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UNIVERSIDADE PITAGORAS UNOPAR

CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

ROSELY DO CARMO VALENTE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR EM


ENFERMAGEM

Portel-PA
2023
ROSELY DO CARMO VALENTE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR EM


ENFERMAGEM

Relatório de Estágio em Enfermagem apresentado como


requisito parcial para a integralização curricular.

Orientador: Prof. Jessica Pinto Dias

Portel-PA
2023
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................3
2 DESENVOLVIMENTO: APROXIMAÇÃO TEÓRICO PRÁTICA...........................5
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................10
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 11
4 ANEXOS.............................................................................................................13
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1 INTRODUÇÃO

O referido relatório pretende discorrer sobre o período enriquecedor que nós,


alunos da UNOPAR, passamos na Unidade de Saúde da Família Castanheira, bairro
Castanheira, Portel - Pará relatando atividades realizadas durante o Estágio
Supervisionado II. As atividades programadas foram realizadas das segundas às
sextas-feiras, desenvolvida durante o período de 16 de novembro de 2022 a 16 de
fevereiro de 2023 no turno vespertino (de 13:15 às 19:15). O estágio tratou-se do
desenvolvimento de atividades pertinentes ao enfermeiro, validando o que foi
aprendido na prática durante dez semestres, o que contribui para a nossa formação
acadêmica, oportunizando o aprendizado técnico - cientifico assistencial e gerencial.
Entre os serviços prestados pela equipe da Unidade Básica de Saúde Castanheira
cito o acolhimento na triagem, consultas de enfermagem abrangendo aos programas
oferecidos pelo Ministério da Saúde, atendimentos em clínica geral e especialistas
(pediatra, ginecologista e cardiologista), atendimento odontológico, visitas
domiciliares, realização de curativos, imunizações, além da dispensação de
medicamentos pela farmácia básica da unidade. O objetivo deste relatório é
descrever o campo de estágio, desde a área física da UBS até as atividades
desenvolvidas e experiência vivenciadas pelo grupo, além de apresentar problemas
captados pela equipe e desenvolvidos no Planejamento e programação local de
saúde e suas possíveis soluções.
De acordo com a Portaria nº 340, de 4 de março de 2013 que redefine o
componente construção do Programa de requalificação de Unidades Básicas de
Saúde (UBS), a UBS Castanheira possui estrutura física adequada para os
atendimentos básicos preconizados pelo Ministério da Saúde, sendo composta por:
01 Copa; 01 Consultórios médicos; 01 Consultório odontológico; 01 Consultório de
enfermagem; 01 Sala dos ACS; 01 Sala de Almoxarifado, 01 Sala de Curativo; 01
Sala de Triagem; 01 Sala de Vacina; 01 Sala de esterilização; 01 Sala de triagem 01
Recepção; 04 Banheiros: 01 para deficientes, 01 para funcionários, 02 para o
público (masculino e feminino).
Programas implantados e funcionando na UBS Castanheira, Crescimento e
desenvolvimento; Programa Nacional de Imunização; Programa Nacional de
Triagem Neonatal; Programa Saúde na Escola; Estratégia de Saúde da Família;
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Cartão Nacional de Saúde (CNS); DigiSUS Pré-Natal; Planejamento Familiar;


Tuberculose; Hanseníase. Política Nacional de Saúde Bucal, Triagem pré-natal,
além de serviços como curativos, nebulização, aferição de pressão arterial, dosagem
de glicose pós prandial, e peso e altura para bolsa família.
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2 DESENVOLVIMENTO: APROXIMAÇÃO TEÓRICO PRÁTICA

