Você está na página 1de 18

Arte

Uma das necessidades básicas do ser humano ao longo de sua trajetória foi a
utilização, compreensão e absorção da Arte, tomar ciência do valor da Arte no seu
cotidiano. Ao desenvolver nossas sensibilidades e habilidades naturais, perceberemos que
em todo o espaço em que estamos inseridos
encontraremos as relações artísticas de modo
significativo e singular, seja no desenho de uma
mochila, seja na embalagem do salgadinho. Dessa
forma, é necessário que estejamos aptos para
percebermos essas relações, pois, para uma grande
maioria das pessoas, essas questões passam
despercebidas em meio ao turbilhão de situações e
sensações do dia. É preciso termos sensibilidade.
Formas de arte e manifestações artísticas,
elaboradas de modo pensado e profissional, também
são facilmente encontradas no nosso cotidiano, como
nas propagandas de televisão, assim como as
interpretações de atores e atrizes nas novelas, filmes e seriados, tanto na TV quanto nos
meios multimídias. As campanhas publicitárias, em suas diversas formas de
manifestação, verdadeiras obras de criação das mãos de publicitários, também
exemplificam essas manifestações.
Deparamos e vivenciamos a Arte também de modo direto e concreto em nosso dia a
dia quando encontramos o caricaturista em meio as bancas da feira, ao nos depararmos
com o palhaço em frente a porta da loja de brinquedos. Deixamos nossa mente dispersar
quando, no ônibus, a caminho da escola, nos alegramos com o humorista e suas piadas e
trejeitos improvisados ou com o homem estátua, o músico na esquina, o malabarista na
calçada ou simplesmente o grupo de amigos de escola com um violão e uma canção.
Fácil, então, perceber o quanto as questões artísticas, em suas diversas variáveis, em
todas as suas totalidades, são parte inseparável do comportamento e do convívio humano
ao longo de toda a sua história. Essas manifestações se fazem presentes ora de modo
consciente ora de modo imperceptível, elas estão sempre lá, emoldurando ou
preenchendo, como em uma composição de Renoir, as experiências vivenciadas pelo ser
humano.
Não podemos, então, deixar que tal manifestação das necessidades humanas nos
passem despercebidos. A herança cultural dos povos e os simbolismos da natureza
humana, em seu desenvolvimento, estilo ligados ao fazer artístico. Sendo assim,
elevarmos nosso conhecimento em torno do papel da arte em nossa vida e elevarmos
nossa própria capacidade intelectual, tornando-nos, assim, mais que meros observadores
agentes críticos do fazer e do consumir arte, o que, sem dúvida, nos faz conhecer melhor
a nossa própria trajetória como seres intelectuais e sensíveis na história humana.
A ARTE NO COTIDIANO - O COTIDIANO NA ARTE.

A percepção de um leigo sobre a Arte é como uma paisagem recoberta por uma forte
neblina em uma manhã de outono. Cinzento é o olhar, cinzenta é a paisagem. Aos poucos,
o sol, apesar de tímido e acanhado, vai nos permitindo enxergar mais do que silhuetas.
Contornos mais sólidos e significativos da paisagem começam a se delinear. Sentimos,
porém, não conseguimos descrever, traduzir em palavras nossa sensação. Mas, sem
dúvida, a vivenciamos. Mas o porquê dessa visão turva? Será privilégio apenas de alguns
ter percepção da Arte? Será dom? Virtuosismo técnico?
Formas, ideais apreendidas por poucos, os ditos "artistas"? Ou será que nós é que
colocamos a arte num pedestal? Segundo Vasquez, à luz de Hegel, "a arte, sendo
concebida sob o ponto de vista da idealização, seria, em seu conjunto, uma forma de
autoconsciência da ideia, uma forma destinada a ser superada, já que a verdade só se dá
no mundo do pensamento abstrato." Ou seja, a arte seria uma manifestação sensível do
espírito ou ideia, sendo feita pelo homem, mas não para o homem." A visão idealizada da
arte tem paralisado os sentidos humanos e impedido a percepção dela no mundo.
O homem leigo tornou-se um observador distante das obras artísticas, passando a
vê-las como algo inatingível e intocável. Distante do objeto, o espectador não consegue
marcá-lo, deixar a sua subjetividade. Se hoje ele tornou-se apenas um observador, essa
nem sempre foi a sua condição. O homem além de observador era produtor, criava os
objetos e colocava as suas marcas de sujeito. Todo o caminho da história da humanidade
e da Arte tem apontado para o homem como um ser criador. O fazer artístico acompanhou
o fazer prático e utilitário, mas não reduziu o prático ao utilitário. O homem comum, o
artesão, não eliminou o seu aspecto humano, subjetivo em face do objeto. Com a
transformação da sociedade e dos meios de produção, o homem deixou de ter domínio do
fazer artístico e do objeto como um todo. A divisão do trabalho o transformou em um
mero executor alienado de uma engrenagem.
Distante do objeto, o homem começou a perder o entendimento de que o fazer
artístico e o fluir da arte são atos humanos. Assim, a produção determinou a divisão do
trabalho destinado a alguns o domínio das ideias e aos outros o trabalho prático alienado.
Segundo Vasquez, dentro do pensamento de Marx "a Arte não é mera produção material
nem pura produção espiritual. Mas, justamente, por seu caráter prático, realizador e
transformador, está mais perto do trabalho humano - sobretudo quando este não perdeu
seu caráter criador do que de uma atividade meramente espiritual," A Arte está tão
presente no cotidiano humano que, às vezes, não nos damos conta das nossas escolhas
estéticas rotineiras. As nossas roupas, os pratos que degustamos, a música que ouvimos,
a forma de pentearmos os cabelos. Nos muros da escola não é diferente. A interação da
Arte com os demais conteúdos das disciplinas ensinadas no espaço escolar se dá de forma
tão natural que não percebemos.
Vejamos, por exemplo, o Mestre Vitalino e o Aleijadinho, dois artistas de regiões
diferentes. Naturalmente, a produção artística desses artistas sofreu influência direta do
meio onde viveram. Observamos que Mestre Vitalino vai encontrar no barro abundante
na região onde vivia, o material mais adequado para o seu trabalho. Mesmo sofrendo
resistência externa, o artista sempre é marcado pelo meio. Vejamos no caso específico do
artista Aleijadinho. Que, apesar de sofrer influência de fora, se utiliza de recursos da sua
região, como a pedra sabão e a madeira. Imaginemos ainda que, dificilmente, o homem
poderá deixar as leis naturais na hora da produção de seus trabalhos. Nenhum arquiteto e
escultor poderia conceber suas obras sem observar as leis da física. Muito menos a pintor
poderia fabricar suas tintas, preparar seu suporte na dita "cozinha de atelier" sem conhecer
a química, as reações, seus solventes e aglutinantes. A história não é diferente, pois, de
fato, sendo vista dentro de um olhar crítico, representa a própria evolução da humanidade,
do sujeito e do objeto. Toda a produção do homem carrega a sua história de humanidade
e tem na arte a sua marca de sujeito.
Segundo Jorge Luiz Borges, ao se referir a Literatura, dizia que a mesma "não é
como um trem que anda na superfície, é como um rio que corre no subterrâneo e depois
emerge numa certa altura, e a pessoa não sabe o que leva consigo." Mesmo sem perceber,
o homem emerge e retira a essência que o faz humano, pois de fato a história da
humanidade repousa na literatura. Conforme afirma o escritor italiano Antônio Tabucchi,
talvez mais do que nos arquivos históricos, nos quais as peripécias humanas ficam
resumidas numa linha, a história oficial propriamente dita. A história da alma da
humanidade, com seus sofrimentos, ilusões, revoluções, derrotas, está na literatura." A
Arte, enfim, permeia todos os caminhos trilhados pelo homem, pois, de fato, é essência
humana, devendo ser sempre objeto de seu interesse, principalmente no universo escolar.
Talma de Oliveira Gintrão - Formada em artes Cênicas Bacharel em Indumentarias pela
Escola de Belas artes-UFRU.

