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SEL 329 – CONVERSÃO

ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

Aula 03
Circuitos Magnéticos
Tópicos da Aula de Hoje
• Solução de exemplos
•Dispersão de fluxo magnético
• Circuitos magnéticos com junções
• Lei de Faraday (lei de indução de Faraday)
• Lei de Lenz
Exemplo E1.1: Livro P. C. Sen
Para o relé apresentado na figura abaixo, tem-se:
o número de espiras da bobina é 500;
o comprimento do caminho médio do núcleo é 360 mm;
o comprimento do entreferro é 1,5 mm;
a densidade de campo requerida para atuar o relé é 0,8 T;
o núcleo é feito de aço fundido (cast steel).
A dimensão da área transversal do núcleo é 2 cm por 3 cm.
Determine:
(a) A corrente necessária para o relé atuar;
(b) Os valores de permeabilidade e de permeabilidade relativa do núcleo;
(c) A corrente necessária para produzir a mesma densidade de fluxo para o caso
sem entreferro;
(d) O valor da relutância do núcleo e do entreferro
(e) Considere o espraiamento e refaça o item (d)
Bc = 0,8 T → Hc = 510 A.esp/m
Exemplo E1.1: Livro P. C. Sen
No núcleo:
Fc = Hclc = 510  0,36 = 184 A.esp
No entreferro:
Fg = Hg 2lg = (Bg/0) 2lg = (0,8/410
Fg = 1910 A.esp
A força magnetomotriz total é:
FT = Fc + Fg =184 + 1910 = 2094 A
Portanto, a corrente necessária para
i = FT/NH=c2094/500 = 4,19 A
= 510 Ae/m
Exemplo E1.1: Livro P. C. Sen

Dados do problema:
• N = 500 espiras
• lc = 360 mm;
• g = 1,5 mm;
• Ac = 6 cm2

(a) Corrente necessária para o relé atuar

ර𝐇 • 𝑑𝐥 = 𝐻𝑐 𝑙𝑐 + 𝐻𝑔 𝑔 ∙ 2 = 𝑁𝑖

Inicialmente, vamos desprezar o efeito do espraiamento.

0,8
510 ∙ 0,36 + ∙ 0,0015 ∙ 2 = 500𝑖 𝑖 = 4,19 𝐴
𝜇0

184 Aesp 1910 Aesp


Exemplo E1.1: Livro P. C. Sen

(b) Permeabilidade do núcleo


𝐵𝑐 0,8 −3
𝑊𝑏
𝜇𝑐 = = = 1,57 × 10 [ ]
𝐻𝑐 510 𝐴𝑚
𝜇𝑐
𝜇𝑟 = = 1250
𝜇0

(c) A corrente necessária para produzir a mesma densidade


de fluxo para o caso sem entreferro

ර𝐇 • 𝑑𝐥 = 𝐻𝑐 𝑙𝑐 + 𝐻𝑔 𝑔 ∙ 2 = 𝑁𝑖

510 ∙ 0,362 = 500𝑖 𝑖 = 0,368 𝐴


Exemplo E1.1: Livro P. C. Sen

Para obter 0,8 T:

➢ Com entreferro: i = 4,19 A


➢ Sem entreferro: i = 0,368 A

(d) Valor da relutância do núcleo e do entreferro

𝑙𝑐 0,36
𝑐 = = = 0,38 × 106 [Aesp/Wb]
𝜇𝑐 𝐴 𝑐 1,57×10−3 ×0,0006

𝑔 0,0015
𝑔 = = = 1,99 × 106 [Aesp/Wb]
𝜇0 𝐴 𝑔 4π×10−7 ×0,0006
Exemplo E1.1: Livro P. C. Sen

(e) Considere o espraiamento e refaça o item (d)

✓ O espraiamento afeta apenas o entreferro

✓ Nova área: Ag = (0,02+0,0015)(0,03+0,0015) = 0,000678 m2

𝑔 0,0015
𝑔 = = = 1,76 × 106 [Aesp/Wb]
𝜇0 𝐴 𝑔 4π×10−7 ×0,000678
Exemplo (E1.2 – P. C. Sen)
Para o relé mostrado na figura, determine
agora a densidade de fluxo magnético para
um corrente de 4 A. Despreze o espraiamento.

ර𝐇 • 𝑑𝐥 = 𝐻𝑐 𝑙𝑐 + 𝐻𝑔 𝑔 ∙ 2 = 𝑁𝑖

𝐵
𝐻𝑐 𝑙𝑐 + 𝑔 ∙ 2 = 𝑁𝑖
𝜇0

Temos duas incógnitas: Hc e B. Como resolver então?


Exemplo (E1.2 – P. C. Sen)
Sem espraiamento, Bc = Bg = B. Então:

𝐵
𝐻𝑐 𝑙𝑐 + 𝑔 ∙ 2 = 𝑁𝑖
𝜇0

𝐵𝑐
𝐻𝑐 𝑙𝑐 + 𝑔 ∙ 2 = 𝑁𝑖
𝜇0

𝑙 𝑐 𝜇0 𝑁𝑖𝜇0 Reta de
𝐵𝑐 = − 𝐻𝑐 +
2𝑔 2𝑔 Carga
Exemplo (E1.2 – P. C. Sen)
Conhecendo a curva de magnetização do núcleo, podemos também traçar a reta
descrita pela equação ( a qual é conhecida como reta de carga) anterior no mesmo
plano B x H, obtendo:

0.8376 Reta de
0.760 Carga

A reta foi traçada determinando-se dois pontos de solução da equação da reta, ou seja:
Bc para Hc = 0
Hc para Bc = 0

O ponto de intersecção entre a reta de carga e a curva de magnetização, nos fornece a


solução do problema.

