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PRECISA DA COR
Conhecendo as cores.
As cores chamam a atenção
e são importantes em todos os ambientes
Um número infinito de cores nos envolve todos os dias de nossas vidas. Normalmente nós não damos às cores o seu
devido valor, porém elas são importantes em nosso dia a dia, influenciando nossa alimentação, os produtos que compra-
mos, e até nos informando sobre o estado de saúde de uma pessoa.
Mesmo nos influenciando tanto, e apesar de sua importância continuar a crescer diariamente, nosso conhecimento da
cor e seu controle normalmente é insuficiente, gerando uma variedade de problemas, como por exemplo em transações
comerciais envolvendo cores ou mesmo na escolha da cor de um produto.
Uma vez que as avaliações de cores são frequentemente feitas de acordo com as impressões ou experiências pessoais, é
impossível para uma pessoa controlar de forma precisa a avaliação da cor utilizando métodos comuns. Existe uma forma
com a qual nos possamos expressar a cor de forma precisa; com a qual possamos descrever essa cor para outra pessoa
a fim de que ela seja reproduzida da forma como nós a vemos?
Como a comunicação de cores, entre os mais diversos campos da indústria pode ser feito de forma correta?
1
Conteúdo
PARTE I
Qual é a cor desta maçã ?.............................................................................................................................4
Normalmente dez pessoas diferentes irão descrever uma única cor de dez maneiras diferentes....................5
Mesmo sendo a mesma cor ela parece diferente. Por que?...........................................................................6
Dois balões vermelhos. Como podemos descrever para uma pessoa, a diferença de cores entre eles?..........8
Tonalidade. Luminosidade. Saturação. O mundo da cor é uma mistura desses três atributos.........................10
Tonalidade, luminosidade, saturação. Criando um sólido de cor.....................................................................12
Com a criação de escalas de tonalidade, luminosidade e saturação,
nós podemos determinar uma cor numericamente........................................................................................14
Os colorímetros simplificam a identificação das cores...................................................................................15
Observando alguns espaços de cores............................................................................................................16
Medindo várias cores com um colorímetro!....................................................................................................21
Os colorímetros podem determinar diferenças de cores muito pequenas!......................................................22
Medições com um colorímetro podem apontar pequenas diferenças,
mesmo entre cores que parecem iguais ao olho humano...............................................................................24
Um exemplo de controle de qualidade utilizando-se um colorímetro..............................................................25
Recursos dos colorímetros.............................................................................................................................26
PARTE II
Por que a maçã parece vermelha?.................................................................................................................28
Para podermos perceber uma cor são necessários três elementos: a luz, a visão, e um objeto......................29
Os seres humanos percebem as cores em alguns comprimentos de onda específicos...................................30
Diferenças entre a sensação de cor através da luz que entra em
nossos olhos e o processo de medição de um colorímetro.............................................................................32
Os componentes da luz e cor. Usando um espectrofotômetro.........................................................................34
Medindo varias cores com um espectrofotômetro..........................................................................................36
Diferenças entre o método tristímulus e o método espectrofotométrico.........................................................38
Como a aparência da cor muda com a mudança da fonte de luz?..................................................................40
Um espectrofotômetro pode inclusive avaliar um problema complexo como a metameria..............................42
Recursos dos Espectrofotômetros..................................................................................................................44
PARTE III
Comparando colorímetros e espectrofotômetros............................................................................................46
Cor e brilho. (Métodos SCE e SCI)..................................................................................................................48
Medindo cores especiais...............................................................................................................................50
Notas sobre a medição de diversos materiais e diversas condições...............................................................52
Nova Fórmula de Diferença de Cor CIE 2000..................................................................................................53
PARTE IV
Termos de cor utilizados................................................................................................................................56
2
1 PARTE
O ESTUDO DA
COR
Ao observarmos o nosso ambiente, percebemos uma grande variedade de
cores surgirem diante de nossos olhos. Em nosso dia a dia estamos cercados
de uma infinita variedade de cores e diferentemente do comprimento e do
peso, não há uma escala física para medir a cor, o que faz com que as
pessoas respondam de formas diferentes quando questionadas a respeito
de uma determinada cor. Por exemplo, se dissermos “azul da cor do céu” ou
“azul da cor do mar” para as pessoas, cada indivíduo irá imaginar um azul
diferente do outro. Isso acontece porque suas experiências passadas e suas
sensibilidades para a cor são diferentes. Esse é o problema da cor. Portanto
vamos estudar um pouco o assunto e determinar quais informações sobre a
cor nos seriam úteis.
3
Qual é a cor desta maçã?
4
Normalmente dez pessoas diferentes irão descrever
uma única cor de dez maneiras diferentes.
“Dar um nome” à uma cor é uma tarefa difícil.
Se você mostrar uma mesma maçã para quatro pessoas
diferentes, provavelmente receberá quatro respostas diferentes.
A cor depende da percepção e de uma interpretação subjetiva.
Mesmo que as pessoas olhem para um mesmo objeto (nesse caso,
a maçã), elas irão expressar exatamente a mesma cor com palavras
diferentes. Porque existe uma grande variedade de maneiras de se
expressar uma cor, descrever uma cor em particular para uma pessoa
Usamos uma régua para medir é uma tarefa extremamente difícil. Se nós descrevermos a cor de uma
o comprimento e uma balança maçã para uma pessoa como sendo vermelho vivo, podemos esperar
para medir o peso. Existe algo que essa pessoa seja capaz de reproduzir corretamente essa cor? A
similar para medir a cor? expressão verbal das cores é muito complicada e difícil. Todavia se
existisse um método pelo qual as cores pudessem ser entendidas
e expressadas precisamente a comunicação seria muito
mais simples e exata. Tal comunicação exata eliminaria os
problemas relacionados à cor.
5
Mesmo sendo a mesma cor, ela parece diferente.
POR QUE?
6
Condições que afetam a aparência da cor.
Diferenças na Fonte de Luz
Uma maçã que parece deliciosa na loja sob a luz do sol, de alguma forma não parece tão boa debaixo da luz fluorescente
de casa. Provavelmente muitas pessoas já tiveram essa experiência. Luz do sol, luz fluorescente, luz de tungstênio e etc
– cada tipo de iluminação fará com que uma mesma maçã tenha aparências diferentes.
Diferenças no Observador
A sensibilidade do olho de cada indivíduo varia de forma sutil; mesmo aquelas pessoas consideradas como tendo visão
de cor “normal” sofrem de desvios na direção do vermelho e do azul. A precisão visual também muda com a idade.
Esses fatores fazem com que as cores sejam diferentes para observadores diferentes.
Diferenças no Tamanho
Após escolherem uma determinada cor através de um pequeno mostruário de papel de parede ou de tinta, as pessoas
acham que a cor ficou muito clara quando aplicada à parede. Cores que cobrem grandes áreas tendem a parecer mais
claras e mais vivas do que quando cobrem uma área pequena. Nos referimos a isso como efeito de área. A seleção de
objetos que possuem uma área grande, baseada em amostras que possuem uma área pequena pode gerar erros.
Diferenças de Fundo
Se uma maçã for colocada na frente de um fundo claro, ela
parecerá mais escura do que quando colocada à frente de
um fundo escuro. Nos referimos a isso como sendo efeito de
contraste.
Diferenças Direcionais
Certos pontos de um carro podem parecer mais claros ou escuros
apenas com uma pequena mudança no ângulo de visualização.
Isso se dá em função das características direcionais de algumas
pinturas automotivas. Certos materiais, particularmente as tintas
metálicas e perolizadas, possuem características direcionais
extremamente elevadas. O ângulo pelo qual o objeto é observado
e também o ângulo pelo qual o objeto é iluminado deve ser
constante para uma comunicação de cor precisa.
7
Dois balões vermelhos.
Como descrever as suas diferenças de cor para uma pessoa?
viva
ra
cla
ca
esc
opa
ura
8
Para melhor entendermos a descrição exata de
uma cor, precisamos analisar o mundo da cor.
Existem muitas cores “vermelhas”. Os dois balões
vermelhos são parecidos porém não são iguais.
Quais são as diferenças?