A arte e suas linguagens

Desde que o ser humano deu os seus primeiros passos em direção ao seu
desenvolvimento racional, distanciando-se dos demais animais, a arte é fator
determinante e presente. Uma de suas primeiras necessidades foi a de se identificar, a
necessidade de representar a si mesmo e ao meio em que estava inserido. O ser humano
precisava assinar a sua presença, assim como via as marcas das pegadas deixadas pelos
animais que registravam sua existência.
É assim que sua mão, suja de sangue e de gordura animal, vale descalcar a parede
da caverna, em um ato voluntário de expressão, de registro de sua existência e de
autoafirmação de poder sobre os demais animais. Sua crescente soberanidade e a
necessidade de captura do animal, como forma de alimento, produzem os rituais repletos
de expressões corporais, sonoras e visuais. Diante de sua primeira necessidade em sua
trajetória evolutiva, o ser humano encontra refúgio no que hoje chamamos de Arte. De tal
modo que ao compreendermos que a Arte “meio maior" de comunicação expressão do ser
humano, precisamos compreender também que existem várias maneiras de se fazer valer
dessa capacidade de expressão e comunicação, várias formas die execução da mesma
necessidade, ou seja, são várias as linguagens artistas.
Pela arte podemos entender e identificar o modo como o ser humano nos mostra as
suas frustrações e alegrias, a maneira como ele pensa e vive. Identificamos como e em
que ele crê; sua relação com o divino e o moral, seus medos e valores.
Tais relações e elementos associam-se aos diversos valores e fatores sociais, como
as experiências individuais do artista, capacidades técnicas e valores estéticos. Assim,
esse artista acaba por gerar suas produções em diversas linguagens, buscando, em cada
uma delas, o vetor para a sua necessidade de expressão.
As linguagens então são formas distintas de se falar a mesma língua, a língua da arte.
É como dizermos a mesma coisa, em português, de forma culta e erudita e depois
expressarmos a mesma informação de modo popular e coloquial, estaremos falando a
mesma língua, o português, mas em linguagens diferentes. Nas artes são quatro as
linguagens: Artes Cénicas, Artes Visuais, Música e Dança.
Cada uma dessas linguagens artísticas tem seus desdobramentos, como a pintura, a
escultura e a arquitetura nas artes Visuais. Dentro das possibilidades de criação nas artes
Cênicas, temos o Teatro, Cinema e a Televisão, embora, nos dias de hoje, com as novas
tecnologias de mídias, estão surgindo outras áreas de atuação artística dessas linguagens,
não somente a linguagem cênica, mas todas as outras possibilidades. A diversidade de
possibilidade de interações entre as linguagens faz surgir novas formas de expressão
artísticas. Como sempre, a Arte está se apropriando das ferramentas características e
pertinentes a seu tempo, mantendo-se assim como a forma mais eficaz de expressão
humana.
Essas variações também podem ser chamadas de linguagens: linguagens cênicas são
da mesma origem, são da arte cênica, mas são tendências extremamente diferentes umas
das outras. Essas diferenças podem ser percebidas desde a concepção de roteiro à
interpretação do ator como a criação das personagens e o estudo e utilização dos diversos
elementos de criação cênica. No ato sobre elementos cênicos, trataremos melhor dessas
diferenças.

