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Exame Nacional 2011

Física e Química A – 11.° ano


Época Especial

Sugestão de resolução

Grupo I

1. De acordo com o terceiro período do texto, o albedo médio da Terra, percentagem média da
radiação solar refletida pela Terra, é igual a 30%.

2. Pincidente = 1,74 * 1017 W; a = 30% = 0,30;


Dt = 1 ano = 1 * 365 * 24 * 3600 = 3,15 * 107 s
Eabsorv. = ?
Para determinar a energia absorvida pela Terra durante um ano, recorre-se à Lei da Conservação da
Energia - balanço energético da Terra.
Pincidente = Pabsorv. + Preflet. § Pabsorv. = Pincidente - 0,30 * Pincidente = 0,70 Pincidente
Pabsorv. = 0,70 * 1,74 * 1017 = 1,22 * 1017 W

Mas,
Eabsorv. = Pabsorv. Dt ± Eabsorv. = 1,22 * 1017 * 3,15 * 107 = 3,84 * 1024 J

De acordo com o exposto no texto, a energia absorvida pela Terra durante um ano é de 3,84 * 1024 J.

3. (D).
Dos gases minoritários presentes na troposfera responsáveis pela regulação da temperatura são os
que contribuem para o efeito de estufa, pelo que a opção correta é a (D), uma vez que quer o oxigénio
quer o azoto são maioritários.

Grupo II

1. (B).
No osciloscópio, o tempo é lido no eixo horizontal.

T
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Como a base de tempo foi regulada para 0,5 ms/divisão e o período corresponde a duas divisões,
então o período do sinal é de 1,0 ms, como consta na opção (B).
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2. (D).
A relação entre a tensão máxima, Umáx., medida no osciloscópio e o valor da diferença de potencial,
U, entre os terminais da lâmpada lida num voltímetro é:
Umáx.
U=
"2
6,0
Como Umáx. = 6,0 V, então U = V, como consta na opção (D).
"2

3. Ao movimentar o íman no interior da bobina variará o fluxo magnético, f, que a atravessa e, de


Df
acordo com a Lei de Faraday, esta variação induzirá uma força eletromotriz, e = , responsável pelo
Dt
aparecimento de uma corrente induzida no circuito elétrico.

GRUPO III

1.
1.1. (B).
Da análise do gráfico x = f(t), um ramo de uma parábola, representado na figura 2, conclui-se que o
carrinho no intervalo de tempo [0,0; 2,0] s está animado de movimento retilíneo uniformemente retar-
dado, pois a variação da posição para o mesmo intervalo de tempo está a diminuir, acabando por
parar a partir do instante t = 2,0 s.
Assim, da análise dos esquemas apresentados, verifica-se que apenas o (B) pode traduzir o movi-
mento do carrinho.

1.2. (C).
De acordo com o referido em 1.1., como o carrinho está animado de movimento retilíneo uniforme-
mente retardado o valor da aceleração é constante, sendo as opções (A) (movimento retilíneo uni-
forme) e (D) (movimento não uniformemente variado) eliminadas, e negativo, pois tem sentido con-
trário ao do movimento, pelo que a opção correta é a (C).

1.3. m = 400 g = 0,400 kg;


v0 = 3,0 m s- 1;
v2 = 0 m s- 1
Do gráfico:
x0 = 0,5 m;
x2 = 2,5 m
FR = ?
Para determinar a intensidade da resultante das forças que atuam sobre o carrinho, recorre-se ao
Teorema da Energia Cinética:
WF»R = DEc § WF»R = Ec2 - Ec0

Como v2 = 0 m s- 1, então Ec2 = 0 J, logo WF»R = - Ec0 , donde se conclui que a resultante das forças tem
sentido oposto ao deslocamento, logo WF»R < 0, isto é:
1 m v 20
- FR d = - m v20 § FR =
2 2d
Mas d = x2 - x0 ± d = 2,5 - 0,5 = 2,0 m, então,
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0,400 * 3,02
FR = = 9,0 * 10- 1 N
2 * 2,0

A intensidade da resultante das forças que atuam sobre o carrinho é de 9,0 * 10- 1 N.
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1.4. (A).
Como a trajetória é horizontal e o peso do carrinho é vertical o trabalho que realiza é nulo, pois o
peso é perpendicular ao deslocamento, q = 90º, então, WF» = P d cos 90º = 0 J.

2. (D).
» é igual ao trabalho que esta realiza durante o des-
A energia transferida para o carrinho pela força F
locamento considerado.
Como WF» = F d cos q, para a mesma intensidade da força e o mesmo deslocamento, o valor do tra-
balho realizado é tanto maior quanto menor for o ângulo definido pelos vetores força e desloca-
mento, ângulo q .
De acordo com o referido, é no esquema (D) que o ângulo q apresenta o menor valor, satisfazendo
as condições pretendidas.

