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ARTE
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telefone: (045)3522-3734 (Secretaria) no período da noite com a responsável – Marcinha.
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“Nós seres humanos, nos diferenciamos dos outros animais pela capacidade de produzir
cultura. Como nenhuma outra espécie, somos também seres simbólicos: criamos símbolos cheios
de significados para representar o que percebemos do mundo e de nós mesmos.
A arte é uma das produções simbólicas do ser humano. Ela é produto da união entre o
pensamento e a ação humana, e se manifesta por meio de imagens, gestos, sons, palavras ou de
todas essas manifestações ao mesmo tempo. Para criar os símbolos, utilizamos as linguagens –
verbal, escrita, corporal, musical, visual. O ser humano pode criar símbolos que carregam
mensagens objetivas e claras ou símbolos que carregam mensagens poéticas, subjetivas, que vão
além da realidade e representam o mundo com imaginação e sentimento. Os portadores dessas
mensagens são as chamadas obras de arte.
Dada à subjetividade dessas mensagens, ao interpretar a obra de arte o leitor também a
transforma conforme seu grau de conhecimento, educação estética, sensibilidade e cultura. Daí
dizer-se, por exemplo, que é o leitor de um poema que o finaliza e que é o observador de uma obra
de arte visual que a recria”.
Eliana Pougy
Desde que o ser humano pré-histórico descobriu sua capacidade de desenhar, pintar, fazer
objetos e construções, a arte visual tem carregado os mais diversos significados. Acredita-se que, na
Pré-História, por exemplo, ela estaria ligada à magia e a rituais sagrados.
Na Antiguidade, a arte visual foi considerada uma arte menor, pois, para os filósofos, ela
apenas copiava a natureza, sem recriá-la. A música era considerada a arte maior.
No Renascimento, a arte visual conquistou o status de produção quase divina e transformou-
se em representação do Belo, a perfeita união entre o ser humano e Deus. Foi então que os artistas
começaram a ser vistos como personalidades criadoras e geniais.
A partir do século XVII, quando a arte desvinculou-se da Igreja e do Estado, a obra passou a
ser encarada como pura expressão humana, feita para o deleito e para o prazer.
Em nossos dias, a produção de arte visual é considerada uma construção, pois é feita por
alguém, a partir de uma idéia, pela utilização de um meio, numa certa época, cultura e sociedade,
com o fim de ser vista ou utilizada, e, principalmente, interpretada por outro alguém.
Cada linguagem faz uso de seus signos: elementos que representam ou substituem uma
idéia. Para perceber esses signos, utilizamos nossos sentidos.
O signo possui um significado (o conceito ou idéia que ele representa) e um significante (sua
forma). Para formar mensagens, os signos são arranjados e organizados conforme algumas regras,
os chamados sistemas.
As obras de arte visual possuem elementos estruturais, signos que podem ser arranjados
conforme um sistema, a fim de se criarem as mais diversas mensagens. Tais elementos estruturais
possuem diferentes significados e podem ser interpretados conforme o contexto de vida do autor da
obra, o tipo de técnica e tecnologia utilizadas e o contexto de quem a observa. São eles:
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Ponto – é o elemento mais simples da linguagem visual. Quando batemos com a ponta do
lápis no papel, fazemos um registro, uma marca. Esse registro pode ser feito com diferentes
materiais e em diferentes suportes; por isso, pode ter características peculiares e sofrer
diversas interpretações.
Linha – pode ser usada de modo literal, como na tecelagem, nos bordados ou nas esculturas
de arame, ou ser desenhada e pintada. Varia em direção, tamanho, espessura e cor. Por
exemplo, uma linha reta pode ser inclinada, longa, grossa e amarela, ou pode ser horizontal,
curta, fina e azul.
Forma – é a configuração das coisas no mundo. Na linguagem visual, a forma pode estar
nas esculturas, nos objetos, nos relevos, nos edifícios, mas também ser representada em
desenhos e pinturas (superfícies bidimensionais) pode ser:
Figurativa – representação de coisas conhecidas. Pode apresentar-se como verdadeira cópia
da realidade ou ser estilizada (com traço particular do artista);
Abstrata – representação da subjetividade do artista, que não guarda relação com a
realidade. Pode ser orgânica (irregular e assimétrica); geométrica; ornamental (padrão que se
repete); simbólica (forma figurativa que perde seu significado original porque o artista lhe
deu outro significado).