O que é Teatro?

Primeiro, deve-se entender que, ao se dizer: "Vamos ao teatro?", estamos abrangendo


a palavra que diz: o local destinado a apresentações das mais variadas linguagens
artísticas como dança, música ou dramaturgia, isto é, um edifício institucionalizado com
uma função sociocultural, ou seja, um espaço físico arquitetonicamente projetado para
essas funções, onde a sociedade, em sua concepção cultural, já absorveu o seu valor. Uma
obra arquitetônica que, pela sua função primária de ter um palco, expressa um valor
particular para a sociedade em que está inserida.
A origem da palavra teatro é grega, theastai, e tem como significado ver, contemplar,
olhar. Com o passar do tempo, a palavra foi tomando um significado mais amplo, pela
prática da atividade artística desenvolvida em seu espaço, tornando-se, enfim, uma arte -
gênero dramático, Arte Cênica, mas também é o imóvel, o edifício. De tal modo que
percebemos que a palavra teatro tem um significado e dois significantes. Podendo, então,
ser utilizada para se referir ao espaço físico prédio do Teatro e para a arte dramática,
Teatro.
Para o prédio, institucionalizado, teatro, é necessário que haja arquitetonicamente
uma destinação para esse fim, ou seja, nele havia ser apresentada e de espectador vera o
que lhe é apresentado. Portanto a arte cênica Teatro pode ser apresentada no prédio Teatro.

A Tríade Cênica

Ao assistir a uma peça de teatro, você está diante daquilo que chamamos de "O
Fenômeno Teatral", ou seja, o espetáculo em si. Essa definição de fenômeno se dá pelo
fato de o teatro ser uma arte efêmera, ou seja, de caráter temporário, passageiro quando
se trata de sua execução. É preciso que você esteja lá no exato momento do
"acontecimento", do fenômeno, para que seja possível absorvê-lo. Para que isso aconteça,
será necessário que, no momento em que você consome o fenômeno teatral, haja a
conjunção de três elementos essenciais, o ator, o texto e o público.
A isso chamamos de tríade cênica, fator fundamental para que se possa classificar o
que se vê como teatro. É necessário que um ator interprete um texto para um público. O
fenômeno existe no momento em que o público assiste a um texto executado pelo ator.
Essa tríade, se desfeita, o seu resultado não poderá ser definido como fenômeno.
Se por uma questão de experimentação, simultaneamente a retirada de um dos elementos
essenciais da tríade, o ator, o texto ou o público, chegaríamos sempre à conclusão de que
o que encontraremos não poderá ser definido como fenômeno.
No máximo, podemos dizer que há Arte Cênica, e não fenômeno cênico, quando,
por exemplo, houver apenas o texto e o ator, sem a presença do público. Neste caso,
teríamos aí, o que poderíamos chamar de ensaio, havendo assim Arte Cênica, mas não o
fenômeno teatral, pois, como vimos, a origem da palavra teatro tem como significado o
ver, o contemplar, que será função do público. Sem o elemento receptor, então, não
poderíamos classificar isso como fenômeno cênico, pois não cumpre com a função de sua
própria definição. Por exemplo, se houver apenas o público e um texto a ser interpretado,
retirando da tríade o elemento ator, esse público não terá ao que assistir, descumprindo,
mais uma vez, a definição de teatro que acabamos de comentar no parágrafo anterior.
Sem a presença do ator, não teremos aquele que cumpre com a ação. esvaindo-se a própria
função do público que é aquele que vê, pois, se ninguém cumpre com a ação de expressar
o texto, aquele que deveria vê-lo, o público, não terá mais sua função, não podendo existir,
assim, o fenómeno cênico nem, muito menos, arte cênica.
Quanto à ausência do ator, essa jamais será viável para a execução tanto do fenômeno
quanto da arte cênica. Ele é quem executa, ele é o fazedor. Sem aquele que executa, o
texto jamais será visto pelo público.
Há quem defenda a Arte Cênica sem a presença do ator. O argumento era o teatro de
bonecos, tão rico nas mais diversas regiões do Brasil. Entretanto, se você analisar, irá
entender que, por mais que você tenha se divertido diante da empanada, com os trejeitos
e trapalhadas dos bonecos, e que tenha percorrido pelo roteiro uma fantástica história
narrada pelos bonecos, sem sombra de dúvidas, ao ir aos bastidores da empanada, lá irá
encontrar atores, ou como são conhecidos, brincantes desses bonecos.
São eles quem dão vida aos bonecos que tanto encantam durante o espetáculo.
Gestos, vozes movimentos, ritmos e expressões são dados pelos atores atrás da empanada
pela manipulação dos bonecos, seja que tipo de boneco for. Poderemos, sim, dizer que os
bonecos são as personagens, mas quem atua por eles, quem cumpre a ação por eles é, de
fato, o ator. Manipulando quase sempre mais de um boneco interpretando assim mais de
uma voz, gestos diferenciados e movimentos em ritmos diferentes dentro de uma única
cena.
Concluindo nossa experimentação, do mesmo modo será se retirarmos da tríade o
elemento texto. Nessa suposição, devemos compreender a palavra texto como
necessidade de informação, não devendo atribuir ao termo "texto" qualquer
obrigatoriedade de ser esse texto escrito, falado, decorado ou improvisado. Tanto faz a
forma como ele será executado, o importante é que o termo tenha consigo o valor de
informação, ou seja, um público diante de um ator que não terá nada a informar, nada a
'dizer'. Então, as funções tanto do público, que é aquele que vê, quanto do ator, que é
aquele que cumpre, deixarão de existir, inviabilizando, mais uma vez, o acontecimento
do fenômeno cênico.
Por fim, então percebemos que realmente o espetáculo em si, o fenômeno teatral, só
se dará de modo contundente e verdadeiro quando se fizer valer a execução da tríade
cênica.

