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Educação

a Distância
EJA
Ensino Fundamental
Arte
Aula 1: ARTES VISUAIS

OBJETIVO: Aprender as formas básicas da expressão artística

•• bidimencional.

•• Conteúdos

•• Formas.

•• Luz.

•• Composição.

1 RACIOCÍNIO LÓGICO - AULA 1


INICIANDO O DIÁLOGO

Você já notou como os desenhos são importantes para a transmissão de mensagens e como promovem
uma comunicação rápida e eficaz? Ferramenta de comunicação direta entre pessoas de diferentes
lugares, épocas e culturas, o desenho é uma linguagem com entendimento universal.

Vamos conhecer um pouco mais sobre ele?

Observando a natureza, percebemos a presença de uma infinidade de formas, planos, superfícies,


texturas. Se quisermos representar essa natureza por meio de um desenho ou de uma pintura,
devemos ter claro o entendimento de que não é possível desenhar todas as coisas exatamente como
elas são. Então, um desenho não é uma cópia fiel da realidade e sim uma representação da realidade
do jeito que cada um a vê.

O segredo de uma representação que convença o observador não está em incluir todos os detalhes
da imagem real, mas em analisar com atenção o todo e decidir quais elementos são essenciais e quais
podem ser descartados. Dessa forma, é possível perceber uma árvore em seu desenho, ainda que
você não tenha desenhado todas as folhas e galhos.

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Como seria triste o mundo sem cor, você não acha? Mas isso só poderia acontecer se vivêssemos em
total escuridão, pois se existe luz, existem cores. Tem alguma dúvida? Feche todas as entradas de luz
do ambiente em que você está e veja se é capaz de reconhecer alguma cor. Depois, deixe que a luz
entre novamente e sinta a diferença. Dá para pensar em viver sem as cores?

LEITURA DE MUNDO

Formas e composição

O desenho foi uma das primeiras manifestações estéticas e culturais da história da humanidade. Os
humanos pré-históricos retrataram a caça dos animais, a convivência em tribos, mostrando que sempre
tiveram necessidade de se comunicar. Por meio de seus desenhos, podemos conhecer as espécies
animais existentes na época, as ferramentas que utilizavam e acompanhar as suas descobertas.

Esses desenhos, hoje denominados “pinturas rupestres”, constituem os registros de sua vida e de sua
cultura, o arquivo de suas memórias. A magia que liga essas imagens à realidade era fruto da crença
de que aquilo que desenhavam iria acontecer, e talvez tenha sido o principal motivo da produção de
imagens e, em consequência, da pesquisa dos primeiros materiais de desenho e de pintura.

Daí por diante, apesar das outras linguagens que desenvolveu e das outras ferramentas que criou
para se comunicar, o ser humano jamais abandonou o desenho. Hoje ele pode ser produzido com o
auxílio de instrumentos e até de equipamentos sofisticados, mas o registro das ideias ainda é feito, na
maioria das vezes, apenas com lápis e papel.

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Você já desenhou um roteiro para indicar algum caminho, esboçou o modelo de uma roupa, planejou
a reforma de uma casa? Então já pode comprovar o poder de comunicação do desenho, a primeira e
mais acessível forma de linguagem visual.

O desenho, como toda imagem, é construído a partir de alguns elementos próprios das artes visuais:
pontos, linhas, formas, cores.

Tudo começa por um ponto que se desloca no papel, dando lugar a uma linha. Note, no desenho
abaixo, o “caminho” percorrido pelo ponto e a forma gerada pela linha ininterrupta.

Quase tudo o que vemos parece ter sido feito a partir formas geométricas como base. Já reparou? São
quadrados, círculos, cones, cubos, triângulos e muitas outras. Vamos revisar as formas geométricas
que você conhece? Reconheça-as na obra do pintor abstrato Kandinsky:

Muito bem, então vamos observar outras imagens e descobrir as formas geométricas que as origina-
ram. Procure ver o essencial, olhando o todo e não os detalhes.

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Qual é a forma básica de uma montanha, de um navio, uma estrela, um girassol, um caramujo, um
caminhão, uma boia? Lembre-se de outros objetos e elementos naturais e descubra qual a forma ge-
ométrica que a estrutura.

