Você está na página 1de 5

ESCOLA MUNICIPAL MÁRIO DA MOTA LIMEIRA

Riacho das Almas, 10/04/ 2024


Aluno (a): ____________________________________ Ano: Módulo VI
Professor (: Professor (a): Chayenne Lima Componente Curricular: Arte

FICHA DE ESTUDO

1. ALFABETO VISUAL infinita. É o sinal grá fico mínimo e elementar.


Caracteriza-se por uma localizaçã o em um espaço.
Todas as linguagens têm um sistema pró prio de
organizaçã o. A linguagem visual também possui seu Quando os pontos sã o multiplicados, seu poder de
có digo, ou seja, os elementos que servem para expressã o e de comunicaçã o amplia-se. Disposiçã o,
formar suas mensagens. Compreendemos e distanciamento, quantidade e cor também influem
usufruímos melhor essas mensagens quando no efeito dos pontos sobre a superfície. Eles podem
conhecemos seus elementos constituintes, as criar ideias, comunicar sensaçõ es, dar ideia de
estratégias que o autor utilizou e o funcionamento movimento, ritmo, luz, sombra, volume, atmosfera.
desses recursos sobre nossa sensibilidade, ou seja, Quando colocados em fila, por exemplo, criam a
o “alfabeto” visual. ideia de linha.

