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existem três cores principais: o vermelho vivo, que brilha com todo seu esplendor nas rosas e
encontra o reflexo nas pú rpuras de Tiro , na pú rpura, duas vezes tingida e na de Lacô nia; a cor da
ametista, que brilha nas violetas e se reencontra na cor pú rpura, e aquela que denominamos de
iantino (nó s só falamos de gêneros e que oferecem várias subdivisõ es); enfim a cor conchífera
propriamente dita, de várias sortes.
Depois de interceptar um raio de luz com um prisma, fazendo surgir as cores do espectro, Newton
realizou uma operação adicional em que as cores, ao atravessar um segundo prisma, ou uma lente
convergente, recompunham a luz branca original. A decomposição da luz branca pelo prisma
permitiu-lhe deduzir que a separação espacial das cores simples é obtida graças ao grau diferente
da refração de cada cor revelado ao atravessar os corpos transparentes. Essa refração é
caracterizada por certa grandeza, denominada índice de refração.
Ele expô s sua teoria em uma publicação da Royal Society, chamada Philosophical Transactions of the Royal
Society of London, onde explica como foi a experiência com os prismas e a divisão do raio de luz em um
espectro de cores. E mais tarde, em outra publicação, ele detalha a experiência com dois prismas decompondo
e recompondo a luz branca. Desta forma Newton concluiu que as cores não são qualificaçõ es da luz derivadas
de refração ou reflexõ es dos corpos naturais, mas propriedades originais e inatas que são diferentes nos
diversos raios, ou seja, alguns raios exibem determinada cor apenas, e que existem raios inclusive para as
cores intermediárias.
Newton demonstrou através de um dispositivo em círculo com as sete cores do arco-íris, chamado de Disco
de Newton, que ao girar rapidamente acontece a superposição das cores na retina do observador, dando a
sensação de branco, concluindo que não há um raio que possa exibir a luz branca, ela é sempre composta.
Newton confirma com a Teoria Corpuscular da Escuridão que a luz é composta por corpos luminosos, que
chegam aos olhos do observador e produzem a sensação de luminosidade, como a emissão, por parte de
pequenas partículas. E que o branco é a cor usual da luz, que é um agregado de raios de todos os tipos de
cores. A partir desta teoria Newton inventou o telescó pio refletor, que permite perceber que cada cor tem um
índice de refração (desvio quando passa de um meio para outro diferente). Clique e continue conhecendo as
contribuiçõ es de outros pesquisadores para o estudo das cores.
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No século XVIII, Jakob Christof Le Blon (1667 - 1741), pintor e gravador alemão, demonstrou
que as cores pigmento primárias eram vermelho, amarelo e azul, produzido por combinaçõ es as
cores complementares verde, violeta e laranja. Ele inventou o sistema de 3 e 4 cores de impressão
chamado de RYBK, que é similar ao CMYK, métodos que ajudaram na formação do sistema atual de
impressão.
Já em 1839, o francês Michel Eugène Chevreul (1768 – 1889) editou a lei do contraste
simultâneo das cores.
“De todas as descobertas de Leonardo, nenhuma teve maior importância para o colorido nas artes
visuais que a da simultaneidade do contraste de cores. Esta descoberta revela a essência da beleza
do colorido oriunda da ação das cores umas sobre as outras.” (PEDROSA, 2013, p. 54).
Chevreul estabelece com seu estudo a percepção das cores em simultaneidade, conclusõ es que
podem ser observadas quando se justapõ em uma cor fria com uma cor quente. Uma não modifica a
outra, porém quando se juntam duas cores quentes elas se esfriam e, ao contrário, ao se juntar duas
cores frias elas se aquecem. Assim como uma cor clara num fundo escuro fica mais viva.
