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História

da Arte
POR: BRUNA MARTIOLLI
Esse será seu guia para estudar arte em 2024,
nesse PDF constam links úteis sublinhados (como por
exemplo o meu @ abaixo) clicando ali em um
computador, tablet ou celular com acesso a internet
você será redirecionada(o) para esses links.

@BRUNAMARTIOLLI
Oie, Bruna Martiolli aqui, Professora e Mestre de
Literaturas de Língua Portuguesa.

Sou Formada em Letras Portugues-Ingles e em Pedagogia


pela Faculdade São Bernardo do Campo e Mestre em
Literaturas de Língua Portuguesa pela Universidade do
Minho.

Atuo na docência desde 2016, já trabalhei com


alfabetização e letramento para o ciclo básico, como
professora de redação e literatura para fundamental I e II,
e para Ensino Médio.

Atualmente trabalho com aulas particulares de literatura e


cursos.

Além disso, sou um produto das oportunidades acadêmicas


que tive, dos livros que pude ler e dos sonhos que a
educação me motivava desde a infância. Por isso, espero
que cada uma das referencias presentes nesse calendário
faça por você o mesmo que fez por mim: te liberte.

Muito obrigada por ter adquirido esse calendário/guia e


por confiar no meu trabalho!
Comece aqui
Se formos pensar em estudar a historia da arte do mais absoluto
zero proponho uma disposição para refletir sobre mais de 30 mil
anos desse propósito. A arte como parte da nossa humanidade
remonta tudo que fomos, somos e possivelmente seremos.
A arte como produto estético do belo (quadros que olhamos e
nos satisfazem pela beleza consensual) ou pela denuncia, ou pela
incompreensão (quadros que não nos entregam um “sentido”
representativo de prontidão ou que nos incomodam com seus tons
escuros e cenas doloridas) exemplificam forças ideológicas,
sociais, politicas e criticas. Nenhuma obra de arte foge a
criticidade, a reflexão, a expressão humana.
A proposta que lhe faço é iniciar esses estudos sem grandes
ansiedades, mas sim, curtir inclusive o desconforto de observar o
esteticamente não “belo” na inspiração de compreendermos
melhor tudo que fomos e seremos. Há os tons escuros e claros em
cada um de nós e essa é a maior verdade sobre a arte: exprime o
que quiser, para quem for, como for, por onde for.
Farei uma breve explicação sobre a história da arte e seus
principais marcos, dentro deles, observe ao longo do ano onde
estão nossos artistas desse calendário, forme suas opiniões com
base nos textos, estética e apreço. Tenha seus favoritos,
incômodos e incompreendidos, pois é assim que somos dentro e
fora dos nossos estudos.
Introdução
A arte, como expressão primordial da humanidade, transcende
fronteiras temporais e geográficas, desempenhando um papel
essencial na narrativa da evolução cultural e social. Desde as
antigas pinturas rupestres até as instalações contemporâneas, ela
tem sido uma força poderosa que molda e reflete as experiências
e as perspectivas das civilizações ao longo da história.
A diversidade artística, impulsionada por crenças, rituais e
tradições tanto no Ocidente quanto em outras partes do mundo,
ilustra a maneira como a arte se entrelaça com a vida cotidiana e
a visão de mundo de uma sociedade. Com o surgimento de
artistas notáveis, ideias revolucionárias e movimentos estilísticos
distintos, a arte testemunhou períodos de grande inovação e
mudança, deixando um legado que influencia e ressoa até os dias
atuais.
Este E-Book procura explorar a importância da história da arte,
destacando suas descobertas e avanços significativos que
moldaram não apenas o mundo da arte, mas também a própria
humanidade, por meio dos artistas selecionados, para que você
possa observar o mundo antigo e atual por novas perspectivas.
Resumo
A história da arte é uma jornada fascinante que se estende por
milênios, atravessando diferentes períodos e movimentos que
refletem as complexidades da experiência humana, como ja
percebemos.
Começando com a arte pré-histórica e a antiguidade,
testemunhamos a expressão criativa das primeiras civilizações
através de pinturas rupestres, esculturas monumentais e cerâmica
elaborada, refletindo suas crenças e valores culturais.
No mundo medieval, a arte cristã dominou, manifestando-se em
esplêndidas catedrais góticas, pinturas devocionais e manuscritos
ricamente iluminados, que refletiam a devoção religiosa e a busca
espiritual.
A Renascença e o Maneirismo marcaram uma época de
renovação cultural na Europa, com artistas como Leonardo da
Vinci e Michelangelo buscando reviver as influências clássicas
gregas e romanas, resultando em obras marcadas pela proporção
perfeita, perspectiva e harmonia.
O Barroco trouxe um estilo dramático e ornamental,
representado por artistas como Caravaggio e Bernini, que
buscaram impactar o observador com contrastes intensos de luz e
sombra, e composições dinâmicas e teatrais.
Posteriormente, o Neoclassicismo, inspirado nas formas da
Grécia e Roma antigas, enfatizou a simplicidade e a
racionalidade, exemplificado pelas obras de Jacques-Louis David,
que expressavam temas de heroísmo e virtude cívica.
O Romantismo trouxe um foco na emoção, individualidade e na
natureza, retratando paisagens dramáticas e heróis trágicos,
enquanto o Simbolismo explorou temas místicos e espirituais,
utilizando simbolismo e imagens alegóricas para expressar ideias
complexas e subjetivas.
Na era moderna, o século XX testemunhou uma série de
movimentos revolucionários como o Cubismo de Picasso, o
Surrealismo de Dalí e o Expressionismo de Munch, que desafiaram
as convenções e buscaram novas formas de expressão.
Ao longo desses períodos, diversas técnicas de pintura foram
desenvolvidas, desde afrescos e têmperas até óleo sobre tela e
técnicas contemporâneas. A história da arte reflete, assim, a
evolução das ideias, valores e visões de mundo ao longo dos
séculos, revelando a essência e a riqueza da criatividade humana.

INTRODUÇÃO HISTÓRIA
DA ARTE: LEIA AQUI
Essa seleção de artistas.
Para o nosso ano de 2024 ser lindo, selecionei 12 artistas ao
redor do mundo para nos ensinar sobre beleza, forma,
história e principalmente, sobre o interior humano.

A pintura, assim como outras formas de arte, tem o


potencial de ensinar e transmitir criatividade, perspectivas,
historia, cultura, empatia, técnica, autoexpressão, estética,
inovação e muito mais.

Essa seleção foi feita de maneira livre (e até particular com


os meus favoritos) e os artistas não tem ligação com os
meses sequentes. A sugestão é que você troque os meses do
ano com o passar do tempo e volte nesse ebook para estudar
cada artista mais profundamente.

São eles: Michelangelo, Bruegel, Artemisia Gentileschi,


Rembrandt, Claude Monet, Pierre-Auguste Renoir, Van
Gogh, Picasso, Tarsila do Amaral, Portinari, Frida Kahlo e
Clarice Lispector.
Como você vai estudar
com esse e-book
Com o passar dos meses você passará por diversas fases
artísticas, desde o autor mais antigo (como Brueghel) até a
artista mais recente (Clarice Lispector).

A intenção é que você conheça, ao longo de doze meses, os


principais artistas globais e claro, os nossos artistas
brasileiros. Por isso, a seleção foi feita de maneira livre,
assim, alguns pintores até se repetem nos mesmos
“movimentos” como os Renascentistas Bruegel e
Michelangelo, porém o objetivo não é obtermos um artista
por período e sim os que julgo mais iniciais para lhe trazer
uma experiencia cem por cento relevante.

As indicações de trocas e movimentos artísticos estarão


sinalizadas ao longo do ebook. E, assim, você construirá seu
repertório cultural no decorrer do ano.
A Seleção de Artes
Cada mês você terá uma arte representando so autorretratos
de cada um dos pintores em questão, a designer
@barbaraccaruso que com muito carinho e durante nossas
reuniões optou por seguimos os clássicos autorretratos de
cada um dos próprios pintores.
Assim, reproduziremos nesse calendário as artes oficiais
como inspiração.
No caso de Bruegel, por exemplo, optamos por reproduzir
um único e raro esboço deixado pelo pintor, de si mesmo.
Mas, no caso, trouxemos a ideia de deixa-lo colorido.
Imagina se o pintor tivesse terminado-o?
Em Artemisia Gentileschi optamos por reproduzir seu
clássico e aclamado autorretrato. E assim por diante...

Bruegel Artemisia Gentileschi


Ordem Cronológica
POR DATA DE NASCIMENTO

1475 - Michelangelo
RENASCIMENTO
1569 - Bruegel
RENASCIMENTO
1571 - Caravaggio
BARROCO
1593 - Artemisia Gentileschi
BARROCO
1606 - Rembrandt
BARROCO
1840 - Claude Monet
IMPRESSIONISMO X ACADEMICISMO

1841 - Pierre-Auguste Renoir


IMPRESSIONISMO 1853 - Van Gogh
PÓS-IMPRESSIONISMO
1886 - Tarsila do Amaral
MODERNISMO
1903 - Portinari
MODERNISMO
1907 - Frida Kahlo
“SURREALISMO”
1920 - Clarice Lispector
MODERNISMO
Salve Essa Data!
Salve Essa Data!
03 de Fevereiro de 2024

Para além desse E-book, dia 03 de Fevereiro de


2024 teremos um aulão de Introdução à História
da Arte para aprofundarmos os conteúdos daqui
e elevarmos nossos estudos iniciais do tema.

Lógico que você terá um desconto por ter


adquirido esse material, assim, fica com o
conjunto completo!

(esse aulão terá certificado reconhecido)

cupom: ARTE

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PARTICIPAR DA AULA E VER
MAIS INFORMAÇÕES
“A arte é um esquivar-se a agir, ou a viver. A arte é a expressão
intelectual da emoção, distinta da vida, que é a expressão volitiva
da emoção. O que não temos, ou não ousamos, ou não
conseguimos, podemos possuí-lo em sonho, e é com esse sonho que
fazemos arte. Outras vezes a emoção é a tal ponto forte que,
embora reduzida a acção, a acção, a que se reduziu, não a satisfaz;
com a emoção que sobra, que ficou inexpressa na vida, se forma a
obra de arte. Assim, há dois tipos de artista: o que exprime o que
não tem e o que exprime o que sobrou do que teve.”

