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Exame Final Nacional de 2020 – Época Especial Sugestão de resolução

Física e Química A 11.⁰ ano

GRUPO I

1. (B)
Durante o percurso das bolas B e V, desprezando a resistência do ar, a única força que atua sobre
cada uma das bolas é igual à força gravítica, que será a força resultante, representada,
respetivamente, por FB e FV .

A força gravítica, Fg , tem direção vertical e sentido descendente, pelo que se eliminam as opções (C)
e (D). Todos os corpos que se encontram próximo da superfície da Terra e apenas sob a ação da
gravidade têm a mesma aceleração, a aceleração gravítica, g. De acordo com a 2.ª Lei de Newton,
Fg = m g .

Como m (B)  m ( V ) , vem FB  FV , o que está de acordo com a opção (B).

2. (D)
A força gravítica é uma força conservativa, isto é, o trabalho realizado por esta força é independente
da trajetória, dependendo apenas da posição inicial e final.
O trabalho realizado pela força gravítica, durante qualquer percurso, é simétrico da variação da
energia potencial gravítica.

Assim, WF = −Ep = mg ( h − h0 ) .
g

Como, para cada uma das bolas, m é constante, o trabalho realizado pela força gravítica que atua em
cada uma das bolas, desde a posição em que a bola é lançada até atingir o solo, depende,
exclusivamente, da distância da bola ao solo na posição em que é lançada, o que está de acordo com
a opção (D).

3.
3.1. (C)
De acordo com o referencial escolhido e com a equação que representa o valor das componentes
escalares das posições da bola B, em função do tempo, verifica-se que a componente escalar da
aceleração, ay , B , será:

1
 ay , B = −4,88  ay , B = −9,76 m s−2
2
Conclui-se, assim, que a componente escalar da aceleração da bola de basquetebol em função do
tempo é constante e negativa, o que está de acordo com a opção (C).

3.2. Utilizando uma calculadora gráfica e abrindo


uma página de gráficos, introduzem-se as
expressões das componentes escalares das
posições da bola de basquetebol B ( f1) e da
bola de voleibol V ( f2) .

A figura ao lado representa os gráficos das duas


funções.
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Seguidamente analisa-se o gráfico para


determinar o ponto de interseção.

As coordenadas desse ponto são (0.74,1.92), ou


seja, no instante 0,74 s as bolas têm a mesma
componente escalar da posição, 1,92 m.

Sabendo que a componente escalar da velocidade é obtida a partir do declive da reta tangente ao
gráfico da componente escalar da posição, em função do tempo, no instante em que as bolas têm a
mesma componente escalar da posição, há que solicitar essa tangente ao gráfico f2, no instante 0,74 s.
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Na figura ao lado, surge o traçado dessa tangente


no instante pretendido, assim como a respetiva
expressão.
Verifica-se que o declive da tangente tem o valor
de –3,63.
Conclui-se, assim, que a componente escalar da
velocidade da bola de voleibol é –3,63 m/s.

Outro processo de responder à questão, depois de ter determinado o ponto de interseção, é pedir o
valor da derivada da função f2 no instante 0,74 s.

O valor obtido é –3,63 m/s.

4. (A)
Considerando desprezável a resistência do ar, após a primeira colisão com o solo até ao instante
imediatamente anterior ao da segunda colisão com o solo, a única força que atua sobre a bola é o
peso, que é uma força conservativa. Num sistema conservativo, há conservação de energia mecânica,
Em = constante . Assim, a única opção que está de acordo com esta condição é a (A).
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GRUPO II

1. O principal processo de transferência de energia responsável pelo aumento de temperatura das


esferas é o trabalho.
Durante a colisão das esferas com a base inferior do tubo, a energia cinética que elas adquiriram
durante a queda vai ser anulada pelo trabalho de forças resistentes no interior das esferas, que
provocam maior agitação das partículas constituintes, manifestando-se macroscopicamente por um
aumento de temperatura.

2. (C)
No intervalo de tempo considerado, na colisão das esferas com a base do tubo ocorre uma
diminuição da energia mecânica do sistema esferas +Terra , pois, como foi dito no enunciado,
considera-se que a transferência de energia das esferas para no tubo não é desprezável. Assim, parte
da energia mecânica perdida, foi transferida para o tubo e outra parte, foi responsável pelo aumento
da energia interna das esferas. Então, a diminuição da energia mecânica do sistema esferas +Terra
tem de ser superior à variação da energia interna das esferas, o que está de acordo com a opção (C).

