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SUMARIO

O QUE É ARTE? ........................................................................................................................03

OS DIVERSOS TIPOS DE ARTE ..............................................................................................10

INTRODUÇÃO AOS GRANDES MOMENTOS DA HISTÓRIA DA ARTE ...............................14

CARACTERÍSTICAS DA ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA E SUAS DIFERENÇAS COM A ARTE NA

ATUALIDADE..............................................................................................................................15

ESQUEMA DE PERIODIZAÇÃO ...............................................................................................17

FILOSOFIA DA ARTE E ESTÉTICA: UMA ANALISE SOBRE A HISTÓRIA DA ARTE .........25

A arte na Pré-História ................................................................................................................25

A arte na antiguidade ................................................................................................................28

A arte na Idade média ...............................................................................................................39

A arte Moderna ..........................................................................................................................45

A arte Contemporânea ..............................................................................................................55


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O QUE É ARTE?
disponível em: www.spiner.com.br/modules.php?name...sid

A arte é uma criação humana com valores estéticos (beleza, equilíbrio,

harmonia, revolta) que sintetizam as suas emoções, sua história, seus

sentimentos e a sua cultura. É um conjunto de procedimentos utilizados para

realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos. Apresenta-se sob

variadas formas como: a plástica, a música, a escultura, o cinema, o teatro, a

dança, a arquitetura etc. Pode ser vista ou percebida pelo homem de três

maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas (audiovisuais). Atualmente alguns

tipos de arte permitem que o apreciador participe da obra. O artista precisa da

arte e da técnica para se comunicar.


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QUEM FAZ ARTE?

O homem criou objetos para satisfazer as suas necessidades práticas, como as

ferramentas para cavar a terra e os utensílios de cozinha. Outros objetos são

criados por serem interessantes ou possuírem um caráter instrutivo. O homem

cria a arte como meio de vida, para que o mundo saiba o que pensa, para

divulgar as suas crenças (ou as de outros), para estimular e distrair a si mesmo

e aos outros, para explorar novas formas de olhar e interpretar objetos e cenas.

POR QUE O MUNDO NECESSITA DE ARTE?

Porque fazemos arte e para que a usasse é aquilo que chamamos de função

da arte que pode ser feita para decorar o mundo, para espelhar o nosso mundo

(naturalista), para ajudar no dia-a-dia (utilitária), para explicar e descrever a

história, para ser usada na cura doenças e para ajuda a explorar o mundo.
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COMO ENTENDEMOS A ARTE?

O que vemos quando admiramos uma arte depende da nossa experiência e

conhecimentos, da nossa disposição no momento, imaginação e daquilo que o

artista pretendeu mostrar.

O QUE É ESTILO? POR QUE ROTULAMOS OS ESTILOS DE

ARTE?

Estilo é como o trabalho se mostra, depois do artista ter tomado suas decisões.

Cada artista possui um estilo único. Imagine se todas as peças de arte feitas
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até hoje fossem expostas numa sala gigantesca. Nunca conseguiríamos ver

quem fez o quê, quando e como. Os artistas e as pessoas que registram as

mudanças na forma de se fazer arte, no caso os críticos e historiadores,

costumam classificá-las por categorias e rotulá-las. É um procedimento comum

na arte ocidental.

Ex.: Surrealismo

COMO CONSEGUIMOS VER AS TRANSFORMAÇÕES DO

MUNDO ATRAVÉS DA ARTE?

Podemos verificar que tipo de arte foi feita, quando, onde o como, desta

maneira estaremos dialogando com a obra de arte, e assim podemos entender

as mudanças que o mundo teve.


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COMO AS IDÉIAS SE ESPALHAM PELO MUNDO?

Exploradores, comerciantes, vendedores e artistas costumam apresentar às

pessoas idéias de outras culturas. Os progressos na tecnologia também

difundiram técnicas e teorias. Elas se espalham através da arqueologia,

quando se descobrem objetos de outras civilizações; pela fotografia, a arte

passou a ser reproduzida e, nos anos 1890, muitas das revistas internacionais

de arte já tinham fotos; pelo rádio e televisão, o rádio foi inventado em 1895 e a

televisão em 1926, permitindo que as idéias fossem transmitidas por todo o

mundo rapidamente, os estilos de arte podem ser observados, as teorias

debatidas e as técnicas compartilhadas: pela imprensa, que foi inventada por


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Johann Gutenberg por volta de 1450, assim os livros e arte podiam ser

impressos e distribuídos em grande quantidade; pela Internet, alguns artistas

colocam suas obras em exposição e podemos pesquisá-las, bem como saber

sobre outros estilos.

COMO O «AURÉLIO» DEFINE A ARTE

1. Capacidade que tem o ser humano de pôr em prática uma idéia, valendo-
se da faculdade de dominar a matéria: A arte de usar o fogo surgiu nos
primórdios da civilização.

2. A utilização de tal capacidade, com vistas a um resultado que pode ser


obtido por meios diferentes: a arte da medicina; a arte da caça; a arte militar; a
arte de cozinhar; Liceu de Artes e Ofícios.

3. Atividade que supõe a criação de sensações ou de estados de espírito de


caráter estético, carregados de vivência pessoal e profunda, podendo suscitar
em outrem o desejo de prolongamento ou renovação: uma obra de arte; as
artes visuais; arte religiosa; arte popular; a arte da poesia; a arte musical.

4. A capacidade criadora do artista de expressar ou transmitir tais sensações


ou sentimentos: A arte do Aleijadinho é considerada a maior manifestação do
barroco brasileiro.

5. Restr. As artes plásticas: crítica de arte; mercado de arte; uma história da


arte.
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6. O conjunto das obras de arte de uma época, de um país, de uma escola: a


arte pré-histórica; a arte moderna; a arte italiana; a arte impressionista.

7. Os preceitos necessários à execução de qualquer arte: a arte da


marinharia; a arte de falar corretamente uma língua.

8. Livro, tratado ou obra que contém tais preceitos: a Arte Poética de Boileau;
a Arte da Fuga de Bach.

9. Capacidade natural ou adquirida de pôr em prática os meios necessários


para obter um resultado: a arte de viver; a arte de calar; a arte de ganhar
dinheiro; escrever sem arte.

10. Dom, habilidade, jeito: Tem a arte de comunicar-se; Esse cachorrinho tem
a arte de me irritar.

11. Ofício, profissão (nas artes manuais, especialmente): Naquela família a


arte de entalhador é uma tradição.