- Fernando Pessoa, Livro do Desassossego.


Visando a arte no mundo ocidental começamos
com a arte Paleolítica Superior, depois, temos o
surgimento da arte Neolítica, Arte no Egito, Arte
na civilização egéia, Arte na Grécia, Arte em
Roma, Arte Cristã primitiva, Arte Bizantina , Arte
na Europa Ocidental no inicio da Idade Média,
Arte Românica, Arte Gótica e então o
Renascimento na Itália, cujo qual começaremos
com Michelangelo.

ANTES DE COMEÇAR LEIA AQUI


O maior perigo para a maioria de nós
não está em definir o nosso objectivo
muito alto e ficarmos aquém, está na
definição do nosso objetivo muito
baixo, e alcançarmos a meta.

Michelangelo
Michelangelo
Michelangelo Buonarroti (1475-1564) foi um dos mais proeminentes artistas do
Renascimento italiano, deixando um legado duradouro na história da arte.
Nasceu em Caprese, na Itália, e começou sua formação artística aos 13 anos
como aprendiz em Florença, sob a tutela de Domenico Ghirlandaio. Em 1496,
Michelangelo mudou-se para Roma, onde esculpiu sua primeira grande obra,
"Pieta", uma escultura de Maria segurando o corpo de Cristo.

Entre 1508 e 1512, Michelangelo pintou o teto da Capela Sistina no Vaticano,


uma de suas obras-primas. Ele representou cenas do Gênesis, incluindo a
famosa criação de Adão.
Desse teto existe a famosa pintura a seguir, no alto esquerdo da Capela:

A Criação de Adão e seus ignudi de suporte.

Para a seção central do teto, Michelangelo tomou como influência quatro


episódios da história de Adão e Eva como é contada nos três primeiros
capítulos do primeiro livro bíblico. Nessa sequência de três painéis, dois deles
são grandes e um menor. No primeiro, que contém uma das imagens mais
famosas, hoje, da história da arte, Michelangelo retratou Deus aproximando-se
para tocar Adão, personagem esse, nas palavras de Vasari, "representado por
uma figura de uma beleza, postura e contornos tais que Adão parece ter sido
criado naquele momento, pelo Supremo Criador, e não por desenhos e
pinceladas de um mortal."
De toda Capela e história segue um trecho que pessoalmente mais amo:

Judite e Holofernes, que depois foram verdadeiramente retratados por


Caravaggio, Artemisia Gentileschi e vários pintores. (adentraremos o
assunto em breve)

Para a Capela Sistina, Michelangelo utilizou a técnica da pintura a


fresco, na qual as cores são aplicadas sobre uma parede de argamassa
fresca, resultando em cores vibrantes e duradouras.

Também esculpiu "David" (1501-1504), uma escultura emblemática que


representa a juventude e a força, e "Moisés" (1513-1515), uma peça
monumental encomendada para o túmulo do Papa Júlio II. Além da
escultura e pintura, Michelangelo era um habilidoso arquiteto,
responsável por projetos como a Basílica de São Pedro em Roma.
David Moisés

Basílica de São Pedro em Roma


Na arte: Foi uma figura-chave no Renascimento, período de renovação
artística e cultural na Europa, contribuindo para a redescoberta das
tradições clássicas greco-romanas.

Mestre Multifacetado: Sua maestria em escultura, pintura e arquitetura o


destaca como um artista multifacetado, influenciando gerações
subsequentes de criadores.

Idealização da Beleza: Michelangelo buscava a representação


idealizada da beleza humana, expressando emoções e movimento em
suas obras.

Inovações Técnicas: Suas técnicas inovadoras influenciaram artistas


como Leonardo da Vinci e Rafael, e sua abordagem artística continua a
inspirar artistas contemporâneos.

Mais sobre:
50 Fatos sobre Michelangelo: Clica aqui e
assista

História da Capela Sistina: Video Aqui

Pieta: Assista Aqui


Continuando no Renascimento Italiano
veremos um homem agora que criou uma
dinastia...
Pieter Bruegel
Pieter Bruegel
Pieter Bruegel, também conhecido como Pieter Bruegel o Velho, foi um pintor
flamengo do século XVI, nascido por volta de 1525 e falecido em 1569.
Conhecido por suas obras que capturam a vida cotidiana, paisagens
campestres e cenas populares. Nasceu em uma família de artistas na região
dos Países Baixos (atual Bélgica) e provavelmente estudou com o pintor Pieter
Coecke van Aelst e, mais tarde, viajou para a Itália, uma experiência que
influenciou sua obra.

Casou-se com Mayken Coecke, filha de seu mestre, e teve dois filhos, incluindo
Pieter Bruegel o Jovem, que também se tornou um pintor. Assim, a arvore
genealogica da familia se tornou um grande império, todos acabaram virando
pintores e se formou uma verdadeira Dinastia.

Muito se confunde as obras verdadeiras de Bruegel (o Velho) com as de seus


familiares, que também assinam como Bruegel, portanto, atualmente se
identifica o primeiro como “o Velho” e os demais como Bruegel.

Desempenhou um papel crucial na popularização da paisagem como um


gênero independente. Suas paisagens eram frequentemente cenários para
atividades humanas, destacando a conexão entre o homem e a natureza.
E assim, é considerado um dos mestres da pintura flamenga do Renascimento.
Sua abordagem única para a representação da vida cotidiana e sua habilidade
técnica influenciaram muitos artistas subsequentes.
Elencando suas principais características:

Técnica: Sua técnica envolve um realismo minucioso e uma habilidade


notável na representação de multidões e paisagens. Utilizava uma paleta
de cores ricas e detalhes intricados.
Inovação na Paisagem: Desempenhou um papel crucial na popularização
da paisagem como um gênero independente. Suas paisagens eram
frequentemente cenários para atividades humanas, destacando a conexão
entre o homem e a natureza.
Importância para a Arte Mundial: Um dos mestres da pintura flamenga do
Renascimento. Sua abordagem única para a representação da vida
cotidiana e sua habilidade técnica influenciaram muitos artistas
subsequentes.
Obras Notáveis: Entre suas obras mais conhecidas estão "A Torre de Babel",
"Os Caçadores na Neve" e "A Parábola dos Cegos".

Os artistas dos séculos XV e XVI eram fascinados por pintar paisagens


sazonais. tirando inspiração da mudança de cores e humores e da noção da
passagem do tempo. “Bruegel descobriria um novo reino para a arte que
gerações de pintores holandeses depois dele iriam explorar a fundo.” - E.H.
Gombrich, A história da arte, 1950.
A Torre de Babel

foi pintada quando Bruegel estava em Roma e agora está perdida

"A Torre de Babel" é uma obras pintada por volta de 1563. Esta pintura
apresenta a narrativa bíblica da Torre de Babel, que pode ser encontrada no
Livro de Gênesis, capítulo 11, versículos 1 a 9.
A história da Torre de Babel na Bíblia conta sobre a tentativa dos seres
humanos de construir uma torre que atingisse os céus para desafiar a Deus.
Deus, ao perceber essa ambição arrogante, confundiu suas línguas, resultando
na dispersão da humanidade por toda a Terra. A pintura de Bruegel captura
esse momento de caos e desordem.

Técnica e Composição: Bruegel era conhecido por sua habilidade em


representar detalhes complexos e suas obras são muitas vezes repletas de
cenas animadas. A pintura é um cenário caótico e movimentado, com
trabalhadores construindo a torre, animais sendo usados para transportar
pedras e figuras humanas em vários estados de atividade. Bruegel preenche a
cena com uma riqueza de detalhes que convida o observador a explorar cada
parte da obra.
Os Caçadores na Neve

Museu de História da Arte em Viena, Viena

"Os Caçadores na Neve," 1565 também conhecida como "Retorno dos


Caçadores," faz parte de uma série de seis pinturas sazonais de Bruegel, cada
uma representando um mês do ano. Essa obra específica retrata o inverno, com
caçadores retornando de uma expedição de caça em meio a uma paisagem
coberta de neve.
A cena é animada por várias atividades, incluindo caçadores, cães, patinadores
no gelo, jogos de curling e aldeões. Há uma sensação de movimento e vida, e
Bruegel incorpora elementos que destacam tanto a beleza quanto as
dificuldades da estação.
A pintura utiliza uma perspectiva aérea para criar uma sensação de
profundidade. As figuras humanas e os objetos diminuem de tamanho à medida
que se afastam, proporcionando uma representação realista da
tridimensionalidade do espaço.
Bruegel utiliza uma paleta de cores frias e neutras, como brancos, azuis e
cinzas, para transmitir a frieza do inverno. Os toques de vermelho e marrom nas
roupas dos caçadores e nos detalhes arquitetônicos aquecem visualmente a
composição.
Cada elemento na pintura conta uma história, desde os caçadores cansados
até as atividades recreativas ao fundo. A composição é equilibrada e convida o
espectador a explorar os detalhes, proporcionando uma experiência rica e
envolvente.