No século XIX, Johann Wolfgang Von Goethe (1749 - 1832) dedicou 40 anos de estudo em seu
tratado sobre as cores, contrapondo-se à teoria de Newton. Para Goethe a luz branca não podia ser
constituída por cores, sendo cada uma delas mais escura que o branco. Ele defendia que as cores
eram resultado da interação da luz com a escuridão. Na sua visão, a luz branca seria enfraquecida
ao atravessar meios translú cidos, reinterpretando o arco-íris, no qual os dois extremos tenderiam
ao vermelho, que seria o enfraquecimento máximo da luz. “De todos os pesquisadores, Goethe é o
que exerce maior influência sobre os intelectuais e artistas contemporâneos no tocante a utilização
dos princípios cromáticos.” (PEDROSA, 2013, p. 62).
Goethe destaca a fisiologia e psicologia da cor, como a retenção das cores na retina e a tendência do
olho ver nas bordas de uma cor complementar e que os objetos brancos parecem maiores que os
pretos.
O estudo de Goethe não despertou tanto interesse em sua época, mas foi resgatado por estudiosos da Gestalt,
no século XX. Atualmente nas universidades estudam-se as cores conforme Goethe propô s: cor física (ó ptica
física), cor fisioló gica (ó ptica fisioló gica) e cor química (ó ptica química). Isto corresponderia a teoria de
Newton acrescida de observaçõ es sobre ondas.
Goethe descreve em seu livro como as cores e a luz se relacionam perfeitamente e que correspondem à
natureza em seu todo, não podendo serem vistas de formas separadas.
“As cores são açõ es e paixão da luz. Neste sentido podemos esperar delas alguma indicação sobre a luz. Na
verdade, a luz e as cores se relacionam perfeitamente, embora devamos pensá-las como pertencendo a
natureza em seu todo: ela é inteira e é que assim quer se revelar ao sentido da visão” (GOETHE, 2011, p. 35).
VOCÊ O CONHECE?
Paul Klee é considerado um dos grandes pintores europeus do início do sé culo XX, fez
extensos experimentos e desenvolveu um grande domínio sobre a cor e tonalidade. Ele
criou composições de quadrados coloridos impressionantes. Paul Klee lecionou na
famosa escola Bauhaus. Para Paul Klee “a arte nã o reproduz o que é visível, ela torna
visível”. (FRASER, ANKS, 2007, p. 44)
É importante você considerar que a teoria de Newton obteve mais sucesso em sua época, por ter
comprovaçõ es científicas, enquanto que e a de Goethe foi, de certa forma, entre seus contemporâneos, menos
aceita, já que somente algum tempo apó s é que os conceitos psicoló gicos fossem explicados por outros
pesquisadores. A partir de então a teoria de Goethe passou a ser de principal relevância para o uso das cores.
1.1.2 Cor como sensação provocada pela ação da luz sobre o órgão da visão
Com a visão percebemos o mundo exterior, identificamos as características dos seres e objetos, as formas,
dimensõ es, proximidade ou distância, iluminação, cor. O olho humano representa o mais elevado grau de
aperfeiçoamento na captação de energia luminosa (o estímulo), difere dos outros animais em quantidade e
qualidade. Porém, a visão humana não se restringe aos olhos, no nível fisioló gico (a sensação), e precisa ser
conduzida pelo cérebro, que por sua vez, associa a informaçõ es armazenadas para a interpretação correta (a
percepção). “A cor não tem existência material, é apenas sensação produzida por certas organizaçõ es nervosas
sob a ação da luz” (PEDROSA, 2008, p. 20)
Os olhos humanos têm campo de visão de 180º e a função de captar imagens, forma esférica e diâmetro de
aproximadamente 24 mm. Formam os olhos a escleró tica, que é o invó lucro branco, a có rnea, o cristalino e a
íris. Na face interna da escleró tica estão a coroide e a retina, que é composta por cones e bastonetes. “O
processo de sensibilização da retina pela luz é indiscutivelmente a base do fenô meno da visão” (PEDROSA,
2008, p. 40).