RESPONDA:

1) Defina com suas palavras o que é Tríade Cênica?

2) Quando podemos dizer que há arte cênica e não fenômeno cênico?

Teatro: onde, quando, como, com quem e por quê?

Teatro? Onde? Quando?

Quem, como, onde, por que? E tantas outras indagações são recorrentes nesse
estudo. Quem inventou o teatro? De onde ele veio? Quais foram as primeiras peças
interpretadas? O primeiro roteiro? Foi um drama ou uma comédia? São questionamentos
recorrentes ao aluno que inicia seu estudo sobre história da arte, mas, para algumas dessas
respostas, é necessário entender primeiro as perguntas. Essas questões nos levam a uma
compreensão de outro fator primário a esses. O de que, na trajetória da humanidade ao
longo de sua história, alguns fatos não foram inventados ou criados, eles simplesmente
nascem e a Arte é, sem dúvida, a maior essência de todos eles. A arte é a primeira
manifestação dessa essência e suas necessidades. Ela nasce no primeiro momento que a
homem se percebe, e passa também a perceber o meio em que vive. Nesse momento,
então, em que sente a necessidade essencial de sua representação dentro de seu mundo, o
ser humano promove o nascimento de suas manifestações mais sinceras e complexas.
Nasce, assim, o que iremos conhecer como arte.
Ao estudarmos os motivos que levaram o homem da pré-história a fazer as imagens
das pinturas rupestres, entendemos que um dos motivos mais aceito é o do processo
ritualístico em que se pretendia interferir na captura do animal, parte do cotidiano do
caçador em que se acreditava que, ao deter o poder sobre a imagem, também o faria sobre
o animal. Entretanto, a imagem sobre a pedra não foi criada de modo individual, ela fazia
parte de um grande ritual no qual se desenvolviam outras atividades por parte do grupo
ali presente.
Ao tempo em que alguns executavam a pintura na parede, um outro grupo, por vezes,
simultaneamente, produzia sons por meio de batidas de ossos de animais já caçados ou
pedaços de pedras e madeira. Em um outro canto, um terceiro grupo se manifestava com
movimentos corporais repetidos, assim como um quarto grupo que, diante da imagem
reproduzida sobre a parede de pedra, simulava movimentos de caça, arremessando
objetos e até mesmo instrumentos de caça sobre o desenho do animal.
Nesse incrível frenesi, o homem da pré-história se envolve e desenvolve não somente
as primeiras manifestações da imagem visual, estudado em artes visuais, mas propicia o
nascimento da manifestação de sua maior necessidade, nasce aí o que iremos entender
como arte em suas diversas linguagens.
Das manifestações, dentro do ritual de captura do animal, a linguagem visual é a que
nos ficou como referência pelo seu caráter perene, entretanto, as outras manifestações são
efêmeras, por isso seu entendimento exige um maior estudo e pesquisa, mas podemos
identificar no processo desse ritual que, ao produzir sons com ossos, temos aí um
princípio elementar da composição musical, que associada aos repetidos movimentos
executado, por um dos grupos, entendemos como o nascimento da dança, corpo em
movimento sob um elemento musical. Por fim, o nascimento da manifestação cênica, ao
se simularem movimentos de caça diante do animal pintado, o homem está ali recriando
seu mundo, representando a si mesmo e ao seu meio e sua necessidade primordial de
sobrevivência, atribuindo à arte seu caráter de primeira e essencial manifestação do ser
humano.
Quando o ser humano, em um rito, tenta interferir e dominar essa natureza que ele
entende como manifestações superiores, podemos entender isso como uma pantomima
dessa natureza, uma imitação dessa mesma natureza a fim de harmonizar-se com ela e
exercer domínio. De tal modo que, quanto ao entendimento da origem do teatro,
percebemos aí os primeiros "conflitos" - de vida e morte, caça e caçador - dentro de um
"roteiro" que, ao se repetir várias vezes, atinge uma outra essência do teatro.
Essa repetição do rito, sua ordem e conflitos são somados ao que chamamos de
drama, pois, à narrativa, seja de qual forma for, a própria experiência ou a de outro
membro da tribo ao capturar o animal em sua caçada, o caçador insere, nesse somatório
de situações, o outro elemento que falta para entendermos isso minimamente coma drama.
Ritual (de captura da caça) + Conflitos (caça caçador) + Trama (ao narrar a captura e seu
desfecho) = Drama. Em outras palavras, o que entendemos como teatro tem a mesma
idade que a própria humanidade. As Matérias da arte não se confundem com as histórias
da humanidade, elas são as mesmas.
Então, o entendimento dessa trajetória do teatro passa pela pré-história, pela história
das religiões, uma vez que tudo se inicia em um ritual, assim como pelas referências
folclóricas e etnológicas de cada cultura e suas manifestações vão se adaptando e
evoluindo de acordo com o passar dos tempos e suas relações culturais.
Encontramos diversas referências desse teatro primitivo nas mais diversas
manifestações por todo o mundo como, na riqueza de danças e costumes populares ainda
existentes, como nas danças ao redor da fogueira ou das festas de São João. Dos mastros
nas festas de junho, como em São Luiz, ou nas pantomimas de tribos aborígines e seus
rituais de passagem.
Tal iniciação tem seus desdobramentos por todo o mundo, os elementos cénicos vão
surgindo mediante as necessidades e características culturais de cada época e local, como
as máscaras africanas, os acessórios como os objetos do próprio animal sobre o corpo, as
danças e sons de cada rito, até a sua materialização mais eficiente no teatro grego e seus
desdobramentos no que hoje conhecemos como teatro ocidental.
HISTÓRIA
TEATRO
O teatro teve início na Grécia Antiga, em torno do século VI a.C. Nessa época, eram
realizados rituais em louvor ao deus mitológico Dionísio, divindade relacionada à
fertilidade, vinho e diversão. Assim, o teatro surge nesse contexto e em consequência
dessas festas. Apesar de ser um consenso que o teatro ocidental teve origem na Grécia
Antiga, é importante frisar que essa manifestação já era presente na humanidade desde
tempos remotos, mesmo que de forma rudimentar. Na pré-história, os seres humanos
possuíam maneiras distintas de comunicação, e a imitação era uma delas. Muito
provavelmente, os homens das cavernas desenvolveram gestos que se assemelhavam aos
animais. Além disso, encenavam caçadas para contar aos seus pares como as situações
ocorreram. Assim como a dança, a música e o desenho, a linguagem teatral também teve
sua importância na época pré-histórica.