12. Artifício, artimanha, engenho: Não sei que arte usou para convencê-la.

13. Maneira, modo, meio, forma: De tal arte envolveu o chefe que logo se
tornou seu secretário; "A podenga negra, essa sumiu-se por tal arte, que
ninguém no castelo lhe tornou a pôr a vista em cima." (Alexandre Herculano,
Lendas e Narrativas, II, pp. 14-15).

Fonte: Dicionário Aurélio - Século XXI.


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OS DIVERSOS TIPOS DE ARTE

disponível em: www.sobresites.com › ... › Artigos

Ou poderíamos dizer: - os diversos tipos de beleza? Afinal, cada um de nós

acredita em um conceito de beleza particular e único, tanto quanto nos

consideramos únicos.

Se vamos falar sobre Arte é preciso primeiro que observemos uma certa

cumplicidade de conceitos. Sabemos que, em todas as suas manifestações, a

arte é uma expressão do sentir humano transformado em símbolos, não

convencionais, que não necessariamente precisarão levar o observador a


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significados conceituais, pois, antes de qualquer coisa, a arte deve ser sentida

e não pensada.

Atualmente, quando a imitação e a cópia já atingiram as raias do absurdo, num

tempo em que, na escola, a arte é apenas encarada como lazer, é comum se

perguntar quais seriam os tipos de arte que existiram, existem ou ainda, caso

não sobrevenha a morte da arte, existirão.

Na verdade, a arte pode ser encontrada em toda parte. Você necessita apenas

olhar além de seu nariz e todo um universo, rebelde, subversivo e, sobretudo

corajoso irá cobrar de você uma resposta que envolve mais que um pensar

crítico: a habilidade para articular reações emocionais.

Consumir esteticamente o resultado de um trabalho faz parte de uma

necessidade básica do ser humano e, conforme alguns pesquisadores, até

mesmo de certos animais. Encontraremos arte desde a humanidade remota até

nossos dias e, certamente, a encontraremos amanhã, pela simples

necessidade de expressão artística, em todos os climas, em todas as

geografias e em todas as idades.


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O produzir artístico nasce de uma observação apurada que tanto pode ser

dirigida para os aspectos externos quanto internos de algum fator, guiada pelos

conceitos de beleza que se formaram da vivência do artista. Sendo assim, ao

fazer ARTE o artista não pensa, o artista sente. Pensar seria a barreira entre a

observação e a ilusão.

Enquanto esta necessidade é universal e atemporal, as formas pelas quais ela

se manifesta, ou seja, os tipos de arte, tanto quanto ao tema, à técnica ou ao

estilo estão constantemente mudando, renovando-se no processo de recuperar

a cada nova obra uma expressão pessoal.

Naturalmente fatores históricos e sociais modelam os tipos de arte, porém,

desde a arte pura do homem paleolítico, passando pelos gregos arcaicos,

pelas leis romanas na arte, pelo poder mágico da arte e todos os "ismos" que

se seguiram. Passando pela fotografia, pelo cinema, ingressando na

virtualidade da nossa época, debatendo-se com a globalização, a verdadeira

arte jamais se escravizará a códigos e será sempre inovadora e capaz de falar

do seu tempo.
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A arte, nos seus mais diversos tipos de expressão, transgredirá o estilo

preponderante de cada época e falará ao sentimento humano ainda que este

se encontre vazio e sem forma.

A relação então surgida entre o sentimento do artista e o sentimento do seu

público jamais poderá ser uma relação lógica entre conceitos idealizados, pois

seria, não apenas para o artista criador como também para este mesmo

público que a consome, asfixiante e enceguecedora.

Esta relação será sempre tão contraditória quanto à própria arte, onde cabem,

conforme Frederico Moraes, "a regra e a emoção, o rigor e a intuição, a

fantasia mais desbragada e o cálculo matemático".

Tipos de arte?

“a arte pode ser ruim, boa ou indiferente, mas qualquer que


seja o adjetivo empregado temos de chamá-la de arte. A arte
ruim é arte, do mesmo modo como uma emoção ruim é uma
emoção."
Marcel Duchamp
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INTRODUÇÃO AOS GRANDES MOMENTOS DA HISTÓRIA DA

ARTE

disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/História_da_arte

Arte rupestre

A arte rupestre é a primeira demonstração de arte que se tem notícia na

história humana. Seus vestígios datam de antes do desenvolvimento das

grandes civilizações e tribos, como as do Antigo Egito. Esse tipo de arte era

caracterizado por ser feito com materiais como terra vermelha, carvão, e

pigmentos amarelos (retirados também da terra). Os desenhos eram realizados

em peles de animais, cascas de árvores, e, principalmente, em paredes de

cavernas. Retratavam animais, pessoas, e até sinais. Havia cenas de caçadas,


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de espécies extintas, e em diferentes regiões. Apesar do desenvolvimentos

primitivo, podem-se distinguir diferentes estilos, como pontilhado (o contorno

das figuras formado por pontos espaçados) ou de contorno contínuo (com uma

linha contínua marcando o contorno das figuras). Apesar de serem vistas como

mal-feitas e não-civilizadas, as figuras podem ser consideradas um exemplo de

sofisticação e inovação para os recursos na época. Não existem muitos

exemplos de arte-rupestre preservada, mas com certeza o mais famoso deles é

o das cavernas de Lascaux, na França.

CARACTERÍSTICAS DA ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA E SUAS

DIFERENÇAS COM A ARTE NA ATUALIDADE

As características da arte na pré-história podem ser inferidas a partir dos povos

que vivem atualmente ou viveram até recentemente na pré-historia (por

exemplo, os aborígenes, os índios). Na pré-história, a arte não era algo que

pudesse ser separada das outras esferas da vida. Ela não se separava dos
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mitos, da economia, da política, e essas atividades também não eram

separadas entre si. Todas essas esferas formavam um todo em que tudo tinha

que ser arte, ter uma estética, porque nada era puramente utilitário, como são

hoje um abridor de latas ou uma urna eleitoral. Tudo era ao mesmo tempo

mítico, político, econômico e estético. E todos participavam nessas coisas.

A arte como uma palavra que designa uma efera separada de todo o resto só

surgiu quando surgiram as castas, classes e Estados, isto é, quando todas

aquelas esferas da vida se tornaram especializações de determinadas

pessoas: o governante com a política, os camponeses com a economia, os

sacerdotes com a religião e os artesãos com a arte. Só aí é que surge a arte

"pura", separada do resto da vida, e a palavra que a designa.