À primeira vista, os dois balões parecem iguais. Porém examinando-
os um pouco mais de perto, percebemos que eles são diferentes
em diversos aspectos. A cor dos dois é vermelha, porém a cor do
balão superior é um pouco mais clara, e a cor do balão inferior é
portanto mais escura. O balão superior também parece mais vivo ou
limpo. Apesar de ambos serem vermelhos, as cores dos dois balões
são diferentes. Quando as cores são classificadas, elas podem ser
expressas em termos de sua tonalidade (cor), luminosidade (clara/
escura), e saturação (pureza).
9
Tonalidade, luminosidade, saturação.
O mundo da cor é uma mistura desses três atributos.
Ama
nj a
Am
Lara
relo
are o
lo- elh
Ver rm
de Ve
Verde Vermelho-Violeta
rd e Vio
l- Ve l eta
Azul-
Azu
Azul
Violet
a
Alta
Figura 2: Mudanças em
luminosidade e saturação,
Luminosidade
do vermelho-violeta ao
verde.
Baixa
Branco
pálido pálido
claro claro
Figura 3:
brilhante brilhante
Saturação)
profundo profundo
escuro escuro
preto
10
Tonalidade, luminosidade, saturação:
Este é o mundo da cor.
Tonalidade
Vermelho, amarelo, verde, azul... As cores da roda de cor.
Maçãs são vermelhas, limões são verdes, o céu é azul: essa é a forma pela qual nós pensamos na cor em
nossa linguagem diária. A tonalidade é o termo usado no mundo da cor para a classificação dos vermelhos, amarelos,
azuis e etc. Apesar do vermelho e amarelo serem duas cores completamente diferentes, a mistura das duas resulta em
laranja, às vezes chamado de amarelo avermelhado; com a mistura de amarelo e verde teríamos o amarelo esverdeado e
assim por diante. A continuidade dessas tonalidades resulta na roda de cores mostrada na figura 1.
Luminosidade
Cores claras, cores escuras. A luminosidade das cores muda verticalmente.
As cores podem ser classificadas em claras e escuras quando comparamos sua luminosidade. Por exemplo, quando
comparamos o amarelo de um limão com o amarelo de uma laranja, o amarelo do limão é mais claro. Quando
comparamos o amarelo de um limão com o vermelho de um morango ainda assim o amarelo do limão é mais claro,
correto? Isso mostra que a luminosidade pode ser medida independentemente da tonalidade. Observe a figura 2. Esta
figura representa uma seção transversal da figura 1, cortada em linha reta entre o A (verde) e o B (vermelho-púrpura).
Como mostra a figura, a luminosidade aumenta em direção ao topo e diminui em direção ao fundo.
Saturação
Cores intensas, cores opacas. A saturação muda a partir do centro.
Retornando ao amarelo. Como podemos comparar o amarelo de um limão com o amarelo de uma pêra? Pode-se
dizer que o amarelo do limão é mais vivo, enquanto que o amarelo de uma pêra é mais sujo. Novamente temos uma
grande diferença, mas desta vez em termos de saturação. Esse atributo e totalmente independente da tonalidade e da
luminosidade. Se observarmos novamente a figura 2, veremos que a saturação muda para o vermelho-púrpura e para o
verde, conforme a cor se distancia horizontalmente do centro. As cores são mais sujas, ou menos saturadas no centro
e se tornam mais limpas e vivas à medida que se distanciam deste. A figura 3 mostra alguns adjetivos usados para
descrever a luminosidade e a saturação das cores. Para entender o seu significado observe novamente a figura 2.
11
Tonalidade, luminosidade, saturação.
Criação de um sólido de cores.
Analisando a roda de cores em luminosidade, saturação...
Tonalidade, luminosidade e saturação. Esses são os três atributos da cor e podem ser dispostos em conjunto para
criar um sólido tridimensional, mostrado na Figura 4. As tonalidades formam o aro externo do sólido, com a
luminosidade como eixo central e a saturação avançando horizontalmente nos raios. Se todas as cores existentes
fossem distribuídas na figura 4, formariam o sólido indicado na figura 5. A forma do sólido de cores seria muito
complicada em função dos intervalos de saturação serem diferentes para cada tonalidade e luminosidade,
porém o sólido de cores nos ajuda a melhor visualizar as relações entre a tonalidade, luminosidade e saturação.
Branco
Luminosidade
Saturação
Tonalidade
Figura 4:
Sólido em três dimensões
(Tonalidade, luminosidade e
saturação) Preto
12
Figura 5: Sólido de Cor.
13
Com a criação de escalas para a
tonalidade, luminosidade e saturação, nós
podemos medir as cores numericamente.
História da expressão numérica das cores
No passado, várias pessoas desenvolveram métodos;
normalmente usando fórmulas complexas,’para quantificar as
cores e expressá-las numericamente, com o objetivo de
tornar a comunicação de cores mais fácil e precisa. A expressão numérica das
Esses métodos visavam proporcionar uma forma numérica cores é muito importante!
de expressar as cores; da mesma forma como nos expressamos
em termos de comprimentos e pesos. Em 1905, o artista
americano A.H. Munsell desenvolveu um método para a
expressão de cores no qual utilizou um grande número de
pastilhas de papel colorido, classificadas de acordo com a
sua tonalidade (Muensell Hue), Luminosidade (Munsell Value)
e saturação (Munsell Chroma), para a comparação visual com
uma amostra de cor. Algum tempo depois, após uma
variedade de experimentos, esse sistema foi atualizado para a
criação do Sistema de Notação Munsell, o qual é utilizado até
os dias de hoje. Nesse sistema, qualquer cor é expressa com
a combinação de letras e números (H V/C), onde o (H) é a
tonalidade, o (V) a luminosidade e o (C) a saturação, através
de avaliação visual comparativa, que utilizada os livros de cor
Munsell. Outros métodos para a expressão numérica das
cores foram desenvolvidos por uma organização internacional
dedicada à luz e a cor, a Commission Internationale de
L’Eclairage, (CIE). Os dois métodos mais conhecidos são o
espaço de cores Yxy, desenvolvido em 1931, baseado nos
valores tristímulus XYZ definidos pela CIE, e o espaço de
cores L*a*b*, desenvolvido em 1976 para proporcionar maior
uniformidade nas diferenças de cores em relação às avaliações
visuais.
14
Os colorímetros simplificam a
identificação das cores.
Com a utilização de um colorímetro, podemos obter resultados
instantâneos em cada um dos espaços de cores.
Se medirmos a cor da maçã, obteremos
os seguintes resultados:
15
Análise de alguns espaços de cores.
Valores tristímulus XYZ e Espaço de cor Yxz
Os valores tristímulus XYZ e o espaço de cores Yxy, formam a base do atual espaço de cores CIE. O conceito dos
valores tristímulus está baseado nos três componentes teóricos da visão de cores, os quais estabelecem que o olho
possui três receptores primários de cores (vermelho, verde e azul) e que todas as cores são misturas dessas três cores
primárias. Em 1931, a CIE definiu o Observador Padrão como tendo as funções de relação de cor x(l) ,y(l), e z(l)
conforme a Figura 6 abaixo. Os valores tristímulus XYZ são calculados utilizando-se as funções de relação de cor
desses Observadores Padrão.
Os valores tristímulus XYZ, são úteis na definição de uma cor, porém os resultados não podem ser facilmente
interpretados. Em função disso, a CIE também definiu um espaço de cores em 1931 para desenhar um gráfico
bidimensional, independente da luminosidade; este é o espaço de cores Yxy, no qual o Y é a luminosidade (com
valor idêntico ao valor tristímulu Y) e x e y são as coordenadas de cromaticidade calculadas com os valores tristímulus
XYZ (detalhes na pág. 47). O diagrama de cromaticidade CIE x,y é mostrado na Figura 7. Neste diagrama, as cores
acromáticas estão no centro do diagrama, e a cromaticidade aumenta na direção das bordas. Se nós medirmos a
maçã, usando o espaço de cores Yxy, obteremos os valores x=0.4832, y=0.3045 como coordenadas de cromaticidade,
que correspondem ao ponto A no diagrama da figura 7; O valor Y, 13,47 indica que a maçã possui uma reflexão de
13,37% (comparada com um refletor difuso ideal, com refletância de 100%).
Figura 6:
Resposta espectral correspondente ao olho humano.