O TEATRO E A NOSSA ORIGEM

Nós temos nossas origens. Nascemos de outras pessoas, em algum lugar e numa data
determinada. Somos brasileiros, nascemos numa cidade que pertence a um estado, num
determinado tempo. Isso nos identifica. Por isso que é bom sempre sabermos sobre as
nossas origens.

Linha do Tempo da história e do Teatro:

3400 a.C. : Primeiro sistema escrito.


753 a.C. : Fundação de Roma.
534 a.C. : Nascimento do Teatro.
45 a.C. : César Ditador de Roma.
1.d. C : Nascimento de Jesus Cristo. Começa a era depois de Cristo.
33 d.C. : Morte de Jesus Cristo.
212 d.C. : Declínio de Roma.
1500 d.C. : Descobrimento do Brasil.
DITIRAMBO

Nas Grandes Dionisíacas havia apresentações do Ditirambo, grupo formado


exclusivamente por homens que cantavam em coro e dançavam, ao som de hinos
acompanhados por instrumentos musicais. Os componentes do coro usavam máscaras
com forma de bode - tragos em grego -, um dos símbolos de Dioniso. Daí originou-se a
palavra tragédia (canto do bode), como ficaram conhecidas as primeiras manifestações
do teatro na Grécia.
Após o DITIRAMBO, surgiu o CORO, um conjunto de pessoas que cantavam e
dançavam homenageando Dionísio.
Até que aparece Téspis, uma figura de grande importância para o surgimento do
Teatro Ocidental. Segundo consta, esse homem participava de um desses rituais quando,
em dado momento, resolveu vestir uma máscara e dizer: “Eu sou Dionísio”! Iniciando
assim um diálogo com o coro.
A ousadia de tal atitude fez com que Tèspis fosse reconhecido como o “Criador do
Teatro” e primeiro ator e produtor de teatro.
Mais tarde, essa linguagem artística foi evoluindo e influenciou fortemente o teatro
romano e outas culturas. As apresentações de teatro na época, eram feitas ao ar livre, em
construção de formato semicirculares. Havia um espaço para as representações, chamado
de orquestra. O lugar para acomodar o público era a arquibancada, construída em encostas
montanhosas, o que facilitava a acústica. Já o palco era o local onde os atores se
preparavam para as apresentações e guardavam os figurinos e objetos cenográfico.

VAMOS ENTENDER O INÍCIO DO TEATRO

A palavra teatro (théatron) deriva dos verbos grego "ver, enxergar" e significa lugar de
onde se vê.

Pré-história

O teatro sempre esteve presente na história da humanidade e, por meio dele, o homem
expressava sentimentos, contava histórias, e louvava seus deuses. Ninguém sabe ao certo
como e quando surgiu o teatro. Provavelmente nasceu junto
com a curiosidade do homem, desde o tempo das cavernas, de
tanto observar os animais, acabou conseguindo imitar esses
bichos, para se aproximar deles sem ser visto numa caçada, por
exemplo. Depois, o homem desta época deve ter encenado essa
caça para seus companheiros para contar a eles como foi, já que
não existia ainda a linguagem como a gente conhece hoje. Isso
era teatro, mas ainda não era espetáculo. Na pré-história, os
seres humanos possuíam maneiras distintas de comunicação, e
a imitação era uma delas. Muito provavelmente, os homens das cavernas desenvolveram
gestos que se assemelhavam aos animais. Além disso, encenavam caçadas para contar aos
seus pares como as situações ocorreram. Assim como a dança, a música e o desenho, a
linguagem teatral também teve sua importância na época pré-histórica.

TEATRO GREGO

Uma das mais ricas formas de arte da Antiguidade.

O teatro grego teve origem na Grécia Antiga, por volta do século V. a.C, onde havia o
costume dos cultos e oferendas aos deuses gregos. Com função social e cívica, o teatro e
suas representações estavam associados às festividades religiosas, sobretudo, às
celebrações que saudavam o deus Dionísio.
Com celebrações que duravam seis dias, nas festas dionisíacas havia procissões
e ditirambos. Os ditirambos eram cantos líricos entoados com o auxílio de fantasias e
máscaras. Pouco depois essas manifestações evoluíram para a forma de representação
inteiramente cênica, dando origem ao teatro.
Fazia parte do teatro grego espetáculos de mímica, dança, música, e recitação de poesias.
O teatro foi muito importante para a cultura grega. Especialmente cultivado em Atenas,
essa arte se espalhou por toda a área de influência grega, desde a Ásia Menor até a Magna
Grécia e o norte da África.
O teatro grego marcou a História Antiga, influenciando, inclusive, os povos romanos, que
levaram essa arte para suas províncias, tornando-a uma referência para a cultura ocidental
até hoje.