Mas antes do renascimento, os artesãos eram muito ligados à economia,

muitos eram mercadores e é daí que vem a palavra "artesanato". Então a arte

ainda era raramente separável da economia (embora na grécia antiga, a arte

tenha chegado a ter uma relativa autonomia), por isso, a palavra "arte" era

sinônimo de "técnica", ou seja,"produzir alguma coisa" num contexto urbano.


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No renascimento, alguns artesãos foram sustentados por nobres, os mecenas

(os Médici, por exemplo), apenas para que produzissem arte, uma arte

realmente "pura". Surgiu então a arte como a arte que conhecemos hoje, assim

como a categoria daqueles que passaram a ser chamados de "artistas".

ESQUEMA DE PERIODIZAÇÃO

O campo de arte se tornou bastante abrangente e pode ser subdividido da

seguinte maneira:

Arte da Pré-História

 Arte do Paleolítico

 Arte do Neolítico (Arquitetura d o Neolítico )

 Arte rupestre (Pintura) | Arquitetura da Pré-

História (Dólmen | Menir | Megalítico |

Cromlechs)
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Arte da antiguidade

Arte da Mesopotâmia

 Arte da Suméria

 Arte da
Assíria

 Arte da Babilônia

 Arte da Pérsia (Arquitetura)

Arte do vale do Nilo

 Arte egípcia (Arquitetura | Pintura |

Escultura)
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Arte celta

 Arte celta

Arte germânica

 Arte germânica

Arte egeia

 Arte cicládica

 Arte minóica (Pintura)

 Arte micénica (Pintura)


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Arte fenícia

 Arte
fenícia

Arte da Antiguidade Clássica

 Arte etrusca (Pintura)

 Arte grega (Arquitetura | Escultura |

Pintura)

 A rte he len ística (Pintura)

 Arte romana (Arquitetura | Escultura |

Pintura)
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Arte do cristianismo

 A rte paleo cristã

 Arte copta

Arte da Idade Média

 Arte islâmica (Arte mourisca)

 Arte bizantina

Arte pré-românica

 Arte dos povos germânicos

 Arte
visigótica

 Arte hibérnico -saxónica

 Arte anglo-saxónica
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 Arte românica (Arquitetura | Escultura | Pintura)

 Arte gótica (Arquitetura | Escultura | Pintura)

 Arte manuelina

Arte do Renascimento à modernidade

 Renascimento (Arquitetura | Escultura |

Pintura)

 Maneirismo

 Barroco (Música)

 Roco

 Neoclassicismo

 Academicismo

 Romantismo

 P ré -rafaelitas e Nazarenos
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Arte moderna

 Naturalismo

 Realismo

 Impressionismo

 P ó s -impressionismo

 Pontilhismo e Divisionismo

 Simbolismo

 Decadentismo

 Art nouveau

 Arts & crafts


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 Expressionismo

 Fovismo

 Die B
rücke

 Der Blaue Reiter

 Cubismo
 Bauhaus
 Abstraccionismo
 Suprematismo
 Construtivismo
 Realismo
russo
socialista

 De Stijl

 Futurismo

 Dad a
ísmo

 Surrealismo
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Arte contemporânea

 Pós-
modernidade

 Pop art

 Op art

FILOSOFIA DA ARTE E ESTÉTICA: UMA ANALISE SOBRE A


HISTÓRIA DA ARTE

disponível em: www.webartigos.com/...Arte...Estética...Historia-Da-Arte/pagina1.html

A arte na Pré-História

A arte do Paleolítico refere-se ao início da história da arte e a mais antiga

produção artística de que se tem conhecimento. A arte deste período situa-se


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na Pré-História, no Paleolítico (Idade da Pedra Lascada), e tem início há cerca

de dois milhões de anos estendendo-se até c. 8 000 a.C..

O Paleolítico é um dos três períodos da Idade da Pedra, ao qual se segue o

Mesolítico e, posteriormente, o Neolítico (Idade da Pedra Polida), e que se

situa, do ponto de vista geológico, na Idade do gelo, mais precisamente no

Pleistoceno. Somente no início do século XX são feitas as primeiras

descobertas de achados pré-históricos e a primeira reação da classe

especialista é a de cepticismo relativamente à aparente maturidade artística

num nível tão embrionário da história da humanidade.

Considerava-se até então que a primeira semente artística teria sido lançada

no Antigo Egito e na Mesopotâmia. Embora ainda hoje persistam dúvidas

quanto ao efetivo objetivo das peças de arte paleolíticas, a verdade é que a

qualidade e criatividade que revelam são inegáveis e de extrema importância

para a compreensão da mentalidade do Homem. São deste período

instrumentos de pedra talhada, decoração de objetos, jóias para diferentes

partes do corpo, pequena estatuária representando a figura feminina ou


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animais, relevos e pinturas parietais com temática de caça e figuras isoladas de

animais ou caçadores.

A arte do neolítico inicia-se com a Revolução neolítica, período revolucionário

na história que teve inicio no Médio Oriente, há 8000 anos a.C., quando

começa com êxito a domesticar animais e a dar os primeiros passos na

agricultura, cultivando gramíneas cerealíferas. A partir desse momento o

Homem aprende a assegurar a sua alimentação pelo próprio trabalho e torna-

se sedentário formando aldeias. Surge a produção de cerâmica, a fiação e a

tecelagem, assim como métodos básicos da construção arquitetural em

madeira, tijolo e pedra. Iniciam-se também neste período as imponentes

estruturas megalíticas, construções feitas com grandes pedras monolíticas,

relacionadas com o culto dos mortos ou com objetivos religiosos.

De um modo geral, e de acordo com os achados arqueológicos, a produção

artística deste período é caracterizada pelo surgimento de parâmetros

geométricos, relacionada a uma suposta evolução dos padrões naturalistas-

realistas para um abstracionismo na representação das formas. Mas os


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achados que têm sido feitos, pouco nos dizem da evolução da mentalidade do

Homem neolítico e das suas motivações artísticas. Isto não significa que haja

uma produção de peças em quantidade reduzida, mas que talvez estas sejam

feitas em materiais perenes, como a madeira, e que não tenham resistido ao

tempo.

