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PSICOPATOLOGIA

Psicóloga Clínica e Especialista em


Neuropdagogia , Psicánalise infantil e docência do
ensino superior
Raissa Dias Brito
Crp -23/001094
O processo de diagnóstico

• A fim de tratar transtornos psicológicos, os clínicos devem primeiro ser


capazes de diagnosticá-los.
• O processo de diagnóstico requer, por sua vez, que os profissionais
realizem uma abordagem sistemática à classificação dos transtornos
que vêem em seus pacientes.
• Um manual diagnóstico serve para fornecer diagnósticos
consistentes entre pessoas com base na presença ou
ausência de um conjunto de sintomas específicos.

• Sem um manual diagnóstico preciso, é impossível para o


clínico decidir qual o melhor caminho de tratamento para um
determinado cliente.
• A profissão utiliza dois fatores para avaliar a capacidade de
um manual diagnóstico de cumprir sua função.
• O primeiro é a confiabilidade, significando que os profissionais
aplicarão os diagnósticos consistentemente entre os indivíduos que
têm um conjunto particular de sintomas.
• Um manual não seria muito útil se o sintoma de humor triste levasse
um clínico ao diagnóstico de algum tipo de transtorno depressivo e
outro ao de algum tipo de transtorno de ansiedade.
• O segundo fator é a validade, significando que os
diagnósticos representam fenômenos clínicos reais e distintos
• Criticas

• As companhias de seguros utilizam os códigos diagnósticos que eles


fornecem para determinar os esquemas de pagamento para
tratamento tanto hospitalar quanto ambulatorial.
• É válido estar alerta às críticas a esses sistemas diagnósticos,
particularmente porque servem como um lembrete de que é a pessoa,
e não a doença, que os clínicos visam ajudar.
• Os clínicos usam os termos e definições-padrão contidos no
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais
(DSM) publicado pela American Psychiatric Association.
Organizamos este texto de acordo com a versão mais
recente, que é o DSM-5, ou quinta edição (American
Psychiatric Association, 2013).
• O Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais
(DSM-5)
• O DSM-5 é dividido em 22 capítulos que incluem conjuntos de
transtornos relacionados.
• Os capítulos são organizados de modo que os transtornos
relacionados apareçam mais próximos uns dos outros.
• A maioria dos profissionais da saúde mental fora dos Estados Unidos
e do Canadá usam o sistema diagnóstico da Organização Mundial da
Saúde (OMS), que é a Classificação internacional de doenças
(CID).
• A OMS desenvolveu a CID como um instrumento epidemiológico. Com
um sistema diagnóstico comum, as 110 nações-membro podem
comparar as taxas de doença e assegurar-se de que empregam a
mesma terminologia por uma questão de consistência.
• A CID-11 foi adotada na Assembleia Mundial da Saúde em maio de
2019.
• Procedimentos diagnósticos:
• Fundamental ao diagnóstico é obter a descrição mais clara possível
dos sintomas de um cliente, tanto os que ele relata como aqueles que
o clínico observa.
• Os clínicos em primeiro lugar escutam os clientes enquanto
descrevem a experiência de seus sintomas, mas devem em seguida
acompanhar isso com uma abordagem mais sistemática ao
diagnóstico.
• Procedimentos diagnósticos:
• O clínico deve determinar a natureza exata dos sintomas de um
cliente, o tempo durante o qual ele os tem experimentado e quaisquer
sintomas associados.
• No processo, o profissional também obtém informações sobre a
história pessoal e familiar do cliente.
• Ao fazer perguntas dessa maneira, começa a formular o diagnóstico
principal – ou seja, o transtorno mais estreitamente. alinhado com
a razão principal de o indivíduo estar buscando ajuda profissional.
• Procedimentos diagnósticos:
• Para muitos clientes, os sintomas que experimentam refletem a
presença de mais de um diagnóstico principal. Nesses casos, usamos
o termo comórbido, significando literalmente dois (ou mais)
transtornos.
• As comorbidades mais comuns envolvem abuso de drogas e/ou álcool
com outros transtornos psiquiátricos.
• Procedimentos diagnósticos:
• O diagnóstico diferencial, a exclusão de diagnósticos
alternativos, é um passo crucial no processo de diagnóstico.

• É importante que o clínico elimine a possibilidade de que o cliente


esteja experimentando um transtorno diferente ou talvez um transtorno
adicional.
• Formulação de caso
• Para obter uma avaliação completa do transtorno do cliente, o clínico
desenvolve uma formulação de caso: uma análise do
desenvolvimento do cliente e os fatores que poderiam ter
influenciado seu estado psicológico atual.
• A formulação de caso fornece uma análise que transforma o
diagnóstico de um conjunto de números de código em uma porção rica
de informações descritivas sobre a história pessoal do cliente.

• Com essas informações, o clínico pode criar um plano de tratamento


específico para os sintomas, as experiências passadas únicas e o
potencial para crescimento futuro do sujeito.