Cor – todos os objetos, quando iluminados, emitem ondas que nos fazem ver determinada
cor. Os artistas visuais estudam as cores, suas combinações e seus efeitos umas sobre as
outras quando juntas. As cores têm propriedades: tom (o nome da cor), intensidade (a
característica de pureza ou de mistura de uma cor) e brilho (a característica de claridade ou
escuridão de uma cor, ou a quantidade de preto ou de branco que uma cor tem). As cores
podem ser classificadas em:
Secundárias – são as cores que obtemos com a mistura de duas cores primárias em
partes iguais:
Amarelo + vermelho = laranja
Amarelo + azul = verde
Azul + vermelho = roxo
Terciárias – são as cores que obtemos com a mistura de uma cor primária e uma cor
secundária que está ao lado no círculo cromático
Amarelo + laranja = Amarelo-alaranjado
Vermelho + laranja = Vermelho-alaranjado
Vermelho + roxo = Vermelho-violeta
Azul + roxo = Azul-violeta
Azul + verde = Azul-esverdeado
Amarelo + verde = Amarelo-esverdeado
Neutras – são o preto e o branco que apenas escurecem e clareiam a cor, criando
novos tons; O preto é a mistura de todas as cores; o branco é a ausência de cor, de pigmento;
Quentes – são as cores que nos dá a sensação de calor, energia; é o amarelo, laranja e
vermelho;
Frias – são as cores que nos dá a sensação de frio, tranquilidade; é o azul, verde e
roxo;
Textura – podemos percebê-la nos objetos ao tocá-los ou apenas pelo exame atento de sua
superfície. Observando desenhos, pinturas, esculturas e fotografias, identificamos os
recursos utilizados para representá-la. A textura pode nos transmitir sensações e sentimentos
como, por exemplo:
Lisa – tranquilidade, suavidade, frio;
Áspera – raiva, calor;
Macia – conforto, aconchego;
Enrugada – tristeza, umidade.
Composição visual
Na obra de arte é importante também o modo como os elementos da linguagem visual são
organizados, formando uma composição.
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Movimento – as coisas do mundo movimentam-se, a todo o momento e ao mesmo tempo.
Vemos as coisas reais em movimento, mas aceitamos também as formas congeladas e
estáticas dos desenhos, pinturas e esculturas. Com o cinema, as artes visuais conquistaram a
ilusão do movimento. O filme cinematográfico consiste na repetição de imagens estáticas
com pequenas modificações.
Leitura de imagens
Ao olhar para uma obra de arte, o observador – criança ou adulto – inicialmente percebe os
elementos mais simples; gradualmente, percebe os mais complexos.
Isso quer dizer que, mesmo o adulto, cuja percepção estética é mais treinada, lê uma obra de
arte construindo uma estrutura mental, processando-a e modificando-a para dar-lhe simplicidade. O
tema da obra, ou mesmo seu título, pode ajudar nesse processo.
É óbvio que o conjunto dos elementos visuais, expressa os sentimentos do artista, pois foi
ele quem os escolheu e os organizou na obra. Ao observarmos um quadro pela primeira vez, é
importante que esse conjunto nos dê uma sensação de equilíbrio, de unidade. Quando o quadro não
tem esse equilíbrio, parece estar incompleto, ou com alguma coisa sobrando.
Nossa percepção, por vezes, nos prega peças, fazendo-nos “ver” formas que nos
surpreendem por não serem aquelas realmente retratadas. A fim de estruturá-las, tendemos a
simplificá-las, a exemplo do que fazemos ao entrar num quarto escuro e ver uma pessoa deitada: só
depois que nossos olhos se acostumam a pouca luz percebemos quem realmente está deitado na
cama.
Só depois de nós “acostumarmos” ao quadro é que percebemos detalhadamente as formas. O
conjunto das formas numa pintura pode estar distribuído de inúmeras maneiras, trazendo uma série
de informações, como:
O que é o fundo do quadro e o que é a figura;
O que está à frente e o que está atrás;
O que está em movimento e o que está parado;
O que estás iluminado e o que está no escuro;
O que está mais “colorido” e o que está menos “colorido”.
Essa dinâmica entre figuras, formas ou elementos pode ser mais simples ou mais complexa.