A arte na antiguidade

A Arte da antiga Suméria (sul da antiga Babilônia, hoje sul do Iraque), teve

lugar no local onde se desenvolveu uma civilização de cidades-estados durante

o terceiro milênio a.C.. Os sumérios apresentaram uma das mais ricas e

variadas tradições artísticas do mundo antigo, a base sobre a qual se

desenvolveu a arte dos assírios e babilônios. Grande parte do que conhecemos


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da arte suméria procede das escavações das cidades de Ur e Erech. O

aspecto dominante da arquitetura das grandes cidades era o templo-torre. As

fachadas com colunas tinham decoração de lápis-lazúli, conchas e

madrepérola. Também eram produzidas jóias do mais delicado trabalho em

ouro e prata, esculturas de cobre, cerâmica, gravuras e selos. Os sumérios

trabalhavam bem a pedra e a madeira, e foram pioneiros na utilização de

veículos com rodas

A arte da Assíria, desenvolveu-se no reino (situado onde hoje está o Iraque)

que estabeleceu um dos maiores impérios do antigo Oriente Próximo. No início

de sua história, os assírios parecem ter sido dominados pelas civilizações mais

poderosas da Babilônia e da Suméria. O império alcançou seu apogeu no

governo de Senaqueribe (705-681 a.C.), que reconstruiu a antiga Nínive,

trazendo água das montanhas para dentro da cidade através de um elaborado

sistema de canais, e criando uma rede de ruas e praças. As escavações

comprovam que as construções eram grandiosas e fartamente adornadas com

pinturas e esculturas. Apenas fragmentos das pinturas foram preservados, mas


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uma considerável quantidade de esculturas sobrevive. Os assírios foram um

povo guerreiro e na arte se dedicaram a glorificar seus reis e exércitos; o tipo

de trabalho mais característico era uma seqüência de painéis de pedra

esculpidos com baixos-relevos representando cenas militares ou de caça. Este

tipo de relevo narrativo, disposto em torno de salões governamentais ou pátios,

é uma invenção assíria e constitui sua maior contribuição para o mundo da

arte. A outra forma específica de escultura assíria era o Lamassu, um colossal

animal alado, com cabeça humana, utilizado aos pares para flanquear a

entrada de palácios. A civilização assíria sucumbiu quando sua capital, Nínive,

foi capturada pelos babilônios e medas em 612 a.C.

A arte da Babilônia desenvolveu-se no reino antigo do Oriente Próximo; sua

capital era Babilônia, cujas ruínas estão próximas da cidade de Al Hillah, no

Iraque. Provavelmente, a cidade foi fundada no quarto milênio a.C., tornando-

se o centro de um vasto império no século 18 a.C., sob o reinado de Hamurabi.

O povo babilônio mais antigo era herdeiro direto da civilização suméria, que

inspirou a arte da sua primeira dinastia. A partir do século 17 a.C., a Babilônia


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foi dominada por outros povos e de 722 a 626 a.C. esteve sob o controle da

Assíria. A Babilônia atingiu seu período de apogeu e prestígio depois de ter

colaborado para a derrota dos assírios.

Nabucodonosor II, cujo reinado se estendeu de 605 a 562 a.C., reconstruiu a

capital como uma das maiores cidades da Antiguidade e foi, provavelmente, o

responsável pelos famosos jardins suspensos da Babilônia, dispostos de forma

engenhosa em terraços elevados, irrigados por canais provenientes do rio

Eufrates. A melhor visão do esplendor da arquitetura babilônica pode ser obtida

através da Porta de Ishtar (575 a.C.) uma luxuosa estrutura de tijolos

esmaltados reconstruída no Museu Staatliche, na antiga Berlim Oriental. Era a

mais grandiosa das oito portas que serviam de entrada para a Babilônia

A civilização persa era predominantemente guerreira, característica que se

reflete em suas manifestações artísticas, como a representação mítica de

criaturas fantásticas, quase sempre grandes, e poderosos animais, como

híbridos de leão, touro e águia, com cabeças humanas, simbolizando seu

poderio militar bruto.


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O esplendor de sua arte pode ser observado em ruínas de palácios, como nas

magníficas escadarias do palácio de Dario I, com imagens feitas com blocos de

argila e mármore. Como na maioria das civilizações da Antiguidade, todo esse

luxo era sustentado com base na exploração da classe oprimida dos servos e

com o uso do trabalho escravo

A arte dos celtas, povos antigos da Europa Central e Ocidental; no período pré-

romano habitavam grande parte da Europa, inclusive Inglaterra, Gália, partes

de Portugal e da Espanha, Alemanha, República Tcheca e Eslováquia. Um tipo

diferente de arte céltica batizada em homenagem a La Tène, na Suíça,

desenvolveu-se primeiro no século V a.C., basicamente em trabalhos de metal,

um campo no qual os celtas mostraram extraordinária habilidade.

Os celtas ornavam objetos de uso comum, como armas, armaduras, canecas e

jarras, e faziam também algumas jóias, trabalhando principalmente em bronze

e ouro e empregando sofisticadas técnicas de incrustação. Os motivos vinham

de diversas fontes, mas foram transformados pela criatividade celta, que se

deliciava com fortes desenhos geométricos e espirais, muitas vezes


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combinados com formas animais estilizadas, em elementos abstratos. As

figuras humanas eram raras e sempre representadas de maneira um tanto

abstrata. A conquista romana tendeu a converter as formas nativas num

classicismo provincial, fazendo com que a tradição celta sobrevivesse com

mais força nas áreas extremas da Europa, de modo especial na Irlanda, fora do

Império Romano.

Quando os missionários cristãos se estabeleceram na Irlanda, durante a Idade

Média, a arte que levaram para lá mesclou-se com elementos celtas, formando

um tipo único de arte. Ainda restam vários manuscritos celtas para comprovar

esta fusão de estilos. Os mais marcantes desses manuscritos são os

capitulares (primeiras letras de cada capítulo), que eram ornadas com extrema

complexidade

A arte egípcia refere-se à arte desenvolvida e aplicada pela civilização do

antigo Egito localizada no vale do rio Nilo no Norte de África. Esta manifestação

artística teve a sua supremacia na região durante um longo período de tempo,

estendendo-se aproximadamente pelos últimos 3000 anos antes de Cristo e


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demarcando diferentes épocas que auxiliam na clarificação das diferentes

variedades estilísticas adotadas: Período Arcaico, Império Antigo, Império

Médio, Império Novo, Época Baixa, Período ptolemaico e vários períodos

intermédios, mais ou menos curtos, que separam as grandes épocas, e que se

denotam pela turbulência total e obscuridade total, tanto social, política, cultural

e principalmente como artística.

