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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO DE ARTES
CURSO DE ARTES VISUAIS
INTRODUÇÃO À PINTURA

Alberti, L.B. (1999). Da Pintura. (2ª ed.). Editora Campina. Livro 1. P 9 -99.

RESUMO:
De 1436, a obra Da Pintura, foi escrita pelo humanista Alberti, italiano nascido em 1404
em Gênova. Arquiteto, criptógrafo, filósofo linguista, matemático, poeta, sacerdote e artista
considerava um método de aprendizado que faz o uso da razão individual e evidências
Empíricas para chegar as suas conclusões.
Escrito em duas versões, uma em latim (1435) e outra em vernáculo (1436), a obra
apresenta as manifestações de um período marcado por transformações onde a pintura teve
sua atuação como agente fundamental. O seu livro possui uma divisão em três partes e
propõe novas perspectivas ao pensamento renascentista, buscando tornar a pintura tida
como objeto artístico em doutrina de aprendizagem e objeto de estudo com outras áreas do
conhecimento.
Neste primeiro livro, o autor se põe a definir alguns conceitos de geometria e ótica, como
pontos, retas, curvas, superfícies e refração de luz para a construção do que o autor chama
de Pirâmide Visual.

Palavras-Chaves: Renascimento – Manual Pintura – Pirâmide Visual – Luz e Sombra –


Perspectiva – Cores – Geometria

Conceitos-Chave:
Pirâmide Visual:
1. Para a definição da pirâmide visual, o autor utiliza-se da geometria para
conceituar a ideia de pontos, retas, curvas e superfícies para a formação desta e
entre outras formas necessárias para a construção de um campo visual para a
pintura.
2. Os raios visuais extremos, ou extrínsecos, são aqueles que produzem os lados da
pirâmide e envolvem a superfície vista.
3. “A pirâmide é a figura de um corpo no qual todas as linhas retas que partem da
base terminam em um único ponto. A base dessa pirâmide é uma superfície que se
vê. Os lados da pirâmide são aqueles raios que chamei de extrínsecos. O vértice,
isto é, a ponta da pirâmide, está dentro do olho, onde está o ângulo das
Quantidades...” (P. 82).
4. Na pirâmide visual, os raios médios se apropriam das cores e luz existente. O raio
cêntrico da pirâmide está localizado na distância e atinge a quantidade que em
todas as direções e os ângulos sejam iguais.

Cores, Sombras e Luzes:


1. O autor define 4 cores como verdadeiras sendo correspondentes aos elementos. O
vermelho como a cor do fogo, o azul como a cor do ar, o verde como a cor da
água e a terra como a cor cinzenta e parda.
2. Para o autor, existem 4 gêneros de cor, e ao acrescentar cores claro ou escuro,
preto ou branco, as espécies são incontáveis.
3. “Vê-se que em razão da sombra, obscurecem-se as cores e, aumentando a luz, as
cores se tornam mais abertas e mais claras. Por isso pode-se convencer bem os
pintores de que o branco e o preto não são verdadeiras cores, mas alterações de
outras cores.” (P.85)
4. A sombra acontece no local onde os raios de luz foram interceptados. Existe
diferença de projeção da sombra de acordo com o ponto e a forma da luz e os
raios interceptados refletem e levam consigo as cores encontradas na superfície.

Comparação:
1. O autor introduz brevemente a ideia de comparação, intersecção e perspectiva.
2. Segundo Alberti, uma pintura deve ser como uma janela através da qual é possível
observar a cena representada. A superfície da pintura é como um vidro translúcido
pelo qual o observador, posicionado a certa distância, pode ver os objetos pintados
como se tivessem profundidade (P. 87).
3. “...toda intersecção da pirâmide visual equidistante da superfície vista é
proporcional a essa superfície observada...” (P. 91).
4. O autor reforça que as soluções para os problemas da pintura estão dispostas na
natureza, e que a medida do homem é uma boa referência para as proporções.
5. “...como para nós o homem é a coisa mais conhecida, talvez Protágoras, ao dizer
que o homem era a dimensão e a medida das coisas, entendesse que todos os
acidentes podiam ser conhecidos, comparados com os acidentes dos homens.” (P.
93)

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