Uma pintura em que predominam as formas geométricas lhe parece fria, desprovida de emoções e
incapaz de transmitir sentimentos? É porque você não conhece a arte de Miró. Joan Miró (1893-1983)
foi um artista catalão que procurava mostrar a realidade de uma forma simplificada, porém cheia de
simbolismos. Ele teve uma maneira própria e extremamente rica de interpretar o mundo. Veja algu-
mas de suas obras:

Outro artista que simplificou as formas até aproximá-las da abstração foi Paul Cézanne (1874-1906),
um pintor francês incompreendido em seu tempo. Ele dizia que tudo na natureza se baseia na esfera,
no cone e no cilindro, e que essas são as formas fundamentais para a realidade. Seus temas preferidos
eram as paisagens e as naturezas mortas, embora também tenha pintado muitas figuras humanas,
especialmente banhistas.

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Quando desenhamos algo real, geralmente traçamos uma linha para definir o seu contorno. Não é
assim mesmo? Mas olhe bem a realidade: o contorno não está lá. Como representá-la sem traçar uma
linha de contorno para definir a sua forma? Uma imagem fica definida não apenas pelas linhas do con-
torno, mas também pelo contraste com o fundo, como no caso da foto da flor, pelos limites das áreas
de cor ou por planos diferentes, como nas imagens abstratas. Outro elemento muito interessante e
útil para definir formas ou conferir “personalidade” a uma superfície é a textura. A textura é o aspecto
visual que uma superfície apresenta, algumas vezes perceptível também pelo tato. Comparando com
as qualidades do som, poderíamos dizer que a textura é para as artes visuais o que o timbre é para o
som. Essas texturas que desenhamos por meio de linhas ou grafismos são observadas na natureza.
Veja alguns exemplos:

Explorando as formas, as linhas de contorno, as superfícies planas em cores e as texturas, você po-
derealizar muitas experiências artísticas para ganhar conhecimento e desenvolver suas habilidades.
Esseé um jeito de fazer arte. Bom trabalho!

Luz

Curioso sobre a origem das cores, o físico inglês Isaac Newton (1643 – 1727) decidiu investigar melho-
ra natureza da luz do sol.

Há uma diferença entre cor-luz e cor-pigmento (tinta). Misturando tintas de todas as cores, resulta
o pardo. E misturando tinta preta com branca, obtêm-se a cor cinza. Quando a luz incide sobre um
objeto, uma parte dos raios luminosos é absorvida pelo objeto, e a cor que o objeto não absorveu,

mas refletiu, é a cor que enxergamos.


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Observe as duas imagens abaixo. Qual a diferença mais marcante entre elas?

Na primeira, predominam o azul e o verde, enquanto na segunda ressaltam o amarelo, o vermelho e o


laranja. Você deve ter sentido o efeito de suas cores. Esse efeito é chamado de “temperatura” das cores
e se refere à capacidade que elas têm de parecer quentes ou frias. Note como a primeira paisagem
parece mais fria. Os azuis, verdes, roxos e outras cores delas derivadas, como o lilás, dão a sensação de
frescor porque lembram a água, o ar, a floresta. São relacionadas ao clima frio, ao tempo nublado e à
sombra. São conhecidas como cores frias e transmitem uma sensação de tranquilidade.

Já as cores quentes – vermelho, abóbora, laranja, amarelo, rosa e as demais cores em que elas predo-
minam – nos dão a sensação de calor e de luz por sua semelhança com a cor do sol e do fogo.

Daí a associação com as ideias de calor humano, aconchego, alegria e vida. Elas também podem su-
gerir agitação e agressividade.

As cores quentes parecem mais próximas dos nossos olhos, enquanto o emprego das cores frias aju-
da a dar a ilusão de profundidade, pois parecem estar mais distantes de nós. Uma cor pode ser fria
e quente? Sim, por exemplo: se o verde tiver mais amarelo (cor quente), resultará num verde (limão)
luminoso e vibrante, podendo ser considerado uma cor quente. Se for adicionado mais azul (cor fria),
esse verde (turquesa) ficará azulado, portanto, frio.

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Existe cor neutra? Sim, o branco, o preto e o cinza são considerados cores neutras. Elas neutralizam os
efeitos das cores muito vibrantes e destacam as cores mais discretas.

SAIBA MAIS

Você sabia que:

•• Uma bolha de sabão apresenta em sua superfície o espectro de cores existentes na luz?