Quanto maior o requinte na escolha dos elementos visuais de um quadro, maior tensão existe nele, e
mais forças para chamar a atenção do espectador. Isso é o que diferencia um quadro mais simples
de um mais complexo, ou mais elaborado.
Os trabalhos visuais infantis, os trabalhos de algumas culturas e alguns trabalhos de arte
moderna podem nos parecer pobres, mas têm tanta dinâmica e tensão quanto qualquer obra de arte
acadêmica, que costumamos considerar arte. Esses trabalhos apenas têm características diferentes
das consideradas “corretas” pela arte ocidental, como a perspectiva com ponto de fuga, as cores que
buscam o realismo, os truques para criar profundidade, o uso da luz dirigida, etc. Todos esses
recursos de pintura também são esquemas, estruturas que os artistas acadêmicos usam para
representar as coisas do mundo.
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A Semana de Arte Moderna
O movimento modernista no Brasil contou com duas fases: a primeira foi de 1922 a 1930 e a
segunda de 1930 a 1945. A primeira fase caracterizou-se pelas tentativas de solidificação do
movimento renovador e pela divulgação de obras e ideias modernistas.
Os escritores de maior destaque dessa fase defendiam estas propostas: reconstrução da
cultura brasileira sobre bases nacionais; promoção de uma revisão crítica de nosso passado histórico
e de nossas tradições culturais; eliminação definitiva do nosso complexo de colonizados, apegados
a valores estrangeiros. Portanto, todas elas estão relacionadas com a visão nacionalista, porém
crítica, da realidade brasileira.
Várias obras, grupos, movimentos, revistas e manifestos ganharam o cenário intelectual
brasileiro, numa investigação profunda e por vezes radical de novos conteúdos e de novas formas de
expressão.
Entre os fatos mais importantes, destacam-se a publicação da revista Klaxon, lançada para
dar continuidade ao processo de divulgação das ideias modernistas, e o lançamento de quatro
movimentos culturais: o Pau-Brasil, o Verde-Amarelismo, a Antropofagia e a Anta.
Esses movimentos representavam duas tendências ideológicas distintas, duas formas
diferentes de expressar o nacionalismo.
O movimento Pau-Brasil defendia a criação de uma poesia primitivista, construída com base
na revisão crítica de nosso passado histórico e cultural e na aceitação e valorização das riquezas e
contrastes da realidade e da cultura brasileiras.
A Antropofagia, a exemplo dos rituais antropofágicos dos índios brasileiros, nos quais eles
devoram seus inimigos para lhes extrair força, Oswald propõe a devoração simbólica da cultura do
colonizador europeu, sem com isso perder nossa identidade cultural.
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Em oposição a essas tendências, os movimentos Verde-Amarelismo e Anta, defendiam um
nacionalismo ufanista, com evidente inclinação para o nazifascismo. Dentre os muitos escritores
que fizeram parte da primeira geração do Modernismo destacamos Oswald de Andrade, Mário de
Andrade, Manuel Bandeira, Alcântara Machado, Menotti del Picchia, Raul Bopp, Ronald de
Carvalho e Guilherme de Almeida.
ARTISTAS PARANAENSES
Pintor, desenhista, escultor, gravador e educador, Guido Viaro foi um visionário da arte.
Iniciou seus estudos de desenho e pintura muito cedo, tendo como professores dois pintores da
família - seus tios e, logo desenvolveu sua linguagem e técnica.
Chegou ao Brasil em 1927 motivado em conhecer o país passando pelo Rio de Janeiro, São
Paulo e, se estabelecendo em Curitiba, cidade esta que escolheu para viver, trabalhar e formar uma
família, movido pela paixão por Yolanda que mais tarde vira a se tornar sua esposa.
Já estabelecido, Guido Viaro começa em 1937 um trabalho experimental com crianças no
Colégio Belmiro César em Curitiba, esse trabalho é o ponto de partida para a criação do Centro
Juvenil de Artes Plásticas em 1953.
Música
Como compositor Leminski teve a música "Verdura" como a primeira a ser gravada. Ela
integrou o disco de 1981, Outras Palavras, de Caetano Veloso. Depois vieram outras gravações:
"Mudança de Estação", com A Cor do Som; "Valeu", com Paulinho Boca de Cantor, e várias com
Moraes Moreira: "Decote Pronunciado", "Pernambuco Meu", "Baile no Meu Coração", "Promessas
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Demais", que era a música tema da novela Paraíso, da Rede Globo, em 1982. Em 1998, Arnaldo
Antunes gravou em seu disco Um Som a música "Além Alma". Em 2000, Zeca Baleiro musicou a
letra "Reza". Vários outros artistas ainda utilizam a obra de Leminski para fazer músicas.