3. m (Pb) = m (Fe) c (Fe )  c (Pb )


n = 50 h = 1,10 m
c (Pb) = 129 J kg C
−1 −1

3.1. Definindo a base inferior do tubo como a posição a que corresponde uma energia potencial gravítica
nula, e como Ep = m g h , na queda das esferas, a energia potencial gravítica de cada esfera diminui.
Assim, a variação de energia potencial, em função de m, é:

Ep = mg  ( 0 − h ) = −m  10  1,10 = −11,0m J .

Como o tubo foi invertido 50 vezes, a variação de energia potencial gravítica do sistema
esferas +Terra em função de m é:

Ep = 50  ( −11,0m ) = −550m J .

Como, WP = −Ep , WP = 550m J .

Considerando desprezável a transferência de energia entre as esferas e a sua vizinhança, o trabalho


realizado pelo peso das esferas, nos percursos realizados, é integralmente transferido para as
esferas, como calor, provocando um aumento da sua energia interna.
Como E = mc T , para as esferas de chumbo vem:

550m
550m = m  129  T  T = = 4,26 C
129m

O aumento de temperatura das esferas de chumbo na experiência realizada é 4,3 J.

3.2. A quantidade de energia transferida por calor, E, para as esferas é igualmente 550m J . A massa total
das esferas de chumbo é igual à massa total das esferas de ferro e c (Fe )  c (Pb ) .

Como E = mc T , para uma mesma variação de energia interna e a mesma massa, uma maior
capacidade térmica mássica implica uma menor variação de temperatura.
Assim, pode concluir-se que o aumento de temperatura das esferas de ferro terá sido menor do que o
aumento de temperatura das esferas de chumbo.
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GRUPO III

1. O íman existente na lanterna cria um campo magnético na região em que se encontra.


O movimento de vaivém do íman através da bobina cria um campo magnético variável na região onde
se encontra a bobina. O fluxo do campo magnético, variável devido ao movimento do íman junto da
bobina, que atravessa as superfícies delimitadas pelas espiras da bobina, provoca o aparecimento de
uma corrente elétrica na bobina, que se designa por corrente elétrica induzida.
A diferença de potencial elétrico que é responsável pelo aparecimento da corrente elétrica induzida
designa-se força eletromotriz induzida, ε.
De acordo com a lei de Faraday, a força eletromotriz induzida num circuito é, em módulo, igual à taxa
de variação temporal do fluxo magnético que o atravessa.

Φ
i =
T

A produção de corrente elétrica na bobina tem por base a lei de Faraday.

2. (B)
Antes de haver movimento do íman, a superfície delimitada pela bobina já era atravessada por um
dado fluxo magnético não nulo, o que exclui os gráficos A e D.
De acordo com a lei de Faraday, em cada intervalo de tempo, o módulo da força eletromotriz induzida
Φ
num circuito, é:  i = .
T

Assim, no primeiro intervalo de tempo, como  i tem um valor diferente de zero, significa que ocorreu
uma variação temporal de fluxo magnético.

No segundo intervalo de tempo, como  i = 0 V , o fluxo magnético que atravessa a espira não se
altera, mantendo-se com o valor adquirido no final do primeiro intervalo de tempo, o que está de
acordo com a opção (B).

3. (A)
De acordo com o gráfico da Figura 4 e sendo a base de tempo registada para 0,5 ms/div, o período do
sinal, Τ = 4  0,5 = 2,0 ms .

1 1
Como f = , vem f = −3
= 5,0  102 Hz = 0,50 kHz .
Τ 2,0  10 s

Como a amplitude vertical foi regulada para 0,2 V/div (o que indica que o valor da tensão
correspondente a cada divisão da escala vertical do ecrã é 0,2 V) e a deflexão vertical foi de duas
divisões, a tensão será 2  0,2 V = 0,4 V .

Assim, a amplitude do sinal é 0,4 V, o que está de acordo com a opção (A).

4. Sendo o gerador ideal, a f.e.m. é igual à diferença de potencial, pois, como U =  − r I , em que r seria
a resistência interna do gerador, que é nula num gerador ideal .
Assim, U =  .