O tempo e os acontecimentos históricos encarregaram-se de ir eliminando os

vestígios desta arte ancestral, mas, mesmo assim, foi possível redescobrir algo

do seu legado no século XIX, em que escavações sistemáticas trouxeram à luz

obras capazes de fascinar investigadores, colecionadores e mesmo o olhar

amador. A partir do momento em que se decifram os hieróglifos na Pedra de

Roseta é possível dar passos seguros a caminho da compreensão da cultura,

história, mentalidade, modo de vida e naturalmente da motivação artística dos

antigos egípcios

A arte micénica (ou micênica na ortografia brasileira) refere-se à arte dos

aqueus, um povo que se estabelece na costa sudoeste da Grécia entre


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aproximadamente 1600 e 1100 a.C., no período final da Idade do Bronze. Os

seus habitantes formam vários núcleos agrupados em torno de palácios, sendo

o centro mais importante o de Micenas, nome que cunha a civilização micênica.

A sua produção artística recebe diversas influências sendo a da civilização

minóica (Creta) a mais evidenciada. Do Antigo Egito recebem também

influência relacionada com o culto dos mortos, nomeadamente no que diz

respeito à construção de câmaras funerárias em pedra. Deste período são de

referir o primoroso trabalho em metal e a joalharia que recebem grande

herança minóica no tratamento formal e na técnica, se é que não terão mesmo

sido produzidos por artesãos vindos de Creta.

Os mais relevantes achados arqueológicos originam das câmaras funerárias

descobertas em 1876 em Micenas por Heinrich Schliemann, onde se englobam

punhais com incrustações, ornamentos para indumentária, diademas e as

famosas máscaras funerárias em ouro que serviam para cobrir o rosto do

falecido, a mais famosa é a erroneamente atribuída ao rei Agamémnon.


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No repertório formal dominam, em geral, cenas de caça e a representação de

animais como golfinhos, cobras, pássaros, touros e principalmente felinos

(leão, leopardo, etc) onde é regra aparecerem com as patas dianteiras e

traseiras esticadas, símbolo de movimento. Também são comuns elementos da

flora marítima e a espiral, elemento decorativo muito usado, mesmo associado

à arquitetura

A arte e a arquitetura das sociedades gregas desde o início da Idade do Ferro

(século XI a.C.) até o final do século I a.C. Antes disso (Idade do Bronze), a

arte grega do continente e das ilhas é conhecida como arte micênica, e a arte

grega mais tardia, chamada helenística, é considerada integrante da cultura do

Império Romano. Os gregos, inicialmente um conjunto de tribos relativamente

autônomas que apresentavam fatores culturais comuns, como a língua e a

religião, instalaram-se no Peloponeso nos inícios do primeiro milênio antes de

Cristo, dando início a uma das mais influentes culturas da Antiguidade.

Após a fase orientalizante (de 1100 a 650 a.C.), cujas manifestações artísticas

foram inspiradas pela cultura mesopotâmica, a arte grega conheceu um


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primeiro momento de maturidade durante o período arcaico, que se prolongou

até 475 a.C. Marcado pela expansão geográfica, pelo desenvolvimento

econômico e pelo incremento das relações internacionais, assistiu-se nesta

altura à definição dos fundamentos estéticos e formais que caracterizarão as

posteriores produções artísticas gregas.

Após as guerras com os Persas, a arte grega adquiriu maior independência em

relação às outras culturas mediterrânicas e expandiu-se para todas as suas

colônias da Ásia Menor, da Sicília e de Itália (conjunto de territórios conhecidos

por Magna Grécia). Protagonizado pela cidade de Atenas, sob o forte

patrocínio de Péricles, o último período artístico da Grécia, conhecido por Fase

Clássica, estendeu-se desde 475 a.C. até 323 a.C., ano em que o macedônico

Alexandre Magno conquistou as cidades-estados do Peloponeso.

As manifestações artísticas gregas, que conheceram grande unidade

ideológica e morfológica, encontraram os seus alicerces numa filosofia

antropocêntrica de sentido racionalista que inspirou as duas características

fundamentais deste estilo: por um lado a dimensão humana e o interesse pela


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representação do homem e, por outro, a tendência para o idealismo traduzido

na adoção de cânones ou regras fixas (análogas às leis da natureza) que

definiam sistemas de proporções e de relações formais para todas as

produções artísticas, desde a arquitetura à escultura.

A arte romana, referente à época artística do Império romano do ocidente, foi

muito influenciada pela cultura da Grécia antiga e estende-se do século VIII a.C

ao século IV d.C. difundindo-se por diversas expressões artísticas desde a

construção de diversas tipologias de edifícios públicos, pintura afresco à

escultura, etc. Após o reconhecimento da religião cristã, o movimento artístico

do paleocristianismo vai acabar por tomar o lugar da expressão anterior.


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A arte na Idade média

A arte pré-românica não designa um estilo em particular, mas antes um período

da arte ocidental que se inicia formalmente com a dinastia merovíngia, mas que

pode retroceder já ao momento da queda do Império Romano do ocidente com

as migrações dos povos germânicos para a Europa. De um modo geral este

período situa-se na passagem da antiguidade clássica tardia para o românico,

pautando por uma absorção de diversas influências que resultam nas fusões

inovadoras entre elementos clássicos do Mediterrâneo, cristãos e germânicos.

Não se resume, por isso, a uma região específica, alastra-se por toda a Europa

ao longo de um longo período temporal, destacando-se alguns estilos artísticos

próprios.
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Arte românica é o nome dado ao estilo artístico vigente na Europa entre os

séculos XI e XIII. O estilo é visto principalmente nas igrejas católicas

construídas após a expansão do cristianismo pela Europa e foi o primeiro

depois da queda do Império Romano a apresentar características comuns em

várias regiões. Até então a arte tinha se fragmentado em vários estilos e o

românico é o primeiro a trazer uma unidade nesse panorama.

O Estilo manuelino, por vezes também chamado de gótico português tardio ou

flamejante, é um estilo arquitetônico que se desenvolveu no reinado de D.

Manuel I e prosseguiu após a sua morte, ainda que já existisse desde o reinado

de D. João II. É uma variação portuguesa do Gótico final, bem como da arte

luso-mourisca ou mudéjar, marcada por uma sistematização de motivos

iconográficos próprios, de grande porte, simbolizando o poder régio.

Incorporou, mais tarde, ornamentações do Renascimento italiano. O termo

"Manuelino" foi criado por Francisco Adolfo Varnhagen na sua Notícia Histórica

e Descriptiva do Mosteiro de Belém, de 1842. O Estilo desenvolveu-se numa


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época propícia da economia portuguesa e deixou marcas em todo o território

nacional.