Natural de Curitiba nasceu em 1957. Formou-se pela Escola de Música e Belas Artes do
Paraná em 1984 e realiza cursos de especialização em técnicas de gravuras com vários artistas
desde 1979. Orientadora da Oficina de Litografia do Liceu de Artes e Ofícios, projeto da Prefeitura
Municipal de Curitiba, Secretaria da Criança e Projeto Piá, de 1995 a 1996.
Atualmente é orientadora de Litografia e Gravura em Metal no Museu da Gravura Cidade de
Curitiba. Suas obras se caracterizam pela delicadeza de seus traços e pelo requinte de detalhes.
Seus trabalhos foram vistos em exposições nacionais e internacionais, coletivas, mostras
oficiais e individuais no Brasil e em países como Suíça, Japão, Estados Unidos, Espanha e França.
Suas obras retratam uma realidade narrativa observada em instantes mágicos comparados a
epifanias de contexto gráfico, nos quais a gravadora recria na atmosfera própria da gravura todo um
simbolismo proveniente da imaginação. Seus tipos característicos, seus personagens – num primeiro
momento – parecem para os observadores figuras saídas dos contos de fadas. Entretanto, no lirismo
cativante de sua linguagem estético-artística, Denise Roman trabalha com elementos tipicamente
locais.
Explicando melhor o termo “local”, ele é empregado para designar uma mitologia individual
criada pela artista que vê poesia em qualquer lugar e logo passa a trabalhar e compor personagens
fantásticos para nos mostrar o que pode estar ali escondido.
A artista também elaborou diversas cenografias teatrais. Outra de suas atividades é o
desenho em grandes dimensões com que decorou vários espaços na cidade. Voltando à gravura e
em contraste com as grandes obras, outra de suas características é a paixão da artista para a
miniaturização.
Nascida em 1953, Rita de Cássia Pavão tornou-se ao longo dos anos um dos nomes de maior
expressão da dança moderna no Paraná. Iniciou seus estudos de balé aos cinco anos de idade,
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recebendo o apoio de seus pais que eram profissionais da área de Ciências Exatas. O pai era
engenheiro e a mãe catedrática em Estatística.
Rita estudou dança na Universidade de San Diego, por seis anos, bacharelando-se em Belas
Artes em Dança Moderna e Coreografia, na School of Performing Arts da United States
International University. Nesse período, voltou a Curitiba, em 1977, e montou o grupo Esphera. Em
1977, coreografou para o Balé Teatro Guaíra os espetácilos C.B. On The Rock (música de Stuparik)
e Let It Be. No ano seguinte, voltou aos Estados Unidos para concluir o mestrado.
Na década de 80, Rita Pavão criou um estúdio de dança moderna que levava seu próprio
nome. Foi uma das academias mais conhecidas de Curitiba, em função das novidades que
apresentava em dança e pela frequência de alunos das classes mais abastadas. O Studio Rita Pavão
foi criado em 1981, fase mais atuante da carreira da bailarina, quando montou e apresentou diversos
espetáculos na cidade. Rita ficou conhecida pelo seu pioneirismo na dança moderna do Paraná e
como profissional com atuação definitiva para a difusão do gênero.
Em 1982 montou um grupo que reuniu não só bailarinos, mas também atores, músicos,
cantores e artistas plásticos: a União de Artistas Independentes Contemporâneos (Uaic), que tinha
suas atividades voltadas para a pesquisa, dança e para o teatro experimental. Associou-se
posteriormente ao bailarino Hugo Dellavale e voltou seus trabalhos ao balé clássico. Passou a
dedicar-se ao aprimoramento acadêmico, cuja preocupação central era ligar dança à consciência
corporal.
Nos últimos tempos de sua vida, desenvolveu um trabalho teatral e coreográfico no Espaço
Cultural Glasser e dividia o seu tempo entre Curitiba e São Paulo, onde fazia nova pós-graduação.
Rita Pavão faleceu em Curitiba, no dia 1º de agosto de 2006.