(Funções da relação de cor do Observador Padrão 1931)
Comprimento do onda
(nm)
16
Tonalidade
Figura 7: Diagrama de cromaticidade x,y de 1931
Saturação
17
Espaço de cor L*a*b*
O espaço de cores L*a*b* (também conhecido como CIE LAB) é atualmente um dos espaços de cores mais populares
para a medição de cores e é amplamente utilizado em praticamente todos os campos de aplicação. Ele é um dos
espaços uniformes de cor definido pela CIE em 1976 com o objetivo de reduzir os problemas do espaço de cor
original Yxy no qual as distâncias do diagrama de cromaticidade, não representavam as diferenças visuais das cores.
No espaço de cores L*a*b*, o L* indica a luminosidade, enquanto que o a* e o b*, representam as coordenadas
cromáticas. A Figura 8 mostra o diagrama de cromaticidade a*, b*. Nesse diagrama o a* e o b* b indicam as direções
das cores: sendo +a* a direção do vermelho, -a* a direção do verde, +b* a direção do amarelo e –b* a direção do azul.
O centro é acromático.
Com o aumento dos valores de a* e b*, o ponto se distancia do centro e a saturação da cor aumenta. A Figura 10 é a
representação de um sólido de cores do Espaço de Cor L* a*b*. A Figura 8 mostra um corte horizontal deste sólido em
um valor constante de L*. Podemos ver a cor resultante; o ponto A; inserindo os valores medidos da maçã (a*=+47, 63,
b* +14,12) no diagrama a*, b* da Figura 8.
(Amarelo)
Diagrama de cromaticidade a*, b*
Figura 8: Diagrama de
cromaticidade a*, b* Tonalidade
(Verde) (Vermelho)
Tonalidade
intenso
escuro
muito escuro
Cromaticidade
18
Figura 10: Representação de um sólido de cor no Espaço de Cor L*a*b*.
Branco
Amarelo
Vermelho
Verde
Azul
Preto
19
Figura 11:
Espaço de cor L*C*h Parte do diagrama de cromaticidade a*, b*
da figura 8.
O espaço de cores L*C*h*, utiliza o mesmo diagrama que o (Amarelo)
espaço de cores L*a*b*, porém utiliza coordenadas cilíndricas
ao invés de coordenadas retangulares. Nesse espaço de cores,
o L* indica luminosidade, e é o mesmo L* do espaço de cores Tonalidade
L*a*b*, o C* indica o “croma” e o h é um ângulo de tonalidade.
O valor de croma C* é 0 no centro e aumenta conforme a
distância deste. O ângulo de tonalidade h inicia-se no eixo
+a* e é dado em graus; 0 seria +a* (vermelho), 90 seria
+b* (amarelo), 180 seria –a* (verde) e 270 seria –b* (azul). Croma C*
Se medirmos a maçã utilizando o espaço de cores L*C*h* ,
Ângulo de
obteremos os resultados mostrados abaixo. Ao plotarmos esses tonalidade Hab
valores na figura 11, obteremos o ponto A. (Vermelho)
Chroma C
Ângulo de tonalidade
Luminosidade (L*)
Tonalidade
Croma ( C *)
20
Medindo várias cores com um colorímetro.
Ao contrário do olho humano, um colorímetro pode medir uma cor de forma precisa e simples. Como visto
anteriormente, diferentemente das expressões subjetivas comumente utilizadas pelas pessoas para descrever
as cores verbalmente, os colorímetros expressam as cores numericamente em função de padrões internacionais.
Dessa forma, é possível para qualquer pessoa entender que cor está sendo expressa. Além disso, a percepção
pessoal de uma determinada cor pode variar dependendo do fundo ou da fonte de iluminação utilizada. Os
colorímetros correspondem às funções do olho humano; mas como eles sempre fazem suas medições
utilizando a mesma fonte de luz e o mesmo método de iluminação, as condições de medição serão sempre as
mesmas, de dia, de noite, no interior ou exterior de ambientes. Isso faz com que medições sejam extremamente
simples e precisas. Abaixo vemos os valores medidos de diversos objetos.
Cerâmica Impressão
Espaço de Cor L*a*b* Espaço de Cor XYZ (Yxy)
L*= 74.72 Y= 16.02
a*= 15.32 X= 0.1693
b*=10.21 y=.01999
Borracha Têxteis
Espaço de Cor L*a*b* Espaço de Cor L*C*h*
L*= 37.47 L*= 76.47
a*= 7.07 C*= 37.34
b*=47.77 h*=359.7
Plástico Tinta
Espaço de Cor L*a*b* Espaço de Cor Hunter Lab
L*= 34.27 H= 8.4R
a*= 44.53 V= 3.4
b*=21.92 C=14.1
21
Os colorímetros podem determinar
diferenças de cores muito pequenas!
Maçã 1 Mostrando as diferenças com valores numéricos.
Quando falamos de cores, a determinação de diferenças pode ser um
grande problema. Porém, com um colorímetro, qualquer diferença de
cor pode ser facilmente entendida quando expressa numericamente.
Utilizando os espaços de cor L*a*b* e L*C*h*, observamos a
diferença de cor entre duas maçãs. Usando a cor da maçã 1
(L*=43.31, a*=+47.63, b*=+14.12) como padrão e comparando-a
com a maçã 2 (L*=47.34, a*=+44.58, b*=+15.16), obtemos os
resultados mostrados no quadro A abaixo. As diferenças também são
mostradas no gráfico da Figura 14.
A: Diferença de cor L*a*b* B: Diferença de cor L*C*h*
Maçã 2
L*= +4.03 L*= +4.03
a*= -3.05 C*= -2.59
b*= +1.04 H*= +1.92
E*= 5.16 E*= 5.16
O diagrama da figura 13 mostra como é fácil entender as diferenças
de cores no espaço de cores L*a*b*. No espaço de cores L*a*b*, a
diferença de cor pode ser expressa com um único valor, o ΔE*ab, o
qual indica o tamanho da diferença de cor, mas não mostra de que
forma as cores são diferentes. O ΔE*ab é definido pela seguinte
equação:
22
Figura 14: Parte do diagrama de cromaticidade a*,b*
Amarelo
Tonalidade
Diferença de tonalidade
Vermelho
23
Medições efetuadas com um colorímetro
podem apontar diferenças sutis, mesmo em
cores que sejam iguais para o olho humano.
Um colorímetro pode mostrar diferenças mesmo em cores que pareçam iguais ao olho humano. Além disso, um
colorímetro pode expressar quaisquer diferenças de forma numérica. Se por alguma razão a cor de um produto estiver
errada e o produto for enviado sem que o problema tenha sido observado, com certeza haverá uma reclamação por
parte do cliente. Essa reclamação afetará não apenas a produção ou o departamento comercial, mas a reputação da
empresa como um todo. O controle de qualidade da cor tem um papel importante na prevenção de problemas similares
ao descrito acima.
24
Um exemplo de controle de qualidade
utilizando um colorímetro.
Observando o quanto um colorímetro pode ser útil no controle da cor.
A empresa A fabrica componentes plásticos exteriores para a empresa B. A empresa B também compra partes similares
de outras empresas. Na empresa A, existe uma equipe em tempo integral, encarregada de controlar a cor na linha de
produção que avalia visualmente os produtos em comparação com os padrões. A inspeção visual depende da perícia
visual dos inspetores para determinar se um produto está ou não dentro da faixa de tolerância definida pelo cliente. Este
trabalho não pode ser efetuado por nenhuma outra pessoa; ele requer anos de experiência para desenvolver a habili-
dade para a inspeção visual. Em função disso, o número de pessoas que podem executar esse trabalho é limitado. Além
disso, o processo só pode ser executado durante um período limitado de tempo do dia, ou da semana, e a avaliação irá
se modificando de acordo com a idade ou condição física do inspetor. Algumas vezes a empresa B reclama que a cor
das peças enviadas pela empresa A não combina com as peças enviadas por outros fornecedores e então a empresa
B retorna o material para a empresa A. A empresa A decide então utilizar colorímetros para o controle de qualidade da
cor de seus produtos na linha de produção. Os colorímetros se tornam muito populares, pois são portáteis e podem ser
utilizados inclusive na linha de produção, são facilmente manuseados por qualquer pessoa e as medições são muito
rápidas, fazendo com que sejam utilizados a qualquer momento. Além disso, os dados medidos pelo colorímetro são
anexados aos produtos no momento da entrega, comprovando o controle de qualidade da empresa.
