrome de Burnout.
Síndrome de Burnout é caracterizada pela exaustão profissional, dificuldade de realização no
trabalho e despersonalização. A síndrome ocorre quando os sintomas do estresse crônico se
tornam mais graves e persistentes, afetando significativamente o funcionamento diário de
uma pessoa.

CAUSAS DO ESTRESSE:
Exposição ao trauma: O contato direto com sobreviventes de tragédias e desastres pode
expor os psicólogos a relatos de eventos traumáticos e sofrimento intenso, o que pode afetar
emocionalmente os profissionais.
Pressão emocional: Lidar com a dor e o sofrimento dos afetados pode ser emocionalmente
desafiador para os psicólogos, especialmente quando há uma grande quantidade de pessoas
necessitando de apoio emocional.
Carga de trabalho intensa: Em situações de crise, a demanda por serviços psicológicos
pode ser significativamente maior do que a capacidade de atendimento disponível, levando os
psicólogos a lidar com uma carga de trabalho intensa e estressante.
Ambiente de trabalho exigente: Trabalhar em ambientes físicos desafiadores, como zonas
de desastre ou locais onde ocorreram tragédias, pode aumentar o estresse dos psicólogos
devido às condições adversas e à pressão para fornecer serviços em circunstâncias difíceis.
Risco de burnout: O constante contato com o sofrimento humano e a necessidade de
fornecer apoio emocional podem aumentar o risco de burnout entre os psicólogos que
trabalham em situações de tragédia e desastre.
Sentimentos de impotência: Os psicólogos podem enfrentar sentimentos de impotência
diante da magnitude das tragédias e desastres, especialmente quando os recursos disponíveis
são limitados e as necessidades das vítimas são enormes.
Exigências éticas e profissionais: As situações de crise podem apresentar dilemas éticos e
desafios profissionais complexos para os psicólogos, que podem se sentir sobrecarregados ao
tentar equilibrar as necessidades dos indivíduos afetados com as limitações dos recursos
disponíveis.

Para lidar com o estresse, algumas medidas protetivas incluem:


• Estabelecer uma rotina.
• Ter um sono de boa qualidade.
• Praticar exercícios físicos e de relaxamento.
• Procurar ter uma alimentação saudável.
• Buscar apoio social.
• Prestar atenção aos próprios sentimentos e necessidades.
• Embora o estresse e o medo tenham seu papel, é crucial identificar recursos internos
para uma boa saúde mental.
• É imprescindível que a(o) profissional consiga cuidar de si para que possa fornecer o
melhor cuidado possível aos outros.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2016/12/Nota-Técnica-Psicologia-Gestao-de-
Riscos-Versao-para-pdf-13-12.pdf

https://drive.google.com/file/d/1Wb16B3aTn0vKw1OCIOOBVYcOY_MUHxLM/view

https://dac.unb.br/images/DASU/PANDEMIA/Leituras/A_intervencao_psicologica_em_
emergncias.pdf
2. Compromisso profissional O psicólogo deve se esforçar para fornecer um serviço de
alta qualidade, independentemente das circunstâncias em que está trabalhando. Isso
envolve a aplicação de seus conhecimentos e habilidades de forma ética e profissional,
buscando sempre o bem-estar e o melhor interesse dos clientes ou pacientes.

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