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Exame Final Nacional de Física e Química A

Prova 715 | Época Especial | Ensino Secundário | 2020

11.º Ano de Escolaridade 6 páginas

RESOLUÇÃO

Esta versão de resolução não é uma resolução oficial do IAVE, I.P., nem de qualquer instituição, podendo conter
erros.

Prova 715/E. Especial • Página 1/ 6


GRUPO I
1. (B) Na subida, ambas as bolas estão sujeitas à força gravítica, que tem sentido de cima para baixo, tendo,
portanto, a força resultante para baixo – opções (C) e (D) incorretas. Como a força resultante é
diretamente proporcional à massa do corpo (tendo a mesma aceleração gravítica), a força resultante
da bola V é menor do que a força resultante da bola B.
2. (D) Sabe-se que WFg = − m g Δh. Logo, como o movimento é vertical, o trabalho realizado pela força
gravítica depende da posição inicial e final da bola, pois determinará qual a resultante do trabalho da
força gravítica.
3.
3.1. (C) Como descrito na equação das posições, a aceleração é constante – opções (A) e (B) incorretas –; a
aceleração na bola B é negativa, conforme a expressão. Assim, a opção correta é a (C).
3.2. As curvas yB (t) e yv (t) se intercetam no instante t = 0,740 s . A componente escalar da velocidade, de acordo com
o declive da reta tangente à curva yv (t), nesse instante, é vy, V = 3,63 m s 1 .

r
y/m
yV
1,92
yB

0,740 t/s

4. (A) Neste item, não há especificação de dissipação de energia e o texto suporte do item menciona que a
resistência do ar é desprezável. Como a energia mecânica é a soma da energia potencial gravítica
com a energia cinética, o gráfico deve ser uma reta horizontal, pois não há alteração.
GRUPO II
1. Tópicos de Resposta
Identifica o principal processo de transferência de energia (trabalho).
Exemplo de Resposta
O principal processo de transferência de energia é o trabalho.
2. (C) Parte da energia do trabalho é transformada em calor, logo há diminuição da energia mecânica, visto
que há perda de energia do sistema esferas + Terra. Essa diminuição deve ser superior à variação da
energia interna das esferas, pois, como mencionado no item, a «transferência de energia das esferas
para o tubo não é desprezável», logo parte da energia transferida por trabalho para as esferas foi
transferida para o tubo, garantindo que a variação da energia interna das bolas seja inferior à
diminuição da energia mecânica do sistema esferas + Terra.

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3.
3.1.
 Cálculo do trabalho transferido pelas inversões:
WFg = − m g ∆h ⟺ WFg = − m × 10 × (0 − 1,10) = 11m

Como foi invertido 50 vezes


50 × 11m = 550m
 Cálculo do aumento da temperatura:
ΔU = W + Q ⟺ 0 = − 550m + Q
Considerando que a transferência de energia entre as esferas e a sua vizinhança é desprezável, considera-
se que a variação da energia interna do sistema é 0.
Q = 550m ⟹ E = m c ΔT ⟺ 550m = m × 129 × ΔT ⟺ ΔT = 4,3 ºC
3.2. Tópicos de Resposta
Refere que, para uma mesma variação de energia interna, uma maior capacidade térmica mássica implica uma
menor variação de temperatura. Conclui que o aumento de temperatura das esferas de ferro terá sido menor do
que o aumento de temperatura das esferas de chumbo.
Exemplo de Resposta
A capacidade térmica mássica do ferro é superior à capacidade térmica mássica do chumbo. Assim, no ferro, para
uma mesma variação de energia interna, uma maior capacidade térmica mássica implica uma menor variação de
temperatura, pois seria necessário mais energia para se obter a mesma variação de temperatura. Deste modo,
para a mesma variação de energia interna, o aumento da temperatura das esferas de ferro terá sido menor do
que o aumento da temperatura das esferas de chumbo.
GRUPO III
1. Tópicos de Resposta
 existência de um campo magnético variável na região onde se encontra a bobina, devido ao movimento do
íman;
 variação de fluxo magnético através das superfícies delimitadas pelas espiras da bobina devida à variação do
campo magnético;
 variação de fluxo magnético, indução de uma força eletromotriz no circuito e aparecimento de uma corrente
elétrica nesse circuito.
Exemplo de Resposta
Com o movimento da lanterna, há o movimento do íman, o que provoca a existência de um campo magnético
variável na região onde se encontra a bobina.
Assim, com a existência desse campo magnético variável, há variação do fluxo magnético através das superfícies
delimitadas pelas espiras da bobina devido à variação do campo magnético, já que o = B A cos a, sendo B o
campo magnético e o o fluxo magnético.
Deste modo, levando em consideração a Lei de Faraday, com a variação do fluxo magnético há indução de uma
força eletromotriz no circuito e há o aparecimento de uma corrente elétrica neste circuito.
2. (B) Para que o gráfico da Figura 3 seja atingida, a variação do fluxo magnético deve ser constante e não
nula – opção (D) incorreta. Assim, deve haver somente a diminuição da variação do fluxo magnético –
opções (A) e (C) incorretas. Na (A), ocorre inversão do sentido do fluxo magnético e a sua descida
repentina, o que provocaria um aumento da variação do fluxo magnético. Na (C), ocorre aumento do
módulo do declive do gráfico (o que também provocaria aumento da variação do fluxo magnético).
3. (A) Sabe-se que a frequência depende do período de oscilação, que é possível determinar pela
observação do gráfico, onde se obtém 4 divisões para o tempo. Além disso, para a amplitude (que é
da crista/vale até o eixo horizontal) são 2 divisões, logo