25
Recursos dos colorímetros
Os colorímetros oferecem uma grande variedade de recursos.
26
2 PARTE
ESTUDANDO AS
CORES
DE FORMA MAIS
DETALHADA.
Nas páginas anteriores, falamos sobre as cores e como devemos expressá-
las. Na próxima seção iremos discutir os fundamentos da cor, tais como, o que
faz uma maçã ser vermelha e porque uma mesma cor parece diferente em
diferentes condições. Muitas pessoas se interessam por essa matéria, mas é
surpreendente como tão poucas pessoas realmente conhecem o assunto. Para o
controle de qualidade na produção ou nos laboratórios científicos, quanto maior
for a demanda por qualidade, maior deverá ser o
conhecimento a respeito da natureza da cor.
27
Por que a maçã é vermelha?
28
Sem luz, não há cor. A luz, a visão e um objeto, são
os três elementos necessários para que possamos
perceber a cor de um objeto.
Na escuridão total, nós não podemos enxergar as cores. Se fecharmos nossos olhos, nós não poderemos ver a cor
de um objeto. E se não houver um objeto, a cor simplesmente não existe. Luz, visão e objeto. Se os três elementos
não estiverem presentes, nós não podemos perceber a cor. Mas como podemos dizer a diferença entre o vermelho da
maçã e o amarelo do limão?
29
Os seres humanos percebem as cores em alguns
comprimentos de onda específicos.
Comprimento
Transmissão
de Onda
Ondas curtas
FM
Televisão
Radar
Infravermelho
Luz Visível
Ultravioleta
Raios-X
Raios-γ
Vermelho
Amarelo
Verde
Azul
Indigo
• O espectro eletromagnético
Violeta
30
Se separarmos a luz em seus diversos comprimentos de
onda, podemos criar um espectro.
Muitas pessoas sabem que se passarmos a luz do sol por um prisma podemos criar uma distribuição de cor como em
um arco íris. Esse fenômeno foi descoberto por Isaac Newton, que também descobriu a gravidade. Essa distribuição de
cores é chamada de espectro, sendo que a separação da luz em um espectro é chamada de dispersão espectral.
A razão pela qual o ser humano pode ver o espectro é porque esses comprimentos de onda específicos estimulam a retina
do olho humano. O espectro está disposto em uma ordem; vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta, de acordo
com os diferentes comprimentos de onda *1 da luz. A região da luz com os comprimentos de onda mais longos é vista
como vermelha, e a região da luz com os comprimentos de onda mais curtos é vista como violeta. A região da luz que
o olho humano pode ver é chamada de região de luz visível. Se nos movermos além da região de luz visível, através de
comprimentos de onda mais longos, entramos na região do infravermelho; se nos movermos através dos comprimentos
de onda mais curtos, entramos na região ultravioleta. Essas duas regiões não podem ser vistas pelo olho humano.
A luz é apenas uma entre as diversas ondas eletromagnéticas que estão no espaço. O espectro eletromagnético cobre
uma faixa extremamente larga, que vai das ondas de rádio e elétricas, com comprimentos de onda de vários quilômetros
até os raios gama (g) com comprimentos de onda de 10-3, e inferiores. A região de luz visível é apenas uma pequena
porção desse espectro: de aproximadamente 380 a 780 nm *2. A luz refletida de um objeto, a qual reconhecemos como
sendo uma cor é (com exceção da luz monocromática feita pelo homem) a mistura de luz em diversos comprimentos de
onda dentro da região visível.
Comprimento de onda
*
2nm (nanômetro): A unidade de medida normalmente
utilizada quando os comprimentos de onda de luz
são discutidos; m (micrometro) é também utilizado
algumas vezes.
1nm=10 -9m=10-6mm=10-3μm
1μm=10-6m=10-3mm=1000nm
31
Vamos analisar as diferenças entre o processo no qual
a luz atua no olho humano, dando a sensação de cor,
e o processo de medição de um colorímetro.
Figura 16: Métodos de percepção da cor.
Ser humano Objeto Olho Cérebro
(maçã) (a retina recebe a luz do (identifica a cor, baseado na
objeto e transmite a informação vinda do olho)
informação ao cérebro)
Vermelho
32
O olho humano pode ver a luz na região visível do espectro eletromagnético, todavia, “luz” não é o mesmo que “cor”.
A luz é definida como a “radiação que estimula a retina do olho e torna possível a visão”. A estimulação do olho é
trasmitida ao cérebro, e é aqui que o conceito de “cor” ocorre pela primeira vez como sendo a resposta do cérebro à
informação recebida do olho. A figura 16 mostra a comparação básica entre os princípios pelos quais o olho humano
e o colorímetro percebem as cores. O método utilizado pelo colorímetro, discutido na Parte I, é chamado de método
tristimulus. Colorímetros que utilizam este método são desenhados para medir a luz de forma semelhante ao olho
humano. Outro método para a medição da cor, que será explicado mais adiante, é o método espectrofotométrico. Os
instrumentos para a medição de cor que utilizam este método, medem as características espectrais da luz e depois
calculam os valores tristímulus baseados em equações que utilizam as funções dos Observadores Padrão CIE. Além
dos dados numéricos em vários espaços de cor, os instrumentos que utilizam o método espectrofotométrico podem
apresentar imediatamente os dados espectrais da cor, fornecendo informações mais detalhadas do objeto medido. Ver na
página 38 as informações mais detalhadas sobre ambos os tipos de medição de cor!
33
Os componentes da luz e cor.
Usando um espectrofotômetro.
Um objeto absorve parte da luz de uma fonte de iluminação e reflete o restante da luz. A luz refletida entra no olho
humano, e o resultado da sua estimulação sobre a retina é reconhecida pelo cérebro como a cor do objeto. Cada objeto
absorve e reflete a luz do espectro em porções e quantidades diferentes.
34
Figura 17a:
Gráfico de refletância espectral de uma maçã.
Refletância (%)
Maçã
Se medirmos uma maçã, obteremos o gráfico espectral
Comprimento de onda (nm)
mostrado na Figura 17a. Observando esse gráfico vemos
que a refletância (quantidade de luz refletida) na região dos Figura 17b:
comprimentos de onda vermelhos é alta, mas nos outros
comprimentos de onda a refletância é baixa. A Figura 17b Violeta Indigo Azul Verde Amarelo Laranja Vermelho
mostra que a maçã reflete luz nas regiões de comprimento
de onda laranja e vermelho e absorve luz nas regiões com
comprimento de onda verde, azul, indigo e violeta. Dessa Refletância
forma efetuando-se a medição com um espectrofotômetro e
dispondo os resultados em um gráfico espectral, podemos
Absorção
analisar a natureza da cor da maçã.
Figura 18a:
Gráfico de refletância espectral de um limão.
Refletância (%)
35
Medindo várias cores com um espectrofotômetro.
Quando medimos os objetos com um colorímetro tristímulus (p.21), Parte I , podemos obter apenas os valores
numéricos da cor em vários espaços de cor. Se usarmos um espectrofotômetro para as medições, obteremos, não
somente os mesmos valores numéricos, como também o gráfico de refletância espectral da cor. Além disso, com
seu sensor de alta precisão e a inclusão de dados de diversos iluminantes, o espectrofotômetro pode fornecer
dados com maior precisão que os fornecidos por um colorímetro tristímulus.
36
Refletância (%)
37
Diferenças entre o método tristímulus
e o método espectrofotométrico.