É uma verdadeira obra-prima que ilustra a habilidade de Bruegel em combinar


detalhes naturalistas com uma narrativa rica e complexa. Sua técnica
inovadora e representação vívida da vida cotidiana fazem dessa pintura uma
contribuição significativa para a história da arte.
A Parábola dos Cegos

Museu de Capodimonte, Nápoles, Itália

"A Parábola dos Cegos" é uma pintura criada por volta de 1568. A parábola
referida na pintura é associada a uma passagem do Evangelho de Mateus no
Novo Testamento da Bíblia, especificamente em Mateus 15:14. A história fala
sobre líderes religiosos cegos espiritualmente que guiam outros na mesma
direção, e Jesus adverte que ambos acabarão caindo em um buraco.
Representa um grupo de cegos sendo liderados por um cego principal, que por
sua vez está prestes a cair em um buraco. Cada cego é retratado de forma
diferente, com características distintas e expressões variadas. No fundo, à
direita, há um vilarejo e uma igreja, possivelmente sugerindo críticas à
instituição religiosa.
Aqui ele utiliza essa habilidade para criar uma composição rica e dinâmica. A
pintura emprega uma perspectiva aérea, com figuras menores no primeiro
plano e figuras maiores no plano de fundo, proporcionando uma sensação de
profundidade.
A paleta de cores é naturalista e sutil, com tons de marrom, verde e azul
predominantes. O cenário campestre é representado de maneira realista,
contribuindo para a atmosfera da cena.
Além da narrativa bíblica, a pintura é interpretada como uma crítica social e
religiosa. Os cegos representam a liderança cega e insensível da Igreja,
enquanto o buraco simboliza o destino inevitável de sua direção errônea.
Bruegel é habilidoso em capturar expressões faciais e movimentos que
comunicam emoções e a narrativa da parábola. As figuras têm expressões de
confusão, desespero e resignação.
Destaca-se não apenas por sua narrativa visual, mas também pela forma como
Bruegel aborda críticas sociais e religiosas por meio da representação artística.
A obra é uma expressão poderosa da maestria técnica do pintor flamengo e da
profundidade simbólica de suas criações.

Mais sobre:
Quem foi Bruegel: Clica aqui e assista
A Torre de Babel: Clica aqui e assista
Esta Noite Sonhei com Bruegel: Video meu
Um novo período, depois de
Michelangelo e Bruegel temos o
Renascimento na Alemanha e Países
Baixos, a arte pré-colombiana e o nosso
próximo destaque que é: O Barroco na
Italia, começando com Caravaggio.

ANTES DE COMEÇAR LEIA AQUI


Amor Vincit Omnia.
(O amor vence todas as coisas.)
Caravaggio
Caravaggio
Michelangelo Merisi da Caravaggio, conhecido simplesmente como
Caravaggio, foi um dos pintores mais influentes do período barroco na
Itália. Nasceu em Milão, Itália, em 1571. Iniciou sua carreira artística em
Roma, onde seu talento chamou a atenção de mecenas e
colecionadores.

Influenciado pelos mestres do Renascimento italiano, Caravaggio


desenvolveu um estilo único que rompeu com as convenções da época.
Sua abordagem naturalista e realista, combinada com um uso dramático
de luz e sombra, tornou-se característica marcante de seu trabalho.
Popularizou o chamado “chiaroscuro”, uma técnica que envolve o uso
dramático de luz e sombra para criar efeitos tridimensionais. Essa
abordagem contribuiu para a intensidade emocional de suas obras.

Suas obras frequentemente exploravam temas religiosos, mas ele os


abordava de maneira realista e muitas vezes provocante. Também pintou
cenas do cotidiano com uma intensidade visual única.

Sobre sua personalidade, levou uma vida tumultuada e, em muitos


aspectos, controversa. Se envolveu em brigas, escândalos e,
eventualmente, cometeu homicídio. Sua personalidade intensa e seu
estilo de vida tumultuado contribuíram para sua fama e infâmia. Após ser
condenado por homicídio, fugiu de Roma e passou seus últimos anos em
várias cidades italianas. Ele morreu em 1610 em circunstâncias ainda não
completamente esclarecidas.
Susana e os Anciãos

Galeria Nacional de Arte Antiga, Roma

Judite e Holofernes é um quadro de inspiração bíblica, de Caravaggio,


pintado em 1599. A pintura mostra Judite a decapitar o general
Holofernes após o ter seduzido, o que provocou reações de horror e
surpresa entre os primeiros espectadores, pois Caravaggio conseguiu
dotar a obra de grande realismo e crueza.

Caravaggio escolheu representar o momento crucial em que Judite, com


a ajuda de sua criada, decapita Holofernes enquanto ele está
adormecido. A cena é carregada de tensão, violência e heroísmo.

Emprega sua característica técnica de chiaroscuro para criar um forte


contraste entre luz e sombra. A luz focalizada destaca as figuras
principais, enquanto as áreas de sombra intensificam o drama e a
tensão na cena.
A técnica realista e naturalista de Caravaggio é evidente na
representação detalhada das figuras e na expressão vívida de emoções.
As figuras têm uma qualidade tridimensional que as fazem parecer
emergir da escuridão.

A composição é teatral, com o foco intenso nas figuras centrais. A luz é


direcionada para o rosto de Judite e a lâmina da espada, enfatizando a
ação crucial.

Caravaggio não poupa detalhes na representação da violência. O rosto


de Holofernes exibe agonia, enquanto Judite demonstra uma intensidade
emocional que mistura determinação e horror.

Os detalhes nas vestimentas, nas mãos e no rosto das figuras são vívidos
e realistas. Caravaggio adiciona simbolismo à cena, como o lençol
manchado de sangue que ecoa a brutalidade do ato.

Nota:
Após séculos de esquecimento, a pintura foi redescoberta no século
XX. Hoje, é reconhecida como uma das obras-primas de Caravaggio e
uma das representações mais poderosas da história de Judite e
Holofernes.
Medusa

Galleria degli Uffizi, Florença

Medusa (1597), Caravaggio retrata a Medusa em um momento de agonia


e horror. O rosto distorcido e os olhos arregalados evocam uma emoção
intensa e realista, contribuindo para a força visual da obra.

O foco principal da pintura é a cabeça decapitada da Medusa, cujos


cabelos serpenteantes e olhos penetrantes são elementos icônicos. A
expressão de terror e desespero é capturada de maneira extraordinária.
A composição da pintura é centrada na ação, com a cabeça da Medusa
como ponto focal. O uso da luz e a disposição dos elementos visuais
conduzem o olhar do observador para o ponto crítico da narrativa
mitológica.

NOTA: Medusa é uma figura da mitologia grega conhecida por sua


natureza monstruosa e pelo poder transformador de seu olhar. Ela era
uma das três Górgonas, criaturas com serpentes no lugar de cabelos e a
capacidade de transformar em pedra aqueles que olhassem diretamente
para elas. Medusa em particular era a única mortal entre as Górgonas.
A história mais conhecida sobre Medusa envolve o herói Perseu, que foi
enviado em uma missão para cortar a cabeça de Medusa. Ele conseguiu
realizar essa tarefa difícil com a ajuda dos deuses, incluindo Atena, que
deu a ele um escudo polido como espelho para evitar olhar diretamente
para Medusa. Após cortar a cabeça da Górgona, Perseu usou a cabeça
de Medusa como uma arma poderosa em várias aventuras.

A imagem de Medusa, com seu olhar petrificante e serpentes no lugar de


cabelos, tornou-se um tema frequente na arte e na cultura ao longo dos
séculos. Ela simboliza a ameaça e o perigo, mas também a
vulnerabilidade, já que ela mesma teve um destino trágico nas mãos de
Perseu.

Narciso

Galeria Nacional de Arte Antiga


O tema da pintura Narciso, pintada por volta de 1597 e 1599, é um
personagem da mitologia grega conhecido por sua beleza extraordinária
e pela trágica história de se apaixonar pela própria imagem refletida na
água.

A pintura foi originalmente atribuída a Caravaggio por Roberto Longhi


apenas em 1916. Este é um dos únicos dois Caravaggios conhecidos
sobre o tema da mitologia clássica, embora isso se deva mais aos
acidentes de sobrevivência do que à obra do artista. Narciso, segundo o
poeta Ovídio em suas Metamorfoses, é um belo jovem que se apaixona
por seu próprio reflexo. Incapaz de se afastar, ele morre de paixão e,
mesmo enquanto atravessa o Estige, continua a olhar para seu reflexo.

A pintura transmite um ar de melancolia taciturna: a figura de Narciso


está trancada em um ciclo vicioso com seu reflexo, cercada pela
escuridão, de modo que a única realidade está dentro desse ciclo de
autoestima. O crítico literário do século XVI Tommaso Stigliani explicou o
pensamento contemporâneo de que o mito de Narciso "demonstra
claramente o final infeliz daqueles que amam demais suas coisas".
Mais sobre:
Documentário sobre Caravaggio:
Clica aqui e assista

Caravaggio 50 fatos: Assista aqui

Artigo, estudos de Caravaggio: Leia aqui


Continuando no Barroco na Italiano
veremos uma mulher agora que
revolucionou a arte e a vida.
Minha Senhoria, eu vou te mostrar
o que uma mulher pode fazer.
Artemisia Gentileschi
Artemisia Gentileschi
Artemisia Gentileschi (1593-1656) foi uma pintora italiana do período barroco,
conhecida por obras de forte expressão emocional e por ser uma das poucas
mulheres artistas reconhecidas em sua época.
Nasceu em Roma, filha do pintor Orazio Gentileschi, mostrou talento artístico
desde jovem e foi treinada por seu pai, que a introduziu nos círculos artísticos
influentes da cidade.

Enfrentou desafios como mulher em uma profissão dominada por homens. Sua
vida foi marcada por uma reputação forte e por um julgamento público após
um caso de estupro envolvendo um colega de seu pai, o pintor Agostino Tassi.
Passou grande parte de sua carreira em Florença, onde foi a primeira mulher
admitida na Accademia delle Arti del Disegno. Ela desenvolveu uma clientela
importante e se tornou uma das artistas mais requisitadas da cidade.

Retorna a Roma na década de 1620, onde continuou a pintar e a receber


comissões importantes. Sua reputação cresceu, e ela se tornou uma figura
respeitada no cenário artístico.

Foi fortemente influenciada pelo estilo Caravaggista, caracterizado pelo uso


dramático de luz e sombra (chiaroscuro). Essa técnica cria contrastes vívidos e
destaca áreas específicas da pintura.

Sua obra é marcada por uma representação realista e emocional. Ela era
particularmente hábil em retratar expressões faciais intensas e gestos que
comunicavam emoções poderosas.
Frequentemente escolhia temas femininos, incluindo mulheres fortes e
mitológicas, o que era incomum para a época. Sua pintura "Judite Decapitando
Holofernes" é uma das obras mais conhecidas e ilustra sua abordagem única a
temas históricos e bíblicos.