B  0,76 T.
Dispersão de fluxo magnético
Na realidade, parte das linhas de campo não estão contidas no núcleo.
Estas linhas se fecham pelo ar. Tal fenômeno é denominado dispersão.
Dispersão de fluxo magnético

sendo:
d = relutância de dispersão do núcleo (valor bastante elevado)
’d = relutância de dispersão da bobina (valor bastante pequeno)
n = relutância do resto do núcleo
Dispersão de fluxo magnético
DISPERSÃO + ESPRAIAMENTO:

sendo:
d = relutância de dispersão do núcleo (valor bastante elevado)
’d = relutância de dispersão da bobina (valor bastante pequeno)
n = relutância do resto do núcleo
e = relutância do entreferro
Lei de Ampère – Circuito Magnético Equivalente

 H • dl = Ni (contida pela trajetória fechada)


A lei circuital de Ampère se aplica para qualquer trajetória fechada em circuitos
com várias fontes de excitação. Na teoria de circuitos magnéticos equivalentes para
um percurso fechado, esta lei é representada por:

 F =  
A continuidade do fluxo magnético é representada igualando-se a zero a soma dos
fluxos que entram em qualquer junção da trajetória magnética no circuito
magnético, ou seja:

  na junção = 0
Obs:
junção = similar ao conceito de nó em circuitos elétricos
percurso fechado = similar ao conceito de malha em circuitos elétricos
Circuitos Magnéticos com Junções

Percorrendo a malha onde há os meios 1 e 2, temos:

 H • dl = H1l1 + H 2l2 = Ni
A malha dos materiais 2 e 3, fornece:

 H • dl = H 2l2 − H 3l3 = 0
Circuitos Magnéticos com Junções

𝐻1 𝑙1 + 𝐻2 𝑙2 = 𝑁𝑖
𝐻2 𝑙2 − 𝐻3 𝑙3 = 0

Usando B = H e  = BA, temos:

𝐵1 𝐵2 Φ1 Φ2
𝑙1 + 𝑙2 = 𝑁𝑖 𝑙1 + 𝑙2 = 𝑁𝑖
𝜇1 𝜇2 𝜇1 𝐴1 𝜇 2 𝐴2

𝐵2 𝐵3 Φ2 Φ3
𝑙2 − 𝑙3 = 0 𝑙2 − 𝑙3 = 0
𝜇2 𝜇3 𝜇2 𝐴2 𝜇 3 𝐴3
Circuitos Magnéticos com Junções
Φ1 Φ2
𝑙1 + 𝑙2 = 𝑁𝑖
𝜇1 𝐴1 𝜇2 𝐴2

Φ2 Φ3
𝑙2 − 𝑙3 = 0
𝜇2 𝐴 2 𝜇3 𝐴3

ℜ1 Φ1 + ℜ2 Φ2 = 𝑁𝑖
ቊ 𝑁𝑖
ℜ 2 Φ2 − ℜ 3 Φ3 = 0 Φ1 =
ℜ2 ℜ3
ℜ1 +
ℜ2 + ℜ3

Φ1 − Φ2 − Φ3 = 0
Φ1 = Φ2 + Φ3
Circuitos Magnéticos com Junções
Circuito magnético equivalente (circuito elétrico análogo):
1

1

2 2 3 3
F = Ni

1

F = Ni eq=1+23/(2+3)
Lei de Faraday

No experimento acima, observou-se que:


• Ao se aproximar ou afastar o ímã do solenóide (bobina) ocorre um deslocamento
do ponteiro do galvanômetro.
• Quando o ímã está parado, independentemente de quão próximo este esteja do
solenóide, não há deslocamento do ponteiro do galvanômetro.
Lei de Faraday

• Ocorre um deslocamento do ponteiro do galvanômetro no instante em que a chave


é fechada ou aberta (fonte CC).

• Para corrente constante (chave fechada), independentemente de quão elevado seja o


valor da tensão aplicada, não há deslocamento do ponteiro.
Lei de Faraday
A lei de Faraday declara que:
“Quando um circuito elétrico é atravessado por um fluxo magnético variável, surge
uma fem (tensão) induzida atuando sobre o mesmo.”

A lei de Faraday também declara que:


“A fem (tensão) induzida no circuito é numericamente igual à variação do fluxo que
o atravessa.”

d
e=
dt
Lei de Faraday
Formas de se obter uma tensão induzida segundo a lei de Faraday:

• Utilizar uma corrente variável para produzir um campo magnético variável.

• Provocar um movimento relativo entre o campo magnético e o circuito.


Lei de Lenz
Lei de Lenz
Lei de Lenz

A lei de Lenz declara:


A tensão induzida em um circuito fechado por um fluxo magnético
variável produzirá uma corrente de forma a se opor à variação do
fluxo que a criou.

d
e=−
dt
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• Indutância
• Energia armazenada

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