Na pag. 31, vimos as cores do espectro (laranja, amarelo, verde...). Dessas cores, o vermelho, o verde e o azul, são
consideradas as três cores primárias da luz. Isso porque o olho humano possui três tipos de cones (sensores de cor) os
quais são sensíveis à essas três cores primárias e nos possibilitam perceber as cores. A Figura 19: mostra as curvas
de sensibilidade espectral do olho humano, de acordo com a definição da CIE para o Observador Padrão 1931. São
conhecidas como as funções de relação de cor; o x (λ) possui alta sensibilidade na região de comprimentos de onda
vermelhos, o y(λ) possui alta sensibilidade na região de comprimentos de onda verde e o z(λ) alta sensibilidade na região
de comprimentos de onda azul. As cores que vemos são o resultado de proporções (estímulos) diferentes de x(λ), y(λ)
e z(λ) recebidos de um objeto. Como mostrado na Figura 21b, o método tristímulus mede a luz refletida de um objeto
utilizando três sensores calibrados para ter a mesma sensibilidade x(λ), y(λ) e z(λ) do olho humano, proporcionando a
medição direta dos valores tristímulus X,Y e Z. Por outro lado, o método espectrofotométrico mostrado na figura 21c utiliza
múltiplos sensores (40 no modelo CM2600d) para medir a refletância espectral de um objeto em cada comprimento de
onda ou em determinados intervalos estreitos de comprimentos de onda. Através de uma integral, o microcomputador do
instrumento calcula os valores tristímulus dos dados da refletância espectral. No exemplo da maçã, os valores tristímulus
são X=21.21, Y=13.37, e Z=9.32 - esses valores tristímulus podem ser calculados em qualquer espaço de cor como Yxy
ou L*a*b*. A Figura 20 mostra como os valores tristímulus, X,Y,Z, são determinados. A luz com distribuição espectral A,
refletida de uma amostra, incide sobre sensores com sensibilidade espectral B, cujos filtros dividem a luz em regiões de
comprimentos de onda correspondentes às três cores primárias e fornecem os valores tristímulus (X,Y e Z) C. Portanto C=
A x B. Os resultados nas três regiões de comprimentos de onda de C também são mostrados C-1: x(λ), C-2: y(λ), e C-3:
z(λ). Os valores tristímulus são iguais à integração da área sombreada nos três gráficos.
Figura 19:
Sensibilidade espectral correspondente ao olho humano
(funções de relação de cor do Observador Padrão CIE 1931)
Comprimento
de onda (nm)
38
Figura 20:
Determinação dos valores tristímulus em medições de cor.
Iluminação
Valores tristímulus
Comprimento de onda (nm)
39
Como a aparência da cor muda com a
mudança da fonte de luz?
Como visto na página 7, fontes de iluminação diferentes fazem as Figura 22:
cores parecerem diferentes. Para a medição de cor, a CIE definiu as Distribuição espectral dos Iluminantes CIE
características espectrais de vários iluminantes. A Figura 22 mostra 22a: Iluminantes Padrão
a distribuição de energia espectral de alguns desses iluminantes.
Normalmente os instrumentos possuem uma fonte de iluminação
própria. Essa fonte de luz pode,ou não, se relacionar com os
iluminantes CIE; por isso, o instrumento determina os dados das
medições através de cálculos baseados nas medições com a fonte
de iluminação do instrumento e dos dados de distribuição espectral
dos iluminantes arquivados na memória do instrumento.
Figura 22a: Iluminantes Padrão
1 Iluminante padrão D65: Média da luz do dia (incluindo a região
de comprimentos de onda ultra violeta) com temperatura de cor de Comprimento de onda (nm)
6504K; deve ser utilizado para a medição de amostras que serão
iluminadas pela luz do dia, incluindo a radiação ultra violeta. 22b: Iluminantes fluorescentes
(recomendados pela CIE)
2 Iluminante padrão C; Média da luz do dia (não incluindo a região
de comprimentos de onda ultra violeta) com temperatura de cor
de 6774K, deve ser utilizado para a medição de cores que serão
iluminadas pela luz do dia com comprimentos de onda de luz
visíveis, mas não incluindo a radiação ultra violeta.
3 Iluminante padrão A:Luz incandescente com
temperatura de cor de 2856K; deve ser utilizado Só possuo os dados
de e
para a medição de amostras que serão iluminadas
por lâmpadas incandescentes. Comprimento de onda (nm)
40
Observemos o que acontece quando medimos uma amostra (maçã) usando um espectrofotômetro com o Iluminante
padrão D65 (exemplo 1) e com o Iluminante padrão C (exemplo 2). No exemplo 1, A é o gráfico de distribuição espectral
de energia do Iluminante D65, B é o gráfico de refletância espectral da maçã. C é o gráfico de distribuição espectral da
luz refletida da amostra (maçã), obtido pelo produto de A e B. No exemplo 2, A’ é a distribuição espectral de energia do
Iluminante padrão A e B é a refletância espectral da amostra (maçã), que é a mesma do exemplo 1. C’ é a distribuição
espectral de luz refletida da amostra (maçã), obtida pelo produto de A’ e B. Se compararmos C e C’, notamos que a luz
na região vermelha é muito mais forte em C’, significando que a maçã parece muito mais vermelha quando observada
sob o Iluminante padrão A. Isso mostra que a cor de um objeto muda de acordo com a iluminação utilizada para observá-
lo. Um espectrofotômetro mede na verdade, a refletância espectral da amostra; o instrumento pode então calcular
os valores numéricos da cor em vários espaços de cor, utilizando os valores de distribuição espectral de energia do
iluminante selecionado e os valores da função de relação de cor do Observador padrão.
A distribuição espectral de
Distribuição espectral de Reflectância espectral da amostra energia da luz refletida da
energia do Iluminante (maçã) amostra (maçã) é igual a
padrão A.
41
Um espectrofotômetro pode inclusive avaliar |um
problema complexo como a metameria.
Na seção anterior nós discutimos como a cor de um objeto depende da fonte de luz com a qual ele é observado.
Relacionado a isso temos,por exemplo, o problema de dois objetos que parecem ter a mesma cor sob a luz do sol e
cores diferentes sob a luz de um ambiente fechado. Esse fenômeno, no qual duas cores são iguais sob uma fonte de
luz e diferentes sob outra é chamado de metamerismo. Os objetos são metaméricos quando as características de suas
curvas de refletância espectral são diferentes, mas seus valores tristímulus são iguais sob uma determinada fonte de luz
e diferentes em outra. Esse problema ocorre frequentemente pelo uso de corantes ou materiais diferentes nas amostras
medidas. Observando a Figura 23, podemos notar imediatamente que as curvas de refletância espectral das duas
amostras são diferentes. Apesar, dos valores de L*a*b* sob o Iluminante padrão D65 serem iguais nas duas amostras; os
valores das medições sob o Iluminante padrão A são diferentes. Isso mostra que mesmo que as duas amostras tenham
características espectrais diferentes elas podem parecer iguais sob a luz do dia (Iluminante padrão D65). Então qual a
forma de se trabalhar com o metamerismo? Para podermos avaliar o metamerismo é necessário a medição das amostras
sob dois ou mais iluminantes, com distribuição espectral de energia muito diferentes, assim como o Iluminante padrão
D65 e o Iluminante padrão A. Apesar de ambos, colorímetros e espectrofotômetros, utilizarem uma única fonte de luz, eles
podem calcular os resultados das medições baseados em dados de iluminantes armazenados em memória, fornecendo
os dados de medição sob vários iluminantes. Colorímetros tristímulus fazem medições apenas sob os Iluminantes
padrão D65 e C, sendo estes iluminantes muito simulares em suas distribuições espectrais de energia; em função disso,
colorímetros tristímulus não podem ser utilizados para a medição do metamerismo. Os espectrofotômetros por outro
lado, são equipados com curvas de distribuição espectral de energia de um grande número de iluminantes, podendo
assim determinar o metamerismo. Além disso, com a capacidade de mostrar os gráficos de distribuição espectral, pode-
se ver exatamente as diferenças na refletância espectral de duas amostras.
42
Figura 23: Metamerismo
Amostra A
Amostra B
Comprimento
de onda(nm)
Comprimento de onda(nm)
Iluminante Padrão A
Amostra A Amostra B
Comprimento de onda(nm)
•As cores apresentadas podem não ser exatas em função das limitações do processo de impressão.
43
Recursos dos espectrofotômetros
Os espectrofotômetros oferecem uma grande quantidade de recursos e maior precisão.
44
3
PARTE
INFORMAÇÕES
BÁSICAS PARA A
ESCOLHA DE UM
ESPECTROFOTÔMETRO.
O básico da ciência da cor foi explicado na Parte I e na Parte II.
É necessário entendermos que as cores podem ser analisadas de
diversos ângulos pelos espectrofotômetros.
Vamos estudar um pouco mais sobre cores especiais e as condições
que influenciam na escolha dos espectrofotômetros.
45
Comparando colorímetros e espectrofotômetros.