Usava uma paleta de cores rica e vibrante, o que contribuía para a intensidade
emocional de suas pinturas. Suas obras eram conhecidas pelo uso de vermelhos
profundos e azuis saturados.

Judite decapitando Holofernes

Museu de Capodimonte
A pintura de "Judite Decapitando Holofernes" é emblemática da capacidade
de Artemisia de superar as barreiras de gênero na arte e é uma expressão
impactante do poder feminino e da resistência. Atualmente, é exibida em
museus ao redor do mundo, testemunhando a influência duradoura de Artemisia
Gentileschi na história da arte.

A história de Judite e Holofernes é uma narrativa bíblica encontrada no Livro de


Judite no Antigo Testamento. Judite, uma bela viúva judia, se aproxima do
acampamento do general Holofernes, que sitiava a cidade de Betúlia. Ela seduz
Holofernes e, enquanto ele está embriagado, decapita-o, tornando-se uma
heroína que salva seu povo da invasão assíria.

Artemisia captura intensamente a emoção do momento. Os rostos de Judite e


sua criada Abra estão cheios de determinação, enquanto Holofernes expressa
agonia e desespero, desde os músculos tensos até a expressão de angústia em
seu rosto.

A pintura destaca-se pelo uso dramático de luz e sombra, uma característica


marcante do estilo Caravaggista.

Nota:

1. Algumas análises sugerem que a obra pode ser interpretada como uma
expressão simbólica do próprio trauma de Artemisia, que enfrentou um
julgamento público após um caso de estupro envolvendo o pintor Agostino
Tassi. A intensidade da cena poderia refletir suas próprias experiências.
Autorretrato como
Alegoria da Pintura

Palácio de Buckingham

O "Autorretrato como Alegoria da Pintura" 1639 destaca a habilidade única de


Artemísia em expressar poder. A pintura é uma afirmação visual de sua
identidade como pintora em uma época em que as mulheres artistas eram
frequentemente subestimadas.
A obra é uma alegoria que personifica a pintura como uma mulher, uma
abordagem comum na arte barroca. A figura feminina segura pincéis e paletas,
indicando seu papel como artista.
Demonstra uma atenção detalhada aos aspectos físicos e simbólicos da
pintura. A luz e a sombra enfatizam a tridimensionalidade da figura, enquanto
elementos simbólicos, como a coroa de louros, são usados para representar a
conquista artística.
Influenciada pelo Caravaggismo, Artemisia utiliza fortes contrastes entre luz e
sombra para criar drama e realismo em suas obras. Essa técnica é evidente
onde a luz enfatiza as características da figura.

Susana e os Anciãos

Palácio de Weissenstein
A narrativa de Suzana e os anciãos (1610) foi diversas vezes representada na
história da arte, essencialmente durante o renascimento ─ em detrimento da

introdução de nus , e estendeu-se até o século XVIII. Para além disso, as
representações do evento descrito pelo profeta Daniel, continham, na pintura
de artistas homens, mulheres tradicionalmente pintadas como figuras delicadas
e passivas.

A história de Suzana está presente no Antigo Testamento do livro do profeta


Daniel e a narrativa trata do evento ocorrido com a esposa de um rico
proprietário que habitava a região babilônica. O profeta descreve a jovem
como uma mulher virtuosa, casta e honesta. Certa vez, em um dia de forte
calor, Suzana sai para banhar-se no rio que passava pelo pomar, o qual
ornamentava o portentoso jardim da casa do jovem casal.
Assim que as servas que foram acompanhá-la se retiram do local, à seu pedido
para que buscassem o necessário para seu banho, dois senhores
frequentadores da casa se aproximam, sem a ciência da jovem, para observá-
la em seu momento íntimo, ao passo que arquitetam diferentes maneiras de
assediá-la.

Surpresa e assustada, Suzana se choca com as presenças e, essencialmente,


com os desejos que os anciãos descrevem. A partir da manifestação de seus
desejos e da recusa repleta de repulsa, os dois juízes avançam, tocando e
repuxando as poucas vestes de Suzana. Para além disso, ameaçam-na com
denúncias públicas de adultério caso ela continuasse rejeitando a ambos, como
resultado a jovem reage gritando e prefere ir a julgamento a se submeter aos
senhores; seus gritos atraem as servas, que, ao chegarem em seu encontro, são
deflagradas com as denúncias caluniosas dos anciãos, os quais a acusam de
adultério.

Quando em julgamento, e sob pena de morte por apedrejamento, um jovem


que assistia o evento, incomodado com a ocasião e suspeitando das narrativas
do senhores, ergue-se e pede para que os juízes sejam ouvidos separadamente.
Este fato faz com as histórias se contradigam, e a verdade apareça, expondo
os dois juízes e seu esquema calunioso, fato que culmina na condenação de
ambos.
Mais sobre:
Susana e os Anciãos: Veja aqui
Quem foi Artemisia?: Veja Aqui
Artigo sobre Artemisia: Leia aqui
Artigo sobre Artemisia e historia: Leia aqui
Continuando no Barroco na Italiano
veremos mais um grande pintor e que
causou grandiosas contribuições na
historia da arte e que faz parte do
Barroco nos Países Baixos.

ANTES DE COMEÇAR LEIA AQUI


Tente colocar em prática o que
você já sabe e fazendo isso, você
descobrirá, com o tempo, as coisas
escondidas sobre as quais agora
você se questiona. Pratique o que
você sabe e isso ajudará a tornar
claro o que agora você não sabe.

Rembrandt Van Rijn


Rembrandt
Rembrandt Harmenszoon van Rijn foi um dos mais importantes pintores e
gravuristas holandeses do Século de Ouro neerlandês, conhecido por suas
habilidades excepcionais no uso da luz e sombra, bem como por sua
capacidade de capturar a complexidade das emoções humanas.

Nasceu em Leiden, Países Baixos, em 1606. Estudou inicialmente na Universidade


de Leiden, mas sua paixão pela arte o levou a se tornar aprendiz de Jacob van
Swanenburgh e, mais tarde, a estudar em Amsterdã.

Desenvolveu um estilo único que combinava realismo, uso dramático de luz e


sombra (chiaroscuro) e uma habilidade excepcional em retratar a psicologia
dos personagens. Sua maestria artística começou a atrair a atenção, e ele se
estabeleceu como um dos principais pintores em Amsterdã.

Ganhou reconhecimento e sucesso financeiro consideráveis. Ele recebeu


numerosas encomendas para retratos e obras religiosas, tornando-se um dos
artistas mais requisitados da sua época. Apesar de sua popularidade, enfrentou
problemas financeiros ao longo dos anos, principalmente devido a um estilo de
vida extravagante e investimentos ruins. Sua vida pessoal também foi marcada
por tragédias, como a morte de sua esposa Saskia e a falência resultante.

Sua técnica de pinceladas é expressiva, criando texturas ricas e detalhes


minuciosos. Muitas vezes deixava pinceladas visíveis em suas obras,
contribuindo para a sensação tátil de suas pinturas. E, era notável por sua
habilidade em retratar não apenas a aparência física, mas também a
psicologia e as emoções humanas. Seus retratos capturavam a alma e a
complexidade de seus modelos.

Utilizava uma paleta de cores suntuosa, com tons ricos e nuances variadas.
A Ronda Noturna

Rijksmuseum, Amesterdão, Países Baixos

"A Ronda Noturna" é uma das obras-primas mais conhecidas de Rembrandt,


também chamada de "A Companhia Militar do Capitão Frans Banning Cocq"
(1642), retrata uma companhia de milícia liderada pelo Capitão Frans Banning
Cocq em Amsterdã durante o Século de Ouro neerlandês.

A obra foi encomendada pelos próprios membros da milícia para ser exibida em
sua sede. O objetivo era criar um retrato de grupo que destacasse a força e a
importância da milícia, assim como a individualidade dos membros.

Rembrandt inovou ao adotar uma abordagem narrativa mais dinâmica do que


os retratos de grupo tradicionais. Em vez de posicionar os membros em uma
linha estática, ele os representou em ação, sugerindo um momento de
mobilização da milícia.
A técnica de chiaroscuro, o contraste dramático entre luz e sombra, é evidente.
Rembrandt usa a luz para destacar áreas específicas da pintura, como o rosto
dos personagens principais e partes das roupas, criando um foco dramático

A luz central, que ilumina o Capitão Frans Banning Cocq e sua tenente, cria um
ponto focal crucial. Esse efeito enfatiza a liderança da milícia e reforça o
papel central desses personagens na narrativa. Assim, mostra grande atenção
aos detalhes, como a inclusão de um menino carregando cartuchos de pólvora.
Esses detalhes adicionam complexidade à narrativa e destacam a diversidade
e coesão da milícia.

NOTA: A autora portuguesa Agustina Bessa Luis construiu uma narrativa para
essa tela em particular, o nome de seu livro é: A Ronda da Noite. Uma leitura
pessoalmente dificilima mas magnifica. Não sei como seria o acesso a esse livro
no Brasil, creio que teria que importar, mas em Portugal há diversos exemplares
bem baratinhos e, outra sugestão é participar das aulas sobre a autora pois
meus alunos recebem material.

Deixo a sugestão:
O Retorno do Filho Pródigo

Museu Hermitage, São Petersburgo

A obra "O Retorno do Filho Pródigo" (pintada entre 1661–1669 ) é uma pintura
que retrata uma das parábolas mais conhecidas do Novo Testamento, contada
por Jesus Cristo nos Evangelhos sinópticos (Lucas 15:11-32).

A história é uma parábola contada por Jesus, onde um filho mais novo pede sua
parte da herança ao pai, parte para um país distante, leva uma vida dissipada
e, após sofrer dificuldades, retorna para casa humilde e arrependido. O pai o
recebe de braços abertos.

A parábola do Filho Pródigo foi uma fonte frequente de inspiração para artistas
ao longo dos séculos. Rembrandt escolheu esse tema para criar sua
interpretação única e emotiva.
As expressões faciais dos personagens são altamente expressivas, capturando
emoções intensas. Rembrandt é mestre em representar realismo e humanidade
em suas figuras, enfatizando o aspecto emocional da história.