•• O nosso organismo precisa de alimentação colorida para estar em harmonia e equilibrado?

•• As cores transmitem sensações e estão associadas a estados de espírito. O vermelho é a cor do entusiasmo,
do arrojo e da sensualidade; o laranja, da concentração, do dinamismo e da prosperidade; o amarelo, da
comunicação, alegria, energia e motivação; o rosa, do romantismo e da autoestima. O verde simboliza a es-
perança e transmite sensação de leveza, descanso e saúde; o azul é a cor da sabedoria e remete ao equilíbrio,
à integridade e à responsabilidade; o violeta é a cor da espiritualidade e o lilás estimula a imaginação.

AMPLIANDO HORIZONTES

Descubra outras informações sobre as pinturas rupestres nos sites:

• http://www.arteprehistorica.pop.com.br/

Para saber mais sobre as linhas e fazer outros exercícios de traçados à mão livre, consulte o livro:

• Jorge, Sonia. Desenho Geométrico – idéias e imagens. São Paulo: Saraiva, 2003.

Para saber mais sobre Paul Klee, procure o livro:

• Venezia, Mike. Paul Kee. Col. Mestres das Artes. São Paulo: Moderna.

Sobre Kandinsky, visite o site:

• http://www.pintoresfamosos.com.br/?pg=kandinsky

Quer conhecer mais sobre as cores? Veja o livro:

• Forslind, Ann. Cores – jogos e experiências. São Paulo: Callis, 1998.

Conheça mais sobre os pintores mencionados neste capítulo, pesquisando o livro:

• Strickland, Carol. Arte comentada da Pré-História ao Pós-Moderno. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.

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TROQUE IDEIAS

Podemos conhecer obras de arte por meio de livros, revistas especializadas, CD-ROMs, filmes, vídeos,
Internet, tudo sem sair do lugar. A tecnologia coloca ao nosso alcance imagens cada vez mais defini-
das, colorido real e possibilidade de ampliação, entre outros recursos.

Mas nada se compara à experiência de ver de perto a obra original de um artista, poder contemplála-
de vários ângulos, como possivelmente o fez seu criador, perceber seus detalhes, notar a força ou a
delicadeza das pinceladas, as texturas das superfícies, os efeitos da luz incidindo em suas formas, en-
fim, de sentir o que o artista quis transmitir por meio de sua obra. Você já experimentou essa emoção?
Não? Vá a um museu de arte. Você merece!

As obras de arte podem ser vistas ao vivo em vários lugares. Os museus são locais privilegiados onde
são guardadas, conservadas ou consertadas as pinturas, esculturas e outras produções artísticas, para
que não se estraguem e não desapareçam. Outra função importante dos museus é oferecer a todas as
pessoas a possibilidade de desfrutá-las. Há vários tipos de museus onde se podem ver obras de arte.

Nos museus arqueológicos, antropológicos e históricos, encontram-se obras de arte por meio das-
quais podemos conhecer a cultura e a história dos povos de todo o mundo nas mais variadas épocas.

Por exemplo: as pinturas que se encontram no Museu Paulista (do Ipiranga) e no Museu Imperial de-
Petrópolis (RJ) contam muito da história do Brasil. Há museus étnicos, que mostram vários aspectos
da cultura peculiar da etnia, inclusive suas produções artísticas, como os museus do Índio (RJ), Museu
Afro-Brasil (SP).

Os museus de arte podem ser gerais, isto é, conter obras de diferentes estilos, épocas e artistas como,
por exemplo, o Louvre (França), o do Prado (Espanha), o do Vaticano (Itália) e o MASP (Brasil), ou ser
especializados, como os seguintes:

• de pinturas (pinacotecas), como a Pinacoteca do estado de São Paulo;

• de esculturas, como o MUBE (SP);

• de cerâmicas, como a Oficina Brennand em Recife (PE);

• de Arte Sacra, como os de Ouro Preto, Salvador, Olinda, Curitiba, Paraty, São Luiz;

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•• de Arte Moderna, como o MAM do Rio de Janeiro, de São Paulo, da Bahia;

•• de Arte Contemporânea, como o MAC de Niterói (RJ) e de São Paulo;

•• de um determinado tipo de pintura, como o Museu Internacional de Arte Naïf (RJ);

•• de um único artista, como o Museu Casa de Portinari em Brodowski (SP), Museu Lasar Segall (SP), Museu
Picasso (Paris),

•• de um determinado tipo de artista, como o Museu de Imagens do Inconsciente (RJ).