2.1 Ações gerenciais do enfermeiro da unidade

A atuação do enfermeiro gestor na Unidade Básica de Saúde, considerando


sua importância na melhoria do desempenho da equipe de saúde e dos cuidados
prestados aos usuários. O enfermeiro gestor tem assumido cada vez mais funções
gerenciais em todos os níveis de atenção à saúde, principalmente na coordenação
de programas gestados pelos governos federal, estadual e municipal e no
gerenciamento de unidades de saúde, sua atuação contribui para a melhoria desses
serviços (PETERLINI; ZAGONEL, 2006). Com isso, o enfermeiro gestor tem como
funções: gerenciar, liderar e organizar a operacionalização das ações de sua equipe
de enfermagem, planejando e coordenando as atividades desenvolvidas durante o
período de trabalho, controlando o tempo de realização e dirigindo os integrantes de
sua equipe, delegando atividades a serem desenvolvidas para melhor satisfazer as
necessidades do usuário atendido; tendo em vista, a excelência do trabalho da
equipe multidisciplinar de saúde.
A gestão oportuniza que o enfermeiro esteja diretamente na atividade de
gerenciamento, frente a frente com situações diversas, cuja complexidade oscila
entre as mais corriqueiras e as mais complexas, onde as quais deve apresentar
decisões que alcancem a qualidade do atendimento oferecido à comunidade. A
literatura expõe que há um conjunto de estudos sobre o processo de trabalho do
enfermeiro gestor, evidenciando a predominância das atividades gerenciais e dando
ênfase no gerenciamento dos serviços de saúde que serão disponíveis a população
(HAUSMANN; PEDUZZI, 2009).
Gerenciar é a função administrativa da mais alta importância – é o processo
de tomar decisões que afetam a estrutura, os processos de produção e o produto de
um sistema. Implica coordenar os esforços das várias partes desse sistema,
controlar os processos e o rendimento das partes e avaliar os produtos finais e
resultados. Numa organização o gerente se responsabiliza pelo uso efetivo e
eficiente dos insumos, de forma a traduzi-los em produtos (serviços, por exemplo)
que levam a organização a atingir os resultados que se esperam dela (PASSOS;
CIOSAK. 2006, p. 465). Atualmente, existe um número significativo de enfermeiros
que vem assumindo as ações e funções de gestão nas Unidades Básicas de Saúde.
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No conjunto sócio-histórico político, o enfermeiro gerente elabora pensamentos,


desenvolve ações e idealiza projetos afins de organizar o trabalho, focalizando a
produção de bens e serviços. Sendo necessário correlacionar enfermagem e a
Atenção Básica, para assim compreender qual a real ação do enfermeiro gestor de
Unidade Básica de Saúde (PETERLINI; ZAGONEL, 2006).
Desse modo, a Atenção Básica compreende-se como uma estratégia, para
alcançar o avanço da cobertura das ações de saúde. Ela é desenvolvida pelas
Unidades Básicas de Saúde e corresponde como porta de entrada do usuário ao
Sistema Único de Saúde, condicionada para um específico grupo populacional, que
habita ou trabalha em determinada área geográfica de sua abrangência. Contudo, é
fundamental que o enfermeiro realize com eficiência, efetividade e eficácia suas
funções gerenciais e administrativas dentro de sua unidade de saúde, fazendo com
que o trabalho oferecido por essa instituição seja resolutivo e de qualidade, ao
usuário atendido, ressaltando suas necessidades no âmbito da saúde. A partir
destas compreensões teóricas, percebemos a gerência como ferramenta do método
de trabalho, já configurado à rede primária de serviços de saúde, ou seja, sua ação
gerencial é decisiva no processo de organização dos serviços de saúde e essencial
na efetivação de políticas sociais, em particular, as de saúde. No entanto, em
algumas situações os escassos recursos de origem organizacional, cognitivo,
material e ético, fazem com que o trabalho gerencial se reduza a controlar e
executar tarefas visando alcançar o produto e o impacto esperado (PASSOS;
CIOSAK, 2006).
2.2 Ações assistenciais do enfermeiro da unidade

O enfermeiro integra a equipe a equipe de saúde e assume a gerencia da


ESF. Deve ser capaz de planejar, organizar, desenvolver e avaliar ações que
respondam às necessidades da comunidade, na articulação com os diversos setores
envolvidos na promoção da saúde e para tanto, necessita de conhecimento e
preparo para assumir essa competência (FIRMINO et al., 2016). Para executar essa
diversidade de ações (comuns e específicas) que lhe competem, o enfermeiro
necessita desenvolver várias competências, as quais nem sempre os cursos de
graduação e as especializações da área conseguem suprir, sendo fundamental que
os serviços desenvolvam Programas de Educação Permanente. Dentre a gama de
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atividades desenvolvidas na APS por este profissional, a consulta de enfermagem é