O gótico designa uma fase da história da arte ocidental, identificável por

características muito próprias de contexto social, político e religioso em

conjugação com valores estéticos e filosóficos e que surge como resposta à

austeridade do estilo românico. Este movimento cultural e artístico desenvolve-

se durante a Idade Média, no contexto do Renascimento do Século XII e

estende-se ao momento do advento do Renascimento Italiano em Florença,

quando a inspiração clássica quebra a linguagem tradicional artística e cultural

até então difundida.

Os primeiros passos são dados a meados do século XII em França no campo

da arquitetura (mais especificamente na construção de catedrais) e, acabando

por abranger outras disciplinas estéticas, estende-se pela Europa até ao início

do século XVI, já não apresentando então uma uniformidade geográfica. A

arquitetura, em comunhão com a religião, vai formar o eixo de maior relevo

deste movimento e vai cunhar profundamente todo o desenvolvimento estético.


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O Renascimento (ou Renascença) foi um movimento cultural e

simultaneamente um período da história européia, considerado como

marcando o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. O Renascimento

é normalmente considerado como tendo começado no século XIV na Itália e no

século XVI no norte da Europa.

Além de atingir a Filosofia, as Artes e as Ciências, a Renascença fez parte de

uma ampla gama de transformações culturais, sociais, econômicas, políticas e

religiosas que caracterizam a transição do Feudalismo para o Capitalismo.

Nesse sentido, o Renascimento pode ser entendido como um elemento de

ruptura, no plano cultural, com a estrutura medieval.

O Renascimento Cultural manifestou-se primeiro nas cidades italianas, de onde

se difundiu para todos os países da Europa Ocidental. Porém, o movimento

apresentou maior expressão na Itália. Não obstante, é importante conhecer as

manifestações renascentistas da Inglaterra, Alemanha, Países Baixos, e menos

intensamente, de Portugal e Espanha.


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O Barroco foi um período estilístico e filosófico da História da sociedade

ocidental, ocorrido desde meados do século XVI até ao século XVIII. Foi

inspirado no fervor religioso e na passionalidade da Contra-reforma.

Didaticamente falando, o Período Barroco, vai de 1580 a 1756.

O termo Barroco advém da palavra portuguesa homônima que significa "pérola

imperfeita", ou por extensão jóia falsa. A palavra foi rapidamente introduzida

nas línguas francesa e italiana. O ano de 1580 é significativo, marcado pela

morte de Camões (e com ela, a decadência do movimento clássico), e pelo fim

da autonomia política de Portugal, com o desaparecimento do rei D. Sebastião,

na África, sendo que o seu sucessor foi Felipe II de Espanha, que anexou o

reino português a seus domínios.

A capital política passou a ser Madrid, tendo Portugal perdido, além do seu

foco político, o seu foco cultural. No século que se seguiu (século XVII), a

influência predominante passou a ser a espanhola que se tornou marcante na

cultura portuguesa e durante este mesmo período, brotam aos olhos da


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Espanha uma riquíssima geração de escritores, como Gôngora, Quevedo,

Cervantes, Lopes de Vega e Calderón além de muitos outros.

O Movimento cultural do fim do século XVIII, o Neoclassicismo está identificado

com a retomada da cultura clássica por parte da Europa Ocidental em reação

ao estilo barroco. No entanto, o Neoclassicismo propõe a discussão dos

valores clássicos, em contraposição ao Classicismo renascentista, que apenas

replicava os princípios antigos sem críticas aprofundadas. A concepção de um

ideal de beleza eterno e imutável não se sustenta mais. Para os

neoclassicistas, os princípios da era clássica deveriam ser adaptados à

realidade moderna.

O Romantismo foi um movimento artístico e filosófico surgido nas últimas

décadas do século XVIII na Europa que perdurou por grande parte do século

XIX. Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo que

marcou o período neoclássico e buscou um nacionalismo que viria a consolidar

os estados nacionais na Europa. Inicialmente apenas uma atitude, um estado

de espírito, o Romantismo toma mais tarde a forma de um movimento e o


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espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no

indivíduo.

Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando

o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se

o século XVIII foi marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, o

início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela

emoção e pelo eu. O termo romântico refere-se, assim, ao movimento estético

ou, num sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que

carece de sentido objetivo.

A arte Moderna

O Naturalismo é a radicalização do Realismo. (1880) Essa nova escola literária

baseava-se na observação fiel da realidade e na experiência, mostrando que o


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indivíduo é determinado pelo ambiente e pela hereditariedade. O naturalismo

expandiu-se para outras artes. Os romances naturalistas se destacam pela

abordagem extremamente aberta do sexo e pelo uso da linguagem falada. O

resultado é um diálogo vivo e extraordinariamente verdadeiro, que na época foi

considerado até chocante de tão inovador. Ao ler uma obra naturalista, tem-se

a impressão de estar lendo uma obra contemporânea, que acabou de ser

escrita.

No teatro, o naturalismo exerceu mudanças marcantes, com o surgimento do

diretor, do cenógrafo e do figurinista. Até então, o próprio ator escolhia suas

roupas, um único cenário era usado para diversas montagens, e não estava

definida a posição do diretor como coordenador de todas as funções. A

iluminação passou a ser mais estudada e adotou-se a sonoplastia. É um

radicalismo do Realismo.

O Realismo fundou uma Escola artística que surge no século XIX em reação ao

Romantismo e se desenvolve baseada na observação da realidade, na razão e

na ciência. Além de uma oposição a um realismo fotográfico.


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O Realismo é um movimento artístico surgido na França, e cuja influência se

estendeu a numerosos países europeus. Esta corrente aparece no momento

em que ocorrem as primeiras lutas sociais, sendo também objeto de ação

contra o capitalismo progressivamente mais dominador. Das influências

intelectuais que mais ajudaram no sucesso do Realismo denota-se a reação

contra as excentricidades românticas e contra as suas falsas idealizações da

paixão amorosa, bem como um crescente respeito pelo fato empiricamente

averiguado, pelas ciências exatas e experimentais e pelo progresso técnico. A

passagem do Romantismo para o Realismo corresponde uma mudança do

belo e ideal para o real e objetivo.

O Impressionismo foi um movimento artístico que surgiu na pintura européia do

século XIX. O nome do movimento é derivado da obra Impressão, nascer do

sol (1872), de Claude Monet. Os autores impressionistas não mais se

preocupavam com os preceitos do Realismo ou da academia. A busca pelos

elementos fundamentais de cada arte levou os pintores impressionistas a

pesquisar a produção pictórica não mais interessados em temáticas nobres ou


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no retrato fiel da realidade, mas em ver o quadro como obra em si mesma. A

luz e o movimento utilizando pinceladas soltas tornam-se o principal elemento

da pintura, sendo que geralmente as telas eram pintadas ao ar livre para que o

pintor pudesse capturar melhor as nuances da natureza.