A composição é centrada no abraço emocional entre o pai e o filho pródigo.


Rembrandt concentra a atenção no momento do reencontro, criando uma
atmosfera de compaixão e redenção. Os elementos simbólicos contribuem para
a narrativa espiritual da obra.

A pintura captura o poder emocional do perdão e da redenção. O abraço do


pai simboliza a aceitação incondicional e o amor compassivo, transmitindo uma
mensagem de esperança e transformação.
O contraste entre as emoções do filho pródigo, mostrando arrependimento, e
do pai, revelando compaixão, é evidente. Rembrandt ilustra a dualidade
emocional da parábola de maneira tocante.

Rembrandt demonstra uma compreensão profunda da psicologia humana. Ele


não apenas representa a narrativa bíblica, mas também explora as emoções
humanas universais de perdão, redenção e reconciliação.

Assim como em "A Ronda Noturna", Rembrandt inova na narrativa visual. Ele não
está simplesmente retratando um evento, mas está contando uma história
através de expressões, gestos e simbolismos.
Ao passarmos pelo barroco italiano e nos
Países Baixos há também o Rococó, o
Neoclassicismo e o Romantismo, o
Realismo, o Movimento das Artes e
Ofícios e o Art Nuveau. Após isso
entramos na era das eras!! O
Impressionismo e vamos começar com
Monet.

ANTES DE COMEÇAR LEIA AQUI


As pessoas discutem minha arte e
fingem entender como se fosse
necessário entender, quando é
simplesmente necessário amar.

Claude Monet
Monet
Claude Monet (1840-1926) foi um dos principais artistas do movimento
impressionista e é conhecido por suas paisagens vívidas e inovadoras. Nasceu
em Paris e desenvolveu um interesse precoce pela arte. Ele estudou nas
academias de artes locais e foi influenciado por pintores mais velhos, como
Eugène Boudin, que o incentivou a pintar ao ar livre.

Foi um dos fundadores do movimento impressionista. Em 1874, exibiu uma


pintura chamada "Impressão, Nascer do Sol", que deu o nome ao movimento.
Os impressionistas buscavam capturar a luz e a atmosfera momentâneas em
suas pinturas.

Impressão, Nascer do Sol - Museu Marmottan, em Paris.

Passou grande parte de sua vida viajando e pintando em diferentes locais. Ele
foi a Giverny, uma pequena cidade na França, onde criou seus famosos jardins,
que se tornaram uma grande fonte de inspiração para sua obra posterior.

Era conhecido por suas séries de pinturas, onde explorava variações de um


tema sob diferentes condições de luz e tempo. Exemplos notáveis incluem as
séries das Ninfeias, dos Choupos e das Catedrais.
Monet continuou a pintar até seus últimos anos, apesar de problemas de saúde.
Ele faleceu em 1926, deixando para trás um legado artístico duradouro que
influenciou gerações subsequentes de artistas.

Técnicas Artísticas: buscava capturar a impressão visual de um momento,


especialmente a luz em diferentes momentos do dia. Suas pinceladas soltas e
leves permitiam que a luz se misturasse mais naturalmente na tela. Ao contrário
das técnicas tradicionais que buscavam uma representação precisa, usava
pinceladas rápidas e soltas para criar uma sensação de movimento e capturar
a essência do momento.

Usava uma paleta de cores vibrantes, muitas vezes aplicadas diretamente na


tela, sem misturar completamente. Isso contribuía para a sensação de frescor e
espontaneidade em suas obras.

Foi um dos pioneiros na prática da pintura ao ar livre. Ele acreditava que a luz
natural proporcionava uma qualidade única às suas obras. Isso também
permitia que ele capturasse as mudanças rápidas na atmosfera. E, buscava
expressar a beleza efêmera e a variedade da natureza.

A Canoa Sobre o Epte

Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand


A canoa sobre o Epte é uma pintura a óleo, feita em 1890. Está pertinho de nós
em São Paulo, na Avenida Paulista, MASP.

Entre 1887 e 1890, Monet se preocupou em retratar cenas do rio Epte, o qual
banhava a sua propriedade em Giverny. As irmãs Suzanne Hoschedé e Blanche
Hoschedé posaram para esta série de pinturas. O pai de ambas era o
banqueiro Ernest Hoschedé, um patrono das artes e colecionador de Monet, e
sua mãe, Alice Hoschedé, que se tornou a segunda esposa de Monet. (fofoca)

De fato, uma das características mais singulares de A canoa sobre o Epte, no


contexto do estilo de Monet, é a proximidade da água, que assume na parte
inferior da composição uma realidade quase tátil, como se o pintor não
quisesse descrever, dessa vez, os reflexos luminosos de sua superfície, mas sua
profundidade.

Embora pertença a uma série, esta tela é um caso único. Nela, há o retrato da
materialidade, sendo que essa nova dimensão visual da água só será obtida
novamente pelo artista mais de trinta anos depois, em suas pinturas do período
de 1918 a 1924.

Mulher com sombrinha

National Gallery of Art, Washington DC


A "Mulher com Sombrinha Virada para a Esquerda" foi pintada por Monet em
1886. Nesse período, Monet já vivia em Giverny, onde estabeleceu sua casa e
jardins que se tornaram uma grande fonte de inspiração. Ele frequentemente
pintava ao ar livre, capturando as mudanças de luz e atmosfera.

Muitas vezes utilizava membros de sua família como modelos em suas pinturas,
e a "Mulher com Sombrinha" pode representar Alice, sua esposa, ou outra
mulher próxima.

A obra destaca-se pela aplicação de técnicas impressionistas de chiaroscuro,


com um contraste vibrante entre luz e sombra. Monet usava uma paleta de
cores ricas e variadas para representar as nuances da luz natural.

Campo de Papoulas

Museu d’Orsay, Paris

A obra foi pintada (1873) durante o auge do movimento impressionista, um


período no final do século XIX. Monet mudou-se para Argenteuil, uma cidade
nos arredores de Paris, em 1871. Essa área tornou-se uma fonte frequente de
inspiração para suas pinturas, incluindo seus campos de papoulas.
Monet utilizou sua característica técnica de pinceladas soltas e rápidas, uma
marca registrada do impressionismo. A paleta de cores vibrantes é uma
característica proeminente na obra. As papoulas vermelhas e vibrantes
contrastam com o verde exuberante do campo, criando uma cena visualmente
impactante.

Mais sobre:
50 Fatos Monet: Assista Aqui
Tour pela casa de Monet: Assista aqui
Unico Registro de Monet em video: Assista e
veja o pintor
Artigo sobre Monet: Leia Aqui
Agora veremos o maioral. Nosso Renoir
da beleza e delicadeza de ser.
Por que a arte não deveria ser
bonita? Existem coisas
desagradáveis suficientes no
mundo.
Pierre-Auguste Renoir
Renoir
Pierre-Auguste Renoir (1841-1919) foi um renomado pintor francês, membro
central do movimento impressionista. Nasceu em Limoges, França, em uma
família modesta. Ele começou sua formação artística como aprendiz em uma
fábrica de porcelana, onde desenvolveu habilidades de pintura. Posteriormente,
estudou na Escola de Belas Artes de Paris.

Renoir tornou-se um dos principais expoentes do impressionismo, um movimento


artístico que buscava capturar a luz e atmosfera em suas pinturas. Ele se juntou
a outros artistas notáveis como Claude Monet, Edgar Degas e Édouard Manet.

Ao longo de sua carreira passou por várias fases estilísticas. Seus primeiros
trabalhos impressionistas foram caracterizados por pinceladas soltas e uma
paleta de cores brilhantes. Posteriormente, ele experimentou com uma técnica
mais linear e estruturada.

Era conhecido por seus retratos, especialmente de figuras da alta sociedade


parisiense. Sua habilidade em capturar a expressão e a beleza das pessoas foi
notável, e ele se destacou como um dos grandes retratistas de sua época.
O tema central das obras de Renoir muitas vezes era a busca pela beleza. Ele
retratava cenas do cotidiano, festas, paisagens e cenas íntimas, destacando a
alegria e a harmonia da vida.

Nos últimos anos de sua vida, Renoir continuou a pintar, apesar da artrite
reumatoide que limitou seus movimentos. Ele adaptou sua técnica, criando
obras mais suaves e mais difusas, mas ainda mantendo seu estilo distintivo.

Técnica Artística: Caracterizada por pinceladas pequenas e vibrantes, que se


misturavam na tela para criar uma atmosfera luminosa. Ele usava uma paleta
de cores ricas e variadas para capturar a luz e a sensação do momento.
Seus retratos eram expressivos, capturando não apenas a semelhança física,
mas também a personalidade e a emoção dos sujeitos. Ele tinha um talento
especial para pintar a pele humana, criando uma sensação tátil em suas obras.

Renoir frequentemente pintava cenas da vida cotidiana e paisagens ao ar livre.


Sua obra refletia um amor pela beleza da natureza e uma celebração da vida
simples e prazerosa.

Rosa e Azul

MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand


Rosa e Azul (alternativamente intitulada As Meninas Cahen d’Anvers) pintada
em 1881, a obra retrata as irmãs Alice e Elisabeth, filhas do banqueiro judeu
Louis Raphael Cahen d’Anvers. É considerada um dos mais populares ícones da
coleção do Museu de Arte de São Paulo, onde se encontra conservada desde
1952.

A loira Elisabeth, nascida em dezembro de 1874, e a mais nova, Alice, em


fevereiro de 1876, tinham respectivamente seis e cinco anos de idade. O artista
realizou vários retratos para as famílias da comunidade judaica da época, e
Louis Cahen d’Anvers, casado com a italiana Louise Morpurgo, eram uma dessas
famílias.

A obra foi realizada no número 66 da avenue Montaigne, em Paris, onde os


Cahen d’Anvers habitavam desde 1873. Foram necessárias inúmeras sessões de
minucioso trabalho até que o retrato estivesse completo. Em 4 de março de
1881, Renoir escreveria para Théodore Duret:

“Parti imediatamente após terminar o retrato das meninas Cahen, tão cansado
que nem lhe sei dizer se a pintura é boa ou ruim.”