Como descrito na Parte II, os colorímetros possuem
alguns recursos como o baixo preço, o tamanho
compacto, a mobilidade e a operação simples. Os
colorímetros também podem determinar os valores
tristímulus de forma muito fácil. Porém os colorímetros
não são apropriados para análises de cor complexas
como o metamerismo e a força colorística de um corante.
Um espectrofotômetro possui alta precisão e uma
incrível versatilidade. Ele é mais indicado para análises
de cor mais complexas por determinar a refletância
espectral em cada comprimento de onda. Todavia,
os espectrofotômetros podem ser mais caros que os Eu vejo o metamerismo e é possível
notar imeditamente o porque ele
colorímetros. Sempre considere a precisão com a qual Eu não consigo ver o acontece ao olhar o gráfico de
metamerismo refletância espectral que eu exibo.
uma cor deve ser medida antes de selecionar um tipo de
instrumento a ser usado em uma aplicação específica.
46
Tipos de sistemas ópticos
Explicamos na página 7 que a cor do objeto varia conforme as condições de visualização, ângulo de observação e ângulo
de medição. Quando medimos uma amostra, o ângulo no qual o feixe de luz ilumina a amostra e o ângulo no qual a luz é
recebida pelo sensor é chamado de geometria de medição.
Figura 24
Sistema de Iluminação Unidirecional
Esse método ilumina a amostra de uma única direção. Com a geometria de 45/0, a superfície da amostra é iluminada de
um ângulo de 45 ± 2 graus da direção normal e é recebida pelo sensor na direção normal à (0 ± 2 graus). Na geometria
0/45, a superfície da amostra é iluminada pela direção normal (0 ± 10 graus) e recebida pelo sensor em um ângulo de
45 ± 2 graus.
Condição I 45/0 Condição II 0/45
Recteptor Receptor
Amostra Amostra
Amostra Amostra
Amostra Amostra
47
Cor e Brilho (Métodos SCE e SCI)
Podemos observar variações de cor devido à diferenças
superficiais mesmo em objetos compostos dos mesmos
materiais. Por que vemos um azul mais apagado quando
aplicamos uma lixa sobre uma amostra azul com alto
brilho?
Ao arremessarmos uma bola contra
uma parede ela tende a retornar
com o mesmo ângulo com o qual foi
arremessada. Da mesma forma, a luz
que é refletida no mesmo ângulo, porém
em direção oposta é chamada de luz
especular refletida. A soma de refletância
especular mais a refletância difusa é
chamada de refletância total.
Nos objetos com superfície brilhante, a luz especular
refletida é relativamente mais forte que a luz difusa. Em Bola
superfícies rugosas, com pouco brilho, o componente
especular é fraco e a luz difusa é mais forte. Quando uma
pessoa vê um plástico azul com superfície brilhante de um
ângulo especular, o objeto não parece ser tão azul. Isso se
deve à soma da reflexão especular da luz à cor do objeto. Luz
Parede
48
Vimos que a cor é modificada se alterarmos a superfície do
objeto, pois as pessoas procuram ver apenas a luz difusa.
Porém as cores não deveriam se modificar uma vez que
utilizam os mesmos materiais. Como podemos reconhecer
a cor do material em si? A quantidade de refletância difusa
e refletância especular varia de acordo com a superfície
do objeto; porém a quantidade total de luz refletida é As figuras indicam que:
a+b+c+d+e=a’+b’+c’+d’+e’.
sempre a mesma se os materiais e suas cores forem os
mesmos. Por isso, se um plástico brilhante azul for lixado, No modo SCE, a refletância especular é excluída da
a refletância especular será reduzida e a refletância difusa medição, e apenas a refletância difusa é medida. Esse
aumentada. Esse é o motivo pelo qual a reflexão total método produz uma avaliação de cor que se relaciona com
(especular mais difusa) deve ser medida. a forma pela qual o observador vê a cor de um objeto.
Usando o modo SCI, a refletância especular é incluída no
A posição da armadilha de luz nas condições III (SCE) e
processo de medição juntamente com a refletância difusa.
IV (SCE), apresentada na Figura 24, página 47, mostra
Esse tipo de avaliação de cor mede a aparência total,
como a refletância especular é excluída da medição de
independentemente das condições superficiais da amostra.
cor da amostra. Se a armadilha for recolocada, como
Esse critério deve ser levado em consideração durante a
nas Condições V(SCI) e VI (SCI), a refletância especular
aquisição de um instrumento. Alguns instrumentos podem
será incluída na medição da cor. O método de medição
medir simultaneamente os métodos SCI e SCE.
da cor, que exclui a refletância especular é chamado
de SCE (Specular Component Excluded - Componente
especular excluso). O método de medição da cor, que
inclui a refletância especular é chamado de SCI (Specular
component Included - Componente especular incluso).
O método SCE é ideal para a O método SCI é utilizado nas áreas de
comparação de cores em salas de pesquisa e desenvolvimento de cores.
inspeção ou em linhas de produção.
49
Medindo cores especiais
Cores fluorescentes
Quando vemos uma cor fluorescente, parece que ela tem luz
própria, apesar de não ser uma fonte de luz. Quando a luz é
Luz de Luz de
aplicada sobre um material fluorescente, os raios ultra violeta iluminação reflexão
são absorvidos e emitidos em outras regiões do espectro,
normalmente em comprimentos de onda mais longos.
Como explicado na página 31, a luz visível é uma radiação Amostra fluorecente
eletromagnética entre 380nm e 780nm. Nesse caso, a radiação a
360nm é absorvida e emitida a 420 nm, sendo que o valor medido
em 420nm excederá 100%. Uma vez que uma quantidade de luz
maior que a normal é vista, a cor parecerá ter luz própria aos olhos
humanos. Na medição de amostras não fluorescentes, o elemento Luz especular da
de dispersão (como uma grade de difração) pode ser colocado superfície dos flocos.
entre a fonte de iluminação e a amostra ou entre a amostra e
o receptor. Porém na medição de amostras fluorescentes, o
elemento de dispersão deve ser colocado entre a amostra e o
detector, sendo a amostra iluminada por todo o espectro da fonte
de iluminação. Quando uma cor fluorescente é medida com um
espectrofotômetro, devemos controlar a distribuição de energia
espectral da fonte de luz, incluindo as regiões ultravioleta.
Flocos
Cores metálicas
Muitos revestimentos, especialmente os utilizados em aplicações
Componente de luz
automotivas, usam uma combinação de pigmentos e flocos Ângulo de incidência
especular da superfície do
metálicos para obter uma coloração com efeitos. Em uma tinta filme aplicado.
metálica por exemplo, a luz é refletida em ângulos diferentes Componente
Componente de luz
devido à orientação dos flocos de metal da tinta; mesmo estando de luz
especular da superfície
difusa
os flocos alinhados na mesma direção. A Figura 25 ilustra a do floco
interação entre a refletância especular e a refletância difusa em
uma amostra metálica. Uma vez que a cor refletida dos flocos
varia em função do ângulo, a aparência, ao olho humano, também
sofrerá variação. Em ângulos próximos à reflexão especular,
veremos uma cor clara pela influência dos flocos metálicos. Em
ângulos não influenciados pelos flocos metálicos, uma cor mais
escura será vista. Geralmente devemos medir cores metálicas
com espectrofotômetros, pois estes podem medir e avaliar cores
em ângulos múltiplos.
50
Luz negra e material fluorescente
Você já deve ter ido a um local aparentemente escuro ou iluminado com uma luz violeta,
onde as camisas brancas e certos objetos pareciam ter luz própria.
Esse tipo de local é iluminado com uma fonte de iluminação chamada
de luz negra. A luz negra é uma iluminação que utiliza comprimentos
de onda normalmente fora da região visível do espectro. Ela é vendida
por exemplo, para a iluminação de minerais fluorescentes. Na verdade,
a luz negra emite energia na região ultravioleta e se utilizam materiais
fluorescentes, que absorvem essa energia e a emitem como luz na
região visível, para se obter esse efeito. Esses materiais parecem
brilhar quando iluminados pela luz negra. Um objeto parece branco
quando reflete quase 100% de luz em todos os comprimentos de
onda visíveis. Se houver menos refletância nos comprimentos de onda
azuis, os objetos parecerão amarelados. Em muitos casos, um material
fluorescente (também chamado de alvejante óptico) é adicionado
ao produto. Esse material fluorescente proporciona um aumento de
Refletância espectral
refletância nos comprimentos de onda azuis, fazendo o objeto parecer original de um tecido.
mais branco. Como resultado, uma camisa branca parece brilhar
quando iluminada por uma luz negra e parece mais branca quando vista
na luz do dia. Quando as roupas brancas são lavadas repetidamente
ficam amareladas. Isso não ocorre porque elas são manchadas por uma
cor amarela, e sim porque os materiais fluorescentes são eliminados
durante a lavagem e a cor original se torna aparente. É uma prática Após a utilização de um
material fluorescente.
comum a utilização de detergentes que contenham alvejantes ópticos
para eliminar o amarelado dos tecidos tornado-os mais brancos.
