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DIVISÃO TRABALHO EM SAÚDE E EM

ENFERMAGEM
Aspectos históricos
◦ Divisão sexual do trabalho (idade e vigor corporal).
◦ Vida em sociedade: aprofundamento do sistema de trocas entre diferentes grupos e
sociedades: divisão do trabalho em especialidades produtivas.
◦ Idade média: artesãos.
◦ Industrialização: divisão parcelar do trabalho e hierarquia verificada na emergência
das fábricas e do modo de produção capitalista.

O que é a divisão do trabalho?


É a atribuição de diferentes tarefas para diferentes pessoas ou grupos

Divisão Social do Trabalho


◦ Designa a divisão do trabalho social em atividades produtivas, ou ramos de
atividades necessárias para a reprodução da vida.

Divisão técnica do trabalho (parcelar ou manufatureira)


◦ Típica do modo de produção capitalista.
◦ Refere-se à fragmentação de uma especialidade produtiva em numerosas
operações limitadas, de modo que o produto resulta de uma grande quantidade de
operações executadas por trabalhadores especializados em cada tarefa.
◦ Surge em meados do século XVIII com a manufatura e caracteriza o sistema de
fábricas

Essa forma de divisão do trabalho não apenas fragmenta o processo


permitindo um aumento da produtividade como também hierarquiza as atividades,
atribuindo valores diferentes a cada tarefa executada por diferentes trabalhadores
ou grupo de trabalhadores específicos.
Assim, aumenta a produtividade não só pelo aumento numérico dos produtos
sem uma determinada unidade de tempo como também aumenta a produtividade
diminuindo o custo da força de trabalho.
Divisão sexual do trabalho
Expressar diferentes papéis atribuídos a homens e mulheres na sociedade e no
processo produtivo.
◦ Na sociedade capitalista cabe às mulheres o cuidado dos filhos e aos homens o
trabalho remunerado e as atividades de maior prestígio social
◦ Com a urbanização e ampliação do acesso à educação houve um aumento do
ingresso das mulheres no mercado de trabalho.

DIVISÃO TÉCNICA DO TRABALHO EM SAÚDE

O ato assistencial em saúde, até hoje, pode ser realizado de forma


independente/autônoma, contudo, a complexidade dos problemas, dos
conhecimentos acumulados no campo da saúde e do instrumental envolvido na
assistência faz com que o trabalho seja melhor executado quando formando por uma
equipe, fazendo a divisão técnica ou parcelando o trabalho.

Organização do trabalho coletivo em saúde na qual se identificam:

 Fragmentação do processo de cuidar


 Separação entre concepção e execução
 Padronização de tarefas distribuídas entre os diversos agentes
 Hierarquização de atividades com atribuição de diferentes valores à
remuneração da força de trabalho

O modelo da biomedicina ficou bem caracterizado com o chamado MODELO


FLEXNERIANO baseado no relatório do mesmo nome e datado de 1910. Orientou a
organização das escolas médicas nos EUA e estruturou um modelo de organização que
fragmentou o ensino e, consequentemente, o entendimento do objeto de trabalho

Relatório Flexner

 Os profissionais de saúde exercem certa autonomia técnica concebida como


liberdade de julgamento e tomada de decisão frente às necessidades de
saúde dos usuários. Essa característica ocorre com as diferenças técnicas
especializadas e a desigualdade de valor atribuído a esses distintos trabalhos.
Divisão social do trabalho: Especialização das atividades na sociedade e são atividades
necessárias à reprodução da vida.
Divisão sexual do trabalho: Diferentes papéis atribuídos a homens e mulheres na
sociedade e no processo produtivo.
Divisão parcelar ou técnica do trabalho: Fragmentação de uma especialidade produtiva
em numerosas operações limitadas, de modo que o produto resulta de uma grande
quantidade de operações executadas por trabalhadores especializados em cada área.

 A Enfermagem é um trabalho desenvolvido por trabalhadores com graus


diferenciados de escolaridade.

O que o enfermeiro faz?