• Entender o cliente de um ponto de vista do desenvolvimento é crucial


para fornecer uma formulação de caso minuciosa.
• Formulação cultural
• Os clínicos precisam levar em consideração a origem cultural
do cliente ao fazer diagnósticos.
• As formulações culturais são importantes para entender os
transtornos psicológicos de um ponto de vista biopsicossocial.
Planejamento do tratamento:
• Os clínicos normalmente acompanham a fase de
diagnóstico com um plano de tratamento, um resumo
de como a terapia deve ser realizada. Nele descrevem
as metas, o local e a modalidade de tratamento e a
abordagem teórica.
Metas do tratamento: O primeiro passo no planejamento do
tratamento é estabelecer as metas da terapêutica,que variam de
imediatas a de longo prazo.

De maneira ideal, esses objetivos refletem o que ele sabe tanto sobre
o transtorno como sobre a terapia recomendada e sobre as
necessidades e preocupações particulares do cliente.
Metas do tratamento:
A meta imediata no tratamento de clientes em crise é garantir que seus
sintomas sejam tratados, sobretudo se são um risco para os próprios
sujeitos ou para os outros.
• O clínico pode precisar hospitalizar um cliente que esteja gravemente
deprimido e suicida. O plano de tratamento pode apenas incluir essa
meta imediata até que o profissional tenha um entendimento mais
amplo da situação do indivíduo.
• As metas de curto prazo são voltadas para o alívio dos sintomas do
cliente com relação a comportamento, pensamento ou emoções
problemáticos.
Local do tratamento: Hospitais psiquiátricos, Clinicas, UBS, CRAS,
CREAS, CAPS.

Modalidade de tratamento
• A modalidade, ou a forma pela qual o clínico oferece psicoterapia,
é outro componente crucial do plano de tratamento.
• Os clínicos recomendam uma ou mais modalidades, dependendo da
natureza dos sintomas do cliente e da necessidade do envolvimento
de outras pessoas de seu convívio.
• Os clientes recebem tratamento em uma base pessoal na
psicoterapia individual.
• Terapia familiar, o terapeuta, entretanto, vê o sistema familiar
inteiro como o alvo do tratamento.

• A terapia de grupo fornece uma modalidade na qual


clientes que enfrentam problemas semelhantes podem
compartilhar abertamente suas dificuldades com outros,
recebem feedback, desenvolvem confiança e melhoram suas
habilidades interpessoais.
• O curso do tratamento:
• A forma como o tratamento prossegue é consequência das
contribuições do clínico e do cliente.
• Cada um deles tem um papel na determinação do desfecho
do caso, assim como a interação única de suas
personalidades, capacidades e expectativas.
• O papel do clínico no tratamento
• Acima e além de quaisquer técnicas que um profissional
utilize para tratar os problemas de um cliente, a qualidade do
relacionamento entre eles é um determinante crucial de a
terapia ser ou não bem-sucedida.
• Um bom terapeuta faz mais do que administrar objetivamente
o tratamento a um cliente.
• Os melhores clínicos introduzem no relacionamento
terapêutico um interesse pessoal, uma preocupação e um
respeito pelo cliente.
• O papel do cliente no tratamento:
• Em situações ideais, a psicoterapia é um empreendimento conjunto no
qual o cliente desempenha um papel ativo. Compete basicamente a
ele descrever e identificar a natureza de seu transtorno.
• As atitudes do cliente em relação à terapia e ao terapeuta são uma
parte importante da contribuição que ele dá ao relacionamento
terapêutico. Há uma qualidade especial na ajuda que o cliente está
pedindo; envolve material que pode ser doloroso, constrangedor
e pessoalmente revelador que ele não está acostumado a revelar
para outro indivíduo.
• A maioria das pessoas sente-se muito mais à vontade discutindo seus
problemas médicos, legais, financeiros e outros fora da esfera das
emoções.
• As atitudes sociais em relação aos transtornos psicológicos também
têm um papel. As pessoas podem sentir que devem ser capazes de
lidar com seus problemas emocionais sem procurar ajuda.
• Podem acreditar que, se não puderem resolver seus próprios
problemas emocionais, são imaturas ou incompetentes.
• Com tantas forças potenciais afastando-o de buscar terapia, o passo
inicial é às vezes o mais difícil.
• Por isso, o relacionamento terapêutico requer que o cliente esteja
disposto a trabalhar com o clínico em parceria e preparado para
suportar a dor e o constrangimento envolvidos em fazer revelações
pessoais.
• Ademais, também é necessária uma disposição para quebrar velhos
padrões e tentar novas formas de se ver, bem como de se relacionar,
com os outros.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Bibliografia:
Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais [recurso
eletrônico] / Paulo Dalgalarrondo. – 3. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2019.
Jaspers, K. Psicopatologia Geral. São Paulo, Atheneu; 1996.

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