O pós-impressionismo designa-se por um grupo de artistas e de movimentos

diversos onde se seguiram as suas tendências para encontrar novos caminhos

para a pintura. Estes, acentuaram a pintura nos seus valores específicos – a

cor e bidimensionalidade.

Chamam-se genericamente pós-impressionistas aos artistas que não mais

representavam fielmente os preceitos originais do Impressionismo, ainda que

não tenham se afastado muito dele ou estejam agrupados formalmente em

novos grupos. Teve a sua origem no impressionismo mas se insurge contra ele

devido a sua superficialidade ilusionista da análise à realidade. Movimentos

impressionistas como o Pontilhismo ou o Divisionismo casualmente também

são chamados pós-impressionistas.


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O Simbolismo é um estilo literário, do teatro e das artes plásticas que surgiu na

França, no final do século XIX, como oposição ao Realismo e ao Naturalismo.

A partir de 1881, na França, pintores, autores teatrais e escritores,

influenciados pelo misticismo advindo do grande intercâmbio com as artes,

pensamento e religiões orientais - procuram refletir em suas produções a

consonância a estas diferentes formas de olhar sobre o mundo, de ver, e

demonstrar o sentimento. Marcadamente individualista e místico, foi com

desdém apelidado de "decadentismo" - clara alusão à decadência dos valores

estéticos então vigentes. Mas em 1886 um manifesto traz a denominação que

viria marcar definitivamente os adeptos desta corrente: simbolismo.

O simbolismo, corrente de timbre espiritualista, encontra expressão nas mais

variadas artes, pensadas em estreita relação umas com as outras. O objetivo

último das diferentes modalidades artísticas é a manifestação da vida interior,

da "alma das coisas", que a linguagem poética - mais do que qualquer outra -

permite alcançar, por trás das aparências. A poesia simbolista de Gérard de

Nerval (1808 - 1855) e Stéphane Mallarmé (1842 - 1898), por exemplo, sonda
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os mistérios do mundo e o universo inconsciente por meio de sugestões, do

ritmo musical e do poder encantatório das palavras.

É possível compreender o simbolismo e o decadentismo como

desdobramentos do romantismo, alimentados pela reação ao cientificismo que

acompanha o desenvolvimento da sociedade industrial da segunda metade do

século XIX. Contra as associações freqüentes entre arte, objeto e técnica, e as

inclinações naturalistas de parte da produção artística, os simbolistas e

decadentistas sublinham um ideal estético amparado na expressão poética e

lírica

Denominam-se genericamente expressionistas os vários movimentos de

vanguarda do fim do século XIX e início do século XX que estavam mais

interessados na interiorização da criação artística do que em sua

exteriorização, projetando na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva.

O Expressionismo não se confunde com o Realismo por não estar interessado

na idealização da realidade, mas em sua apreensão pelo sujeito. Guarda,


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porém, com o movimento realista, semelhanças, como uma certa visão anti-

"Romantismo" do mundo.

Sob o rótulo expressionista estão movimentos e escolas como o grupo Die

Brücke (do alemão: A ponte), as últimas Secessões vienenses e de uma certa

forma o fauvismo. A arquitetura produzida por Mendelsohn também é chamada

de expressionista. Em uma acepção mais ampla, a palavra se refere a qualquer

manifestação subjetiva da criação humana. O Expressionismo surge de um

desdobramento do pós-impressionismo, recebendo influências de uma série de

artistas pertencentes a este período, como o holandês Van Gogh e o

norueguês Edvard Munch. Encontra ligações também com certas

manifestações do art noveau e do simbolismo.

Considerando os desdobramentos do Impressionismo, os principais

precursores do movimento foram Vincent van Gogh e Edvard Munch e Paul

Klee, tal a dramaticidade de suas obras, a importância (e, em certo sentido, a

independência) da cor. Ambas as obras propõem uma ruptura formal e

ideológica com a Academia e com o Impressionismo. O Simbolismo como um


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todo também influenciou os movimentos expressionistas, em uma outra esfera,

devido à importância dada à mensagem oculta na obra.

O cubismo é um movimento estético que ocorreu entre 1907 e 1914, tendo

como principais fundadores Pablo Picasso e Georges Braque. O cubismo

tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando

todas as partes de um objeto no mesmo plano. A representação do mundo

passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas.

Cubismo teve uma influência profunda na História da Arte, particularmente

sobre tendências posteriores, como o abstracionismo geométrico e o

minimalismo.

O movimento cubista evoluiu constantemente em três fases: Cubismo pré-

analítico ou Cubismo Cézanniano - uma espécie de "preparação" para o

cubismo, onde as primeiras características surgem. Cubismo analítico - que se

caracterizava pela desestruturação da obra, pela decomposição de suas partes

constitutivas; Cubismo sintético - foi uma reação ao cubismo analítico, que

tentava tornar as figuras novamente reconhecíveis.


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O movimento Dadá (Dada) ou Dadaísmo foi uma vanguarda moderna fundada

em Zurique, em 1916, por um grupo de escritores e artistas plásticos, dois

deles desertores do serviço militar alemão. Embora a palavra dada em francês

signifique cavalo de brinquedo, sua utilização marca o non-sense ou falta de

sentido que pode ter a linguagem (como na língua de um bebê). Para reforçar

esta idéia foi criado o mito de que o nome foi escolhido aleatoriamente,

abrindo-se uma página de um dicionário e inserindo-se um estilete sobre a

mesma.

O Dadaísmo é caracterizado pela oposição a qualquer tipo de equilíbrio, pela

combinação de pessimismo irônico e ingenuidade radical, pelo ceticismo

absoluto e improvisação. Enfatizou o ilógico e o absurdo. Entretanto, apesar da

aparente falta de sentido, o movimento protestava contra a loucura da guerra.

Assim, sua principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar.

O Surrealismo foi um movimento artístico e literário surgido primariamente em

Paris dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o

modernismo, reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo e


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posteriormente expandido para outros países. Fortemente influenciado pelas

teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o

papel do inconsciente na atividade criativa. Seus representantes mais

conhecidos são Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí no campo das artes

plásticas e André Breton na literatura.