- Aos enfermeiros cabe o gerenciamento da assistência de enfermagem, com maior
aproximação e controle sobre a concepção e o processo de cuidar; e aos demais
trabalhadores que compõem a equipe cabe a execução de tarefas delegadas.
Processo de cuidar:

 Assistir: cuidados de indivíduos, família e comunidade. Promover, manter e


recuperar a saúde
 Administrar: controlar recursos humanos requeridos ao cuidado e
planejamento no assistir em enfermagem. Coordenar o processo de trabalho.
 Educar: educação de indivíduos comunidade e família sobre saúde
 Pesquisar: descobrir novas e melhores formas de assistir, gerencias, ensinar e
pesquisar em enfermagem
 Participação política: conquistar melhores condições de operar os outros
processos de trabalho

SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM – SAE

 O SAE é uma ferramenta para gestão do cuidado por envolver aspectos que
transcendem ao cuidado direto, possibilitando a avaliação da eficiência e
eficácia das atividades realizadas e contribuindo para tomada de decisão
gerencial e política, visando a excelência do cuidado.
- Para o COFEN, a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE “organiza o
trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando possível a
operacionalização das etapas do processo de enfermagem”
- É indispensável o aprofundamento teórico no estudo da profissão de enfermagem
para subsidiar proposições condizentes com a complexidade de seus conflitos e com a
sua superação.

 A SAE é bem mais ampla do que o Processo de Enfermagem (PE), sendo este
um dos seus componentes.

RESOLUÇÃO COFEN358/2009 - Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de


Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos
ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras
providências

I - Coleta de dados de Enfermagem: envolve a obtenção de informações relevantes e


precisas sobre o estado de saúde de um paciente esses dados ajudam os profissionais
de enfermagem a avaliar, planejar, implementar e avaliar intervenções de cuidados
adequadas
II - Diagnóstico de Enfermagem: envolve a identificação e formulação de problemas de
saúde reais ou potenciais enfrentados pelo paciente, esses diagnósticos de
enfermagem visam descrever as respostas do paciente a problemas de saúde ou às
mudanças no estado de saúde.
III – Planejamento de Enfermagem: é a etapa do processo de enfermagem que envolve
a criação de um plano de cuidados individualizado e abrangente para o paciente, esse
plano é desenvolvido com base nos dados coletados durante a avaliação do paciente e
nos diagnósticos de enfermagem identificados. Seu objetivo é fornecer orientações
claras sobre as intervenções que serão realizadas para atender às necessidades de
saúde do paciente e alcançar os objetivos estabelecidos
IV – Implementação: A implementação de enfermagem é a etapa do processo de
cuidados de saúde em que os planos de cuidados são executados, os enfermeiros
realizam as intervenções planejadas para atender às necessidades de saúde do
paciente e alcançar os objetivos estabelecidos. A implementação envolve a aplicação
prática dos conhecimentos e habilidades de enfermagem para fornecer cuidados de
qualidade
V – Avaliação de Enfermagem: é a fase final e é essencial para determinar a eficácia
das intervenções realizadas e o progresso do paciente em relação aos objetivos
estabelecidos no plano de cuidados. A avaliação é um processo contínuo que envolve a
coleta e interpretação de informações sobre o estado de saúde do paciente, bem
como a revisão do plano de cuidados com base nas mudanças observadas
I – Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem) – processo
deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e técnicas
variadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a pessoa, família ou
coletividade humana e sobre suas respostas em um dado momento do processo saúde
e doença.

II – Diagnóstico de Enfermagem – processo de interpretação e agrupamento dos dados


coletados na primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão sobre os conceitos
diagnósticos de enfermagem que representam, com mais exatidão, as respostas da
pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do processo saúde e
doença; e que constituem a base para a seleção das ações ou intervenções com as
quais se objetiva alcançar os resultados esperados.

III – Planejamento de Enfermagem – determinação dos resultados que se espera


alcançar; e das ações ou intervenções de enfermagem que serão realizadas face às
respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do
processo saúde e doença, identificadas na etapa de Diagnóstico de Enfermagem.

IV – Implementação – realização das ações ou intervenções determinadas na etapa de


Planejamento de Enfermagem.

V – Avaliação de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e contínuo de


verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família ou coletividade humana em
um dado momento do processo saúde doença, para determinar se as ações ou
intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado; e de verificação da
necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do Processo de Enfermagem.

PROCESSO DE ENFERMAGEM - PE

 O PE representa o modo de fazer e de pensar do profissional de Enfermagem,


possibilita a organização das condições necessárias à realização do cuidado e a
documentação da prática profissional, que deve ser realizado de modo
deliberado e sistemático
O PE abrange os elementos fundamentais de nossa prática de cuidado, dos quais, o
diagnóstico, a prescrição de intervenções de enfermagem e a avaliação dos resultados
da assistência de enfermagem são de competência exclusiva do enfermeiro.

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