51
Notas sobre a medição de diversos
materiais e diversas condições
Medição de materiais em pó Influência das condições de temperatura
Quando medimos um pó com um espectrofotômetro, os Algumas vezes, quando a temperatura de um objeto
valores de medição variam de acordo com densidade e a muda, sua cor também muda. Esse fenômeno é chamado
superfície do material. Para evitar erros de medição, são de termocromismo. Para um espectrofotômetro efetuar
necessários métodos especiais, como por exemplo, fixar o uma medição precisa, as medições devem ser efetuadas
recipiente utilizado e a quantidade de pó , além de manter em uma sala com temperatura e umidade controladas,
a qualidade da superfície constante. aguardando que o objeto seja estabilizado pelo ambiente.
Mudança da cor de cerâmicas coloridas medidas com 10°C de diferença de
temperatura - ΔE*ab (de acordo com as condições de teste da Konica Minolta)
Medição de objetos semi-transparentes
A medição de objetos semi-transparentes requer uma
consideração especial, pois a luz pode passar através Cor ΔE *ab
do material e a medição pode ser influenciada por algo Branco 0.01
que esteja atrás do objeto. Para resolver esse problema, Cinza Claro 0.02
devemos aumentar a espessura do material para evitar Cinza Médio 0.05
completamente a passagem da luz, ou
Cinza Dif 0.05
devemos colocar um objeto branco e opaco atrás da
amostra a ser medida. Cinza Escuro 0.05
Rosa Escuro 0.60
Medição de objetos que contém desenhos Laranja 1.52
Quando medimos objetos que têm desenhos ou texturas, Vermelho 1.32
os valores de medição variam de acordo com o local, se a Amarelo 0.92
área é pequena. A maior área de medição possível deveria
Verde 0.92
ser usada ou a medição deveria ser feita várias vezes
em diferentes locais e depois o valor médio de medição Verde Dif 0.91
deveria ser calculado. Ciano 0.46
Azul Escuro 0.17
Preto 0.02
52
4
PARTE
TERMOS DE
COR UTILIZADOS
Mais detalhes sobre os termos, padrões e
espaços de cores discutidos nesse livro.
53
Nova Fórmula de Diferença
de cor (CIE 2000)
Os medidores de cor nos permitem fazer a
comunicação e a diferenciação de cor usando
dados numéricos da cor. Todavia, nos locais
onde o gerenciamento de cores é feito, nem
sempre os resultados obtidos combinam com as
inspeções visuais. Existe uma forma de resolver
esse problema? Sim, existe. É a nova formula de
diferença de cor "CIE 2000" que será apresentada
na próxima seção.
54
Problemas com o CIE Lab (Espaço de cor L*a*b*)
O Espaço de cor CIE Lab representa as cores usando coordenadas em um espaço de cor uniforme que consiste da variável de
luminosidade L* e das coordenadas cromáticas a* e b*. Apesar do cálculo da fórmula ter sido baseado na visão de cor do olho
humano, algumas diferenças são avaliadas diferentemente entre as diferenças de cor ∆E ab e o olho humano. Isso ocorre porque
a área de percepção de cor do olho humano difere muito da faixa de diferença de cor, ∆E ab e ∆a b , definida pela CIE Lab.
Nota: as figuras mostrando as elipses brancas de percepção do olho humano usadas nas páginas 50 e 51 foram tiradas de um
trabalho intitulado “The Development of the CIE 2000 Colour-Difference Formula: CIEDE2000” escrito por M.R. Luo, G. Cui e B. Rigg,
que aparece na página 341, volume 26, publicada em Outubro de 2001 no Volume No. 5 do Jornal de Aplicação e Pesquisa de Cor
com direitos autorais de John Wiley & Sons, Inc.
55
A
A
B é mais
estreito que A
na direção da
B tonalidade
A figura mostra que os principais eixos das elipses para as cores azuis
não combinam com a direção da saturação que deriva do centro. Essa é a Área de avaliação
discrepância que causa diferenças entre as avaliações de cor visuais e os baseada na diferença
sistemas colorimétricos. Área de avaliação de cor ∆E*ab
baseada na diferença
A diferença de cor ∆E ab, normalmente utilizada nas avaliações com CIE
de cromaticidade ∆a*b*
Lab (Espaço de Cor L*a*b*) é representada por um circulo perfeito em
todas as saturações e tonalidades conforme o circulo vermelho mostrado Limite de
na figura à direita. A diferença de cromaticidade ∆a b , outro método percepção de
comum usado na avaliação, é representado por um retângulo azul, cor do olho
mostrado na figura. Ambas as formas diferem consideravelmente da forma humano
da percepção de cor do olho humano (elipse branca) As diferenças nessas
formas mostram por si só as diferenças entre os cálculos efetuados pelos
instrumentos e o olho humano.
56
Características da Fórmula de
Diferença de Cor “CIE 2000”
A fórmula de diferença de cor CIE 2000 foi desenvolvida para resolver Na região de alta saturação, a elipse se
torna mais longa na direção da saturação
o problema das diferenças entre as avaliações instrumentais e o olho
humano, causadas pela diferença no formato e tamanho dos limites 100=Blanco
Lab (Espaço de cor L*a*b*). Índices específicos podem ser atribuídos Origem do eixo
a*/b* Tonalidade
Preto
Com a fórmula de diferença de cor CIE Lab (Espaço de Cor L*a*b*)a diferença de cor ΔE ab ou a diferença de
cromaticidade Δa b eram um círculo perfeito ou um retângulo no espaço de cor L*a*b*. Com o CIE 2000, a diferença de
cor ΔE00 é representada por uma elipse com o maior eixo na direção da saturação, que é a forma do limite de percepção
do olho humano. Na região com baixa saturação, o peso dos coeficientes SL, SC e Sh se aproximam respectivamente
de 1, fazendo a elipse ficar mais circular. Na região com maior saturação, o peso do coeficiente SC se torna maior,
comparado com os coeficientes Sl e Sh alongando a elipse na direção da saturação ( menor sensibilidade pela diferença
de saturação).
Com a fórmula de diferença de cor CIE 2000 o efeito do ângulo de tonalidade também é considerado, Como resultado
a fórmula abrange outra característica dos limites de percepção do olho humano no CIE Lab (Espaço de Cor L*a*b*): 4)
Mudança de direção na percepção de cor em ângulos próximos a 270 graus (azul) (desvio na direção da saturação).
O cálculo da fórmula também inclui as constantes kL, kC e kh, chamadas de coeficientes paramétricos. Os usuários
podem especificar seus valores conforme suas necessidades obtendo assim flexibilidade no gerenciamento das cores
dos mais variados objetos.
57
Observador Padrão 2° e Observador Valores tristímulus XYZ (CIE 1931)
Os valores tristímulus são baseados nas funções de
Padrão Suplementar 10° relação de cor x(λ),y(λ), e z(λ) definidas em 1931 pela CIE;
A sensibilidade de cor do olho muda de acordo com o também são conhecidos como Valores Tristímulus XYZ
ângulo de observação (tamanho do objeto). Originalmente 2°. São indicados para ângulos de visualização iguais ou
a CIE definiu o Observador Padrão em 1931 usando um menores que 4° e são definidos pela seguinte fórmula:
campo visual de 2°, daí o nome Observador Padrão 2°. Em
1964, a CIE definiu um Observador Padrão adicional, desta
vez baseado em um campo visual de 10°, que ficou conhe-
cido como Observador Padrão Suplementar 10°. Para
termos uma idéia do que seria um campo de visualização
de 2°, comparado com um campo de visualização de 10°
à uma distância de 50cm, o campo de visão de 2° seria
um círculo de Ø1,7cm, enquanto que o campo de visão de
10° seria um círculo de Ø8,8cm. A maior parte das infor-
mações deste livro estão baseadas no Observador Padrão
2°. O observador Padrão 2° deve ser utilizado para ângulos
de visualização entre 1° a 4°, enquanto que o Observador onde:
Padrão 10° deve ser utilizado para ângulos de visualização S (λ) : Distribuição de energia espectral do iluminante.
maiores que 4°. x(λ) , y (λ) ,z (λ) : Funções de relação de cor do Observador
Padrão 2° CIE (1931).
