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sensorial ou interpretativo) do que concordar com uma ideia nova. É daí então
que o professor nos dá mais um (dos vários) conceitos da arte: ela é o
conhecimento intuitivo do mundo. Ela nos permite compreender o lugar que
vivemos de forma instintiva e emocional, em vez de puramente racional e
intelectual. É tipo uma janela para entender o mundo, mas não do jeito que a
ciência faz, com números e lógica. Ela é mais como um soco no estômago ou
um abraço quentinho. Quando eu vejo uma pintura incrível, ouço uma música
que mexe com minhas emoções, ou leio um livro que me leva para outro
mundo, isso não é só sobre entender as coisas racionalmente. É sobre sentir. É
isso que a arte faz, nos toca lá no âmago, nos faz refletir sobre nós mesmos e
sobre o mundo ao nosso redor de uma forma que simplesmente não é possível
só com o pensamento lógico. Coloquei o exemplo da música, dos livros, porque
a arte não está somente ligada a pintura, o que foi uma quebra de paradigma
que tive durante essas aulas. O musicista é um artista, o escritor também é,
isso porque o que une esses três é a expressão criativa. Cada um deles utiliza
seu meio específico, seja a escrita, a música ou as artes para comunicar ideias,
emoções e experiências para seu público. Eles compartilham a capacidade de
criar algo novo, seja através das palavras, das notas musicais ou das formas e
cores. Eles usam a imaginação! Porque o “artista não copia o que é; antes cria
o que poderia ser e, com isso, abre as portas da imaginação” (ARANHA, 1993,
p. 346). Essa imaginação alarga o campo do real percebido, e o preenche de
outros sentidos, como vai ressaltar Aranha (1993).
Um exemplo que foi apresentado
em sala por uma das colegas foi a obra de
Salvador Dalí, chamada “A Persistência
da Memória”. Dalí não só copiou a
realidade, ele deu uma viajada total e
criou um universo paralelo. Os relógios
A Persistência da Memória, 1931.
estão pendurados em árvores e
derretendo no meio de um cenário bizarro. É tipo um sonho maluco. O legal é
que o Dalí não se limitou a simplesmente pintar o que ele via ao seu redor. Ele
foi lá e criou algo totalmente novo, que faz a gente questionar o que é real e o
que é imaginação. Olhando para essa pintura, a gente não consegue evitar de
pensar: "Como assim? O que está acontecendo aqui?"
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pseudônimo "R. Mutt" e chamou de "Fonte". Basicamente, ele disse que isso
era arte, e pronto. A grande sacada foi que ele estava desafiando a ideia de
que arte precisa ser bonita ou habilmente feita. Foi tipo: "Ei, por que não?" Foi
um tapa na cara das convenções da arte tradicional e fez todo mundo parar e
repensar o que diabos é arte mesmo. Desde então, a Fonte de Duchamp
inspirou muita discussão e debate sobre o que é arte e qual é o papel do
artista. É meio louco pensar que um urinol mudou tanto o mundo da arte, mas é
isso que aconteceu.
E é claro que não posso deixar de falar da
visita ao Teatro e aos museus da Ufam. Nos
lugares em que fomos com a turma, eu estava
entre dois extremos, sendo o primeiro “Uau!
Isso realmente é arte, porque é belo e não
faria igual”, e o segundo “Senhor, por que isso
é arte? Um rabisco meu poderia ser
considerado também?”. E depois de fazer a
releitura das aulas e começar a escrever este
diário, compreendi melhor os conceitos e
deixei de lado essa minha ignorância sobre o
Teatro Amazonas, Manaus, AM.
que realmente pode ser arte.
Ah, sim, um momento em que a
natureza fez arte! E foi um dos comentários
que praticamente todos disseram: “Isso vai
para o meu diário”. Foi logo no início, quando
estávamos esperando dar o horário da visita
marcada. Tiramos aquele momento de espera
para poder fotografar a vista fora do teatro, foi
quando, em uma das estátuas do pátio perto
da entrada do local, que um passarinho
REFERÊNCIAS