considerada uma das mais relevantes (FERREIRA; PERICO; DIAS, 2018).
Percebe-se a consulta de enfermagem como um espaço propício para o
desenvolvimento das práticas de cuidado, pois nela o enfermeiro tem a oportunidade
de ouvir demandas, avaliar as condições de saúde físicas e psicoemocionais,
conhecer mais profundamente o usuário e orientar, uma vez que ele pode utilizá-la
para entender o contexto emocional, social e as relações familiares (ACIOLI et al.,
2014). Considerando que o enfermeiro em seu processo de trabalho é um
profissional dinâmico, que deve estar atento e ser assertivo em suas condutas, a
comunicação se faz notável para o desenvolvimento e implementação de todas as
atividades, devendo ser realizada de maneira adequada com vistas a diminuir ruídos
e distância entre a equipe e a comunidade.
Nessa direção, a comunicação pode ser considerada fundamental para o
cuidado em enfermagem e, por meio de linguagem verbal e não verbal, bem como
pela utilização de técnicas efetivas de comunicação, o enfermeiro perceberá sinais,
gestos e movimentos que expressam as verdadeiras necessidades dos usuários,
proporcionando um compartilhar de ideias, pensamentos e sentimentos de maneira
clara e objetiva (LOPES et al., 2020).

2.3 Experiências pessoais

O profissional de saúde deve enxergá-la em sua totalidade, com


características e funcionamento próprios, prestando atenção na relação que a
família estabelece com a mesma, nas formas de cuidado, relação com o ambiente
escolar, enfim, na maneira como ela é vista e recebida pela família. Durante a
consulta de planejamento familiar foram abordados assuntos referentes ao contexto
dos direitos reprodutivos, objetivando, principalmente, a garantia de um direito
básico de cidadania previsto na Constituição Brasileira, que é o ter ou não ter filhos.
Neste momento eram feitas algumas orientações indispensáveis em relação a
proteção contra as Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), imunização contra
hepatite B, autoexame das mamas, importância da realização periódica do exame
citológico do colo uterino, orientação em relação aos métodos contraceptivos e
prescrição dos mesmos.
Observa-se que a abordagem realizada na consulta de planejamento familiar
seguiu o que está preconizado. Brasil (2010) no Caderno de Saúde Sexual e
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Reprodutiva traz que “a atenção em saúde sexual e em saúde reprodutiva é uma


das áreas de atuação prioritárias da Atenção Básica à saúde e deve ser ofertado
observando-se como princípio o respeito aos direitos sexuais e aos direitos
reprodutivos” p.09.
Em relação ao atendimento ao hipertenso e diabético, o estagiário não teve
oportunidade de realizar consulta com este público mesmo tendo se preparado para
tal. Nas consultas de pré-natal foi verificado o quanto é importante a assistência de
enfermagem nesta fase do ciclo vital, fato este que permitiu que o estagiário
oferecesse orientações e uma abordagem integral a gestante, objetivando, com isso,
o desenvolvimento das ações direcionadas a detecção precoce da gestação, como
também o acompanhamento regular de cada fase da mesma.
O acompanhamento pré-natal tem como objetivo assegurar o
desenvolvimento da gestação, tornando possível o nascimento de um recém-
nascido saudável, sem complicações para a saúde materna, devendo ser abordado
inclusive abordando os aspectos psicossociais e as atividades educativas e
preventivas. Caderno de Atenção ao Pré-natal de Baixo Risco (BRASIL, 2012b).
Em se tratando da coleta do exame citológico do colo uterino, este momento,
assim como no planejamento familiar, tornou-se oportuno para que as informações
referentes as DST’s fossem passadas, orientações de promoção da saúde e
prevenção, estímulo a realização do autoexame das mamas, realização do exame
clínico das mamas na consulta, imunização, investigação de possíveis fatores de
risco para desenvolvimento do câncer de colo uterino e exame físico céfalo caudal.
Quanto as atividades desenvolvidas na sala de vacina, estas eram focadas na
imunização das crianças com as respectivas orientações as mães ou responsáveis,
atualização de cartão vacinal, cadastro de novos usuários no sistema, triagem pré-
natal e neonatal, preparação da sala e das vacinas a serem administradas, controle
de temperatura das geladeiras e do ambiente e notificação de eventos adversos.
Além das atividades descritas foi realizado consulta ao idoso, consulta de saúde
mental, consulta a usuário com hanseníase, encaminhamentos, administração de
medicamentos, curativos, retirada de pontos, atividades de gerência, visita
domiciliar, reuniões com a equipe, educação em saúde (sala de espera), educação
em serviço, participação de eventos promovidos pela SMS, elaboração de
Procedimento operacional Padrão (POP); controle, pedido e recepção e organização
de recursos materiais.
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Foram trabalhados temas como: HIV/DST/AIDS, contracepção, Zika Vírus,