Ruínas do teatro de Mileto. (Foto: Wikipédia)

Os primeiros teatros gregos

Os teatros gregos eram situados ao ar livre, em locais com uma boa acústica e divididos
em áreas. As áreas que formavam o teatro eram: plateia, área da orquestra, o cenário e
proscênio.
A plateia era formada por bancos de madeira, que mais tarde foram substituídos por
bancos de pedra. A área da orquestra era a área onde o coro realizava a sua interpretação,
era circular em terra batida ou com lajes de pedra situada no centro das bancadas.
Havia também o cenário, formado por uma estrutura que tinha função inicial de servir
como local onde os atores trocavam a roupa. O cenário ficava atrás da orquestra e,
posteriormente, passou a representar a fachada de um palácio ou de um templo. Na frente
do cenário ficava o proscênio, onde os atores se apresentavam.
Entre os teatros gregos mais importantes estão: o Teatro de Epidauro, o Teatro de Dodona,
o Odeon de Herodes Ático, o Teatro de Delfos, o Teatro de Segesta, o Teatro de Siracusa
e o Teatro de Dionísio.

Contexto e características do teatro grego

Durante as celebrações dionisíacas, se realizavam concursos de autores, as pessoas


dançavam e cantavam no templo do deus Dionísio, oferecendo-lhe vinho. A partir da
evolução da festa dionisíaca, surgiram os diretores de coro, formado por organizadores
das procissões que chegavam a reunir nas cidades até vinte mil pessoas.
O coro era composto pelos narradores da história que relatavam canções e danças, através
de representação de façanhas do personagem. O primeiro diretor de coro e dramaturgo
foi Téspis. Ele foi um elo importante na evolução final do ditirambo cantado para o texto
recitado e dialogado.
Desse modo, a manifestação evoluiu até chegar ao teatro propriamente dito com enredo,
atores, plateia e encenações. O teatro grego era composto por vários elementos, cenários
e figurinos. Suas apresentações incluíam músicas, danças e mímicas que eram avaliadas
por um júri.
As mulheres não faziam parte do teatro grego, pois não eram consideradas cidadãs das
polis (cidades gregas). Portanto, todos os papéis dos espetáculos eram apresentados pelos
homens. Uma das características principais do teatro grego eram as máscaras, instrumento
indispensável ao figurino.
A Grécia Antiga conheceu o apogeu do teatro após a reconstrução da cidade foi
reconstruída, quando o teatro passou a desempenhar um papel importante na cultura local
e no orgulho cívico.
Os principais temas das peças teatrais gregas eram: ligadas ao cotidiano, fatos heroicos,
problemas emocionais e psicológicos, lendas e mitos, homenagem aos deuses gregos,
fatos heroicos e críticas aos políticos.
Apesar de a produção teatral ter decaído após a derrota de Atenas para Esparta na Guerra
do Peloponeso, o teatro grego permaneceu sendo cultivado até o período helenístico. Os
dramaturgos mais importantes dessa época foram Ésquilo e Sófocles.

Gêneros do teatro grego

A evolução da forma das apresentações proporcionou a introdução de enredos fictícios.


Assim, dois gêneros formam estabelecidos no teatro grego: a tragédia e a comédia.
Tragédia

Gênero mais antigo do teatro grego, a tragédia abordava temas associados à religião ou
às sagas dos heróis. As tragédias eram compostas por cinco atos, nos quais os personagens
eram deuses, reis ou heróis.
Os júris das tragédias eram compostos por cinco pessoas importantes da aristocracia.
Nesse gênero destacaram-se Ésquilo, Sófocles e Eurípides.

Comédia

A comédia era um gênero que abordava fatos do cotidiano. Baseada na sátira, as comédias
apresentavam críticas ao sistema político e às guerras. Considerada pelos críticos como
um gênero inferior, a comédia só foi reconhecida meio século depois da tragédia.
Os júris da comédia eram formados por três pessoas da plateia. Entre os dramaturgos
importantes desse gênero, destaca-se: Aristófanes e Menandro.

Autores do teatro grego

Apesar de ter registrados vários autores na época em que viveu o seu auge, apenas quatro
autores do teatro grego tiveram suas peças reconhecidas integralmente.
No gênero tragédia, o destaque foi para as obras de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Já na
comédia, o único que teve suas peças integrais reconhecidas foi Aristófanes.

•Ésquilo: primeiro dramaturgo reconhecido, ele conferiu grandeza e esplendor ao gênero


tragédia. Ésquilo deu prioridade aos diálogos, aumentando de um para dois o número de
atores e reduziu a importância do coro. Suas obras reconhecidas são: a trilogia Oréstia
(composta por Agamenon, Coéforas e Eumênides), Os persas, Os sete contra Tebas, As
suplicantes e Prometeu acorrentado.

•Sófocles: ele elevou a tragédia à perfeição artística, operando mudanças no gênero. Além
de aumentar de dois para três o número de personagens, ele acrescentou mais ação às
tramas e potencializou a decoração e o figurino dos atores. As obras integralmente
reconhecidas de Sófocles são: Ajax, Antígona (ver Obras-primas), Edípo Rei, As
traquiníanas, Electra, Filoctetes e Edipo em Colono.

•Eurípides: apesar de ser o mais popular da era helenística, ele foi o menos valorizado.
Além de criar personagens mais humanos, ele inseriu temas novos e mais modernos. Entre
as suas peças reconhecidas estão: Alceste, Medeia, Andrômaca, As troianas, Ifigênia em
Táuride, Electra, Orestes e As tocantes. Também se conservou um drama satírico: O
ciclope.