As características deste estilo: uma combinação do representativo, do abstrato,

e do psicológico. Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das

exigências da lógica e da razão e ir além da consciência quotidiana,

expressando o inconsciente e os sonhos. O principal teórico e líder do

movimento é o poeta, escritor, crítico e psiquiatra francês André Breton (1896-

1966), que em 1924 publica o primeiro Manifesto Surrealista.

No manifesto e nos textos teóricos posteriores, os surrealistas rejeitam a

chamada ditadura da razão e os valores burgueses como pátria, família,

religião, trabalho e honra. Humor, sonho e a contra-lógica são recursos a

serem utilizados para libertar o homem da existência utilitária. Segundo a nova

ordem, as idéias de bom gosto e decoro devem ser subvertidas. Neste sentido,
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o Surrealismo aproximava-se daquelas que eram chamadas de vanguardas

positivas, como o neoplasticismo e a Bauhaus, chegando inclusive a dialogar

com o movimento comunista.

No entanto, pela sua proposta estética, está mais próximo das vanguardas

negativas, como o supracitado dadá, de onde surgiu parcialmente. Uma das

principais idéias trabalhadas pelos surrealistas é a da escrita automática,

segundo a qual o impulso criativo artístico se dá através do fluxo de

consciência despejado sobre a obra. Ainda segundo esta idéia, a arte não é

produto de gênios, mas de cidadãos comuns.

A arte Contemporânea
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Chama-se Pós-Modernidade a condição sócio-cultural e estética do capitalismo

contemporâneo, também denominado pós-industrial ou financeiro. O uso do

termo se tornou corrente, embora haja controvérsias quanto ao seu significado

e pertinência. Tais controvérsias possivelmente resultem da dificuldade de se

examinarem processos em curso com suficiente distanciamento e,

principalmente, de se perceber com clareza os limites ou os sinais de ruptura

nesses processos.

Segundo um dos pioneiros no emprego do termo, o francês François Lyotard, a

"condição pós-moderna" caracteriza-se pelo fim das metanarrativas. Os

grandes esquemas explicativos teriam caído em descrédito e não haveria mais

"garantias", posto que mesmo a "ciência" já não poderia ser considerada como

a fonte da verdade.

O filósofo francês Gilles Lipovetsky prefere o termo "hiper-modernidade", por

considerar não ter havido de fato uma ruptura com os tempos modernos - como

o prefixo "pós" dá a entender. Segundo Lipovetsky, os tempos atuais são

"modernos", com uma exarcebação de certas características das sociedades


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modernas, tais como o individualismo, o consumismo, a ética hedonista, a

fragmentação do tempo e do espaço. Já o filósofo alemão Jürgen Habermas

relaciona o conceito de Pós-Modernidade a tendências políticas e culturais

neoconservadoras, determinadas a combater os ideais iluministas.

O Neoconcretismo foi um movimento artístico surgido no Rio de Janeiro em fins

da década de 1950 como reação ao concretismo ortodoxo. Os neoconcretistas

procuravam novos caminhos dizendo que a arte não é um mero objeto: tem

sensibilidade, expressividade, subjetividade, indo muito além do mero

geometrismo puro. Eram contra as atitudes cientificistas e positivistas na arte.

A recuperação das possibilidades criadoras do artista (não mais considerado

um inventor de protótipos industriais) e a incorporação efetiva do observador

(que ao tocar e manipular as obras torna-se parte delas) apresentam-se como

tentativas de eliminar a tendência técnico-científica presente no concretismo.

A Semana de Arte Moderna foi um evento ocorrido em São Paulo no ano de

1922 no período entre 11 e 18 de fevereiro no Teatro Municipal da cidade.

Durante os sete dias ocorreu uma exposição modernista no Teatro e nas noites
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dos dias 13, 15 de fevereiro e 17 ocorreram apresentações de poesia, música e

palestras sobre a modernidade.

Representou uma verdadeira renovação da linguagem, na busca de

experimentação, na liberdade criadora e na ruptura com o passado. O evento

marcou época ao apresentar novas idéias e conceitos artísticos. A nova poesia

através da declamação. A nova música por meio de concertos. A nova arte

plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura. O adjetivo

"novo", marcando todas estas manifestações, propunha algo a ser recebido

com curiosidade ou interesse. Participaram da Semana nomes consagrados do

Modernismo brasileiro, como Mário e Oswald de Andrade, Víctor Brecheret,

Anita Malfatti, Menotti Del Pichia.

A Semana de Arte Moderna ocorreu em uma época cheia de turbulências

políticas, sociais, econômicas e culturais. As novas vanguardas estéticas

surgiam e o mundo se espantava com as novas linguagens desprovidas de

regras. Alvo de críticas e em parte ignorada, a Semana não foi bem entendida

em sua época. A Semana de Arte Moderna se encaixa no contexto da


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República Velha, controlada pelas oligarquias cafeeiras e pela política do café-

com-leite. O capitalismo crescia no Brasil, consolidando a República e a elite

paulista, esta totalmente influenciada pelos padrões estéticos europeus mais

tradicionalistas.

A nova intelectualidade brasileira dos anos 10-20 viu-se em um momento de

necessidade de abandono dos antigos ideais estéticos do século XIX mas

ainda em voga no país. Havia algumas notícias sobre as experiências estéticas

que ocorriam na Europa no momento, mas ainda não se tinha certeza do que

estava acontecendo e quais seriam os rumos a se tomar.

O principal foco de descontentamento com a ordem estética estabelecida se

dava no campo da literatura (e da poesia, em especial). Exemplares do

Futurismo italiano chegavam ao país e começavam a influenciar alguns

escritores, como Oswald de Andrade e Guilherme de Almeida. A jovem pintora

Anita Malfatti voltava da Europa trazendo a experiência das novas vanguardas,

e em 1917 realiza a que foi chamada de primeira exposição modernista

brasileira, com influências do cubismo, expressionismo e futurismo.


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A exposição causa escândalo e é alvo de duras críticas de Monteiro Lobato, o

que foi o estopim para que a Semana de Arte Moderna acontecesse. A

Semana, de uma certa maneira, nada mais foi do que uma ebulição de novas

idéias totalmente libertadas, nacionalista em busca de uma identidade própria e

de uma maneira mais livre de expressão. Não se tinha, porém, um programa

definido: sentia-se muito mais um desejo de experimentar diferentes caminhos

do que de definir um único ideal moderno.

Bibliografia

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458 p.
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MONTERADO, Lucas de. História da arte. Rio de Janeiro: LTC, 1978. 331 p.
PROENÇA, Graça. História da arte. 15. ed. São Paulo: Ática, 2000. 279 p.

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