Mesmo assim, o retrato das meninas aparentemente não foi do agrado da


família que, além de ter demorado quase um ano para pagar ao artista a soma
relativamente módica de 1500 francos, relegou a obra à área da casa habitada
pelos empregados.

No início do século XX, seguindo uma informação dada pelo próprio Renoir, os
marchands Bernheim-Jeune descobriram a obra, aparentemente esquecida, no
sexto andar de uma casa da avenida Foch, em Paris.

Em seu comentário do Salon de 1881, o crítico Henry Havard observou que Renoir
'tornara-se mais sábio' em seu retrato de Alice e de Elisabeth Cahen d'Anvers e
apesar de não ser sugerido que o artista alterou seu estilo para agradar seus
clientes, ele claramente assumiu uma estrutura formal barroca, calculada para
agradar ao gosto mais convencional deles.
Dança em Bougival

Museu de Belas Artes de Boston, Boston


Dança em Bougival é uma pintura a óleo sobre tela do pintor impressionista
francês Pierre-Auguste Renoir datada de 1883. O casal retratado é Suzanne
Valadon e Paul Auguste Ilhote, que também são protagonistas no quadro
Dança na Cidade (ao lado).

Apesar de ter muitos detalhes, a


construção do quadro por inteiro não é
realista. Os gestos tem movimentos
delicados, e a expressão do rosto dos
jovens não tem uma complexidade
técnica. Renoir tinha o desejo de não se
apropriar dos aspectos dinâmicos na
pintura, muito característicos da época
em que predominava o impressionismo -
este dinamismo também melhora a
perspectiva de realidade nas obras.
Renoir também não deixa muito evidente
os elementos de pessoalidade com os
personagens. Além da captação do
movimento, também percebe-se outro
elemento impressionista: o uso de
sombras coloridas.
Museu de Orsay, Paris

Mais sobre:
Renoir Pinta Mal?: Assista Aqui
Dez obras de Renoir: Assista Aqui
Documentário Oficial: Assista Aqui
Chama os adultos pois agora sim,
chegamos no unanime: Van Gogh.
Depois do impressionismo reinar Van
Gogh surge em um momento de pós
impressinismo alarmante. Ele mudou
tudo!

ANTES DE COMEÇAR LEIA AQUI


Se você perdeu dinheiro, perdeu pouco.
Se perdeu a honra, perdeu muito. Se
perdeu a coragem, perdeu tudo.

Vincent Van Gogh


Van Gogh
Vincent Willem van Gogh nasceu em Zundert, nos Países Baixos, em 1853. Era
filho de um pastor e cresceu em uma família religiosa. Inicialmente trabalhou
como comerciante de arte. Em sua busca por um propósito mais profundo,
dedicou-se à arte em meados da década de 1880. Ele estudou em Antuérpia e
Paris, absorvendo influências de movimentos artísticos contemporâneos.

Van Gogh enfrentou desafios significativos de saúde mental ao longo de sua


vida, culminando em episódios de instabilidade emocional. Sua relação
conturbada com o irmão Theo e outros membros da família também
desempenhou um papel importante em sua jornada. Mudou-se para Arles, no
sul da França, em busca de uma comunidade artística. Sua amizade com Paul
Gauguin foi significativa, mas terminou dramaticamente após um episódio de
tensão que resultou no famoso incidente da orelha cortada. (sim, ele cortou a
própria orelha!!)

Devido à sua saúde mental instável, Van Gogh passou períodos em hospitais
psiquiátricos. Morreu em 1890, aos 37 anos, de uma ferida de bala autoinfligida.
Sua morte foi precedida por uma intensa produção artística.

É conhecido por seu estilo distintivo, marcado por pinceladas audaciosas, cores
vibrantes e uma abordagem única de representação visual. Sua obra é
caracterizada por uma expressividade emocional única. Passou por diferentes
fases artísticas. Inicialmente, influenciado pelos tons sombrios dos pintores
holandeses e evoluiu para um estilo mais vibrante e expressivo durante seu
tempo em Paris e Arles.

Algumas de suas obras mais conhecidas incluem "Noite Estrelada", "Girassóis",


"Quarto em Arles" e "A Casa Amarela" e cada uma dessas pinturas reflete sua
perspectiva única e emotiva.
Muitas das pinturas de Van Gogh são autobiográficas, refletindo sua
experiência emocional e espiritual. Ele frequentemente pintava autorretratos,
capturando sua própria jornada interna.

Após sua morte, ganhou reconhecimento e influenciou profundamente o


desenvolvimento da arte moderna. Suas contribuições foram valorizadas por
artistas posteriores, e suas pinturas são agora consideradas tesouros da história
da arte.

Vale a pena conhecer mais de sua vida e suas histórias com irmão theo, cartas,
conversas, ambientes... antes de irmos para as telas.

Meu video conhecendo o museu Van Gogh: Video Aqui


A vida torturante de Van Gogh: Assista aqui
Documentário Oficial: Assista Aqui
Doze Girassóis numa Jarra

Neue Pinakothek, Munique

Van Gogh pintou "Doze Girassóis numa Jarra" em agosto de 1888, durante seu
tempo em Arles, França. Ele buscava criar uma série de obras com girassóis
como tema, sendo esta uma das mais famosas.

Esperava decorar a Casa Amarela em Arles com suas pinturas de girassóis


como parte de um plano para formar uma comunidade de artistas. Ele estava
particularmente entusiasmado com a chegada de Paul Gauguin, portanto, foi
pintado como um presente para Gauguin, refletindo a amizade e colaboração
entre os dois artistas.
A característica mais marcante da obra é a paleta de cores vibrantes e
intensas, características do estilo de Van Gogh. Os girassóis amarelos
brilhantes se destacam contra o fundo azul, criando uma atmosfera alegre e
calorosa. Empregava pinceladas marcadas e textura visível. Suas pinceladas
eram muitas vezes grossas e expressivas, contribuindo para a sensação de
movimento e vitalidade na pintura.

A composição apresenta doze girassóis dispostos em uma jarra, com destaque


para a simetria e equilíbrio visual. A jarra azul proporciona uma base sólida
para os girassóis radiantes, criando uma composição harmoniosa.

A natureza morta, representada pelos girassóis e pela jarra, é um tema


frequente nas obras do pintor. Ele encontrava beleza e significado nas coisas
simples da vida, e os girassóis eram um símbolo recorrente de sua admiração
pela natureza.

A técnica reflete sua expressão pessoal e sua busca por transmitir emoções
através da arte. Os girassóis são pintados de maneira quase individual, cada
um com sua própria personalidade e energia.
A Noite Estrelada

Museu de Arte Moderna, Nova Iorque, EUA

Van Gogh pintou "A Noite Estrelada" em 1889, durante seu período de
internação no Asilo Saint-Paul-de-Mausole, em Saint-Rémy-de-Provence,
França. Esse período foi marcado por desafios emocionais e instabilidade
mental.

A pintura foi inspirada na vista que Van Gogh tinha do céu noturno através da
janela de seu quarto no asilo. Ele capturou a beleza e a intensidade das
estrelas, assim como o cipreste característico que se erguia no horizonte. A
obra reflete a intensidade emocional dele durante esse período. As pinceladas
e as cores vibrantes podem ser interpretadas como uma expressão de sua
agitação interior, mas também como uma celebração da beleza da noite.

Uma das características mais distintivas de "A Noite Estrelada" é a paleta de


cores vibrantes e contrastantes. Van Gogh usou tons intensos de azul, amarelo
e branco para representar o céu noturno e as estrelas.
As pinceladas são expressivas e visíveis, criando uma textura única na tela.
Aplicou a tinta com movimentos rápidos e audaciosos, refletindo sua
abordagem emocional e gestual à pintura. As formas estilizadas das estrelas, a
espiral na parte central e o cipreste no horizonte são elementos característicos
da visão única de Van Gogh. Ele não se preocupava em representar a
realidade de maneira literal, mas sim em expressar suas emoções e
interpretação pessoal da cena.

Empregou linhas curvas e movimentos ondulantes, criando uma sensação de


dinamismo e movimento na composição. Isso contribui para a atmosfera intensa
e vibrante da pintura.

Amendoeira em Flor

Van Gogh Museum, Amsterdam


Van Gogh pintou "Amendoeira em Flor" em 1890, durante seu período no Asilo
Saint-Paul-de-Mausole. A obra faz parte de uma série de pinturas de
amendoeiras em flor, que Van Gogh considerava como símbolos de renovação
e esperança. Ele pintou essa série em resposta ao nascimento de seu sobrinho,
o filho de seu irmão Theo.

Tinha uma admiração especial pela arte japonesa, e essa influência é evidente
na composição e nas cores vibrantes da pintura. Ele estava particularmente
inspirado pelos ukiyo-e, gravuras japonesas, que valorizavam a natureza e as
estações do ano.

A paleta de cores é vibrante, destacando-se pelos tons de azul, verde e branco


para representar as flores da amendoeira. Utilizou cores expressivas para criar
uma atmosfera vibrante e positiva. As pinceladas são características do estilo
de Van Gogh, marcadas por movimentos audaciosos e expressivos. Ele usou
pinceladas rápidas e texturizadas para representar as flores e o céu.

Apesar da simplicidade aparente da cena, Van Gogh carregou a pintura com


simbolismo e emoção. As amendoeiras em flor eram para ele um símbolo de
renovação e esperança, enquanto o nascimento de seu sobrinho também
contribuiu para o significado pessoal da obra.
O Quarto de Van Gogh em Arles

Museu de Orsay

Quarto em Arles é uma obra com três exemplares originais, pintados entre
outubro de 1888 e setembro de 1889. O famoso quadro retrata o quarto que
Vincent van Gogh alugou numa pensão, na cidade de Arles, na França, país
onde trabalhou durante quase toda a sua vida.