•Aristófanes: foi o dramaturgo grego considerado o maior representante da comédia


grega clássica.
Teatro Romano

O teatro Romano era uma forma diversa e interessante de arte,


passando por festivais de performances de teatro de rua e
acrobacias às grandes comédias de situação de Plauto, também
as muito bem verbalmente elaboradas tragédias de Sêneca.
Embora Roma já possuísse uma forma tradicional de
performance, a Helenização da cultura romana no século III a.
C. teve um profundo impacto no teatro Romano e
desenvolvimento da literatura romana voltada para o palco.

O historiador Romano Lívio escreveu que a primeira experiência com teatro romano
ocorreu no século IV a.C., na performance de atores etruscos. O Historiador americano
Richard Beacham argumenta que os romanos ainda teriam tido contato com formas pré-
teatrais antes de tempos registrados. O drama Romano tem como marco Livio Andrônico,
popular até o período tardio da antiguidade, que por volta do século 4 d.C. 102 de 176
ludi publici eram dedicados ao teatro, com uma diminuição considerável no número de
eventos como corridas de bigas e lutas de gladiadores.

• O Drama Romano

Após a expansão da república (509-27 a.C.) nos territórios gregos entre 270-240, Roma
se depara com a dramaturgia grega. Dos anos finais da República aos meados do Império
(27 – 476 d.c), o teatro se espalhou pela Europa, pelo mediterrâneo e atingiu a Inglaterra.
O teatro romano era mais diversificado, extenso e sofisticado que os estilos que o
precediam, contudo, o interesse em uma tragédia completa, por exemplo entra em declínio
em favor de outras formas de entretenimento Romano.

As primeiras importantes obras literárias romanas foram tragédias e comédias escritas por
Livio Andrônico e 240 a.C.. Cinco anos depois, Gnaes Naevius também começou a
escrever para o teatro. Nenhuma peça de ambos os autores sobreviveu. Enquanto os dois
artistas escreviam tanto tragédias quanto comédias, Andrônico era mais famoso por suas
tragédias enquanto o Naevius por suas comédias. Seus sucessores viriam a se especializar
em um gênero ou outro, o que acabou criando um desenvolvimento subsequente de cada
tipo de dramaturgia. Ao início do século II a.C, o teatro era firmemente estabelecido em
Roma e uma guilda de escritores (Collegium Poetarum) foi criada.
• Comédias Romanas

As comédias romanas sobreviventes são as chamadas fabula palliata (comédias baseadas


em temas gregos) e vem de dois dramaturgos: Titus Maccius Plautus e Publius Terencius
Afer (Terêncio). Na releitura dos originais gregos, os dramaturgos cômicos romanos
aboliram o papel do coro, dividindo a trama em episódios, e introduziram o
acompanhamento musical ao diálogo (um terço nas de Plauto e dois terços nas de
Terêncio). A ação da cena acontece em sua maioria em algum lugar fora do lar e é seguido
de escuta às escondidas. Plautus, o mais popular entre os dois, escreveu entre 205 e 184
a.C. e vinte de suas comédias sobreviveram na íntegra, das quais suas farsas são as mais
conhecidas. Ele era admirado pela sagacidade e inteligência de seus diálogos e o uso de
variadas métricas poéticas. Todas as comédias de Terêncio, escritas entre 166 e 160 a. C.
sobrevivem: a complexidade de suas tramas, as quais combinavam muito da comédia
nova grega, eram muitas vezes denuncistas, mas suas tramas entrelaçadas em uma mesma
obra permitiam a apresentação de comportamentos humanos complexos e sofisticados.

Nenhuma tragédia romana do início do movimento teatral sobrevive, contudo era


extremamente famosa em sua época. Historiadores sabem de três tragediógrafos iniciais:
Quintus Ennius, Marcus Pacuvius e Lucius Accius. A partir do Império, o trabalho dos
tragediógrafos é registrado – um é desconhecido, enquanto o outro é o filósofo Sêneca.
Temos registro de nove tragédias do autor, todas elas fabula crepidata (tragédias
adaptadas dos gregos). Fedra, por exemplo, foi baseada na tragédia de Eurípedes
Hipólito. Os historiadores não sabem quem escreveu a única obra chamada de fabula
praetexta (baseada em temas romanos), Otávia, mas era antigamente atribuída a Sêneca
pela caracterização de seus personagens na tragédia.

• Comédia de Arquétipos da Roma Antiga (Atelana)