Dengue, Chikungunya, cuidados com a pele durante o verão, cuidados com o pé
diabético, hábitos de vida saudável, tuberculose, hanseníase, imunização dentre
outros. Atividades como estas são indispensáveis, uma vez que os usuários do
serviço terão acesso as informações relacionadas a estes temas, contribuindo desta
forma com a disseminação do conhecimento na comunidade em que está inserida.
Ainda sobre a educação em saúde,
Dantas (2010) afirma que atividades como esta, requer participação ativa e
também um maior empenho da equipe de saúde que a desenvolve, almejando com
isso o fortalecimento dos vínculos e contribuição, sendo essencial a implementação
de metodologias dialogadas, tanto com os usuários como também com os membros
da equipe que estão comprometidos em relação a qualidade da assistência e
melhoria da saúde da comunidade.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao término de alguns meses em contato com os pacientes e equipe da UBS


Castanheira, a certeza de que todas as oportunidades ofertadas foram abraçadas,
vivenciadas e vencidas é real. Algumas dificuldades superadas, alguns medos
extintos enfim, foi realizado tudo aquilo que foi proposto e a sensação de dever
cumprido é enorme.
Vivenciamos, práticas, ações, resoluções, situações, relações que jamais
passarão despercebidas e que servirão para alicerçar a construção do saber. Tudo
que foi visto, ouvido, aprendido, questionado e construído acompanhará
profissionais que ao buscar suas histórias passadas lembrarão com zelo da estadia
no seio da família UBS Castanheira.
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REFERÊNCIAS

ANDRÉ AM, CIAMPONE MHT. Competências para a gestão de unidades básicas de


saúde: percepção do gestor. Rev. Esc. Enferm.,-UPS, São Paulo, 2007.

BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília:


Ministério da Saúde, 2012. (Série E. Legislação em Saúde)

COFEN. Conselho Federal De Enfermagem. Resolução COFEN-194/1997. Rio de


Janeiro,18 de fevereiro de 1997.

ELIAS PE, FERREIRA CW, ALVES MCG, COHN A, KISHIMA V, ESCRISÃO


JUNIOR A, GOMES A, BOUSQUAT A. Atenção Básica em Saúde: comparação
entre PSF e UBS por estrato de exclusão social no município de São Paulo. Ciência
& Saúde Coletiva. São Paulo, 2006.

FERNANDES MC, BARROS AS, SILVA LMS, NÓBREGA MFB, SILVA MRF,
TORRES RAM. Análise da atuação do enfermeiro na gerência de unidades básicas
de saúde. Rev. Bras. Enferm., Brasília, 2010.

FERREIRA, Adriano Galvão. Programa de estruturação física para atenção


básicarequalifica UBS: investimento em acesso e qualidade. 2014.

HAUSMANN M, PEDUZZI M. Articulação entre as dimensões gerencial e


assistencial do processo de trabalho do enfermeiro. Texto Contexto Enferm.,
Florianópolis, 2009.

MONTEIRO, Michele Mota; FIGUEIREDO, Virgínia Paiva; MACHADO, Maria de


Fátima Antero Sousa. Formação do vínculo na implantação do Programa Saúde da
Família numa Unidade Básica de Saúde. Revista da Escola de Enfermagem da
USP, v. 43, n. 2, p. 358-364, 2009.

PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017


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4 ANEXOS

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