Embora buscasse a impressão de tranquilidade em seu quadro, este reflete a


tensão, a solidão e desarraigamento de Van Gogh na ocasião da pintura. Os
objetos do quarto não tem relação entre si, o piso aparenta cair para frente, a
janela está entreaberta, os quadros pendem em direção à cama, os móveis em
diagonal, tudo parece refletir o caos em que Van Gogh mergulhara.

Os pigmentos das tintas utilizadas na pintura foram avaliadas em 2012,


concluindo-se que as paredes eram originalmente roxas, com o passar do
tempo o pigmento vermelho perdeu sua cor e deixou as paredes azuladas.
Após o pós Modernismo entraremos nos
principais movimentos artísticos do século
XX, escolhi Tarsila, Portinari e Frida para
falarmos disso.

ANTES DE COMEÇAR LEIA AQUI

E LEIA SOBRE O BRASIL


Eu invento tudo na minha pintura.
E o que eu vi ou senti, eu estilizo.

-Tarsila do Amaral
Tarsila do Amaral
Tarsila do Amaral foi uma renomada pintora e desenhista brasileira (1886 -
1973). Uma das figuras centrais do movimento modernista no Brasil, conhecida
por suas representações ousadas e vibrantes da cultura e paisagens brasileiras.
Sua obra desempenhou um papel fundamental na redefinição da identidade
artística no início do século XX.
Começou sua carreira artística estudando em São Paulo e depois partiu para
a Europa, onde foi influenciada por movimentos vanguardistas como o cubismo.
Ao retornar ao Brasil, Tarsila do Amaral trouxe consigo novas perspectivas
artísticas, que aplicou em suas pinturas.
Sua obra refletia a riqueza cultural e a diversidade do Brasil, frequentemente
retratando paisagens exuberantes, figuras humanas e elementos folclóricos
com uma estética moderna e expressiva.
Entre suas obras mais famosas estão "Abaporu" e "Operários", que expressam
sua interpretação única do modernismo, mesclando elementos surrealistas,
cubistas e expressionistas. Ela frequentemente usava cores vivas e
contrastantes para transmitir a vitalidade e a energia do país.
Sua contribuição para a arte foi notável, uma das pioneiras a romper com as
tradições acadêmicas e a introduzir um novo vocabulário visual que refletia a
identidade nacional. Veremos a seguir.
Abaporu
Uma das obras mais icônicas de
Tarsila do Amaral, pintada em 1928 é
considerada uma peça fundamental
do movimento antropofágico no
modernismo brasileiro. A pintura foi
um presente de Tarsila para seu então
marido, o escritor Oswald de Andrade,
e mais tarde se tornou um símbolo do
movimento antropofágico, que
abraçava a ideia de devorar e
reinterpretar influências estrangeiras,
transformando-as em uma expressão
autenticamente brasileira.

A palavra "Abaporu" tem origem no idioma tupi-guarani e pode ser traduzida


como "homem que come carne humana" ou "aquele que come". A figura
retratada na obra é uma representação estilizada de uma figura humana com
dimensões exageradas, particularmente com pés e mãos grandes em relação
ao corpo. A imagem é de um homem deitado, com a cabeça apoiada em uma
das mãos, em um ambiente que parece ser uma paisagem desértica.

A simplicidade das linhas e formas em "Abaporu" reflete a influência do cubismo,


que Tarsila experimentou durante sua estadia em Paris. No entanto, a
interpretação da figura e o uso de cores fortes e contrastantes destacam a
interpretação pessoal de Tarsila do modernismo, fundindo elementos de arte
europeia com a estética e a cultura brasileira.
A figura retratada em "Abaporu" simboliza a fusão entre o primitivo e o
moderno, refletindo a preocupação de Tarsila com a construção de uma
identidade cultural brasileira única e autêntica. A obra também incorpora
aspectos do imaginário indígena e reinterpretações de mitos e símbolos locais,
destacando a rica diversidade cultural do Brasil.

"Abaporu" é significativo não apenas como uma obra de arte inovadora, mas
também como um ícone cultural que representa a busca de Tarsila por uma
expressão artística que capturasse a essência do Brasil. Sua influência na arte
brasileira e sua contribuição para o movimento modernista continuam a ser
reconhecidas e celebradas até os dias de hoje.
Operários

Palácio Boa Vista

"Operários" foi pintada em 1933, e retrata a realidade dos trabalhadores


urbanos no contexto da industrialização do Brasil. A pintura reflete a
preocupação de Tarsila com as questões sociais e a condição dos
trabalhadores na era moderna, mostrando sua sensibilidade em relação às
mudanças socioeconômicas do país.
A composição da obra apresenta uma visão estilizada de trabalhadores,
retratando figuras masculinas e femininas em um ambiente industrial. As figuras
são representadas de forma estilizada, com corpos alongados e linhas que
ressaltam a dinâmica e o movimento do trabalho. A paleta de cores é
predominantemente composta por tons terrosos e cinzas, refletindo a
monotonia e a dureza da vida industrial.
"Operários" revela a capacidade de Tarsila de capturar a essência humana em
um contexto social específico. Ao retratar os operários, ela busca dar voz e
visibilidade às classes trabalhadoras que muitas vezes eram marginalizadas ou
ignoradas. A obra é um testemunho da consciência social de Tarsila e de sua
tentativa de confrontar as realidades desafiadoras enfrentadas pelos
trabalhadores em meio à modernização e industrialização aceleradas do Brasil.

A representação estilizada dos operários na obra demonstra a influência do


cubismo e do modernismo, que Tarsila experimentou durante sua estada na
Europa. No entanto, ela infunde essa influência com sua interpretação única,
destacando a conexão entre a forma e a expressão emocional.

"Operários" é uma expressão poderosa do compromisso de Tarsila com a


representação das camadas sociais menos privilegiadas, ampliando o escopo
de sua obra para incluir preocupações sociais e políticas. A pintura demonstra
sua habilidade em comunicar não apenas a estética visual, mas também as
experiências e as lutas humanas por trás das imagens, solidificando seu lugar
como uma das figuras mais proeminentes do movimento modernista no Brasil.
Mais sobre:
A história de amor por trás de Abaporu:
Clica aqui e assista
Brasilidade em Tarsila do Amaral:
Clica aqui e leia um artigo
A consolidação do Modernismo em Tarsila
do Amaral: Clica aqui e leia um artigo
Tarsila do Amaral, uma vida doce-amarga:
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A história de “Operários”:
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Hamlet e Tarsila:
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A representação do Brasil em Tarsila do
Amaral: Clica aqui e leia
Só o coração nos poderá
tornar melhores e é essa a
grande função da arte.

Candido Portinari
Candido Portinari
Cândido Portinari nasceu em 29 de dezembro de 1903, em Brodowski, São
Paulo, Brasil. Ele cresceu em uma família de imigrantes italianos em uma
fazenda de café. Mostrou talento artístico desde cedo. Em 1918, mudou-se para
o Rio de Janeiro para estudar na Escola Nacional de Belas Artes, onde teve
aulas com mestres renomados.

Em 1928, Portinari viajou para a Europa, onde estudou e absorveu as influências


das vanguardas artísticas europeias. Ele se destacou na Escola de Belas Artes
de Paris. Portinari retornou ao Brasil em 1930, e sua obra começou a refletir
cada vez mais a realidade e as questões sociais do país.

Ao longo de sua carreira, Portinari dedicou-se a temas sociais e políticos. Suas


pinturas muitas vezes abordavam questões como pobreza, desigualdade e a
vida rural no Brasil.

Entre suas obras mais conhecidas estão os murais "Guerra e Paz", que ele
pintou para a sede da ONU em Nova York. Esses murais são considerados uma
das maiores obras de arte moderna.
A obra de Portinari foi inicialmente influenciada por movimentos modernistas e
realistas. Ele combinava elementos desses estilos para criar uma linguagem
única. Sua técnica de pintura era caracterizada por pinceladas precisas e
detalhadas. Ele conseguia transmitir emoções e narrativas complexas através
da minúcia de sua execução.

Portinari era mestre no uso expressivo de cores. Ele aplicava uma paleta
vibrante em suas pinturas, dando vida e energia às suas representações. Cada
obra de Portinari contava uma história visual. Ele tinha a habilidade única de
transmitir mensagens profundas sobre a sociedade e a condição humana por
meio de suas pinturas.

Portinari se destacou na criação de murais monumentais, nos quais conseguia


equilibrar a grandiosidade das dimensões com a atenção aos detalhes.

O lavrador de café

Museu de Arte de São Paulo (MASP)


"O Lavrador de Café" é uma obra emblemática pintada em 1934. A tela
representa um trabalhador rural, um lavrador de café, personificando a
importância da agricultura na economia brasileira da época.

Portinari, ao longo de sua carreira, buscou retratar as realidades sociais e


econômicas do Brasil. "O Lavrador de Café" é uma expressão visual da vida do
trabalhador rural, muitas vezes marginalizado. A pintura reflete o olhar
humanista, destacando a dignidade e a força dos trabalhadores rurais. Ele era
conhecido por seu comprometimento com a representação honesta da vida
cotidiana.

A técnica de "O Lavrador de Café" é marcada pelo realismo e pela atenção


meticulosa aos detalhes. Ele captura os traços individuais do lavrador,
proporcionando uma representação vívida e autêntica. Usou uma paleta de
cores rica e terrosa para representar a paisagem rural e a pele do lavrador. A
luz e sombra são habilmente trabalhadas, destacando os contornos e
expressões.

A aplicação da tinta de Portinari cria um sentido de volume nas formas,


especialmente no corpo do lavrador e nos elementos da paisagem. Ele utiliza
texturas variadas para transmitir a rusticidade do ambiente.

A expressão no rosto do lavrador é notável, transmitindo não apenas o trabalho


árduo, mas também uma dignidade e força interior. Portinari utiliza a narrativa
visual para contar uma história sobre a vida e as lutas do trabalhador rural
brasileiro.
Os retirantes

Museu de Arte de São Paulo (MASP)

“Os Retirantes" foi concluída em 1944. A pintura aborda a temática da seca no


Nordeste brasileiro e as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores rurais
durante esses períodos. Portinari, fortemente engajado nas questões sociais,
retrata a realidade da vida no sertão nordestino, marcada pela seca, pobreza e
migração em busca de condições melhores.