Como os dois condutores óhmicos R1 e R2 estão ligados em paralelo, a diferença de potencial elétrico
nos terminais do gerador é igual à diferença de potencial elétrico nos terminais do condutor R1 , quer o
interruptor k 2 esteja aberto ou fechado.
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De acordo com a Lei de Ohm, U = R I , e como a diferença de potencial elétrico nos terminais do
gerador, U, é igual à diferença de potencial elétrico nos terminais do condutor R1 , quer o interruptor
k 2 esteja aberto ou fechado, conclui-se que a diferença de potencial elétrico nos terminais do gerador
é independente da corrente.
Assim, a corrente elétrica medida pelo amperímetro mantém-se constante quando se fecha o
interruptor k 2 .

ou

Quando o interruptor k 2 está aberto e no amperímetro passa uma corrente I1 , vem que U = R1I1 .

Quando o interruptor k 2 está fechado, admita-se que no amperímetro passa uma corrente I 2 . Neste
caso, a diferença de potencial seria U = R1I 2 , mas sendo U =  , que se mantém constante, então
R1I1 = R2 I 2 .

Assim, I1 = I2 , o que evidencia que a corrente elétrica medida pelo amperímetro se mantém constante
quando se fecha o interruptor k 2 .
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GRUPO IV

1. O grupo funcional característico dos álcoois é OH, grupo hidroxilo.

2. (A)

Quando se formam 6,022  1023 ligações C–C (1 mole) libertam-se 347 kJ, o que corresponde a
347  103 J mol−1
, ou seja, 5,76  10−19 J , que é a opção (A).
6,022  1023 mol−1

3.
3.1. (C)
Na molécula existem 2 átomos de carbono (cada um com 6 eletrões), 6 átomos de hidrogénio (cada
um com 1 eletrão) e 1 átomo de oxigénio (com 8 eletrões). O número total de eletrões na molécula é
2  6 + 6  1+ 8 = 26 e não 20, pelo que não é correta a opção (D).
Como é evidenciado na fórmula de estrutura da molécula de etanol, verifica-se que existem, no total, 4
eletrões de valência não ligantes em torno do átomo de oxigénio. Os restantes eletrões de valência
são ligantes, o que está de acordo com a opção (C).

3.2. V (mistura) = 14,0 cm3

m ( etanol) = 8,51 g

 (mistura) = 0,868 g cm−3

m
Como  = , m (mistura) = 14,0 cm3  0,868 g cm−3 = 12,15 g .
V
Se a massa de etanol é 8,51 g, a massa restante será de água:

m ( água) = 12,15 g − 8,51 g = 3,64 g

massa de substância
Como n = , a quantidade de substâncias ( n ) presentes são:
massa molar respetiva

8,51 g
n ( etanol ) = = 0,185 mol
46,08 g mol−1

3,64 g
n ( água ) = = 0,202 mol
18,01 g mol−1

n ( etanol ) 0,185 mol


Fração molar do etanol: x = = = 0,478
n ( etanol) + n ( água ) ( 0,185 + 0,202) mol

3.3.
m ( etanol) = ?
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m (beterraba) = 3,0 t = 3,0  103 kg

%( m m )( sacarose ) = 20% ( m m )

m ( sacarose )
Como % ( m m ) =  100% e a beterraba sacarina tem, em média, um teor de
m ( beterraba )

20%( m m ) de sacarose, em 3 toneladas (3,0  10


3
kg ) de beterraba teremos uma massa de
20
sacarose igual a 3,0  103  kg = 0,60  103 kg = 0,60  10 6 g de sacarose.
100

De acordo com a estequiometria da reação, (1:4), 1 mole de sacarose produz 4 moles de etanol.

m 6,0  105 g
Como n = , n ( sacarose ) = −1
= 1,75  103 mol
M 342,34 g mol

n ( etanol) = 4  1,75  103 = 7,0  103 mol

m ( etanol) = n  M = 7,0  103  46,08 g = 3,2  105 g

4. (C)
Se partirmos apenas de acetato de etilo, as concentrações de etanol e ácido acético serão iguais,
pois, por cada molécula de acetato de etilo que reage, forma-se uma molécula de etanol e uma
molécula de ácido acético, o que corresponderia à opção (B). Mas o enunciado não se restringe a este
caso e, se partirmos de uma combinação inicial dos três compostos, podemos ter outros resultados no
estado de equilíbrio; por exemplo, partindo de 1 mol de ácido acético e mais de 1 mol de etanol (com
ou sem acetato de etilo inicial), ter-se-á, no estado de equilíbrio, uma concentração de etanol superior
à de ácido acético. Assim, a opção (C) abarca todas as hipóteses possíveis.