Podem-se ver artes visuais originais também em exposições periódicas, como a importante Bienal de
São Paulo, e aquelas promovidas por instituições como SESI, SESC e pelos próprios museus, além de
galerias que vendem obras de arte, igrejas, feiras de arte popular em praças. Sem contar que existem
cidades que são verdadeiros museus a céu aberto, como Ouro Preto, Paraty, Olinda, Roma etc.

Visitando um museu de arte

Muitas pessoas preferem começar visitando um museu geral, cujo seu acervo proporciona um pano-
rama abrangente da arte, e depois procurar um museu especializado no tipo de arte que mais apre-
ciou. Mas isso não é obrigatório, o importante é aproveitar as oportunidades que aparecem.

Uma experiência tão rica quanto essa precisa ser bem preparada. Faça uma pesquisa sobre o museu
que quer visitar, verificando se ele oferece monitores para explicar as obras, se possui oficinas que
propõem atividades artísticas. Informe-se sobre os horários de funcionamento e sobre o valor do
ingresso. Verifique se é possível visitar todas as obras de uma só vez. Alguns museus são tão grandes
que é muito cansativo ver tudo num dia só. Nesse caso, é conveniente escolher uma parte – uma épo-
ca, um tipo de arte, um estilo, um artista ou mesmo uma exposição temporária de seu interesse – para
focar a sua visita.

Para apreciar bem o museu, é importante ler as fichas que ficam próximas das obras. Elas informam
quem é o artista, qual é o título da obra, em que ano e com que material ou técnica ela foi realizada,
quais são as suas medidas. Contemplando uma obra de arte você se apropria dela. Então, observe-a
com atenção, olhe-a de longe e de perto. Pense na mensagem que o artista quis comunicar, anali-
sando o tema e os elementos visuais – formas, linhas, cores, luz e sombra, composição. Compare essa

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obra com outras obras do artista para conhecer o seu estilo pessoal. Procure os significados e divida
suas impressões, pois cada pessoa compreende e sente uma obra de arte do seu jeito.

Há museus que oferecem explicações sobre as obras por meio de gravadores de áudio e catálogos
impressos ou complementam a exposição com painéis com frases do artista ou textos para ajudar a
situar a obra no tempo e no espaço. Não deixe de ler.

Depois que visitar um museu de arte, certamente você desejará ver outros. Crie o hábito de frequen-
tálos e proporcione essa experiência emocionante para alguém.

Você já visitou o Museu Oscar Niemeyer (MON)? Veja informações sobre a programação aqui:

• http://www.museuoscarniemeyer.org.br/

Você conhece o Museu Egípcio? Lá você ira encontrar a múmia de uma dama egípcia com cerca de

2.700 anos, chamada Tothmea. Mais informações:

• http://www.museuoscarniemeyer.org.br/

Na sua cidade há algum museu com peças históricas que contam a história de sua cidade? Visite-o.

Você verá como é interessante descobrir como nasceu a cidade em que você vive.

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VAMOS PRATICAR?

1. Procure em revistas e jornais figuras que tragam animais, plantas e outros elementos naturais que
apresentem texturas visuais interessantes. Por exemplo: céu com nuvens, superfície da água com pin-
gos de chuva, pele de jacaré, penas etc.

2. Faça um desenho de inspiração na realidade com traços leves de lápis. Com lápis de cor, pinte as
superfícies, fazendo desaparecer os contornos, de modo que a definição das formas resulte das mu-
danças de cor.

3. Um museu de arte sacra e um museu de arte contemporânea contêm, respectivamente:

a) ( ) Arte produzida por religiosos – arte da atualidade.

b) ( ) Pinturas e esculturas de propriedade da Igreja – arte abstrata.

c) ( ) Arte de caráter religioso – arte moderna.

d) ( ) Pinturas e esculturas de caráter religioso – arte produzida nos dias atuais.

e) ( ) Nenhuma das anteriores.

4. Paul Cézanne dizia que “um pintor possui um olho e um cérebro. Os dois têm que trabalhar juntos”.
O que você acha que ele queria dizer com isso?

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