De acordo com Farina (1990), as cores são uma sensação produzida pelo olho e interpretada no cérebro como
resposta a estímulos de energia luminosa. Nossos olhos possuem cones e bastonetes sensíveis a luz. A luz
atinge a retina e é refratada pela có rnea, pelo humor aquoso, cristalino e pelo humor vítreo. A percepção da
cor pode ser compreendida pela possibilidade que algumas matérias têm de absorverem alguns raios de luz e
de refletirem outros, sendo que algumas superfícies refletem todos os raios luminosos e, por isso, as vemos
brancas. Aquelas que absorvem todos os raios as vemos pretas.
Nas figuras acima podemos notar como a luz é absorvida pelo objeto e como ela chega em nossos olhos. Em
uma superfície branca, toda a luz que é refletida chega aos nossos olhos. Note que branco é a junção de todas
as cores, como você poderá verificar mais à frente.
Na superfície preta, nenhuma cor chega aos nossos olhos, toda cor é absorvida pela pró pria superfície. Já na
superfície azul, todas as cores chegam à ela e o que chega aos nossos olhos é somente a luz azul.
O que caracteriza o estímulo fisioló gico é a sua integração com a sensação, pelo fato de ser
originado fisiologicamente. Há dois tipos principais de estímulos fisioló gicos: o primeiro é
gerado por uma excitação mecânica saturando parte da retina com uma cor, forçando a outra parte
da retina a produzir fisiologicamente a cor complementar da que foi excitada (fenô menos das
imagens posteriores, efeitos de deslumbramentos etc). O segundo é o formado por excitação
subjetiva, pela ação da pró pria retina, ou do cérebro (sensação colorida no escuro, manipulação
mental das cores realizada por pintores, mentalizaçõ es coloridas dos místicos e das demais
pessoas que exercitam essa faculdade, como desdobramento da memó ria cromática, visõ es
causadas por alucinó genos, mecanismos dos sonhos etc), e por disfunçõ es orgânicas (cores
patoló gicas). (PEDROSA, 2009, p. 98)
O ambiente pode ser mudado através da luz. É através do uso do estímulo da luz que controlamos o que será
mostrado, destacado; se o local será para descanso ou trabalho. Toda atmosfera pode ser projetada
especialmente para que as atividades sejam desenvolvidas da maneira mais completa e saudável, utilizando-
se assim das diferentes intensidades, temperaturas de cor, focos, fachos, efeitos e cores. “A cor e os efeitos de
humor que você procura deveriam influenciar na sua escolha da luz elétrica. A maior parte dos ambientes será
iluminada pela luz natural durante o dia e pela artificial durante a noite” (FRASER; BANKS, 2007, p. 70).
De acordo com Baer (2006), a luz é o efeito das radiaçõ es visíveis e forma o espectro eletromagnético,
composto por um conjunto de ondas de energia eletromagnéticas, fazendo um movimento ondulató rio. Estas
ondas são medidas pelo seu comprimento de ponta a ponta. A distância é bem variável de milionésimo de
milímetro até milhares de quilô metros. As ondas eletromagnéticas possuem uma frequência, ou seja, um
nú mero de pulsaçõ es por unidade de tempo. Dentro de um grande espectro, só as ondas entre 380 e 780
milimicrons têm propriedade de estimular a retina.
Os olhos têm a função de captar as imagens. Clique e conheça as suas propriedades.
•
Seletividade
A percepção de cada cor (o olho só é sensível às radiaçõ es entre 0,380 e 0,780 microns).
•
Maior ou menor sensibilidade
Está relacionada ao comprimento de onda que corresponde às cores visíveis.
•
Acomodação
É a propriedade de se ajustar às distâncias.
• Acuidade
É a capacidade de reconhecer os objetos.
•
Adaptação
Ajuste automático às diferenças de iluminação dos objetos (abertura e fechamento da pupila)
VOCÊ SABIA?
Que o daltonismo é uma anomalia onde as pessoas tê m uma visã o distorcida da
cores, geralmente de origem gené tica. O daltonismo normalmente é a
incapacidade de distinguir entre tons de vermelho e verde. É causado por
deficiê ncias que afetam os cones de recepçã o das cores nos olhos. Uma
curiosidade é que os problemas relacionados à s cores sã o mais comuns entre os
homens do que em mulheres – 8% da populaçã o masculina e 0,5% da feminina
(FRASER, BANKS).