2. SIGNO, MARCA, SINAL 4. LINHA

Quando andamos sobre a areia, vamos deixando O mundo em que vivemos nos oferece vá rios
nossos rastros, marcas dos nossos pés, nossos exemplos de linha: linha do horizonte, linha
sinais. Quando nosso corpo, ou um instrumento, divisó ria entre estados, linha definida pela margem
entra em contato com uma superfície, produzimos de um rio, linha de contorno dos objetos... A linha é
marcas. Estas, por sua vez, podem ser voluntá rias uma marca contínua ou com aparência de contínua.
ou involuntá rias. Quando temos a intençã o de Quando é traçada com a ajuda de qualquer
transmitir ideias, essas marcas sã o chamadas de instrumento sobre uma superfície, chama-se linha
signos. O signo é uma forma associada a uma ideia. grá fica e é o sinal mais versá til, pois pode sugerir
Pelos signos nó s nos comunicamos com os outros, e movimento e ritmo, comunicar sentimentos e
transmitimos nossas mensagens. Produzimos sensaçõ es.
signos no cotidiano quando, por exemplo, fazemos
marcas nos nossos cadernos, com o objetivo de Os artistas plá sticos exploram as possibilidades
chamarmos a atençã o para algum ponto expressivas das linhas, principalmente pela
importante; quando desenhamos no gesso da perna maneira como realizam o contorno das figuras,
de um amigo acidentado para dizer que lhe temos transmitindo dinamismo, velocidade, ímpeto,
muita afeiçã o; quando marcamos um cimento harmonia, musicalidade, violência, agressividade,
fresco para a posteridade; quando criamos có digos medo, dor... As linhas definem as figuras e as
secretos de comunicaçã o com outras pessoas... formas. As figuras que têm dois lados idênticos sã o
chamadas de simétricas. Há diversas maneiras de
Quando produzimos nossos sinais voluntá rios, nã o utilizar a linha com fins artísticos e decorativos.
espontâ neos, para comunicar ideias, de acordo com
a superfície, escolhemos instrumentos, como o 5. PROPORÇÃO
lá pis, o pincel, o giz, a caneta... Esses ú ltimos
produzem o que chamamos de marcas grá ficas, que Se observarmos com atençã o as dimensõ es (altura
têm vá rias configuraçõ es. Vamos conhecê-las para e largura) de uma á rvore, veremos que há relaçõ es
percebê-las melhor e para utilizá -las em nossas entre esses dois dados. Se desejamos desenhá -la,
mensagens visuais. temos que observar essas relaçõ es. Sã o as suas
proporçõ es, ou seja, as relaçõ es matemá ticas que
3. PONTO existem entre suas medidas. Essas relaçõ es
continuam iguais mesmo que o nosso desenho seja
Um ponto numa pá gina em branco parece pouco, reduzido para o tamanho de um selo ou ampliado
mas é muito diferenciador de uma pá gina em para o tamanho de uma parede.
branco. A utilizaçã o do ponto como marca grá fica é
1
personalidade. As cores exercem determinado
Quando nã o respeitamos as proporçõ es, nossos efeito sobre as pessoas. Nã o conseguimos ficar
desenhos ou trabalhos podem apresentar muito tempo num ambiente exageradamente
problemas. Mas há artistas que exploram colorido. Há cores que nos induzem à dança e à
justamente a falta de proporçã o ou a quebra das movimentaçã o, outras nos predispõ em à calma e à
proporçõ es para darem aos seus trabalhos um paz. Chamamos de cores quentes aquelas em que
clima estranho e inquietante. prevalecem os tons de vermelho e laranja, e de
cores frias aquelas em que prevalecem os tons de
azuis e verdes. Compare uma decoraçã o de uma
6. SUPERFÍCIE E TEXTURA lanchonete de comida rá pida e a de um restaurante
em que o dono deseja que os clientes demorem
Ao desenhar ou pintar colocamos nossas marcas muito, e gastem muito
sobre uma superfície: papel, tela, cartolina, tecido,
madeira, parede... Quando observamos também. Compare as cores de um salã o de baile
atentamente uma superfície, percebemos que suas carnavalesco e de uma capela, um hospital ou uma
características podem ser diferentes da impressã o escola. Há uma energia que vem das cores e que
que nos deu à primeira vista. Uma superfície influencia o nosso estado de espírito, pois tem
aparentemente lisa pode se mostrar, vista por meio efeito sobre nosso humor.
de uma lente, com outra personalidade: enrugada,
esponjosa, crespada, aveludada, acetinada, felpuda, As cores podem, também, transmitir ideias ou
granulada, ondulada. Esses aspectos da trama e do conceitos. Elas têm uma funçã o simbó lica muito
entrelaçamento das fibras que constituem a importante no nosso cotidiano. Quando associada a
superfície sã o chamados de textura. uma ideia, numa determinada circunstâ ncia, a cor
funciona como um símbolo. Na nossa cultura, temos
Cada tipo de textura pode provocar um tipo de vá rios exemplos muito conhecidos:
sensaçã o. Talvez porque traga alguma lembrança,
talvez porque estimule alguma forma de impressã o  Branco: paz, pureza, alegria
sensorial. A combinaçã o de texturas diferentes num
desenho ou numa pintura produz efeitos  Vermelho: perigo, paixã o, revoluçã o
interessantes e surpreendentes. Gostamos mesmo
de usar texturas diferentes na decoraçã o para  Preto: luto
quebrar a monotonia do ambiente.
 Amarelo: atençã o
7. CORES
 Rosa: sexo feminino (para os bebês)
Imagine o mundo sem as cores, como nos filmes em
preto e branco. Qual seria a sensaçã o de viver num  Azul: sexo masculino
mundo assim?
 Violeta: quaresma, Paixã o de Cristo
Embora os efeitos estéticos alcançados pelo preto e
branco sejam muito apreciados, as cores fazem 8. LUZ, SOMBRA, VOLUME
parte da nossa vida, e nã o podemos nem imaginar o
mundo real sem elas. Por isso, por estarmos Quando há luz, há também sombra, e essa
mergulhados no mundo das cores, nã o damos valor conjugaçã o dos dois elementos permite a percepçã o
e, à s vezes, nem percebemos o quanto sã o do volume. Luz e sombra sã o companheiros
importantes. Somente nos preocupamos com elas insepará veis. Sempre que há uma mudança na fonte
ou pensamos nelas de forma mais específica luminosa, há uma mudança na sombra. Um mesmo
quando temos que decidir entre uma e outra para objeto exposto à luz do meio-dia, ou à luz do fim da
uma roupa, uma caneta, uma colcha, uma cortina, tarde, ou à luz de uma vela ou de uma lâ mpada
uma parede, um carro, um objeto qualquer com o pode ser percebido com aspectos diferentes.
qual vamos conviver durante muito tempo.
Procuramos, entã o, escolher aquela cor preferida, O contraste entre luz e sombra é chamado de efeito
agradá vel aos nossos sentidos ou que condiz com a claro-escuro. Os artistas da Renascença utilizaram
nossa personalidade. esses efeitos por meio da técnica do esfumado, que
dá à pintura as gradaçõ es estabelecidas pela luz.
Algumas pessoas gostam de cores espalhafatosas Um objeto exposto à luz tem partes iluminadas e
em tudo que usam ou possuem, outras preferem partes que ficam à sombra. Além disso, esse mesmo
cores mais claras e discretas. Como podemos objeto projeta uma sombra sobre a superfície em
concluir, as cores ajudam a compor e a definir nossa que está colocado. Se observamos a realidade, os
2
objetos à nossa volta, podemos facilmente perceber geometria científica. De um ponto de vista mais
esses efeitos de luz e sombra, mas eles sã o bem simples, a perspectiva é uma técnica que permite
fá ceis de serem observados quando um objeto transferir para o desenho aquela impressã o que
simples e só lido é colocado sob a luz direta do sol. nossos olhos veem quando observam um espaço
Há uma sombra no objeto e uma que é em que há objetos mais distantes. Imagine que você
correspondente à direçã o de onde provêm os raios está no centro de uma estrada reta, num terreno
de luz. À medida que a luz se modifica, a sombra plano, diante de uma parede de vidro transparente.
também se transforma. Se você desenhar no vidro as bordas da estrada e o
horizonte da paisagem, o resultado será um
desenho em perspectiva.