3 1 1
T = 4 × 0,5 = 2,0 ms = 2,0 × 10 s⟹f = ⟺f = 3 = 500 Hz = 0,5 kHz
T 2,0 × 10
e 2 × 0,2 = 0,40 V

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4. Tópicos de Resposta
Refere que a diferença de potencial nos terminais do gerador é independente da corrente, sendo igual à diferença
de potencial nos terminais do condutor R1 , quer o interruptor k2 esteja aberto quer esteja fechado. Prevê que a
corrente elétrica medida pelo amperímetro se mantenha constante quando se fecha o interruptor k2 .
Exemplo de Resposta

A diferença de potencial nos terminais do gerado é independente da corrente elétrica, sendo igual à diferença de
potencial nos terminais do condutor R1 , quer o interruptor k2 esteja aberto quer esteja fechado, pois como, pela
fórmula, U = ei − Ri × I, e o gerador é ideal, não há resistência interna, logo U = ei .

Como o circuito encontra-se em paralelo, U é igual em todos os terminais. Como R2 não varia, nem U varia, e
sendo U = R I, a corrente elétrica mantém-se constante quando se fecha o interruptor k2 .

GRUPO IV
1. Tópicos de Resposta
Identifica o grupo solicitado (grupo OH ou grupo hidroxilo).
Exemplo de Resposta
O grupo funcional característico dos álcoois é o grupo hidroxilo ou grupo OH.
2. (A) O enunciado informa a energia na ligação de dois carbonos por mol. Assim, deve-se obter o resultado
para uma molécula. Além disso, como informado, como há o «estabelecimento de uma ligação», há
libertação de energia.
347 kJ E 22 19
23 = ⟺ E = 5,76 × 10 kJ = 5,76 × 10 J
6,02 × 10 moléculas 1 molécula
3.
3.1. (C) Na molécula de etanol há vinte eletrões de valência – opção (A) incorreta. Por observação da figura,
existem dezasseis eletrões de valência ligantes – opção (B) incorreta. Na molécula de etanol existem
vinte e seis eletrões – opção (D) incorreta. Dos vinte eletrões de valência, dezasseis são ligantes, logo
quatro eletrões são não ligantes.
3.2. A resolução deste item possui três etapas.
 Cálculo da quantidade de etanol existente em 14,0 cm3 da mistura:
m 8,51
n= ⟺n = ⟺ n = 0,1847 mol
M 46,08
 Cálculo da massa de água existente em 14,0 cm3 da mistura:
0,868 g mtotal
= ⟺ mtotal = 12,15 g ⟹ mH2 O = mtotal − metanol ⟺ mH2 O = 12,15 − 8,51 = 3,64 g
1 cm3 14,0 cm3
 Cálculo da fração molar de etanol na mistura:
Primeiramente, calcula-se a quantidade de água na mistura
m 3,64
n= ⟺n = ⟺ n = 0,20 mol
M (2 × 1,01 + 16,00)
Assim, é possível calcular a fração molar
netanol 0,1847
xetanol = ⟺ xetanol = ⟺ x = 0,48
ntotal 0,1847 + 0,20

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3.3. A resolução deste item possui duas etapas.
 Cálculo da massa de sacarose em 3,0 t de beterraba sacarina:
20 kg m
= ⟺ m = 600 kg ⟺ m = 0,6 t
100 kg 3,0 × 103 kg
 Cálculo da massa de etanol que se poderá obter:

m 6,0 × 105 g
600 kg = 6,0 × 105 g ⟹ n = ⟺n= = 1,752 ×103 mol
M 342,34 g
Pela estequiometria
1 mol sacarose 1,752 × 103 mol
⟹ = ⟺ n = 7008 mol ⟹ m = n × M ⟺ m = 7008 × 46,08 = 3,2 ×105 g
4 mol etanol n
4. (C) A constante de equilíbrio é constante, só variando de acordo com a temperatura (bem como a
constante de acidez). Assim, quando em estado de equilíbrio, a constante de equilíbrio depende da
concentração das substâncias ali presentes. Deste modo, a concentração de etanol pode ser maior ou
menor do que a de ácido acético, pois a constante de equilíbrio será a mesma em estado de equilíbrio,
quando mantendo a temperatura (neste caso, a concentração de ácido acético poderá ser menor,
como forma de ir contra o aumento da concentração de etanol).
5. (B) Para a resolução deste item, deve-se ter em conta a energia necessária prevista para a variação de
entalpia envolvida (28 kJ) e o valor obtido (33 kJ). Assim, efetua-se o rendimento da reação, pois foi
necessária mais energia para uma mesma quantidade química.
1 mol 0,5 mol 33 − 28
= ⟺ E = 28 kJ ⟹ n (%) = 100 − × 100% ⟺ n (%) = 85%
56 kJ E 33
GRUPO V
1.
1.1. (A) Para a resolução deste item, deve-se ter em consideração que «energias diferenciadas» representam
as energias relativas aos níveis e subníveis existentes. Como 20Ca = 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 , existem
seis energias diferenciadas e dez orbitais, visto que os subníveis s têm uma orbital e os subníveis p
têm três orbitais.

1.2. (B) A cor observada deve-se à desexcitação dos eletrões nos níveis de energia. Ou seja, na desexcitação,
ocorre a emissão de radiação associada a transições eletrónicas para níveis energéticos inferiores.
1.3. (C) No reagente, o hidrogénio possui o número de oxidação igual a +1. No produto, possui o número de
oxidação igual a +0. Logo, houve diminuição do número de oxidação, logo a variação foi (+0) − (+1)
= −1. O redutor do hidrogénio foi o cálcio que variou de número de oxidação +0 para −2 devido ao
hidroxilo no produto.
2.
2.1. (D) A solubilidade do hidróxido de cálcio é menor, pois como há grandes quantidades de cálcio, a reação
tende para o sentido inverso, ou seja, para o sentido de produção de mais hidróxido de cálcio, o que
causa a diminuição da sua solubilidade em água. Com a adição de um ácido forte, ocorrerá a
diminuição da concentração do ião hidróxido, fazendo com que a reação tenda para, neste caso, o
sentido direto, ou seja, de consumir o hidróxido de cálcio, fazendo com que a sua solubilidade aumente.

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2.2. A resolução deste item possui três etapas.
 Cálculo da concentração do ião hidróxido:
pH 12,4 13 3
H3 O+ = 10 ⟺ H3 O+ = 10 = 3,98 ×10 mol dm
14 13 2 3
⟹ Kw = H3 O+ [ OH ] ⟺ 1,00 × 10 = 3,98 × 10 × [OH ] ⟺[ OH ] = 2,5 × 10 mol dm
 Cálculo da concentração do ião cálcio:
1 mol Ca+ c 2 3
= 2 −3 ⟺ c = 1,3 × 10 mol dm
2 mol OH 2,5 × 10 mol dm
 Cálculo do produto de solubilidade do hidróxido de cálcio, a 25 ºC:
2
Ks = [Ca][OH]2 ⟺ Ks = 1,3 × 10 2
× (2,5 × 10 2 ) ⟺ Ks = 8 × 10 6

2.3. (A) O ião Ca2+ possui dois eletrões a menos do que o cálcio, logo dezoito eletrões. Assim, o K+ possui
também dezoito eletrões, pois tinha dezanove e perdeu um.

FIM DA RESOLUÇÃO
Em seguida, encontra-se a divisão da prova de acordo com as aprendizagens essenciais.

A partir da análise da tabela, conclui-se que os itens obrigatórios da prova estão relacionados somente a conteúdos do
10.º Ano de Escolaridade.

DOMÍNIO GRUPO I GRUPO II GRUPO III GRUPO IV GRUPO V

Elementos
3.1., 3.2.*, 3.3.,
Químicos e sua 1.1., 1.2.*
5.
Organização
Propriedades e
Transformações 1., 2.*
da Matéria
Energia e sua
2.*, 4. 1., 2.*, 3.1., 3.2. 4.*
Conservação

Mecânica 1., 3.1., 3.2.

Ondas e
1., 2., 3.
eletromagnetismo

Equilíbrio
4.
Químico
Reações em
1.3., 2.1., 2.2.,
sistemas 4.
2.3.
aquosos

Finalmente, deixo aqui os itens que acredito serem mais difíceis na prova de Física e Química A, Época Especial, 2020:
GRUPO V – itens 2.1. e 2.2. De forma global, considero que esta prova foi mais fácil do que a 1.ª e 2.ª (mais difícil
dos três exames) fase dos exames finais do secundário de Física e Química A.

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