GRUPO IV

1.
1.1. O telescópio está animado de movimento circular uniforme, pois o módulo da velocidade é
constante. Como a velocidade é, em cada instante, tangente à trajetória e esta é circular, então, a
direção da velocidade não é constante, logo a aceleração do telescópio é não nula (radial e
centrípeta).

1.2. h = 5,9 * 102 km = 5,9 * 105 m;


mT = 5,98 * 1024 kg;
rT = 6,4 * 103 km = 6,4 * 106 m
G = 6,67 * 10- 11 N m2 kg- 2
Para determinar o período, T, do movimento do telescópio, há que calcular o módulo da velocidade,
v, pois:
2pr
v= (1)
T
onde r representa o raio da órbita cujo valor é:
r = rT + h ± r = 6,4 * 106 + 5,9 * 105 = 6,99 * 106 m
Recorrendo à expressão:
G mT
v= , determina-se o módulo da velocidade.
Å r
6,67 * 10 -11 * 5,98 * 1024
v= = 7,55 * 103 m s- 1
Å 6,99 * 106

Substituindo na expressão (1), tem-se:


2 p * 6,99 * 106 2 p * 6,99 * 106
7,55 * 103 = § T = = 5,8 * 103 s
T 7,55 * 103

O período do movimento do telescópio, tempo necessário para descrever uma órbita completa, é de
5,8 * 103 s.

2. (A).
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O ano-luz é, por definição, a distância percorrida pela luz durante um ano.


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3. (A).
A energia da radiação térmica, radiação emitida por um corpo que depende da sua temperatura, é
tanto maior quanto maior for a sua temperatura absoluta. Como a radiação azul é mais energética
do que a radiação vermelha, conclui-se que a temperatura da superfície da estrela Rigel é superior à
da superfície da estrela Antares, sendo a opção correta a (A).

4.
4.1. (C). O eletrão transita do nível n = 4 para o nível n = 3. A variação de energia associada a esta
transição, DE, é:
DE = E3 - E4 ;
DE = - 0,24 * 10- 18 J - (- 0,14 * 10- 18 J) = - 1,0 * 10- 19 J
o que está de acordo com a opção (C).

4.2. (C).
A transição eletrónica assinalada ocorre do nível n = 4 para o nível n = 3, estando portanto associada
à série de Paschen. Estas transições correspondem a riscas do espetro IV do átomo de H. Como o
eletrão transita de um nível de energia superior para um nível de energia inferior, ocorre a emissão
de radiação infravermelha, o que está de acordo com a opção (C).

GRUPO V

1.
1.1. Radiação ultravioleta.
As radiações UV provenientes do Sol são prejudiciais para o meio ambiente e para os seres vivos na
superfície terrestre, contribuindo para muitas doenças imunitárias e neurodegenerativas. O ozono
(e o dioxigénio) da estratosfera absorvem radiações UV, fazendo com que a sua intensidade à super-
fície da Terra seja menor - são filtros solares naturais.

1.2. (C).
As opções (A) e (B) não são corretas porque a cadeia fundamental deve conter o maior número de
átomos de carbono; neste caso, como são quatro átomos de carbono, trata-se de um butano substi-
tuído e não de um propano. A numeração da cadeia fundamental deve ser efetuada de modo a atri-
buir os números mais baixos aos substituintes, neste caso, da esquerda para a direita, o que está de
acordo com a opção (C), sendo incorreta a opção (D) que apresenta a numeração da direita para a
esquerda.

1.3. (B).
M(O3) = 3 * 16,00 g mol- 1 = 48,0 g mol- 1
Vm(PTN) = 22,4 L mol- 1
m 13 g 13
Como n = , temos: n(O3) = = mol
M 48,0 g mol -1 48,0

Sendo V o volume ocupado pelo gás, e como V = n * Vm, vem:


13 13
V= mol * 22,4 L mol- 1 = a * 22,4b dm3
48,0 48,0
o que está de acordo com a opção (B).
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2. (B).
De acordo com a configuração eletrónica do átomo de oxigénio, no estado fundamental,
8O - 1s 2s 2px 2py 2pz , verifica-se que duas (e apenas duas) orbitais de valência (duas orbitais 2p)
2 2 2 1 1

se encontram semipreenchidas, o que está de acordo com a opção (B).


A opção (A) não está correta porque, no átomo de oxigénio, no estado fundamental, existem três
orbitais completamente preenchidas, a orbital 1s, a orbital 2s e uma das orbitais 2p.
As opções (C) e (D) não estão corretas porque, de acordo com a configuração eletrónica escrita,
existem duas orbitais de valência completamente preenchidas (a orbital 2s e uma das orbitais 2p) e
existem duas orbitais semipreenchidas (duas orbitais 2p).