11. COMPOSIÇÃO

Os elementos que chamamos de alfabeto visual,


9. ESPAÇO porque sã o bá sicos para qualquer produto, foram
apresentados individualmente e parecem nã o
Quando colocamos uma figura plana sobre um significar muito. Mas,
fundo chapado nã o temos ideia de espaço, pois a
figura fica colada no fundo. Mas se a mesma figura é
atingida pela luz, surgem sombras, a ideia de quando trabalhamos com eles em conjunto,
volume e a ilusã o de profundidade. Essa impressã o percebemos que ganham vida.
de profundidade é muito importante na criaçã o
artística. Essa combinaçã o de elementos é a composiçã o:
escolhemos, selecionamos, organizamos os
A relaçã o do observador com o espaço é muito componentes de nosso trabalho de acordo com uma
variá vel. Quando estamos a uma certa distâ ncia de ideia inicial, um projeto que busca um resultado
um objeto, temos uma ideia de suas dimensõ es; estético. A partir da nossa primeira ideia, vamos
quando nos aproximamos dele essa ideia se construindo rascunhos, esboços, estudos,
transforma. A dimensã o dos objetos é proporcional esquemas. Analisamos os rascunhos e refletimos
à distâ ncia que estamos em relaçã o a eles. Isso é acerca desses estudos. Vamos transformando-os até
levado em consideraçã o quando um pintor planeja que nos satisfaçam e correspondam ao que
um quadro. desejamos. Esse trabalho exige concentraçã o,
disciplina, paciência e tempo. Se fizermos tudo isso
Além desse efeito, o pintor pode criar a ideia de de qualquer jeito, com pressa, o resultado nã o será
distâ ncia utilizando as cores, ou seja, colocando bom.
cores mais intensas em objetos mais pró ximos e um
véu azulado ou esfumaçado, que intensifica a ideia Quando observamos uma obra visual, podemos
de afastamento, nos objetos do fundo. O efeito de compreender que ela é resultado de um projeto
espaço pode ser definido também pelo desenho, inicial e de um trabalho de pesquisa e de
com maior detalhamento dos objetos mais composiçã o em que os vá rios elementos se
pró ximos e menor detalhamento dos objetos mais conjugam para provocar um determinado efeito
distantes. final. Esse efeito tem um ritmo pró prio, um
movimento, uma harmonia especial que o
10. PERSPECTIVA observador reconhece ao analisar a obra.

Quando observamos uma linha de trem, temos a Há um esquema geométrico bá sico em que as linhas
impressã o que as duas linhas do trilho se unem no determinam a forma, a disposiçã o dos elementos, a
final e se tocam, onde nossa vista alcança. A esse posiçã o dos corpos, os gestos, os cená rios, os
efeito chamamos de perspectiva: a percepçã o visual objetos e a paisagem. Esse esquema geométrico
de um espaço por meio de linhas paralelas que pode despertar sensaçõ es diferentes: calma,
convergem a um ponto, o ponto de fuga. A serenidade, segurança, estabilidade, tranquilidade,
representaçã o desse fenô meno no desenho, ou seja, paz ou agitaçã o, dramaticidade, inquietaçã o,
aquela estratégia que dá efeito de profundidade, movimento, ou ainda tensã o, medo, terror, afliçã o...
também é chamada de perspectiva. entre outras.

O estudo sistemá tico da perspectiva apenas passou As linhas, o volume, a luz, a sombra, as cores e o
a ter importâ ncia no século XV, quando os artistas ponto de vista contribuem para que a composiçã o
deixaram de trabalhar intuitivamente, seja bem sucedida e alcance o efeito desejado pelo
espontaneamente, para procurarem base na artista.
3
REFERÊNCIAS

GARCEZ, Lucília. OLIVEIRA, Jô . Explicando a Arte:


uma iniciação para entender e apreciar as artes
visuais. Ediouro. Rio de Janeiro. 3ª ediçã o. 2002

4
5

Você também pode gostar