A composição é poderosa e evocativa. A figura central é uma família de


retirantes, representada de forma monumental e centralizada, destacando a
importância do tema. A paleta de cores é dominada por tons sombrios e
terrosos, refletindo a aridez e a dureza do ambiente. O uso de tons de marrom
e cinza cria uma atmosfera de desolação e desespero.
As expressões nos rostos dos personagens são marcantes. Portinari transmite
emoções profundas, capturando a tristeza, a fadiga e a resignação diante das
adversidades. As figuras são estilizadas de maneira acentuada, destacando as
características físicas e os gestos. Essa estilização intensifica a carga
emocional da obra.

Portinari utiliza técnicas para representar visualmente a aridez do solo e a


escassez de recursos. A vegetação seca, o solo rachado e o céu sem nuvens
contribuem para a sensação de desespero.

As figuras humanas são representadas de forma desproporcional, com cabeças


e mãos grandes em relação aos corpos. Esse contraste enfatiza a fragilidade e
a humanidade dos personagens.

Mais sobre:
Por que Portinari é tão importante? Assista
Aqui
Cinco obras de Portinari: Assista Aqui
Eu pinto flores para que
elas não morram.

Frida Kahlo
Frida Kahlo
Frida Kahlo foi uma pintora mexicana do século XX (1907 - 1954), sua vida foi
marcada por eventos turbulentos, incluindo um grave acidente de ônibus na
juventude que a deixou com sérias lesões físicas e problemas de saúde ao
longo de toda a vida.

A arte de Frida é conhecida por sua intensidade emocional, elementos


simbólicos e surrealismo. Ela frequentemente retratava sua própria dor física e
emocional em suas obras, explorando temas como a identidade, o feminismo e
a cultura mexicana. Suas pinturas muitas vezes apresentam autorretratos, onde
ela incorpora símbolos culturais mexicanos, como trajes tradicionais e
simbolismos religiosos.
Sua técnica e estilo são fortemente influenciados pelo movimento surrealista,
mas ela resistiu a ser rotulada exclusivamente como uma artista surrealista,
preferindo descrever seu trabalho como "a pintura dos seus próprios
sentimentos".

Ela utilizava cores vibrantes e detalhes minuciosos para transmitir suas emoções
e experiências pessoais.
Frida é reconhecida como uma figura icônica na história da arte, tanto por sua
contribuição artística quanto por sua representação corajosa e única no
cenário cultural e político de sua época. Suas obras continuam a inspirar e
fascinar.
As duas Fridas

Museu de Arte Moderno de México

“As duas Fridas” é um autorretrato realizado em 1939. É considerada a primeira


obra de grande dimensão realizada por Kahlo e uma de suas principais obras. A
pintura retrata seu momento de separação conjugal de Diego Rivera, sua
relação com as ascendências culturais dos pais, além de recordar a infância
solitária.
A Frida da direita, vestida com um traje tradicional mexicano, simboliza a Frida
que Rivera amava. Ela segura uma tesoura cirúrgica que corta o vaso sanguíneo
conectando as duas Fridas, indicando a separação emocional e o sofrimento
causado pela relação. O coração desta Frida é exposto e está sangrando.
A Frida da esquerda veste um vestido estilo europeu, representando a Frida
independente e mais moderna. Um retrato de Rivera está localizado sobre o
coração desta Frida, simbolizando seu amor por ele. O vaso sanguíneo
conecta-se ao coração da Frida da direita, mostrando a ligação profunda
entre as duas partes de sua identidade.
Quanto à técnica, Kahlo usou um estilo realista com influências surrealistas. A
paleta de cores é vibrante e rica, característica marcante de suas obras. Sua
habilidade técnica é evidente na representação detalhada das vestimentas,
joias e elementos simbólicos da pintura.

Nota: O surrealismo de Frida Kahlo pode ser resumido como uma expressão
intensa e simbólica de sua realidade interior, marcada por elementos oníricos e
fantásticos. Embora Kahlo não tenha sido oficialmente associada ao movimento
surrealista, suas obras compartilham características comuns a esse estilo.

Autorretratos Surrealistas: Frida Kahlo é famosa por seus autorretratos, nos


quais ela explora sua própria psique de maneira intensa e muitas vezes surreal.
Ela incorpora elementos simbólicos e fantásticos para transmitir suas emoções
e experiências pessoais.

Simbolismo e Metáforas: As pinturas de Kahlo estão repletas de simbolismo,


utilizando objetos e elementos visuais para representar emoções, dores e
aspectos de sua vida. Por exemplo, em "As Duas Fridas", a tesoura cirúrgica e o
coração exposto simbolizam a dor emocional e a separação.

Realismo Mágico: O realismo mágico, uma característica comum do


surrealismo latino-americano, está presente nas obras de Kahlo. Ela mistura o
real e o fantástico de uma maneira que desafia as fronteiras da realidade,
criando um universo simbólico e intrigante.

Exploração da Psique Feminina: Kahlo abordou questões femininas de uma


forma única, explorando a maternidade, a sexualidade e o papel da mulher na
sociedade em suas pinturas. Seu trabalho contribuiu para dar visibilidade a
questões de gênero.

Influência do Folclore Mexicano: Kahlo incorporou elementos do folclore


mexicano, como trajes tradicionais, símbolos indígenas e imagens religiosas, em
suas obras. Esses elementos adicionam camadas de significado cultural e
identidade às suas pinturas.
Mais sobre:
Tudo sobre Frida, na casa dela: Assista Aqui
A Trágica Historia de Frida: Assista Aqui
o que me 'descontrai', por incrível
que pareça, é pintar. Sem ser
pintora de forma alguma, e sem
aprender nenhuma técnica. Pinto
tão mal que dá gosto.

Clarice Lispector
Clarice Lispector
Clarice Lispector (1920-1977) foi uma renomada escritora e jornalista brasileira
nascida na Ucrânia. Sua família imigrou para o Brasil quando ela tinha apenas
alguns meses de idade, e ela cresceu no Nordeste brasileiro.

Ser escritora não era a primeira opção para Clarice Lispector, por mais
estranho que hoje isso nos pareça. Apesar de ter cursado Direito na
Universidade do Brasil, colaborado em redações editoriais e traduzido
romances, foi na escrita ficcional que ela se destacou. Mas nem só de palavra
vive o homem, e Clarice bem teve seu namoro com a pintura.

O fascínio pela pintura e pela dinâmica que esse tipo de arte demanda se
manifestou em personagens e histórias claricianas, sobretudo em Água viva,
livro publicado em 1973, no qual o tema é abordado intensamente e de maneira
experimental.

Pintar e escrever estão em perspectivas diferentes de um mesmo plano. Há ali


um jogo, do início ao fim, entre um eu e um tu, entre a tela e a página, entre a
tinta e a letra, que desfaz a linearidade e a calmaria às quais leitores
convencionais estão acostumados.

Nem romance, nem poesia, “gênero não me pega mais”, diz o narrador de Água
viva (mesmo que, para fins de catalogação bibliográfica, teve mesmo de ficar
como “romance”).

Obviamente coloca-la aqui foi um mimo, Clarice nunca se considerou


pintora, mas, existe um acervo de obras suas para os fãs da autora.
exemplo...

As telas e o livro Água viva parecem ter o mesmo propósito: descobrir o


“instante-já”, o it, escapulindo das possíveis definições. “Minha pintura”,
diz o narrador, “não tem palavras”. A intenção é apenas escrever e
desenhar como um improviso de jazz.

^ trecho acima retirado daqui, leia toda matéria


As novas edições (comemorativas) de suas obras agora saem com suas pinturas
respectivas.
mais um exemplo...

Embora não demonstrando tanta habilidade para as artes plásticas


quanto notoriamente tinha para a escrita, Clarice, em Interior da gruta,
cria uma sensação que se assemelha àquela causada por suas histórias:
desconforto. Se à primeira olhada o quadro pode causar um efeito de
estranhamento, na segunda o observador tende a ser tomado por uma
espécie de hipnose.

^ trecho acima retirado daqui: leia toda matéria


Mais sobre:
Pinturas de Clarice: Assista Aqui
Texto sobre suas pinturas: Leia aqui
Os quadros de Clarice Lispector se encontram sob
a guarda dos Arquivos Literários do IMS (dois
quadros) e do AMLB/FCRB (dezessete quadros),
ambos no Rio de Janeiro
FIM
AGRADECIMENTOS
Muito obrigada por ter chegado aqui, espero que esse ano
tenha sido revelador, que a arte tenha lhe trago um mundo novo
de experiencias, visões e propósitos.
Obrigada por ter confiado no meu trabalho, adquirido esse
calendário e guia.
Que em 2024 tenhamos muita poesia para viver e respirar -
afinal esse é um grande combustível para vida!

Deixo aqui meu e-mail para todo e qualquer esclarecimento:


prof.brunamartiolli@gmail.com fique totalmente à vontade para
me escrever :)

Com todo carinho,


Bruna Martiolli.
Tenho um convite para você!
Você gostaria de ler mais poesia, contos, romances, e
interpreta-los profundamente? Fazendo analises realistas
pensando no seu dia a dia?

A literatura é uma ótima ferramenta de contar historias mas


não é só isso! Nela podemos mergulhar em um processo de
autoconhecimento e de novas perspectivas.

Para Aristóteles “a arte imita a vida” e pensar sobre ela pode


ser libertador! Se além disso você tem vontade de compreender
o universo da literatura e da critica literária, eu posso te ajudar :)

Essas são as aulas do Introdução aos Estudos Literários:

Introdução à Literatura - módulo completo


Interpretação Textual - módulo completo
Análise e interpretação poética - módulo completo
Literatura Portuguesa - módulo completo
Literatura Brasileira - módulo completo
Literatura Africana - módulo completo
Aulas Adicionais e leituras!
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AULAS AQUI
Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem.
-SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

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