Segundo Gomes (2015), a Gestalt quer dizer forma, sendo o termo utilizado pelos psicó logos para designar o
estudo da percepção da forma, levando em consideração o todo. Neste sentido a visão tem papel fundamental
da percepção das coisas. Em termos gerais, os princípios básicos da Gestalt baseiam-se que as entidades
fisioló gicas, bioló gicas, físicas e simbó licas formam um todo que é maior que a soma das partes. Isto quer
dizer que nossa mente é capaz de complementar o que falta num desenho, por exemplo. A cor é parte
fundamental no estudo da Gestalt, pois através dela conseguimos perceber as formas.
Como você pode ver na figura acima, nosso olho através de suas propriedades faz com que nossa mente
complete o desenho. Nesta hora, além de aspectos físicos e fisioló gicos, também fatores simbó licos
contribuem para a formação da imagem. Um fator básico ao qual nossa percepção está subordinada chama-se
pregnância. De acordo com Pedrosa (2009), a Pregnância é constituída por seis leis básicas, listadas a seguir.
Clique para conferir.
Semelhança
Há uma tendência natural em ver elementos semelhantes, na cor, forma ou dimensão. Nosso
cérebro de forma automática busca por padrõ es.
Proximidade
Elementos pró ximos uns dos outros tendem a se agrupar e são percebidos como uma unidade.
Geralmente em projetos são utilizados proximidade e semelhança de forma unidas.
•
Continuidade
Acontece quando elementos estão pró ximos e seguem uma direção em linha contínua de pontos e
nosso cérebro entende como uma linha.
Movimento
Tendência à Complementação
A lei de fechamento acontece quando um objeto ou desenho é incompleto ou não tem seu espaço
totalmente fechado. O cérebro ativa algumas partes para completar a figura.
Figura e fundo
A unidade é a igualdade harmô nica dos elementos visuais de uma composição. Quanto maior o
equilíbrio, maior a sensação de unidade.
A tendência é um equilíbrio entre a cor e a forma, mas conforme aguçamos a percepção podemos distingui-las
separadamente. Veja a ilustração a seguir.
De acordo com Farina (1990), o processo pelo qual o cérebro interpreta as imagens ainda não foi totalmente
estudado até hoje, sendo ainda muito complexo. Podemos dizer que todas as sensaçõ es relacionadas a cor
podem ser utilizadas na área do design e da comunicação visual.
Figura 5 - As cores primárias e secundárias do sistema das cores pigmento CMYK, o mais utilizado na
atualidade.
Fonte: Lucie Rezna, Shutterstock, 2019.
Cor luz é a cor formada pela emissão direta da luz. A cor luz são as cores decorrentes da decomposição da luz
branca. As cores vermelha, verde e azul, são chamadas cores simples ou primárias, RGB, do inglês red, green e
blue. As cores luz podem ser chamadas também de cores aditivas. A luz solar é o melhor exemplo, assim
como os objetos que emitem luz, como monitores, lanternas, televisão.
Podemos concluir que a cor luz, o que emana, é o inverso da cor pigmento, que recebe. Nos dois estímulos
existem as cores primárias, que são puras, não se decompõ em e formam todas as outras cores.
Figura 6 - A cor branca surge naturalmente no sistema de cor luz, a partir das cores primárias Red, Green e
Blue, e das secundárias, Ciano, Magenta e Yellow.
Fonte: Lucie Rezna, Shutterstock, 2019.
Você poderá perceber na experiência realizada com o simulador que as três cores quando sobrepostas tornam-
se brancas. Ao unir o verde com o vermelho, surgirá o amarelo; o azul com o verde, surgirá o ciano; e o azul
com o vermelho a cor magenta. Sendo assim, as cores secundárias luz serão as mesmas cores primárias
pigmento. Ou seja, ciano, magenta amarelo.