GRUPO VI

1.
2 NOCL(g) — 2 NO(g) + CL2(g)
A expressão que representa a constante de equilíbrio, Kc, é:
3 No 4 2e * 3 CL2 4 e
Kc =
3 NoCL 4 2e
Como, inicialmente, o recipiente continha apenas cloreto de nitrosilo, NOCL, e de acordo com a
estequiometria da reação, a quantidade de CL 2 formada após o estabelecimento do equilíbrio é
metade da quantidade de NO obtida, ou seja, formou-se 0,70/2 = 0,35 mol de NO.
Como o volume do recipiente onde decorreu a reação é de 1,0 L, e c = n/V, as concentrações
das espécies NOCL, NO e CL2 em equilíbrio são, respetivamente, 1,8 mol dm- 3, 0,70 mol dm- 3 e
0,35 mol dm- 3.
Substituindo, na expressão da constante e equilíbrio, os valores das concentrações de equilíbrio,
obtém-se:
0,702 * 0,350
Kc = = 5,3 * 10 -2
1,802

2. (A).
A constante de equilíbrio depende exclusivamente da temperatura. A única opção em que ocorre
uma alteração de temperatura é a representada por (A).
Relativamente às restantes opções, (B), (C) e (D), obter-se-iam estados de equilíbrio diferentes, mas
a constante de equilíbrio mantém-se.

3. De acordo com o princípio de Le Chatelier, o aumento da pressão de um sistema em equilíbrio


(por exemplo, por diminuição do volume do recipiente), mantendo a temperatura constante, provoca
um deslocamento do equilíbrio do sistema no sentido em que a pressão diminui, ou seja, no sentido
em que se forma menor quantidade de gases.
Neste caso, o aumento da pressão favorece a reação inversa, em que 3 moles de “produtos” gaso-
sos (2 de NO e 1 de CL2) formam 2 moles do “reagente” gasoso (NOCL).
Consequentemente, ocorrendo uma diminuição da concentração dos produtos, o rendimento da
reação diminui.

4. Na molécula de dicloro, CL2, estabelece-se uma ligação covalente simples entre os átomos de
cloro.
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Como cada átomo de cloro tem sete eletrões de valência, a molécula de dicloro, CL2, tem catorze
eletrões de valência. Destes eletrões, dois são ligantes, e formam a ligação covalente simples CL–CL.
Os restantes doze eletrões formam seis pares de eletrões não ligantes.

Cℓ Cℓ
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GRUPO VII

1. Pipeta volumétrica.
A solução de NaHO(aq) a titular deve ser medida rigorosamente. Por isso, o instrumento de medida a
utilizar deve ser uma pipeta volumétrica.

2. Fator de diluição, f = 5
V(solução diluída NaHO) = 10,0 cm3
pH(solução de HCL) = 0,60
V(solução de HCL) = 15,20 cm3

De acordo com a definição de pH, pH = - log [H3O+], se pH = 0,60 temos:


[H3O+] = 0,251 mol dm- 3

Como HCL(aq) é um ácido forte, a sua protólise é total. Logo, n(HCL) = n(H3O+). Então, a quantidade
de HCL gasta na titulação até atingir o ponto de equivalência é:
n = c * V § n = 0,251 mol dm- 3 * 15,20 * 10- 3 dm3 = 3,82 * 10- 3 mol
Como a proporção estequiométrica entre os reagentes da reação ácido-base ocorrida é de 1:1, a
quantidade estequiometricamente equivalente de NaHO diluída é 3,82 * 10- 3 mol.

A concentração da solução de NaHO diluída é então:


n 3,82 * 10 -3 mol
c= § c= = 0,382 mol dm- 3
V 10,0 * 10 -3 dm3

Como o fator de diluição é igual a 5, a concentração da solução de NaHO concentrada é:


5 * 0,382 = 1,9 mol dm- 3

3. (B).
O indicador deve ser adicionado ao titulado, que se encontra no matraz (balão de Erlenmeyer).
A escolha inadequada do indicador provocaria um erro sistemático, que conduziria a uma diminui-
ção da exatidão na determinação da concentração do titulado.
Assim, a opção correta é a (B).

4. Como o titulante é uma solução de ácido e o titulado é uma solução de base, a curva de titulação
é decrescente.
Trata-se de uma titulação de uma base forte por um ácido forte, logo, no ponto de equivalência
obtém-se uma solução neutra. A 25 ºC, o pH desta solução é, por isso, igual a 7.
As coordenadas do ponto de equivalência a 25 ºC são (15,20 mL; 7,00).

pH
(titulado)

0 15,20 V (titulante)
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