2° ângulo de R (λ) : Refletância espectral da amostra
visualização
10° ângulo de
visualização
Valores Tristímulus X10 Y10 Z10 (CIE 1964)
Os valores tristímulus são baseados nas funções de
relação de cor x10(λ),y10(λ), e z10(λ) definidas em
Funções de relação de cor 1964 pela CIE; também são conhecidos como Valores
As funções de relação de cor são os valores utilizados Tristímulus XYZ 10°. São indicados para ângulos de
em cada comprimento de onda para a determinação dos visualização iguais ou maiores que 4° e são definidos
valores tristímulus. Essas funções correspondem à sensi- para pela seguinte fórmula:
bilidade do olho humano. São especificados, três conjuntos
individuais de funções de relação de cor para os Observa-
dores Padrão 2° e 10°
Funções de relação de cor
Valores Tristímulus
onde:
S (λ) : Distribuição de energia espectral do iluminante.
x10 (λ) , y10 (λ) ,z10 (λ) Funções de relação de cor do
Observador Padrão Suplementar 10° CIE (1964).
Comprimento de onda (nm) R (λ) : Refletância espectral da amostra
Observador Padrão 2°
Observador Padrão Suplementar 10°
58
Coordenadas cromáticas xyz Variável de luminosidade L*:
As coordenadas cromáticas xyz são calculadas com os
valores tristímulus XYZ através da seguinte fórmula:
Coordenadas de cromaticidade a* e b*:
onde:
Se na fórmula acima utilizarmos os valores tristímulus
X10 Y10 Z10, as coordenadas cromáticas então serão X10 Y10 Z10 X, Y, Z: Valores tristímulus XYZ (Observador Padrão 2°)
ou x10 y10 e z10 (Observador Padrão Suplementar 10°) da
amostra.
Diagrama de cromaticidade xy e x10 y10 Xn, Y n, Z n : Valores tristímulus XYZ (Observador Padrão
Podemos plotar um diagrama bidimensional baseados nas
2° ) ou X10 Y10 Z10 (Observador Padrão Suplementar 10° )
coordenadas de cromaticidade xy ou x10 y10
de um difusor de reflexão ideal.
Se X/Xn, Y/Yn, ou Z/Zn for menor que 0.008856, então, as
equações acima são mudadas para as equações abaixo
descritas:
onde:
ΔL*, Δa*, Δb*: Diferenças entre a amostra e o padrão
nos valores de L*, a* e b*
Espaço de Cor L*a*b*
O espaço de cor L*a*b* (também conhecido como espaço
de cor CIELAB) é um dos espaços uniformes de cor Espaço de Cor Uniforme
definido pela CIE em 1976. Os valores de L*a* e b* são Um espaço de cor no qual distâncias iguais nas
calculados de acordo com a fórmula: coordenadas do diagrama correspondem a igual
percepção de diferença de cor.
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Espaço de Cor L*C*h* onde:
O espaço de cor L*C*h* utiliza o mesmo diagrama que
o espaço de cor L*a*b*, com coordenadas cilíndricas.
A luminosidade L* é a mesma que L* no espaço de cor
L*a*b*, o Croma C* e o ângulo de tonalidade são definidos
pelas seguintes fórmulas:
onde:
a *, b *: Coordenadas de cromaticidade no espaço de cor
L*a*b*
Não é calculada a diferença de ângulo; ao invés, a Sistema de Cores Munsell
diferença de tonalidade ΔH* é calculada conforme a O sistema de cores Munsell consiste de uma série de
fórmula: gráficos de cor que podem ser utilizados para a compara-
ção visual de amostras. As cores estão definidas em
termos de Tonalidade Munsell (H; indica a tonalidade),
Luminosidade Munsell (V; indica a luminosidade) e o Croma
Munsell (C; indica a saturação) e são descritas como H V/C.
Por exemplo, a cor Munsell com H=5.0R, V=4.0 e C=14.0
terá a seguinte notação 5.0R 4.o/14.0
A diferença de tonalidade será positiva se o ângulo de
tonalidade h da amostra for maior que o do padrão e
negativo se o ângulo de tonalidade da amostra for menor Circulo de Tonalidades Munsell
que o do padrão.
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Padrões de cor Munsell A diferença de cor ΔE*uv no espaço de cor L*u*v*, a qual
indica o grau de diferença porém não a direção, é dada
(A luminosida e Chroma de 2-5R) pela seguinte equação:
onde:
ΔL*, Δu*, Δv*: Diferenças nos valores de L*, u* e v* entre
a amostra e o padrão.
onde:
Espaço de Cor L*u*v* X, Y, Z: Valores tristímulus (se utilizarmos os valores
O Espaço de Cor L*u*v* ( também conhecido como espaço tristímulus X10Y10Z10 os resultados
de cor CIELUV) é um dos espaços uniformes de cor definido serão u’10 e v’10.)
pela CIE em 1976. O valor de L*,u* e v* são calculados x, y: Coordenadas de cromaticidade (se utilizarmos as
pelas fórmulas a seguir: coordenadas de cromaticidade x10, y10 , os resulta
dos serão u’10 e v’10.
Diagrama UCS CIE 1976 (Observaodr Padrão 2°)
onde:
Y: Valor tristímulu Y (o valor Y10 também
pode ser utilizado)
u’, v’ : Coordenadas de cromaticidade do diagrama
UCS CIE 1976
Y 0, u’ 0, v’ 0: Valores tristímulus Y (ou Y10) e
coordenadas de cromaticidade u’, v’ de um
perfeito refletor difuso
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Diferenças entre a cor do objeto
e a cor da fonte de luz
Descrevemos anteriormente como é feita a determinação da Definição das fórmulas de cor de objetos
cor de um objeto. Todavia, existe uma diferença quando uma
a cor é criada por uma lâmpada, por exemplo. Chamamos isso
de cor da fonte de luz. A seguir explicamos de forma simples
as diferenças entre a cor de um objeto e a cor da fonte de luz.
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Temperatura de Cor
Quando a temperatura de um objeto aumenta, a emissão de radiação termal também aumenta. Ao mesmo tempo, a cor
muda de vermelho, passando pelo laranja até o branco. Um corpo preto é um objeto ideal pois ele absorve toda a energia
e a emite como energia radiante de tal forma que sua temperatura está diretamente relacionada à cor da energia radi-
ante emitida. A temperatura absoluta de um corpo negro também é conhecida como a temperatura de cor. Essas cores
podem ser indicadas no gráfico de cromaticidade mostrado na Figura 26.
A correlação de temperatura de cor é usada para explicar o conceito de que a temperatura de cor é parecida, porém não
igual à dos corpos negros. A temperatura de cor é calculada pelo posicionamento da fonte de luz na linha de isotem-
peratura. As linhas de isotemperatura são linhas retas nas quais todas as cores na linha parecem visualmente iguais; a
correlação de temperatura de cor na linha de isotemperatura é igual à temperatura de cor do corpo negro determinada
pela interseção das duas linhas.
Os corpos negros, as linhas de isotemperatura e as linhas que indicam os valores iguais de (ΔEuv) dos corpos negros são
ilustradas na Figura 27. Por exemplo, a fonte luz que tem uma diferença de cor de 0,01 na direção do verde (ΔEuv) de
um corpo negro que tem temperatura de cor de 7000k é mostrada como tendo uma correlação de temperatura de cor de
7000K+0,01 (unidade uv)
Notas
Ver na seção IV “Termos de cor utilizados” a explicação de (ΔEuv). “K” é a abreviação de Kelvin. Kelvin é uma escala de
temperatura absoluta.
Figura 27 Gráfico de cromaticidade xy. indicando as linhas do corpo negro,
Figura 26 xy cromaticidade de um corpo negro as linhas de isotemperatura e as linhas iguais de Δuv
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Anotações
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