Figura 7 - Por meio da síntese aditiva pode-se perceber a formação da cor branca, pela união das cores,
conforme o sistema RGB.
Fonte: Hermes Furian, Shutterstock, 2019.
Todas as cores apresentam três características: o matiz, o tom e a intensidade. Clique a seguir para conhecer
mais essas características.
É o que distingue a cor. As cores primárias são matizes e se misturamos o azul e o amarelo,
criamos outro matiz, o verde. Então são matizes também as cores secundárias e, logo também,
as terciárias. Ou seja, a mistura de matizes resulta em outro matiz.
Refere-se à maior ou menor quantidade de luz na cor. Se adicionamos preto a uma cor, ela fica
mais escura, e acrescentando o branco obtém-se tons mais claros. À medida que se adiciona o
branco ou o preto cria-se uma escala tonal.
Refere-se ao brilho da cor. Quanto mais alta a intensidade, mais vívida a cor, e quanto mais
baixa, menos brilhante, como as cores pastéis.
Na pintura, pode-se adicionar simultaneamente preto e branco, que é equivalente a adicionar cinza.
Poderíamos dizer que há uma variação de saturação e luminosidade que damos o nome de valor.
O valor é medido em uma escala de cinzas em nove degraus, desde o preto absoluto, que existe só na teoria,
até o tom mais claro. Este sistema de especificação foi criado pelo artista e pesquisador americano Albert H.
Munsell.
De acordo com Farina (1990, p.67), qualquer variação na cor, seja ela na saturação, na luminosidade ou no
tom, produz uma modulação, chamada escala. As escalas cromáticas podem ser monocromáticas ou
policromáticas. As escalas monocromáticas referem-se as escalas produzidas à partir de uma cor e as escalas
policromáticas, a partir de várias cores.
VOCÊ SABIA?
Pieter Cornelis Mondrian foi um pintor neerlandê s modernista, criador do
movimento artístico neoplasticismo. Foi colaborador da revista De Stijl na primeira
dé cada do sé culo XX. Trabalhava em suas obras com a simplificaçã o das formas e
das cores, tentando dar a seus quadros um certo equilíbrio. Em seu momento de
abstraçã o passou a pintar traços finos horizontais e verticais. Suas cores principais
eram o vermelho, o amarelo, o azul e o preto. Conheça mais sobre suas obras e de
muitos outros artistas em <https://artsandculture.google.com/search?
q=mondrian (https://artsandculture.google.com/search?q=mondrian)>.
Além das características, como matiz, tom intensidade e valor, as cores podem interferir na dimensão,
porque dão a sensação de aumentar ou diminuir os ambientes. No peso, porque aparentam aos volumes ser
mais leve ou pesado. A cor modifica a iluminação, pois pode absorver uma cor e refletir outra, assim como a
temperatura, dando a sensação de quente ou frio. Confere simbolismo às cores quando as relaciona à
tradição, e por fim, se reflete na emoção ao se associar ao nosso psiquismo.
Figura 8 - A partir do círculo cromático CMYK podemos obter uma infinidade de cores e o profissional
poderá analisar facilmente suas escolhas.
Fonte: Albachiaraa, Shutterstock, 2019.
Acima temos um círculo cromático CMYK, no qual as cores primárias Ciano, Magenta e Amarelo dão origem
as outras cores. Podemos ver também as cores em escala de valor mais claras mais ao centro e mais escuras
nas bordas. Esta escala é dada pelo acréscimo de preto e branco nas respectivas cores.
Vermelho + Verde =
Amarelo.
Vermelho + Azul =
Magenta.
Azul + Verde =
Ciano.
Quando falamos de cor luz, falamos também de ondas radiação. O espectro visível é o espectro magnético de
radiação composto por fó tons que são capazes de sensibilizar o olho humano. Neste sentido, este espectro
pode ser dividido em faixas de acordo com o comprimento da onda. Este comprimento está diretamente
ligado a cor. Algumas cores são identificáveis ao olho humano e outras não.