5. (B)

Hreação = +56 kJ mol−1 , o que significa que: quando 1 mole de propan-2-ol se converte em propanona,
são absorvidos 56 kJ.
Se nas mesmas condições de pressão e temperatura a variação de entalpia de reação foi de 33 kJ, ou
seja, são absorvidos 33 kJ, a quantidade de propano-2-ol que se converteu nos produtos foi
33 56 moles , ou seja, 0,59 moles. De acordo com a estequiometria da reação, (1:1) deveriam originar
também 0,59 moles de propanona.

n ( obtido )
Como  =  100% , e como só se obtiveram 0,50 mol, o rendimento foi de:
n ( teoricamente esperado )

0,50
=  100% = 85% , o que está de acordo com a opção (B).
0,59
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GRUPO V

1.1. (A)
20Ca – 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2
A configuração eletrónica do átomo de cálcio, no estado fundamental, mostra eletrões em seis estados
energéticos (1s, 2s, 2p, 3s, 3p, 4s) e 10 orbitais (1s, 2s, 3 orbitais 2p, 3s, 3 orbitais 3p e 4s), o que
está de acordo com a opção (A).

1.2. (B)
A cor observada deve-se à emissão de radiação visível, associada a transições eletrónicas para
níveis energéticos inferiores, o que está de acordo com a opção (B).

1.3. (C)
n.o. (H em H2O) = +1

n.o.(H em H2 ) = 0

O número de oxidação do átomo de hidrogénio passa de +1 ( em H2O) a 0 em (H2 ) .

Variação do número de oxidação: n.o. (H) = 0 − ( +1) = −1 , pelo que as opções (A) e (B) não são
válidas.

O átomo de cálcio, passando de Ca ( s) a Ca2+ ( aq) , perdeu 2 eletrões; foi oxidado, atuando, portanto,
como redutor, o que está de acordo com a opção (C).

2.1. (D)
A solubilidade do Ca ( OH)2 em água depende não só da temperatura mas também da presença de

iões comuns, Ca2+ e OH− . Numa água mais dura, a concentração de iões Ca2+ ( aq) é maior. O
equilíbrio dinâmico que se estabelece entre o sal não dissolvido e os iões em solução, numa solução
saturada de hidróxido de cálcio, é representado pela equação:

Ca ( OH)2 ( s ) Ca2 + ( aq) + 2 OH− ( aq)

Se a presença deste ião, Ca2+ ( aq) , aumentar, a solubilidade diminui, porque, de acordo com o
Princípio de Le Châtelier, o equilíbrio evolui no sentido inverso, de modo a consumir mais iões
Ca2+ ( aq) . Em consequência disso, precipitará mais hidróxido de cálcio, até restabelecer um novo
estado de equilíbrio. Como as águas mais duras contêm maiores quantidades de iões cálcio, a
solubilidade do hidróxido de cálcio diminui nessas águas.

Por adição de um ácido forte, os iões H+ ( aq) provenientes do ácido reagem com o ião OH− ( aq) ,
H+ ( aq) + OH− (aq) → H2O ( ), diminuindo a sua concentração. De acordo com o Princípio de Le
Châtelier, o equilíbrio evolui no sentido direto, ocorrendo, assim, um aumento da solubilidade do sal, o
que está de acordo com a opção (D).

2.2. Como pH = − log H+  , vem H+  = 10−pH = 10−12,4 = 4  10−13 mol/L .

Como para soluções aquosas H+   OH−  = K W e K W = 1 10−14 a 25 C , vem:

1 10−14
OH−  = = 2,5  10−2 mol/L
4  10−13
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De acordo com a estequiometria da reação,

Ca ( OH)2 ( s ) Ca2 + ( aq) + 2 OH− ( aq)

verifica-se que, por dissolução de hidróxido de cálcio em água, por cada catião cálcio que se forma,
OH− 
formam-se dois aniões hidróxido, ou seja, Ca2+  =  .
2

1
( )
Assim, Ca2+  =  2,5  10−2 = 1,3  10−2 mol/L .
2

Como Kps = Ca2 +   OH−  vem Kps = (1,3  10−2 )  ( 2,5  10−2 ) = 8  10−6 .
2 2

e e

2.3. (A)
Como o número atómico, Z, do cálcio é igual a 20, 20 Ca , o número de eletrões do átomo de cálcio é
igual a 20. O ião Ca2+ tem, portanto, 20 − 2 = 18 .

Como o número atómico, Z, do potássio é igual a 19, 19 K , o número de eletrões do átomo de potássio
+
é igual a 19. O ião K tem, portanto, 19 − 1 = 18 .

Assim, a opção correta é a (A).

FIM

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