Este tipo de comédia bebe muito da comédia nova, e muitos autores a tem como influência
para comédia de tipos, a chamada comédia Dell’arte, nascida na Itália. Chama-se comédia
Atellana pois origina-se de uma região ao norte de Nápoles, sul da península itálica.
• O adulescens é o herói, que é jovem, rico, dominado pelo amor e não
muito corajoso. Ele tende a lamentar seu destino e requer sempre ajuda.
Outro personagem muitas vezes tem de agir em seu nome. Seu pai é muitas
vezes o senex ou um velho, que ele teme, mas não respeita. Ele usa uma
peruca escura e suas roupas são geralmente escarlates.
• O senex tem variadas interpretações. Como o pai, ou é muito severo ou
muito permissivo; ambos aspectos são formas de amor por seu filho. Como
o amante, ele envergonha seu filho, sua mulher e seu escravo; ele tende a
ser apaixonado pela mesma mulher que seu filho, quem é jovem demais
para ele. Nunca fica com a jovem e é normalmente punido por sua mulher
irada. Às vezes, ele é um amigo da família que ajuda os adulescens. Ele é
muitas vezes um avarento, que veste uma roupa em linha reta, branca com
mangas compridas e, por vezes carrega um cajado.
• O leno dirige o bordel. O interesse do amor do adulescens pode ser de
propriedade do leno e trabalhar em seu bordel, de modo que o adulescens
muitas vezes é forçado a lidar com ele. É descaradamente amoral e
interessado apenas em dinheiro. Ele se veste com uma túnica e manto, e
muitas vezes é careca e carrega uma bolsa de dinheiro.
• O miles gloriosus, literalmente soldado fanfarrão, é um personagem que
é especialmente conhecido hoje. Ele ama a si mesmo mais do que qualquer
outra coisa e se vê como bonito e valente, quando na realidade ele é muito
estúpido, covarde e crédulo. Ele pode estar interessado na mesma garota
que o adulescens. Ele veste uma túnica com mangas longas e tem cabelo
encaracolado.
• O parasitus ou parasita vive apenas para si mesmo. Ele é muitas vezes
visto implorando por refeições ou sendo-lhes recusadas. Ele mente para
seu próprio benefício. Ele se veste com uma roupa longa, preto ou cinza
com mangas duplas compridas.
• Os Servi (escravos) ocupam cerca de metade do elenco e muitas vezes têm
o maior número de monólogos. Eles não são os trabalhadores típicos de
uma casa romana real. O callidus servus ou escravo inteligente é sempre
falador, mas suas outras características variam. Na maioria das vezes ele é
leal, mais ainda para com os adulescens que o senex. Ele traz truques e
comédia física para a peça, e tende a conduzir a trama. Ele é muitas vezes
aquele que descobre a verdade no final. Ele pode ser identificado por sua
tendência a usar a aliteração e métrica em seu discurso. Usa túnicas
desgastadas ou lenços.
• A ancilla é uma empregada doméstica ou ama de nenhuma idade
particular. Ela é uma personagem menor usada para mover a trama,
apresentando informações ou ajudando a desenvolver outro personagem.
Ela é uma ferramenta de sua senhora e pode ser usado como um
mensageiro.
• A matrona (mãe), mulier (mulher) ou uxor (esposa) é astuta. Ela ama os
seus filhos, mas é temperamental com seu marido. Ela não tem que ser
uma esposa dedicada, mas às vezes é. Ela veste uma túnica comprida com
mangas soltas e um manto.
• A meretrix (prostituta) ou é mercenária ou devota a algum personagem.
O primeiro tipo é mais velho ou mais experiente e já viu de tudo. O
segundo tipo ama verdadeiramente o adulescens. Ambas são muito
atraentes, com um penteado e roupa complexos, geralmente amarelo. Ela
também tem um manto.
• A virgo (jovem donzela) é o interesse amoroso dos adulescens, mas não
fica muito tempo palco. Ela é linda e virtuosa com pouca personalidade.
Ela é tratada como um prêmio.

• O Teatro

O teatro romano era construído como o teatro grego. Havia uma área de bastidores,
assentos feitos para o público, e uma orquestra. A era romana passou por muitas fases
diferentes antes de atingir a forma que todos nós reconhecemos hoje.

Os teatros começaram como estruturas de madeira simples, temporárias. O layout do


palco era o mesmo que em fases posteriores de pedra: três portas , abrindo para o bordel
, templo, e a casa do herói. O próprio palco era cercado por coxias de cada lado, e a caixa
cênica era coberta.

Até o fim da República, os romanos não possuíam uma estrutura de pedra. A última
referência para o edifício teatral é de um teatro de 17 a.C. Os grandes teatros de pedra
assentavam cerca de dezenas de milhares de espectadores. Não havia cortina e as
performances não aconteciam no fosso da orquestra, como na Grécia. Cadeiras de
madeira eram disponibilizadas quando havia espaço e o teatro possuía funcionários que
auxiliavam a plateia durante toda a performance.

Diferentemente dos gregos, os Romanos não necessariamente se utilizavam de acidentes


geográficos para a construção de seus teatros. Mesmo em planícies e vales, por toda a
extensão do império, da península itálica à França, teatros romanos foram construídos do
zero, em pedra. Muitos sobrevivem até hoje. Mesmo após o domínio da igreja e a queda
do império os teatros continuaram a existir. Foram locais de refúgio e tratamento de
enfermos durante a peste na idade média, e durante as guerras, eram abrigos improvisados
para a população, mesmo nas guerras mundiais do século XX.

Considerado o edifício teatral que se mantém mais fiel ao original romano, é o teatro na
cidade de Orange, ao sul da França.
Teatro Grego X Teatro Romano

TEATRO GREGO TEATRO ROMANO

Consideram que o teatro nasceu na Adaptações das peças de comedias gregas. Os


Grécia Antiga. onde era função social temas e objetivos se modificaram um pouco,
e cívica, o teatro e suas com a valorização de mais entretenimento e
representações estavam associados menos assuntos religiosos.
às festividades religiosas que

saudavam o deus Dionísio.

GÊNERO TEATRAL GREGO GÊNERO TEATRAL ROMANO

Gênero mais antigo do teatro grego, a Tragédia: era mais diversificado, extenso e
tragédia abordava temas associados à sofisticado que os estilos que o precediam,
religião ou às sagas dos heróis. As contudo, o interesse em uma tragédia
tragédias eram compostas por cinco completa.
atos. Comédia: chamadas fabula palliata, releitura
A comédia abordava fatos do dos originais gregos, os dramaturgos cômicos
cotidiano. Baseada na sátira, as romanos aboliram o papel do coro, dividindo a
comédias apresentavam críticas ao trama em episódios, e introduziram o
sistema político e às guerras. Só foi acompanhamento musical ao diálogo.
reconhecida meio século depois da
tragédia.

Você também pode gostar