Cyan ou ciano é o nome dado a cor azul-verde que tem o comprimento de onda dominante igual a 495
milimicrons Amarelo é o nome da cor com comprimento de onda dominante igual a 574 milimicrons.
Concluindo, a cor depende do comprimento da onda, sendo essencialmente luz. Neste sentido o termo cor
corresponde ao termo cor-luz. Sendo assim, na síntese aditiva, as cores simples vermelho, verde e azul-
violeta, correspondem as cores primárias. As luzes são chamadas complementares quando as junçõ es
formam a luz branca, ou acromática.
Todas as cores que não percebemos estão presentes na luz branca. Sua dispersão da luz, origina o
fenô meno do cromatismo. A luz branca, o branco que percebemos, é, portanto, acromático, isto é,
não ter cor. O mesmo diremos do preto, que representa a absorção total de todas as cores, a
negação de todas elas. (FARINA, 2006, p. 78).
Existem cores que não são perceptíveis ao olho humano e também surgem a partir da decomposição da luz
branca.
As cores primárias adicionadas às suas cores complementares ao serem misturadas formam a cor branca.
• três lanternas;
• folhas de papel celofane nas cores verde, azul e vermelha;
• Uma cartolina branca.
As cores pigmento são substâncias corantes, possuem um poder seletor sobre todas as radiaçõ es luminosas
que as atingem. Como já vimos, as cores primárias são ciano, magenta, e yellow, representadas pela sigla CMY,
também chamadas de cores simples ou básicas. Ao misturar estas três cores obtemos uma espécie de marrom
bem escuro e não o preto. A partir daí tornou-se necessário, até por uma questão de economia no meio gráfico,
acrescentar a cor pró ximo ao preto, representada pela letra K que significa Key Color. Transformando a sigla
em CMYK.
O fenô meno físico de absorção da radiação, seja ela total ou parcial, chama-se síntese subtrativa. As cores
básicas e não primárias são o amarelo, ciano e o magenta. Misturas subtrativas são obtidas através da
diminuição da luz, a partir das misturas das cores primárias CMYK, obteremos as cores secundárias tendendo
ao escuro, ao preto, como mostrado no esquema abaixo.
As cores complementares são aquelas que quando misturadas resultam em branco. Surgem da combinação
de uma cor secundária e uma cor primária ou básica, sendo o resultado da junção destas duas cores o preto,
no caso da cor pigmento, e o branco, no caso da cor luz. As cores complementares trazem harmonia, formam
pares, uma completa a outra.
As cores simples, amarelo, cyan e magenta, “cores básicas” que juntas, absorvem todas as
radiaçõ es luminosas da luz branca incidentes, resultam no preto. As cores compostas, vermelho,
verde e azul-violeta, são derivadas da mistura de duas cores básicas de cada vez. As cores
complementares, analogamente a síntese aditiva, são as pró prias cores compostas. Combinando
qualquer uma dessas com a cor básica (BAER, 2006, p. 83).
Figura 9 - Por meio dos esquemas cromáticos o profissional que usará as cores pode fazer suas escolhas de
forma mais consciente.
Fonte: Ksanagraphica, Shutterstock, 2019.
As cores que aparecem lado a lado no círculo de cores são chamadas análogas, são usadas para dar sensação
de uniformidade e consideradas cores elegantes. Elas compartilham uma mesma cor básica. As cores análogas
do ciano são o azul, azul violetado e violeta.
As cores quentes passam a sensação de calor, são aquelas a partir do vermelho e amarelo, representam na
natureza a energia, o sol, ao fogo. Seu comprimento de onda é maior em relação as outras cores.
Sinestesicamente, esta cor nos transmite duas sensaçõ es: a visual e a sensação tátil. Sinestesia é o fenô meno
neuroló gico que produz duas sensaçõ es ao mesmo tempo. Geralmente as crianças têm uma sensibilidade
maior às cores quentes, enquanto os idosos as cores frias. Propagandas comerciais infantis usam deste
recurso para atraírem as crianças.
As cores frias são aquelas produzidas a partir do azul, elas representam na natureza a calma, o gelo, a água
etc. Já as cores neutras são aquelas produzidas a partir do branco e do preto.
VOCÊ QUER LER?
A partir de indagações como “As cores podem influenciar no ambiente de trabalho?
Qual o papel das cores em nossa vida? Como a percebemos? Qual a açã o delas nos
ambientes, alimentaçã o, vestuá rio?” as pesquisadoras Maria de Fá tima Mendes de
Azevedo, Michelle Steiner do Santos e Rú bia de Oliveira produziram o artigo “O uso da
cor no ambiente de trabalho: uma ergonomia da percepçã o”. Você pode acessar o
artigo no link <https://docs.ufpr.br/~monica.anjos/artigos/05_cores_ambiente.pdf
(https://docs.ufpr.br/~monica.anjos/artigos/05_cores_ambiente.pdf )>.
As cores luz e as cores pigmento são muito utilizadas para a criação de produtos e sua divulgação. O
conhecimento do círculo cromático é de suma importância para os designers.
Os atributos físicos da cor nos objetos, também estão ligados aos aspectos culturais e
socioló gicos. Teorias psicoló gicas explicam que os aspectos socioculturais podem influenciar na
percepção das cores. Então, compreender a percepção humana das cores passa pelo simbó lico.
Experiências sociais, culturais e psicoló gicas influenciam na forma de ver a cor, sendo assim elas
podem nos transmitir impressõ es diversas. Por exemplo o vermelho pode nos transmitir paixão,
como também ó dio e violência.
Questõ es culturais podem fazer com que as cores ganhem significados diferentes, como por
exemplo a cor branca, que para nó s significa paz e para alguns povos orientais significa
luto. Dentro desta premissa e de acordo com estudos realizados, podemos definir alguns
significados das cores mais conhecidas e usadas, porém deve-se levar em conta que tais
significados podem adquirir novas vertentes de acordo com o tempo, lugar e espaço.
A cor produz sobre a alma humana um efeito específico, sempre definido e significativo, que se
radica intimamente na esfera moral e, considerada como elemento de Arte, pode colocar-se a
serviço dos mais elevados fins estéticos. (Goethe apud PEDROSA, 2008, p.119).
Ao se projetar um produto, precisamos ter em mente quem é o nosso pú blico-alvo e qual sentimento
queremos causar, principalmente no quesito cores. Importante também levar em consideração aspectos
regionais e de estação para a criação e desenvolvimento de coleção de moda. “O poder de atração e o fascínio
que a cor exerce atuam diretamente na sensibilidade humana, atingem a parte motivacional, levam o indivíduo
a reagir, e este realiza um desejo despertado improvisadamente, através da aquisição. “ (FARINA, 2006, p.
181).
Algumas cores são mais utilizadas em uma estação do que outra, principalmente por aspectos físicos. O preto
por exemplo é pouco utilizado no verão devido a sua absorção da luz.
VOCÊ O CONHECE?
Vincent Van Gogh, nascido em 30 de março de 1853, é considerado um dos maiores
pintores holandeses e, ao lado de Rembrandt, explorou as tonalidades de amarelo de
uma forma muito intensa, era uma das suas cores favoritas e sobre ela disse: “O
amarelo é uma cor capaz de encantar a Deus”. Quer conhecer mais sobre suas obras?
Visite o museu virtual de Amsterdam
<https://artsandculture.google.com/partner/van-gogh-museum
(https://artsandculture.google.com/partner/van-gogh-museum)>.
De acordo com Heller (2013), as pessoas que trabalham com cores, como os artistas, os cromoterapeutas, os
designers gráficos ou de produtos industriais, os arquitetos de interiores, os conselheiros de moda,
necessitam saber de como as cores afetam as pessoas, tendo as cores efeitos universais.
“O mesmo vermelho pode ter efeito eró tico ou brutal, nobre ou vulgar.” (HELLER, 2013, p. 21). A autora traz
em seu livro a psicologia das cores um estudo com os significados mais comuns que você poderá conferir
clicando a seguir.
Azul
O azul vai bem em todas as ocasiõ es, em todas as estaçõ es. É uma cor fria de efeito calmante,
indicado para dormitó rios. É a cor da compreensão mú tua. Não existe sentimento negativo em que
o azul predomine. Ela é uma cor querida, considerada a cor do divino, a cor do céu – A cor da
eternidade.
Vermelho
O vermelho tem significados universais. De acordo com Heller (2013), o vermelho está ligado ao
amor e aos afetos. “O simbolismo do vermelho está marcado por duas vivências elementares: o
vermelho é o fogo e o vermelho é o sangue” (HELLER, 2013, p. 21).
•
Amarelo
Amarelo corresponde à iniciativa e tomada de decisõ es. Essa cor ajuda a estimular várias funçõ es
corporais.
Laranja
Laranja demonstra vontade de agir, é uma cor que transmite entusiasmo com vivacidade impulsiva
e natural. Também transmite vitalidade, criatividade e alegria, assim como confiança e coragem. A
cor laranja sugere uma atitude autoritária ou esmagadora. “Dentre as poucas características em que
a primeira cor que nos ocorre é o laranja está seu caráter penetrante, intrusivo” (HELLER, 2013, p.
340). A cor ainda está associada ao descontentamento. De acordo com Heller (2013), a cor laranja
é a cor complementar do azul. Azul é a cor da reflexão e do silêncio e do espiritual, no seu oposto
temos, o laranja, representando as qualidades opostas. “Van Gogh disse: “Não existe laranja sem
azul” – com isso ele quis dizer que o modo de o laranja atuar com mais força é quando ele vem
acompanhado do azul. Quanto mais intenso o azul, mais escuro ele é. Quanto mais intenso o
laranja, mais radioso.” (HELLER, 2013, p. 339)
Verde
Verde indica adaptação ao ambiente. A cor está relacionada a adaptabilidade e generosidade. Essa
cor atua como um sinal para a renovação da vida e sua vibração. “O verde é uma ideologia, um
estilo de vida: consciência ambiental, amor à natureza, ao mesmo tempo a recusa a uma sociedade
dominada pela tecnologia”. (HELLER, 2013, p. 191).
Violeta
Violeta é a cor dos sentimentos ambivalentes. Formada do azul com o vermelho, reflete dignidade,
nobreza e respeito pró prio. A cor violeta está ligada à energia psíquica e à intuição. “Em nenhuma
outra cor se unem qualidades tão opostas como no violeta: é a união do vermelho e do azul, do
masculino e do feminino, da sensualidade e da espiritualidade. A união dos opostos é o que
determina a simbologia da cor violeta.” (HELLER, 2013, p.360).
Alguns termos são muito utilizados no dia-a-dia. Quem nunca ouviu falar em ficar verde de fome, ou que
alguém amarelou ou que está tudo azul, quando tudo está bem. Muitos estudos são realizados principalmente
por arquitetos e publicitários para escolha da cor correta de acordo com os ambientes.
Para aprender mais sobre como as cores são vistas por outras culturas e seus significados, assista ao vídeo
abaixo.
Como você pode perceber a simbologia das cores sofre influências da cultura. Ao usar a cor o profissional
precisa considerar quais as sensaçõ es serão provocadas, quais emoçõ es serão atingidas, e que tipo de
comunicação a cor traz consigo.
Síntese
Chegamos ao final do capítulo e vimos como se forma e como percebe-la, seus conceitos básicos e como ela
nos afeta.
Bibliografia
ALBUQUERQUE, M. Laboratório de cor: paradigmas do estudo da cor na contemporaneidade. 2013.
Dissertação (Mestrado em Artes) – Universidade Federal de Minas Gerais, Programa de Pó s-Graduação em
Artes, Belo Horizonte, 2013.
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